Codigo Penal Do PCC A Lei Real Do Narcotrafico Bra

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Percurso - ANAIS DO IV CONLUBRADEC vol.04, n°.31, Curitiba, 2019. pp.

152 - 155
(Congresso Luso-Brasileiro de Direito Empresarial e Cidadania)

DOI: 10.6084/m9.figshare.11356799

Personalidade Acadêmica Homenageada:


Raymundo Juliano Feitosa (Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN)
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CÓDIGO PENAL DO PCC: A LEI REAL DO NARCOTRÁFICO
BRASILEIRO

CCP PENAL CODE: THE REAL LAW OF BRAZILIAN DRUG


TRAFFICKING

WILLIAN HENRIQUE SILVA


Graduando em Direito, modalidade integral - Escola Superior Dom Helder Câmara.
Belo Horizonte – MG. E-mail: [email protected].

CAIO AUGUSTO SOUZA LARA


Mestre e Doutor em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de
Minas Gerais - UFMG. Professor da Escola Superior Dom Helder Câmara.
Pesquisador Associado ao Programa RECAJ-UFMG - Acesso à Justiça e Solução de
Conflitos. Secretário de Comunicação do Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-
graduação em Direito – CONPEDI. Belo Horizonte-MG. E-mail:
[email protected].

RESUMO

O tema-problema da pesquisa que se pretende desenvolver é a estratégia


utilizada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para se tornar a maior facção
criminosa da América Latina, conquistando um perigoso prestígio internacional no
mundo do crime. A influência da efetividade do sistema estrutural do PCC, frente às
outras facções, é notória. Prova disto é a evidente tentativa da Família do Norte em
“mimetizar” a facção rival, e levar o exemplo bem-sucedido no mundo do crime em
São Paulo para o norte do País, como observado no livro “A Guerra: A Ascensão do

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DOI: 10.6084/m9.figshare.11356799

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Raymundo Juliano Feitosa (Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN)
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PCC e o Mundo do Crime no Brasil” (2018), de Bruno Paes Manso e Camila Nunes
Dias. “Ô moleque, a questão não é quem vai ficar impune. A questão é que os dois
não ‘tirou’ a vida do seu irmão. Tudo bem, eles ‘tavam’ na hora, mas eles não ‘tirou’ a
vida do seu irmão, entendeu cara? Então, a gente é justo e correto. Entendeu
moleque?”, são as palavras gravadas a partir de uma interceptação telefônica entre
membros do Primeiro Comando da Capital. Nota-se que o linguajar utilizado entre os
criminosos, como “ético” e “justo”, são termos contraditórios com o tipo de vida seguido
pelos membros de facções criminosas. Similar às bases das Forças Armadas e Polícia
Federal, instituições mais confiáveis do Brasil segundo o Datafolha (2014), que são a
disciplina e hierarquia. Da mesma forma que é penalizado dentro das organizações
militares, a quebra desse sistema hierárquico gera uma resposta dentro da cúpula do
PCC. Porém, as penas são mais severas, como exemplo: uma punição conhecida
entre os criminosos é o “xeque-mate” – esquartejamento prévio do infrator e,
posteriormente, a sua morte – essa condenação é aplicada aos estupradores e
pedófilos, também, tem por finalidade servir de exemplo para outros que teriam
interesse em fazer o mesmo. O problema que gira em torno da pesquisa científica é:
por que a organização de um sistema criminoso de grandes proporções se faz tão
chamativo na sociedade contemporânea? A partir das reflexões prévias a respeito do
tema a ser pesquisado, supõe-se que não é necessário apenas um aumento do
investimento no sistema carcerário, tanto na infraestrutura, quanto na melhor
qualidade de vida para com os presidiários e carcereiros, mas também um combate à
estrutura do crime organizado que já está arraigado em muitos presídios no Brasil.
Para que essa luta contra o crime seja efetiva é necessário o prévio conhecimento da
consolidação dessa organização criminosa. O objetivo geral do trabalho é entender o
sistema organizacional do Primeiro Comando da Capital e associá-lo com o aumento
da criminalidade e do narcotráfico. A pesquisa que se propõe pertence à vertente
metodológica jurídico-sociológica. No tocante ao tipo de investigação, foi escolhido,
na classificação de Witker (1985) e Gustin (2010), o tipo jurídico-projetivo. O raciocínio
desenvolvido na pesquisa será predominantemente dialético. De acordo com a técnica
de análise de conteúdo, afirma-se que trata de uma pesquisa teórica, o que será
possível a partir da análise de conteúdo dos textos doutrinários, normas e demais

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dados colhidos na pesquisa. Dráuzio Varella (2013) disse, em uma entrevista ao Portal
Uol, que a população se faz por desatenta quando diz respeito ao tratamento dos
presidiários, querem apenas as prisões dos delinquentes, não se importando se essas
cadeias estarão lotadas ou não. Afirma também que “cadeia no Brasil não é para
recuperar ninguém: é para fazer sofrer” (VARELLA, 2013). A partir do exposto,
conclui-se que o PCC e outras facções criminosas foram criadas primordialmente
quando houve violação sistêmica dos direitos humanos dos encarcerados. Contudo,
em contradição aos seus propósitos, desrespeitam os direitos humanos daqueles que
não aderem à mesma causa.

PALAVRAS-CHAVE: PCC; Facção Criminosa; Narcotráfico; Crime Organizado;


Estado Paralelo.

REFERÊNCIAS

78% das mortes têm relação com o tráfico de drogas, diz secretária de Segurança do
RN. O Globo, 22 out. 2017. Disponível em: https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-
norte/noticia/78-das-mortes-tem-relacao-com-o-trafico-de-drogas-diz-secretaria-de-
seguranca-do-rn.ghtml. Acesso em: 10 de maio de 2019.

A ESCALADA das facções criminosas desafia o próximo presidente do Brasil. El Pais,


São Paulo, 30 ago. 2018 Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/16/politica/1534446775_776752.html. Acesso
em: 09 de maio 2019.

CARVALHO, Cleide. Estatuto do PCC revela que ‘preço da traição é a morte’. O


Globo. Rio de Janeiro, 11 mar. 2018. Disponível em:
https://oglobo.globo.com/rio/estatuto-do-pcc-revela-que-preco-da-traicao-a-morte-
22478005. Acesso em: 03 de maio de 2019.

ESTATUTO do PCC tem 18 artigos e código de ética. Istoé, 08 jan. 2017. Disponível
em: https://istoe.com.br/estatuto-do-pcc-tem-18-artigos-e-codigo-de-etica/. Acesso
em: 03 de maio de 2019.

FORÇAS Armadas e PF são instituições mais confiáveis. O Globo, 21 jul. 2014.


Disponível em: http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/07/forcas-armadas-e-pf-sao-
instituicoes-mais-confiaveis-diz-datafolha.html. Acesso em: 09 de maio 2019.

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Personalidade Acadêmica Homenageada:


Raymundo Juliano Feitosa (Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN)
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GUSTIN, Miracy Barbosa de Sousa; DIAS, Maria Tereza Fonseca. (Re)pensando a
pesquisa jurídica: teoria e prática. 3ª. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2010.

MANSO, Bruno Paes; DIAS, Camila Nunes. A Guerra: A Ascensão do PCC e o Mundo
do Crime no Brasil. São Paulo: Todavia, 2018.

MANSO, Bruno Paes; DIAS, Camila Nunes. PCC, sistema prisional e gestão do novo
mundo do crime no Brasil. Revista Forum. São Paulo v. 11, n. 2, 10-29, Ago/Set 2017.

OLIVEIRA, Cristina. Suspensão dos direitos políticos dos sujeitos delinqüentes no


brasil: da negação da dignidade humana analisada sob o enfoque da cidadania
participativa. Revista Jurídica – UNICURITIBA, Curitiba, v. 26, n. 10, 70-98, 2011.
Disponível em: http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/RevJur/article/view/173/149.
Acesso em: 22 de maio de 2019.

PCC tem estatuto com artigo que proíbe estupradores, homossexuais e pedófilos.
Correio 24 horas, 08 jan. 2017. Disponível em:
https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/pcc-tem-estatuto-com-artigo-que-
proibe-estupradores-homossexuais-e-pedofilos/. Acesso em: 04 de maio de 2019.

TRIBUNAL do Crime - PCC - Justiça paralela. Domingo Espetacular. Rede Record,


08 dez. 2007. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XVs9y1lXfZQ.
Acesso em: 03 de maio de 2019.

VARELLA, Antônio Drauzio. Entrevista. São Paulo: 06 abr. de 2013. Entrevista


concedida ao Portal Uol. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-
noticias/2013/04/06/massacre-do-carandiru-foi-um-marco-mas-cadeias-ainda-nao-
recuperam-presos-diz-drauzio-varella.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 08 de
maio de 2019.

WITKER, Jorge. Como elaborar uma tesis en derecho: pautas metodológicas y


técnicas para el estudiante o investigador del derecho. Madrid: Civitas, 1985.

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