Peter Pan - Peça

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Cena 1 – Quarto da Wendy

(Meg e João estão brincando de espada como se fossem Peter Pan e Capitão Gancho)

Meg: Você não vai se livrar dessa vez, Capitão Gancho.

João: Rá, Peter Pan, eu não irei deixar barato: Olha o que você fez com a minha mão.

Meg: Esse foi só o começo. Diga: Onde está a princesa Raio De Luz?

João: Há, você nunca saberá, Peter Pan.

Meg: Hey, Gancho: Ouve só: Tic tac tic tac tic tac.

João: (correndo) HAAAA

(Os dois caem na risada e vão até Wendy)

Meg: Wendy, conta mais uma história, só mais uma história, por favor... Por favorzinho!

João: Por favor, Wendy…

Wendy: Tudo bem, Tudo bem, mas é a última viu? Era uma vez, em uma terra muito muito distante, chamada
˜A Terra do Nunca˜, onde as crianças nunca cresciam. A ilha era protegida por índios, que detinham todo o
poder mágico, até que um dia…

(Entra a Sr. Darling e o Sr Darling com uma gravata na mão furioso)

Sr Darling: (tentando dar o nó na gravata) Essa parte vem aqui, e ai eu viro 360 graus e... (furiosos) Ah mas
essa gravata...

Wendy: O que aconteceu pai querido?

Sr Darling: (Berrando) O nó, não quer dar nó. Pelo menos não em volta do meu pescoço. Em volta do pé da
cama, sim. Já experimentei, para treinar, já consegui mais de vinte vezes. Mas em volta do meu pescoço, ah,
isso não! De jeito nenhum! Ela pede desculpas, mas se recusa... (Para senhora Darling) Vou lhe avisar uma
coisa, senhora mãe, se essa gravata não ficar direitinha no meu pescoço, nós não vamos ao jantar essa noite. E
se eu não for ao jantar essa noite, nunca mais vou ao escritório. E se eu não for mais ao escritório, você e eu
vamos morrer de fome e nossos filhos vão ser jogados na rua.

Sra. Darling: Deixa eu tentar, querido. Esse lado vai pra cá, este pra cá… Você, então da uma volta aqui, outra
ali, e pronto. (Dá um nó na gravata) É simples, viu?

Sr. Darling: Muito obrigado, querida. Agora crianças: Hora de dormir.

João: Mas a Wendy ia contar uma história, a última...

Sr. Darling: Bobagem! Wendy vive enchendo a cabeça de vocês meninos com essas histórias bobas...

Wendy: Mas, pai... Eu...

Sr. Darling: Mas pai nada, tenho dito senhorita, esta será sua última noite no quarto das crianças, entendeu? A
partir de amanhã você terá um quarto só para você e estará proibida de contar histórias para seus irmãos.

(Sr. Darling sai de cena)

Wendy: (para mãe) Mas mãe eu gosto de contar histórias…

Sra. Darling: Vamos Wendy, não chore minha filha, seu pai a ama, ele não falou por mal, é que ele se preocupa
com você e com seus irmãos

Wendy: Eu também não quero crescer.

Sra. Darling: Mas querida, crescer é natural. Todos crescem, eu cresci, seu pai cresceu.
Wendy: Não, não eu não quero.

Sra. Darling: Tudo bem, amanhã falamos sobre isso, agora obedeçam seu pai: Hora de dormir.

Meg e João: Mas mãe....

Sra. Darling: Já disse: Não se preocupem com isso, queridos... Amanhã falo com o pai de vocês, pra cama…
Já.

(Sra. Darling sai)

Wendy: Ta bem, vou contar só mais uma história...

João: Conta a história da Terra do Nunca, conta, conta!

Wendy: De novo? Eu sempre conto essa, já contei centenas de vezes.

Meg: Por favor, Wendy, eu adoro os Piratas, a princesa Raio de Luz e os Meninos Perdidos.

Wendy: Certo, só mais uma vez: Era uma vez...

(A luz se apaga)
Cena 2 - A Sombra

(Wendy, Miguel e João estão dormindo)

(A sombra de Peter entra no quarto e se esconde dele, em seguida Peter entra e começa a procurar sua sombra
acompanhado de Sininho)

Peter Pan: Xiiiiiu, Sininho não faça barulho.

(Sininho acena que sim)

Peter Pan: Sombra, Sombra... Onde está voce?

(Peter Pan começa a procurar a Sombra em todos os lugares)

(Ele acha sua sombra e tenta agarra-la)

Peter Pan: Ahaa. Achei voce!!!!

(A sombra tenta escapar, Peter e Sininho correm tentar pegá-la, Peter consegue pegar, porém não consegue se
colar com a Sombra. Ele desiste e começa a chorar)

(Wendy acorda assustada)

Wendy: O que está acontecendo? Quem é você? Prazer, sou Wendy Moira Angela Darling.

Peter: Sou Peter Pan.

Wendy: Só isso?

Peter: Só.

Wendy: Desculpe.

Peter: Não faz mal.

Wendy: Onde você mora?

Peter: A segunda à direita, e depois sempre em frente, até de manhã.

Wendy: Que endereço engraçado!

Peter: Não é não.

Wendy: Quer dizer, é assim que se escreve nas cartas?

Peter: Não tem carta nenhuma.

Wendy: Mas sua mãe recebe cartas, não recebe?

Peter: Não tem mãe nenhuma.

Wendy: Oh, Peter, coitado! Não admira que esteja chorando! (Desce da cama e vai para junto dele)

Peter: Eu não estava chorando por causa de mãe nenhuma. Estava chorando porque não consigo colar minha
sombra. Além do mais, eu não estava chorando...

Wendy: (Espantada) Ela descolou?

Peter: Descolou.

Wendy: Que horror! (Ri) Vai precisar costurar.

Peter: O que é costurar?

Wendy: Puxa como você é bobo!

Peter: Não sou não.


Wendy: Eu costuro para você. (Pega uma caixinha de costura e volta para perto de Peter) Pode ser que doa um
pouquinho.

Peter: Ah, mas eu não choro.

(Wendy começa a costurar, Peter aperta os dentes, mas não chora)

Wendy: Era melhor eu ter passado o ferro.

Peter: (Começa a andar de um lado para o outro, feliz) Ah, como eu sou esperto. Viva a minha esperteza!

Wendy: Seu convencido! Quer dizer que eu não fiz nada?

Peter: Fez sim, um pouquinho.

Wendy: Um pouquinho? Se não sirvo para nada, então posso muito bem ir embora...

(Wendy volta para a cama e coloca a cabeça em baixo das cobertas. Peter finge que vai embora, mas mesmo
assim ela não olha. Ele vai até a beirada da cama)

Peter: Wendy, não vá embora. Eu não consigo parar de ser convencido e ficar me gabando quando eu estou
feliz, Wendy. Wendy...

Wendy: Pois eu acho uma gracinha você dizer isso. E vou me levantar de novo. (Senta-se na cama) Se você
quiser, eu posso lhe dar um beijo.

(Peter estende a mão, esperando ganhar alguma coisa)

Wendy: Você não sabe o que é um beijo?

Peter: Vou ficar sabendo assim que você me der.

(Wendy dá um botão para ele)

Peter: Agora você quer que eu lhe dê um beijo?

Wendy: Se você tiver vontade.

(Wendy inclina o rosto em direção a Peter, ele dá um botão para ela)

Wendy: Vou usar o seu beijo com um cordãozinho em volta do pescoço. (Coloca um cordão no botão e o
amarra no pescoço) Quantos anos você tem?

Peter: Não sei... Mas ainda sou bem moço. Wendy, fugi de casa quando nasci.

(Wendy faz um gesto para Peter se sentar mais perto)

Peter: Foi porque eu ouvi meu pai e minha mãe conversando sobre o que eu ia ser quando crescesse. Eu não
quero crescer nunca, quero ficar sempre criança e me divertir muito. Por isso eu fugi para os jardins de
Kensington e vivi lá por muito tempo, no meio das fadas.

Wendy: Você conhece fadas? Como elas são? De que tamanho?...

Peter: Às vezes elas são bem chatas, vivem se metendo no meio do caminho, às vezes eu até me escondo
delas. Mas eu gosto das fadas. Sabe Wendy, quando o primeiro bebe riu pela primeira vez, a risada dele se
quebrou em mil pedacinhos e cada um saiu saltitando... Cada um virou uma fada, foi assim que elas
apareceram. Por isso deveria existir pelo menos uma fada para cada menino ou menina.

Wendy: Devia? Não existe?

Peter: Não, é o seguinte: hoje em dia as crianças sabem tanta coisa que logo deixa de acreditar em fadas. E
cada vez que uma criança diz “eu não acredito em fadas”, em algum lugar uma fada cai morta. (Lembrando de
Sininho) Não consigo imaginar onde ela se meteu. Sininho! Sininho!

Wendy: Peter, você não vai me dizer que tem uma fada aqui dentro desse quarto!

Peter: Ela estava aqui ainda agorinha. Por acaso você não a está ouvindo?

Wendy: A única coisa que eu estou ouvindo é uma musiquinha parecida com o som de sinos.

Peter: Pois bem, é ela, é Sininho. Essa é a língua das fadas. Acho que também estou ouvindo. (Contente)
Wendy, acho que tranquei a Sininho no baú.
(Peter abre a tampa do baú, Sininho corre pelo quarto, muito brava)

Sininho: Como você pode me esquecer dentro de um Baú? Você não só me esqueceu lá dentro, você se
esqueceu da minha existência.

Peter: Você não devia ficar falando essas coisas. É claro que eu estou triste por ter trancado você lá dentro,
mas como é que eu ia saber que você estava no baú?

Wendy: Ah, Peter! Se ela parasse quieta um instantinho para eu poder ver...

Peter: Elas quase nunca param quietas...

(Sininho senta-se um pouquinho)

Wendy: ah, que amor!

Peter: Sino... Esta dama diz que gostaria que você fosse a fadinha dela.

(Sininho apenas mexe a boca enquanto sai um som de sinos)

Wendy: que foi que ela disse Peter?

Peter: Ela não é muito educada. Disse que você é uma menina grande e feia, e que ela já é minha fada. (Para
Sininho) Você sabe muito bem que não pode ser minha fada Sino, porque sou um cavalheiro, e você é uma
dama.

Sininho: Seu burro, idiota. (Sai de cena)

Peter: Desculpe, ela é uma fadinha bem comum, uma funileira, encarregada de consertar panelas e chaleiras lá
no reino das fadas.

Wendy: Se você não mora nos jardins de Kensington...

Peter: Às vezes ainda moro...

Wendy: Mas onde você mora na maior parte do tempo.

Peter: Na Terra do Nunca, onde as crianças nunca crescem.

Wendy: Oh, parece ser divertidíssimo

Peter: E é mesmo... Mas ficamos muito sozinhos sabe? Voce não quer ir?

(Sininho puxa o cabelo de Wendy)

Wendy: Ai!

Peter: O que foi?

Wendy: Tive a sensação de que alguém estava puxando o meu cabelo.

Peter: Deve ter sido Sininho. Nunca a vi tão mal comportada assim.

Sininho: Vamos embora Peter, não chame essa menina pra vir com a gente, já tem criança demais lá na Ilha.

Peter: Ela está tão esquisita. Eu sempre venho aqui para escutar as historias. É que eu não sei nenhuma
historia, sabe? E nenhuma das crianças perdidas sabe contar historias.

Wendy: Mas isso é horrível!

Peter: Você sabe por que as andorinhas só fazem ninhos nos beirais dos telhados? Para poderem ouvir suas
historias. (Peter se levanta em um pulo e vai até a janela)

Wendy: Aonde você vai?

Peter: Encontrar as outras crianças perdidas.

Wendy: Não vá Peter. Eu sei tantas historias. Ah, tantas historias que eu poderia contar para elas.

(Peter segura o seu braço e a puxa em direção da janela)

Wendy: Me solte!
Peter: Wendy, por favor, venha comigo e conte...

Wendy: Puxa eu não posso... Pense só na mamãe, e além do mais eu não sei voar.

Peter: Eu te ensino...

Wendy: Que maravilha voar!

Peter: Então? Eu te ensino a voar montada no vento. E Wendy, lá tem sereias...

Wendy: Sereias! Com caldas?

Peter: Enormes! Wendy, nós íamos te respeitar tanto!

Wendy: Ah, ver sereias...

Peter: Wendy, você podia ajeitar nossas cobertas de noite. Nunca nenhum de nós teve ninguém que ajeitasse
nossas cobertas de noite.

Wendy: Ah... (Estende os braços para ele) É claro que é fascinante. Demais! Você ensina João e Meg a voar
também?

Peter: Se você quiser...

(Wendy vai até a cama e acorda João e Meg)

Wendy: Acordem!

João: Estou dormindo,

Meg: É de madrugada, Wendy.

Wendy: Peter Pan está aqui e vai nos ensinar a voar!

João: Então eu levanto!

(João e Meg se levantam)

Meg: (A Peter) Você sabe voar mesmo?

Peter: Sei sim!

João e Meg: Que maravilha!

Wendy: Que amor!

Peter: Sou mesmo. Um amor. Um amor.

João: Explique como a gente tem que fazer.

Peter: É só pensar em coisas boas e esses pensamentos gostosos vão te fazer subir no ar.

Wendy: Eu vou pensar em uma Lagoa de Sereias.

João: Eu vou pensar em uma caverna de piratas.

Meg: E eu acho que serei uma índia Guerreira.

(João, Wendy e Miguel tentam voar pulando das camas, mas só caem) (Sino ri)

Peter: Ah é, eu esqueci: vocês precisam de um pouco de poeira das fadas. (Sininho tenta fugir, mas Peter
alcança e pega com ela poderia de fadas) (Joga um pouco de glitter nas crianças) Só um pouco de pó magico e,
agora pensem em coisas felizes… (E voam)

Meg: Agora eu aprendi Wendy!

João: Vamos voar lá fora?

Peter: Para a Terra do Nunca!

(Todos saem pela janela.)


Cena 3 – Voando

(Sininho, Peter, Wendy, João e Miguel indo para a Terra do Nunca)

Peter: Olhe, lá está.

João, Wendy e Meg: Cadê? Cadê?

Peter: Ali, a segunda estrela a direita.

Meg: Wendy olha lá a lagoa!

Wendy: Veja João, sua caverna!

João: Olhe ali Meg, estou vendo a fumaça do acampamento dos índios!

Meg: Onde? Me mostre que pelo jeito dela subir eu digo se estão se preparando para a guerra.

João: Bem ali.

Meg: Estou vendo. É sim, estão se preparando para a guerra!

Peter: Vocês querem uma aventura agora ou depois do jantar?

Wendy: Depois do jantar.

João: Que tipo de aventura?

Peter: Tem um pirata dormindo nos pampas bem embaixo da gente, podemos ir lá e acabar com ele.

Meg: E nessa ocasião tem muitos piratas na ilha?

Peter: Nunca houvera tantos.

João: E quem é o chefe deles agora?

Peter: Gancho.

Meg: O famoso Capitão Gancho?

Peter: Ele mesmo.

João: E como ele é? Muito grandalhão?

Peter: Menor do que já foi.

Wendy: Como assim?

Peter: Eu cortei fora um pedaço dele.

Meg: Você?

Peter: É... Eu mesmo.

Meg: Mas que pedaço?

Peter: A mão direita.

Meg: Então agora ele não pode lutar?

Peter: Se pode...

Wendy: É canhoto?

Peter: Mandou botar um gancho de ferro no lugar da mão, e espeta com ele.

João: Espeta?

Peter: Foi o que eu disse João.


João: Sei...

Peter: Diga: “Sei sim senhor”.

João: Sei sim senhor.

Peter: Mas há uma coisa que toda criança que serve sob minhas ordens tem que prometer, e você também. É o
seguinte: se encontrarmos com gancho numa luta, você tem que deixar ele pra mim.

João: Prometo.
Cena 4 – Navio Pirata

(Gancho, seguido de Smee, e os Piratas. Todos com espadas na mão, cantam)

Piratas: Nós todos somos piratas,


Audazes e temerários,
Terríveis e sanguinários,
Nós somos os donos do mar
Hey!

Gancho: Eu sou um pirata terrível,


Sou frio e insensível,
Muitos me acham temível,
Eu mato sem nem mesmo pensar.

Piratas: Hey!
Nós todos somos piratas,
Audazes e temerários,
Terríveis e sanguinários,
Nós somos os donos do mar
Hey!

Gancho: (Para os piratas) Espalhem-se e procurem os meninos. Mais que tudo eu quero o chefe deles, o tal
Peter Pan. Foi ele que cortou o meu braço. Há muito tempo que eu estou querendo apertar a mão dele com isso
aqui.

Rufus: Mas, capitão, eu sempre ouvi o senhor dizer que esse gancho valia mais que dez mãos. Que servia pra
pentear o cabelo e para uma porção de coisas...

Gancho: É... e se eu fosse uma mãe, ia rezar para que os meus filhos nascessem com isso em vez disso aqui...
Mas Peter jogou meu braço para um crocodilo que estava passando.

Toquinho: Bem que eu reparei que o senhor tem um senhor tem um estranho pavor de crocodilos.

Gancho: De crocodilos não. De certo crocodilo. Ele gostou tanto do meu braço que me persegue por mar e
terra, lambendo os beiços, esperando o resto de mim...

Jack: De certa forma, isso é um elogio... (orgulhoso) Ele já comeu minha orelha.

Toquinho: E meu pé.

Rufus: E meu olho direito.

Gancho: Não quero saber desse tipo de elogios, quero saber é de Peter... Esse crocodilo já teria me pegado se
ele não tivesse engolido um despertador que fica fazendo tique taque dentro dele. Quando ele vai chegando
perto eu ouço o tique taque e dou um pulo...

Smee: Qualquer dia a corda do relógio acaba e aí ele te pega...

Gancho: Smee…

Smee: Sim capitão!!

Gancho: Por que demorou tanto?? O que estava fazendo, vamos fale!

Smee: Eu… É… Eu tava… Hm…

Gancho: Quieto serviçal!

Smee: Mas Capitão, descobrimos que a Princesa Raio de Luz sabe a localização da casa das crianças
perdidas, capitão! E parece que Peter não está lá.
(Do outro lado do palco, os piratas estão juntos)

(Toquinho tira um relógio do bolso)

Toquinho: São quase oito horas, será que vai demorar muito?

Rufus: Espero que não, hoje é o último capítulo da novela.

Jack: É hoje que Tereza Cristina descobre que Carlos Alberto é o pai dela.

Rufus e Toquinho: Não, mentira!

Jack: É sim, eu li na revista.

(Ouve-se barulho de tic tac vindo do relógio)

(Capitão Gancho fica acuado em um canto com muito medo)

Gancho: Smee… Smee, É ele… É ele o crocodilo, ele voltou, mande ele embora… Por favor!!!

(Os piratas olham para o relógio na mão de Toquinho e se desespera)

Smee: Xoooo, Xooo Crocodilo. Que coisa feia assustando meu capitão, vai embora crocodilo feio.

(O relógio passa na mão de cada um pirata até ser jogado longe pelo último)

(Tic tac some)

Gancho: Ufa… Ufa, mas me fale mais… O que mais você descobriu?

Smee: Fiquei sabendo que Peter Pan arrumou uma mãe para contar histórias para eles.

Gancho: Temos que arrumar um plano pra capturar a mãe deles.

Toquinho: Tenho uma ideia, capitão…

Gancho: Não, seu idiota, isto não, isto não pode dar certo.

Rufus: Talvez, se a gente…

Gancho: Isso também não, imprestável. Ve se pensa numa coisa melhor

Jack: Capitão, queria falar que…

Gancho: Sim… Isso sim, besta quadrada, vamos usar essa ideia pro nosso plano. (Smee levanta a mão) Diga,
Smee…

Smee: Preciso ir no banheiro, Capitão (sai correndo)

Gancho: (segurando Smee pela roupa): Já tenho um plano: A filha da Cacique sabe onde o Peter se esconde,
capturamos a princesa e obrigamos ela a falar onde ficar o esconderijo das crianças perdidas.

(Toquinho pega uma luneta e vê lá ao longe Peter, Wendy, Meg e João)

Toquinho: Capitão, Capitão

Gancho: O que foi agora.

(Toquinho passa a luneta para Rufus)

Rufus: Oh, sim. Capitão você não vai acreditar.

(Jack pega a luneta de Rufus)

Jack: HAHAHA Que maravilha.

(Gancho irritado vai até Jack e pega a luneta dele.)

Gancho: Olha só, Peter Pan e seus amigos! Preparem os canhões!


(Saem)
Cena 5 - Peter vs Gancho

(Entram Peter, Wendy, Meg e João)

Meg: É maravilhoso.

João: A Terra do Nunca é ainda maior do que imaginei.

(Sininho entra correndo e vai até Peter)

Sininho: Peter… Os piratas os viram antes do escurecer. E estão preparando o Tião Comprido

Meg: O canhão grandão?

Sininho: Se adivinharem que estamos por perto na certa vão atirar.

(Os cinco começam a andar e olhar para os lados. Silêncio absoluto)

Meg: Ah, se pelo menos tivesse algum barulho.

(Som de canhão, os cinco caem. Black-out. Acendem-se as luzes, todos estão caídos, Sininho se levanta
chamando Wendy e ela vai atrás.)

(Ficam Peter, João e Meg. Entra todo o núcleo dos Piratas)

(Cena montada a partir de jogos.

Núcleo dos Piratas vs Peter, Meg e João+ Núcleo Aldeia)

(Ao fim, saem Peter Meg e João e as Índias)

Gancho: Voltamos então com o plano A: Em direção a Aldeia Piccanniny, aqueles índios conhecem essa Ilha
melhor do que eu conheço meu próprio navio.
Cena 6 – Crianças Perdidas

(Crianças perdidas estão dormindo. Sino entra faz cócegas no Ligeiro e coloca a pena na mão de Filhote. Ligeiro
acorda bravo e briga com Filhote.)

Ligeiro: Ei… Você me acordou. (Pega a pena e faz cócegas no Filhote)

(Filhote começa a rir e se debater e sem querer bate a mão no Assobiador. Que por sua vez acorda bravo com
Filhote.)

Assobio: Ei eu tava tendo um sonho muito bom.

Filhote: Foi o Ligeiro, ele que me fez…

Ligeiro: Não fui eu não, foi você.

(Ponta Afiada acorda)

Ponta Afiada: Que barulheira toda é essa. Estou tentando dormir.

(Todos brigam) (Sininho ri)

Sininho: Crianças, trago ordens de Peter Pan

Assobiador: Quais são as ordens, Sininho?

Sininho: Uma Terrível Wendy se aproxima.

Filhote: Uma terrível o que?

Ligeiro: Wendy!

Ponta Afiada: O que é uma Wendy?

Sininho: Não há tempo para explicações. Ela está vindo voando por ali. (Aponta)

Assobio: NÃO HÁ TEMPO.

Ligeiro: Amassem?

Filhote: Capturem?

Ponta Afiada: Peguem?

Assobio: Triturem?

Ligeiro: Transforme em suco?

Filhote: Não, em purê!

Ponta Afiada: Eu prefiro geleia.

Sininho: Não. Não, não e não. Peguem seus arcos e flechas…

Crianças Perdidas: Ahhhh….

(Todos acenam positivamente, apontam as flechas)

Sininho: Preparar.

(Um por vez)

Assobio: Assobio, pronto.

Ligeiro: Ligeiro, pronto.

Filhote: Filhote, pronto.

(Silencio, Ponta Afiada está distraído, Filhote cutuca ele)


Ponta Afiada: Que? Que foi?

(Todos olham com cara feia.)

Ponta Afiada: (Se recompondo) Ah sim, Ponta Afiada, pronto.

Sininho: Apontar... (todos apontam) Atirar! (Todos atiram) (comemoram)

Ligeiro: Eu que acertei!

Assobio: Não, não foi, fui eu que acertei.

Ponta Afiada: Se alguém acertou, fui eu!

Filhote: O seu não passou nem perto, fui eu que acertei.

(Wendy entra cambaleando e cai) (Crianças perdidas se aproximam)

Assobio: Ela não me parece tão terrível assim

Ligeiro: Não mesmo.

Filhote: Menina, menina… Você está machucada?

Wendy: Não… Não, acho que estou bem.

Ponta Afiada: Mas então eu não acertei?

(Filhote, ligeiro e assobio olham feio)

Filhote: (chamando atenção) Sininho…

(Sininho vai saindo de fininho)

Assobio: Sininho! Você fez isso de propósito.

Sininho: Eu… É… Na verdade, é que… Então…

Ligeiro: Sininho… Ah, se Peter ficar sabendo ele vai te banir da Terra do Nunca.

(Sininho olha brava e sai furiosa)

Ponta Afiada: Vamos, Terrível Wendy, vamos te mostrar a ilha.

Wendy: (rindo) Eu não sou Terrível, sou apenas Wendy.

Ponta Afiada: Que seja então, Apenas Wendy.

(Wendy ri, os outros três olham bravos)

Filhote: Prazer, sou Filhote.

Assobio: Eu sou Assobio.

Ligeiro: Eu sou Ligeiro, e este é Ponta Afiada.

Ponta Afiada: Nós somos as Crianças perdidas.

Wendy: Crianças Perdidas?

Ligeiro: São crianças que caem dos carrinhos quando as babás não estão prestando atenção.

Assobio: Se em sete dias ninguém for procurar por elas, elas são mandados para a Terra do Nunca, para
diminuir as despesas.

Ponta Afiada: E eu sou o chefe.

Filhote: Ei, não minta Ponta… E Peter Pan é o chefe.

Wendy: Ah… Entendi!

(Peter entra com João e Meg)


Peter: Wendy! Crianças!

Crianças Perdidas: Peter! (Tentam contar o que soninho aprontou vira tudo uma grande confusão)

Peter: Atenção! (Todos apostos) Eu trago uma mãe para contar histórias para vocês e é assim que vocês a
recepcionam?

(Crianças resmungam)

Peter: Sem problemas, agora vamos conhecer a Ilha!

Wendy: Mas e as sereias?

João: Eu quero conhecer a Aldeia Piccanniny

Meg: Eu quero conhecer a princesa Raio de Sol

Peter: Então decidido: Crianças levem Meg e João para conhecer a aldeia. Wendy eu te levo até o Lago das
Sereias.

(Saem Peter e Wendy de um lado, e o resto do outro)


Cena 7 - Aldeia Piccanniny

Princesa Raio de Sol: (para a prateia) Por muitas luas homens vermelhos lutaram contra garotos maus. Mas
agora garotos maus não são mais tão maus, são bons… São amigos.

(Rufus, Toquinho e Jack entram em cena)

Rufus: Ali, olhe… Lá está ela.

Toquinho: A filha da Cacique da Ilha.

Jack: A Princesa raio de sol

(Se aproximam devagar)

Princesa Raio de Sol: Peter Pan, enfim encontrou uma mãe para ele e para as crianças perdidas, mas agora
eles precisam da minha ajuda contra o terrível Capitão Gancho, e seus capangas piratas. Eu, e apenas eu sei
onde fica o esconderijo deles, e é meu dever manter esse segredo sob sete chaves e sete luas. (Olha para
longe) Mas o que é isso?

(Os três chegam até ela e a capturam) (saem os quatro)

(Entra a Cacique)

Cacique: Terra do Nunca, pedaço de terra cercado de água por todos os lados: Casa dos índios da Aldeia
Piccanniny, e eu sou a Cacique, mãe da Princesa Raio de Sol. Nós homens vermelhos somos detentores de
toda a magia da ilha, mediadores entre os moradores e a natureza, nós mantemos o equilibro da terra onde
ninguém nunca cresce. Porém hoje pela manhã percebi que minha filha Princesa Raio de Sol está sumida, e
suspeito que Peter Pan e suas crianças perdidas estejam envolvidos nisso.

Alvorada! Alvorada!

Alvorada: (chega) Sim, senhora Cacique. (Entra Alvorada seguido de Meg, João e as crianças perdidas, todos
capturados)

Cacique: Alvorada, você tem informações de onde está minha filha, Princesa Raio de Luz?

Alvorada: Senhora Cacique, rondei toda floresta que cerca Aldeia. Avistei ao norte algumas crianças perdidas,
aquelas de Peter Pan. Eles estavam cercando o perímetro da nossa Aldeia.

Cacique: Meninos mentem, meninos são maus. Peter Pan e seus meninos sequestraram a Princesa Raio de
Luz. Mas isso não vai ficar assim. Quero minha filho de volta ou seus amigos sofrerão as consequências.

Alvorada: Meninos maus sofrerão as consequências. (Amarra os meninos)

Cacique: Alvorada, vá até Peter Pan e diga que estou com meninos dele aqui, e que se ele quiser algum dia ver
seus amigos novamente: Que traga Princesa Raio de Luz de volta até mim.

(Alvorada sai)

Cacique: Por muitas luas homens vermelhos lutaram contra garotos maus, algumas vezes vocês ganham,
outras vezes nós ganhamos.

Ponta Afiada: Certo, senhora Cacique, você ganhou desta vez.

Filhote: Você pode nos soltar agora?

Meg: Nos soltar? Quer dizer que é só uma brincadeira?

Assobio: Claro, quando nós ganhamos, nós os soltamos.

Ligeiro: E quando eles ganham, eles nos soltam.

Cacique: Dessa vez, não soltaremos.

(As crianças se assustam mas depois riem)


Ligeiro: Hahaha, a Cacique é muito engraçada.

Filhote: Brincalhona ela.

Cacique: Não sou brincalhona. Onde vocês esconderam a Princesa Raio de Sol?

João: A Princesa Radio de Sol?

Assobio: Nós não pegamos sua princesa.

Ligeiro: Eu nunca nem ouvi falar dela.

(Todos concordam ˜eu também nem sei˜, “nunca a vi antes”, “princesa raio do que?”)

Cacique: Mentira! Se a Princesa Raio de Sol não voltar até o por do sol, teremos churrasco.

Ponta Afiada: hmmm adoro churrasco.

(Todos olham bravos pra ele)

(Apaga a luz, fim de cena, saem todos)


Cena 8 - Lago das Sereias

(Criar a partir de um jogo uma cena com a sereia e o tritão)

(Sereia e Tritão estão penteando os cabelos)

(Wendy e Peter chegam)

Wendy: Olhe só, sereias de verdade!

Peter: Você gostaria de conhece-los?

Wendy: Sim, claro! Por favor

(Se aproximam)

Sereia: Olha só, é o Peter.

Tritão: Peter Pan, quanto tempo!

Peter: Olá!

Sereia: Estou tão feliz de te ver!

Tritão: Por que ficou tanto tempo longe?

Peter: Eu estava procurando uma mãe!

Tritão: Ha! Uma mãe, imagino que deva ter sido uma grande aventura.

Sereia: Vamos nos conte como foi. Foi empolgante?

Peter: Tanto quanto aquela vez vez que decepei a mão do Capitão Gancho.

Tritão: AHH, eu adoro esta história.

Sereia: Conte novamente, conte.

Peter: Lá estava eu, na Pedra dos Afogados, cercado de…

(Wendy pigarreia)

(Sereias percebem então a presença dela)

Sereia: Oh, quem é essa?

Peter: Han? Ah… Essa é a Wendy.

Tritão: E o que ela faz aqui?

(Sereia vai até a Wendy e começa a puxa-la)

Sereia: Vamos Wendy, nade conosco

Wendy: Oh não. Eu não trouxe roupa de banho.

Sereia: Ah não, venha, você tem que vir.

Tritão: Insistimos.

Sereia: Não gosta de nós?

Wendy: Peter?

(Peter Pan ri)

Peter: Calma, Wendy, eles só estão se divertindo, não é?

Tritão: Nem pensamos em afogá-la….

Sereia: Ainda.
Peter: Viu? Apenas brincando!

Wendy: Peter…

(Jack, Rufus e Toquinho passam atrás cantando a música do pirata levando a Princesa Raio de Luz como
prisioneira)

Peter: Shiu, vejam: Piratas…

Sereia e Tritão: Ah não, piratas. (se escondem)

(Saem os piratas e a princesa)

Tritão: Oh não, pegaram a Princesa Raio de Luz.

Sereia: E pelo jeito vão para a Ilha da Caveira.

(Entra Alvorada)

Alvorada: Rá, te encontrei Peter Pan! Devolva agora a Princesa Raio de Luz!

Peter: Como?

Alvorada: Nós encontramos seus amigos cercando a Aldeia, e sabemos que você está com a filha da Cacique,
se você não a devolver até o fim da tarde, eles sofrerão as consequências.

Wendy: Oh não, Meg e João estão junto das crianças perdidas… Peter!

Peter: Não se preocupe, nós vamos resgatar a Princesa Raio de Luz, e salvaremos seus irmãos. (Para as
sereias) Até mais.

Tritão: Boa Sorte, Peter Pan.

Sereia: Se precisar de nós, chame-nos por essa concha! (entrega uma concha para Peter)

(Saem todos)
Cena 9 - Ilha da Caveira

(Capitão Gancho, Smee, Piratas e princesa Raio de Luz amarrada a uma ancora)

(Peter e Wendy assistem escondidos)

Gancho: (para Princesa) Então este é o acordo: Você me conta onde fica o esconderijo de Peter Pan, e eu a
soltarei. E eu sou um homem de palavra, não sou marujos?

Smee: É sim, Capitão.

Toquinho: É, mesmo

Jack: Uhum.

Rufus: De muitas palavras.

Raio de Luz: Eu já disse: Não contarei.

Gancho: Melhor falar, minha cara, pois a maré vai subir logo, e então será muito tarde.

Peter: Ah esse bacalhau podre, ele vai se ver comigo. Espere aqui, Wendy, e assista a diversão.

Wendy: Han? Diversão?

Gancho: Lembre-se não há caminho através da água para voltar a sua Aldeia.

Raio de Luz: Não falarei, e pronto.

Gancho: (irritado) Esta é sua última chance.

Toquinho: Fale menina.

Jack: Vamos fale logo, não temos o dia todo.

Rufus: Daqui a pouco começa a minha novela.

(Peter, escondido, fala com uma voz assustadora)

Peter: Manitu, grande espírito das águas e do mar, cuidado Capitão Gancho. Cuidado!

(Todos fazem cara de assustados)

Gancho: Ouviu isso, Smee?

Smee: É um espírito do mau, capitão.

Gancho: Fique de olho, Smee. Vou dar uma olhada. Espirito das águas, ein? (Vai explorando com a espada na
mão)

(Peter fica bem atrás do Capitão de forma que ele não o vê, ele o procura até sair de cena)

Peter: (se esconde, cochichando) Psiu, Wendy, olhe isso. (Imitando o Capitão Gancho) Sr. Smee

Smee: Sim, sr. Capitão.

Peter: Solve a princesa, e a devolva para sua tribo

Smee: Sim senhor capitão. (Para os piratas) Vocês ouviram, soltem a princesa.

(Os piratas vão até ela e a soltam.)

Toquinho: Soltar a princesa!


Rufus: Mas… Capitão?

Peter: (com voz do Gancho) Essas são as minhas ordens, imprestaveis.

Jack: (assustado) Vamos, vamos!

(Peter e Wendy riem)

(Os piratas soltam a princesa e vão saindo)

(Gancho volta pro palco)

Smee: Sabia que o capitão tomaria juízo!

Rufus: Eu disse.

Jack: Verdade.

Toquinho: Eu sabia que a princesa nunca trairia Peter Pan.

Gancho: E o que vocês acham que estão fazendo?

Smee: Apenas o que você nos disse, obedecendo ordens.

Gancho: Minhas ordens?

Os tres piratas: Sim, capitão!

Gancho: Pra trás seus tontos.

(Eles voltam)

Gancho: (resmungando) Minhas ordens, minhas ordens.

Peter: (com voz do capitão) Sr. Smee, o que acha que está fazendo?

(Gancho ouve, e vai de fininho até Peter)

Smee: Levando-a de volta, como o senhor mandou.

Peter: (com voz do capitão) Eu não disse nada disso!

Jack: Mas capitão…

Toquinho: O senhor não disse?…

Rufus: Pensei que…

Peter: (com voz do capitão) Pela última vez… Leve a Princesa até sua tribo. Entendeu?

Piratas: Sim, senhor!

Peter: (com voz do capitão) E mais uma coisa: Quando voltar ao navio, diga a toda a tripulação que bebam a
vontade do meu melhor rum!

(Nesse momento o capitão chega até Peter, e assim quando vai apunhalar Wendy grita “Peter” e ele desvia)

Gancho: Ai está seu espírito, Smee!

Smee: Ora, é o Peter Pan!

Gancho: Seu abelhudo, insolente.

Peter: Obrigado, Capitão!

Gancho: Venha aqui, rapaz, venha sentir o gosto de aço.

(Peter corre de um lado pro outro desviando dos golpes do capitão)

Raio de Luz: Cuidado, Menino Pan

(Trabalhar cena de Peter desviando dos piratas)


(Ao fim Peter pega a concha que as sereias deram)

Peter: (falando para a concha) Criaturas do Mar me ajudem!

(Um barulho de tique taque)

(Trabalhar cena com crocodilo, ao fim Gancho é engolido pelo crocodilo)

Capitão: Smee!

Smee: Espere ai, Capitão. Eu vou te salvar!

(Os piratas vão todos tentar ajudar, mas um tropeça no outro) (Jacaré sai e os piratas saem atrás)

Raio de Luz: Peter! Que bom que você veio: Obrigada por me salvar!

(Wendy se aproxima)

Raio: Obrigada também senhorita…

Wendy: Wendy.

Raio: Obrigada senhorita Wendy.

Wendy: Agora vamos, temos que te levar de volta pra tribo, está escurecendo!

(Saem os três)

Cena 10 - De volta ao Navio

(Gancho está sentado de um lado com Smee cuidando dele)

Gancho: Aquele maldito Peter Pan, me fazendo de bobo.

Smee: Pobre capitão.

(Do outro lado estão os três piratas)

Toquinho: Ah, sinto falta dos dias antigos.

Rufus: Nem me fale, que saudades dos nossos dias de piratas de verdade.

Jack: Ah… Os antigos dias de mares.

Toquinho: Bombardeando navios.

Rufus: Saqueando mendigos.

Jack: Degolando Inimigos.

Toquinho: Agora tudo que o capitão pensa é naquele Peter Pan.

Rufus: Peter Pan pra lá, Peter Pan pra cá.

Jack: Ele está obcecado.

Toquinho: Parece até apaixonado, olha pra ele (os três olham e o capitão está com ar de sonhador)

Smee: Capitão, ouvi recentemente que Sininho foi embora da ilha.

Capitão: (tendo uma ideia) Hmmm, foi? Mas por que?


Smee: Por conta da menina nova: Wendy. Sininho está morrendo muitos ciúmes.

Gancho: Ora, ora. (Tendo uma ideia) É isto, Smee… É isto!

Smee: É o que, capitão?

Ganho: Se impressionarmos a fadinha convencendo-a de que vamos ajudá-la, talvez ela nos leve a um certo
esconderijo. (Chamando) Marujos.

Piratas: Sim, senhor Capitão.

Ganho: Vão até a ilha e traga a Sininho até a mim.

(Os tres saem)

Cena 11 - De volta a Aldeia

(Cacique no meio entre Princesa Raio de Sol e Alvorada) (Crianças, Wendy, Meg e João estão soltos em volta)

Cacique: (falando serio) Peter Pan, guerreiro valente salvou a Princesa Raio de Luz. Estou muito, muito
contente.

Meg: (cochilando para João) Ele não parece tão contente.

Alvorada: Peter Pan, antes inimigo, agora amigo!

Princesa Raio de Luz: Agora é Aguia dos Ares.

Crianças Perdidas: Águia dos Ares, ebaaaa

(Todos comemoram, cantam e saem dançando) (Sininho vê de longe muito brava)

Sininho: Peter está tão distraído com Wendy e seus novos amigos que até esqueceu da minha existência, nem
percebeu minha falta.

(Os três piratas aparecem atrás de Sininho e a captura)

(Blackout) (Quando ascende Gancho e Smee também estão no palco)

Gancho: Senhorita Sininho, admito minha derrota: Amanhã deixarem a ilha e nunca mais voltarei!

(Os três piratas comemoram)

Gancho: E é por isso que pedi que viesse, minha cara, para avisar ao Peter que não guardo rancores. Ah Peter
tem seus defeitos, certamente… Trazer Wendy para ilha, é um deles por exemplo.

Sininho: Pela primeira vez, posso concordar com o senhor.

Gancho: Sim, comentam por ai que ela já até se intrometeu entre você e Peter.

Sininho: (triste) É verdade!


Gancho: Mas então é verdade. Ah sr. Smee, veja só o que ele fez a essa pobre fada: Desfruta de sua amizade
por tantos anos, e depois a descarta como um sapato velho.

Sr Smee: Esses meninos de hoje em dia…

Gancho: Mas não devemos julgar Peter com tanta severidade, minha cara.

Sininho: É tudo culpa da Wendy!

Gancho: Sim… Sr. Smee, temos que ajudar Peter. Mas como? Temos tão pouco tempo, e estamos de partida
amanhã de manhã.

(Piratas comemoram)

Gancho: (como se tivesse uma ideia) Velejando, é isso mesmo, marujos. Vamos raptar Wendy.

Sininho: Raptá-la?

Gancho: Sim, leva-la conosco. Sem ela por perto, ele logo a esquecerá.

Sininho: Que ideia excelente.

Gancho: Vamos temos que cercá-lo

Smee: Mas capitão, não sabemos onde Peter mora.

Sininho: Mas eu sei! (Ela tira um mapa do bolso e aponta onde fica o esconderijo) Posso lhe mostrar o
caminho.

Gancho: Tomem nota, marujos.

Sininho: (apontando para o mapa) Começar pelo Cabo do Perneta

Piratas: (anotando) Começar pelo Cabo do Perneta

Sininho: Quarenta Passos a oeste do Penhasco do Cego

Piratas: Quarenta Passos a oeste do Penhasco do Cego

Sininho: Salte, deslize e atravesse o Riacho do Crocodilo.

Piratas: Riacho do Crocodilo.

Sininho: Ai então Norte para Noroeste, um, dois, tres… Mas capitão Gancho, Você não deve machucar Peter.

Gancho: Gancho da sua palavra de que não encostará nem mesmo um dedo.

Sininho: Nem um gancho!

Gancho: Nem um gancho em Peter Pan.

Sininho: Então… É aqui: Na Árvore do Enforcado é a entrada para o esconderijo.

(Os piratas então agarram Sininho a prendendo)

Piratas: (comemorando) Árvore dos enforcados!

(Eles andam pelo palco cantando como se estivessem indo para o esconderijo. Chegam)

(Gancho tira um embrulho do bolso)

Gancho: E agora Smee, nós cuidaremos do Peter Pan.

Smee: Mas capitão, não seria mais humanos se você apenas cortasse sua garganta?

Gancho: Sim, Smee, seria de fato. Mas eu prometi que não encostaria um dedo no menino, e o Capitão Gancho
nunca quebra sua promessa.

Rufus: Mas o que tem dentro deste embrulho?


Jack: Um veneno do mais potente.

Toquinho: E quando Peter tomar, a Terra do Nunca acabará… (todos riem)(saem)

Cena 12 - “Eu acredito em fadas”

(Peter entra e ve o frasco e le o bilhete)

Peter: “De Wendy para Peter.” Hm, um suco… Que maneiro Wendy.

(Faz como se fosse tomar, Sininho entra gritando “Peeeeeeeeter” e toma o fraco da mão dele e toma)

Peter: Sininho… Por que você fez isso? É um presente da Wendy para mim.

Sininho: Não, era um veneno do Capitão Gancho para você.

Peter: Veneno? Ora Sininho, não seja boba…

(Sininho começa a passar mal e cai)

Peter: Sino… Sininho? Oh não era realmente um veneno. Não (grita)

(Crianças perdidas, Wendy e seus irmãos entram desesperados)

Wendy: O que aconteceu?

Peter: Sininho… Ela… Tomou veneno para me salvar.

Meg: Ah não.

João: E agora?

Peter: Eu tenho uma ideia: Repitam comigo ˜Eu acredito em fadas˜

TODOS: Eu acredito em fadas. Eu acredito em fadas. Eu acredito em fadas. Eu acredito em fadas.

(Sininho vai melhorando, até recuperar por completo)

(Todos comemoram, saem aos poucos, ficando apenas Wendy, Meg e João, aos poucos eles vão adormecendo
e volta o cenário do quarto)

(Sr. e Sra. Darling entram e observam os filhos dormindo)

Sra. Darling – Olha como dormem! Tão lindos...

Sr. Darling – De fato querida, dormem como anjos

Sra. Darling – E sonham, vejam como sorriem.

Sr. Darling – E ainda são tão pequenos, nossos filhos.

Sra. Darling – Vamos querido, pense melhor: Wendy não precisa sair do quarto das crianças... As histórias que
ela conta são maravilhosas, eles precisam disso.

Sr. Darling – Realmente querida, Wendy ainda tem muito tempo para ser criança, não há necessidade que eles
cresçam antes do tempo.

Fim

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