Regulamento

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Diário da República, 2.

ª série PARTE H

N.º 247 22 de dezembro de 2020 Pág. 405

MUNICÍPIO DE AVEIRO

Regulamento n.º 1106/2020

Sumário: Regulamento de Instrução dos Procedimentos Administrativos do Município de Aveiro.

José Agostinho Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro:


Faz público, nos termos e para os efeitos do disposto o artigo 56.º do Anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12
de setembro, e nos termos do artigo 139.º do Código do Procedimento Administrativo, que a Assembleia
Municipal de Aveiro, no uso da competência que lhe é conferida pela alínea g) do n.º 1 do artigo 25.º do
Anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, aprovou na sua sessão ordinária de novembro/dezem-
bro, realizada no dia 27 de novembro de 2020, sob proposta da Câmara Municipal de Aveiro aprovada
em reunião ordinária pública realizada em 12 de novembro de 2020, o Regulamento de Instrução dos
Procedimentos Administrativos do Município de Aveiro, que entrará em vigor no dia seguinte ao da sua
publicação na 2.ª série do Diário da República, e se encontra disponível no Gabinete de Atendimento
Integrado desta Câmara Municipal, sito no Centro Cultural e de Congressos, Cais da Fonte Nova, em
Aveiro, e no sítio institucional do Município de Aveiro, em www.cm-aveiro.pt, para consulta.
Para constar e devidos efeitos, se lavrou o presente edital e outros de igual teor, que vão ser
publicados nos lugares de estilo.

2 de dezembro de 2020. — O Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Agostinho


Ribau Esteves, Eng.º

Regulamento de Instrução dos Procedimentos Administrativos do Município de Aveiro

Nota justificativa

Os 11 Municípios que compõem a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (adiante simples-


mente CIRA), encontram no uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (adiante simplesmente
TIC) uma oportunidade para o desenho e implementação de ferramentas privilegiadas para concretizar
na praxis do quotidiano os princípios gerais que devem nortear a atividade administrativa, plasmados,
quer na Constituição da República (adiante simplesmente CRP), quer no Código do Procedimento Ad-
ministrativo (adiante simplesmente CPA), quer em legislação avulsa (v.g. Decreto-Lei n.º 135/99, de 22
de abril, que estabelece medidas de modernização administrativa e Decreto-Lei n.º 74/2014, de 13 de
maio, que estabelece a regra da prestação digital de serviços públicos, consagra o atendimento digital
assistido como seu complemento indispensável e define o modo de concentração de serviços públicos
em Lojas do Cidadão). Por isso mesmo uniram esforços em torno de um projeto comum intermunicipal
que, visando a Modernização Administrativa da Região de Aveiro (Região de Aveiro Digital, adiante
simplesmente RAD), procura recriar novas práticas de atendimento deitando mão dos recursos que
as TIC proporcionam e, por essa via, disponibilizar aos interessados modelos dedicados de canais de
interação, os quais se materializam em atendimento presencial, online e via correio postal.
Como grande azimute a prosseguir assume-se a aquisição de novas competências que me-
lhorem os serviços e as políticas públicas, reforçando os mecanismos democráticos, promovendo
a cidadania, difundindo a tecnologia e estimulando a integração dos processos e dos sistemas, de
forma a promover a inclusão social, o desenvolvimento das populações e o investimento na região,
contribuindo para um ambiente económico mais dinâmico e competitivo.
Este desígnio segue na esteira da consagração do Princípio da Administração Eletrónica no
novo CPA (cf. artigo 14.º) e com o mesmo se mostra formalmente disciplinado, seguindo a inten-
ção de robustecer os valores fundamentais que devem reger toda a atividade administrativa num
Estado de Direito Democrático, indo ao encontro da importância que os meios eletrónicos hoje
assumem, tanto nas relações interadministrativas, como nas relações da Administração Pública
com os particulares e tendo em conta:
As garantias constitucionais quanto à utilização da informática previstas no Artigo 35.º da CRP;
O Princípio da Preferência pela Administração Eletrónica;
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As medidas de diferenciação positiva para a utilização, pelos interessados, de meios eletrónicos


no relacionamento com a Administração Pública;
O Princípio da Não Discriminação da Utilização da Administração Eletrónica, estabelecendo-se
garantias de que os meios eletrónicos em caso algum implicam restrições ou discriminações não
previstas para os que se relacionem com a administração por meios não eletrónicos, mantendo-se,
por isso, todos os restantes meios de interação com a administração, para além do online.

A latere deve esclarecer-se que se adotam estrangeirismos por se considerar incontornável


que os mesmos detêm todas as características de vocábulos de língua franca, uma vez que o
respetivo conteúdo é integralmente conhecido dos utilizadores.
A acrescer, sendo público e notório que a Região de Aveiro detém as características privilegia-
das de Polo de Competitividade das Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica (TICE),
estão potenciados exponencialmente os presentes contributos para a construção da Administração
Eletrónica para que conduzam à real aproximação entre a Administração Pública e a População,
assumindo-se como um esforço vital para a construção da Sociedade de Informação e Conheci-
mento e para a transformação digital em curso.
Procura-se com o presente Regulamento evitar idiossincrasias e disponibilizar, de forma segura
e eficiente, serviços de qualidade orientados para o cidadão. Ao fazer uso das melhores regras e
preceitos para o exercício da Administração Eletrónica, os Municípios da Comunidade Intermunici-
pal da Região de Aveiro trabalham em conjunto para reduzir as diferenças de procedimentos entre
si, sempre respeitando as características próprias de cada um e criando um acervo de modelos
de interação com os Cidadãos que é simples, claro, robusto e uniforme na linguagem utilizada.
Garante-se assim também a redução dos custos de contexto ao investimento na Região.
O presente Regulamento incorpora, de forma sistematizada, regras reguladoras dos proce-
dimentos de instrução de pretensões externas, designadamente regras gerais de instrução de
requerimentos e de apresentação de elementos instrutórios em formato digital para todos os pro-
cedimentos administrativos de iniciativa particular, independentemente do domínio de atribuição
municipal, tema ou assunto a que respeitem. O presente Regulamento estabelece ainda regras
específicas de instrução de requerimentos e de apresentação de elementos instrutórios em formato
digital do âmbito do Urbanismo, designadamente ao nível de peças desenhadas e de ficheiros
georreferenciados, com vista à sua entrega unicamente em formato digital independentemente do
canal ou forma de instrução.
Esta uniformização respeita a autonomia, estádio de evolução e identidade de cada Município,
sendo intencionalmente pouco detalhada e completada por informação de apoio à sua utilização,
disponibilizada na área dos “serviços online” de cada entidade, e a aprovar pelo Conselho Intermu-
nicipal da CIRA, em função da evolução tecnológica e/ou de razões conjunturais, como sejam as
que resultem do devir da concretização do processo em curso das transferências de competências
da Administração Central para as Autarquias.
O Regulamento encontra-se para isso sistematizado em III Partes: na Parte I integram-se as
Disposições Gerais, como a indicação da norma habilitante (que é uma exigência constitucional),
a identificação do seu objeto e do seu âmbito, algumas definições que facilitam a interpretação e
os princípios a que os seus destinatários devem particularmente atender. Na Parte II regulam-se
as questões de ordem procedimental, que distingue o Capítulo I e o Capítulo II por este último
estabelecer as disposições específicas de instrução no âmbito do Urbanismo, e, por fim, segue-se
a Parte III, que integra as disposições finais e transitórias.
Em cumprimento do Artigo 99.º do CPA, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 4/2015, de 7 de janeiro,
a nota justificativa do projeto do Regulamento deve ser acompanhada por uma ponderação dos
custos e benefícios das medidas projetadas.
Dando cumprimento a esta exigência acentua-se que o teor do presente Regulamento foi
desenvolvido no seio da CIRA no âmbito da operação Região de Aveiro Digital, cujo objetivo é
o aumento da eficácia e eficiência na ação das autarquias junto dos cidadãos e das empresas,
promovendo serviços modernos e eficientes que permitam reduzir os custos públicos de contexto.
A adoção de um modelo de governação intermunicipal, enquanto estratégia integrada de mo-
dernização administrativa é pilar de coesão institucional entre as autarquias, promove os serviços
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de uma forma concertada e harmonizada, fomenta a competitividade, atratividade e complemen-


taridade dos municípios da Região de Aveiro.
A disponibilização de conteúdos e serviços eletrónicos de uma forma normalizada, ágil e se-
gura aos cidadãos e às empresas, alinhados com as normas nacionais de qualificação do serviço
público, facilita a sua leitura e poupa tempo na sua realização.
Os elevados investimentos materiais e humanos da operação RAD traduzem o esforço feito na
prossecução dessa estratégia. Estes investimentos abrangem as áreas do atendimento e serviços
online, da reengenharia e desmaterialização de processos internos e externos, das plataformas
colaborativas de gestão de serviços e da qualificação dos serviços tecnológicos.
Apesar da necessidade continuada de investimentos na manutenção e evolução desta estra-
tégia, espera-se que os benefícios decorrentes, e nomeadamente com a adoção de regulamentos
municipais de acordo com um modelo comum de instrução de processos, se traduzam:

Na racionalização do modelo de organização e gestão municipal;


No uso intensivo de tecnologias de informação e comunicação;
No aumento de eficácia e eficiência da atividade administrativa;
Na qualificação de serviços prestados munícipes/cidadãos/empresas/outras entidades;
No aumento da interação entre a Administração Local e os munícipes/cidadãos/empresas/ou-
tras entidades.

Resulta assim que a aprovação do presente Regulamento se apresenta claramente como uma
mais-valia para a promoção do desenvolvimento local numa lógica intermunicipal e para a caracte-
rização de cada um dos Municípios que compõem a CIRA como Municípios Sustentáveis.
Assim, ao abrigo da competência prevista na alínea k) do n.º 1 do artigo 33.º, da Lei n.º 75/2013,
de 12 de setembro, na sua atual redação, foi aprovado pela Câmara Municipal, na sua reunião
realizada em 6 de agosto de 2020, o projeto de Regulamento Municipal de Instrução dos Procedi-
mentos Administrativos do Município de Aveiro, que foi submetido a consulta pública por 30 dias a
contar da sua publicação na 2.ª série do Diário da República, n.º 185, de 22 de setembro de 2020,
tendo sido igualmente publicitado no sítio institucional do Município, e por afixação nos locais ha-
bituais, para recolha de sugestões dos interessados, em cumprimento do previsto nos n.os 1 e 2
do artigo 101.º do Código do Procedimento Administrativo. A Federação Portuguesa da Indústria
de Construção e Obras Públicas, a Ordem dos Arquitetos e a Ordem dos Engenheiros, a Agência
para a Modernização Administrativa e a Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública,
foram diretamente convidadas a participar, tendo sido recebida pronúncia apenas da Entidade de
Serviços Partilhados da Administração Pública e da Ordem dos Arquitetos que se pronunciaram
favoravelmente à existência e teor do regulamento em causa. Findo o prazo de consulta, supra-
mencionado, não foram apresentadas quaisquer outras sugestões.
Assim, ao abrigo da alínea k) do n.º 1 do artigo 33.º e alínea g) do artigo 25.º, ambos do Anexo I
à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, a Assembleia Municipal de Aveiro, na sua sessão ordinária
de novembro/dezembro, em reunião realizada em 27 de novembro, e sob proposta da Câmara
Municipal aprovada na sua reunião ordinária de 12 de novembro, aprovou o presente regulamento,
que será publicado nos termos previstos no 139.º do Código do Procedimento Administrativo.

PARTE I

Disposições gerais

Artigo 1.º
Lei Habilitante

O presente Regulamento é elaborado nos termos e ao abrigo do disposto no n.º 7 do artigo 112.º
e no artigo 241.º da Constituição da República Portuguesa, na alínea k) do n.º 1 do artigo 33.º,
conjugada com a alínea g) do n.º 1 do artigo 25.º, ambas do anexo I da Lei n.º 75/2013, de 12 de
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setembro, no artigo 2.º e no n.º 3 do artigo 26.º do Decreto-Lei n.º 135/99, de 22 de abril, bem
como nos artigos 14.º e 61.º do Decreto-Lei n.º 4/2015, de 7 de janeiro, no n.º 10 do artigo 2.º e no
artigo 4.º da Lei n.º 37/2014, de 26 de junho, nos artigos 3.º a 7.º do Decreto-Lei n.º 290-D/99, de
2 de agosto, no artigo 2.º, 4.º e 5.º da Lei n.º 36/2011, de 21 de junho, no Decreto-Lei n.º 47344/66,
de 25 de novembro, no artigo 8.º-A do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro e no Anexo II da
Portaria n.º 113/2015, de 22 de abril, todos na sua atual redação.

Artigo 2.º
Âmbito

O presente Regulamento aplica-se a todos os procedimentos administrativos de iniciativa par-


ticular, independentemente do domínio de atribuição municipal, tema ou assunto a que respeitem,
quando instruídos pelos canais de interação especificados no Artigo 6.º

Artigo 3.º
Definições

Para efeitos do presente regulamento, considera-se:

a) Serviços online: portal acessível pelo sítio institucional do Município na internet direcionado
para a instrução de requerimentos e apresentação de elementos instrutórios em formato digital
pelos cidadãos e agentes económicos;
b) Formato digital: transmissão eletrónica de dados (nomeadamente, através dos “serviços
online”) bem como a apresentação do(s) ficheiro(s) ou pasta comprimida de ficheiros correspon-
dentes a cada elemento instrutório;
c) Dispositivos de armazenamento: componente portátil com capacidade de armazenamento
de dados que permita a sua consulta, uso e transmissão;
d) Formulário eletrónico: modelo normalizado disponível nos “serviços online” para a instrução
de requerimentos e respetivos elementos instrutórios em formato digital;
e) Assinatura eletrónica qualificada: assinatura digital ou outra modalidade de assinatura ele-
trónica avançada que satisfaça exigências de segurança idênticas às da assinatura digital baseadas
num certificado qualificado e criadas através de um dispositivo seguro de criação de assinatura, à
luz do exposto da alínea g) do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 290-D/99, de 2 de agosto;
f) Especificações de instrução dos requerimentos: conjunto de diretrizes e orientações que
identificam as formalidades administrativas que se devem observar aquando da apresentação dos
requerimentos e respetivos elementos instrutórios pelos canais de interação definidos no presente
Regulamento.
Artigo 4.º
Objeto

O presente Regulamento estabelece:

a) As disposições comuns de instrução de requerimentos e de apresentação de elementos


instrutórios em formato digital, pelos canais de interação especificados no Artigo 6.º;
b) As disposições específicas de instrução de requerimentos e de apresentação de elementos
instrutórios em formato digital respeitantes ao domínio do Urbanismo, pelos canais de interação
especificados no Artigo 6.º
Artigo 5.º
Princípios

1 — O presente Regulamento é elaborado e deve ser aplicado no respeito pelos princípios


gerais da atividade administrativa consagrados no CPA, em especial, os aplicáveis à administração
eletrónica, assim como pelos princípios de ação complementarmente estabelecidos no artigo 2.º
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do Decreto-Lei n.º 135/99, de 22 de abril, na sua redação atual e pelas regras estabelecidas no
Decreto-Lei n.º 74/2014, de 13 de maio, na sua redação atual.
2 — O uso de meios eletrónicos não implica restrições ou discriminações não previstas para
os interessados que se relacionem com o Município por meios não eletrónicos.

PARTE II

Disposições especiais

CAPÍTULO I

Disposições comuns de instrução

Artigo 6.º
Canais de Interação

Sem prejuízo das formas de apresentação de requerimentos estabelecidas pelo Artigo 104.º
do CPA, a instrução de requerimentos poderá ser efetuada pelos seguintes canais de interação:

a) Online, na área de “Serviços online” do sítio institucional do município na internet;


b) Presencial, nos locais de atendimento municipais;
c) Correio postal.
Artigo 7.º
Formas de instrução por canal de interação

1 — A instrução de um requerimento é efetuada pelos canais de interação definidos no ar-


tigo 6.º, com respeito pelas seguintes formas:

a) Online:

i) Através do portal municipal de “Serviços online”, disponível através da página da internet


https://www.cm-aveiropt/servicos-online/;
ii) O interessado ou o seu representante legal efetua o registo prévio inicial em formulário
eletrónico próprio, que, após validado pelo Município, permite a autenticação e acesso à sua área
pessoal;
iii) A instrução de requerimentos e respetivos elementos instrutórios, cujos formulários eletró-
nicos estejam disponíveis nos “Serviços Online”, é exclusivamente efetuada em formato digital;

b) Presencial:

i) A instrução presencial é realizada nos serviços de atendimento municipais;


ii) No caso de requerimentos no domínio do Urbanismo, os elementos instrutórios são obri-
gatoriamente apresentados em formato digital, sem prejuízo dos prazos e períodos de adequação
ao presente Regulamento definidos no Artigo 12.º;
iii) No caso de requerimentos de outros domínios que não o mencionado na subalínea anterior,
a apresentação dos elementos instrutórios em formato digital é facultativa;
iv) A apresentação dos elementos instrutórios em formato digital é feita através de dispositivos
de armazenamento;

c) Correio postal:

i) A instrução por correio postal é realizada mediante o envio de carta registada para o ende-
reço postal do Município;
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ii) No caso de requerimentos do domínio do Urbanismo, os elementos instrutórios são obri-


gatoriamente apresentados em formato digital, sem prejuízo dos prazos e períodos de adequação
ao presente Regulamento definidos no Artigo 12.º;
iii) No caso de requerimentos de outros domínios que não o mencionado na subalínea anterior,
a apresentação dos elementos instrutórios em formato digital é facultativa;
iv) A apresentação dos elementos instrutórios em formato digital é feita através de dispositivos
de armazenamento;

2 — Sem prejuízo do definido no n.º 1, nas situações de inexistência ou indisponibilidade dos


sistemas informáticos, a instrução dos requerimentos e elementos instrutórios decorre preferen-
cialmente com recurso a outros suportes digitais

Artigo 8.º
Assinatura de requerimentos e elementos instrutórios

1 — Todos os requerimentos são assinados pelos requerentes ou pelos seus representantes


legais, devidamente mandatados.
2 — Para os requerimentos apresentados através do portal municipal de “Serviços online” é
dispensada a assinatura, presumindo o Município a autoria dos atos praticados, quando:

a) seja utilizado o certificado digital do Cartão do Cidadão ou a Chave Móvel Digital como meio de
autenticação segura, ao abrigo do artigo 4.º da Lei n.º 37/2014, de 26 de junho, na sua redação atual;
b) seja utilizado o nome de utilizador e palavra chave, nos termos do contrato de adesão aos
“Serviços online”, subscrito no registo prévio inicial no portal;

3 — Os elementos instrutórios que sejam apresentados em formato digital são subscritos


através de assinatura eletrónica qualificada, salvo se essa não for exigida pelas especificações
referidas no n.º 3 do Artigo 10.º
4 — Sempre que haja fundadas dúvidas, poderá ser exigida a autenticação das assinaturas
nos termos legais.
Artigo 9.º
Representação do titular de um processo

1 — Os poderes de representação do titular de um processo são regulados pelo direito civil.


2 — Os documentos comprovativos da qualidade de representação são aceites nos seguintes
termos:

a) Em formato digital se subscritos com assinatura eletrónica qualificada do titular;


b) Através de indicação do código de consulta no requerimento, tratando-se de procuração online;
c) Tratando-se de documentos em formato papel subscritos com assinatura autógrafa do titular:

i) Caso o requerimento seja submetido através dos “Serviços Online”, é aceite uma cópia do
documento original, com termo de autenticação assinado digitalmente por entidade com compe-
tência, nos termos do Decreto-Lei n.º 76-A/2006, de 29 de março, na sua redação atual;
ii) Caso o requerimento seja entregue em atendimento presencial, é aceite a exibição do
documento original, para efeitos de conferência e averbamento, pelo funcionário municipal, sobre
cópia que fará parte da sua instrução.
Artigo 10.º
Especificações gerais para apresentação de elementos instrutórios

1 — Os elementos instrutórios apresentados em formato digital pelos canais de interação


identificados nas alíneas b) e c) do Artigo 6.º, são gravados numa única pasta comprimida de
ficheiros por requerimento.
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2 — Independentemente do canal de interação utilizado, a cada elemento instrutório corresponde


um ou mais ficheiros, ou pasta comprimida de ficheiros (neste caso passível de carregamento único).
3 — Os elementos instrutórios apresentados em formato digital devem respeitar as especifi-
cações de instrução dos requerimentos disponibilizados nos “Serviços online”.

Artigo 11.º
Formatos digitais admitidos para os elementos instrutórios

Sem prejuízo de formatos previstos em legislação especial, são admitidos os seguintes for-
matos digitais:

a) PDF/A (ISO 19005) é o formato de ficheiro a utilizar para os documentos, peças escritas,
imagens e fotografias;
b) DWG, ou formatos abertos equivalentes, é o formato de ficheiro a utilizar para as seguintes
peças desenhadas e georreferenciadas:

i) Levantamento topográfico;
ii) Implantação da operação urbanística;
iii) Limite do(s) prédio(s);

c) DWFx é o formato de ficheiro a utilizar para as restantes peças desenhadas, como projeto
de arquitetura ou outras não integrantes de projetos de especialidades, permitindo medições e
manuseamento de camadas.

CAPÍTULO II

Disposições específicas de instrução

SECÇÃO ÚNICA

Urbanismo

Artigo 12.º
Prazos, instrução e prevalência
1 — São definidos, de forma faseada, os seguintes períodos de adequação às disposições
para instrução em formato digital:

a) Até 120 dias após a entrada em vigor do presente regulamento: faculdade de instrução com
um exemplar em formato digital e um exemplar em papel, quando apresentados presencialmente
ou por via postal, sem prejuízo da instrução com mais exemplares nos casos previstos de neces-
sidade de consulta a entidades externas, sendo que, em caso de divergência entre os elementos
em suporte digital e os elementos em suporte papel, prevalecem os primeiros;
b) Após o termo do período indicado na alínea anterior: entrega dos elementos instrutórios,
unicamente em formato digital, independentemente do canal de interação, com obrigatoriedade de
cumprimento das disposições comuns e específicas, previstas no presente regulamento;

2 — Estão abrangidos pelos prazos e obrigações previstos no número anterior todos os pedidos
subsequentes e de continuidade de processos já existentes no Município.

Artigo 13.º
Junção, correção e substituição de documentos

1 — Quando houver necessidade de submissão de um pedido de junção de elementos, são


respeitadas as disposições de apresentação dos elementos instrutórios.
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2 — A entrega de correções aos elementos instrutórios consiste na entrega de um novo fi-


cheiro referente ao elemento a substituir, com a totalidade de folhas desse elemento, mantendo as
restantes propriedades do mesmo, acrescendo ao nome o número da versão entregue.

Artigo 14.º
Plantas de localização

1 — As plantas de localização podem ser obtidas presencialmente, nos locais de atendimento


municipais ou através da página da internet do Município em https://www.cm-aveiro.pt/servicosonline.
2 — A planta de localização com delimitação da área objeto da operação e sua área de en-
quadramento, com a delimitação do prédio, são apresentados num único ficheiro PDF/A.

Artigo 15.º
Especificações das peças desenhadas (DWFx)

1 — A primeira página de qualquer ficheiro DWFx é uma folha de índice, identificando todas
as páginas que o compõem.
2 — A última página de qualquer ficheiro DWFx contém uma listagem de todos os nomes de
layers/camadas com as respetivas descrições.
3 — As peças desenhadas respeitantes ao projeto de arquitetura (nomeadamente, plantas,
cortes, alçados e pormenores) ou outras peças desenhadas que não as integrantes de projetos de
especialidades, deverão ser apresentadas num único ficheiro em formato DWFx.
4 — Quando um ficheiro DWFx se refere a uma especialidade, este contém todas as folhas
relativas às peças desenhadas dessa especialidade.
5 — Cada peça desenhada é devidamente identificada com a designação atribuída na sua
respetiva legenda (por exemplo, plantas dos pisos, planta de coberturas, planta de implantação,
corte longitudinal AB, etc.).
6 — Todas as folhas contidas num ficheiro DWFx são criadas com o formato/escala igual ao
de impressão (por exemplo, um desenho a ser impresso em A1 deverá passar a DWFx com o
mesmo formato/escala).
7 — Nos casos referidos no número anterior, as escalas indicadas nos desenhos não dispen-
sam a cotagem dos mesmos, assim como as cores devem respeitar o estipulado no ponto 6 do
Anexo II da Portaria n.º 113/2015, de 22 de abril.
8 — A unidade utilizada é o metro (1 m = 1 unidade), com precisão de duas casas decimais.
9 — A impressão é configurada para que a componente vetorial do ficheiro tenha uma definição
(DPI) suficiente para garantir esta precisão.
10 — Todas as folhas criadas permitem a identificação e controle da visibilidade dos layers/
camadas e os seus nomes devem indicar o que representam.
11 — As peças desenhadas incluem legendas, contendo todos os elementos necessários à
identificação da peça: o nome do requerente, a localização, o número do desenho, a escala, a es-
pecificação da peça desenhada, lista de standards, nomeadamente a listagem de todos os nomes
de layers/camadas com as respetivas descrições, o nome do autor do projeto e a data.

Artigo 16.º
Especificações do levantamento topográfico e planta de implantação ou de síntese

1 — Todas as peças desenhadas estão georreferenciadas, no sistema de coordenadas PT-


-TM06/ETRS89.
2 — Todas as peças desenhadas cumprem com a lista de layers/camadas e respetiva simbo-
logia, respeitando as especificações do “Catálogo Intermunicipal de Layers/Camadas”, contendo
os limites da parcela de terreno a intervencionar e os polígonos dos edifícios sobre os quais inci-
dem as operações urbanísticas, apresentados sob a forma de polígonos fechados, em diferentes
layers/camadas.
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3 — Podem ser admitidas novas layers/camadas que não estejam previstas no referido catá-
logo, desde que caracterizem melhor a realidade existente.
4 — O referido “Catálogo Intermunicipal de Layers/Camadas” está disponível nos “Serviços
online”.
5 — Todas as peças são entregues com a data do levantamento em formato dd-mm-aaaa.
6 — A unidade utilizada é o metro (1 m = 1 unidade), com precisão de três casas decimais.
7 — Os pontos cotados (X, Y, Z) e curvas de nível 3D possuem a equidistância máxima de 2
metros.
8 — O perímetro correspondente ao limite da propriedade deve contemplar uma faixa envol-
vente mínima de 15 metros.
9 — A definição das empenas das construções confrontantes é voltada para o terreno e res-
petivas cotas altimétricas (empenas e cumeeiras).
10 — A representação de uma característica geográfica numa camada é completa, não de-
pendendo de elementos geográficos de outras camadas, ainda que isso implique duplicação.
11 — Os elementos do tipo “área” são do tipo linha ou polilinha e estão corretamente fechados
(erro topológico nulo).
12 — Os elementos do tipo “linha” utilizam uma geometria simples, não sendo admissível o
uso de splines.
13 — Os elementos do tipo “ponto” são representados como blocos e nunca como um conjunto
de elementos desenhados individualmente (explodidos).
14 — Os elementos do tipo “texto” pertencem à camada da entidade que representam ou
referenciam.
15 — As tramas ou preenchimentos são colocadas na camada da entidade que representam
ou referenciam e não devem estar desagregados (explodidos).

PARTE III

Disposições finais

Artigo 17.º

Taxas e preços municipais

Os requerimentos cuja instrução é regulada no presente Regulamento estão sujeitos ao pa-


gamento de taxas, nos termos e condições fixados no Regulamento Municipal de Taxas e Outras
Receitas e/ou no Regulamento Urbanístico do Município de Aveiro.

Artigo 18.º

Disposição transitória

O presente Regulamento aplica-se aos processos em curso à data da sua entrada em vigor.

Artigo 19.º

Normas revogadas

1 — É revogado o n.º 2 do artigo 19.º do Regulamento Urbanístico do Município de Aveiro,


publicado na 2.ª série do Diário da República n.º 145, de 28 de julho de 2015.
2 — São ainda revogadas as normas previstas em outros Regulamentos municipais, aprova-
dos em data anterior à entrada em vigor do presente Regulamento, que o contrariem ou que com
este sejam incompatíveis.
Diário da República, 2.ª série PARTE H

N.º 247 22 de dezembro de 2020 Pág. 414

Artigo 20.º
Legislação subsidiária

A tudo o que não esteja especialmente previsto no presente regulamento, aplica-se subsidia-
riamente:

a) O Código de Procedimento Administrativo;


b) O Decreto-Lei n.º 135/99, de 22 de abril, que estabelece medidas de modernização admi-
nistrativa;
c) A Lei n.º 37/2014, de 26 de junho, que estabelece um sistema alternativo e voluntário de
autenticação dos cidadãos nos portais e sítios na Internet da Administração Pública denominado
Chave Móvel Digital;
d) O Decreto-Lei n.º 74/2014, de 13 de maio, que estabelece a regra da prestação digital de
serviços públicos, consagra o atendimento digital assistido como seu complemento indispensável
e define o modo de concentração de serviços públicos em Lojas do Cidadão;
e) O Decreto-Lei n.º 76-A/2006, de 29 de março, na sua redação atual, que atualiza e flexibiliza
os modelos de governo das sociedades anónimas, adota medidas de simplificação e eliminação
de atos e procedimentos notariais e registais e aprova o novo regime jurídico da dissolução e da
liquidação de entidades comerciais.
Artigo 21.º
Legislação posterior

Todas as referências feitas pelo presente Regulamento a diplomas legislativos consideram-se


efetuadas à legislação superveniente, que os revogue ou altere.

Artigo 22.º
Entrada em vigor

O presente Regulamento entra em vigor no dia seguinte à data da sua publicação no Diário
da República.
313788489

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