Liderança e Trabalho em Equipe

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ESPECÍFICAS DE

ENFERMAGEM
ESPECÍFICAS DE
ENFERMAGEM
ADMINISTRAÇÃO EM
ENFERMAGEM

Prof. Natale Souza

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Prof. Natale Souza

ESPECÍFICAS DE
ENFERMAGEM
ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM
• Liderança em enfermagem
• Tipos de Liderança
• Trabalho em equipe
• Equipe Interdisciplinares e
Multidisciplinares

1
Sumário

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 3
2. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA ..................................................................................... 7
2.1 Década de 70................................................................................................................................................................ 7
2.2 Década de 1980 ....................................................................................................................................................... 11
2.3 Década de 1990 ....................................................................................................................................................... 15
2.4 Década de 2000 ....................................................................................................................................................... 18
3. O CUIDADO E A LIDERANÇA EM ENFERMAGEM ............................................................. 22
4. ESTILOS DE LIDERANÇA ................................................................................................. 28
4.1 Estilo de Liderança Autocrática ........................................................................................................................ 29
4.2 Estilo de Liderança Democrática ..................................................................................................................... 31
4.3 Estilo de Liderança Laissez-faire ..................................................................................................................... 34
5. ESTILOS DE LIDERANÇA E PARTICULARIDADES COM A ÁREA DA SAÚDE ......................... 39
6. RELAÇÕES HUMANAS E TRABALHO EM EQUIPE ............................................................. 47
6.1 A comunicação e a enfermagem ..................................................................................................................... 48
6.2 O trabalho em equipe multiprofissional de saúde ................................................................................... 49
6.3 A interdisciplinaridade e o trabalho em saúde .......................................................................................... 62
QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS ........................................................................................ 68
GABARITO ........................................................................................................................ 76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 77

2
Liderança em Enfermagem

1. INTRODUÇÃO

O acelerado processo de desenvolvimento pelo qual alguns países


vêm passando nas últimas décadas exige que profissionais das mais
diversas áreas de atuação ingressem no mercado de trabalho com
uma nova visão de mundo, na qual estejam presentes valores como
competência, crescimento mútuo, atitude positiva, compromisso,
honestidade e autodisciplina. Esses valores permeiam um dos
termos mais discutidos na atualidade do universo profissional: a
liderança. (Sousa,2009).

Falar sobre líder, liderança e como se deve liderar uma equipe é algo muito
complexo. Tanto o termo liderança como líder foram sofrendo várias transformações
com o passar dos anos. Estes termos são muito discutidos e apresentam várias
definições. Os primeiros conceitos sobre liderança surgiram na antiguidade quando
Platão acreditava que o líder fosse um ser onisciente capaz de dar origem ao Estado
ideal, de cujo caráter e direção era o criador, enquanto que Maquiavel pensava no
líder como aquele que pode tudo, era considerado quase que um Deus.
Independentemente de conceitos, quando se fala em liderança a primeira que
pensamos são os grandes nomes de líderes que ouvimos nos noticiários, os líderes
da política, dos negócios, do esporte entre outros, mas não podemos esquecer que
existem líderes por todos os lados, na nossa família, na igreja, na comunidade, no
grupo de amigos, no trabalho, ou seja, estamos cercados por líderes o tempo todo. A
liderança assim, podemos afirmar, é algo que ocorre entre as pessoas.
Outros conceitos foram surgindo mais tarde, e a liderança “passou a ser
definida como “um dos processos que concretiza a administração de pessoal
nas organizações e se responsabilizava pela condução ou coordenação de
grupos”.

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Defendia-se assim que “a liderança exercida pelo enfermeiro era
afetada por características da situação”, entre estas destacava-
se “o modo pelo qual a prestação da assistência de enfermagem
estava estruturada”.

O líder deve ser capaz de provocar mudanças, a principal delas deve se


fazer com que a sua equipe não se sinta controlada o tempo todo, e ele deve
deixar para traz a antiga função da administração que era rígida e controladora com
os subordinados, e aqui deve ocorrer outra mudança onde os “antigos subordinados
devem passar a ser colaboradores apoiando e dando uma contribuição positiva na
execução de tarefas”.

Mudança sofridas pela liderança

4
Vários autores já tentaram e ainda tentam descobrir a melhor
forma de se definir liderança, mas muitos deles concordam que
a liderança é um processo de influenciar as pessoas a mudarem,
e também concordam que liderança consiste no exercício da
influência de um indivíduo sobre um grupo.

A liderança é uma habilidade que pode ser construída por profissionais que
almejem uma posição de destaque no mercado de trabalho. Pelos princípios de sua
formação, o enfermeiro tende a desenvolver, quase que de forma inevitável,

5
habilidades de liderança, principalmente em virtude das tarefas que lhe são
exigidas.

É necessário que o enfermeiro desempenhe, seja em instituições hospitalares


ou em atividades de saúde comunitária, o papel de líder, uma vez que está
diretamente envolvida com análise crítica, identificação de problemas, tomada
de decisões, planejamento e implementação de cuidados, alocação de outros
profissionais da equipe de enfermagem e motivação dos profissionais da
equipe de saúde.

Papel do líder

6
ATENÇÃO!

O líder consiste naquela pessoa que, por meio do diálogo, motiva as


pessoas a trabalhar com entusiasmo na busca dos objetivos
determinados pela equipe, sendo que estes e o relacionamento
interpessoal são considerados e igualmente valorizados por meio do
cuidado, que transcende o âmbito assistencial e alcança o universo
da liderança.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

2.1 Década de 70

Nesta década o termo chefia é mais discutido do que o termo liderança. O


enfermeiro é considerado o líder da equipe, e não há discussões sobre este aspecto,
e também não se abre mão desta posição. A ênfase dada é que como líderes os
enfermeiros tinham como função coordenar e controlar o trabalho da equipe de
enfermagem. A liderança era percebida de uma forma incorreta, e existia uma
grande expectativa em relação às suas possibilidades. Vivia-se uma hierarquia
rígida, onde se priorizava-se o estabelecimento de regras, baseadas no controle,
alienação e dominação, para a manutenção do status quo. A preocupação com a
liderança em enfermagem vinha da década anterior, quando em 1968 no XX
Congresso Brasileiro de Enfermagem o tema oficial proposto foi “Educar para a
Liderança”, estabelecendo também outras recomendações. No entanto neste sentido
nada foi realizado. O que se esperava dos enfermeiros era que eles tivessem uma
liderança participativa, independentemente do local onde ele prestasse serviço.
Neste período afirmava-se que ser chefe significava ser audacioso e habilidoso
para saber como levar as pessoas a trabalharem em grupo, reconhecendo a
melhor habilidade de cada um. O chefe era aquele que assumia a responsabilidade
pelo produto final criado por várias pessoas.

7
Década de 70

Carvalho (1975), afirmava que nesta época as palavras chefia, supervisão,


gerência e presidência eram consideradas sinônimos. Assim, liderança é uma
“forma de exercer poder sobre uma pessoa ou um grupo, e isto é uma forma de
dominação e domínio, e está ligado à influência”, logo o líder é aquele que exerce
influência sobre pessoas. O líder é a pessoa que se destaca e aparece no grupo.
Para se exercer a liderança” era necessário ter alguns conhecimentos essenciais
como de planejamento, organização, comunicação e análise de problemas. A
liderança era algo que não poderia faltar na enfermagem pois a profissão necessitava
de líderes para o seu crescimento e para um melhor desempenho do trabalho da
equipe.

8
Líder

Rozendo (1998) destaca que a liderança neste período na enfermagem


estava centralizada no enfermeiro, e era vista como um direito adquirido, o que a
conduziu a condição de mito, e esta condição era confirmada devido à aceitação de
todas as pessoas, inclusive dos outros integrantes da equipe de enfermagem que
acreditavam que a liderança era privilégio do enfermeiro. Somente quando os
auxiliares de enfermagem começaram a se sobressair na atenção primária ao
paciente, foi que os enfermeiros começaram a perceber que estavam perdendo sua
liderança e a preocupar-se com esta possível perda. Nesta década a liderança estava
associada à função de gerência, todavia as posições ocupadas pelos enfermeiros
não eram utilizadas para produzir mudanças, e sim visando racionalizar e agilizar o
trabalho realizado em equipe.

9
Enfermeiro educador

10
Neste período começava uma busca pela eficiência nos serviços de
enfermagem, acarretando uma crise. Com isto iniciou-se uma preocupação com a
formação dos enfermeiros, levando a elaboração de um currículo mínimo para
formar profissionais mais qualificados e capazes de exercer liderança. Destaca-
se que até aí os enfermeiros estavam sendo educados para cuidar e não para liderar,
e os conhecimentos sobre liderança e tomada de decisões não eram abordados com
a ênfase merecida, por isto grande parte dos enfermeiros recém-formados não
compreendiam sua importância e não conseguiam ser líderes de sua equipe.

1. (2009/ CESPE/FHS-SE). Quanto à liderança em enfermagem, julgue o item seguinte.

Os primeiros trabalhos que trataram do estudo científico da liderança focalizaram as


características dos liderados e o ambiente de trabalho.

(A) correta
(B) errada

Resposta Correta:

B) Errada

Comentário:

Em princípio, a ênfase dada é que como líderes os enfermeiros tinham como função coordenar
e controlar o trabalho da equipe de enfermagem. A liderança era percebida de uma forma
incorreta, e existia uma grande expectativa em relação às suas possibilidades. Vivia-se uma
hierarquia rígida, onde se priorizava-se o estabelecimento de regras, baseadas no controle,
alienação e dominação, para a manutenção do status quo.

2.2 Década de 1980

Neste período a liderança era definida como um processo de influência que


uma pessoa exerce sobre outra, ou sobre um grupo de pessoas. E ela poderia ter
como foco principal o cargo ou o empregado, a produção ou as pessoas, a tarefa ou
os relacionamentos e isto demonstrava que esta “forma de liderança não era tão

11
rígida pois o líder pode inclinar-se mais para um lado do que para o outro”. Assim,
entre as funções do enfermeiro era reconhecido o papel de chefe, e ele tinha algumas
funções como prestar assistência ao paciente nos diversos serviços de saúde, e
também o papel de educador junto a sua comunidade e nas escolas. Como educar é
uma das funções do enfermeiro, o curso “de graduação tem como obrigação prepará-
los para que eles fossem líderes, pois a liderança está estritamente ligada à
capacidade de educar”.

Década de 80

12
Carneiro (1986), ressaltava ainda que se durante o período de graduação o
enfermeiro não tiver grande dedicação a este tema, após a sua formação deverá
fazê-lo participando de cursos e palestras que abordem este conteúdo, uma vez que
é imprescindível para a atuação do enfermeiro em qualquer área que ele for atuar.
Defendia-se a ideia que um chefe consciente poderia tornar-se um líder, procurando
identificar-se com o seu grupo de trabalho, passando a ser um elemento do grupo
que o lidera, ao invés que ser uma pessoa estranha que só emitia ordens para
controlá-lo. Com isto seria mais bem-sucedido o chefe que se tornasse um líder e
desenvolvesse um processo de liderança junto ao seu grupo de trabalho, do que os
que continuassem sendo pessoas distantes dele. As formas de liderança em que o
líder dava uma maior importância para o relacionamento líder-subordinado, tendiam a
obter mais resultados satisfatórios, criando assim uma maior liberdade aos liderados
de participar das decisões e aquelas em que o líder detinha todo o poder de decisão,
sem dar importância a opinião dos seus subordinados tinham resultados menos
satisfatórios.

Foi neste século que começou a crescer o interesse pela liderança no


Brasil, e foi nesta década que mais se publicou artigos e trabalhos sobre o tema.
Apesar destes trabalhos terem sido muito importantes para se entender o processo
de liderança, “eles não fizeram uma análise profunda e crítica do assunto, por isso, a
liderança na enfermagem continua sendo vista como algo mítico e idealizado”.

13
Relação líder-subordinado

ATENÇÃO!

A principal dificuldade do enfermeiro neste período para liderar parece estar


relacionada a sua subordinação a outros profissionais da área de saúde,
agindo apenas como um intermediário do serviço de outros, sendo está
função denominada de função administrativa burocrática, delegando o
cuidado do paciente como tarefa principal aos auxiliares de enfermagem.

14
2.3 Década de 1990

Segundo Melo (1995), neste período a liderança ainda era considerada um


tema muito complexo e estudado, por se tratar de algo “que se processa com e entre
as pessoas”. O preparo do enfermeiro era considerado um fator primordial para se
tentar as mudanças na sua prática diária, e para isto era necessário que este tivesse
um grande embasamento teórico somado à sua prática sua maior capacitação.
Somente quando os enfermeiros tiverem total compreensão do processo de liderar, é
que conseguirão exercer uma liderança eficaz (GALVÃO,1998).
As organizações começavam a cada vez preocupar-se mais com os recursos
humanos, pois perceberam que valorizando este aspecto teriam mais lucro, e com
isto a liderança foi reconhecida como um valioso instrumento (MELO,1995).

A estrutura organizacional começa a ser modificada para a busca de uma


“liderança efetiva, onde criatividade, empenho e talento” passavam a ser
características imprescindíveis, e neste cenário “cautela e prudência excessivas” não
eram qualidades que as empresas buscavam em um líder, pois este necessita correr
riscos (MEZOMO,1992). Cai por terra o que dizia a teoria onde se enfatizava que a
pessoa já nascia com traços de personalidade que o tornariam líder ou liderado.
Começa-se a defender que a liderança é uma habilidade, e que ela pode ser
aprendida ou desenvolvida através do ensino e das experiências de vida. Portanto,
acredita-se já que o enfermeiro em seu processo de formação ou e aperfeiçoamento
fosse capaz de “adquirir e desenvolver as habilidades que o tornariam um líder”
(GUILARDELLO,1998).

15
Aceita-se, diferentemente das décadas anteriores, que o líder não está o
tempo todo liderando pois muitas vezes, em diversas situações o liderado pode
exercer uma ação de liderança e o líder de liderado. Enfatiza-se que o enfermeiro
líder deveria adquirir capacidade de liderança com a ajuda da sua equipe.

De acordo com o autor supracitado, apesar de se apregoar que não existiam


traços que possam definir um líder, o mesmo poderia apresentar características tão
fortes de personalidade que influenciaria as pessoas. É muito importante que o líder
conheça bem a sua profissão e seja capaz de ensiná-la, que ele conheça bem ele
mesmo e sua equipe, e que ele sempre mantenha a sua equipe informada sobre tudo
o que lhe diz respeito, mantendo assim o bem-estar” da sua equipe. O bom
desempenho do líder está relacionado com a sua capacidade de comunicação, ele
pode usar todas as formas de comunicação, desde que ele consiga fazer com que aja
o total “entendimento” do que foi dito.

16
Neste período, os autores enfatizavam que os enfermeiros precisavam se dar
conta que não haveria transformação no processo de liderança sem que eles
dessem a devida relevância para os liderados, que precisam ser valorizados,
precisam participar ativamente, pois devem ser vistos como construtores de
sua própria história, e não como sujeitos a cumprir decisões onde não
tiveram nenhuma participação. A primeira transformação deve ser na atuação
dos enfermeiros, pois estes não consideram que a história da sua profissão
se deu em conjunto com todos da equipe de enfermagem
(BALSANELLI,20012).

Assim, enfatizava-se que para a enfermagem a liderança deveria ser vista


como resultado da batalha diária, do trabalho coletivo e democratizado de toda a
equipe, sendo o resultado do reconhecimento da relevância de todos envolvidos
neste processo. Deve ainda ser uma construção diária para o futuro, sendo com isto
possível pensar que a liderança seria capaz promover as mudanças necessárias para
a modificação da visão que se tem hoje, criando lideranças que fossem capazes de
reconhecer novas lideranças. O enfermeiro ao assumir a liderança de uma equipe
pode defrontar-se com algumas dificuldades, estas podem ser de curta duração ou
podem ser contínuas exigindo um grande conhecimento administrativo. Algumas das
dificuldades encontradas nesta época eram: criação de prioridades, pois além de
realizar as técnicas corretamente ele precisa fazer com que as outras pessoas
também a executem, ocorrendo assim mudanças na relação enfermeiro-paciente e
enfermeiro-equipe de enfermagem, e dificuldades em relação às delegações de
tarefas.

Segundo Freire (2002), o primeiro desafio ao liderar é ganhar forças


trabalhando com uma boa equipe, estabelecendo suas próprias prioridades de
trabalho, estando sempre aberto e preparado para aprender através das
experiências. Afirmava-se que na unidade de trabalho o enfermeiro sofre cinco
diferentes pressões, aqui entendidas como dificuldades, quais sejam da equipe de
enfermagem, da hierarquia de enfermagem, da equipe médica, dos familiares

17
dos pacientes, dos administradores hospitalares e principalmente dos
pacientes.

Década 90

2.4 Década de 2000

Hoje não existe lugar para aqueles enfermeiros que só querem mandar e
esperam que a sua equipe trabalhe sozinha. O enfermeiro precisa lembrar que ele
está liderando uma equipe composta por pessoas com características

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diferentes, que devem ser respeitadas e sua tarefa entre outras é de treinar os
membros para trabalhar com estas diferenças tirando o máximo de proveito.
Com a globalização os enfermeiros precisam cada vez mais qualificar-se, para que
assumam a liderança no seu trabalho diariamente. Para se trabalhar neste momento
é muito importante que o enfermeiro desenvolva cada vez mais o seu potencial de
liderança, para isto, deve estar sempre buscando novos processos de aprendizagem
para construir seus comportamentos e habilidades, aperfeiçoando sempre suas
competências.

Para se liderar e influenciar as pessoas é imprescindível que o enfermeiro


tenha conhecimentos sobre liderança, comunicação e motivação. Outra
característica que o líder deve desenvolver, é ser capaz de ver uma situação
através do ponto de vista de outras pessoas, além de relacionar-se bem com
todos, não só de sua equipe, mas do seu local de trabalho (NUNES,2000)

A confiança é um aspecto que não pode faltar no processo de liderança,


e além disto o líder deve ser honesto, ter visão de futuro, competência,
inspiração, coragem, senso de justiça e equidade. O que todos esperam do líder é
que ele desperte confiança, porém ele também deve obter a qualidade de ganhar a
confiança de seus liderados. Um grande desafio que os líderes de hoje enfrentam,é
resolver quais são os aspectos mais significativos, pois todos nós temos interesses,
valores, motivações e anseios diferentes, por isso cada pessoa precisa desenvolver o
seu próprio modelo.

19
ATENÇÃO!

A liderança hoje toma um novo rumo, pois não é mais


considerada uma característica individual, e sim um recurso
organizacional, só que ainda hoje a formação do enfermeiro é
tecnicista, onde se aprende a preocupar-se mais com a doença
do que com o ser humano (DIAS,2003).

Afirma-se agora que para se liderar pessoas não é mais necessário haver
uma relação de dominação entre o líder e o liderado, como era dito nas décadas de
70 e 80, mas é preciso que o líder tenha uma habilidade para convencer as
pessoas a realizarem um objetivo em comum. Ou seja, líder hoje é aquele que tem
seguidores.

Hoje o que percebemos é que o que faz a liderança moderna mais efetiva é o
fortalecimento do trabalho em grupo, e o líder é aquele que faz com que a equipe se
desenvolva. É preciso também dar a devida importância às competências de cada
pessoa, pois cada um deve reconhecer o propósito e o significado do seu trabalho e
procurar melhor desenvolver para executá-lo. O líder de agora deve fazer com que
as pessoas ajam, deve ser o agente de mudança e transformar seguidores em
líderes.

20
Liderança moderna

Segundo Simões (2003), com todas estas mudanças o enfermeiro que hoje
deseja ser um líder deve ser orientado para o futuro, mais flexível, dinâmico e estar
pronto para assumir os riscos. Nesta década que se inicia líderes e liderados tem
a mesma importância pois um não pode existir sem o outro.

O líder em enfermagem nunca conseguirá ter êxito, e nem


prestar uma assistência de enfermagem com qualidade se não
valorizar os seus liderados pois para prestar-se um serviço de
qualidade é necessário a cooperação e contribuição de toda a
equipe (SIMÕES,2003).

21
Acredita-se hoje que o desenvolvimento da liderança tem relação com o
desenvolvimento de cada um e que o segredo da liderança está em liderar a si
próprio. Assim deve-se constantemente buscar o aprendizado e juntar-se à equipe
para que possam crescer juntos.

Não há mais lugar hoje para enfermeiros acomodados e


submissos que não buscam melhorias para a profissão e que
são coniventes com o desrespeito ao cidadão. Caberá aos
líderes e as instituições aprender a ouvir, observar e perceber
as necessidades das pessoas à sua volta avaliando os erros e
os sucessos ocorridos no passado para que possam estar
sempre em busca de melhorias (DIAS,2003).

3. O CUIDADO E A LIDERANÇA EM ENFERMAGEM

O cuidar é a essência da enfermagem, constituindo pilar profissional e foco


central das ações gerenciais e assistenciais dos enfermeiros. Com base na
importância do cuidar na profissão de enfermagem, estruturam-se as discussões
sobre o cuidado e suas dimensões, as quais, de certa forma, abrem espaço para a
visibilidade da enfermeira como líder na prática do cuidar.
Entretanto, a realidade da valorização do enfermeiro como líder por
intermédio de sua postura vinculada ao cuidado ainda está em processo de
desenvolvimento e aprimoramento. O modelo administrativo que predominou até o
final do século XX fundamentava-se na prescrição e normatização de tarefas para o
cuidado, as quais eram estritamente racionais e quase isentas de aproximação

22
empática com o outro, seja esse outro o cliente ou um membro da equipe de
enfermagem.
O modelo administrativo de enfermagem referido manteve-se vinculado à
definição de cuidado, que, por sua vez, teve durante muito tempo sua conceituação
restrita ao simples ato de prestar assistência. O enfermeiro era definido como aquele
que socorria, auxiliava o ser cuidado. Nesse sentido, o cuidado se limitava a uma
ação centrada na tarefa.
A relação interpessoal entre cuidador e ser cuidado não era considerada. O
ato de cuidar era caracterizado como uma relação distante entre o enfermeiro, a parte
ativa, e o cliente, a parte passiva, sendo este totalmente dependente daquele. Alguns
enfermeiros ainda possuem essa visão limitada e limitante sobre o cuidado,
considerando-o um ato caracterizado apenas pela implementação de técnicas
sistematizadas, baseadas em padrões predeterminados, que desconsideram a
necessidade do outro nas ações assistenciais e de liderança em enfermagem.
O cuidado autêntico vai além da assistência à doença, assiste ao indivíduo
em várias dimensões e, o que é mais importante, ajuda o cliente a cuidar de seu
próprio ser. O poder não é utilizado como instrumento no cuidado autêntico, pois,
por meio do poder, o enfermeiro estabelece uma relação prejudicial com o outro.

No contexto de uma visão ampliada sobre o cuidado, deve-se


entender o cuidar além de uma visão epistemológica, no intuito
de promover um cuidado holístico, diferenciado e fundamentado
na relação interpessoal entre profissionais e clientes, e
profissionais entre si.

Os profissionais da saúde são responsáveis pela manutenção de condições


favoráveis ao desenvolvimento dos seres humanos. Assim como nas ações
assistenciais, as condições favoráveis ao cuidado são proporcionadas não apenas
por meio de administração de medicamentos, realização de curativos ou cirurgias, por

23
exemplo, mas, sobretudo, por meio de relacionamentos baseados no respeito, na
empatia, na aceitação, no compromisso e no amor, que se iniciam na liderança dos
membros da equipe de enfermagem.

O cuidado de enfermagem possui um sentido único e transcendental, pois


consiste em promover as pessoas a um estado em que percebam o sentido e a
importância de cuidar de si, assim como as compreendam como um ser no mundo
com o outro e, portanto, considerem suas responsabilidades consigo e com o
próximo.

No contexto transcendental, o saber cuidar implica desenvolver


sentimentos éticos com o ser humano e com o meio onde se está inserido.
Dessa forma, ser enfermeiro não consiste apenas em prestar cuidados ao
cliente, mas, também, cuidar da relação empática com este, do ambiente físico,
das relações com outros membros da equipe de saúde e com os membros da
equipe de enfermagem. Sob esta perspectiva, vislumbram-se a qualidade de
vida dos envolvidos e o constante movimento em busca da realização
existencial. O cuidado de enfermagem não deve ser separado do
relacionamento empático com o outro e com o mundo, uma vez que está
inter-relacionado com a comunicação entre o enfermeiro e o cliente, entre o
enfermeiro e o ambiente, e entre os enfermeiros e a equipe de enfermagem
(SILVA,2005).

24
Quando um líder se concentra apenas na tarefa, subestimando o
relacionamento entre os membros da equipe, gera descontentamento e falta de
motivação no grupo, o qual passa a apresentar constantes saídas de profissionais da
equipe. Essa rotatividade, além de refletir a não aceitação do enfermeiro como líder,
prejudica a assistência ao cliente, já que interfere negativamente no ambiente de

25
cuidado, na qualidade do trabalho e na confiança nos profissionais. A essência do
enfermeiro está no cuidado, seja com o outro ou com a gerência de quem cuida do
outro, a equipe de enfermagem.

Segundo Balsanelli (2006), a liderança para o cuidado tende a se desenvolver


de forma quase inevitável como habilidade do enfermeiro. Nas relações de
enfermagem, o enfermeiro, líder da equipe, funciona como inspiração para os demais
membros, que tendem a seguir seus exemplos.

Castanha (2005), afirma que, por meio de sua conduta profissional peculiar,
que tem o cuidado como essência de sua formação, é convidado a intermediar as
relações e difundir a valorização do cuidado dentro da equipe de saúde, sabendo
ouvir, estando disponível, demonstrando responsabilidade e boa comunicação. O
cuidado, portanto, consiste em atitude que emerge do desejo de estruturar-se
para conhecer o outro em sua totalidade e, consequentemente, conhecer a si
mesmo.

Para isso, afirma Hunter (2004), o exercício do cuidar deve envolver uma
frequente avaliação pessoal, não só para que o enfermeiro esteja disposto a utilizar
seu conhecimento técnico-científico para o cuidado, mas, sobretudo, para que o
cuidado seja exercido por meio de uma relação de sensibilidade e compromisso com
o outro. Este sentimento é definido como uma presença total junto ao outro, isto é,
uma presença não somente física, mas emocional e mental, um real interesse em
conhecer o outro, identificar seus sentimentos e auxiliá-lo a satisfazer suas
necessidades dentro do contexto no qual está inserido.

26
Título do Assunto do Esquema

A respeito desta definição, compreendemos que se comprometer envolve


empatia, que vai além da atitude física de estar junto, uma vez que exige que o
enfermeiro se coloque no lugar do outro a fim de sentir seus anseios, necessidades,
ou até mesmo para tencionar compreender qual a visão que o outro possui sobre o
comportamento da própria enfermeira.

27
ATENÇÃO!

Com a evolução dos conceitos de saúde e cuidado, que passaram a adquirir


definições amplas, fundamentadas principalmente no holismo e na verdadeira
aproximação com o outro e com o mundo, o modelo administrativo e,
consequentemente, de liderança em enfermagem, passou a ser questionado
e analisado segundo paradigmas diferenciais de efetivação de práticas, tanto
assistenciais como gerenciais (Kurcgant,2005).

4. ESTILOS DE LIDERANÇA

A liderança surgiu da administração, os termos e variáveis que envolvem o


seu entendimento acompanham um processo dinâmico em sua evolução histórica. O
termo líder está em uso desde o século XIV, mas foi o termo liderança que ficou
conhecido na língua inglesa na primeira metade do século XIX. Embora o emprego
do termo liderança seja relativamente jovem, seu significado traz vários sentidos,
cada teoria de administração, bem como os modelos de liderança, apresenta
diferentes variáveis que historicamente caracterizam as teorias, a liderança e o líder.
Nessa perspectiva, para abordar o conteúdo liderança em enfermagem tem
como o objetivo principal, discutir a influência dos estilos de liderança no
trabalho em equipe e na prática de enfermagem.
Os estudiosos Lewin (1951) e White e Lippitt (1960) avançaram isolando os
estilos comuns de liderança que receberam a denominação de autoritário,
democrático e laissez-faire. Chiavenato (2005) relaciona os estilos de liderança com o
comportamento do líder e liderados no processo de trabalho.

28
4.1 Estilo de Liderança Autocrática

Beneficia a centralização do poder, estimulando um comportamento


dependente e submisso dos membros do grupo de trabalho, com presença de
sentimentos de tensão e frustração. Por outro lado, as ações do grupo são
claramente definidas, previsíveis passando aos membros do grupo uma sensação de
segurança. A produtividade costuma ser alta, no entanto a criatividade,
automotivação, e a autonomia sejam baixas. (MARQUIS; HUSTON, 2010).

Liderança Autocrática

29
2. (2014/VUNESP/PRODEST-ES) O estilo de liderança em que o líder é focado apenas nas
tarefas é conhecido como

a) liderança por ideal.


b) liderança autocrática.
c) liderança democrática.
d) liderança liberal.
e) liderança paternalista.

Resposta Correta:

b) liderança autocrática.

Comentário:

LIDERANÇA AUTOCRÁTICA- ênfase nas TAREFAS.

LIDERANÇA DEMOCRÁTICA- ênfase nas TAREFAS e nas PESSOAS.

LIDERANÇA LIBERAL- ênfase nas PESSOAS.

3. (2013/FUNCAB/SESACRE)
Na administração, a liderança caracterizada por um forte controle sobre o grupo de trabalho, em que a
comunicação se dá de cima para baixo é chamada de:
a) democrática.
b) participativa.
c) autoritária.
d) laissez-faire.
e) cooperativa.

Resposta Correta:

c) autoritária.

30
Comentário:
LIDERANÇA AUTOCRÁTICA/AUTÓRITÁRIA- Possui ênfase nas tarefas, e sua origem advinda
das abordagens clássicas, se caracterizam por comunicação de “cima para baixo”, não
permitindo a liberdade dos seus liderados.

4.2 Estilo de Liderança Democrática

Para Kron e Gray (1998), a liderança democrática retrata o trabalho em


conjunto, onde todos são informados, sobre os propósitos da organização e do
processo que está sendo desenvolvido, bem como qual seu papel dentro desse
contexto. Os líderes democráticos trabalham com as pessoas não pelo domínio, mas
pela sugestão, persuasão e pelo ensino.
Com um líder democrático existe uma produção em menor escala, porém
com melhor qualidade, quando comparado com os outros estilos de liderança,
autocrática ou Laissez-faire (MARQUIS; HUSTON, 2010; MCEWEN; WILLS, 2009).
Uma apresentação mais progressista da liderança é a participativa, na qual
todo o pessoal sinta que tem importantes contribuições. Em conjunto com o líder,
definem objetivos e planejam a forma de atingi-los, propiciando maior satisfação, uma
vez que tomam parte na administração do seu fazer (KRON; GRAY, 1998).
Na liderança participativa, o líder precisa ter segurança no seu saber, com
base sólida de conhecimento, desenvolvendo competências técnica e de relações
humanas para intervir com orientações e aconselhamento, sendo fortalecida a
autonomia do grupo para a tomada de decisão no seu trabalho. Nessa concepção,
quando o enfermeiro líder focaliza seu trabalho na pessoa, auxiliará o grupo a
administrar uma assistência centralizada nos clientes, esse tipo de liderança é
especialmente eficaz quando há cooperação e coordenação entre as pessoas
(MARQUIS; HUSTON, 2010).

31
Liderança democrática

4. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH) Das lideranças de enfermagem, destacamos a democrática,


uma liderança assumida por grande parte de profissionais. Em relação à liderança democrática,
assinale a alternativa correta.

a) O líder tem o objetivo de fazer se alcançar as metas, após isso, deixa os liderados à vontade para
realizações de suas tarefas.
b) O líder tem por objetivo a autonomia do grupo, fazendo-os respeitar as normas combinadas. Além
disso, promove a interação e o desenvolvimento das habilidades e capacidades do grupo.
c) O líder procura realizar a vontade de todos, a fim de manter a harmonia do setor.
d) O líder evita responsabilidades é ausente e não toma decisões.
e) O líder favorece a centralização do poder.

32
Resposta Correta:

b) O líder tem por objetivo a autonomia do grupo, fazendo-os respeitar as normas combinadas. Além
disso, promove a interação e o desenvolvimento das habilidades e capacidades do grupo.

Comentário:

Para Kron e Gray (1998), a liderança democrática retrata o trabalho em conjunto, onde todos
são informados, sobre os propósitos da organização e do processo que está sendo
desenvolvido, bem como qual seu papel dentro desse contexto. Os líderes democráticos
trabalham com as pessoas não pelo domínio, mas pela sugestão, persuasão e pelo ensino.

5. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH) Assinale a alternativa que apresenta o estilo de liderança que, a


longo prazo, é mais eficaz, porque favorece a maior motivação, a qualidade de decisão e a moral da
equipe.

a) Estilo de liderança contingencial.


b) Estilo de liderança laissez-faire.
c) Estilo de liderança democrático.
d) Estilo de liderança compreensivo.
e) Estilo de liderança autocrático.

Resposta Correta:

c) Estilo de liderança democrático.

Comentário:

O líder democrático traz em seu modo de trabalho a motivação, a valorização dos envolvidos e
resultados positivos, inclusive a longo prazo.

33
6. (2016/IBFC/EBSERH) Os enfermeiros têm ocupado cargos de liderança nos serviços de saúde. O
enfermeiro que tem característica de trabalhar em conjunto ou de forma participativa, permitindo ao
grupo efetuar sugestões e participar nas decisões, ao mesmo tempo em que a autoridade é exercida
com o subordinado, é denominado:

a) Líder Democrático
b) Líder Autocrático
c) Líder Liberal
d) Líder Coercitivo
e) Líder Facilitador

Resposta Correta:

a) Líder Democrático

Comentário:

O líder democrático traz em seu modo de trabalho a motivação, a valorização dos envolvidos e
resultados positivos, a comunicação aberta e a cooperação na tomada de decisões.

4.3 Estilo de Liderança Laissez-faire

O líder Laissez-faire caracteriza-se pela ênfase no grupo, ausência de


controle, oferece pouca ou nenhuma orientação, usa a comunicação de forma
verticalizada entre os membros e dispersa por todo o grupo a tomada de
decisão (MARQUIS; HUSTON, 2010).
Quando uma pessoa é designada como líder e não desempenha a liderança
ou se a faz é de maneira mínima, as pessoas rapidamente perderão o senso de
iniciativa e o senso de realização. O líder sendo permissivo, com pouco ou sem
controle, o trabalho em pouco tempo se demonstrará desorganizado, as pessoas não
sabem nem se importam com aquilo que devem fazer (KRON; GRAY, 1998).

34
Entretanto, quando todos os membros estão altamente motivados e auto
direcionados, esse tipo de liderança pode acarretar em muita criatividade e
produtividade (MARQUIS; HUSTON, 2010).

Liderança Laissez-faire

Em relação a adoção na prática dos estilos de liderança pelos enfermeiros,


Bara (2010) salienta o seguinte:

“Na prática o enfermeiro utiliza os 3 estilos de liderança de acordo


com a tarefa a ser desenvolvida, a situação e as pessoas, pois ele

35
tanto determina o cumprimento de ordens, como sugere a seu pessoal
a realização de certas atividades e ainda consulta a equipe antes de
tomar alguma decisão. O desafio está, portanto, em saber quando
aplicar cada estilo, com quem e em que circunstâncias e tarefas a
serem desenvolvidas”.

Diferentes estilos de liderança


usado pelo enfermeiro

36
7. (2012/CESPE/TJ-RO) O líder que concede aos grupos ou indivíduo total liberdade para a tomada de
decisões exerce tipicamente a:

a) liderança situacional.
b) liderança emergente.
c) liderança liberal.
d) liderança democrática.
e) liderança autocrática.

Resposta Correta:

c) liderança liberal.

Comentário:

O estilo de liderança que se caracteriza pela ênfase no subordinado é o liberal/laissez-


faire. Neste modelo, o líder dá total liberdade para os subordinados agirem da maneira que bem
entenderem, atuando apenas como "staff", ou seja, fornecendo os insumos e assessorando os
subordinados nos casos de dúvidas.

8. (2016/IBFC/EBSERH) O Enfermeiro chefe da Unidade de Oncologia possui um estilo de liderança


que se caracteriza pelo trabalho com excesso de liberdade permitida aos subordinados, possibilitando
uma situação em que os trabalhadores não conhecem os objetivos e consequentemente acabam não
desempenhando suas tarefas. Essa liderança é chamada de:

a) Autocrática
b) Democrática
c) Coercitiva
d) Controladora
e) Laissez-faire (Liberal)

Resposta Correta:
e) Laissez-faire (Liberal)

37
Comentário:

O estilo de liderança que se caracteriza pela ênfase no subordinado é o liberal/laissez-


faire. Neste modelo, o líder dá total liberdade para os subordinados agirem da maneira que bem
entenderem, atuando apenas como "staff", ou seja, fornecendo os insumos e assessorando os
subordinados nos casos de dúvidas.

ESTILOS DE LIDERANÇA

LIDERANÇA LIDERANÇA LIDERANÇA


AUTOCRÁTICA DEMOCRÁTICA LIBERAL

Apenas o líder As diretrizes são Total liberdade para


TOMADA DE
decide e fixa as debatidas e tomada de decisões
DECISÕES diretrizes, sem decididas pelo grupo grupais ou
qualquer que é estimulado e individuais, com
participação do assistido pelo líder. participação mínima
grupo. do líder.

O líder determina O próprio grupo A participação do


PROGRAMAÇÃO
providências para a esboça providências líder no debate é
DOS TRABALHOS execução das e técnicas para limitada,
tarefas, uma por vez, garantir o alvo com o apresentando
na medida em que aconselhamento apenas alternativas
são necessárias e técnico do líder. As ao grupo,
de modo tarefas ganham esclarecendo que
imprevisível para o novos contornos poderia fornecer
grupo. com os debates. informações desde
que solicitadas.

DIVISÃO DO O líder determina A divisão das tarefas Tanto a divisão das


TRABALHO qual a tarefa que fica a critério do tarefas como a
cada um deverá grupo e cada escolha dos colegas
executar e qual seu membro tem ficam por conta do
companheiro de liberdade de grupo, absoluta falta
trabalho. escolher seus do líder

38
próprios colegas.

PARTICIPAÇÃO O líder é pessoal e O líder procura ser O líder não faz


dominador, nos um membro normal nenhuma tentativa
elogios e nas críticas do grupo. É objetivo de avaliar ou regular
ao trabalho de cada e estimula com o curso das coisas.
um. fatos, elogios ou Faz apenas
críticas. comentários quando
perguntado
Fonte: Chiavenato (2005)

5. ESTILOS DE LIDERANÇA E PARTICULARIDADES COM A


ÁREA DA SAÚDE

Com a atualização, e a familiarização do tema liderança, principalmente na


área da saúde, especificamente na enfermagem, alguns “tipos” de liderança foram
criados e conceituados para facilitar seu entendimento e também para que os líderes
e futuros líderes se encaixem em uma ou mais teorias existentes. Vamos conceitua-
las:

✓ A primeira diferenciação é a situacional: onde o líder mantém um bom


relacionamento interpessoal com sua equipe, porém influenciado pelo
“comportamento de tarefa”, onde a complexidade de uma tarefa vai exigir
maior ou menor presença do líder, e mostrando assim a sua capacidade de
lidar com diversos níveis de dificuldade. Essa liderança exige uma postura não
somente de prontidão do líder, mas principalmente de ouvir seus subordinados,
e juntos elaborar soluções e discutir o tempo necessário para essas resoluções
(WEHBE, 2005).

39
Liderança situacional

✓ A liderança visionária é um tipo de liderança recentemente identificado, e que


é mais utilizado em empresas que em uma perspectiva de lucros e
melhorias de pessoas num futuro, próximo ou não. É aplicada através da
apresentação de resultados mais efetivos, em empresas multinacionais, com
grande número de funcionários, onde o líder, além de acumular outras funções
que não somente a de líder, não está muito presente para uma comunicação
clara e direta com seus colaboradores (STRAPASSON, 2008).

40
Liderança visionária

✓ A liderança gerencial lida com obtenção de resultados a curto ou imediato


prazo, tendo de ser renovada e restabelecida frequentemente, até porque os
subordinados/equipe deste tipo de líder tem a presença da liderança imposta
pelo líder em atividades rotineiras, porém aleatoriamente, em curtos períodos
(ROWE, 2002).

41
Liderança Gerencial

✓ A liderança estratégica, lida com um líder característico que tem um alto


poder de persuasão e de influenciar outras pessoas, de forma positiva e
voluntária, a fim de obter resultados a longo prazo, mas sempre evitando
alterações bruscas nos lucros ou na rotina de trabalho de uma organização
(ROWE, 2002).

Liderança Estratégica

42
✓ A liderança transformacional é justamente focada para área da saúde. Tem
como característica primordial a motivação e a comunicação individual do
subordinado, afim deste entender a sua importância e que enxergue o
líder como um ser de extrema confiança dentro do seu ambiente de
trabalho. O líder transformacional atua em equipe e estimula sua equipe a
enfrentar as dificuldades juntos, exatamente como um líder de enfermagem,
que tende mostrar para seus subordinados que a assistência prestada ao
paciente pode ser melhor desenvolvida se existe uma confiança e otimismo
frente a sua equipe (STRAPASSON, 2008).

Liderança Transformacional

43
✓ A liderança transacional se utiliza da negociação, manipulação e promessa
de recompensas para tentar induzir as pessoas sob seu comando. Na
liderança transacional, existe uma troca (seja política, econômica, psicológica)
entre o líder e o seguidor, enquanto ambos acreditarem que isso irá beneficiá-
los. É uma transação, pura e simples.

Liderança Transacional

9. (2009/NUCEPE/MPE-PI) O tipo de liderança que compreende que o líder é aquele que estabelece
acordos com seus liderados, visando ao cumprimento de metas organizacionais em troca de
recompensas previamente estabelecidas, é a:

a) liderança servidora.
b) liderança transformacional.
c) liderança transacional.
d) liderança carismática.
e) liderança liberal.

44
Resposta Correta:

c) liderança transacional.

Comentário:

Na liderança transacional, existe uma troca (seja política, econômica, psicológica) entre o líder
e o seguidor, enquanto ambos acreditarem que isso irá beneficiá-los.

10. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH) “Na enfermagem, pode-se definir este tipo de liderança como
a capacidade de influenciar as outras pessoas a tomar decisões de modo que possibilitem a
continuidade da instituição a longo prazo e a estabilidade financeira da organização a curto prazo”. O
enunciado refere-se à

a) Liderança estratégica.
b) Liderança gerencial.
c) Liderança situacional.
d) Liderança motivacional.
e) Liderança direcional.

Resposta Correta:

a) Liderança estratégica.

Comentário:

Na liderança estratégica, o líder característico que tem um alto poder de persuasão e de


influenciar outras pessoas, de forma positiva e voluntária, a fim de obter resultados a longo
prazo

11. (2009/NC-UFPR/SES-PR) O estilo de liderança de um indivíduo tem grande influência no clima e


no resultado do grupo. Numere os padrões de liderança na coluna da direita, relacionando-os com os
tipos relacionados na coluna da esquerda.

45
1. Liderança transacional.
2. Liderança transformacional.
3. Liderança democrática.
4. Liderança autoritária.

( ) É uma relação interativa baseada na confiança e tem impacto positivo sobre líder e liderados.
( ) Promove a autonomia e o crescimento individual dos trabalhadores.
( ) Resulta em ações de grupo bem definidas, que são geralmente previsíveis, reduzindo a frustração
no grupo de trabalho e dando aos trabalhadores uma sensação de estabilidade.
( ) Preocupa-se com as operações do dia-a-dia.

Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da direita, de cima para baixo.

a) 4 – 3 – 1 – 2.
b) 2 – 3 – 4 – 1.
c) 4 – 2 – 3 – 1.
d) 1 – 3 – 4 – 2.
e) 1 – 4 – 2 – 3.
Resposta Correta:

b) 2 – 3 – 4 – 1.

Comentário:

A liderança transformacional- tem como característica primordial a motivação e a comunicação


individual do subordinado, afim deste entender a sua importância e que enxergue o líder como um ser
de extrema confiança dentro do seu ambiente de trabalho. O líder transformacional atua em equipe e
estimula sua equipe a enfrentar as dificuldades juntos, exatamente como um líder de enfermagem, que
tende mostrar para seus subordinados que a assistência prestada ao paciente pode ser melhor
desenvolvida se existe uma confiança e otimismo frente a sua equipe (STRAPASSON, 2008).

A liderança transacional- na liderança transacional, existe uma troca (seja política, econômica,
psicológica) entre o líder e o seguidor, enquanto ambos acreditarem que isso irá beneficiá-los,
transações realizadas diariamente.

Liderança democrática- Promove a autonomia e o crescimento individual dos trabalhadores.

Liderança autoritária- Nesse contexto, a questão não prende às características e sim aos resultados
alcançados através do tipo de liderança. Resulta em ações de grupo bem definidas, que são
geralmente previsíveis, reduzindo a frustração no grupo de trabalho e dando aos trabalhadores uma
sensação de estabilidade.

46
6. RELAÇÕES HUMANAS E TRABALHO EM EQUIPE

As relações humanas ocorrem em decorrência do processo de interação


(ROSSÉS, 2010). Segundo Silva (1996) apud Dutra (2009), na enfermagem, é
fundamental saber lidar com gente; isso porque o trabalho de enfermagem tem como
base as relações humanas. E a comunicação adequada é uma condição sine qua
non para o bom resultado do trabalho, principalmente quando está relacionado à
equipe.

Segundo Dutra (2009) capacidade de comunicar-se e interagir com o outro é


inerente ao comportamento humano. Nossos pensamentos, sentimentos, ações e
reflexões podem ser compartilhados com nossos semelhantes e isso nos torna seres
humanos. Por meio da linguagem podemos nos comunicar sobre o presente, mas
também fazer a inclusão de fatos do passado com projeção para o futuro. Dessa
forma, a comunicação não se limita ao aqui e agora.

Comunicação adequada é aquela que tenta diminuir conflitos, mal-entendidos


e atingir objetivos definidos para a solução de problemas. Sendo apropriada a
determinada situação, pessoa e tempo e atinge um objetivo definido. Leva em
consideração a mensagem a ser transmitida, o emissor, o receptor e a técnica de
comunicação necessária. A comunicação adequada é difícil porque a maioria dos
estímulos é transmitida por sinais e não por símbolos. A cada sinal emitido, um
significado é atribuído, sendo que grande parte deles são de natureza conotativa, e
não denotativa (Silva, 1996).

47
Relações humanas e trabalho em equipe

6.1 A comunicação e a enfermagem

No desempenho de suas funções, o enfermeiro precisa da comunicação para


relacionar-se com as pessoas das várias equipes existentes nas instituições de
saúde, bem como para estabelecer uma relação de cuidado com o paciente e sua
família.

48
A comunicação interpessoal se dá na interação face a face.
Ocorre a tentativa de compreender o outro e de fazer-se
compreender. Incluem-se ainda a percepção da pessoa,
possibilidades de conflito e de persuasão (Silva, 1996).

O enfermeiro está comunicando-se constantemente, pela maneira como


conversa, quando ouve, pela entonação de sua voz, pelo silêncio, pela expressão
facial e postura corporal. Falhas no processo de comunicação podem determinar
problemas no processo administrativo com reflexos diretos na assistência
prestada ao paciente (Carvalho e Bachion, 2005).

ATENÇÃO!

Algumas barreiras são frequentemente identificadas na


comunicação em Enfermagem: linguagem, impedimentos
físicos, fatores psicológicos, diferenças educacionais e
barreiras organizacionais. Assim, se a equipe conhece os
mecanismos de comunicação, o desempenho de suas
tarefas e funções em relação ao paciente será facilitado, bem
como o relacionamento entre os membros da própria equipe
(Silva, 1996).

6.2 O trabalho em equipe multiprofissional de saúde

Iniciamos a revisão das concepções e características do trabalho em equipe na


saúde com o resgate que Peduzzi (1998) faz do significado do termo “equipe”. Este,
segundo a autora, tem origem na palavra francesa “esquif”, que tinha o significado
relacionado a filas de barcos amarrados uns aos outros que eram rebocados por
homens ou cavalos. Como estes trabalhavam coletivamente na busca de um objetivo
comum e compartilhavam a tarefa, acabou-se utilizando o termo para designar o

49
trabalho coletivo, compartilhado, de vários trabalhadores, no desenvolvimento de uma
tarefa, considerada a meta comum do grupo.

Na área da saúde, a origem da concepção de trabalho em equipe


está relacionada a três vertentes: a busca pela integração, na
medicina preventiva, nas décadas de 1950 a 1970; a adoção do
conceito de multicausalidade do processo saúde-doença; e as
alterações no processo de trabalho, a partir das mudanças da
finalidade do trabalho, seus objetos de intervenção e as novas
tecnologias em saúde (PEDUZZI, 2006).

Trabalho em equipe

Para Araújo e Rocha 2007, o trabalho em equipe pressupõe a


possibilidade da prática de um profissional se reconstruir na do outro, assim

50
ambos se transformam nessa troca no intuito de intervir na realidade que se
apresenta. Segundo Fortuna et al (2005), a equipe representa, além de relações de
trabalho, relações de saberes, poderes e principalmente, relações interpessoais.

Peduzzi (2001) define o trabalho em equipe


multiprofissional como a modalidade de trabalho coletivo
que se configura na relação recíproca entre as múltiplas
intervenções técnicas e a interação dos agentes de diferentes
áreas profissionais, onde a articulação das ações e a
cooperação ocorrem através da comunicação. Por meio da
relação dialética, entre trabalho e interação, os agentes
podem construir um projeto assistencial comum e pertinente
para a atenção integral às necessidades de saúde dos
usuários. Configurando, então, duas dimensões: a articulação
das ações executadas pelos diferentes profissionais e a
interação destes agentes.

12. (2013/FUNCAB/ANS) Peduzzi (1998, 2001) conceitua “trabalho em equipe" multiprofissional como
uma modalidade de trabalho coletivo construído por meio da:

a) relação recíproca, de dupla mão, entre as múltiplas intervenções técnicas e a interação dos
profissionais de diferentes áreas, configurando, através da comunicação, a articulação das ações e a
cooperação.
b) relação de cooperação entre vários profissionais na realização de procedimentos de saúde,
estabelecendo os limites das diversas áreas de competência de cada profissional.
c) convivência de diversos profissionais de saúde em um mesmo espaço institucional, atuando cada
um em sua especialidade, a fim de facilitar a assistência ao paciente, otimizando tempo e trabalho.
d) convivência de profissionais de níveis de formação diferentes, em regime hierárquico, em um
mesmo espaço institucional, na realização de procedimentos de assistência à saúde.
e) articulação do trabalho de profissionais de uma mesma categoria, com níveis diversos de formação,

51
possibilitando o diálogo das especialidades.

Resposta Correta:

a) relação recíproca, de dupla mão, entre as múltiplas intervenções técnicas e a interação dos
profissionais de diferentes áreas, configurando, através da comunicação, a articulação das ações e a
cooperação.

Comentário:

Peduzzi (2001) define o trabalho em equipe multiprofissional como a modalidade de trabalho


coletivo que se configura na relação recíproca entre as múltiplas intervenções técnicas e a
interação dos agentes de diferentes áreas profissionais, onde a articulação das ações e a
cooperação ocorrem através da comunicação

Peduzzi (1998) destaca que o projeto assistencial comum é um plano de ação


voltado a uma situação concreta de trabalho coletivo em equipe, que considera o
projeto assistencial hegemônico ao mesmo tempo em que o reelabora a fim de
configurar outro projeto comum.

Projeto assistencial comum

52
Dessa forma, acrescenta Peduzzi (2001), a partir de uma dada realidade e,
dentro de certo campo de possíveis, os agentes, através do trabalho e da
interação, constroem um projeto que será o mais adequado às necessidades de
saúde concebidas pelos usuários e pelos próprios profissionais. Suas
concepções de necessidades de saúde e de processo saúde-doença são
compartilhadas através do diálogo, que, por sua vez, permite o reconhecimento
intersubjetivo das pretensões de validez, implícitas nos atos de fala de todos os
agentes da equipe.

Título do Assunto do Esquema

53
É importante ressaltar, de acordo com Peduzzi (1998), que devemos
considerar o conceito de equipe em relação às condições concretas e particulares
que representa, como a divisão do trabalho, a desigualdade no trabalho, os diferentes
graus de autonomia profissional, a diversa legitimidade técnica e social dos vários
saberes implicados e a racionalidade presente nas práticas. Pois não realizar essa
discussão coloca o conceito de equipe numa posição de solução mágica para os
conflitos entre as diferentes áreas profissionais e de símbolo mítico do ideal de
prática em saúde.
Peduzzi (2001) faz uma distinção das equipes multiprofissionais de saúde em
dois tipos:

a) A equipe agrupamento se caracteriza pela fragmentação e justaposição das


ações, sem articulação entre elas, conformando o simples agrupamento de agentes
que mantêm projetos assistenciais independentes, seria um conjunto de pessoas que
desempenham esforços individuais para planejar e decidir acerca de objetivos que
auxiliem cada membro no desenvolvimento de sua área de responsabilidade. Dessa
forma, os projetos de cada área de atuação são independentes do todo, sendo cada
qual complementado pelos demais, retornando à ideia de plena autonomia técnica
dos agentes, enfatizando o caráter de especificidade do trabalho. Equipes desse tipo

54
podem ser a modalidade encontrada, caso os gestores e os profissionais não
percebam que a construção de projetos comuns de ação, resultantes de consensos
negociados entre os agentes por meio de trocas de caráter técnico e interativo, é um
|forte fator de potencialização das qualidades individuais (SCHRAIBER; PEDUZZI,
1999, grifos do autor).

Equipe agrupamento

b) Equipe integração, na qual se observa a integração dos agentes consoante à


proposta de integralidade das ações, com interação através da complementaridade e
colaboração, que se expressa em um projeto assistencial comum. Pode ser
identificada em um grupo onde todos os membros se envolvem no processo de
trabalho de maneira a determinar e compartilhar objetivos e metas comuns, o
que resulta em projetos desenvolvidos pelos diferentes profissionais de forma
interdependente e complementar, colaborando entre si no exercício da

55
autonomia técnica. Para a autora a recomposição dos diversos processos de
trabalho requer a articulação das ações, a interação comunicativa dos agentes e a
superação do isolamento dos saberes. A prática do trabalho em equipe do tipo
integração pode ser reconhecida com base em alguns critérios apontados pela
autora: a comunicação entre os agentes do trabalho, a elaboração de um projeto
assistencial comum, o reconhecimento das diferenças técnicas entre os trabalhos, o
questionamento das desigualdades estabelecidas entre os diversos trabalhos e o
reconhecimento do caráter interdependente da autonomia profissional.

Equipe integração

13. (2012/FCC/TRF - 2ª REGIÃO) Na organização do trabalho em saúde por equipes, identificam-se

56
dois tipos diferentes de trabalho em equipe: aquela na qual se observa a busca de articulação das
ações e de interação dos profissionais, e a outra, em que ocorrem a justaposição das ações e o mero
agrupamento de agentes. Segundo Ciampone e Peduzzi (2010), essas equipes são denominadas,
respectivamente, como:

a) equipe comunicação e equipe sociotécnica.


b) equipe integração e equipe agrupamento.
c) equipe dinâmica e equipe das especialidades.
d) equipe motivacional e equipe do desdobramento do trabalho.
e) equipe congregadora e equipe segregadora.

Resposta Correta:

b) equipe integração e equipe agrupamento.

Comentário:

A equipe agrupamento se caracteriza pela fragmentação e justaposição das ações, sem


articulação entre elas, conformando o simples agrupamento de agentes que mantêm projetos
assistenciais independentes;

Equipe integração, na qual se observa a integração dos agentes consoante à proposta de


integralidade das ações, com interação através da complementaridade e colaboração, que se
expressa em um projeto assistencial comum.

Visto todas essas concepções, Schraiber et al. afirmam que a mera locação
de recursos humanos de diferentes áreas profissionais no mesmo local de trabalho,
não é suficiente para garantir a atenção integral. Segundo os autores, na
avaliação do trabalho em equipe, assumem-se três concepções distintas, destacando
os resultados, as relações e a interdisciplinaridade. Nos estudos de investigação
dos resultados, a equipe é concebida como recurso no aumento da
produtividade e da racionalidade dos serviços.

Avaliação do trabalho em equipe

57
Os estudos que destacam as relações tomam como referência conceitos da
psicologia, analisando as equipes principalmente com base nas relações
interpessoais e nos processos psíquicos. Na vertente da interdisciplinaridade, estão
os trabalhos que trazem para a discussão a articulação dos saberes e a divisão do
trabalho, ou seja, a especialização do trabalho em saúde.
Para Peduzzi, os profissionais das diferentes áreas, médicos e não-médicos
tendem a reiterar as relações assimétricas de subordinação, mesmo com discurso
crítico acerca da divisão e da recomposição dos trabalhos. Todos partilham o valor
comum atribuído ao modelo biomédico, deixando para segundo plano os saberes e
as ações de outros âmbitos da produção do cuidado, tais como o educativo, o
preventivo, o psicossocial e o comunicacional, que aparecem como periféricos ao
trabalho nuclear – assistência médica individual. Desta forma, segundo a autora, é
possível observar a existência de tensão entre fragmentação e integração do
processo de trabalho, com tendência de isolamento dos profissionais em suas
especialidades e competências.

58
ATENÇÃO!

Então, a multiprofissionalidade por si não é condição suficiente


para garantir a recomposição dos trabalhos, uma vez parcelados,
em direção de atenção holística, integral.

14. (2015/FCC/TRT - 3ª Região (MG) A maioria dos especialistas em administração e gerência,


afirmam que o futuro pertence a organizações baseadas em equipes. Katzenbach e Smith classificam
os grupos conforme seu funcionamento e seu grau de desenvolvimento. Os membros do grupo
compartilham informações entre si, mas responsabilidades, objetivos e produtos pertencem a cada
indivíduo; seu funcionamento pode ser eficiente e efetivo, mas não produz desempenho coletivo. Os
autores estão se referindo a:

a) Grupo de trabalho.
b) Equipe potencial.
c) Equipe real.
d) Equipe de elevado desempenho.
e) Grupo operacional.

Resposta Correta:

a) Grupo de trabalho.

Comentário:

Katzenbach e Smith (1994) classificam grupos de acordo com seu modo de funcionamento e
maturidade em uma das cinco posições abaixo:

a) “Pseudo-equipe”: este tipo de grupo pode definir um trabalho a se fazer, mas não se
preocupa com o desempenho coletivo, nem tenta consegui-lo. As interações dos membros
inibem o desempenho individual, sem produzir nenhum ganho coletivo apreciável;

b) “Grupo de trabalho”: os membros desse grupo não veem nenhuma razão para se
transformarem numa equipe. Podem partilhar informações entre si, porém responsabilidades,
objetivos, por exemplo, pertencem a cada indivíduo;

c) “Equipe potencial”: este grupo quer produzir um trabalho conjunto. No entanto, os membros

59
precisam de esclarecimentos e orientações sobre sua finalidade e objetivos;

d) “Equipe real”: uma equipe real compõe-se de poucas pessoas, mas com habilidades
complementares e comprometidas umas com as outras através de missão e objetivos comuns.
Os membros passam a confiar uns nos outros;
e) “Equipe de alta performance”: este grupo atende a todos as condições de equipe real e tem
um comprometimento profundo entre seus membros com o intuito de crescimento pessoal de
cada um.

Tipos de equipes Multiprofissionais

Equipe Equipe
Agrupamento Integração

Se caracteriza pela
Se observa a integração
fragmentação e
dos agentes consoante à
justaposição das ações,
proposta de
sem articulação entre
integralidade das ações,
elas;

Conformando o simples Interação através da


agrupamento de complementaridade e
agentes que mantêm colaboração, que se
projetos assistenciais expressa em um projeto
independentes assistencial comum

15. (2011/FCC/TRT - 23ª REGIÃO) A ampliação do conceito de Saúde e a necessidade de

60
integração das ações tiveram implicações à formação, composição e à organização dos
Recursos Humanos no SUS. Na perspectiva de um trabalho em equipe, as equipes integradas
caracterizam-se por

a) possuir um processo assistencial comum.


b) manter a divisão do trabalho previamente estabelecida.
c) romper as diferenças técnicas entre os trabalhos especializados.
d) manter a desigualdade na valoração dos distintos trabalhos.
e) apresentar independência das diversas áreas profissionais.

Resposta Correta:

a) possuir um processo assistencial comum.

Comentário:

Equipe integração, na qual se observa a integração dos agentes consoante à proposta de


integralidade das ações, com interação através da complementaridade e colaboração, que se
expressa em um projeto assistencial comum.

16. (2012/UFPB/ UFPB). Considerando a importância do trabalho em equipe como uma


modalidade de trabalho coletivo que se contrapõe ao modo independente e isolado com que os
profissionais de saúde e de enfermagem usualmente executam no cotidiano os serviços de
saúde, julgue as assertivas abaixo:

No processo grupal, não existe dificuldade em transitar da equipe agrupamento para a equipe
integração.

(A) correta
(B) errada

Resposta Correta:

(B) errada

61
Comentário:

Há dificuldade em transitar pois a formação da equipe e seu modo de trabalho estão


interligados ao perfil dos profissionais e aos objetivos de cada membro.

✓ Equipe Agrupamento: Encontro de ações e o agrupamento dos agentes.


✓ Equipe Integração: Articulação das ações e a interaçãos do agentes.

Ou seja, há uma dificuldade em transitar de uma para a outra.

17. (2012/UFPB/UFPB). Considerando a importância do trabalho em equipe como uma


modalidade de trabalho coletivo que se contrapõe ao modo independente e isolado com que os
profissionais de saúde e de enfermagem usualmente executam no cotidiano os serviços de
saúde, julgue as assertivas abaixo:

O trabalho em equipe na perspectiva da integralidade da assistência é um dos princípios e


diretrizes do SUS.

(A) correta
(B) errada

Resposta Correta:

(A) correta

Comentário:

Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas
necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a
prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o principio de integralidade
pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação
intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida
dos indivíduos.

6.3 A interdisciplinaridade e o trabalho em saúde

62
Toda ação baseada no pressuposto da interdisciplinaridade busca dar
conta da complexidade do sujeito implicado nas suas relações sociais e
pessoais. Na saúde, quando trabalhamos com a concepção do processo saúde-
doença socialmente determinado, de cara, nos deparamos com um sujeito enredado
nos dispositivos psicossociais, afetivos, técnicos e científicos, que movimentam a vida
tanto na sua dimensão individual quanto coletiva.
Os serviços de saúde são organizados levando em conta a diversidade
de aspectos que os indivíduos/usuários apresentam e demandam quando o
procuram. As equipes de saúde, principalmente nos serviços especializados, contam
quase sempre com uma equipe multiprofissional, ou seja, diferentes especialistas
trabalham sequencialmente ou lado a lado de forma verticalizada. Cada um caminha
no sentido de aprofundar seu conhecimento e ficar melhor naquilo que faz. Para fazer
bem o que é próprio a sua especialidade.
A abordagem e a atenção ao usuário, nestes casos, na maioria das vezes se
dão de forma estanque, sem comunicação e integração entre as especialidades na
atenção e na orientação aos pacientes.

Segundo Oliveira (2007) a abordagem interdisciplinar, longe de


ignorar a necessidade das especialidades, quer abrir vasos
comunicantes entre estes diversos saberes; quer sim, a partir
deles, abrir trilhas horizontalizadas, construir redes de
conhecimento que permitam uma ação de saúde integradora deste
sujeito/usuário, quer favorecer uma visão expandida aos
profissionais de saúde para que estes possam, todos eles,
trabalhar para este usuário considerando a sua complexidade e
sua biodiversidade.

63
Ainda de acordo com a autora supracitada, o desafio que se coloca é que a
equipe multiprofissional possa ser capaz de uma ação interdisciplinar, onde os
saberes de cada um se ligam e se interconectam na construção de outra forma de
trabalho, na qual todos os profissionais estão atentos, investigando e orientando os
pacientes e seus familiares sem perder de vista os diferentes lugares, situações e
(im) possibilidades de cada paciente. Isto implica, sem dúvida, num trabalho coletivo
que exige disposição, muito estudo e criatividade da equipe de saúde.

ATENÇÃO!

A interdisciplinaridade não facilita o trabalho do profissional, como


muito se diz por aí. Ao contrário, requer rigor das e entre as
disciplinas, exige consensos e profissionais envolvidos neste
processo. Mas, se não facilita de um lado, de outro sem dúvida
agrega valor ao trabalho, imprime qualidade ao papel de servidor e
enriquece o usuário que se vê contemplado como sujeito complexo,
social e diferenciado. Pois a democracia na saúde não se faz
tratando a todos como iguais, mas sim a cada um de acordo com
suas especificidades e sua necessidade, como sujeito e cidadão.
(OLIVEIRA ,2007).

18. (2012/FCC/TRF - 2ª REGIÃO). Para a construção de um projeto assistencial, o


desenvolvimento do trabalho em equipe é fundamental. Uma das características pertinente à
execução desse trabalho está pautada

a) na inflexibilidade da divisão de trabalho.


b) na preservação das diferenças técnicas entre os diferentes trabalhos.
c) no questionamento das igualdades e na ingerência dos colaboradores.
d) na centralização da tomada de decisão pelo enfermeiro.
e) na autonomia profissional exercida na ausência de chefia imediata, infringindo a hierarquia.

Resposta Correta:

64
b) na preservação das diferenças técnicas entre os diferentes trabalhos

Comentário:

O trabalho em equipe e na perspectiva interdisciplinar traz como máxima o respeito as


diferenças técnicas e de saberes, onde a equipe soma para alcançar objetivos comuns,
melhorando o resultado do cuidado.

19. (2013/FUNCAB/ ANS) Peduzzi (1998, 2001) debate em seus estudos o predomínio de equipes
multiprofissionais com a(s) seguinte(s) característica(s):

a) articulação das ações e interação dos agentes.


b) justaposição das ações e mero agrupamento dos profissionais.
c) convívio harmonioso entre os profissionais.
d) delimitação de espaços de cooperação entre as especialidades.
e) trabalho articulado, mas segmentado em níveis hierárquicos

Resposta Correta:

b) justaposição das ações e mero agrupamento dos profissionais.

Comentário:

Mesmo não sendo o formato que apresenta melhores resultados, a equipe agrupamento
predomina nas relações de grupo e se caracteriza pela fragmentação e justaposição das ações,
sem articulação entre elas, conformando o simples agrupamento de agentes que mantêm
projetos assistenciais independentes, seria um conjunto de pessoas que desempenham
esforços individuais para planejar e decidir acerca de objetivos que auxiliem cada membro no
desenvolvimento de sua área de responsabilidade.

65
20. (2014/FUNCAB/SEDS-TO) O trabalho em equipe consiste em uma modalidade de trabalho
coletivo que se contrapõe ao modo independente e isolado com que os profissionais de saúde
e de enfermagem executam seu trabalho no cotidiano dos serviços de saúde. Embora
interdependentes, cada uma das áreas tem especificidades presentes no seu próprio saber
técnico, nos demais instrumentos de trabalho e nas atividades que a caracterizam. Assim, o
trabalho em equipe refere-se à recomposição de diferentes processos de trabalho, constituídos
em uma rede complexa de prestação de serviços. Acerca da organização do trabalho em saúde
por equipes, assinale a alternativa INCORRETA.

a) identificam-se dois tipos diferentes de trabalho em equipe: equipe integração, na qual se observa a
busca de articulação das ações e de interação dos profissionais, e a equipe agrupamento, em que
ocorrerem justaposição das ações e o mero agrupamento de agentes
b) considera-se que a integração do trabalho em equipe expressa, simultaneamente e de forma
complementar, dois aspectos que a caracterizam: a articulação das inúmeras ações executadas pelos
distintos profissionais da equipe e a comunicação entre seus componentes, orientada para o
entendimento
c) entende-se a interação dos agentes no sentido de colocar em evidência as conexões existentes
entre as intervenções técnicas realizadas pelo conjunto de profissionais inseridos em uma mesma
situação de trabalho, e a articulação das ações no sentido da prática comunicativa, em que os
envolvidos buscam reconhecimento e entendimento mútuos e colocam-se de acordo acerca de seus
planos de ação
d) para integrar a equipe, não basta tomar isoladamente as intervenções independentemente dos
sujeitos que as executam, nem tampouco tomar a interação dos profissionais como se fossem relações
pessoais independentes da situação de trabalho coletivo em que se encontram envolvidos.

Resposta Correta:

c) entende-se a interação dos agentes no sentido de colocar em evidência as conexões existentes


entre as intervenções técnicas realizadas pelo conjunto de profissionais inseridos em uma mesma
situação de trabalho, e a articulação das ações no sentido da prática comunicativa, em que os
envolvidos buscam reconhecimento e entendimento mútuos e colocam-se de acordo acerca de seus
planos de ação

Comentário:

O trabalho em equipe multiprofissional é conceituado como uma modalidade de trabalho


coletivo que é construído por meio da relação recíproca, de dupla mão, entre as múltiplas
intervenções técnicas e a interação dos profissionais de diferentes áreas, configurando, por
meio da comunicação, a articulação das ações e a cooperação. O trabalho em equipe não

66
configura um modelo estático, mas a dinâmica entre trabalho e interação que prevalece em um
dado momento do movimento contínuo da equipe: equipe integração e equipe agrupamento. No
primeiro tipo ocorre a articulação das ações e a interação dos agentes; no segundo, observa-se
a justaposição das ações e o mero agrupamento dos profissionais. Alternativa A está correta. O
trabalho em equipe não tem na sua origem apenas o caráter de racionalização da assistência,
no sentido de garantir a melhor relação custo-benefício do trabalho e ampliar o acesso e a
cobertura da população atendida, mas também responde à necessidade de integração das
disciplinas e das profissões entendida como imprescindível para o desenvolvimento das
práticas de saúde a partir da nova concepção biopsicossocial do processo saúde-doença.
Nessa visão a alternativa B também está correta. A integração, como descrita no parágrafo,
anterior não se relaciona apenas com técnica em uma situação específica, a integração se
relaciona a todo o processo de trabalho, relacionamento e processo de comunicação. Portanto
a alternativa C está incorreta. O trabalho multiprofissional refere-se à recomposição de
diferentes processos de trabalho que devem, para se integrar, concomitantemente, preservar as
diferenças técnicas ou especificidades de cada trabalho e articular as intervenções realizadas
pelos componentes da equipe. Logo, para integrar a equipe, não basta tomar isoladamente as
intervenções independentemente dos sujeitos que as executam, nem tampouco tomar a
interação dos profissionais como se fossem relações pessoais independentes da situação de
trabalho coletivo em que se encontram envolvidos.

Bibliografia www.sites.epsjv.fiocruz.br Ceccim RB. Equipe de saúde: a perspectiva entre-


disciplinar na produção dos atos terapêuticos. In: Pinheiro Mattos RA. (Orgs.) Cuidado: as
fronteiras da integralidade. Rio de Janeiro: IMS/Uerj/Cepesc/Abrasco, 2005.

67
QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (2009/ CESPE/FHS-SE). Quanto à liderança em enfermagem, julgue o item


seguinte.
Os primeiros trabalhos que trataram do estudo científico da liderança focalizaram as
características dos liderados e o ambiente de trabalho.
(A) correta
(B) errada

2. (2014/VUNESP/PRODEST-ES) O estilo de liderança em que o líder é focado


apenas nas tarefas é conhecido como
a) liderança por ideal.
b) liderança autocrática.
c) liderança democrática.
d) liderança liberal.
e) liderança paternalista.

3. (2013/FUNCAB/SESACRE) Na administração, a liderança caracterizada por


um forte controle sobre o grupo de trabalho, em que a comunicação se dá de
cima para baixo é chamada de:
a) democrática.
b) participativa.
c) autoritária.
d) laissez-faire.
e) cooperativa.

4. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH) Das lideranças de enfermagem,


destacamos a democrática, uma liderança assumida por grande parte de
profissionais. Em relação à liderança democrática, assinale a alternativa
correta.

68
a) O líder tem o objetivo de fazer se alcançar as metas, após isso, deixa os liderados
à vontade para realizações de suas tarefas.
b) O líder tem por objetivo a autonomia do grupo, fazendo-os respeitar as normas
combinadas. Além disso, promove a interação e o desenvolvimento das habilidades e
capacidades do grupo.
c) O líder procura realizar a vontade de todos, a fim de manter a harmonia do setor.
d) O líder evita responsabilidades é ausente e não toma decisões.
e) O líder favorece a centralização do poder.

5. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH). Assinale a alternativa que apresenta o


estilo de liderança que, a longo prazo, é mais eficaz, porque favorece a maior
motivação, a qualidade de decisão e a moral da equipe.
a) Estilo de liderança contingencial.
b) Estilo de liderança laissez-faire.
c) Estilo de liderança democrático.
d) Estilo de liderança compreensivo.
e) Estilo de liderança autocrático.

6. (2016/IBFC/EBSERH) Os enfermeiros têm ocupado cargos de liderança nos


serviços de saúde. O enfermeiro que tem característica de trabalhar em
conjunto ou de forma participativa, permitindo ao grupo efetuar sugestões e
participar nas decisões, ao mesmo tempo em que a autoridade é exercida com
o subordinado, é denominado:
a) Líder Democrático
b) Líder Autocrático
c) Líder Liberal
d) Líder Coercitivo
e) Líder Facilitador

7. (2012/CESPE/TJ-RO) O líder que concede aos grupos ou indivíduo total


liberdade para a tomada de decisões exerce tipicamente a
a) liderança situacional.

69
b) liderança emergente.
c) liderança liberal.
d) liderança democrática.
e) liderança autocrática.

8. (2016/IBFC/EBSERH) O Enfermeiro chefe da Unidade de Oncologia possui um


estilo de liderança que se caracteriza pelo trabalho com excesso de liberdade
permitida aos subordinados, possibilitando uma situação em que os
trabalhadores não conhecem os objetivos e consequentemente acabam não
desempenhando suas tarefas. Essa liderança é chamada de:
a) Autocrática
b) Democrática
c) Coercitiva
d) Controladora
e) Laissez-faire (Liberal

9. (2009/NUCEPE/MPE-PI) O tipo de liderança que compreende que o líder é


aquele que estabelece acordos com seus liderados, visando ao cumprimento de
metas organizacionais em troca de recompensas previamente estabelecidas, é
a:
a) liderança servidora.
b) liderança transformacional.
c) liderança transacional.
d) liderança carismática.
e) liderança liberal.

10. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH) “Na enfermagem, pode-se definir este tipo


de liderança como a capacidade de influenciar as outras pessoas a tomar
decisões de modo que possibilitem a continuidade da instituição a longo prazo
e a estabilidade financeira da organização a curto prazo”. O enunciado refere-se
à
a) Liderança estratégica.

70
b) Liderança gerencial.
c) Liderança situacional.
d) Liderança motivacional.
e) Liderança direcional.

11. (2009/NC-UFPR/SES-PR) O estilo de liderança de um indivíduo tem grande


influência no clima e no resultado do grupo. Numere os padrões de liderança na
coluna da direita, relacionando-os com os tipos relacionados na coluna da
esquerda.
1. Liderança transacional.
2. Liderança transformacional.
3. Liderança democrática.
4. Liderança autoritária.
( ) É uma relação interativa baseada na confiança e tem impacto positivo sobre líder e
liderados.
( ) Promove a autonomia e o crescimento individual dos trabalhadores.
( ) Resulta em ações de grupo bem definidas, que são geralmente previsíveis,
reduzindo a frustração no grupo de trabalho e dando aos trabalhadores uma
sensação de estabilidade.
( ) Preocupa-se com as operações do dia-a-dia.

Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da direita, de


cima para baixo.
a) 4 – 3 – 1 – 2.
b) 2 – 3 – 4 – 1.
c) 4 – 2 – 3 – 1.
d) 1 – 3 – 4 – 2.
e) 1 – 4 – 2 – 3.

12. (2013/FUNCAB/ANS) Peduzzi (1998, 2001) conceitua “trabalho em equipe"


multiprofissional como uma modalidade de trabalho coletivo construído por
meio da:

71
a) relação recíproca, de dupla mão, entre as múltiplas intervenções técnicas e a
interação dos profissionais de diferentes áreas, configurando, através da
comunicação, a articulação das ações e a cooperação.
b) relação de cooperação entre vários profissionais na realização de procedimentos
de saúde, estabelecendo os limites das diversas áreas de competência de cada
profissional.
c) convivência de diversos profissionais de saúde em um mesmo espaço institucional,
atuando cada um em sua especialidade, a fim de facilitar a assistência ao paciente,
otimizando tempo e trabalho.
d) convivência de profissionais de níveis de formação diferentes, em regime
hierárquico, em um mesmo espaço institucional, na realização de procedimentos de
assistência à saúde.
e) articulação do trabalho de profissionais de uma mesma categoria, com níveis
diversos de formação, possibilitando o diálogo das especialidades.

13. (2012/FCC/TRF - 2ª REGIÃO) Na organização do trabalho em saúde por


equipes, identificam-se dois tipos diferentes de trabalho em equipe: aquela na
qual se observa a busca de articulação das ações e de interação dos
profissionais, e a outra, em que ocorrem a justaposição das ações e o mero
agrupamento de agentes. Segundo Ciampone e Peduzzi (2010), essas equipes
são denominadas, respectivamente, como:

a) equipe comunicação e equipe sociotécnica.


b) equipe integração e equipe agrupamento.
c) equipe dinâmica e equipe das especialidades.
d) equipe motivacional e equipe do desdobramento do trabalho.
e) equipe congregadora e equipe segregadora.

14. (2015/FCC/TRT - 3ª Região (MG)) A maioria dos especialistas em


administração e gerência, afirmam que o futuro pertence a organizações
baseadas em equipes. Katzenbach e Smith classificam os grupos conforme seu

72
funcionamento e seu grau de desenvolvimento. Os membros do grupo
compartilham informações entre si, mas responsabilidades, objetivos e
produtos pertencem a cada indivíduo; seu funcionamento pode ser eficiente e
efetivo, mas não produz desempenho coletivo. Os autores estão se referindo a:

a) Grupo de trabalho.
b) Equipe potencial.
c) Equipe real.
d) Equipe de elevado desempenho.
e) Grupo operacional.

15. (2011/FCC/TRT - 23ª REGIÃO) A ampliação do conceito de Saúde e a


necessidade de integração das ações tiveram implicações à formação,
composição e à organização dos Recursos Humanos no SUS. Na perspectiva
de um trabalho em equipe, as equipes integradas caracterizam-se por

a) possuir um processo assistencial comum.


b) manter a divisão do trabalho previamente estabelecida.
c) romper as diferenças técnicas entre os trabalhos especializados.
d) manter a desigualdade na valoração dos distintos trabalhos.
e) apresentar independência das diversas áreas profissionais.

16. (2012/UFPB/ UFPB). Considerando a importância do trabalho em equipe


como uma modalidade de trabalho coletivo que se contrapõe ao modo
independente e isolado com que os profissionais de saúde e de enfermagem
usualmente executam no cotidiano os serviços de saúde, julgue as assertivas
abaixo:
No processo grupal, não existe dificuldade em transitar da equipe agrupamento para
a equipe integração.

(A) correta
(B) errada

73
17. (2012/UFPB/UFPB). Considerando a importância do trabalho em equipe
como uma modalidade de trabalho coletivo que se contrapõe ao modo
independente e isolado com que os profissionais de saúde e de enfermagem
usualmente executam no cotidiano os serviços de saúde, julgue as assertivas
abaixo:

O trabalho em equipe na perspectiva da integralidade da assistência é um dos


princípios e diretrizes do SUS.

(A) correta
(B) errada

18. (2012/FCC/TRF - 2ª REGIÃO). Para a construção de um projeto assistencial,


o desenvolvimento do trabalho em equipe é fundamental. Uma das
características pertinente à execução desse trabalho está pautada
a) na inflexibilidade da divisão de trabalho.
b) na preservação das diferenças técnicas entre os diferentes trabalhos.
c) no questionamento das igualdades e na ingerência dos colaboradores.
d) na centralização da tomada de decisão pelo enfermeiro.
e) na autonomia profissional exercida na ausência de chefia imediata, infringindo a
hierarquia.

19. (2013/FUNCAB/ ANS) Peduzzi (1998, 2001) debate em seus estudos o


predomínio de equipes multiprofissionais com a(s) seguinte(s) característica(s):
a) articulação das ações e interação dos agentes.
b) justaposição das ações e mero agrupamento dos profissionais.
c) convívio harmonioso entre os profissionais.
d) delimitação de espaços de cooperação entre as especialidades.
e) trabalho articulado, mas segmentado em níveis hierárquicos

74
20. (2014/FUNCAB/SEDS-TO) O trabalho em equipe consiste em uma
modalidade de trabalho coletivo que se contrapõe ao modo independente e
isolado com que os profissionais de saúde e de enfermagem executam seu
trabalho no cotidiano dos serviços de saúde. Embora interdependentes, cada
uma das áreas tem especificidades presentes no seu próprio saber técnico, nos
demais instrumentos de trabalho e nas atividades que a caracterizam. Assim, o
trabalho em equipe refere-se à recomposição de diferentes processos de
trabalho, constituídos em uma rede complexa de prestação de serviços. Acerca
da organização do trabalho em saúde por equipes, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) identificam-se dois tipos diferentes de trabalho em equipe: equipe integração, na
qual se observa a busca de articulação das ações e de interação dos profissionais, e
a equipe agrupamento, em que ocorrerem justaposição das ações e o mero
agrupamento de agentes
b) considera-se que a integração do trabalho em equipe expressa, simultaneamente
e de forma complementar, dois aspectos que a caracterizam: a articulação das
inúmeras ações executadas pelos distintos profissionais da equipe e a comunicação
entre seus componentes, orientada para o entendimento
c) entende-se a interação dos agentes no sentido de colocar em evidência as
conexões existentes entre as intervenções técnicas realizadas pelo conjunto de
profissionais inseridos em uma mesma situação de trabalho, e a articulação das
ações no sentido da prática comunicativa, em que os envolvidos buscam
reconhecimento e entendimento mútuos e colocam-se de acordo acerca de seus
planos de ação
d) para integrar a equipe, não basta tomar isoladamente as intervenções
independentemente dos sujeitos que as executam, nem tampouco tomar a interação
dos profissionais como se fossem relações pessoais independentes da situação de
trabalho coletivo em que se encontram envolvidos.

75
GABARITO

1 ERRADO
2 B
3 C
4 B
5 C
6 A
7 C
8 E
9 C
10 A
11 B
12 A
13 B
14 A
15 A
16 ERRADO
17 CERTO
18 B
19 B
20 C

76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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