Max Weber e A Ação Social

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Max weber e a ação social

A ação social, para Max Weber, pode ser dividida em quatro ações
fundamentais: ação social racional com relação a fins, ação social
racional com relação a valores, ação social afetiva e ação social
tradicional. "Na visão de Max Weber, a função do sociólogo é
compreender o sentido das chamadas ações sociais, e fazê-lo é
encontrar os nexos causais que as determinam. Entende-se que ações
imitativas, nas quais não se confere um sentido para o agir, não são
ditas ações sociais. Mas o objeto da Sociologia é uma realidade infinita
e para analisá-la é preciso construir tipos ideais, que não existem de
fato, mas que norteiam a referida análise.

Os tipos ideais servem como modelos e a partir deles a citada


infinidade pode ser resumida em quatro ações fundamentais, a saber:

1. Ação social racional com relação a fins, na qual a ação é estritamente


racional. Toma-se um fim e este é, então, racionalmente buscado. Há a
escolha dos melhores meios para se realizar um fim;

2. Ação social racional com relação a valores, na qual não é o fim que
orienta a ação, mas o valor, seja este ético, religioso, político ou
estético;

3. Ação social afetiva, em que a conduta é movida por sentimentos, tais


como orgulho, vingança, loucura, paixão, inveja, medo, etc., e

4. Ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes


ou hábitos arraigados. (Observe que as duas últimas são irracionais).

Para Weber, a ação social é aquela que é orientada ao outro. No


entanto, há algumas atitudes coletivas que não podem ser
consideradas sociais. No que se refere ao método sociológico, Weber
difere de Durkheim (que tem como método a observação e a
experimentação, sendo que esta se dá a partir da análise comparativa,
isto é, faz-se a análise das diversas sociedades as quais devem ser
comparadas entre si posteriormente). Ao tratar os fatos sociais como
coisas, Durkheim queria mostrar que o cientista precisa romper com
qualquer pré-noção, ou seja, é necessário, desde o começo da
pesquisa sobre a sociedade, o abandono dos juízos de valores que são
próprios ao sociólogo (neutralidade), uma total separação entre o
sujeito que estuda e o objeto estudado, que também pretendem as
ciências naturais. No entanto, para Weber, na medida em que a
realidade é infinita, e quem a estuda faz nela apenas um recorte a fim
de explicá-la, o recorte feito é prova de uma escolha de alguém por
estudar isto ou aquilo neste ou naquele momento. Nesse sentido, não
há, como queria Durkheim, uma completa objetividade. Os juízos de
valor aparecem no momento da definição do tema de estudo."

"Assim foi o seu conviver com a doutrina protestante que influenciou


Weber na escrita de “A ética protestante e o espírito do capitalismo”.
Para esse teórico, é apenas após a definição do tema, quando se vai
partir rumo à pesquisa em si, que se faz possível ser objetivo e
imparcial.

Compare-se Durkheim e Weber, agora do ponto de vista do objeto de


estudo sociológico. O primeiro dirá que a Sociologia deve estudar os
fatos sociais, que precisam ser: gerais, exteriores e coercitivos, além de
objetivos, para esta ser chamada corretamente de “ciência”. Enquanto
o segundo optará pelo estudo da ação social que, como descrita
acima, é dividida em tipologias. Ademais, diferentemente de Durkheim,
Weber não se apoia nas ciências naturais a fim de construir seus
métodos de análises e nem mesmo acredita ser possível encontrar leis
gerais que expliquem a totalidade do mundo social. O seu interesse
não é, portanto, descobrir regras universais para fenômenos sociais.
Mas quando rejeita as pesquisas que se resumem a uma mera
descrição dos fatos, ele, por seu turno, caminha em busca de leis
causais, as quais são suscetíveis de entendimento a partir da
racionalidade científica."

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