APOSTILA DE HERMENÊUTICA - STEFANO (Copia) 1
APOSTILA DE HERMENÊUTICA - STEFANO (Copia) 1
APOSTILA DE HERMENÊUTICA - STEFANO (Copia) 1
HERMENÊUTICA
CAPÍTULO I
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1. OBSTÁCULO HISTÓRICO: Há uma distância muito longa que nos separa da época
em que a bíblia foi escrita.
2. OBSTÁCULO CULTURAL: A bíblia foi escrita em culturas diferentes da nossa.
3. OBSTÁCULOS LINGUÍSTICOS: A bíblia foi escrita em hebraico, aramaico e grego.
4. OBSTÁCULO FILOSÓFICO: É preciso compreender a concepção de vida que
tinham os judeus e gregos.
1. Método Analítico
a) Observação – É o passo que nos leva a extrair do texto o que realmente descreve os
fatos, levando também em conta a importância das declarações e o contexto;
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2. Método Sintético.
É o método utilizado nos estudos que abordam cada livro como uma unidade inteira e
procura o seu sentido como um todo, de forma global. Neste caso determina-se as ênfases
principais do livro ou seja, as palavras repetidas em todo o livro, mesmo em sinônimo e com
isto a palavra-chave desenvolve o tema do livro estudado. Outra maneira de determinar a
ênfase ou característica de um livro é observar o espaço dedicado a certo assunto. Como por
exemplo, o capítulo 11 da Epístola aos Hebreus enfatiza a fé e em todos os demais capítulos
ela enfatiza a palavra SUPERIOR.
SUPERIOR:
3. Método Temático
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Esta espécie de estudo bíblico é divertida, pois você tem a oportunidade de sondar o
caráter das pessoas que o Espírito Santo colocou na Bíblia, e de aprender de suas vidas. Paulo,
escrevendo aos Coríntios, disse: "Estas cousas lhes sobrevieram como exemplo, e foram
escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado." (I
Cor. 10.11)
Sobre alguns personagens bíblicos muito foi escrito. Quando você estuda pessoas como
Jesus, Abraão e Moisés, pode precisar restringir o estudo a áreas como, "A vida de Jesus como
nos é revelada no Evangelho de João", "Moisés durante o Êxodo", ou "Que diz o Novo
Testamento sobre Abraão". Lute sempre para manter os seus estudos bíblicos em tamanho
manejável.
PASSO UM – Escolha a pessoa que você quer estudar e estabeleça os limites do estudo
(por exemplo, "Vida de Davi, antes de tornar-se rei"). Usando uma concordância ou um índice
enciclopédico, localize as referências que têm relação com a pessoa do estudo. Leia-as várias
vezes e faça resumo de cada uma delas.
1) – Observações – Anote todo e qualquer pormenor que notar sobre essa pessoa. Quem
era? O que fazia? Onde morava? Quando viveu? Por que fez o que fez? Como levou a efeito?
Anote minúcias sobre ela e seu caráter.
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Os seguintes passos podem ser acrescentados quando você achar que o ajudarão em seus
estudos biográficos. São facultativos e só devem ser incluídos progressivamente, à medida que
você ganhe confiança e prática.
Trace o fundo histórico da pessoa. Use um dicionário bíblico para ampliar este passo
somente quando necessário. As seguintes perguntas haverão de estimular o seu pensamento.
2) – Onde a pessoa nasceu? Quem foram seus pais? Houve alguma coisa de incomum em
torno do seu nascimento e da sua infância?
3) – Qual a sua vocação? Era mestre, agricultor, ou tinha alguma outra ocupação? Isto
influenciou o seu ministério posterior? Como?
4) – Quem foi seu cônjuge? Tiveram filhos? Como eram eles? Ajudaram ou estorvaram
a sua vida e o seu ministério?
5) – Faça um gráfico das viagens da pessoa. Aonde ela foi? Por que? Que fez?
b) É óbvio que obras literárias tem "partes" que se formam no "todo". Existe uma ordem
crescente de partes, de unidades simples e complexas, até se formarem na obra completa.
c) A unidade literária menor, que o Estudo Bíblico Indutivo (EBI) emprega, é a palavra.
Organizam-se palavras em frases, frases em períodos, períodos em parágrafos, parágrafos em
seções, seções em divisões, e por fim, a obra completa.
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CAPÍTULO III
I) PRINCÍPIOS DA EXEGESE:
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se atribui a certas passagens significados que são quase o oposto do que o autor teve
em mira. Exemplo disso é Cl 2.21, freqüentemente utilizado como texto para sermões
sobre temperança. No contexto, porém, é pura e simplesmente condenação do
ascetismo. O teor geral da epístola dita o sentido real da passagem.
4. INTERPRETE HISTORICAMENTE: Para interpretar historicamente impõe-se a
determinação das circunstâncias que evocaram o escrito ou documento. As
observações preliminares que encontramos nos bons comentários, ou as introduções ao
estudo do Novo Testamento, tais como as de Zahn e Moffatt, são subsídio precioso
neste ponto. Além disso é necessário conhecer os modos, maneiras, costumes e
psicologia do ambiente que se originou o escrito.A psicologia de um povo incluir-lhe-á
a noção de cronologia, métodos de historiografia, uso das figuras de linguagem e os
tipos literários de que o autor se serviu na expressão do pensamento. Conhecimento
destes fatores pode-se obter mediante a leitura de material histórico geral e particular
que se refira ao escrito estudado.
5. INTERPRETE SEGUNDO A ANALOGIA DAS ESCRITURAS: Interprete a escritura
com a própria escritura.
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CAPÍTULO IV
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e o significado de um texto deve ser aquele que o autor tinha em mente. A partir disto vamos
iniciar o estudo correto da Bíblia. Conforme W. Henrichsen há três etapas no estudo da Bíblia:
Observação (o que vejo), interpretação (o que significa?) e correlação (como isto se relaciona
com o restante daquilo que a Bíblia diz?). Estas etapas são guiadas pelas regras fundamentais
de interpretação. Quais seriam estas regras? São quatro categorias: regras gerais, gramaticais,
históricas e teológicas de interpretação.
1. REGRAS GERAIS: São todas as regras aplicáveis a Bíblia por inteiro. Elas se fazem
presentes como sustentáculos das outras. São universais em sua natureza.
a. A Bíblia é autoridade suprema em matéria de fé e prática e independe do
testemunho de homens ou da igreja.
b. A fé e a iluminação do Espírito Santo são requisitos indispensáveis a
interpretação e compreensão da Bíblia.
c. A Bíblia interpreta a própria Bíblia.
d. A Bíblia não deve ser interpretada a luz da experiência pessoal, mas a
experiência pessoal deve ser interpretada a luz da Bíblia.
e. O propósito da interpretação bíblica não é apologético, mas deve ser devocional
e prático.
f. Cada cristão é livre para estudar e interpretar a Bíblia.
g. A igreja não determina o que a Bíblia ensina, mas a Bíblia determina o que a
igreja deve ensinar.
2. REGRAS GRAMATICAIS: São as que tratam diretamente do texto. A Bíblia foi
escrita em linguagem humana e conseqüentemente deve ser interpretada
gramaticalmente. Na interpretação gramatical o intérprete procede de duas maneiras:
dedutivamente, começando do geral para o particular (parágrafo-sentença-palavra) ou
indutivamente do particular para o geral (palavra isolada-sentença-parágrafo). As
regras gramaticais são:
a. A Bíblia tem somente um sentido que deve ser tomado literalmente.
b. Determine o sentido correto das palavras quando usadas pelo escritor Bíblico (a
etimologia e o uso corrente).
c. Interprete a palavra em relação a sua sentença e ao contexto.
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CAPÍTULO V
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em que o texto foi escrito. Estas informações recebemos em primeiro lugar pelas partes que
vêm imediatamente antes ou depois do texto que estudamos: o contexto imediato do texto.
CONTEXTO
TEXTO
O desenho ao lado ilustra a idéia de contexto.
CONTEXTO
PARÁGRAFO
CAPÍTULO
LIVRO
O que vem antes e o que vem imediatamente depois do texto formam o contexto.
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CAPÍTULO VI
DEFINIÇÃO:
o Cultural: considera o ambiente histórico cultural do autor a fim de entender suas
alusões, referências e propósitos.
o Contextual: considera a relação de uma passagem com o corpo de escrito de um
autor, para melhores resultados de compreensão proveniente de um
conhecimento de seu pensamento geral.
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corbã. O que é isto? Era uma oferta consagrada a Deus. Na época muitos
fariseus se isentavam da responsabilidade de ajudar os pais dizendo que o que
possuíam era corbã. Ex. Mc 14:12-14 o homem na época de Jesus não carregava
água. Era um serviço tipicamente feminino.
c. Qual era o nível de comprometimento espiritual do povo?
2. DETERMINANDO O CONTEXTO HISTÓRICO CULTURAL ESPECÍFICO E A
FINALIDADE DE UM LIVRO: algumas perguntas são necessárias:
a. Quem foi o autor? (Qual era o ambiente e seu contexto cultural, quem era, o que
fazia?)
b. Para quem ele estava escrevendo? (Crentes, incrédulos, apóstatas, crentes que
corriam o risco de tornarem-se apóstatas)
c. Qual a finalidade ou intenção do autor em escrever seu livro?
d. OBS: é possível descobrir o autor e seus destinatários por via dos dados internos
(textuais) ou dos externos (históricos)
3. DETERMINANDO A FINALIDADE DO LIVRO: Existem pelo menos três formas de
determinarmos a finalidade de um livro:
a. Observe a declaração explícita do autor ou a repetição de certas frases. Ex. Lc
1:1-4 e At1:1. Autor: Lucas. Objetivo: Exposição sistemática da vida de Jesus e
início da era cristã. Ex: Jô 20:31 Objetivo: “que os homens creiam que Jesus é o
Cristo”.
b. Observe as exortações contidas no livro:uma vez que as exortações fluem no
propósito do autor, elas proporcionam pistas das intenções dele.
c. Observe os pontos omitidos ou os problemas enfocados. OBS: uma maneira de
averiguar se entendemos ou não o objetivo do autor é resumir esse objetivo em
uma única sentença. É preciso que estejamos atentos para não interpretar a
passagem sem primeiro entender a intenção do autor ao escrever o livro.
4. DESENVOLVENDO UMA COMPREENSÃO DO CONTEXTO IMEDIATO:
Algumas perguntas são importantes:
a. Quais os principais blocos de material e de que forma se encaixam no todo?
b. Como o autor da passagem que estamos considerando contribuiu para a corrente
de argumentação do autor?
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1. APONTE A FORMA LITERÁRIA GERAL: a forma literária que um autor usa (prosa,
poesia, etc) influencia o modo como ele pretende que suas palavras sejam entendidas ou
compreendidas. Vejamos algumas formas literárias:
a. Prosa: predomina o uso literal.
b. Poesia: predomina a linguagem figurativa.
c. Literatura apocalíptica
2. INVESTIGUE O DESENVOLVIMENTO DO TEMA DO AUTOR: mostre como a
passagem se encaixa no contexto.
3. APONTE AS DIVISÕES NATURAIS DO TEXTO: as principais unidades conceptuais
e as declarações transicionais revelam o processo de pensamento do autor.
4. IDENTIFIQUE OS CONECTIVOS DENTRO DOS PARÁGRAFOS E SENTENÇAS:
os conectivos (conjunções, preposições, pronomes relativos, etc.) mostram a relação que
existe entre dois ou mais pensamentos. Os conectivos auxiliam no acompanhar a
progressão do pensamento. Ex.: quando se emprega um pronome relativo é importante
indagar: “qual é o substantivo que está sendo debatido”? (Ef 1:5-7 – Jesus). Um
“portanto” muitas vezes proporcionam o elo de ligação entre teorética e as aplicações
práticas dessa argumentação. Ex.: Gl 5:1. Permanecei, pois, firmes e não vos submeteis
de novo a jugo de escravidão (o “pois” está se referindo ao que foi dito nos capítulos 3 e
4).
5. DETERMINE O SIGNIFICADO DAS PALAVAS: em sua maioria, as palavras que
sobrevivem por longo tempo adquirem muitas denotações (significados específicos) e
conotações (implicações complementares). Ao lado de seus significados específicos,
muitas vezes as palavras tem uma variedade de denotações vulgares, isto é, usos
encontradiços na conversação comum. Ex. “o mundo está acabado” (concluído). “José
está muito acabado”(envelhecido). OBS.: denotações literais podem conduzir a
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Os eventos históricos podem servir de símbolos da verdade espiritual. Símbolo (de sun e
ballo), um sinal de alguma coisa. Ex. Gn. 32-24-32, mencionado em Os 12:2-4; Jô 6:13.
Milagre sempre é símbolo de verdades espirituais.
Ex. Abraão oferece seu filho. Fato tipológico; Davi como rei teocrático, tipo do grande
filho de Deus; A serpente levantada apontava para a elevação de Cristo na cruz; O sumo
sacerdote no Santo dos Santos uma vez por ano, para fazer expiação do pecado, prefigura
aquele que na plenitude dos tempos entrou no santuário celestial com seu próprio sangue
obtendo uma eterna salvação.
IMPORTANTES QUESTÕES
Que é um tipo?
Quais as regras de sua interpretação?
DEFINIÇÃO: A palavra tipo (do grego s, derivada do verbo ), indica:
a. A marca de um golpe
b. Uma impressão, a marca feita por um cunho, daí o sentido de figura, imagem.
c. Exemplo ou modelo, que é o sentido mais comum na Bíblia.
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CARACTERÍSTICAS
Os tipos não são todos da mesma espécie. Há tipos de pessoas, lugares, coisas, ritos e fatos. De
acordo com Terry, a idéia fundamental é que existe uma relação representativa preordenada
segundo a qual certas pessoas, acontecimentos e instituições do velho testamento
correspondem a pessoas, eventos e instituições no Novo Testamento.
TRÊS CARACTERÍSTICAS
1. Deve haver algum ponto notável de semelhança entre um tipo e seu antítipo. Qualquer
diferença que possa existir, o primeiro deve ser um verdadeiro retrato do último em
algum aspecto particular.
2. O tipo deve ser designado por indicação divina a ostentar uma semelhança com o
antítipo.
3. Um tipo sempre prefigura alguma coisa futura.
A INTERPRETAÇÃO DE TIPOS
(considerações importantes)
1. O interprete deve guardar-se do erro de considerar uma coisa má como tipo de uma
coisa boa.
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2. Os tipos do Velho Testamento eram, ao mesmo tempo, símbolos e tipos, pois eram
antes de tudo, símbolos expressivos de verdades espirituais. O intérprete deve saber
qual a verdade moral e espiritual que os símbolos comunicavam aos israelitas.
Somente depois de respondida satisfatoriamente essa questão é que o intérprete pode
descobrir como essa verdade se realizou um nível mais alto do Novo Testamento.
3. Os tipos apresentam a verdade em forma velada, enquanto que a realidade do Novo
Testamento dissipa as sombras e apresentam a verdade em plena luz. Ex. A epístola
aos hebreus lança luz para a compreensão das verdades contidas no tabernáculo e nas
peças que o compunham.
4. É princípio fundamental que os tipos que não são de natureza complexa devem ter
apenas uma significação principal.
5. Considere a diferença essencial que existe entre tipo e antítipo. Um representa a
verdade num nível inferior. O outro apresenta a mesma verdade num nível superior.
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5. CARGOS OU OFÍCIOS TÍPICOS: incluem Moisés, que em seu ofício de profeta (Dt
18:15) foi um tipo de Cristo; Melquisedeque (Hb 5:6) como tipo do sacerdócio
contínuo de Cristo; e Davi, como rei.
6. AÇÕES TÍPICAS: Ex. Isaías andando nu e despido como sinal ao Egito e a Etiópia de
que em breve a Assíria os levaria nus e descalços (Is 20:2-4).
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Virkler, Hermenêutica, princípios e processos de interpretação bíblica, pp. 126-127
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atitude em relação ao reino. A forma do argumento seria mais ou menos assim: “em vista
desta questão a respeito do reino, que atitude vocês tomarão? O que vocês farão em virtude de
tal situação? Como vão sair dessa?”. A parábola é contada não para entretenimento, mas para
mover os ouvintes a ação: “vai tu e faze o mesmo”, sendo esta a situação, que fará o ouvinte?
A parábola tem como finalidade também, revelar verdades aos crentes (Mt 13:10-12; Mc
4:11).
Diríamos então, que a função das parábolas responde a pergunta: “para que contou Ele
parábolas de novo”? Porque o uso das parábolas facilita a comunicação de idéias ou das
verdades que Jesus queria inculcar nos corações de seus ouvintes. O propósito se relaciona
com a finalidade de tomar uma decisão; a função se relaciona com o meio, para facilitar o
entendimento.4
TIPOS DE PARÁBOLAS
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Osmundo Afonso Miranda, Introdução ao estudo das parábolas, São Paulo, Ed. Aste, 1984. Pág 48 e 49.
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O TERMO DE COMPARAÇÃO
Note-se que a comparação é feita com o todo da parábola. Quando se diz na parábola que
esta geração é semelhante a meninos que sentados na praça (Mt. 11.16), a comparação não é
com menino, mas semelhante a meninos que sentados na praça gritam aos companheiros:
“tocamos flauta, e não dançaste, entoamos lamentações e não pranteastes” (Mt. 11.16,17). O
que é semelhante está implícito no todo da parábola. O Reino dos Céus não é semelhante ao
fermento, mas ao fermento que a mulher colocou em três medidas de farinha, até que tudo
ficasse levedado (Mt. 13.33). Quando a parábola tem duas, três ou quatro partes, em geral, a
comparação que a parábola faz se encontra no último elemento ou na última parte da parábola.
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METÁFORA: Eduardo Carlos Pereira define metáfora como a “figura que tem por
fundamento a semelhança, comunicando às parábolas sentido translato por semelhança de
idéias”3. Napoleão Mendes de Almeida define metáfora como o fenômeno pelo qual uma
palavra por semelhança real ou imaginária4.
A palavra metáfora é composta da preposição grega “meta” (além de) e do verbo “ferw”
(levar), dando a entender que a idéia é levada ou transladada além do seu sentido original, isto
é, o conceito é transferido de um objeto ou indivíduo para outro, devido a semelhança real ou
imaginária.
Exemplos de metáforas:
a) “Disse Jesus: Eu sou a porta”... – este trecho diz que Ele é o que não é, com a finalidade de
suscitar uma comparação (semelhança) entre a função de Jesus e a função da porta. A relação
de Jesus com uma porta é para dar a idéia de que Ele é a entrada para o Reino de Deus ou para
a presença de Deus. A aplicação da metáfora é de relacionar uma pessoa a um objeto, para
indicar uma possível relação entre ambos, num sentido figurado. A metáfora pode sugerir
semelhança, mas dizer o sentido da mesma. A conclusão é tirada pelo ouvinte.
ALEGORIA: este termo vem do grego “allos” (outro) e “agorew” (falar) e significa que o
que se fala quer dizer outra coisa. Na alegoria, porém, cada detalhe da história representa algo
diferente do que se diz na história. Enquanto que na parábola, como metáfora ou símile há
uma só lição, a alegoria tem uma lição independente para cada detalhe. O grande problema da
alegoria é que qualquer coisa pode significar qualquer coisa, dependendo da imaginação do
intérprete. Um exemplo clássico de alegoria é a interpretação de Orígenes da parábola do
“Bom Samaritano”. Segundo ele, o homem atacado pelos ladrões simbolizava Adão (a
humanidade, Jerusalém, os Céus, Jericó, o mundo); os ladrões representavam o diabo e suas
hostes; o sacerdote representava a Lei; o levita representava os profetas; o bom samaritano
representava Cristo; o animal sobre o qual fora colocado o homem ferido, representava o
3
Eduardo Carlos Pereira, Gramática Expositiva, Curso Superior, 86ª Edição, Cia Editora Nacional, 1956, p.402
4
Napoleão Mendes de Almeida, Gramática da Língua Portuguesa, 15ª Edição, SP, Editora Saraiva, 1963, p.328
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Corpo de Cristo (que suporta o Adão caído); a estalagem representa a igreja; as duas moedas o
pai e o filho e a promessa do bom samaritano de voltar, a segunda vinda de Cristo.
Regras de três – esta regra observa em muitas parábolas uma técnica popular. Como tudo que
é popular, a regra não é exata. Assim, a parábola pode ter mais ou menos pontos. Veja o
exemplo: a parábola dos talentos (Mt. 25.14-28) – não há somente três indivíduos. A regra
aparece no recebimento dos talentos (v.15), na utilização dos mesmos (vs. 16-18) e na
prestação de contas (vs. 20-28). Veja ainda outros textos: Mt. 4.3-8, Lc. 10.30-35, 14.16-24.
Regras de Contraste - Nesta regra o último elemento contrasta com o primeiro. Exemplo: a
parábola do bom samaritano, do semeador e da grande Ceia.
Localização da lição no fim da parábola - a parte mais importante da parábola se relaciona
com o último dos elementos da regra de três, como acontece nos contos populares. É assim
que acontece na parábola do semeador, do bom samaritano e dos trabalhadores na vinha.
Pedro Gilhus4 nos dá alguns princípios de interpretação de parábolas, os quais colocamos
abaixo:
1. A parábola é contada com um só objetivo – elucidar a verdade central. Assim devemos
buscar o sentido único do conjunto na interpretação.
2. O conjunto, como um todo, nos transmite uma verdade central. Assim, em I Ts.5.1-3
quando lemos que o Dia do Senhor vem como ladrão da noite, percebemos que virá
inesperadamente.
3. Deve-se dar muita atenção nas frases finais, pois dali é que se descobrirá a verdade central.
Outra dica é prestar atenção na situação em que a parábola foi narrada. Quando, porque e a
quem Jesus falou. Observe Lc. 10.30-37. Descubra a quem Ele escrevia e porque.
“30 Jesus, prosseguindo, disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de
salteadores, os quais o despojaram e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
31 Casualmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e vendo-o, passou de largo.
32 De igual modo também um levita chegou àquele lugar, viu-o, e passou de largo.
33 Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão;
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Pedro Gilhus, Como Interpretar a Bíblia – Introdução à Hermenêutica (Brasília DF, Livraria Cristã Unida,
1980, pp.248-262
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34 e aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua
cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
35 No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que
gastares a mais, eu to pagarei quando voltar.
36 Qual, pois, destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
37 Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe, pois,
Jesus: Vai e faze tu o mesmo.”
Observe o extraordinário que acontece na parábola. Sempre ocorre algo que nos permite
descobrir a verdade central do texto. Veja:
a. O pastor que deixa 99 ovelhas para achar uma (perdida).
b. Um pai que aguarda com paciência a volta do filho.
c. O administrador que recompensa os jornaleiros que trabalham menos horas que os outros.
Exporemos em seguida uma série de figuras com seus correspondentes exemplos, que
precisam ser estudados detidamente e repetidas vezes.
1. Metáfora.
Esta figura tem por base alguma semelhança entre dois objetos ou fatos, caracterizando-
se um com o que é próprio do outro.
Exemplo: Ao dizer Jesus: "Eu Sou a Videira Verdadeira", Jesus se caracterizou com o
que é próprio e essencial da videira (pé de uva); e ao dizer aos discípulos: "Vós sois as varas",
caracterizou-os com o que é próprio das varas.
Outros exemplos: "Eu Sou o Caminho", "Eu Sou o Pão Vivo", "Judá é Leãozinho", "Tu
és minha Rocha", etc.
2. Sinédoque.
Faz-se uso desta figura quando se toma a parte pelo todo ou o todo pela parte, o plural
pelo singular, o gênero pela espécie, ou vice-versa.
Exemplos: Toma a parte pelo todo: "Minha carne repousará segura", em vez de dizer:
meu corpo. (Sl 16.9)
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Toma o todo pela parte: "...beberdes o cálice", em lugar de dizer: do cálice, ou seja, parte
do que há no cálice.
3. Metonímia.
Emprega-se esta figura quando se emprega a causa pelo efeito, ou o sinal ou símbolo
pela realidade que indica o símbolo.
Exemplos: Jesus emprega a causa pelo efeito: "Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-
nos", em lugar de dizer que têm os escritos de Moisés e dos profetas. (Lc 16.29)
Jesus emprega o símbolo pela realidade que o mesmo indica: "Se eu não te lavar, não
tem parte comigo." Lavar é o símbolo da regeneração.
4. Prosopopéia.
Exemplos: "Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" (I Cor 15.55) Paulo trata a morte como
se fosse uma pessoa.
5. Ironia.
Faz-se uso desta figura quando se expressa o contrário do que se quer dizer, porém
sempre de tal modo que se faz ressaltar o sentido verdadeiro.
Exemplo: "Clamai em altas vozes... e despertará." Elias dá a entender que chamar por
Baal é completamente inútil. (1 Rs 18.27)
6. Hipérbole.
É a figura pela qual se representa uma cousa como muito maior ou menor do que em
realidade é, para apresentá-la viva à imaginação. É um exagero.
Exemplos: "Vimos ali gigantes... e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos...
as cidades são grandes e fortificadas até aos céus." (Num. 13.33)
"Nem no mundo inteiro caberiam os livros que seria, escritos". (Jo. 21.25)
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"Rios de águas correm dos meus olhos, porque não guardam a tua lei". (Sl 119.136)
7. Alegoria.
É uma figura retórica que geralmente consta de várias metáforas unidas, representando
cada uma delas realidades correspondentes.
Exemplo: "Eu Sou o Pão Vivo que desceu do céu, se alguém dele comer, viverá
eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo, é a minha carne... Quem comer a
minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna", etc. Esta alegoria tem sua interpretação
nesta mesma passagem das Escrituras. (Jo 6.51-65)
8. Fábula.
Exemplo: "O cardo que está no Líbano, mandou dizer ao cedro que lá está: Dá tua filha
por mulher a meu filho; mas os animais do campo, que estavam no Líbano, passaram e
pisaram o cardo." (2 Rs 14.9) Com esta fábula Jeoás, rei de Israel, responde a proposta de
guerra feita por Amazias, rei de Judá.
9. Enigma.
Exemplo: "Do comedor saiu comida e do forte saiu doçura." (Jz 14.14)
10. Tipo.
Exemplos: A serpente de metal levantada no deserto foi mencionada por Jesus como um
tipo para representar sua morte na cruz. (Jo 3.14)
Jonas no ventre do grande peixe, foi usado como tipo por Jesus para representar a sua
morte e ressurreição. (Mt 12.40)
11. Símbolo.
Representa alguma cousa ou algum fato por meio de outra cousa ou fato familiar que se
considera a propósito para servir de semelhança ou representação.
Exemplos: Representa-se: A majestade pelo leão, a força pelo cavalo, a astúcia pela
serpente, o corpo de Cristo pelo pão, o sangue de Cristo pelo cálice, etc.
12. Parábola.
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Exemplos: O Semeador (Mt 13.3-8); Ovelha perdida, dracma perdida e filho pródigo
(Lc. 15), etc.
13. Símile.
Procede da palavra latina "similis" que significa semelhante ou parecido a outro. É uma
analogia. Comparação de cousas semelhantes.
Exemplos: "Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim (do mesmo modo) é grande
a sua misericórdia para com os que o temem". (Sl 103.11);
"Como o pai se compadece de seus filhos, assim (do mesmo modo) o Senhor se
compadece dos que o temem". (Sl 103.13)
14. Interrogação.
Somente quando a pergunta encerra uma conclusão evidente é que é uma figura literária.
"Não são todos eles espíritos ministradores enviados para serviço, a favor dos que hão de
herdar a salvação?" (Hb 1.14)
15. Apóstrofe.
O vocábulo indica que o orador se volve de seus ouvintes imediatos para dirigir-se a uma
pessoa ou cousa ausente ou imaginária.
Exemplos: "Ah, Espada do Senhor, até quando deixarás de repousar?" (Jr 47.6)
16. Antítese.
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"Inclusão, na mesma frase, de duas palavras, ou dois pensamentos, que fazem contraste
um com o outro."
Exemplos: "Vê que proponho hoje a vida e o bem, a morte e o mal." (Dt 30.15)
"Entrai pela porta estreita (larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz a perdição e
são muitos os que entram por ela) porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz
para a vida, e são poucos os que acertam com ela." (Mt 7.13,14)
17. Provérbio.
18. Paradoxo.
Exemplos: "Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos". (Mt 8.22)
" Porque quando sou fraco, então é que sou forte". (2 Cor 12.10)
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A- Índice
1. O trecho
2. Introdução indutiva
3. Leitura do trecho
4. O lugar do trecho
5. O contexto imediato de Cl.2.6,7
6. Análise manuscritológica
7. Análise gramatical
8. O fluir do texto
9. A explanação do texto
10. Paráfrase
11. Resumo em poucas palavras
12. O trecho e a bíblia
13. Descobrindo Jesus na bíblia
14. Descobrindo Deus no texto
15. Descobrindo a nós mesmos no texto
16. Descobrindo outros no texto
17. Aplicação
18. O trecho: Colossenses 2.6,7
Versão utilizada: Ed. Revista e Atualizada, Ed. Vida Nova
B- Introdução Indutiva
B.1. Esboço de Colossenses
Saudação – 1.1-2
Oração – 1.9-12
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Robert H. Gundry, Panorama do Novo Testamento, SP, Ed. Vida Nova, 1989, p.342
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B.3.1. Advertência – Cuidado que eu ninguém os enrede com sua filosofia e vãs sutilezas
(2.8).
B.3.2. Paulo usa termos chaves dos hereges contra suas próprias doutrinas, a saber, plenitude
(plerwma) e que aparece dez vezes em Colossenses; conhecimento (epignwskw) e mistério
(misterion).
B.3.3. Dá à história o seu devido lugar, como percebemos nos tempos verbais passados
(pretéritos) ao destacar o que realmente aconteceu nos eventos da morte, ressurreição e
entronização de Cristo.
B.3.4. Exalta a Cristo, o filho de Deus. Paulo mostra que é no senhorio de Jesus que jaz toda a
esperança da humanidade.
B.4. O autor – A carta é atribuída a Paulo que se auto-apresenta como “apóstolo de Jesus pela
vontade de Deus”. A palavra apóstolo é um termo técnico que designa um agente autorizado
com os direitos de um procurador.
B.5. A idéia da carta – Primeiro Credo da igreja: Cristo é o Senhor. Este é o tema.
B.6. Data e local – O ponto de vista é que esta carta foi escrita em Roma, retraçada a partir do
livro de Atos e que Paulo estava preso quando a escreveu (At.28.16-31). Data de
aproximadamente 60 d.C.
C- Leitura do trecho – C.1. Bíblia Vida Nova e C.2. Linguagem de Hoje
D- O lugar do trecho – Colossenses 2.6-7 acha-se na parte central da carta e é a base do
argumento da carta. “Andai Nele”. O recebimento e permanência em Cristo são pontos
doutrinários enfatizados por Paulo nas expressões “Nele radicado, edificado e confirmado”.
E- O contexto imediato de colossenses –
E.1. O contexto imediato anterior – Colossenses 1.13-23 e 2.6-7. Nestes trechos, Paulo faz a
exposição das pessoas e obra de Jesus e depois demonstra interesse pelos colossenses,
mostrando interesse em conhecê-los pessoalmente, de vê-los confortados, unidos em amor e
que tenham o pleno conhecimento dos Mistérios de Deus, em Cristo, em quem todos os
tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos.
E.2. O contexto imediato posterior - Colossenses 2.8-15. Paulo adverte-os contra os falsos
ensinos e mostra-lhes a divindade de Cristo e Sua obra redentora. Ensina que em Cristo habita
corporalmente toda a plenitude da divindade e que Nele foram ressuscitados por meio da fé no
poder de Deus, que ressuscitou Cristo dos mortos.
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