Quem Foi Apolo

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Quem foi Apolo?

Apolo é um personagem bíblico citado em alguns textos do Novo Testamento. Na verdade, a Bíblia não nos fornece
muitas informações sobre quem foi Apolo, mas, ainda assim, é possível sabermos alguns fatos interessantes acerca da
biografia desse importante líder da Igreja Primitiva.

Quem era Apolo?


Apolo foi um judeu natural de Alexandria, um renomado centro académico da época. A maior descrição bíblica sobre
ele está no livro de Actos dos Apóstolos (18:24-18; 19:1). Além dessa passagem, ele é citado algumas vezes em 1
Coríntios (1:12; 3:4-6,22; 4:6; 16:12) e Tito (3:13). Seu nome, Apolo, é uma abreviação de Apolônio.

Com base no texto do livro de Actos, sabemos que Apolo chegou em Éfeso por volta de 52 d.C., depois que o Apóstolo
Paulo já havia partido dali para a Palestina, seguindo depois para outras regiões (At 18:21-23).

Apolo era um convincente pregador, e possuía um profundo conhecimento do Antigo Testamento. Ele também havia
sido instruído no caminho do Senhor (At 18:25; cf. Actos 9:2; 19:9), ou seja, ele conhecia a história e os ensinamentos de
Jesus. É possível que ele tenha adquirido tal conhecimento acerca de Cristo em sua própria cidade, Alexandria. Algumas
tradições sugerem que ele possa ter sido um dos Setenta Discípulos citados no Evangelho de Lucas (Cap. 10), entretanto
não há qualquer evidência que comprove tal afirmação.
Apolo pregava fervorosamente, ensinando diligentemente tudo o que sabia sobre o Senhor (At At 8:25). Porém, Apolo
conhecia apenas o baptismo de João.

Priscila e Áquila, que chegaram a Éfeso acompanhando o Apóstolo Paulo (At 18:18,19), ouviram a pregação de Apolo, e
perceberam que, apesar de correcta, sua mensagem estava incompleta.

Então, Priscila e Áquila lhe explicaram com mais precisão as coisas que ele não conhecia. A falha em seu conhecimento
estava, sobretudo, a respeito do derramamento do Espírito Santo, e o rito do baptismo cristão. Talvez a situação de
Apolo fosse semelhante a dos discípulos encontrados por Paulo em Éfeso (At 19:2,3).

Depois de ter sido instruído por Priscila e Áquila,  Apolo partiu de Éfeso para Corinto, onde, “com grande veemência,
convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo” (At 18:28; At 19:1).

Apolo e Paulo
O Apóstolo Paulo havia ficado um ano e seis meses ensinando a Palavra de Deus em Corinto (At 18:11), plantando ali
uma igreja. Apolo, por sua vez, foi o sucessor de Paulo naquela igreja, e, devido a sua convincente pregação, alguns
cristãos daquela comunidade ficaram impressionados com ele, talvez os mesmos que consideravam Paulo uma pessoa
fraca que não demonstrava eloquência em sua pregação oral (1Co 2:1; 2Co 10:10; 11:6).

Logo, começaram a surgir partes na igreja de Corinto. Alguns se diziam imitadores de Paulo, outros de Apolo, outros
de Pedro  (Cefas) e, outros, do próprio Cristo (1Co 1:12). De um ponto de vista humano, segundo o que o próprio Paulo
escreveu, podemos dizer que Paulo havia sido superado por Apolo no púlpito de Corinto. Entretanto, tanto Paulo
quanto Apolo de forma alguma se achavam rivais, ao contrário, ambos eram cooperadores na proclamação do
Evangelho de Cristo (1Co 3:4-6), ou seja, tal partidarismo dentro da igreja de Corinto não era aprovado por eles.
Paulo também salientou que nunca havia procurado pregar com “sublimidade de palavras ou de sabedoria”, para que a
fé dos cristãos de Corinto “não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1Co 2:1-5). Apesar de
Paulo deixar claro que foi ele quem “colocou o fundamento” em Corinto, o Apóstolo aponta para o importante trabalho
desempenhado tanto por ele plantando, como por Apolo regando.

Quando Paulo chegou a Corinto, ele semeou onde ninguém tinha anunciado a Cristo. Depois, quando partiu para Éfeso,
Paulo deixou em Corinto uma igreja ainda inexperiente, e, Apolo, foi o responsável por “regar” o que Paulo havia
“plantado”. De qualquer forma, no capítulo 3 de 1 Coríntios, fica evidente o objectivo de Paulo mostrar que ambos eram
apenas servos de Cristo, por meio dos quais aqueles irmãos tinham se tornado crentes (1Co 3:5).

Ainda em 1 Coríntios (16:12), Paulo escreveu dizendo que havia pedido muito para que Apolo fosse visitar a igreja de
Corinto, porém o mesmo “não teve vontade de ir”. Muito provavelmente essa recusa de Apolo em ir ter com os cristãos
daquela cidade, tenha ocorrido devido a tais tensões que existiam dentro da igreja, de modo que ele não queria
alimentar esse tipo de sentimento partidário presente em alguns dali.

Finalmente, Apolo parece ter estado com Tito em Creta em algum momento posterior, segundo o texto de Tito 3:13.

Apolo e a Epístola aos Hebreus


A autoria da Epístola aos Hebreus tem sido um mistério que até hoje ninguém conseguiu resolver. Por muito tempo, o
nome de Paulo foi considerado o candidato mais provável, porém com análises mais profundas do texto da carta,
ficaram claras as importantes diferenças entre tal epístola e as demais epístolas escritas pelo Apóstolo, fazendo com que
essa tradição perdesse força.
Outros nomes foram sugeridos, mas, dentre todos, Apolo aparece como mais provável. Essa possibilidade passou a ser
considerada desde o tempo de Lutero, e um número cada vez maior de estudiosos defendem que Apolo, segundo os
textos bíblicos acerca dele, parece ser o tipo de pessoa que escreveria uma epístola como Hebreus. Sua marcante
característica de ter sido um profundo conhecedor das Escrituras, e seu claro objectivo de mostrar Cristo através delas,
parecem combinar bastante com a excepcional exposição do Antigo Testamento apontando para Cristo, presente na
Epístola aos Hebreus.

Sua proximidade com Paulo, e também com outros personagens conhecidos do Novo Testamento, a exemplo de Tito
(Tt 3:13), talvez explique a menção do autor de Hebreus a Timóteo (Hb 13:23). Embora Apolo apareça como sendo uma
boa possibilidade para autoria da carta, nada está provado, já que o nome do autor é omitido na epístola, além de
também parecer estranho o fato de a igreja de Alexandria não defender com entusiasmo a autoria de Apolo.

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