TCC MateusdeAlbuquerqueSouzaCosta
TCC MateusdeAlbuquerqueSouzaCosta
TCC MateusdeAlbuquerqueSouzaCosta
2021
MATEUS DE ALBUQUERQUE SOUZA COSTA
2021
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Sistema Integrado de Bibliotecas
Gerada automaticamente, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
CDD 620.1
MATEUS DE ALBUQUERQUE SOUZA COSTA
Banca examinadora
_______________________________________________
Orientador
_______________________________________________
Examinador externo
_______________________________________________
Examinador interno
AGRADECIMENTOS
À minha namorada Leila Azevedo por todo o carinho, apoio e por estar ao meu
lado quando eu preciso durante todo esse tempo.
The food industry condenses one of the biggest applications of industrial refrigeration,
be it in the development, storage or distribution of food. Applying knowledge of
refrigeration and heat transfer, the present paper has as objective describe the steps
of dimensioning a cold store for a supermarket located in the city of Corumbá - MS,
with a freezing demand of 15 T/day of beef and cooling of 5000 L/day of curd. In order
for the project to be developed, the storage characteristics of the food under study,
such as temperature and storage volume, were initially collected. With this information,
the dimensioning of the thermal load of the beef and curd chambers was carried out
taking into account the product loads, infiltration, heat transmission, people, lighting
and equipment. The entire calculation was developed according to the ASHRAE
refrigeration manual and using the Engineering Equation Solver (EES) software. For
the meat chamber a total thermal load of 269,562 kcal/h was obtained, while for the
curd chamber the calculated load was 32,674 kcal/h. In addition, the product storage
shelves and cold rooms were dimensioned and designed in CAD, with 58.86 𝑚2 and
54.94 𝑚2 areas for the meat and curd chambers, respectively. Using the thermal load
data, refrigeration equipment was selected by consulting supplier catalogs. To meet
the demand of the chambers, 5 evaporator units with a nominal capacity of 61,946
kcal/h were selected to freeze the meat and 1 evaporator with a capacity of 42,009
kcal/h to cool the curds. For the stages of compression and condensation, 9
condensing units were chosen with a cooling power of 32,719 kcal/h for meat and only
1 condensing unit with a capacity of 32,854 kcal/h for curds. The equipment operates
with R-404A refrigerant. The costs of the project were estimated at around half a million
reais, not including freight and installation, with electrical refrigeration equipment
comprising approximately 82% of the total value of the project (R $ 511,007.00).
Eq. Equação
Fig. Figura
1D Unidimensional
2D Bidimensional
3D Tridimensional
Qtd Quantidade
𝑑
Diferencial
𝑑𝑥
𝑇 Temperatura
ℎ Coeficiente de convecção
𝐴𝑆 Área da superfície
𝑇𝑠 Temperatura da superfície
𝑇∞ Temperatura do ambiente
𝜎 Constante de Stefan-Boltzmann
𝜀 Emissividade da superfície
𝑉 Esforço cortante
𝑥𝑏 Comprimento da viga
𝑤 Carga externa
𝑀 Momento fletor
𝑉𝑒 Volume de estocagem
𝑀𝑒 Massa estocada
𝑉𝑏 Volume do balde
𝐷𝑏 Diâmetro do balde
𝐻𝑏 Altura do balde
𝑁𝑏 Número de baldes
𝐹𝑅 Força resultante
𝐹𝑦 Forças no eixo y
I Momento de inércia
𝐴𝑃 Área da porta
ℎ𝑟 Entalpia do ar refrigerado
𝜌𝑟 Densidade do ar refrigerado
𝑔 Aceleração da gravidade
𝐻𝑃 Altura da porta
𝐹𝑚 Fator de densidade
𝑥 Espessura da parede
Equação 1 ................................................................................................................ 25
Equação 2 ................................................................................................................ 26
Equação 3 ................................................................................................................ 26
Equação 4 ................................................................................................................ 26
Equação 5 ................................................................................................................ 30
Equação 6 ................................................................................................................ 31
Equação 7 ................................................................................................................ 31
Equação 8 ................................................................................................................ 31
Equação 9 ................................................................................................................ 34
Equação 10 .............................................................................................................. 35
Equação 11 .............................................................................................................. 37
Equação 12 .............................................................................................................. 37
Equação 13 .............................................................................................................. 39
Equação 14 .............................................................................................................. 40
Equação 15 .............................................................................................................. 40
Equação 16 .............................................................................................................. 41
Equação 17 .............................................................................................................. 41
Equação 18 .............................................................................................................. 42
Equação 19 .............................................................................................................. 45
Equação 20 .............................................................................................................. 45
Equação 21 .............................................................................................................. 45
Equação 22 .............................................................................................................. 45
Equação 23 .............................................................................................................. 45
Equação 24 .............................................................................................................. 47
Equação 25 .............................................................................................................. 47
Equação 26 .............................................................................................................. 47
Equação 27 .............................................................................................................. 47
Equação 28 .............................................................................................................. 48
Equação 29 .............................................................................................................. 48
Equação 30 .............................................................................................................. 49
Equação 31 .............................................................................................................. 49
Equação 32 .............................................................................................................. 50
Equação 33 .............................................................................................................. 50
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 22
3 METODOLOGIA ............................................................................................... 38
5 CONCLUSÕES ................................................................................................. 81
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 84
1 INTRODUÇÃO
1.1 MOTIVAÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
termodinâmicos, sendo uma forma de energia que pode ser transferido entre dois
sistemas como resultado de uma diferença de temperatura (ÇENGEL; GHAJAR,
2012). Para que ocorra a troca térmica é necessário um mecanismo e existem
basicamente três tipos de mecanismos de troca de calor: condução, convecção e
radiação.
2.1.1 Condução
𝑑𝑇
𝑄̇𝑐𝑜𝑛𝑑 = −𝑘𝐴𝑐𝑑 𝑑𝑥, (1)
2.1.2 Convecção
uma maior velocidade, para que isso aconteça é necessário utilizar equipamentos que
auxiliam o deslocamento desse fluido como ventiladores, esse processo auxiliado
causa o que é chamado de convecção forçada (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
2.1.3 Radiação
Essa taxa de transferência de calor é máxima que um corpo pode emitir, sendo
esse um corpo negro, porém corpos reais apresentam uma taxa de emissão menor
que é dada pela Eq. 4.
Os processos que compõem este ciclo teórico, segundo Çengel e Boles (2013)
consistem em:
1 para 2: compressão isentrópica.
29
Quando é necessário fazer uma análise da quantidade de fluído que passa por
determinado componente é utilizada a Eq. 6.
Segundo Çengel e Boles (2013) a entropia pode ser entendida como uma
medida da desordem molecular do sistema. Todos os processos reais aumentam a
entropia do sistema e em um ciclo de refrigeração não é diferente e a variação de
entropia é dada pela Eq. 7.
Quadro 01 – Classificação dos fluídos refrigerantes quanto a forma de absorção ou extração de calor.
Classe Característica
Composição Característica
33
Segundo Hibbeler (2010) o cortante é uma força que atua cisalhando uma
seção do material e é desenvolvido quando as cargas externas provocam
deslizamentos de uma parte do material sobre o outro. O efeito desse tipo de esforço
é conhecido como tensão de cisalhamento.
O método dos elementos finitos (MEF) ganhou força em meados dos anos 50
inicialmente com o estudo de estruturas reticuladas. Hoje o método é extremamente
utilizado para solucionar problemas na área estrutural, utilizando como objeto de
estudo diversas formas de estruturas que podem ser uni, bi ou tridimensionais; além
disso esse método pode ser utilizado para solução de problemas estáticos ou
dinâmicos tanto no regime linear elástico como no regime não linear (VAZ, 2011).
deformar, essa deformação ocorre nos infinitos pontos da barra; para determinar o
valor de deformação exato em algum ponto arbitrário da barra é quase impossível,
mas quando se discretiza essa barra em 10 pedaços, por exemplo, conseguimos
entender muito mais facilmente como ocorre a deformação em um determinado
pedaço dessa barra (FILHO, 2013).
{𝑓 } = [𝑘 ]{𝑑 }, (11)
Cada elemento tem suas próprias equações de equilíbrio apresentando
diferentes componentes de deslocamento e força que variam de acordo com o tipo de
modelagem utilizada para representar o elemento real. Como o objetivo é saber o
comportamento da estrutura completa, é necessário fazer uma integração de todos os
elementos que formam a malha e a para descrever o comportamento de toda a
estrutura se utiliza a Eq. 12 (LOGAN, 2010).
{𝐹 } = [𝐾 ]{𝐷 }, (12)
Existem diversos softwares que realizam simulação computacional com base
no método dos elementos finitos, um deles é o ANSYS. Ele é uma ferramenta de
simulação computacional que apresenta uma vasta gama de possibilidades de
aplicações nas mais diferentes áreas da engenharia, comportando no seu banco de
dados uma grande quantidade de equações fundamentais do eletromagnetismo,
mecânica dos fluidos, transferência de calor e massa, resistência dos materiais e
mecânica dos sólidos. A partir dele é possível resolver criar e otimizar geometrias de
38
3 METODOLOGIA
Localização: Corumbá, MS
Congelamento: 15 T/dia de carne bovina
Resfriamento: 5000 L/dia de coalhada
Número de funcionários: 8
Equipamentos: 3 serras para corte de carne
A carga térmica total a ser refrigerada, foi calculada mediante o somatório das
cargas parciais atuantes no sistema, sendo estas a carga do produto, de infiltração,
de iluminação, das pessoas, a carga atribuída a transferência de calor entre os meios
externo e interno e a carga térmica gerada pela dissipação do calor de equipamentos
elétricos, neste caso, as serras.
Para dimensionar o espaço em que seria estocado tanto a carne bovina como
a coalhada é necessário determinar o volume ocupado pelos produtos. Para a carne
foi fornecido a quantidade de 15000kg que deve ser estocada, logo foi necessário
transformar esse valor em volume, para isso foi utilizada a densidade de estocagem.
Segundo a portaria nº 711 de novembro de 1995 do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento a densidade de estocagem de carne bovina deve estar entre
400𝑘𝑔⁄𝑚3 e 500𝑘𝑔⁄𝑚3 , para o desenvolvimento desse trabalho foi utilizada uma
densidade de estocagem média de 450𝑘𝑔⁄𝑚3 .
𝑀
𝑉𝑒 = 𝜌 𝑒 , (13)
𝑒𝑚
A embalagem escolhida foi um balde que é usado para armazenar muitos tipos
de laticínios, inclusive a coalhada. Depois de escolher a embalagem foi necessário
calcular o volume de cada balde para determinar quanto de coalhada cada balde
consegue comportar. Para isso foram medidas as dimensões do balde e calculado
seu volume, dado em L, através da Eq. 14.
𝜋𝐷𝑏2 𝐻𝑏 1000
𝑉𝑏 = , (14)
4
5000
𝑁𝑏 = , (15)
𝑉𝑏
Vale salientar que foi utilizado o valor inteiro mais próximo do resultado obtido,
uma vez que não é possível a fabricação e compra de frações do balde.
Inicialmente foi feito um desenho do sistema que seria analisado (Fig. 06).
∑ 𝐹𝑦 = 0, (17)
feita tanto para o eixo x como para o eixo z, pois ocorre distribuição de carga em
ambos os sentidos.
𝑀𝑚á𝑥 y
𝜎𝑚á𝑥 = , (18)
I
Vale salientar que a tensão (𝜎𝑚á𝑥 ) precisa ser menor que a tensão admissível
do material utilizado (𝜎𝑎𝑑𝑚 ). Segundo Budynas (2008) quando se dimensiona um
elemento por completo é necessário pensar no máximo esforço durante o uso,
portanto o valor de momento que deve ser utilizado é o momento máximo em módulo.
Para que a simulação fosse realizada foi necessário gerar uma malha de
elementos finitos. Para a prateleira de carnes foi utilizada uma malha com resolução
5, um tamanho de elemento de 0,1m, além de 9678 elementos e 21377 sendo a maior
43
A área fria deve ser devidamente isolada, caso contrário, teremos que adicionar
esse calor extra para ser contabilizado no cálculo de carga térmica, e
consequentemente os equipamentos terão que ser de maior potência gerando um
custo ainda maior. Com um isolamento eficiente diminuímos o fluxo de calor e
prevenimos a condensação das paredes externas da câmara.
Item Valor
Massa da carne (kg) 15000
Massa da coalhada (kg) 5150
46
Segundo ASHRAE (2010) este ganho de calor pode ser calculado fazendo uso
da Eq. 24.
47
𝜌𝑖𝑓 0,5
𝑞 = 0,221𝐴𝑃 (ℎ𝑖𝑓 − ℎ𝑟 )𝜌𝑟 (1 − ) (𝑔𝐻𝑃 )0,5 𝐹𝑚, (25)
𝜌𝑟
2
𝐹𝑚 = [ 1 ]1,5 , (26)
𝜌 3
1+( 𝑟 )
𝜌𝑖𝑓
(𝑃𝜃𝑝 +𝜃𝑜)
𝐷𝑡 = , (27)
3600𝜃𝑑
Item Valor
Área da porta (𝑚2 ) 3,75
Altura da porta (𝑚) 2,50
Entalpia do ar infiltrado (𝑘𝐽/𝑘𝑔) 77,94
Entalpia do ar refrigerado (carne) (𝑘𝐽/𝑘𝑔) -19,19
48
1
𝑈= 1 𝑥 1 , (29)
+ +
ℎ𝑖 𝑘 ℎ𝑜
tornam-se tão pequenos que tem pouco efeito na equação e podem ser omitidos. As
𝑥
paredes são comumente feitas de mais de um material, dessa forma representa a
𝑘
1 1
de irrelevância de ℎ e ℎ , o cálculo do coeficiente global de transferência da calor pode
𝑖 𝑜
1
𝑈 = 𝑥1 𝑥 𝑥 , (30)
+ 2+ 3
𝑘1 𝑘2 𝑘3
Tabela 03 – Valores de entrada para dimensionamento da carga térmica de transmissão de calor por
paredes, pisos e teto.
Item Valor
Área total (carne) (𝑚2 ) 201,27
2 197,27
Área total (coalhada) (𝑚 )
Temperatura interna da câmara (carne) (°𝐶) -20,5
Temperatura interna da câmara (coalhada) (°𝐶) 5
Temperatura externa (°𝐶) 29
Espessura da chapa de aço galvanizado (𝑚) 0,01
Espessura do isolante de poliuretano expandido (𝑚) 0,180
Condutividade térmica da chapa de aço galvanizado (𝑊/𝑚𝐾) 0,5
Condutividade térmica do isolante de poliuretano expandido (𝑊/𝑚𝐾) 0,026
Item Valor
2 10
Taxa de iluminação (𝑊/𝑚 )
Área total do piso (carne) (𝑚2 ) 51,5
2 51,5
Área total do piso (coalhada) (𝑚 )
Tempo médio de utilização (referência – 24h) (ℎ) 16
Calculando dessa forma um calor médio liberado por pessoa, que depende
exclusivamente da temperatura da câmara. Com o resultado, é possível calcular o
calor que as pessoas transmitem para o ambiente. Este, é dado pela Eq. 33.
Item Valor
Número de pessoas 8
Temperatura interna da câmara (carne) (°𝐶) -20,5
Temperatura interna da câmara (coalhada) (°𝐶) 5
Levando em conta essas características foi realizada uma análise para verificar
qual fluído apresenta uma baixa taxa de destruição da camada de ozônio e baixa
contribuição para o aquecimento global, a Tabela 07 apresenta esses índices de
alguns fluídos.
Hidrocarbonetos
halogenados
11 Tricloromonofluormetano 1 1
12 Biclorobifluormetano 1 3,2
13 Monoclorotrifluormetano
22 Hidrobicloromonofluormetano 0,05 0,34
23 Hidrotrifluormetano 0 N/d
32 Bihidrobifluormetano 0 0,12
123 Hidrobiclorobifluoretano 0,02 0,02
125 Hidropentafluoretano 0 0,84
134a Bihidrotetrafluoretano 0 0,28
152a Tetrahidrobifluoretano 0 0,03
Misturas não azeotrópicas
401A 0,03 0,22
402A 0,02 0,52
403A
404A 0 0,94
407C 0 0,38
409A 0,05 0,3
410A 0 0,45
Misturas azeotrópicas
500
502 0,22 3,7
507a
Hidrocarbonetos
170 Etano
290 Propano
600 Butano
600a Butano normal (isobutano)
Compostos inorgânicos
717 Amônia 0 0
718 Água 0 0
744 Bióxido de carbono (gás carbônico)
R-125/143a 13000
R-507A Mistura 1000 A1 520 Nenhum
(50.0/50.0) 0
Após a análise de todos esses itens, também foi feita uma avaliação de quais
fluidos são mais utilizados em câmaras frigorificas, seu custo de implementação e
manutenção e a compatibilidade com o óleo lubrificante.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Distância entre chapas [m] 0,50 Distância entre chapas [m] 0,50
Quantidade de chapas 5 Quantidade de chapas 4
Tabela 10 – Valores calculados para esforços internos e espessura de cada chapa das prateleiras.
Aço
7,24 4,34 1,10
Inoxidável
Alumínio 7,24 4,34 2,73
Para a prateleira de carne foi selecionado o aço estrutural pois será utilizado
menos material e facilitará a fabricação. O valor de espessura mínima encontrado foi
de 2,48 cm, mas para garantir a segurança do projeto e facilitar o processo construtivo
da prateleira foi adotada uma espessura para as chapas de 3cm.
Também é possível notar que a região que apresentou a maior tensão foi
próxima aos apoios, isso ocorre porque essa região apresenta o maior momento fletor,
outra região que apresentou uma alta tensão foi a região do centro das chapas visto
que essa região é aquela que sofre maior deslocamento do material. Já os próprios
apoios e a região próxima a linha neutra da chapa, são as regiões de menor tensão,
devido à menor presença de esforços internos.
Assim como na prateleira de carne, a região que apresentou uma maior tensão
foi a região próxima aos apoios, uma vez que é ali onde se tem o maior momento
fletor; e no centro das chapas como pode ser visto na figura acima, pois nessa região
ocorre o maior deslocamento de material, sendo eles locais de início de uma possível
falha mecânica.
Isso mostra que a prateleira, apesar das altas cargas a que está submetida,
ainda trabalha no regime elástico de deformações o que assegura o bom
funcionamento da estrutura. Também pode-se notar que a região próxima aos apoios
é a principal candidata a iniciar uma falha estrutural.
O fator de segurança obtido para a prateleira de carnes pode ser visto na Fig.
16.
63
Isso significa que a prateleira suporta quase 5 vezes mais carga do que a que
está sendo submetida, na região de maior fragilidade da prateleira, fazendo com que
seja pouco provável uma falha estrutural estática.
Nota-se que para dimensionar essas câmaras foi respeitado o que é falado por
Machado (2000), onde é dito que os produtos devem ser armazenados a uma
distância mínima das paredes de 50 cm, além disso a distância entre prateleiras é de
1,5 m para a câmara de carnes e de 1,2 m para a câmara de coalhadas, isso foi
pensado de maneira que facilite a retirada de produtos das prateleiras, assim como o
deslocamento dos funcionários.
Assim como nos cálculos para a carne, era esperado que a maior parte da
carga térmica fosse resultada do resfriamento da coalhada. Devido as áreas de piso
iguais, a carga de iluminação tem o mesmo valor. É possível ainda, visualizar que as
cargas de infiltração, transmissão de calor e pessoas é menor na câmara da coalhada.
Isso ocorre porque estes são fatores dependentes da temperatura interna da câmara,
dessa forma, a diferença entre ambiente interno e externo é menor para a sala da
coalhada. Por fim, devido as mesmas considerações feitas para a carne no que diz
respeito a embalagem, e para prevenir eventuais variações nas médias climáticas
externas, foi considerado o pior cenário possível durante o cálculo da carga térmica.
Potência Dimensões
Fabricante Modelo Peso [kg] Referência
[CV] (LxAxP)[cm]
Portanto, foi escolhido o R-404a por possuir uma menor vazão volumétrica de
vapor na aspiração do compressor, o que proporciona a utilização de compressores
menores (STOECKER; JABARDO, 2018), apresentar uma menor temperatura de
ebulição e apresentar uma composição não nociva ao ambiente, aos funcionários e
ao produto que será armazenado, reduzindo os perigos de contaminação em caso de
vazamento.
73
Os evaporadores compõem uma parte importante da seleção, uma vez que são
os responsáveis diretos por refrigerar a câmara. Os critérios utilizados na seleção dos
evaporadores foram a capacidade térmica, temperatura de evaporação e o tipo de
degelo. As Tabelas 13 e 14 fornecem os valores de carga térmica em kcal/h e na
Tabela 01 estão dispostas as temperaturas internas das câmaras. Para que o
equipamento não operasse sob o limite de temperatura, considerou-se sempre
temperaturas levemente menores que as de operação. Utilizando esses dados de
entrada, pré-selecionou-se equipamentos de acordo com catálogos dos fabricantes,
apresentados na Tabela 16.
Temperatura
Capacidade Capacidade
de Tipo de
Modelo Fabricante Nominal Nominal Referência
evaporação degelo
(kcal/h) (BTU/h)
(ºC)
FTBSG 245.821,60 Gás
TRINEVA 61.946 -25 Trineva (2019)
488 quente
62.818,52 McQUAY
BME 620 MCQUAY 15.830 -25 Elétrico
(2019)
DFXD 54.838,22 DELTAFRIO
DELTAFRIO 13.819 -25 Elétrico
12.78 (2020)
FTBSA 162.263,19
TRINEVA 40.917 -5 Natural Trineva (2019)
288
78.453,70 McQUAY
BMA 710 MCQUAY 19.770 5 Natural
(2019)
FTBSA 166.593,70
TRINEVA 42.009 -5 Natural Trineva (2019)
265
tal demanda. Tanto para a carne como para a coalhada a linha da unidade
condensadora é mostrada na Fig. 24.
DUGOLD R$117,40
EOS R$36,50
REFRIGERANT R$40,00
Faixa de
Espessura [mm] Forma Acabamento Valor [R$/m²] Valor Total [R$]
temperatura [ºC]
Pode-se notar que os itens mais caros são as cantoneiras e o perfil U, que são
itens essenciais para o suporte e ancoragem dos painéis, esses itens somados
custam cerca de 3.220 reais o que representa aproximadamente 98% dos custos com
equipamentos auxiliares.
Valor unitário
Item Dimensões [mm] Qtd Valor total [R$]
[R$]
Total - - - 8.618
É possível perceber que o maior custo é o das portas frigoríficas, uma vez que
elas garantem preservar a temperatura interna da câmara e facilitar a circulação de
pessoas e produtos. As portas somadas custam R$7.857,38, o que representa
aproximadamente 91% dos custos apresentados na Tabela 21, já a cortina de PVC é
apenas 9% dos custos.
Valor Total
Modalidade Quantidade
[R$]
Prateleira de aço inox 3 5.400
Prateleira de alumínio 4 3.200
Total 7 8.600
Vale salientar que os valores foram estabelecidos com base na massa de cada
prateleira, uma vez que são estruturas dimensionadas especificamente para essa
atuação as dimensões das prateleiras são personalizadas e podem não ser
compatíveis com as existentes no mercado.
Total R$511.007
A tabela acima mostra que o valor total do projeto é pouco mais que R$ 511
mil, isso levando em conta todos os custos com todos os equipamentos necessários
para o bom funcionamento das câmaras. O valor pode parecer alto a princípio, mas
quando se faz uma pesquisa sobre os preços de câmaras frigorificas disponíveis no
mercado é possível notar que o projeto proposto é viável e muito competitivo, pois
uma câmara que possui um volume de aproximadamente 95𝑚3 e capacidade de
81
5 CONCLUSÕES
A seleção dos equipamentos foi feita com base nos fabricantes que mais atuam
no mercado brasileiro e nas soluções oferecidas por eles. Para os equipamentos de
refrigeração externos à câmara, foi escolhido uma unidade condensadora visto que
essa já contém em sua configuração os compressores necessários ao sistema,
facilitando assim a instalação e utilização desse componente. A mesma ideia foi
utilizada para os equipamentos internos à câmara, escolhendo assim, uma unidade
evaporadora. Foi possível notar que a diferença na demanda frigorifica entre as
câmaras causou uma grande diferença na quantidade de equipamentos selecionados,
sendo utilizados 5 evaporadoras e 9 unidades condensadoras para a câmara de
carnes e apenas 1 evaporadora e 1 condensadora para a câmara de coalhada. A partir
dessa seleção foi possível notar que os equipamentos de refrigeração mais
adequados a este projeto foram de dois fabricantes, o que evidencia a importância de
uma análise comparativa entre os concorrentes.
Durante este trabalho também foi selecionado o fluído refrigerante, para isso
foram analisados diferentes tipos de fluído e suas características, e alguns fabricantes
desses refrigerantes. O fluído selecionado foi R-404a, ele apresenta ótimo
desempenho frigorífico, além de ser um fluído seguro para diversos tipos de aplicação.
O fabricante selecionado foi a marca REFRIGERANT que tem um produto de
qualidade e totalmente regulamentado, com um preço competitivo, sendo assim
bastante difundida no mercado brasileiro.
painéis para a fabricação das câmaras, tornando assim, o projeto mais alinhado com
o mercado.
Quanto aos custos, foi visto que câmaras frigoríficas podem ser investimentos
caros, porém essenciais para um armazenamento de qualidade dos alimentos. Seus
custos são variáveis, dependendo principalmente da quantidade, tipo e forma de
armazenamento do produto. A presente câmara é inegavelmente de grande porte, o
que torna o valor de investimento mais elevado, cerca de meio milhão de reais, mas
ainda assim, é um projeto que pode ser implementado facilmente por clientes com
altas demandas diárias de armazenamento de alimentos.
Por fim, o desenvolvimento deste projeto permitiu aplicar conceitos vistos nas
áreas de refrigeração, transferência de calor, resistência dos materiais, programação,
desenho mecânico e simulação computacional de maneira prática através da
elaboração de um projeto real que pode ser implementado em grandes redes de
supermercados, contribuindo significativamente com uma formação de qualidade.
Essa metodologia condiz com a proposta de um trabalho PBL, no qual os envolvidos
são os principais responsáveis por construir seu aprendizado através de um projeto
multidisciplinar e com aplicações reais de engenharia.
84
REFERÊNCIAS
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MORAN, Michael J.; SHAPIRO, Howard. N.; BOETTNER, Daisie D.; BAILEY,
Margaret B. Princípios de termodinâmica para engenharia. 7 ed. Rio de Janeiro:
LTC Editora, 2014.
"dimensionamento da câmara"
"utilizando 3 prateleiras para estocagem, temos que cada prateleira deve estocar 11,11 m3"
N_b = 5000/V_b "número de baldes utilizados. OBS: arredondamos para o primeiro maior
inteiro"
"Hipóteses do problema"
"Para a carne"
"gráficos do cortante"
plt.figure(1)
plt.plot(X,Vx,'g-')
plt.legend('Cortante')
92
plt.figure(2)
plt.plot(Z,Vz,'k--')
plt.legend('Cortante')
plt.xlabel('Largura da prateleira [m]')
plt.ylabel('Esforço Cortante [N]')
plt.figure(4)
plt.plot(Z,Mz,'k--')
plt.legend('Momento')
plt.xlabel('Largura da prateleira [m]')
plt.ylabel('Momento fletor [Nm]')
plt.show()
"para o aluminio"
h2 = ((6*Mx_max)/(sigma_adm_al*1.8))**(1/2)
print(h2)
93
"Hipóteses do problema"
"Para a coalhada"
"gráficos do cortante"
plt.figure(1)
plt.plot(X,Vx,'g-')
plt.legend('Cortante')
95
plt.figure(2)
plt.plot(Z,Vz,'k--')
plt.legend('Cortante')
plt.xlabel('Largura da prateleira [m]')
plt.ylabel('Esforço Cortante [N]')
plt.figure(4)
plt.plot(Z,Mz,'k--')
plt.legend('Momento')
plt.xlabel('Largura da prateleira [m]')
plt.ylabel('Momento fletor [Nm]')
plt.show()
"para o aluminio"
h2 = ((6*Mx_max)/(sigma_adm_al*1.4))**(1/2)
print(h2)
96
t_c2 = -20,5 [C] " Temperatura de estocagem abaixo da temperatura de congelamento "
c_c2 = 1,710 [kJ/kg*C] " Calor específico da carne abaixo do ponto de congelamento "
Q_ac = m_c*c_c2*(t_cc - t_c2) " Calor removido para resfriar a carne desde a temperatura de
congelamento até uma temperatura final abaixo desta "
D_t = (P_por*O_af + O_pa)/(3600*O_d) " Fator de tempo de abertura das portas "
D_f = 0,8 " Fator de fluxo da porta "
E_efp = 0,93 " Efetividade dos dispositivos de proteção da porta "
Q_inf = q_sl*D_t*D_f*(1 - E_efp) " Ganho de calor através de portas devido às trocas de ar
(Calor devido a infiltração de ar externo) "
Q_i = (Wi*Ap*Dto)/1000 [kW] " Calor dissipado pelas fontes de iluminação "
98
n_pes = 8
q_pes = 272 - 6*(t_c2)
Q_tps = (n_pes*q_pes)/1000
A_tot = 201,272 [m^2] " Área da parede, forro ou piso, transversal ao fluxo de calor "
t_ext = 29 [C] " Temperatura externa da cidade de corumbá "
x_1 = 0,01 [m] " Espessura da chapa interna "
k_1 = 0,5 [W/mK] " Condutividade térmica da chapa interna "
x_2 = 0,180 [m] " Espessura do isolamento "
k_2 = 0,026 [W/mK] " Condutividade térmica do isolante (poliuretano expandido) "
x_3 = 0,01 [m] " Espessura da chapa externa "
k_3 = 0,5 [W/mK] " Condutividade térmica da chapa externa "
U_cg = (1/(x_1/k_1 + x_2/k_2 + x_3/k_3))/1000 " Coeficiente global de transferência de calor "
Q_trans = U_cg*A_tot*(t_ext - t_c2) " Taxa de calor total transmitida para o espaço refrigerado "
Q_totse = (Q_se*n_se)/1000 " Calor total gerado pelas serras dentro da câmara [kW] "
D_t = (P_por*O_af + O_pa)/(3600*O_d) " Fator de tempo de abertura das portas "
D_f = 0,8 " Fator de fluxo da porta "
E_efp = 0,93 " Efetividade dos dispositivos de proteção da porta "
Q_inf = q_sl*D_t*D_f*(1 - E_efp) " Ganho de calor através de portas devido às trocas de ar (Calor
devido a infiltração de ar externo) "
Q_i = (Wi*Ap*Dto)/1000 [kW] " Calor dissipado pelas fontes de iluminação "
n_pes = 8
q_pes = 272 - 6*(t_c2)
Q_tps = (n_pes*q_pes)/1000
A_tot = 197,272 [m^2] " Área da parede, forro ou piso, transversal ao fluxo de calor "
t_ext = 29 [C] " Temperatura externa da cidade de corumbá "
x_1 = 0,01 [m] " Espessura da chapa interna "
k_1 = 0,5 [W/mK] " Condutividade térmica da chapa interna "
x_2 = 0,180 [m] " Espessura do isolamento "
101
k_2 = 0,026 [W/mK] " Condutividade térmica do isolante (poliuretano expandido) "
x_3 = 0,01 [m] " Espessura da chapa externa "
k_3 = 0,5 [W/mK] " Condutividade térmica da chapa externa "
U_cg = (1/(x_1/k_1 + x_2/k_2 + x_3/k_3))/1000 " Coeficiente global de transferência de calor "
Q_trans = U_cg*A_tot*(t_ext - t_c2) " Taxa de calor total transmitida para o espaço refrigerado "