Revestimento de Paredes

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UNIVERSIDADE POLITECNICA-APOLITECNICA

Instituto Superior de Humanidade, Ciência e Tecnologia

Engenharia civil

Revestimento de paredes

Quelimane

2021
Abel Correia Voabil

Cândido Francisco José

Ilídio Sérgio Daniel Artur

Miguel Figueiredo G. Louro

Revestimento de paredes

Trabalho a ser apresentado ao departamento de


engenharias, na cadeira de estruturas e
acabamentos de edifícios, no curso de engenharia
civil, para fins avaliativos.

Docente: Lucrécio Casimiro

Quelimane
2021
Índice
1. Introdução............................................................................................................................4

1.1. Objectivos.....................................................................................................................4

1.1.1. Objectivo geral......................................................................................................4

1.1.2. Objectivo especifico..............................................................................................4

2. Revestimento de paredes.....................................................................................................5

2.1. Preparo dos substratos..................................................................................................5

2.2. Revestimento de paredes quanto ao seu tipo de parede...............................................6

2.2.1. Revestimento externo............................................................................................7

2.2.2. Revestimentos interiores.......................................................................................7

2.3. Revestimento de paredes quanto ao tipo de material...................................................8

2.3.1. Revestimento argamassados.................................................................................9

2.3.2. Argamassas industrializadas...............................................................................14

2.3.3. Revestimento cerâmicos]....................................................................................15

2.3.4. Revestimento de pastilha de porcelana...............................................................18

2.3.5. Revestimento de placas cerâmicas( tijolo aparente)...........................................19

2.3.6. Revestimento de pedra natural............................................................................19

2.3.7. Revestimento de mármore e granito polidos......................................................20

3. Conclusão..........................................................................................................................21

4. Referencias Bibliográficas.................................................................................................22
1. Introdução

O presente trabalho debruça sobre os revestimentos de paredes, que são todos os


procedimentos utilizados na aplicação de materiais de protecção e de acabamento sobre
superfícies verticais de uma edificação ou obra de engenharia, tais como: alvenarias e
estruturas.

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, enriquecida com alguns


relatórios, websites e documentos do website.

1.1. Objectivos

Apresentam-se a seguir os objectivos propostos para o estudo em questão,


subdividindo-se em geral e objectivos específicos.

1.1.1. Objectivo geral


 Descrever detalhadamente todo o processo executivo nos revestimentos de
paredes, podendo ser estas interiores ou exteriores.

1.1.2. Objectivo específico


 Apresentar os preparos substratos para a execução de revestimento de paredes;
 Mostrar os tipos de revestimentos de parede;
 Mostrar a importância do revestimento externo e interno.

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2. Revestimento de paredes

Os Revestimentos são todos os procedimentos utilizados na aplicação de materiais de


protecção e de acabamento sobre superfícies horizontais e verticais de uma edificação ou obra
de engenharia, tais como: alvenarias e estruturas. Nas edificações, consideraram-se três tipos
de revestimentos: revestimento de paredes, revestimento de pisos e revestimento de tetos ou
forro.

De acordo com (Colen, Ruivo, Texeira, & Silvestre, 2016), Denomina-se revestimento
de paredes a fase da obra em que se faz a regularização das superfícies verticais (parede).
Portanto os revestimentos são executados para proporcionar maior resistência ao choque ou
abrasão (resistência mecânica), impermeabilizar, tornar as superfícies mais higiénicas
(laváveis) ou ainda aumentar as qualidades de isolamento térmico e acústico.

2.1. Preparo dos substratos

A preparação do substrato (base) consiste em adequar a alvenaria para o recebimento


da argamassa. Essa adequação esta relacionada com a limpeza da estrutura e da alvenaria,
eliminação das irregularidades superiores, remoção das incrustações, pontas metálicas e
preenchimento de furos bem como aumentar a rugosidade para garantir boa aderência.

A limpeza da base deve ser feita com uma escova de aço, lavagem ou jateamento de
areia, essa limpeza visa eliminar elementos que podem prejudicar a aderência da argamassa,
como: pó, barro, fuligem, graxas, óleos desmoldastes nas estruturas e fungos.

A eliminação das irregularidades superiores como rebarba de concretagem e excesso


de argamassa nas juntas, além da remoção de incrustações metálicas e de arames devem ser
realizados. Deve-se também corrigir imperfeições da base preenchendo furos e elementos de
alvenaria quebrados.

E no caso de superfícies lisas, pouco absorventes ou com absorção heterogénea de


água, aplica-se o chapisco.

O chapisco deve ser executado usando materiais e técnicas apropriadas para melhorar
as condições de aderência da camada do revestimento à base ou substrato, criando uma
superfície de rugosidade adequada e regularizando a capacidade de absorção inicial da base
(FRANCO & CANDIA, 1998b).

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É um revestimento rústico empregado nos paramentos lisos de alvenaria, pedra ou
concreto; a fim de facilitar o revestimento posterior, dando maior pega, devido a sua
superfície porosa. Pode ser acrescido de adesivo para argamassa. O chapisco é uma argamassa
de cimento e areia média ou grossa sem peneirar no traço 1:3.

 Consumo de materiais por metro quadrado


 Cimento=2,25 kg
 Areia = 0,0053 m3

Os revestimento de paredes quanto a sua tipologia, classificam-se em:

 Revestimento de paredes quanto ao seu tipo de parede;


 Revestimento de paredes quanto ao tipo de material.

2.2. Revestimento de paredes quanto ao seu tipo de parede

O revestimento de paredes quanto ao seu tipo de parede classificam-se em:

 Revestimento externo;
 Revestimento Interno;

Os revestimentos de paredes, exteriores e interiores, devem:

 Ser compatíveis com a natureza e a função dos respectivos suportes;

 Em regra, conferir aos paramentos:

 Uma superfície sem defeitos e com características que facilitem a


respectiva limpeza;

 Resistência mecânica satisfatória as acções de abrasão, riscagem,


choque e outras, quando confinem com espaços de passagem, públicos
ou de uso comum;

 A camada de chapisco deve ser uniforme, com pequena espessura e


acabamento áspero.

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2.2.1. Revestimento externo

Considera-se revestimento externo como sendo um grupo de camadas superpostas e


intimamente ligadas, constituído pelas alvenarias, camadas sucessivas de argamassa e
revestimento final, cuja função è proteger a edificação da acção da chuva, humidade, agentes
atmosféricos, desgaste mecânico oriundo da acção conjunta do vento e partículas sólidas, bem
como dar acabamento estético. (De Sousa, 2016)

Tabela 1: Tipos de revestimento exteriores de paredes. (De Sousa, 2016)

2.2.2. Revestimentos interiores

Os revestimentos interiores são um grupo de camadas superpostas e intimamente


ligadas, constituído pelas alvenarias, camadas sucessivas de argamassa e revestimento final,
cuja função è proteger a edificação da acção da humidade, agentes atmosféricos, desgaste
mecânico oriundo da acção conjunta do vento e partículas sólidas, bem como dar acabamento
estético e servir como divisório de espaços dentro do edifício.

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Tabela 2: Tipos de revestimentos interiores de paredes. (De Sousa, 2016)

2.3. Revestimento de paredes quanto ao tipo de material

São revestimentos de parede, constituídos por elementos naturais ou artificiais,


assentados sobre emboço de regularização, com argamassa colante ou estruturas especiais de
fixação. Esses produtos têm procedimentos de assentamento ou fixação específicos, segundo
as características de seus elementos. Entre os mais utilizados estão:

I. Revestimento argamassados;
II. Revestimento cerâmico;
III. Revestimento de pastilhas de porcelana;
IV. Revestimento de pedras naturais;
V. Revestimento de mármores e granitos polidos;

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2.3.1. Revestimento argamassados

Segundo (Padua, 2012), os revestimentos argamassados são os procedimentos


tradicionais da aplicação de argamassas sobre as alvenarias e estruturas actuando como
camada de protecção contra a infiltração de águas de chuvas ou simplesmente acabamento. O
procedimento tradicional e técnico é constituído da execução de no mínimo de três camadas
superpostas, contínuas e uniformes. Esta etapa tem por finalidade aprumar e regularizar a
parede servindo de base para as outras camadas subsequentes. Divide-se em três camadas se o
acabamento final for pintura, sendo que duas são suficientes para revestimento cerâmico. Em
alguns casos a primeira camada é finalizada com a pintura como nos muros de fechamento.
Essas camadas são: Chapisco, Emboço e Reboco.

Figura 1: Camadas do revestimento argamassado. (Padua, 2012)

2.3.1.1. Chapisco

Primeira camada das três podendo também ser a última devendo ser o mais rugoso
possível. Para este resultado usamos argamassa de cimento e areia grossa no traço 1:3 e
bastante úmida. Os elementos que necessitam desta camada são os tijolos de barro, blocos
cerâmicos e blocos de concreto. Esta camada é executada em duas etapas. Até a metade da
parede podemos arremessar a argamassa directa do caixote e em forma de leque, cobrindo
áreas uniformes. O restante, isto é para cima, usamos a desempenadeira como anteparo. É
sempre bom humedecer levemente a parede, descartando-se o teto para esta operação.

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Devemos observar se há acumulo de argamassa em algum ponto, pois poderá atrapalhar as
outras camadas. A distância ideal para o arremesso está em torno dos 30 cm.

2.3.1.2. Emboco

Mestras: Esta operação tem por finalidade a regularização da parede, bem como
aprumalá. Isto é fundamental para o assentamento de azulejos. Sua espessura não poderá
ultrapassar 2,5 cm. A execução do emboço se dá após 3 dias da execução do chapisco.

Os batentes de portas e janelas ou o contramarco devem estar assentados para que


sirvam de referência ao desempeno da argamassa, bem como instalações hidráulicas e
eléctricas, embutido. O traço mais utilizado é o 1:2:9, contendo maior quantidade de cal e
como consequência, maior trabalhabilidade. Esta operação é executada em relação a pontos
devidamente aprumados, conhecidos como mestras. As faixas se originam em pontos
equidistantes na vertical e na horizontal (taliscas). São usados como taliscas, cacos cerâmicos
ou pedaços madeira assentados com argamassa e na espessura final desejada. As superiores
são assentadas inicialmente para servirem de base ao fio-de-prumo e fixação das inferiores.
Em alturas normais de uma residência, três taliscas são suficientes no sentido vertical para
execução das mestras. As taliscas são locadas em todo o cómodo distando conforme a régua
utilizada. Após a consolidação da argamassa de fixação das taliscas (em torno de dois dias),
preenchemos os intervalos produzindo uma faixa também nivelada.

Emassamento: Depois de consolidados as mestras (mínimo 2 dias), executa-se o


preenchimento dos vãos entre as mestras com argamassa de revestimento em porções
chapadas cuidando para que fique um excesso em relação ao plano das mestras. Se houver
necessidade de espessuras maiores àquela especificada, esta deverá ser executada em etapas
(intervalos de 16 horas), após a secagem da anterior.

As chapadas deverão ser comprimidas com colher de pedreiro num primeiro


espalhamento, tomando o cuidado de recolher o excesso de argamassa depositado sobre o piso
antes que endureçam. Quando houver diferenças muito grande de prumo faz-se enchimento de
tijolos em espelho por razões económicas. O emboço do teto tem a função apenas de
acabamento, pois se considera que a laje já esteja nivelada. Para revestir o teto é necessário
que o andaime esteja montado parcialmente ou na sua totalidade. Humedecer a superfície
sempre traz bons resultados. A argamassa é lançada entre as faixas cobrindo a área de maneira

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uniforme. Com a régua de alumínio apoiada sobre as mestras, já secas, fazem-se movimentos
na horizontal de vai e vem para eliminar o excesso.

Sarrafeamento: Iniciar o sarrafeamento tão logo a argamassa esteja com a consistência


ideal usando uma régua desempenadeira de baixo para cima, retirando-se o excesso de
material chapeado. Para verificar o ponto de desempeno, que depende do tipo de argamassa
usada, da capacidade de sucção da base e das condições climáticas, deve-se pressionar com o
dedo a superfície chapeada. O ideal é quando o dedo não mais penetra na argamassa (apenas
uma leve deformação), permanecendo praticamente limpo.

Desempeno: Dependendo do acabamento desejado pode-se executar o desempeno da


superfície com desempenadeira de mão adequada para cada caso (madeira, aço ou feltro). Se a
parede for receber revestimento cerâmico, basta um leve desempeno com desempenadeira de
madeira, cuidando para não deixar incrustações nos cantos e no piso próximo ao rodapé.

Após o processo de revestimento do teto e da parte superior da parede, desmontamos


o andaime e completamos a faixa inferior. Quanto à textura, diz-se “desempenada”, com
rugosidade suficiente para receber o reboco ou revestimento cerâmico. A areia deve ser
peneirada para melhor acabamento.

Figura 2: Detalhe de execução das guias e do emboco. (Padua, 2012)

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Tabela 3: Traço do emboco para as diversas bases. (Padua, 2012)

2.3.1.3. Reboco

Completamos o revestimento com esta etapa, tendo como resultado uma superfície
plana, lisa e pronta para a pintura. Composta de uma camada de 5 mm e agregados finos são
encontrados também de forma industrializada e pronta para uso. É embalada como Massa
Fina em sacos de 20 e 50 Kg. A superfície deve estar rugosa, curada e limpa. Se feita em obra
a argamassa tem que ser rica em cal para evitar trincas e a areia peneirada. A aplicação é feita
sobre a superfície do emboço, após 7 dias (sem que tenha sido desempenado) com
desempenadeira de mão, comprimindo-se a massa contra a parede, arrastando de baixo para
cima, dando o acabamento (alisamento).

Antes da aplicação, humedecemos a parede e espalhamos a argamassa em pequenas


áreas usando a desempenadeira. Após alguns minutos para aguardar a pega, molhamos
novamente e alisamos para corrigir imperfeições. Em seguida aplicamos a espuma para
uniformizar e tirar grãos soltos, dando um aspecto aveludado ao final.

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Figura 3: Detalhe da aplicação do reboco. (De Sousa, 2016)

Podemos utilizar argamassas pré-fabricadas, para reboco, que precisam ser fornecidas
perfeitamente homogeneizadas, a granel ou em sacos. Cada saco deve trazer bem visíveis, as
indicações de peso líquido, traço, natureza do produto e a marca do seu fabricante. Outros
materiais aglomerantes e agregados podem ser empregados, como as massas finas
acondicionada em sacos de aproximadamente15kg, que são misturados na obra com a cal
desde que satisfaçam há especificações necessárias de uso. Em condições normais é um pouco
mais dispendioso do que a argamassa preparada na obra, mas quando não se tem espaço
suficiente para peneirar, secar e "curtir", a massa é vantajosa.

Tabela 4: traco de rebocos. (Padua, 2012)

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2.3.2. Argamassas industrializadas

São encontradas no mercado variadas argamassas industrializadas para aplicação


imediata, cujas características de preparo e recomendações especiais de aplicação são
fornecidas pelos fabricantes (detentores das patentes). Considerando o reboco como
acabamento final do revestimento, citamos alguns rebocos ou revestimentos argamassados
que não recebem o tratamento do recobrimento com pintura, quais sejam:

1) Reboco Hidrófobo: A adição de hidrofugantes na composição do reboco impede a


percolação de humidade oriunda de precipitação pluvial normal. O mesmo não
acontece, todavia, com a difusão do vapor d’água (condensação por choque
térmico);
2) Reboco Impermeável: Reboco resistente à pressão d’água e geralmente executada
com argamassa de cimento e adição de aditivo impermeabilizante sendo que a
execução é semelhante a barra lisa;
3) Barra Lisa de Cimento (cimento queimado): Trata-se do revestimento executado
com argamassa de cimento, na proporção de 1:3 ou 1:4, tendo o cuidado do uso de
areia fina peneirada (peneira de fubá). A aplicação deve ser feita sobre emboço
firme (1:4:8 - argamassa mista de cal) ou superfície de concreto, onde coloca-se a
massa na desempenadeira de madeira e comprime-se de baixo para cima de
maneira que se obtenha uma espessura mínima de 3 ou 4 mm. Em seguida, com
movimento circular com a desempenadeira procura-se desbastar a espessura e ao
mesmo tempo uniformizar o painel de maneira a se obter uma espessura final de 2
ou 3 mm, lança-se o pó de cimento e em seguida com a broxa esborrifa-se água e
com a desempenadeira de aço, alisa-se o pó de cimento incrustado na argamassa,
caracterizando a chamada queima do cimento.
4) Barra lustra ou barra lúcida: Revestimento contínuo, impermeável, utilizado em
banheiros, cozinhas e áreas em contacto com água, substituindo o azulejo e com
aparência de mármore. Por ser um revestimento contínuo, não aceita reparos ou
emendas, O trabalho deve ser executado por mão-de-obra especializada. Aplica-se
sobre o emboço, um reboco desempenado com argamassa mista de cal (1:4:8), que
após completa secagem (2 dias), recebe uma capa de 2 mm de uma pasta especial
(3:3:2 ou 2:2:1 — pó de mármore, nata de cal, cimento branco, água e corante a
gosto) devendo ser queimada com desempenadeira de aço. Em seguida lustra-se a
superfície usandose uma boneca de pano que deve ser esfregada com energia junto

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com o talco, até atingir o polimento desejado. Complementando o acabamento,
aplicamos óleo de linhaça ou enceramos com cera de carnaúba. O resultado final é
uma superfície muito lisa e brilhante, comparável ao vidro e que na fase de queima
pode receber um processo artístico de impregnação de óxido de ferro diluído em
água, formando veios determinados por técnicas (uso de esponja ou pena de
galinha) que imitam mármore.
5) Reboco Travertino (massa tipo travertino) Revestimento semelhante ao estuque
lúcido. Essas massas são industrializadas, portanto patenteadas. Aplica-se a massa
sobre emboço de argamassa mista de cal (1:4:12) molhado até a saturação, como
se fosse reboco normal. Para a imitação do mármore travertino, procede-se da
seguinte maneira: com o reboco ainda bem molhado, comprime-se com uma
boneca de estopa limpa ou pano seco, de maneira que na superfície se formem
pequenos sulcos típicos do mármore, desempenando-se levemente com a
desempenadeira de aço, de maneira a não desmanchar os sulcos.
2.3.3. Revestimento cerâmicos]

São produtos industrializados e com grande controlo do processo de fabricação.


Exigem atenção quanto a composição da massa, que utiliza argilas, filitos, talcos, feldspatos
(grés) e areias (quartzo), até a classificação final do material. Caracteriza-se por elementos
cerâmicos, de grande variedade de cores, sendo brilhantes ou acetinados, de diversos padrões,
lisos ou decorados; de alta vitrificação, ou seja, de grande coesão (resistência a compressão e
abrasão). A espessura média é de 5,4 mm. A face posterior (tardoz) não é vidrada e apresenta
saliências para aumentar a capacidade de aderência da argamassa de assentamento.

Figura 4: Camadas constituintes do revestimento cerâmico.

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2.3.3.1. Finalidade e vantagens do revestimento cerâmico
 Protecção à alvenaria;
 É antialérgico;
 Facilidade de limpeza (é higiénico);
 Beleza (possui inúmeras opções decorativas);
 É durável (quando de boa qualidade);
 É anti-inflamável.

Observação: O revestimento cerâmico não pode ser considerado elemento


impermeabilizante quando conter coluna de água sobre ele.

2.3.3.2. Elemento de revestimento cerâmico

Considerado como um sistema, tecnicamente falando, o revestimento cerâmico é


constituído por um conjunto de elementos distintos funcionando como uma estrutura
organizada. Esses elementos têm composições diferentes que geram esforços diferentes, que
devem apresentar, no final, um equilíbrio de todas as tensões que atuam no sistema, para que
não ocorra o comprometimento do revestimento cerâmico. Os elementos do revestimento
cerâmico são:

 Substrato ou base (emboço);


 Argamassa colante;
 Placa cerâmica;
 Diferentes tipos de juntas;
 Argamassa de rejuntamento.

2.3.3.3. Normas gerais param a execução de assentamento cerâmico


a) Utilizar as ferramentas adequadas ao serviço;
b) Fazer o planeamento de assentamento dos painéis para cada superfície ou áreas
de revestimento contínuo, elaborando um projecto, se necessário;
c) Verificar o nivelamento do forro e prumada do revestimento de emboço, que
deve ter sido executado 14 dias antes do serviço;
d) d) Marcar pontos de referência e auxiliares em nível, em cada parede, a uma
altura cómoda para o trabalho e alinhamento das peças (fiada mestra);

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e) Efectuar a montagem em bancada das peças, determinando sobre uma peça de
madeira ou alumínio, a “galga”, incluindo os espaçadores que definem a
dimensão das juntas;
f) Instalar uma régua de alumínio com o auxílio da galga, logo acima do piso,
para o assentamento da primeira linha das placas cerâmicas inferiores,
aplicando-se duas peças nos cantos superiores para verificação ou correcção do
prumo, com as peças já aplicadas nos cantos inferiores;
g) Assentamento deve ser feito com argamassa colante, adesivos à base de
cimento aditivados, que proporcionam maior produtividade;
h) No assentamento deve ser observada a execução de juntas entre as peças, que
estabelecem as dimensões mínimas de acordo com as dimensões das peças
cerâmicas utilizadas. Essas juntas se fazem necessárias para impedir a
propagação de tensões entre as peças e favorecem os ajustes no perfeito
alinhamento que compensem eventuais diferenças de dimensões entre as
mesmas;
i) Os tipos mais comuns de juntas são: estrutural, de assentamento, de
movimentação e de dessolidarização. Para as juntas de assentamento, usam- se
espaçadores de plástico, pregos ou palitos;
j) Molhar o material antes do assentamento, mergulhando as peças cerâmicas em
um reservatório com água.

Observação: antes de iniciar o assentamento de placas cerâmicas, verificar nas


etiquetas das caixas do material a ser aplicado, a uniformidade na indicação do nome do
produto, cor e tonalidade. Dimensão indicada para juntas:

 Para peças de até 20 cm = 2 mm


 De 20 a 30 cm = de 2 a 5 mm
 De 30 a 40 cm = de 5 a 10 mm

2.3.3.4. Tipos de juntas para aliviarem tensões

Junta é definida como o espaço (fresta) regular entre duas peças de materiais idênticos
ou distintos. Os tipos mais comuns de juntas são: estrutural, de assentamento, de
movimentação e de dessolidarização.

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Quanto a forma de aplicação, as peças podem ser assentadas com:

a) Juntas paralelas ou a prumo;


b) Juntas amarradas;
c) Juntas em diagonal desencontradas;
d) Juntas em diagonal paralelas.

2.3.3.5. Classificacao das juntas quanto a função


a) ) Junta Estrutural — é a fresta regular cuja função é aliviar tensões provocadas
pela movimentação da estrutura da obra. Devem ser respeitadas em posição e
largura, em toda espessura do revestimento;
b) Junta de Assentamento — é a fresta regular entre duas peças cerâmicas
adjacentes e tem a função de:
 Absorver parte das tensões provocadas pela EPU da cerâmica, pela
movimentação do substrato e pela dilatação térmica;
 Compensar a variação de bitola da placa cerâmica, facilitando o
alinhamento garantindo um perfeito preenchimento e estanqueidade;
 Facilitar eventuais trocas de peças cerâmicas;
 Estética.

A largura das juntas de assentamento deve obedecer a recomendação do fabricante da


cerâmica variando com as dimensões das peças e local de aplicação, interna ou externa.

c) Junta de Movimentação — executada com a função de aliviar tensões


provocadas pela movimentação do revestimento e do substrato, nas linhas de
ligação entre as paredes de alvenarias e as estruturas de concreto.
d) Junta de Dessolidarização — é o espaço regular cuja função é separar a área
com revestimento de outras áreas (paredes, tetos, pisos, lajes e pilares), para
aliviar tensões provocadas pela movimentação do revestimento e/ou substrato.

2.3.4. Revestimento de pastilha de porcelana

É um produto cerâmico de grés (argila pura de alta vitrificação), produzido com alta
tecnologia, cuja característica principal é ter teor de absorção praticamente 0%. A sua
aplicação requer mão-de-obra especializada (pastilheiro), cujo assentamento poderá ser
executado por dois métodos: convencional (sobre emboço rústico sarrafeado) ou com
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argamassa colante (sobre emboço sarrafeado ou desempenado). No processo convencional, a
base para aplicação é de emboço sarrafeado, com acabamento rústico (se necessário, a
superfície deverá ser escarificada) de argamassa rica em cimento Portland comum, isenta de
impermeabilizantes, devidamente curado (para evitar tensões de retracção da argamassa sobre
o revestimento).

A aplicação das pastilhas se fará sobre esta base, humedecida, assentando-se com
argamassa mista de cal e areia fina, no traço 1:3:9, em volume, espalhando-se uma camada de
2 mm sobre uma área tal que possa ser revestida com pastilhas antes do início do seu
endurecimento. Ao mesmo tempo, sobre cada placa, na face sem papel, estende-se uma fina
camada de pasta de cimento branco (sem caulim), no traço 2:1, fixando a placa sobre a
argamassa fina e fresca, pressionando para que haja a aderência das mesmas. Cuidar do
alinhamento e esquadro das linhas de rejuntes. No processo do uso de argamassa colante, o
emboço deve ser cuidadosamente sarrafeado e destorcido, e após curado, as placas de
pastilhas são fixadas com argamassa pré-fabricada, com aditivos especiais, bem dosada,
mecanicamente misturada e, portanto, com traço uniforme. A argamassa pré-fabricada
permite melhor acabamento, fazendo o rejuntamento com a própria argamassa e eliminando o
risco de desprendimento das pastilhas.

2.3.5. Revestimento de placas cerâmicas (tijolo aparente)

Para o revestimento de fachadas, lareiras, churrasqueiras e ambientes internos pode-se


usar tijoletas que imitam a face lateral de um tijolo. Produzidas com maior controle de
qualidade apresentam certa uniformidade no tom, proporcionando óptimo acabamento se
executada dentro da técnica. No assentamento utiliza-se argamassa mista de cimento, cal e
areia.

2.3.6. Revestimento de pedra natural

Utilizando rochas naturais, como: arenito, granito, gnaisse, pedra mineira, e outras, as
unidades são cortados ou serradas, constituindo peças irregulares ou regulares, que são
assentadas com argamassa mista de cimento, sobre superfícies chapiscadas, procedendo-se
antecipadamente o chapisco da contra face na aderência das peças, também. O serviço de
assentamento deve ser executado por pedreiro especializado, com treinamento na arte do
preparo das peças, classificação e montagem dos painéis.

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2.3.7. Revestimento de mármore e granito polidos

Primeiramente, deve-se avaliar o material a ser empregado, quanto a sua adequação


estética e funcional, posteriormente, quanto a qualidade, relativa a existência de manchas,
impurezas, diferença de tonalidade e bicheiras. A espessura das peças para aplicação como
revestimento de parede é de 2 cm, e na aplicação devemos observar com cuidado o
levantamento das medidas da área de revestimento. Daí o detalhamento de painéis e/ou placas
mais uniformes possíveis, respeitando as disposições das manchas e veios das placas obtidas
dos desdobramentos dos blocos das rochas. Este procedimento resultará em um projecto de
montagem, onde as placas receberão uma numeração sequencial para facilitar o assentamento.
Para o assentamento das placas com argamassa mista de cimento, é necessário considerar a
superfície se de tijolos ou de concreto, que deverão estar chapiscadas.

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3. Conclusão

Por fim, sob a forma de análise conclusiva, se pode afirmar que os revestimentos de
paredes, independentemente só tipo, são de grande importância para qualquer construção, pós
para além de proporcionarem melhorias no quesito de estética, aumentam a capacidade de
aderência das paredes, a capacidade de absorver deformações, a permeabilidade e
durabilidade da própria parede e construção.

Vale ressaltar que, para todas as camadas de revestimento das paredes, devem
apresentar-se com a qualidade requerida pelo projecto, por isso um projecto detalhado,
contendo as especificações adequadas e as técnicas de execução, contribui fortemente para a
melhoria da produção, além de evitar improvisações, que certamente poderão resultar em
patologias.

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4. Referencias Bibliográficas
Colen, I. F., Ruivo, S., Texeira, P., & Silvestre, J. (2016). Revestimento de paredes. Lisboa:
Instituto superior tecnico.

De Sousa, R. A. (2016). Procedimento de execucao de uma fachada. Araruna: Universidade


estadual da Paraiba.

Padua, M. (2012). Revestimentos. Lisboa: Imprensa adventure works.

FIORITO, António J.S.I. Manual de argamassas e revestimentos - 2.ed. São Paulo: Pini,
2009.232p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Manual de
Revestimento de Argamassa. São Paulo. [2003?]

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