Te 433 RTT 54 Uteue 56
Te 433 RTT 54 Uteue 56
Te 433 RTT 54 Uteue 56
1
Wolff contribui para a Alemanha ao traduzir termos latinos para a língua vernácula e assim ele criou
novos neologismos, isto é, palavras para explicar termos filosóficos, criando condições para que a
filosofia alemã desenvolve-se.
2
Essa hipótese apresenta como problema a questão da liberdade humana, pois não seriamos livres para
executar tais ações.
3
Depois, em sua maturidade, Kant discorda, pois percebe que os sentidos nos oferece algo que as razões
não são capazes de fazer sozinhos e vice-versa. Não existe conhecimento apenas pela razão ou só pelos
sentidos, mais pela soma desses dois.
principio de contradição4 é o fundamento das verdades da razão e o principio da razão
suficiente (versão alemã do principio de causalidade, que diz que tudo que existe tem
uma razão para existir) fundamenta nossa experiência. Segundo Wolff, o princípio de
causalidade pode ser deduzido pelo principio de não contradição, ou seja, pode-se
deduzir a existência de algo ao pensá-lo através do ponto de vista logico5, pode-se fazer
a passagem do lógico para o real: por exemplo, penso na existência de um ser perfeito,
logo ele tem que existir. Essa passagem do pensamento para a existência é criticada
através da distinção entre o possível e o impossível: o contrário de impossível é uma
contradição6.
4
Uma coisa não pode ser algo e não-ser ao mesmo tempo e sobre o mesmo aspecto.
5
Wolf não conhece a critica de Hume.
6
Essa distinção é vista também em Hume quando fala sobre o principio de causalidade e do principio de
contradição, Hume diz que o contrario da uma experiência explicada pela causalidade é um possível e o
contrario de uma verdade da razão é uma contradição. Essa distinção que Wollf estava tentando fazer,
sem conhecer a crítica Hume, mas sem a separação entre experiência e razão que encontramos Hume.
7
Kant não usa o conceito de ciência como usamos hoje, isto é, como um conhecimento falseável, ou seja,
um cientista apresenta uma teoria que explica um determinado fenômeno e percebem que ela pode ter
razão, mas depois caso alguém chega e apresente uma nova teoria e esta tudo bem, um conhecimento que
pode ser reformulada, questionada e contradita.
do conhecimento a posteriori que advém da experiência, porém esse conhecimento não
é universal e necessário.
8
Senso especial que é o sentido moral que nos permite discernir o bem do mal e assim aprovamos ou
desaprovamos ações
No fim das contas Kant apresenta uma ética que não precisa de metafisica, pelo
contrario é a ética que serve de base para provar a existência de Deus, a imortalidade da
alma e a liberdade do homem. Kant vira isso de cabeça para baixo, antes se fazia uma
metafisica para provar a existência de Deus, a imortalidade da alma e depois criava uma
ética. Kant vai fazer uma ética que não precisa de metafisica e depois vai chagar a
conclusões metafisica através de sua ética.
2 PERÍODO PRÉ-CRÍTICO
Em sua primeira fase, Kant tenta conciliar a física newtoniana com a metafisica
de Leibniz e Wollf. A segunda fase é uma fase critica em relação à metafisica que vai
desembocar em uma crise pessoal, nessa segunda fase percebemos um tom critica a
metafisica e a sua convicção de que ela não é necessária (quando Kant vai apresentar o
único argumento sobre a prova de Deus ele diz que ela não existe, pois caso contrario os
ignorantes não se salvariam). Mostramos duas fases do período pré-crítico: uma fase em
que Kant se mostra conciliador, tanta mostrar que metafisica e ciência não são
incompatíveis e depois uma fase de uma critica. Crise metafisica e vimos, com a
dissertação de 177, uma fase de transição para a filosofia.
Caminho feito até chegar à Crítica da Razão Pura, 1781, a filosofia teorética.
Primeira obra: os Pensamentos sobre a verdadeira estimação das forças vivas, de 1747.
3 livros: Nova Dilucidatio (1755). Na História natural e teoria do céu (1755). Kant, na
Monadologia física (1756).
Para Kant o fato de que o universo é regido por leis é sinal de que ele foi criado por uma inteligência
superior. Ao contrario do Laplace que dispensa Deus.
é a experiência. Com isso Kant destrói uma prova da existência de Deus formulada por
Santo Anselmo, usada por Santo Tomas de Aquino, Descartes e Espinosa, etc... Para
Kant a única forma de mostrar a existência de Deus é através do ens realissimum, a
partir do conceito de necessidade (deve ter um ser necessário para ser o fundamento de
todo contingente).
No Ensaio para introduzir em filosofia o conceito de grandezas negativas
(1763), critica o ideal da modernidade de aplicar o método da matemática e geometria
para a filosofia (o sonho de Descartes era uma filosofia que usa-se o método da
geometria). Kant diz não ser possível aplicar o método matemático e geometria para a
filosofia que surge através da teoria da monadologia de Leibniz e isso faz Kant perceber
que a metafisica não pode usar do método da matemática. Kant nessa obra introduz um
conceito de grandeza negativa, exemplo: na matemática -5 é uma grandeza negativa, na
física uma força oposta que anula um outra força. Desse modo Kant cria uma distinção
entre oposição logica (acontece quando se uni duas coisas contraditórias e assim se
forma um absurdo, por exemplo, um quadrado redondo) e oposição real (duas realidades
opostas que se anulam: exemplo +5 e -5 ou na física força A contraria a força B estando
na mesma intensidade, mas isso não produz um absurdo). Isso abala a prova da
existência de Deus, pois alguns pesadores que se você puder pensar duas qualidades em
Deus e elas não forem contraditórias então é possível que Deus tenha essas qualidades
exemplo: onisciente e liberdade, do ponto de vista logico não existe oposição, entretanto
Kant diz que do ponto de vista da oposição real, por exemplo, a onisciência pode anula
a liberdade assim como na física uma força anula uma força contraria de igual
proporção. Nesse ensaio Kant também fala do problema da conexão necessária do
diverso (princípio de causalidade), ou seja, sempre que algo acontece como efeito outra
coisa deve estar lá como causa, mas como é possível a conexão necessária na
experiência, sendo que ela é particular, não é universal mais regularidade? Com isso
Kant “destrói” a metafisica.
Na Investigação sobre a evidência dos princípios da teologia natural e da moral
(1762/1764), ate esse momento Kant não tinha conseguido a vaga de professor na
universidade. A academia prussiana de ciência publica um concurso e quem vencesse o
concurso ganhava dinheiro e esse concurso propunha a questão de que se é possível
chegar ao grau de evidencia da matemática nos princípios da metafisica, ou seja, se seria
possível o mesmo grau de certeza dos princípios matemáticos e dos princípios da
metafisica. Kant nega essa questão, mas como esta em um concurso ele elabora com
mais rigor o motivo pelo qual o método matemático não pode ser utilizado na
metafisica. A matemática constrói seus próprios conceitos e por isso pode partir de
definições dadas a eles e já a metafísica parte da realidade existente e passa
gradualmente de conceitos confusos da experiência comum aos conceitos filosóficos o
que não permite uma definição precisa. A metafisica não pode usar do método da
matemática porque na matemática nós definimos os conceitos e deduzimos
consequências sobre eles e na metafisica não pode fazemos fazer isso, nos partimos da
realidade existente e tentamos refina-los em conceitos filosóficos. Não é possível a
mesma certeza da matemática na metafisica. O grau de certeza que podemos atribuir na
metafisica é a suficiente para à persuasão.
Os sonhos de um visionário explicados pelos sonhos da metafísica (1766).
Contexto histórico: uma mulher rica leu algumas obras de um místico sueco e vai ao
encontro de Kant e pergunta a ele o que acha disso, qual a opinião dele a respeito dessa
questão. Kant (provavelmente ganhando um dinheiro para isso) escreve sua opinião
sobre um místico que fala sobre a metafisica. Para Kant quando se trata de metafisica
cada filosofo tem um mundo seu, Descartes apresentou uma metafísica, Espinosa outra,
Leibniz e Wolf outra, etc. Enquanto os pensadores da metafisica estavam sonhando, ou
seja, imaginando um modo seu, os cientistas estavam acordados, ou seja, os
matemáticos e físicos estavam falando em uma linguagem comum.
Essa distinção entre numeno (coisa em si) e fenômeno. Aquilo que nos
percebemos é diferente daqui que a realidade é em si mesma. Uma coisa é a realidade
tal como aparece para mim, se deixa perceber pelos sentidos que tenho. Outra coisa é a
realidade em si mesma, independentemente da minha estrutura de percepção. Nessa
primeira fase (momento de transição) Kant diz que nos podemos conhecer também
realidade em si através e unicamente exclusivamente do intelecto, dos conceitos
abstratos e através dos sentidos conhecemos apenas o fenômeno, ou seja, a aparência
das coisas, mas passado alguns anos, na critica da razão pura Kant diz que só
conhecemos o fenômeno, que somos incapazes de conhecer a realidade em si.
As duas teses anteriores não são inéditas, mas essa terceira é nova e será mantida
na Critica da Razão Pura. Para compreender é necessário lembrar daquilo que Newton
falava sobre espaço e tempo e da critica de Leibniz fazia a Newton.
Newton tem uma tese de que existe um espaço absoluto e um tempo absoluto, ou
seja, quando estou cronometrado a corrida de uma pessoa e digo que ela deu uma volta
em um tempo de 20 minutos para correr 1km, esse tempo é relativo a distancia
percorrida pelo atleta e o tempo que usamos (tempo do relógio) que é um tempo
derivado do tempo da terra, de rotação e translação, ou seja, dizer que o dia tem 24h
significa dizer a terra se movimento em torno do seu eixo e leva esse tempo para
comprimir esse movimento, esse tempo é relativo. Nos movimentos dependendo do
objeto que estamos relacionados. O que pode ser movimento em relação a algo pode ser
repouso em relação à outra e por isso Newton postulou como exigência a existência de
um espaço absoluto e de um tempo absoluto para falar de repouso absoluto e
movimento absoluto. Newton dizia que tempo e espaço são absolutos, isso quer dizer
que eles são substancia que existem, mas existem aonde? Leibniz como crítico dessa
ideia diz que espaço e tempo são abstrações, ou seja, não existem em si mesmos. Nós
abstraímos das relações que fazemos entre as coisas. O conceito de espaço nos
abstraímos das relações entre coisas externas e o conceito de tempo nos atraímos da
relação entre coisas sucessivas, ou seja, espaço e tempo são conceitos e nos abstraímos
esses conceitos das relações entre as coisas. Da relação entre as coisas externas nos
abstraímos o conceito de espaço, estabelece relações sobre aquilo que é externo a mim e
cria uma ideia sobre o espaço em que vejo. O tempo também é assim, se faz relação
entre eles chamando-as de passado, presente e futuro. Desse modo o tempo é uma
abstração, um conceito criado a partir da relação entre coisas que acontecem
sucessivamente.
Kant leu Newton e Leibniz e percebe que é complicado falar com Newton sobre
espaço e empo absoluto, no sentido de imagina-los como substancias ou como coisas
existentes, mas por outro lado Kant considera a visão de Leibniz mais danosa à ciência,
pois abstrair para Kant é separa um elemento de um conjunto (exemplo: separa a cor
vermelha de uma maça) para Kant abstrair um elemento de um conjunto não significa
tronar aquele elemento universal, ou seja, o vermelho da maça é apenas um elemento
que eu separei do conjunto, não é um elemento universal como Leibniz dizia. Para Kant
não se extrai conceito universal por abstração. A abstração apenas separa um elemento
de outro, mas não o torna universal. A critica de Kant a Leibniz é dizer que ao dizer que
espaço e tempo são abstrações, significa dizer que eles não são conceitos universais e
desse modo não podemos derivar deles proposições universais e assim não existe
ciência de espaço e tempo e, portanto não há matemática e física. O segundo ponto da
critica de Kant a Leibniz é o circulo vicioso, ou seja, quando se admite como conclusão
uma premissa que você deveria provar, por exemplo, deve-se acreditar que Deus existe
porque esta na bíblia e deve-se acreditar na bíblia porque foi criada por Deus. Kant diz
que Leibniz comete a falácia do circulo, pois a relação externa e relação sucessiva são
termos que supõem espaço e tempo ao invés de prová-los, ou seja, como saber se as
coisas do meu quarto são externas a mim? Eu sei através do conceito que já tenho de
espaço e do mesmo modo sobre as coisas que acontece agora são sucessivas em relação
as coisas que já aconteceram? Por causa de um conceito que já possuo de tempo. Para
Kant, Leibniz inverteu as coisas usou relação externa e relação sucessiva para provar
que espaço e tempo são conceitos que construímos por abstração, mas na verdade
externo e sucessivo já supõe espaço e tempo.
Kant apresenta como solução para esse problema que espaço e tempo são
absolutos, mas não no sentido objetivo, isto é, de que eles existem como substancia no
universo, mas sim no sentido subjetivo, espaço e tempo são formas de nossa
sensibilidade, formas através das quais nos percebemos as coisas sensíveis, quer dizer
que nossa sensibilidade possui uma estrutura. Espaço e tempo são formas da nossa
sensibilidade e são formas a priori, pois não são apreendidas pela experiência como
Leibniz falava, nos já nascemos com essas formas a priori da sensibilidade e por serem
a priori elas são universais e necessárias e assim garantem as ciências como a
matemática e a física (Kant unindo Newton rejeitando alguns pontos fracos de Leibniz).
Para Kant o conhecimento é um constructo, ou seja, um encontro entre o dado da
sensibilidade e a estrutura que eu tenho o aparelho que sou eu. Isso salva a ciência
porque Kant apresenta uma resposta que não é Newton nem Leibniz. Não é Newton
porque Kant não diz que espaço e tempo existem como substancia, mas ao mesmo
tempo é Newton porque Kant diz que espaço e tempo são universais e necessários, mas
o são, pois fazem parte da nossa estrutura, são formas a priori da nossa sensibilidade e
com isso Kant salva a ciência, pois a ciência se fundamente nos conceitos de espaço e
tempo e eles são estruturas a priori da nossa sensibilidade e, portanto são universais e
necessários.
O fundamento para a construção filosófica é a metafísica e as paredes desta casa
são a lógica, ética e física. Segundo Kant, a elaboração de uma ética é necessária
fundamentar ela na metafisica, isto é, precisa provar a existência de Deus, a liberdade
do homem e a imortalidade da alma. Portanto, a ética se fundamenta na metafisica,
assim também acontece com a logica e a física.