Por Elise - Grace PassÃ
Por Elise - Grace PassÃ
Por Elise - Grace PassÃ
Grace Passô
Lixeiro: Espera!
Dona: Eu sei.
Dona: Galinhas.
Dona: Que nada. Esses anos todos eu só vendi duas. É pelo motivo deste momento
difícil que estamos passando.
Essa falta de dinheiro... você sabe como é.
Dona: Já disse.
Dona: Espera..
Dona: (para Homem) Saia daqui, eu não quero brincar agora, ok? Depois
conversamos. Vá para casa!
Lixeiro: Filho.
Dona: ...
Alguém respira.
Dona: Porquê?
Lixeiro:
É que o seu vizinho saiu de minha casa há anos pra comprar cigarros e não
voltou nunca mais.
Dona:Não. Quer dizer... Eu tenho uma notícia muito difícil para você... Eu conheci b
em o teu pai, antes dele..
Dona: ...
Lixeiro: ...
Dona: ...
Lixeiro: ...
Dona: Infelizmente.
Dona: (respondendo aos gritos, em extinto maternal) Espera! Ele não pode ir
agora! Também não é assim. Também não é qualquer hora que se têm pernas!
(para o lixeiro) Escuta, ele pediu para dizer algumas coisas a você.
Lixeiro: O quê?
Dona: (fala o que há anos memoriza): Ele disse: “PRESTE ATENÇÃO. MEU
FILHO VEM ME VER. ELE DEVE ESTAR GRANDE. PEÇA PERDÃO A ELE”.
Lixeiro: Só isso?
Dona: Sim..
Lembra-se!
Dona: Não! Ele ainda disse por último: “PERGUNTE SE ELE RECEBE O
DINHEIRO QUE EU LHE MANDO PARA AS
AULAS DE FUTEBOL”.
Lixeiro: ...
Dona: Recebe?
Dona: Karatê?
Dona: Disse.