Neurologia - Disrurbios Motores

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1

UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO


BACHAREL EM FISIOTERAPIA

DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO

IMPERATRIZ – MA
2022
2

JADY VITÓRIA SILVA SANTOS

DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO
Trabalho apresentado na disciplina de
neurologia com o objetivo de obtenção de
ponto para o segundo bimestre.

IMPERATRIZ – MA
2022
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO_____________________________________________________4
SÍNDROME DE GILLES DE LA TOURETTE______________________________5
DOENÇA DE PARKINSON____________________________________________6
SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS_________________________________7
HEMIBALISMO_____________________________________________________8
CONCLUSÃO_______________________________________________________9
REFERÊNCIAS_____________________________________________________10
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INTRODUÇÃO

Os distúrbios de movimento (DM) são conhecidos por ter sinais e sintomas


bem específicos, sendo esses, movimentos involuntários e perda de controle ou
deficiência no movimento voluntário. Em sua maioria não afeta diretamente o tônus
muscular, a sensibilidade ou o cerebelo do paciente. (FRINCKE, 2014)
Os DM’s acontecem por consequência de uma disfunção nos núcleos da
base, que são estruturas localizadas sistema nervoso central, especificamente no
interior do centro medular branco do cérebro. A sua constituição se dá por cinco
núcleos da base que estão conectados, sendo eles: caudado, putame, globo pálido,
substância negra e núcleo subtalâmico.
Em relação ao funcionamento dos núcleos, segundo Frincke (2014) se dá de
seguinte forma:

baseia-se em mecanismos inibitórios e excitatórios distribuídos em três


circuitos básicos. O primeiro circuito, corticocortical, inicia no córtex
cerebral, passa por caudado e putame, segmento interno do globo pálido,
tálamo e volta ao córtex. O segundo, nigroestriatal, conecta a substância
negra com o caudado e o putame. E o terceiro, estriatopalidal, projeta-se do
caudado e do putame para o segmento externo do globo pálido, núcleo
subtalâmico e volta para o segmento interno do globo pálido

Dessa forma, a apresentação dos distúrbios do movimento se torna difícil e


misterioso, por isso, o diagnóstico é bem complexo. Para um diagnóstico real e
confiável é necessário identificar os achados neurológicos, sinais e sintomas, junto
da história do próprio paciente.
Os DM podem ser classificados desde os mais leves, tratado com
medicações oral e terapias motoras (AMORIM, 2022), ao mais grave, onde ocorre
um distúrbio neurológico que evolui de forma aguda ou subaguda, sendo que a falha
no diagnóstico pode resultar em morbidade e até a mortalidade.
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SÍNDROME DE GILLES DE LA TOURETTE

Esta síndrome é caracterizada por ser um distúrbio neuropsiquiátrico em que


ocorrem tiques múltiplos, sendo motores ou vocais. Estes tiques são variáveis, o que
quer dizer que acontecem em intensidades e frequências variáveis, podendo
acontecer em qualquer local e a qualquer momento.
Tiques são conceituados como movimentos repetitivos, anormais, breves,
rápidos, súbitos, sem proposito e incontroláveis, não são únicos da Tourrete. São
exaltados por quadros de ansiedade e tensão emocional, e diminuídos conforme
repouso e situações que exigem maior concentração. Além disso, podem vir
acompanhados por ecolalia, ecopraxia, coprolalia e copropraxia. (TEIXEIRA et all,
2011)
Foi descrita primeiramente em 1825, por o médico francês Jean Marie Itard,
ele observou e retratou o caso de uma marquesa local, que possuía a síndrome
desde os sete anos de idade. Por mais que seu primeiro caso foi descoberto em
uma mulher, a patologia em questão acomete mais o sexo masculino, além do
comprometimento psicológico ocorre uma delimitação no contexto social do
paciente.
É uma doença genética, ou seja, que passa de pai para filho e possui uma
causa indefinida, mas há relatos de que o TCE pode ser uma causa. A síndrome
pode ser classificada em leve ou grave, dependendo do tipo do tique e da sua
frequência. O quadro clinico de um individuo acometido com a síndrome,
geralmente, apresenta tiques múltiplos, uso inapropriado de palavras obscenas
(coprolalia) e repetição involuntária de um som, palavra ou frase de outrem
(ecolalia). (TEIXEIRA et all, 2011)

Segundo Teixeira et al (2011), o tourette se apresenta da seguinte forma:

à nível cerebral, se distinguem vários circuitos neuronais paralelos, que


dirigem informação desde o córtex até estruturas subcorticais (gânglios
basais) e retornam ao córtex passando pelo tálamo, conhecidos como
circuitos córtico-estriato-tálamo-corticais (CETC); estes são responsáveis
por mediar a atividade motora, sensorial, emocional e cognitiva. Cogita-se
que os pacientes com ST tenham uma deficiência na inibição destes
circuitos, que a nível motor se expressa como tiques e compulsões, e a
nível límbico e frontal como parte da sintomatologia obssessiva e défcit de
atenção

É classificada como um transtorno de tique persistente, ou seja, um distúrbio


crônico, onde são observados tiques únicos ou múltiplos motores ou vocais.
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DOENÇA DE PARKINSON

Caracteriza-se por ser uma doença degenerativa e lentamente progressiva de


áreas específicas do cérebro. Nela surge tremor quando os músculos estão em
repouso e aumento no tônus muscular, o que configura uma rigidez, assim como,
lentidão no movimento voluntário e uma dificuldade de equilíbrio, em certos casos
pode acometer até o cérebro do paciente, desdobrando em uma demência.
(GONZALEZ-USIGLI, 2022)
Conforme estudos, a doença de Parkinson é resultado de uma alteração no
sistema extrapiramidal, o que provoca uma redução dos neurônios dopaminérgicos
da substância negra. Em razão disso, se dá as características motoras encontradas
no quadro clinico da doença.
As manifestações motoras clássicas do Parkinson são: rigidez muscular,
lentidão na execução de movimentos. (Samii, Nutt; Ranson, 2004; Dias; Limongi,
2003; Murdoch, 1997). A rigidez é consequência de um aumento da resistência
muscular que acontece durante efetuação de movimentos, segundo Limongi (2001),
a inibição dos músculos antagonistas, geralmente realizada afim de facilitar um
movimento, não acontece de modo eficaz.
O diagnóstico do Parkinson se dá por os achados clínicos e presença dos
dois principais sinais: tremor de repouso, rigidez muscular, bradicinesia e alterações
posturais. (GONÇALVES, 2007) No que diz respeito ao tratamento, até o momento
não há medicamentos fortes o suficiente para interromper o curso da doença, muito
menos evita-la. Os medicamentos disponíveis objetivam a independência e a
qualidade de vida dos acometidos.
A doença de Parkinson, no organismo se relaciona com uma disfunção do
sistema de neurotransmissores, estes possuem um importante papel mensageiros
químicos sendo liberados por os neurônios, graças a eles as informações são
passadas adiante. Essa alteração se dá em razão de reduções nas concentrações
de dopamina no estriado, resultante da perda progressiva dos neurônios
dopaminérgicos na parte compacta da substância negra do cérebro. ( MATTOS,
2020)
É classificada como uma doença degenerativa do sistema nervoso, visto que,
manifesta decadência de dispositivos neuronais que não se renovam (neurônios),
por esse motivo são sensíveis ao envelhecimento.
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SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS

Sua primeira descrição foi em 1672, por um importante médico e anatomista


inglês, Sir. Thomas Willis, mas somente em 1945 com auxilio de Karl Ekbom, um
neurologista da Suécia, que relatou um caso sobre a síndrome. Ao descrever a
síndrome, Ekbom expos que a mesma é caracterizada por parestesia peculiar e
característica das perna, principalmente durante a noite.
Segundo Prado (2002), As sensações, não afetam os pés e tendem a ser
percebidas na profundidade, e não na pele. Os pacientes não encontram as palavras
adequadas para descrever o que sentem e constantemente reportam-na como
irritante ou enervante. Os acometidos podem lidar com a patologia desde anos á
décadas, sendo que, em sua maioria buscam efetuar atividades noturnas, onde o
mesmo se apresenta em constante movimentação, já que dessa forma o quadro
costuma melhorar. Eles ainda podem não sentir os sintomas durante o dia, porém no
inicio da noite já são percebidos.
Dentre os critérios para o diagnóstico clinico da síndrome, está: Presença de
uma necessidade compulsiva, irresistível e intensa de movimentar os membros
afetada geralmente acompanhada de ou causada por sensações sensoriais
parentéricas desagradáveis ou dolorosas nas pernas entre o tornozelo e o joelho; Os
sintomas começam ou pioram em períodos de repouso, com o paciente sentado ou
deitado. (ALOE, 2006)
Em relação a sua classificação, essa se dá em dois tipos, a primária e a
secundária, ademais, pode ainda, ser especificada de acordo com frequência e
intensidade dos sintomas. A primária tem ligação com fatores genéticos, seus
sintomas, na maioria das vezes, se apresentam mais leves e menos frequentes no
inicio, possuem um curso lento, mas progressivo e pode durar de 15 – 25 anos para
ser sintomática todas as noites. Enquanto que, a secundária tem mais relação com
diabetes, uremia, deficiência de ferro e medicações, e a evolução do quadro clínico
está diretamente relacionada com a doença prepursora da síndrome. (ALOE, 2006)
Segundo Neto( 2016), a fisiopatologia da síndrome se apresenta da seguinte
forma:

A fisiopatologia da síndrome permanece pouco compreendida, os


estudos identificaram anormalidades tanto de sistema nervoso central como
periférico. A mais comum alteração encontrada nesses pacientes é redução
de estoques de ferro no sistema nervoso central; ferritina liquórica é
diminuída. Alterações dopaminérgicas com redução dos níveis de dopamina
no sistema nervoso central também são frequentes nesses pacientes.
Outros neurotransmissores envolvidos incluem opioides endógenos,
glutamina e glutamato.
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HEMIBALISMO
O Hemibalismo, também chamado apenas de balismo, é visto como um
“distúrbio do movimento, hipercinético, raro, caracterizado por um movimento
involuntário anormal, do tipo coreico, de grande amplitude, violento, em arremesso,
envolvendo a musculatura apendicular proximal e axial. (CORAL et all, 2000)
Tratando do movimento, este pode acontecer em um membro apenas, sendo
configurado como monobalismo, a um somente um lado do corpo, chamado de
hemibalismo e nas duas pernas, chamado de parabalismo. Por isso, para um
diagnóstico certeiro é necessário grande e minuciosa avaliação. A sua incidência se
mundial é desconhecida, há vários autores que trazem diferentes dados,
O hemibalismo faz parte de um espectro de movimentos contínuos e
involuntários de determinada parte do corpo. Tais movimentos involuntários são
descritos associadamente com lesões nos núcleos subtalâmicos, corpo estriado,
córtex e tronco cerebral, seu diagnóstico precoce é essencial, já que o distúrbio que
é causado por uma hiperglicemia é tratável e com bons resultados, ou seja, o
paciente não corre tantos riscos.
Dentre outros distúrbios do movimento, o que mais se aparenta com o
hemibalismo é a coréia, esta é conceituada por movimentos involuntários abruptos,
breves, irregulares, não rítmicos, sem propósito, não constate, de baixa amplitude e
com predomínio de musculatura dista. Para alguns autores podem ser considerados
a mesma coisa, e outros sugerem que o hemibalismo é um tipo de coréia.
Quando ocorre uma lesão de interconexões entre os gânglios da base,
cerebelo, tálamo e córtex frontal motor o hemibalismo se desenrola, visto que, essas
são áreas responsáveis por garantir a organização e execução de movimentos
corporais normais.
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CONCLUSÃO
Após as informações expostas no presente trabalho e de se esperar que
tenha se tirado aprendizado a respeito dos distúrbios do movimento, em relação ao
conceito, fisiopatologia e classificação. É de fundamental importância que o
estudante de fisioterapia tenha ciência do conhecimento aqui passado, já que depois
de formados, na prática clínica, pode surgir algum paciente com as patologias
abordadas. Sendo assim, o trabalho se torna um degrau na formação do acadêmico.
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REFERÊNCIAS
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