19114016022012teoria Da Historia I Aula 1

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

LICENCIATURA EM

História
TEORIA DA HISTÓRIA II
Marco Aurélio Monteiro Pereira
Janaina de Paula do Espirito Santo
Rodrigo Carneiro dos Santos

PONTA GROSSA - PARANÁ


2009
CRÉDITOS

João Carlos Gomes


Reitor

Carlos Luciano Sant’ana Vargas


Vice-Reitor

Pró-Reitoria de Assuntos Administrativos Colaboradores em EAD


Ariangelo Hauer Dias - Pró-Reitor Dênia Falcão de Bittencourt
Jucimara Roesler
Pró-Reitoria de Graduação
Graciete Tozetto Góes - Pró-Reitor Colaboradores de Informática
Carlos Alberto Volpi
Divisão de Educação a Distância e de Programas Especiais Carmen Silvia Simão Carneiro
Maria Etelvina Madalozzo Ramos - Chefe Adilson de Oliveira Pimenta Júnior
Juscelino Izidoro de Oliveira Júnior
Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância Osvaldo Reis Júnior
Leide Mara Schmidt - Coordenadora Geral Kin Henrique Kurek
Cleide Aparecida Faria Rodrigues - Coordenadora Pedagógica Thiago Luiz Dimbarre
Thiago Nobuaki Sugahara
Sistema Universidade Aberta do Brasil
Hermínia Regina Bugeste Marinho - Coordenadora Geral Colaboradores de Publicação
Cleide Aparecida Faria Rodrigues - Coordenadora Adjunta Maria Beatriz Ferreira - Revisão
Myriam Janet Sacchelli - Coordenadora de Curso Sozângela Schemim da Matta - Revisão
Roberto Edgar Lamb - Coordenador de Tutoria Edson Gil Santos Júnior - Diagramação
Luan Dione Rein - Diagramação
Colaborador Financeiro
Luiz Antonio Martins Wosiak Colaboradores Operacionais
Edson Luis Marchinski
Colaboradora de Planejamento Joanice de Jesus Küster de Azevedo
Silviane Buss Tupich João Márcio Duran Inglêz
Kelly Regina Camargo
Projeto Gráfico Mariná Holzmann Ribas
Anselmo Rodrigues de Andrade Júnior

Todos os direitos reservados ao Ministério da Educação


Sistema Universidade Aberta do Brasil
Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Processos Técnicos BICEN/UEPG.


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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA


Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância - NUTEAD
Av. Gal. Carlos Cavalcanti, 4748 - CEP 84030-900 - Ponta Grossa - PR
Tel.: (42) 3220-3163
www.nutead.uepg.br
2009
APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL
Olá, estudante

Seja bem vindo!


Certamente, neste período do curso você já se sente mais preparado para enfrentar
os desafios desta modalidade educacional (EaD). Com certeza, também já percebeu
que estudar a distância significa muita leitura, organização, disciplina e dedicação aos
estudos.
A educação a distância é uma das modalidades educacionais que mais cresce hoje
no Brasil e no mundo. Ela representa uma alternativa ideal para alunos–trabalhadores,
que necessitam de horários diferenciados de estudo e pesquisa, para cumprir a contento
tanto seus compromissos profissionais como suas obrigações acadêmicas. Também é
uma alternativa ideal para as populações dos municípios distantes dos grandes centros
universitários, contribuindo significativamente para a socialização e democratização do
saber.
As novas tecnologias da informação e da comunicação estão cada vez mais
presentes em nossas vidas, desafiando os educadores a inserir-se nesse “mundo sem
fronteiras” que é a realidade virtual.
Sensível a esse novo cenário, a UEPG vem desenvolvendo, desde o ano de 2000,
cursos e programas na modalidade de educação a distância, e para tal fim, investindo na
capacitação de seus professores e funcionários.
Dentre outras iniciativas, a UEPG participou do Edital de Seleção UAB nº 01/2006-
SEED/MEC/2006/2007 e foi contemplada para desenvolver seis cursos de graduação e
quatro cursos de pós-graduação na modalidade a distância pelo Sistema Universidade
Aberta do Brasil.
Isso se tornou possível graças à parceria estabelecida entre o MEC, a CAPES, o
FNDE e as universidades brasileiras, bem como porque a UEPG, ao longo de sua trajetória,
vem acumulando uma rica tradição de ensino, pesquisa e extensão e se destacando
também na educação a distância.
Os cursos ofertados no Sistema UAB, apresentam a mesma carga horária e o mesmo
currículo dos nossos cursos presenciais, mas se utilizam de metodologias, materiais e
mídias próprios da educação a distância que, além de facilitarem o aprendizado, permitirão
constante interação entre alunos, tutores, professores e coordenação.
Esperamos que você aproveite todos os recursos que oferecemos para facilitar
o seu processo de aprendizagem e que tenha muito sucesso nesse período que ora se
inicia.
Mas, lembre-se: você não está sozinho nessa jornada, pois fará parte de uma
ampla rede colaborativa e poderá interagir conosco sempre que desejar, acessando
nossa Plataforma Virtual de Aprendizagem (MOODLE) ou utilizando as demais mídias
disponíveis para nossos alunos e professores.
Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo, pois a sua aprendizagem é o nosso
principal objetivo.

EQUIPE DA UAB/ UEPG


SUMÁRIO
Ŷ PALAVRAS DOS PROFESSORES 7
Ŷ OBJETIVOS E EMENTA 9

MICHELET
Ŷ SEÇÃO 1- CARACTERÍSTICAS DO PENSAMENTO DE MICHELET
11
12
Ŷ SEÇÃO 2- PRODUÇÃO E ENFOQUES HISTÓRICOS 13

HISTÓRIA E HISTORICISMO ALEMÃO


Ŷ SEÇÃO 1- EM BUSCA DE UMA DEFINIÇÃO DE HISTORICISMO
17
20
Ŷ SEÇÃO 2- O HISTORICISMO ALEMÃO: VON HUMBOLDT E VON RANKE 21
Ŷ SEÇÃO 3- O HISTORICISMO ALEMÃO: O OTIMISMO HISTORICISTA 24
Ŷ SEÇÃO 4- HEGEL E A HISTÓRIA 25

A ESCOLA METÓDICA
Ŷ SEÇÃO 1- A REVISTA HISTÓRICA
29
31
Ŷ SEÇÃO 2- O MÉTODO 34
Ŷ SEÇÃO 3- NACIONALISMO E COLONIALISMO 38

A CRÍTICA AO HISTORICISMO E AO CIENTIFICISMO


METÓDICO 45
Ŷ SEÇÃO 1- CONCEPÇÕES CRÍTICAS SOBRE O HISTORICISMO 46
Ŷ SEÇÃO 2- A CRÍTICA AO HISTORICISMO ALEMÃO 50
Ŷ SEÇÃO 3- A CRÍTICA À ESCOLA METÓDICA 53

Ŷ PALAVRAS FINAIS 61
Ŷ REFERÊNCIAS 63
Ŷ NOTAS SOBRE OS AUTORES 65

Ŷ ANEXOS 67
Ŷ ANEXOS 1- PREFÁCIO À HISTÓRIA DA FRANÇA, DE 1869 68

Ŷ ANEXOS 2- OS PRINCÍPIOS DA REVISTA HISTÓRICA 74


PALAVRAS DOS PROFESSORES
A disciplina que você iniciará agora, Teoria da História II, faz parte
dos componentes teórico-historiográficos do nosso curso de Licenciatura em
História. Ela compõe um núcleo formado pelas disciplinas de Teoria da História
I, que você já estudou, Teoria da História II, que você começará a estudar
agora e Teoria da História III e IV, que você estudará no segundo ano do curso.
Nessas disciplinas são tratados temas pertinentes às concepções históricas e à
escrita da História desde os primórdios da Humanidade até os dias de hoje.
Esse conjunto de disciplinas se propõe a um olhar sobre a história da
história, ou, melhor dizendo, a história da produção histórica nas diversas
culturas humanas, com ênfase para as componentes da tradição judaico-cristã
ocidental.
Em Teoria da História I, você analisou o percurso das concepções
históricas e da escrita da História da Antiguidade até os séculos XVII e XVIII
de nossa era. Agora, em Teoria da História II, você irá trabalhar os percursos
da historiografia européia desde o final do século XVIII e por praticamente
todo o século XIX. É uma conjuntura importante para a historiografia ocidental
contemporânea, pois trata das origens das concepções cientificistas de escrita
da História na contemporaneidade.
Na Unidade I você irá tomar contato com o pensamento de Jules Michelet,
historiador europeu que é considerado como o precursor de importantes aspectos
presentes na historiografia contemporânea, como os ligados ao imaginário, às
mentalidades e ao cotidiano, dentre outros.
A Unidade II abordará os temas ligados à definição, dimensões
historiográficas e focalizará também a crítica do historicismo, feita por pensadores
como R. Aron, Popper, Schaffer e Nadel. A abordagem sobre o historicismo será
particularizada nas dimensões específicas do historicismo alemão, partindo
de Von Humboldt, passando por uma apreciação das concepções e da obra
de Leopold Von Ranke e também da chamada Escola Prussiana, fundada no
otimismo historicista. Esta Unidade será concluída com uma breve abordagem
do pensamento histórico de Hegel e com uma apreciação crítica do historicismo
alemão.
A Unidade III enfocará a Escola Metódica francesa, movimento
historiográfico que consolida a vertente cientificista da historiografia francesa
e européia no século XIX. Esse enfoque será iniciado com as questões
ligadas à Revista Histórica, periódico que aglutinou os primeiros historiadores
metódicos. Em seguida, haverá uma síntese do método histórico - conforme
proposto por Langlois e Seignobos - que pretendia dar caráter científico à
produção da história. A seção seguinte abordará os usos dessa historiografia
na França do século XIX, enfocando a utilização da História como reforço do
nacionalismo e do colonialismo francês e a instrumentalização da História nos
manuais didáticos da França oitocentista. Esta Unidade se encerra com uma
breve discussão sobre a objetividade em História e a crítica dos postulados
metódicos.
A proposta de abordagem do conteúdo do curso não é factualizante, ou seja,
focada nos fatos históricos, mas centrada nas possibilidades de compreensão
crítica das concepções históricas e da escrita da história nas diferentes culturas
e sociedades estudadas.
É um curso que se funda em concepções de história e de historiografia
postas em sua dimensão cultural e social, expressão de projetos identitários
tanto externa quanto internamente a cada sociedade analisada.

Os autores.
OBJETIVOS E EMENTA
OBJETIVO GERAL
Ŷ Compreender as manifestações da historiografia de cunho cientificizante
do século XIX na Europa, a partir do pensamento de Michelet e do historicismo
cientificista, especialmente o historicismo alemão, e da Escola Metódica
Francesa.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ŷ Conhecer as idéias e a produção do historiador francês Jules Michelet.
Ŷ Compreender as dimensões conceituais, as diferentes formas e as posturas
críticas ao historicismo europeu.
Ŷ Tomar contato com o historicismo alemão, principalmente em Leopold Von
Ranke e na Escola Prussiana.
Ŷ Conhecer o pensamento histórico dialético e idealista de Friedrich Engels.
Ŷ Compreender a consolidação da historiografia cientificista européia na Escola
Metódica Francesa.

EMENTA
Ŷ O século XIX e a consolidação da História como disciplina: as abordagens
metódicas (Escola Histórica Alemã e Escola Metódica Francesa).

ROTEIRO DE ESTUDO
UNIDADE I
Michelet

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ŷ Conhecer o pensamento histórico do historiador francês Jules Michelet.

Ŷ Perceber a influência dos ideais da Revolução Francesa e do pensamento

pequeno burguês nacionalista de Michelet em sua produção histórica.

Ŷ Constatar o caráter precursor da produção histórica de Michelet em seus

campos de abordagem.

ROTEIRO DE ESTUDOS
Ŷ SEÇÃO 1 - Características do Pensamento de Michelet

Ŷ SEÇÃO 2 - Produção e Enfoques Históricos


Universidade Aberta do Brasil

PARA INÍCIO DE CONVERSA


Olá!!! Bem-vindo (a) ao curso de Teoria da História II. Você irá iniciar
agora o seu processo de conhecimento sobre a produção do conhecimento
histórico e as formas de escrita da História no século XIX.
O início do século XIX é definido por um campo do conhecimento
histórico ainda “mediterrâneo-cêntrico”. Porém “a pesquisa histórica organiza-
se muito mais que no século XVIII. Ela dispõe de meios que os Estados
começam a conseguir. A História beneficia-se do surto dos nacionalismos na
Europa” (CHAUNU, 1976, p. 65).
Multiplicam-se as instituições ligadas ao conhecimento histórico, como
Academias, Museus, Institutos. Há um forte acréscimo de oferta de cadeiras
universitárias e cursos superiores de História. Cresce a quantidade de
publicações especializadas. Existe um acréscimo de proporções geométricas
de disponibilização e catalogação de fontes de pesquisa.
O grande pólo expoente de produção historiográfica é a Alemanha,
principalmente com Von Ranke e Mommsem, e a França traz o gênio, isolado,
de Jules Michelet, que é considerado por muitos como o precursor temático
da historiografia contemporânea. É sobre as idéias, temas e obras de Michelet
que você irá refletir e irá trabalhar agora nesta Unidade I, com ênfase em suas
idéias, temas e obras.

SEÇÃO 1
CARACTERÍSTICAS DO PENSAMENTO DE MICHELET

Nesta Seção 1, você irá conhecer um breve perfil biográfico de Jules


Michelet e uma síntese das suas principais idéias.
Jules Michelet (1798-1874) é o precursor da revolução historiográfica do
século XIX na Europa. Descendente de uma família de artesãos, republicano e
admirador de Voltaire, foi influenciado pelo pensamento de Vico, Mommsem
e dos intelectuais da Revolução Francesa do século XVIII. Sua produção
historiográfica, segundo Roland Barthes (1991, p. 13-14 passim), expressa o
credo da pequena burguesia liberal francesa de meados do século XIX:

12
UNIDADE 1
Michelet
1. Crença na confederação harmoniosa das classes sociais pelo
bem comum da Pátria.
2. Desejo de associação cordial entre capital e trabalho.
3. Nostalgia da manufatura e pesar em relação ao maquinismo
industrial.
4. Posicionamento anticlerical, fortemente influenciado por
Voltaire, e deísta, sob influência de Rousseau.
5. Crença na sabedoria infalível do povo.
6. Visão de caráter nacional e social. Por exemplo: a Alemanha
seria um grande país, generoso, bom e ingênuo, com exceção da
Prússia; a Inglaterra seria pérfida e dissimulada; e a França teria dois
inimigos: o padre e o ouro inglês.
Nesta seção você pôde conhecer um pouco da vida de Michelet
e tomar contato com uma síntese de suas principais idéias. Na Seção
2, a seguir, você verá como essas idéias definem o campo da produção
histórica desse historiador e de suas temáticas de abordagem.

SEÇÃO 2
PRODUÇÃO E ENFOQUES HISTÓRICOS

A produção de Michelet é marcada por uma forte ênfase impressionista


e literária e uma expressiva prolixidade temática. Suas principais obras são
a História da Revolução Francesa (1847-1853), a História da França (1833-
1869) e a História do Século XIX, que ficou inacabada pela morte do autor.
Além dessas, Michelet também é pioneiro de incursões historiográficas pelo
imaginário francês, como A Bíblia da Humanidade (1864) e A Feiticeira
(1862).
O pensamento histórico de Michelet se expressa naquilo que BOURDÉ
& MARTIN (1990, p. 83ss) chamam de seu “projeto-testamento”, e que está
sintetizado no Prefácio à História da França, de 1869 . A História da França
é obra do final da carreira de Michelet, fruto de uma reflexão que pretendeu
dar uma unicidade ao seu projeto. Ali, Michelet afirma sua ambição de ser
“o ressuscitador da totalidade nacional em gestação através dos séculos”.

13
UNIDADE 1
Universidade Aberta do Brasil

Basicamente toda a diversidade de sua obra está sintetizada no Prefácio, sob


o signo da ideologia pequeno burguesa, a transposição de valores cristãos, e
da influência romântica.
No Prefácio, Michelet quer marcar radicalmente a distância que o
separa da historiografia dominante em sua época, que ele negava pela
limitação das fontes, pela não percepção do sentido das totalidades históricas,
e pela ideologização eugênica e nacionalista.
O Prefácio também afirma de maneira inequívoca a vocação totalizante
do historiador em Michelet. Para ele as diferentes instâncias do social estão
articuladas pressupostas por uma “harmonia superior”, que ele explicita na
metáfora do corpo, em que a vida implica uma ação solidária e harmônica dos
órgãos, tecidos etc.
O historiador, assim, deve buscar o reencontro com a vida histórica, do
passado, pelo emprego de duas atitudes complementares:
1. A procura de um trabalho minucioso de reconstituição do passado
em todas as suas dimensões.
2. O estabelecimento da relação, da ação recíproca, dessas dimensões,
num movimento poderoso, vital e inexorável, que está presente na história da
Humanidade.
Michelet busca, assim, “a ressurreição da vida integral” do passado, vista
como um processo contínuo e lento de crescimento, como o desenvolvimento
de uma planta.
O trabalho de Michelet destoa claramente da historiografia factual,
política e nacionalista de seu tempo, antecipando espaços historiográficos
que seriam desenvolvidos com mais profundidade apenas em meados do
século XX, como os estudos históricos de cotidiano e imaginário.

____________________________________________________________________________________________
1 O texto do Prefácio está reproduzido no ANEXO I.

14
UNIDADE 1
Michelet
Você tomou contato com o pensamento e a produção do historiador francês Jules Michelet,
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HD+LVWyULDGR&RWLGLDQR
Viu que suas idéias - fundadas na crença na confederação harmoniosa das classes sociais
pelo bem comum da Pátria; no desejo de associação cordial entre capital e trabalho; na nostalgia
da manufatura e no pesar em relação ao maquinismo industrial; no anti-clericalismo, fortemente
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reconstituição do passado em todas as suas dimensões e que também procura estabelecer a relação,
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GD+XPDQLGDGH0LFKHOHWSURFXURXDUHVVXUUHLomRLQWHJUDOGRSDVVDGRSHORKLVWRULDGRU
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DWpRPDWHULDOLVPRKLVWyULFRHSULQFLSDOPHQWHD(VFRODGRVAnnales francesa, de Marc Bloch, Lucien
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Na Unidade de estudo a seguir, Unidade II±2+LVWRULFLVPRYRFrLUiFRQKHFHURVIXQGDPHQWRV
FRQFHLWXDLVDVGLIHUHQWHVDFHSo}HVHDFUtWLFDDRSHQVDPHQWRKLVWRULFLVWDHXURSHXGRVpFXOR;;TXH
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de forma esquemática em seus seis pontos, e o ideário do autor ou autores de um livro didático de
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15
UNIDADE 1
16
Universidade Aberta do Brasil

UNIDADE 1

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