Docsity Relatorio de Inorganica Experimental 3

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Relatório de Inorganica

Experimental
Química Inorgânica
Universidade Federal do Ceará (UFC)
19 pag.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA (DQOI)

PRÁTICA 10 - PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE


COMPLEXOS DE COBRE (II)

Alunos: Carlos Eduardo -


Mateus Lima Cajado - 376662
Disciplina: Inorgânica Experimental I
Curso: Química Bacharelado
Professor: Francisco Santos Dias

FORTALEZA
2019

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Introdução
Os compostos de coordenação são formados por um átomo metálico ou íon e um
ou mais ligantes (átomos, íons ou moléculas), sendo, frequentemente, chamados de
complexos ou, se carregados, de íons complexos. Esta definição inclui compostos com
ligações metal-carbono, ou compostos organometálicos. A maioria desses compostos
contém íons de metais de transição como espécie central, apesar de os íons de outros
metais também poderem formar complexos. Os metais de transição têm compostos com
cores variadas e vários números de oxidação, devido à existência de subnível d
parcialmente preenchido nos níveis eletrônicos de valência desses elementos.
O composto de coordenação provém de uma ligação covalente coordenada, que
historicamente considerava-se que era formada por doação de um par de elétrons de um
átomo para outro. Geralmente, os doadores são geralmente os ligantes, e os aceptores
são os metais.
Embora o estudo formal dos compostos de coordenação comece realmente com
Alfred Werner (1866–1919), os compostos de coordenação têm sido utilizados como
pigmentos e corantes desde a antiguidade. Exemplo inclui o íon tetraminocobre(II) – na
verdade [Cu(NH3)4(H2O)2]2+ em solução, que tem uma cor azul marcante de cobalto –
era conhecida em tempos pré-históricos.
A teoria de Werner exigia a chamada ligação primária, na qual a carga positiva
do íon metálico é equilibrada por íons negativos, e a ligação secundária, na qual as
moléculas ou íons (ligantes) estão ligados diretamente ao íon metálico. A unidade ligada
secundariamente é chamada de íon complexo ou de esfera de coordenação. As palavras
primária e secundária não tinham mais o mesmo significado. Os íons fora dos colchetes
balanceiam a carga e se dissociam em solução. Dependendo do metal e
dos ligantes, o metal pode ter de um até pelo menos dezesseis átomos ligados a ele, com
quatro e seis sendo o número mais comum. Os íons fora da esfera de coordenação,
algumas vezes chamados contraíons, freqüentemente podem ser trocados por outros,
sem alterar a ligação ou os ligantes dentro da esfera de coordenação do íon complexo.
Os ligantes estão classificados conforme o número de ligações à espécie central.

LIGANTE CARACTERÍSTICA
Se a ligação Espécie Central – Ligante é efetuada através de um
MONODENTAD único átomo do ligante. Ex: NH3 – A molécula do ligante
O amônia liga-se ao átomo central através do átomo de nitrogênio.

Quando a ligação Espécie Central – Ligante se efetua por


intermédio de dois átomos do ligante. Ex: H 2N-CH2CH2-NH2 –
BIDENTADO
A molécula etilenodiamina liga-se a espécie central através de
dois átomos de nitrogênio
Se o ligante possui três átomos capazes de ligar-se à espécie
POLIDENTADO central, esse ligante é denominado tridentado e assim
sucessivamente.
Tabela 1- Classificação dos ligantes quanto ao número de ligações com o metal.

Além disso, os ligantes são classificados também por suas capacidades doadoras
e aceptoras. Há uma longa tradição em química inorgânica de classificar os ligantes com
base na capacidade desses ligantes em provocarem divisão do orbital d. Em compostos
de coordenação octaédricos, os elétrons dos ligantes preenchem todos os seis orbitais
moleculares ligantes, e os elétrons de valência dos metais ocupam os orbitais t2g e eg*.
Os ligantes cujos orbitais interagem fortemente com os orbitais de metais são chamados

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de ligantes de campo forte. Com eles, a separação entre orbitais t2g e eg* (Δo) é grande.
Os ligantes com interações fracas são chamados de ligantes de campo fraco; a separação
entre os orbitais t2g e eg (Δo) é menor. Para centros de metal d0 até d3 e d8 até d10,
somente a configuração de elétron único é possível. Por outro lado, centros de metal d4
até d7 apresentam estados de spin alto e spin baixo. Campos ligantes fortes geram
complexos de spin baixo, e campos ligantes fracos produzem complexos de spin alto.
De acordo com a Teoria do Campo Cristalino (TCC), que utiliza uma abordagem
eletrostática para descrever a divisão nas energias do orbital d metálico dentro de um
ambiente octaédrico, uma descrição aproximada dos níveis de energia eletrônicos é
fornecida e normalmente são responsáveis pelo espectro visível e ultravioleta de
compostos de coordenação. Nesta abordagem, os orbitais d de um íon metálico são
colocados em um campo octaédrico de pares de elétrons dos ligantes, todos os elétrons
nesses orbitais são repelidos pelo campo. Consequentemente, os orbitais dx2-y2 e dz2,
que têm simetria eg, estão direcionados para os ligantes circundantes e aumentam sua
energia. Os orbitais dxy, dxz e dyz (simetria t2g) estão direcionados entre os ligantes,
relativamente e não são afetados pelo campo. A diferença de energia resultante é
identificada como Δo (o para octaédrica; referências mais antigas usam 10 Dq em vez
de Δo). Esta abordagem oferece um meio simples de identificar a divisão de orbital d
encontrada em compostos de coordenação, porém este modelo não explica a
estabilização eletrônica que é a força motriz para a formação da ligação metal-ligante.

Já a Teoria do Campo Ligante (TCL) é uma descrição da ligação em termos de


interações de orbitais de fronteira entre metal e ligante para formar orbitais moleculares.
Ela usa parte da terminologia da teoria do campo cristalino, mas concentra-se em
interações orbitais em vez de atrações entre os íons.
Os elétrons estão localizados em níveis de energia quantizados dentro de
moléculas, átomos ou íons. Dessa forma, para a transição de um elétron entre níveis de
energia é necessária uma quantidade de energia específica, que é característica para
cada espécie ou molécula No estado fundamental, esses elétrons estão contidos nos
níveis de energia mais baixos, o que lhe confere maior estabilidade. A energia (E), o
comprimento de onda (P) e a frequência (ν) da radiação são relacionados pela equação:) da radiação são relacionados pela equação:

Onde h é a constante de Planck (6,626 x 10 -34 m2 kg s-1) e c é a velocidade da luz


no vácuo (3,0.108 m s-1).
No entanto, esses elétrons podem sofrer excitação, como, por exemplo, se uma
luz de intensidade Io num determinado comprimento de onda passa por uma solução
contendo uma espécie que absorve a luz, a luz emerge com intensidade I que pode ser
medida por um detector apropriado. A lei de Beer-Lambert pode ser usada para
descrever a absorção da luz (ignorando a dispersão e a reflexão da luz da superfície da
cela) no comprimento de onda determinado por uma espécie absorvente na solução:

Onde: A = absorbância; ε = absortividade molar (L mol-1 cm -1) - também


conhecida como coeficiente de extinção molar; l = comprimento (cm) através da
solução (caminho óptico); c = concentração de espécies absorventes (mol L-1).

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Os espectrofotômetros comumente obtêm espectros como gráficos de
absorbância, que é uma grandeza adimensional, versus comprimento de onda. Esse
espectro é uma consequência das transições entre estados de diferentes energias e pode
fornecer informações valiosas sobre os estados e, por sua vez, sobre a estrutura e a
ligação da molécula ou íon.

A determinação numérica de Δo só pode ser obtida experimentalmente através do


espectro eletrônico e corresponde a absorção de menor energia na região visível do
espectro eletromagnético, pois compostos coloridos absorvem luz visível. A cor
percebida é a soma das luzes não absorvidas pelo complexo.
O espectro de absorção na região do infravermelho é utilizado para
caracterização quanto à Vibração em uma molécula diatômica, que pode ser comparada
ao oscilador harmônico ideal, como definido pela lei de Hooke:
F=−KX
A frequência (ν) da radiação são relacionados pela equação:) da vibração é dada pela expressão:
ν=
1 K
2π µ √
Em que:
m1 m 2
µ=
m 1+ m2
Onde: k é uma constante de força e μ é a massa reduzida.
A vibração deve provocar mudanças no momento dipolar elétrico. Um dipolo
oscilante gera um campo elétrico o qual interage com a componente elétrica da radiação
eletromagnética.
O estiramento (υ) é um modo vibracional. O estiramento é mais intenso que as) é um modo vibracional. O estiramento é mais intenso que as
deformações angulares (δ), que também é um modo vibracional, pois a intensidade), que também é um modo vibracional, pois a intensidade
depende da polaridade da ligação.
Essa prática contempla a preparação e caracterização de compostos coordenados
de cobre (II) por meio de espectroscopia na região do infravermelho e do visível.

Objetivos

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2.1) Preparar e os complexos [Cu(en)2(H2O)2]I2 e Ca[Cu(EDTA)].4H2O;

2.2) Calcular o rendimento percentual dos complexos preparados;

2.3) Caracterizar, a partir da obtenção dos espectros de absorção na região do


infravermelho e na região do visível, os complexos Cu(en) 2(H2O)2]I2,
Ca[Cu(EDTA)].4H2O e [Cu(H2O)6]2+;

2.4) Determinar o comprimento de onda de absorção máximo (P max) e a absortividade


molar (ε) dos complexos [Cu(H2O)6]2+[Cu(en)2(H2O)2]I2 e [Cu(edta)]2-;

2.5) Calcular o desdobramento do campo ligante (Δo) para os complexos


[Cu(en)2(H2O)2]2+, [Cu(H2O)6]2+, [Cu(EDTA)]2-.

Procedimento Experimental

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3.1 - Preparação do complexo [Cu(en)2(H2O)2]I2
1. Pesou-se, em um béquer de 50 mL, 0,95 g de acetato de cobre (II)
(Cu(CH3COO)2). Posteriormente, com o auxílio de uma proveta de 10 mL,
adicionou-se 3 mL de água destilada e agitou-se até a dissolução total do sal. Por
fim, misturou-se a essa solução 1 mL de etilenodiamina (C2H8N2), gota a gota;
2. Preparou-se uma solução dissolvendo 2,1 g do sal de iodeto de potássio (KI) na
menor quantidade de água possível até a total dissolução (~ 3 mL);
3. Misturou-se a solução de iodeto de potássio à solução de cobre com
etilenodiamina e a mistura foi deixada em banho de água aquecido a 60°C por
30 min. Decorridos os 30 min, observou-se se seria ou não necessário a filtração
sob vácuo à quente, caso houvesse material não dissolvido no béquer;
4. Foram adicionados 5 mL de etanol (C 2H5OH) à solução que, em seguida, foi
posta em banho de gelo, durante 20 min, induzindo a cristalização;
5. Posteriormente, filtrou-se sob vácuo com auxílio de 2 mL de etanol gelado;
6. Os cristais obtidos e separados foram recolhidos em um béquer, previamente
pesado, e devidamente guardados em um dessecador, sob vácuo, por uma
semana;
7. Decorrida a semana, o produto obtido foi pesado e o rendimento percentual
calculado.

3.2) Preparação do Hidróxido de Cobre, Cu(OH)2


1. Em um béquer de 250mL, dissolveu-se sob agitação 1,00g de CuSO 4.5H2O em
100mL de água destilada.
2. Adicionou-se, lentamente, 30mL de uma solução de NH 3 0,15M ao meio sob
agitação.
3. Mergulhou-se um eletrodo de pH na solução e adicionou-se gota a gota uma
solução de NaOH 1M até atingir pH 9-10
4. Filtra-se a mistura sobre papel filtro e lava-se 5 vezes com porções de 40mL de
água destilada
5. Lavou-se o precipitado com 10mL de etanol PA
6. Transfere-se o sólido para um béquer de 50mL previamente pesado, deixando
para secar ao ar por um dia
7. No dia seguinte, coloca-se o béquer para secar no dessecador por uma semana
8. Pesa-se o béquer e anota o resultado obtido.

3.3) Preparação do Mg[Cu(edta)].6H2O


1. Pesa-se, em caso de rendimento máximo, 0,73g de H 4edta em um béquer de
50mL, adicionando 40mL de água destilada
2. Adiciona-se 0,49g de Cu(OH)2 à solução e agita-se em temperatura ambiente por
2min.
3. Coloca-se o béquer contendo a mistura em banho de água a 60ºC por 10min.
4. Adiciona-se 0,71g de MgCO3.3H2O em pequenas porções, sob agitação, e
aquecer em banho de água a 60ºC por mais 30min, agitando de tempos em
tempos.
5. Evapora-se a solução em banho de areia até o início de formação de precipitado.
6. Filtra-se com um funil de Buchner sob vácuo, transferindo o filtrado para um
béquer de 50mL rotulado.

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7. Evapora-se, novamente, o filtrado em um banho de areia até obter um volume de
5mL de solução. Deixa-se em repouso por dois dias
8. Adiciona-se 15mL de etanol e aquece-se a mistura em banho-maria a 80ºC até a
obtenção de cristais.
9. Filtra-se sob vácuo em um funil de vidro sinterizado, lavando o sólido com 2
porções de 3mL de etanol.
10. Transfere-se o sólido para um béquer de 50mL previamente pesado, colocando-o
no dessecador por uma semana

3.4) Caracterização dos complexos


11. Obteve-se o espectro de absorção no infravermelho (em KBr) dos dois
complexos sintetizados e atribuiu-se as bandas de acordo com a literatura;
12. Obteve-se o espectro de absorção na região de 400 – 900 nm, de cada um dos
complexos [Cu(H2O)6]2+, [Cu(en)2(H2O)2]2+ e [Cu(EDTA)]2, em solução aquosa.
Utilizaram-se 0,500 g de CuSO4·5H2O, 0,25 g [Cu(en)2(H2O)2]I2 e
Ca[Cu(EDTA)]·4H2O, cada um diluído em 50 mL de água;
13. Determinou-se o Pmáx e o ε para cada banda no espectro eletrônico e fez-se a
atribuição das mesmas de acordo com a literatura;
14. Calculou-se o valor de Δo para cada um dos complexos.

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Resultados e Discussão
4.1 - Preparação do complexo [Cu(en)2(H2O)2]I2
Dados para cálculo do rendimento do complexo de Cobre (II)

Composto Químico Massa Molar (g mol-1)


Acetato de Cobre (II) 181,63
Etilenodiamina 60,10
Iodeto de Potássio 166,00
Água 18,02
Iodeto de diaquabis(etilenodiamino)cobre (II) 473,58
Acetato de Potássio 98,15
Tabela 2 – Dados para a síntese do complexo [Cu(en)2(H2O)2]I2.

Ao dissolver o sal de acetato de cobre em água, é possível obter o íon cobre (II)
hexahidratado, por meio da seguinte reação:

Cu(CH3COO)2(s) + 6H2O(l) → [Cu(H2O)6]2+(aq) + 2CH3COO-(aq)

Após a adição de etilenodiamina, o complexo de cobre que se encontrava


rodeado por seis moléculas de água, torna-se mais estável quando ligado com a
etilenodiamina, como mostra a seguinte reação:

[Cu(H2O)6]2+(aq) + 2C2H8N2(l) → [Cu(C2H8N2)2(H2O)2]2+(aq) + 4H2O(l)

Ao adicionar o iodeto de potássio, o íon de cobre (II) complexado irá precipitar


na forma de iodeto, da seguinte forma:

[Cu(en)2(H2O)2]2+(aq) + 2KI(aq) → [Cu(en)2(H2O)2]I2(s) + 2K+(aq)

Portanto, a equação geral para a obtenção do complexo [Cu(en)2(H2O)2]I2 é dada


por:

Cu(CH3CO2)2(s) + 2 NH2CH2CH2NH2(aq) + 2 KI(aq) + 2H2O(l) →


[Cu(NH2CH2CH2NH2)2(H2O)2]I2(s) + 2 KCH3CO2(aq)
Durante a realização da prática foi pesado 0,98 g de acetato de cobre (II).
Portanto, o número de mols de Acetato de Cobre utilizados para produzir o composto de
coordenação na reação acima é obtido da seguinte maneira:

n (número de mols) = massa de acetato de cobre (II) pesado


massa molar de acetato de cobre (II)
n= 0,98 g .

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199,5 g mol-1
n = 4,91.10-3 mol ou 4,91 mmol de acetato de cobre (II)
Dessa forma, pode-se observar que a reação ocorre na proporção de 1:1 entre
acetato de cobre (II) e iodeto de diaquabis(etilenodiamino)cobre (II). Portanto, o
rendimento teórico é calculado da seguinte forma:

1 mol de Cu(CH3COO)2(H2O) – 1 mol de [Cu(NH2CH2CH2NH2)2(H2O)2]I2


4,91.10-3 mol – X mol
X = 4,91.10-3 mol de [Cu(NH2CH2CH2NH2)2(H2O)2]I2
A massa teórica do composto de coordenação de cobre é obtida por:
1 mol de [Cu(NH2CH2CH2NH2)2(H2O)2]I2 - 473,58 g
4,91.10-3 mol -Xg
X = 2,33 g de [Cu(NH2CH2CH2NH2)2(H2O)2]I2
Dessa forma, a massa que deveria ser obtida para rendimento de 100% da reação
seria de 2,33 g. A massa real obtida pela reação é obtida da seguinte forma:

M(BÉQUER+PRODUTO) – M(BÉQUER SECO) = M(PRODUTO)


30,2 g – 28,2 g = 2,0 g
O rendimento percentual é calculado por:
2,33 g de [Cu(NH2CH2CH2NH2)2(H2O)2]I2 – 100%
2,0 g de [Cu(NH2CH2CH2NH2)2(H2O)2]I2 – X%
X = 85,84% de rendimento

4.2 - Preparação do complexo Ca[Cu(EDTA)].4H2O


Dados para cálculo do rendimento do complexo de Cobre (II)

Composto Químico Massa Molar (g mol-1)


Cloreto de Cobre (II)
dihidratado 170,48
Na2H2EDTA 340,24
Bicarbonato de Sódio 84,01
Cloreto de Cálcio 110,98
Ca[Cu(EDTA)].4H2O 467,74
Cloreto de Sódio 58,40
Monóxido de Carbono 28,01
Tabela 3 – Dados para a síntese do complexo Ca[Cu(EDTA)].4H2O.

A reação química realizada para obtenção do composto de coordenação é dada


por:

CuCl2.2H2O(aq) + Na2H2EDTA(aq) + 2 NaHCO3(aq) + CaCl2(aq) →


Ca[Cu(EDTA)].4H2O(s) + 4 NaCl(aq) + 2 CO2(g)

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Pesou-se 1,72 g de cloreto de cobre dihidratado. Portanto, o número de mols de
cloreto de cobre dihidratado utilizados para produzir o composto de coordenação na
reação acima é obtido da seguinte maneira:

n (número de mols) = massa de cloreto de cobre dihidratado pesado


massa molar de cloreto de cobre dihidratado
n= 1,69 g ___
170,48 g mol-1
n = 9,913.10-3 mol ou 9,913 mmol de cloreto de cobre dihidratado

Dessa forma, pode-se observar que a reação ocorre na proporção de 1:1 entre o
acetato de cobre (II) e o composto de coordenação Ca[Cu(EDTA)].4H2O. Portanto, o
rendimento teórico é calculado da seguinte forma:

1 mol de CuCl2.2H2O – 1 mol de Ca[Cu(EDTA)].4H2O


9,913.10-3 mol – X mol
X = 9,913.10-3 mol de [Cu(EDTA)].4H2O
A massa teórica do composto de coordenação é obtido por:
1 mol de Ca[Cu(EDTA)].4H2O - 467,74 g
9,913.10-3 mol -Xg
X = 4,63 g de Ca[Cu(EDTA)].4H2O
Dessa forma, a massa que deveria ser obtida para rendimento de 100% da reação
seria de 4,72 g. A massa real obtida pela reação é obtida da seguinte forma:

M(BÉQUER+PRODUTO) – M(BÉQUER SECO) = M(PRODUTO)


29,17 g – 25,87 g = 3,30 g
O rendimento percentual é calculado por:
4,63 g de [Cu(NH2CH2CH2NH2)2(H2O)2]I2 – 100%
3,30 g de [Cu(NH2CH2CH2NH2)2(H2O)2]I2 – X%
X = 71,17% de rendimento
Logo, o rendimento obtido na preparação do complexo Ca[Cu(EDTA)].4H2O foi
de 71,17%.

4.3 – Caracterização dos complexos


Através dos espectros eletrônicos obtidos na região do visível, é possível
observar que o íon cobre em solução, encontrando-se hexahidratado, apresenta o maior
Pmáx, quando comparado aos Pmáx do íon cobre (II) coordenação com EDTA ou com
etilenodiamina. Pode-se inferir que os ligantes presentes em torno do íon cobre (II)
interferem no comprimento de onda onde ocorre máxima absorção.

CO, CN- > phen > NO2- > en > EDTA > NCS- > H2O > F- < OH- < Cl- < Br- < I-
Spin baixo Spin alto
Campo forte Somente doadores-σ Campo fraco

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Grande Δ Pequeno Δ
Aceptores-π Doadores- π
Fig.1- Série Espectroquímica. Fonte: Inorganic Chemistry, Gary L. Miessler and Donald A.
Tarr.4.ed.Editora Pearson, 2011. p. 380.

Portanto, pode-se supor que os ligantes etilenodiamina e EDTA são mais


capazes do que a água em provocar a divisão dos orbitais “d” do cobre. Sendo essa
divisão maior entre os orbitais ligantes e não ligantes do complexo coordenado, maior
será a energia que um elétron deve obter para realizar essa transição eletrônica. O que
pode ser comprovado pela análise da série espectroquímica, no qual os ligantes EDTA,
etilenodiamina e água apresentam-se como ligantes de campo intermediário,
caracterizados como ligantes σ. Porém, observa-se que a água apresenta menor
capacidade que a etilenodiamina e o EDTA para provocar maiores divisões nos orbitais
“d” do cobre, e que o EDTA apresenta menor capacidade que a etilenodiamina. O que
explica os valores obtidos como comprimento de onda máxima de cada complexo
coordenado.

Fig.2 – Espectro na região do visível do complexo [Cu(H2O)6]2+.

Fig. 3 - Espectro na região do visível do complexo [Cu(en)2(H2O)2]2+.

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Fig. 4 - Espectro na região do visível do complexo [Cu(EDTA)] 2-.

A absortividade molar é uma característica da espécie que está absorvendo a luz


e é altamente dependente do comprimento de onda. Por isso, é possível calcular e,
assim, determinar a absortividade molar por meio da Lei de Lambert-Beer.

– Cálculo da ε do complexo [Cu(H2O)6]2+


Utilizou-se 0,500g de CuSO4.5H2O para a obtenção do espectro. De modo que, o
número de mols desse complexo pode ser calculada da seguinte forma:
1 mol de CuSO4.5H2O – 249,62 g
X mol de CuSO4.5H2O – 0,500 g
X = 2,00x10-3 mol de CuSO4.5H2O
Aplicando na equação a seguir é possível determinar a concentração da solução
de CuSO4.5H2O.
c (mol L-1) = n (mols) = 2,00.10-3 = 4,01.10-2 mol L-1
Volume (L) 5,00.10-2
A partir da obtenção da concentração da solução utilizada no experimento, do
conhecimento que a cubeta utilizada possuía 1 cm de largura e do valor da absorbância
máxima observada no espectro de absorção desse complexo, utiliza-se a equação de
Lambert-Beer para a determinação da absortividade molar do complexo.
A = ε.l.c
onde: A = 0,489; l = 1 cm e c = 4,01.10-2 mol L-1
0,489 = ε . 1 . 4,01.10-2
ε = 12,21 L mol-1 cm-1

– Cálculo da ε do complexo [Cu(en)2(H2O)2]2+


Utilizou-se 0,25g de [Cu(em)2(H2O)2]I2 para a obtenção do espectro. De modo
que, o número de mols desse complexo pode ser calculada da seguinte forma:

1 mol de [Cu(em)2(H2O)2]I2 – 377,45 g


X mol de [Cu(em)2(H2O)2]I2 – 0,25 g
X = 6,62x10-4 mol de [Cu(em)2(H2O)2]I2

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Aplicando na equação a seguir é possível determinar a concentração da solução
de [Cu(em)2(H2O)2]I2.

c (mol L-1) = n (mols) = 6,62.10-4 = 1,32.10-2 mol L-1


Volume (L) 5,00.10-2
A partir da obtenção da concentração da solução utilizada no experimento, do
conhecimento que a cubeta utilizada possuía 1 cm de largura e do valor da absorbância
máxima observada no espectro de absorção desse complexo, utiliza-se a equação de
Lambert-Beer para a determinação da absortividade molar do complexo.
A = ε.l.c
onde: A = 0,701; l = 1 cm e c = 1,32.10-2 mol L-1
0,701 = ε . 1 . 1,32.10-2
ε = 52,92 L mol-1 cm-1

– Cálculo da ε do complexo [Cu(EDTA)]2-


Utilizou-se 0,1743 g de Ca[Cu(EDTA)].4H2O para a obtenção do espectro. De
modo que, o número de mols desse complexo pode ser calculada da seguinte forma:

1 mol de Ca[Cu(EDTA)].4H2O – 467,74 g


X mol de Ca[Cu(EDTA)].4H2O – 0,1743 g

X = 3,73x10-4 mol de Ca[Cu(EDTA)].4H2O

Aplicando na equação a seguir é possível determinar a concentração da solução


de Ca[Cu(EDTA)].4H2O.

c (mol L-1) = n (mols) = 3,73.10-4 = 7,45.10-3 mol L-1


Volume (L) 5,00.10-2
A partir da obtenção da concentração da solução utilizada no experimento, do
conhecimento que a cubeta utilizada possuía 1 cm de largura e do valor da absorbância
máxima observada no espectro de absorção desse complexo, utiliza-se a equação de
Lambert-Beer para a determinação da absortividade molar do complexo.
A = ε.l.c
onde: A = 0,503; l = 1 cm e c = 7,45.10-3 mol L-1
0,503 = ε . 1 . 7,45.10-3
ε = 67,49 L mol-1 cm-1

Os resultados obtidos mostraram que cada complexo possui um valor diferente


de ε. Isso comprova que cada espécie é distinta uma das outra e, por isso, tem
absortividades molares diferentes.

Absortividade
Tipo de banda
Exemplos Típicos
-1 - (restrição)
ε (L mol cm

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1
)
<1 Spin e Laporte Complexos d5 em campo fraco, [Mn(OH2)6]2+ (d–d).
Complexos dn em campo Oh com relaxação de natureza
1 - 10 Laporte
vibrônica, [Ni(OH2)6]2+ (d–d).
Complexos dn em campo Oh com contribuições de
10 - 100 Laporte
natureza covalente, [Fe(CN)6]4- (d–d).
Complexos dn tetraédricos ou sem centro de inversão,
100 - 1000 Laporte
[CoCl4]2- (d–d).
Totalmente Transições de Transferência de carga (TC), Transições
> 1000
Permitida entre orbitais moleculares, Transições s–p, p–d e d–f.
Tabela 4 – Intensidades relativas das bandas de absorção em complexos.

Todos os valores obtidos de ε estão no intervalo entre 10 e 100, de modo que


esse valor é característico de complexos dn em estrutura Oh com relaxação de natureza
vibrônica.
Ainda utilizando os espectros eletrônicos, é possível que se calcule os valores de
desdobramento do campo cristalino (Δo) para cada complexo. Por meio da utilização do
comprimento de onda máximo de cada complexo, já que, de acordo com a Teoria do
Campo Cristalino (TCC), a absorção de um fóton de energia igual a ∆ o implica que o
elétron pode ser promovido dos orbitais t 2g para os orbitais eg. A quantificação do
desdobramento do campo cristalino pode feita a partir de duas equações:

Onde: N = constante de Avogadro (6,022.1023 mol-1), h = constante de Planck


(6,63.10-34 m2 kg s-1), c = velocidade da luz (3,0.108 m s-1).

– Cálculo do Δo para o complexo [Cu(H2O)6]2+


Δo= N.h.(c/ʎ) = 6,022.1023. 6,63.10-34 . 3.108
808,28.10-9
Δo= 1,48.10 J mol-1
5

ou
Δo= 1 = 1 .
-5
ʎmáx (cm) 8,083.10
Δo= 1,24.104 cm-1

– Cálculo do Δo para o complexo [Cu(en)2(H2O)2]2+


Δo= N.h.(c/ʎ) = 6,022.1023. 6,63.10-34 . 3.108
547,77.10-9
Δo= 2,17.10 J mol-1
5

ou
Δo= 1 = 1 _
ʎmáx (cm) 5,748.10-5
Δo= 1,74.104 cm-1

– Cálculo do Δo para o complexo [Cu(EDTA)]2-


Δo= N.h.(c/ʎ) = 6,022.1023. 6,63.10-34 . 3.108
732,98.10-9

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Δo= 1,63.105 J mol-1
ou
Δo= 1 = 1 _
ʎmáx (cm) 7,330.10-5
Δo= 1,36.104 cm-1

Os respectivos valores obtidos para o desdobramento do campo cristalino (Δ o)


confirmam as suposições iniciais baseadas na série espectroquímica, no qual o ligante
etilenodiamina é um ligante de campo mais forte do que o EDTA e a água, de modo que
a energia que um elétron deve obter para passar dos orbitais T 2g para os orbitais eg é
maior do que para os demais complexos. O EDTA, no entanto, é intermediário entre a
água e a etilenodiamina, visto que ele promove maior desdobramento dos orbitais d do
cobre do que a água, porém esse desdobramento é menor quando comparado a
etilenodiamina.

– Análise dos espectros de absorção no infravermelho

Banda característica
da Etilenodiamina

Iodo
N-H
Alargamento da -COO
banda
característico da C-O
presença de água

Fig. 5 – Espectro de absorção no Infravermelho do complexo [Cu(en)2(H2O)2]I2.

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Fig. 6 – Espectro de absorção no Infravermelho do complexo Ca[Cu(EDTA)].4H2O.

As bandas comuns presentes tanto em agentes complexantes etilenodiamina


e EDTA continuam comuns mesmo após complexadas. No entanto algumas
modificações são notadas quando se observa os valores das freqüências de estiramento
das ligações e intensidade das mesmas.
Observando-se apenas os valores de estiramento, nota-se que ao se
complexar com o metal, os valores para freqüência de estiramento são modificadas, por
exemplo, no caso das ligações da carbonilas. As vibrações dessas ligações deveriam
ocorrer por volta de 1700-1600 cm-1, mas nos dois casos ocorrem abaixo de 1600 cm-1.
Uma explicação para o fato está relacionado à força com as quais os ligações se
mantêm. Quando ocorre a ligação a um metal e posteriormente a formação de um
complexo, os ligantes tendem a ser organizar no espaço, de modo a diminuir a repulsão
e estabilizar o complexo. No entanto, essas reorganizações levaram nesse caso a
aumento do tamanho de ligações já existentes nos ligantes e conseqüentemente, uma
diminuição de sua freqüência de estiramento.
A ordem de ligação (OL) também atua na explicação das freqüências de
ligações. Seja OL a força que uma ligação tem, ela é calculada levando em conta os
elétrons que fazem parte de ligações e os elétrons que não fazem. Em um composto cuja
exista ocorrência de perda ou compartilhamento de elétrons para uma posterior ligação,
experimenta uma diminuição de sua ordem de ligação, enfraquecendo-a. Ligações mais
fracas vibram em menores freqüências e posteriormente, tendem a se deslocar para
valores de estiramento menores do que os valores anteriores a movimentação de
elétrons.
Quanto os diferentes valores de estiramento presentes para as mesmas
ligações em diferentes compostos podem ser explicados pela distorção causada no
campo cristalino do complexo. Existem dois tipos principais de ligantes, ligantes de
campo forte e campo fraco. Quanto mais forte for o ligante, mais desdobramento o
complexo irá experimentar. Sendo assim, deverá ocorrer uma maior estabilização

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espacial para que os ligantes sofram menor repulsão possível. Nesse caso a
etilenodiamina possui uma força de campo maior que o EDTA, logo fará que suas
ligações ocorram em valores de estiramento inferiores ao EDTA.

Espécie λmax (nm) Δo (cm-1) Δo (J mol-1) ε (L mol-1 cm-1)


[Cu(H2O)6]2+ 808,28 1,24.104 1,48.105 12,21
[Cu(en)2(H2O)2]2+ 547,77 1,74.104 2,17.105 52,92
[Cu(EDTA)]2- 732,98 1,36.104 1,63.105 67,49
Tabela 5 - Dados experimentais dos complexos.

Conclusão

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Os procedimentos utilizados para preparo dos complexos de [Cu(en)2(H2O)2]2+ e
[Cu(EDTA)]2- apresentaram eficiência satisfatória, superior a 71%. Pelo experimento
realizado, observa-se que foi possível caracterizar os diferentes complexos preparados,
observando e comparando suas composições, a partir da utilização de técnicas
espectroscópicas, tais como: espectroscopia eletrônica de absorção na região do visível
e espectroscopia vibracional na região do infravermelho. Foi necessária a busca de
valores na literatura para que se pudessem fazer atribuições ao espectro de absorção no
infravermelho sobre quais os grupos presentes ou para saber se as transições
encontradas estão de acordo com aquilo que era esperado ao observar o espectro de
absorção na região do visível.
Foi possível, também, obter os valores do desdobramento do campo cristalino
para cada complexo e a partir dessa informação, determinar qual dos complexos possuía
o ligante de campo mais forte, que seria a etilenodiamina, seguida do EDTA e,
posteriormente, a água, o que encontra-se de acordo com a série espectroquímica. Os
picos encontrados no espectro de IV comprovam que o complexo foi formado, pois se
observa picos referentes ao ligante etilenodiamino e ao ligante água presentes no
composto de coordenação.

Referências Bibliográficas

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1. Inorganic Chemistry, Gary L. Miessler and Donald A. Tarr.4.ed. Editora
Pearson, 2011.
2. Lee, J. D. Química Inorgânica – um novo texto conciso. 3ª ed. Editora Edgard
Blücher ltda. 1980.
3. Inorganic Chemistry, Catherine Housecroft and Alan G. Sharpe.3.ed. Editora
Pearson, 2008.
4. Manual de Laboratório de Química Inorgânica Experimental 2018.1 – UFC
(Departamento de Química Orgânica e Inorgânica – DQOI).

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