Concreto UHEs
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PÁGINA
7
− Este documento foi elaborado sob responsabilidade do Departamento de Engenharia Civil
de Geração/CEMIG, com a participação de:
NOME ÁREA
1 - APRESENTAÇÃO DO MANUAL
A construção de obras de grande porte pela CEMIG e por empresas similares, tem
demonstrado um contínuo progresso em tecnologia, qualidade e economia.
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Como demonstra a experiência passada, este progresso continuará na razão direta de
aumento do conhecimento técnico, do treinamento de pessoal habilitado, da qualidade dos
trabalhos executados, no emprego de tecnologia de ponta, no que se refere ao uso de
novos materiais, equipamentos e técnicas construtivas avançadas.
É certo, no entanto, que este Manual não poderá, em qualquer hipótese, substituir as
Especificações Técnicas da Obra, a experiência própria de cada um, o treinamento anterior
ou o senso comum que só a longa prática de construções pode fornecer, mas ajudará
sobretudo na formação de novos talentos humanos e na consolidação dos conhecimentos
daqueles mais experimentados.
Para atender a estas diretrizes este Manual procura estabelecer uma rotina de informações,
dados, recomendações e lembretes úteis para o pessoal envolvido na inspeção e controle
de qualidade do concreto em obras hidrelétricas.
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2 - ASPECTOS GERAIS
Este Manual, contém em sua grande parte textos extraídos das literaturas citadas nas
referências bibliográficas registradas no final da publicação.
Estas instruções, sob forma de perguntas e lembretes, devem portanto ser usadas como
informação complementar às Especificações da Obra, as quais devem ser conhecidas e
criteriosamente aplicadas.
Toda revisão a ser introduzida deverá ser feita de acordo com as normas e critérios
aprovados pela CEMIG, não sendo permitida a simples emissão de “adendos” contendo
as revisões feitas. Será sempre necessário refazer a impressão de todo o Manual, que
deverá conter na primeira página um resumo explicativo das revisões processadas, bem
como o número e a data da revisão.
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3 - PROCEDIMENTOS ADOTÁVEIS NO LABORATÓRIO DE CONCRETO E NAS CENTRAIS
DE CONCRETO E BRITAGEM ANTES DOS SERVIÇOS DE CONCRETAGEM
• Cimento portland
• Materiais pozolânicos
• Aditivos para concreto
• Água para amassamento do concreto
• Agregados para concreto
• Aço para armadura
• Elastômeros
• Adesivos epoxídicos
a) Recebimento em sacos
12
Uma amostra para cada lote de até 30 ton., considerando que o cimento em saco
será utilizado apenas nos serviços de injeção, ancoragem e obras de arte.
Uma amostra para cada lote de até 120 ton. recebido na Obra, coletada no ato do
recebimento, ou uma amostra a cada 500 m3 de concreto lançado, coletada na
balança da central de concreto.
13
− Foram tomadas medidas, caso isto seja possível, para se obter cimento de apenas
um fabricante?
14
Método de Ensaio
Nome do Ensaio ABNT/NBR ASTM Corps of
C Engineers
CRD-C
Ensaios Químicos
Dióxido de Silício (SiO2) 5742/8347 114 209
Óxido de Alumínio (Al2O3) 5742/8347 114 209
Óxido de ferro (Fe2O3) 5742/8347/92 114 209
03
Óxido de magnésio (MgO) 5742/8347/92 114 209
03
Trióxido de enxofre (SO3) 5745/8347 114 209
Óxido de cálcio total (CaO) 5742/8347/92 114 209
03
Óxido de sódio (Na2O) * 5747/8347 114 209
Óxido de potássio (K2O) * 5747/8347 114 209
Óxido de cálcio livre (CaO) 5748/7227/83 114 209
47
Perda ao fogo 5743 114 209
Resíduo insolúvel 5744/8347 114 209
Determinação de Enxofre na Forma de Sulfeto 5746 - -
Teor de Álcalis Totais e Solúveis - 114 -
Determinação de Cloretos - 114 -
Anidrido Carbônico (CO2) por Gasometria 11.583 - -
Ensaios Físicos e Físico-Químicos
Tempo de pega (Agulha de Vicat) 11.581 191 210
Superfície específica Blaine 7224 204 218
Finura na peneira 200 11.579 184 216
Massa Específica 6474 188 288
Expansibilidade “Le Chatelier” 11.582 - -
Expansão em Autoclave - 151 224
Resistência à Compressão 7215 109 226/227
Calor de hidratação - Método da Garrafa de 12.006 - 229
Langavant
Determinação da Pozolanicidade de Cimento 5753 - -
Portland Pozolânico
Determinação do Teor de Escória Granulada de 5754 - -
Alto-Forno por Microscopia
Calor de Hidratação a partir do Calor de 8809 186 -
Dissolução
Água da Pasta de Consistência Normal 11.580 - -
* Calcular o equivalente alcalino em óxido de sódio E.A. = % Na2O + 0,658 . % K2O
Tabela 3.1 - Ensaios de caracterização de cimento portland
15
Tabela 3.2 - Diferentes tipos de cimento portland de fabricação nacional e os teores
dos componentes.
16
3.3.1.1 - Histórico sobre o desenvolvimento do cimento portland
Não se possuem elementos para precisar quando teve origem a aplicação dos
aglomerantes quimicamente ativos, mas é natural que a sua descoberta tenha
decorrido do uso inteligente do fogo.
17
da origem à cal). A ação do calor (fusão da gipsita 130 a 150 °C e calcário 800 a
1.000 °C) transformando-se desta forma em:
a) Gipsita
130 a 150 °C
CaSO4 . 2H2O CaSO4 + 2H2O *
Rocha “gipsita” “Pó” sulfato de cálcio 2 moléculas de
(sulfato de cálcio desidratado, ou seja, água
bi-hidratado) anidro (gesso)
b) Cal
800 a 1000 °C
CaCO 3 . H2O CaO + CO2 + H2O
Rocha Calcária Cal * Gás Carbônico 1 molécula
(Carbonato de cálcio mono-hidratado) de água
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Reação exotérmica
libera calor (279 cal/g)
CaO + H2O Ca(OH)2
Cal 1 molécula Cal hidratada (extinta)
(Óxido de cálcio de água Hidróxido de cálcio
ou monóxido de
cálcio)
A cal é denominada um aglomerante aéreo, pois reage com o gás carbônico (CO2)
do ar.
19
É preciso saltar até meados do século XVIII para ver aparecer uma idéia
verdadeiramente nova com relação a aglomerantes.
Em 1756, o engenheiro inglês John Smeaton, investigando qual o tipo de cal para a
construção do novo farol de Eddystone, perto de Plymouth, observou um fato de
fundamental importância. De suas experiências concluiu que os calcários que
forneciam a cal da localidade de Alberthaw, condado de Clamorgan, contendo uma
certa quantidade de argila, revelavam-se superiores aos calcários puros para a
fabricação de aglomerantes hidráulicos, isto é, resistente à ação da água depois de
endurecidos.
Em 1796, Joseph Parker, na Inglaterra, obteve uma patente para um produto que
chamou de “cimento romano”, denominação imprópria, porque os romanos nunca
utilizaram material dessa natureza.
Foi em 1812, durante a construção da ponte Sovillac, que o francês Louis J. Vicat, o
verdadeiro fundador da química dos aglomerantes hidráulicos, devido às dificuldades
que teve como engenheiro nas fundações de pontes, começou a se interessar pelo
problema, passando a pesquisar e absorvê-lo até o fim da vida.
A primeira fábrica de cal artificial, utilizando o processo idealizado por Vicat, foi
instalada na França, em 1818, por Giraut.
No entanto, este aglomerante não era o que se conhece hoje pelo nome de cimento
portland. Tratava-se, ainda, de uma cal hidráulica obtida artificialmente com misturas
mal definidas e que se afastavam muito, não só quanto à composição, como quanto
à temperatura de cozimento do atual cimento portland.
A partir daí, foram instaladas mais fábricas na França, Inglaterra, Suíça, Alemanha e
Estados Unidos. Os americanos, em 1871, produziram o verdadeiro cimento
portland, calcinando a alta temperatura uma mistura de rocha calcária argilosa, com
calcário relativamente puro.
20
Os três grupos industriais que detêm a maior fatia do mercado brasileiro são:
Votorantim (nacional), Holdercim (holding do grupo Holderbank da Suíça, que é o
maior fabricante mundial de cimento) e Lafarge-Coppée ( da França, que é o 2º
maior fabricante mundial de cimento).
O cimento, juntamente com o petróleo, face à sua produção e/ou consumo, são
empregados para indicar a riqueza e desenvolvimento dos povos em nosso planeta.
21
A matéria prima, uma vez pulverizada e intimamente misturada na dosagem
conveniente, sofre o seguinte tratamento térmico, como mostra a Tabela 3.4, a
seguir.
• Matérias primas
Calcário
Vê-se, então, que uma tonelada de calcário dá origem a 560 kg de cal, que é
verdadeiramente a matéria prima que entra na fabricação do cimento,
enquanto os 440 kg de CO2 são perdidos sob a forma de gás, que sai pelas
chaminés das fábricas. A dolomita é o carbonato de cálcio e magnésio
CaMg(CO3)2, que encerra 30,4 % de CaO.
22
Nem todo calcário serve para uso na fabricação de cimento, este tem que ter
um teor de CaO (óxido de cálcio) adequado e baixo teor de MgO (óxido de
magnésio).
Argila
A argila empregada na fabricação do cimento é essencialmente constituída de
um silicato hidratado complexo de alumínio, geralmente contendo ferro e
outros minerais, em menores percentagens.
Gipso
O gipso é o sulfato de cálcio bi-hidratado - CaSO4 . 2 H2O. É um produto de
adição final no processo de fabricação de cimento portland, com o fim de
regular o tempo de pega.
− Obtenção do Clinquer
± 1450 °C
Calcário + Argila ------------------------------------------> Clinquer
∆
Clinquerização (calcinação)
Reage menos rapidamente que o C3A. Não libera cal e forma, também, um
aluminato hidratado.
25
(hidróxido de cálcio) de água hexa-hidratado hexa-hidratado)
Brownmillerita
Calor ⇒ 62 cal/g
↓
(gerado durante a reação)
26
A portlandita, no entanto, é bastante solúvel e no caso de concreto poroso,
permeável, a água promove a lixiviação da portlandita, pondo em risco a
passivação do aço.
27
Características dos compostos do cimento portland
28
• compostos cristalinos hidratados
• gel
À medida que o tempo passa, o gel vai cedendo cada vez mais água, até
transformar-se, como já foi dito, em gel estável, com uma estrutura cristalina que
impede a saída de novas quantidades de água.
E o que é o gel? Ainda há 30 anos, mais ou menos, supunha-se que o gel fosse
um produto amorfo resultante da hidratação do cimento. Os ensaios de
determinação da superfície específica, método BET por absorção de nitrogênio e
pela sua observação ao microscópio eletrônico de varredura, acabaram revelando
que o gel tem uma estrutura descontínua, possuindo pequenos cristais, talvez de
C3S2, de dimensões da ordem de 15 Å(1 Å = 10-7 mm) e separados uns dos
outros, em média, em 9 Å; esse espaço está cheio de água, dita não evaporável
(tensão superficial da ordem de 2.500 kgf/cm2). Na massa do gel há, entretanto,
descontinuidades submicroscópicas, formando canalículos do gel, apresentando
maiores dimensões, que, entretanto, são ainda da ordem de 0,01 µ (1 µ =
10 -3 mm).
29
Período de Compostos
Tempo C3A C3S C2S
03 horas 4,35 1,68 ---
01 dia --- 2,25 0,28
03 dias 5,68 --- ---
07 dias --- 4,32 0,62
28 dias 5,68 4,44 0,83
05 meses --- --- 3,5
Tabela 3.6 - Hidratação do compostos do cimento portland, em
microns com o tempo.
60
0,3 0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85 0,9
03 dias 25 21,5 19 16 13,8 11,5 9,7 8 6,3 5 3,6
07 dias 33 29 25,8 22,5 19,8 17 14,8 12,6 10,7 9 7,2
50 28 dias 44,5 40 36 33,2 29,8 26,5 23,7 21 19 16,8 14,7
91 dias 53 48 44 40 37 33,7 30,5 27,5 25 22 19,7
Resistência à Compressão Axial - (Mpa)
40
30
20
91 dias
28 dias
10
07 dias
03 dias
0
0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90
Relação Água/Cimento
30
Este fato é denominado “Lei de Abrams”.
60
0,3 0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85 0,9
23 31 37 41,5 45 47,5 49,5 50,5 51,3 51,9 52,4 52,8
50
40
Volume de Poros - (%)
30
20
10
0
0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90
Relação Água/Cimento
31
microssílica (sílica ativa ou sílica fume) de acordo com as especificações do
fornecedor.
Método de Ensaio
Nome do Ensaio Corps
ABNT/NB ASTM C of
R Engine
ers
CRD-C
Ensaios Químicos
Dióxido de silício (SiO2) - 311 -
Óxido de alumínio(Al2O3) - 311 -
Óxido de ferro (Fe2O3) - 311 -
Óxido de magnésio (MgO) - 311 -
Trióxido de enxofre (SO3) - 311 -
Óxido de sódio (Na2O) * - 311 -
Óxido de potássio (K2O) * - 311 -
Teor de umidade 8801 311 -
Perda ao fogo - 311 -
Teor de Álcalis Totais e Solúveis - 114 -
Ensaios Físicos e Físico-Químicos
Massa específica 6474 188 256/263
Superfície específica Blaine 7224 204 256/263
Finura na peneira 325 9202 430 256/263
Índice de atividade pozolânica aos 28 dias com 5752 311 256/263
argamassa de cimento
Índice de atividade pozolânica aos 07 dias com cal 5751 595 256/263
Reatividade com álcalis do cimento 12.651 227 256/263
Variação da retração por secagem de barras de 12.650 157 256/263
argamassa com materiais pozolânicos
Teor de álcalis disponíveis 12.652 - -
Água requerida em relação à amostra de controle - 109 -
Expansão (ou retração) em Autoclave - 151 -
Redução da expansão da argamassa aos 14 dias - 441 -
* Calcular o equivalente alcalino em óxido de sódio E.A. = % Na2O + 0,658 . % K2O
Tabela 3.7 - Ensaios de caracterização de materiais pozolânicos
Não são considerados como materiais pozolânicos aqueles que, por si só, sejam
aglomerantes.
32
sais, águas residuais), aumentando a porosidade do concreto e tornando-o mais
vulnerável ao ataque dos agentes agressivos, causando sua deterioração.
− Pozolanas naturais
São aquelas que foram formadas por algum processo da natureza, como as
cinzas vulcânicas, já conhecidas e usadas pelos romanos, de existência
desconhecida no Brasil.
− Pozolanas artificiais
33
• Cinza volante “Fly-Ash” - são cinzas ricas em sílica, obtidas em usinas
termoelétricas em que o carvão mineral pulverizado é usado como
combustível.
A microssílica (sílica ativa ou sílica fume) foi definida como fumos condensados
de sílica beneficiados (que são, também, designados como sílica volatilizada). Os
fumos condensados de sílica são um subproduto do processo de obtenção de
ferro-silício e silício metálico, em grandes fornos elétricos de fusão, pela redução
da sílica em temperaturas acima de 2000 °C, tendo como matérias primas o
quartzo e o carvão.
Estes aspectos físicos e químicos da microssílica (sílica ativa ou sílica fume) são
tais que se pode produzir um concreto de natureza bem diferente do que o obtido
com pozolanas moídas ou só com cimento.
34
Gráfico 3.4 - Calor de Hidratação do cimento Goiás CP-32 com diversos teores
de cinza volante - ensaios realizados no laboratório da CEMIG - UHE
de São Simão.
Com a microssílica (sílica ativa ou sílica fume) pode-se obter concretos com:
A permeabilidade dos concretos atinge a 10-13 cm/s, podendo chegar a 10-20 cm/s
e a resistividade elétrica pode atingir valores superiores a 200.000 Ω/cm.
35
Características Químicas
Típico (%) Limite (%)
Água - H2O 0,50 máx. 1,00
Alumínio - Al2O3 0,35 máx. 0,72
Cálcio - CaO 0,30 máx. 0,50
Ferro - Fe2O3 0,09 máx. 0,26
Magnésio - MgO 0,65 máx. 0,90
Manganês - MnO 0,03 máx. 0,07
Potássio - K2O 2,26 máx. 3,90
Sílica - SiO2 93,00 mín. 87,00
Sódio - Na2O 0,94 máx. 1,80
Titânio - TiO2 0,007 máx. 0,025
Características Físicas
3
Densidade a granel (kg/m ) Limites (máximo e mínimo)
Densificada (D) > 500 500 - 650
Não Densificada (ND) < 500 300 - 450
2
Superfície específica (m /g) 15,00
Formato da partícula esférico
Diâmetro médio da partícula (µm) 0,20
Índice de pozolanicidade c/ cimento (%) 77,80 ---
Índice de pozolanicidade c/ cal (MPa) 8,50
Água requerida (%) 138,20
PPC - Perda por calcinação (%) 3,57
Valor de PH (a fresco) 9,50
Umidade (%) 0,50 Máx. 1,00
Tabela 3.8 - Características químicas e físicas da “sílica fume Silmix” da Camargo
Correia Metais S/A.
Na construção da UHE de Volta Grande (1970 a 1974) foi utilizada, pela primeira
vez, a cinza volante (“Fly Ash”), tornando-se o marco inicial da utilização de material
pozolânico nos concretos das usinas da CEMIG.
36
O Laboratório de Concreto da CEMIG desenvolveu uma série de estudos e
pesquisas com as cinzas volantes (“Fly Ashes”), provenientes das usinas
termoelétricas do sul do país, e os resultados desses estudos comprovaram a
eficácia deste produto na inibição da reação álcali-agregado e melhoras significativas
nas propriedades dos concretos, tais como: redução da exsudação e calor de
hidratação, aumento da trabalhabilidade, da resistência ao ataque de agentes
agressivos, da impermeabilidade e das resistências mecânicas.
A metodologia do ensaio pelo método acelerado (NBRI) tem por base as pesquisas
desenvolvidas por R. E. Oberhoster e G. Davis, sendo uma variante do método das
barras (ASTM C 227).
O uso de cinza volante “Fly-Ash” nos concretos das usinas da CEMIG dá muita
tranqüilidade, em face dos problemas de reatividade álcali-agregado que vêm
ocorrendo em obras nas quais não foram utilizados materiais pozolânicos.
37
Reatividade Potencial - Método Acelerado - NBRI
0,400 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33
Areia Natural
Projeto: 0 0,001
UHE de Volta 0,001 0,004 0,009 0,015 0,022 0,032 0,035 0,045 0,052
Grande
Basalto
Cimento: CP V-ARI0 PLUS0 0,003 0,005 0,017 0,025 0,036 0,059 0,089 0,124 0,168
0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11
0,300
Areia Natural
Basalto
Expansão - (%)
0,200
0,000
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33
Idade - (dias)
0,300
Areia Natural
Granito Gnaisse
Expansão - (%)
0,200
0,000
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33
Idade - (dias)
Areia Natural
Basalto Denso
0,400
Expansão - (%)
0,300
0,200
0,000
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33
Idade - (dias)
Gráfico 3.9 - UHE de Nova Ponte - Sem Fly-ash Gráfico 3.10 - UHE de Nova Ponte -
Com 15% de Fly-ash
38
Reatividade Potencial - Método Acelerado - NBRI Reatividade Potencial - Método Acelerado - NBRI
0,600 0,400
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33
Projeto:
Areia UHE de Miranda
Natural 0 0 0,01 0,015 0,022 0,03 0,04 0,058 0,092 0,112 0,125 Areia Natural 0 0,004 0,016 0,019 0,029 0,047 0,061 0,082 0,101 0,121 0,149
UHE de Igarapava
Projeto:
Basalto 0 0,003 0,016 0,026 0,037 0,067 0,231 0,31 0,37 0,44 0,501 Basalto 0 0,002 0,008 0,016 0,024 0,043 0,092 0,153 0,189 0,231 0,266
Cimento: CP II-E-40
0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 Cimento: CP V-ARI
0,11 RS
0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11
0,500
0,300
0,400
Areia Natural
Areia Natural
Basalto
Expansão - (%)
Expansão - (%)
Basalto
0,300 0,200
0,200
Limite aos 12 dias
0,100
Limite aos 12 dias
0,100
0,000 0,000
0 3 6 9 12 15 18
Idade - (dias) 21 24 27 30 33 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33
Idade - (dias)
0,300
Areia Natural
Basalto
Expansão - (%)
0,200
0,000
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33
Idade - (dias)
39
• UHE de Apolônio Sales - Moxotó (CHESF)
• UHE de Paulo Afonso I (CHESF)
• UHE de Paulo Afonso II (CHESF)
• UHE de Paulo Afonso III (CHESF)
• UHE de Paulo Afonso IV (CHESF)
• UHE de Furnas (FURNAS)
• Usina Elevatória de Traição (Eletropaulo)
• Barragem de Pedro Beicht (Sabesp)
• Barragem de Billings-Pedras (Eletropaulo)
• UHE de Peti - CEMIG
• UHE de Jaguara - CEMIG
40
Moxotó 90
BARRAGENS AFETADAS PELA REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO (RAA)
Pracana 35
Center Hill 20
90
La Tuque 50
Beauharnois 40
80
Témiscouata 60
Mactaquac 85
30
20
10
0 Beauharnois
Moxotó
Cahora Bassa
Owyhee
Témiscouata
Santa Lúcia
Alto-Ceira
Mactaquac
Pracana
La Tuque
Chambon
Center Hill
Saunders
Kouga
Gráfico 3.15 - Taxas de expansão de barragens afetadas pela reatividade álcali-
agregado (RAA) no Brasil e em outros países.
41
Especificações Controle Estatístico
Teor de Umidade % Máx. 3 114 0,10 0,10 --- 0,27 0,02 0,77
Dióxido de Silício - SiO2 % --- 99 57,11 3,75 49,75 64,47 46,68 70,44
Químicos Sesquióxidos - R2O3 % --- 99 34,14 5,07 24,19 44,09 11,36 38,76
Óxido de Cálcio - CaO % --- 99 2,71 1,80 0,00 6,24 1,21 15,08
Óxido de Magnésio - MgO % --- 99 1,02 0,47 0,09 1,95 0,19 2,56
Anidrido Sulfúrico - SO3 % Máx. 5 99 0,47 0,24 --- 0,87 0,07 1,63
Massa Específica kg.m-3 --- 112 2.281 77 2.130 2.432 2.121 2.593
Superfície Específica m2.kg-1 --- 125 390,8 48,31 296,1 485,5 281,9 616,0
Finura Blaine m2.m-3 --- 125 893,2 123,06 690,2 --- 643,1 1597,3
Físicos Resíduo Retido na # 325 % Máx. 34 108 12,4 6,49 --- 23,1 1,1 33,6
Atividade Com Água Requerida % Máx. 105 110 99,7 9,01 --- 114,6 92,9 112,5
Cimento Índice de Atividade % Mín. 75 110 85,4 13,5 63,1 --- 46,4 120,8
Pozolânica
Com Cal Índice de Atividade MPa Mín. 5,6 109 8,0 2,09 4,6 --- 3,6 18,8
• Antes da coleta da amostra dos aditivos agitar os tambores sobre uma peça de
madeira de 1,50 m de comprimento e seção 0,10 x 0,10 m, com cantos
arredondados, através de movimentos vai e vem com o tambor ao longo da peça
42
de madeira e para as laterais, até certificar-se da completa homogeneidade do
aditivo.
− Aditivo que tenha sido estocado por mais de seis meses deve ser reensaiado e
liberado para uso pelo Laboratório de Concreto.
LIMITES
Ensaio Unidade Incorporador Retardador Redutor de
de Ar de Pega Água
Variação do PH % 1 1 1
Variação na Massa Específica % 10 10 10
Variação no Resíduo Sólido % --- 5 5
Variação no Teor de Ar % --- --- ---
Incorporado
Tabela 3.13 - Requisitos recomendados para os ensaios de uniformidade de aditivos
43
Aditivos são substâncias adicionadas ao concreto, argamassa ou caldas de cimento
na fase de preparo, com o objetivo de modificar ou proporcionar certas propriedades
ao material fresco ou endurecido, tais como a plasticidade, o tempo de pega, o
tempo de endurecimento e a impermeabilidade, tornando-os mais adequado ao
manuseio e aplicação e melhorando as características mecânicas e a resistência às
solicitações agressivas.
− Incorporadores de ar
São aditivos de ação física, constituídos de substâncias que lhes confere caráter
altamente tensoativo, capaz de reduzir em mais de 12 % o teor da água de
amassamento do concreto, uma vez mantida a trabalhabilidade do concreto
fresco.
44
São aditivos de ação química, constituídos por substâncias contendo baixas
concentrações de ânions de ácidos ou açúcares, ou ainda cátions, que atuam
dificultando ou inibindo a dissolução da cal dos silicatos e aluminatos durante as
fases iniciais da hidratação do cimento. Sua ação pode ter efeito apenas imediato
(retardadores de pega) ou mais prolongado (retardadores de endurecimento), ou
ambos (retardadores de pega e de endurecimento).
Os aditivos retardadores permitem um prolongamento no tempo das reações de
pega e endurecimento, compatibilizando o acúmulo das calorias produzidas pelas
reações exotérmicas com baixos gradientes de dissipação do calor nos climas
quentes, impedindo, desta forma, a elevação excessiva da temperatura do
concreto.
São aditivos de ação química, contendo ânions fortes, que aceleram a dissolução
da cal ou cátions fortes, que aceleram a dissolução da alumina e da sílica,
propiciando altas resistências iniciais e rápido desenvolvimento de calor de
hidratação dos concretos.
− Impermeabilizantes
São aditivos de ação físico-química, compostos por sais orgânicos que reagem
com a cal livre formando sais cálcicos insolúveis ou por géis orgânicos ou
inorgânicos que incham em presença de água, em ambos os casos, bloqueando
a passagem da água por redução capilar.
Um terceiro grupo é aquele composto por materiais hidrófugos que, aderindo aos
capilares, repelem a água, dificultando a sua penetração.
Existem aditivos mistos, combinando um dos primeiros grupos mencionados com
o terceiro.
− Expansores
Exemplo da reação de aditivos que têm por base a reação do pó de alumínio com
o hidróxido de cálcio “Ca(OH)2” presente no cimento.
Al + Ca(OH)2 ---------------> X + Y + H2
1 molécula de hidrogênio (gás liberado que
fica disseminado na massa do concreto)
− Aditivos compostos
45
3.3.4 - Água para amassamento do concreto
− Caso exista tanque para sedimentação, ele está sendo esgotado para limpeza
freqüentemente?
Com base no resultado das análises acima, serão consideradas utilizáveis as águas (ou
gelo) que se enquadrem nos limites recomendados a seguir:
− Acidez: 0,1 NaOH - Normal (2 ml no máximo para neutralizar uma amostra de 200
ml)
− Alcalinidade: 0,1 HCl - Normal - (10 ml no máximo para neutralizar uma amostra de
200 ml)
− Sulfatos: (SO4--): máximo de 0,04 %
− Cloreto de Sódio: (NaCl): máximo de 0,1 %
− Sólidos Inorgânicos: máximo de 0,3 %
− Sólidos Orgânicos: máximo de 0,02 %
− Turbidez: máximo de 50 ppm
46
3.3.5 - Agregados para concreto
47
− O método para determinação do Coeficiente de Expansão Térmica será de acordo
com o CRD-C-125 do “Corps of Engineers”.
− Quando da escolha dos agregados miúdo e graúdo para uma determinada obra,
recomenda-se inspecionar na região os concretos executados em períodos
anteriores e observar as evidências de reações do tipo álcali-agregado. Se a reação
álcali-agregado existir, o concreto afetado pelo fenômeno exibe trincas muitas vezes
conhecidas como trincas de "mapa".
A vida útil de qualquer empreendimento está intimamente ligada aos estudos nas
fases de viabilidade, projeto básico e no acompanhamento da construção. Tais
estudos devem ser engendrados de maneira a evitar qualquer tipo de patologia.
Dentre as várias causas de deterioração do concreto, encontra-se a reação álcali-
agregado. Este Fenômeno tem sido motivo de investigações buscando entender o
mecanismo de reação e os fatores que a influenciam, bem como soluções seguras e
viáveis para a recuperação de estruturas que apresentam os seus sintomas.
− Reação Álcali-Sílica;
− Reação Álcali-Silicato;
− Reação Álcali-Carbonato
a - Reação Álcali-Sílica
De acordo com Dent Glasses e Kataoka, quando a sílica amorfa está presente
em meio alcalino ocorrem as seguintes reações:
49
-
− As ligações do grupo siloxano são atacadas pelos íons hidroxilas (OH ), que
+
provocam a ruptura delas e propiciam a absorção de água e íon (Na ),
ficando em solução H2SiO4 (ácido ortossilícico).
- - -
Si-O-Si + 2OH ⇒ Si-O + O-Si + H2O
Biczok explica que o gel formado pode ser ou não expansivo dependendo da
concentração de cal ou de álcalis. Desta forma, quando a concentração de
cálcio sobrepõe à dos álcalis ocorre a predominância do cálcio na migração
através da membrana, para dar continuidade à formação de gel não expansivo
de cal-álcali-sílica formado na fase inicial de reação, que não produz efeito
prejudicial ao concreto. Por outro lado, quando a concentração de álcalis é
maior, há um domínio destes íons sobre a reação, formando gel de álcali-sílica
expansivo.
b - Reação álcali-silicato
50
deformada suscetível à reação álcali-silicato, de acordo com os autores
supracitados, são: a presença de quartzo intensamente deformado (maior
suscetibilidade ao ataque dos hidróxidos alcalinos devido ao deslocamento e
imperfeições dos cristais), quartzo microcristalino (o qual possui maior
superfície específica para a reação) e cristais de silicatos deformados (os quais
podem também estar propensos ao ataque alcalino).
Este tipo de reação é semelhante à reação álcali-sílica, porém mais lenta, pois
os minerais reativos estão mais disseminados no retículo cristalino. As
informações fornecidas pelo “Bulletin 79” - ICOLD, indicam que a reação com
os silicatos se manifesta por uma zona sombria no contato do agregado com a
pasta de cimento e por depósito branco sobre os agregados, nos planos de
clivagem. A zona sombria é formada por um gel expansivo de silicato alcalino
que, dependendo do excesso de álcalis ou hidróxido de cálcio, poderá ser mais
ou menos expansivo.
Gillot, nos estudos realizados com grauvaca, filitos e argilitos, observou que os
filossilicatos presentes nestes tipos de rocha foram os responsáveis pela
expansão e, evidenciando um novo mecanismo de reação, classificou-a de
reação álcali-silicato.
c - Reação álcali-carbonato
− Desdolomitização
51
CaMg(CO3)2 + 2NaOH ⇒ Mg(OH)2 + CaCO3 + Na2CO3
⇓ ⇓ ⇓ ⇓
Calcário dolomítico Brucita Calcita Carbonato
de sódio
Seja qual for o mecanismo que induz a expansão, muita atenção deve ser
dada à reação álcali-carbonato, principalmente não a tratando como reação
álcali-sílica, pois são diferentes em muitos aspectos citados pelos
pesquisadores chineses, como os apresentados a seguir:
+ +
− Na reação álcali-sílica, os íons Na e K formam novos produtos como
Na2O.nSiO2aq. ou K2O.nSiO2aq., que absorvem água e causam
expansão. Na reação álcali-carbonato, os álcalis não fazem parte dos
produtos formados; ficam em solução, atuando como catalisadores da
reação.
52
− O hidróxido de cálcio, na reação álcali-sílica, forma gel não expansivo de
cal-álcalis-sílica, enquanto na reação álcali-carbonato, ao reagir com os
--
(CO3 ), além de regenerar os álcalis, poderá reagir diretamente com a
dolomita, à medida que se esgote a concentração de carbonatos.
A reação álcali-agregado, por ser lenta, poderá levar alguns anos para que
os primeiros sinais sejam visíveis, tais como a presença de mancha e
exsudação do gel, pontos estourados, deslocamento de peças estruturais e
fissuras desordenadas na superfície do concreto, na forma de mapa, como
mostradas nas Figuras 3.2 e 3.3.
55
Gráfico 3.18 - Relação entre Álcalis Disponíveis no
Cimento e Consumo de Cimento
• Agregado pulverizado
O uso de agregado pulverizado tem sido uma alternativa para suprir a falta de
material cimentício convencional, principalmente quando não o tem em
disponibilidade, como ocorreu na Barragem de Capanda, em Angola na África.
Esta tecnologia, ainda pouco disseminada, foi apresentada pelo engenheiro
Albert Osipov, de origem soviética, e aplicada na fabricação do concreto
compactado com rolo para a Barragem de Capanda.
Estudos exaustivos confirmaram esta teoria. Por outro lado, foi constatado que
este material não poderia ser usado indiscriminadamente, pois estudos
conduzidos pelos Laboratórios de Concreto de Furnas e da CEMIG
comprovaram que havia uma queda nas resistências dos corpos de prova
moldados com o agregado recém britado, em relação àqueles cuja moldagem
foi realizada após um mês de britagem. Os estudos realizados pelo Laboratório
da CEMIG foram para as fases de viabilidade e projeto básico da UHE de
Formoso e na fase executiva do Aproveitamento de Caraíbas.
56
A título de informação, o Laboratório da CEMIG construiu os equipamentos
necessários, previstos na metodologia de ensaio e executa o ensaio proposto
por Osipov.
57
Gráfico 3.23 Gráfico 3.24
A reação álcali-agregado, como já foi visto, pode ser de três tipos, cujos
mecanismos de reação são muito complexos e apresentam algumas
diferenças em função da fase mineralógica em atividade. Contudo, os danos
ao concreto são inúmeros, e muitas vezes semelhantes em termos de prejuízo
e dificuldades de recuperação. Assim, todos os tipos de reação merecem
atenção, estudos e eventuais medidas preventivas.
58
Uma medida eficaz para melhoria desta limpeza é a instalação de uma malha de
1/2" (12,7 mm), logo à frente da tubulação.
− Verificar a procedência e a qualidade das areias que estão sendo estocadas nas
pilhas de abastecimento da Central de Concreto. Observar a uniformidade da
composição granulométrica e se há contaminação com argila, matéria orgânica
ou outras impurezas.
a) Granulometria
b) Caracterização Completa
• Uma amostra a cada 15 dias, composta por parte das amostras diárias para
ensaio de granulometria, coletada na balança da Central de Concreto.
59
Método de Ensaio
Nome do Ensaio Corps of
ABNT/NBR ASTM C Engineer
s
CRD-C
Granulometria 7217 136 103
Materiais Pulverulentos 7219 117 105
Umidade Superficial “Frasco de Chapman” 9775 - -
Impurezas Orgânicas Húmicas 7220 40 121
Argila em Torrões e Materiais Friáveis 7218 142 142
Massa Específica e Absorção 9937 128 108
Massa - Em Estado Solto 7251 29 -
Unitária - Em Estado Compactado 7810 29 106
Coeficiente de Inchamento 6467 - -
Reatividade Potencial - Método Químico 9774 289 128
Reatividade Potencial - Método das Barras 9773 227 -
Reatividade Potencial - Método Acelerado CB-18:202.01-004 - -
(África do Sul) *
Sanidade ao Ataque pelo Sulfato de Sódio - 88 187
Qualidade de Agregado Miúdo 7221 87 -
Sais, Cloretos e Sulfatos Solúveis 9917 - -
Teor de Partículas Leves 9936 123 -
Constituintes Miner. Agregados Naturais 9942 - -
Análise Mineralógica - 295 -
Absorção de Água em Agregado Miúdo 9777 - -
Massa Específica “Frasco de Chapman” 9776 - -
Teor de Umidade - 70 -
60
3.3.5.2 - Agregado Graúdo
A rocha ou fragmentos de rocha deverão ser sã, densa, durável, resistente, inerte
e livre de impurezas químicas ou películas de materiais que possam prejudicar a
aderência da pasta de cimento.
a) Granulometria
b) Caracterização completa
• Uma amostra a cada 15 dias, composta por parte das amostras diárias para
ensaio de granulometria, coletada na balança da Central de Concreto.
Método de Ensaio
Nome do Ensaio Corps of
ABNT/NBR ASTM Engineer
C s CRD-C
Granulometria 7217 136 103
Argila em Torrões e Materiais Friáveis 7218 - 142
Materiais Pulverulentos 7219 117 -
Massa Específica e Absorção 9937 127 107
Massa - Em Estado Solto 7251 29 -
Unitária - Em Estado Compactado 7810 29 106
Reatividade Potencial - Método Químico 9774 289 128
Reatividade Potencial - Método das Barras 9773 227 -
Reatividade Potencial - Método Acelerado (África do CB-18:202.01- - -
Sul) * 004
Sanidade ao Ataque pelo Sulfato de Sódio ou - 88 137
Magnésio
Ciclagem Acelerada com Etileno Glicol 12.697 - 148
Fator de Forma das Partículas - 125 119
Índice de Forma - Método do Paquímetro 7809 - -
Abrasão “Los Angeles” 6465 131/53 117/145
61
5
Reatividade Potencial de Álcalis em Combinações 9773 227 -
Cimento-Agregado
Sais, Cloretos e Sulfatos Solúveis 9917 - -
Teor de Partículas Leves 9936 123 -
Resistência ao Esmagamento 9938 - -
Teor de Umidade Total por Secagem 9939 70 -
Constituintes Mineralógicos dos Agregados Naturais 9942 - -
Verificação do Comportamento Mediante Ciclagem 12.695 - -
Natural
Apreciação Petrográfica de Agregados 7389 295 127
Desagregabilidade por Imersão em Água e Secagem - - 114/115
em Estufa
Análise Petrográfica Pormenorizada com Medição do - 295 -
Ângulo de Extinção ondulante do Quartzo
Calor Específico - - 124
Coeficiente de Expansão Térmica - - 125
Avaliação da Reatividade Potencial de Rochas 10.340 - -
Carbonáticas
Módulo de Deformação Estático e Coeficiente de 10.341 - -
Poisson
62
3.3.6 - Aço para Armadura
− Coletar amostras para ensaios de qualificação das barras de aço, das emendas de
barras de aço e cordoalhas, na seguinte freqüência:
• Barras de aço
Normalmente as barras de aço chegam à obra já ensaiadas e inspecionadas na
siderúrgica pela CEMIG, através do Departamento de Inspeção de Materiais.
Na obra são realizados ensaios apenas quando necessário, de acordo com as
seguintes normas:
− O corte e dobramento das barras de aço estão sendo feitos de acordo com as
especificações técnicas?
− A armadura de aço preparada para colocação deverá ser etiquetada para permitir
pronta identificação e ser guardada de modo a evitar o contato com terra, lama, etc.
− A Tabela 3.23 apresenta os requisitos exigidos para barras de aço e para chapas de
fretagem.
− Tração
. Limite de escoamento
. Ruptura NBR 6152
. Alongamento
. Peso Unitário
Capacidade ao Dobramento NBR 6153
Tabela 3.21 - Ensaios de caracterização de barras de aço
para armadura
63
Discriminação Dimensão (cm) Tolerância (mm)
Ao longo da direção ≤ 20 6
das dimensões ≥ 20 ≤ 60 12
dos elementos ≥ 60 25
. Armadura secundária =± 25 mm
Barras de Aço
64
3.3.7 - Elastômeros
Requisitos Método
Ensaio de
Exigidos Ensaio
Dureza Shore Conforme projeto MB-497
Resistência à Tração (MPa) Mín. 15 NBR 7462
Alongamento de Ruptura (%) Conforme projeto MB-57
Resistência ao Rasgamento (MPa) Mín. 3 ASTM D-624/NBR
11.911
Envelhecimento . Variação Dureza Shore ± 15
em estufa com (%)
circulação de ar - . Variação Resistência à ± 15 ASTM D-573/
70 horas à Tração (%) NBR 6565
temperatura de . Variação do Alongamento - 40
100 °C de Ruptura (%)
Porcentagem relativa à deformação
permanente à Compressão - Máx. 25 ASTM D-395
22 horas a 100 °C (%)
Fendilhamento sob aumento
de 7 vezes no envelhecimento Não deve ocorrer ASTM D-1149
em Ozônio
Tabela 3.24 - Requisitos exigidos para os elastômeros
65
Propriedades Requisitos Método de Ensaio
Exigidos
Resistência à Tração (a) Mín. 10,0 MPa ASTM D-638
Alongamento de Ruptura (a) Mín. 280 % ASTM D-638
Resistência à Tração (b) Mín. 12,3 MPa ASTM D-638
Alongamento de Ruptura (b) Mín. 350 % ASTM D-638
Resistência à Tração em Emendas Mín. 7,9 MPa ASTM D-638
Resistência à Tração em Extração Acelerada Mín. 10,6 MPa ASTM D-638
Alongamento de Ruptura em Extração Acelerada Mín. 300 % ASTM D-638
Variação de Peso após 07 dias (c) Mín. -0,10 % ASTM D-2240
Máx. +2,50 % (Tipo A)
Variação Dureza Shore “A” ±5 ASTM D-2240
(Tipo A)
(a) Somente para material em perfil extrudado
(b) Somente para material em lençol (ou manta)
(c) Determinação do efeito dos álcalis
Tabela 3.25 - Requisitos exigidos para os dispositivos de PVC
Requisitos Método
Ensaio Exigidos de Ensaio
Verificação Largura, comprimento, espessura, altura da Conforme
das camada elementar de elastômero, espessura IPT
Dimensões do cobrimento e dimensões das chapas de aço Projeto
Módulo de Deformação Transversal (G) MPa Não deve IPT
descolar
Compressão Ligações PTFE - Aço-Elastômero Conforme IPT
Projeto
Combinada com Coeficiente de Atrito PTFE-Aço - PTFE-PTFE Conforme IPT
Projeto
Força Cortante Rasgamento até: tg = 0,9 Não pode IPT
ocorrer
Rasgamento: 0,9 < tg < 2,0 Tolerável IPT
Deformação do Aparelho Conforme IPT
Projeto
Compressão Rasgamento até a carga de trabalho Não pode IPT
Simples ocorrer
Ruptura do aço entre 3 a 6 vezes a carga de ___ ___
trabalho
Tabela 3.27 - Requisitos exigidos para o aparelho de apoio completo
66
− Os adesivos epoxídicos deverão ser armazenados em local fechado, seco e fresco,
protegido contra incêndio, em ordem cronológica, em condições de ser usado
inicialmente o material estocado em primeiro lugar.
− Coletar uma amostra, para ensaios de qualificação física, de cada lote recebido na
obra. Os resultados dos ensaios deverão satisfazer as especificações estabelecidas
pelo fabricante do adesivo epoxídico.
• “Pot life”
• Massa Específica
• Viscosidade no Copo Ford
• Viscosidade no Mobilômetro Gardner
• Resistência à Compressão Axial
• Resistência à Tração na Compressão Diametral
• Aderência realizada em corpo de prova cilíndrico 15 x 30 cm, serrado a 45°
(concreto endurecido/endurecido e fresco/endurecido)
• Aderência realizada em corpo de prova prismático 15 x 15 x 50 cm, serrado a 45°
(concreto endurecido/endurecido e fresco/endurecido)
− Uma maneira para melhorar a forma dos grãos dos agregados é manter, durante a
produção, os britadores primários e secundários sempre afogados, ou seja, manter o
fluxo da britagem o mais contínuo possível.
67
− Geralmente, os trabalhos de inspeção consistem em observações visuais, para
aceitação ou rejeição dos agregados nos vários pontos do beneficiamento, e na
verificação das condições de estocagem e manuseio dos agregados.
Preferível Censurável
Caçamba de escavadeira ou outro meio Métodos que permitem o agregado
de colocação do material na pilha em escorregar no talude da pilha quando
unidades não maiores que a carga do descarregado, ou permite que o
caminhão. O material permanecerá basculante opere repetidamente sobre
onde colocado não escorregando nas o mesmo nível.
saias da pilha.
Correto Incorreto
Tubo com aberturas (chaminé) em A queda do material no topo da pilha
vários níveis que o material permite que o vento separe o material
descarregado da correia passa pelo fino do grosso.
seu interior envolvendo-o, evitando
ação do vento e a separação dos
materiais finos e grossos. As aberturas
descarregam o material em vários
níveis da pilha.
68
A estocagem dos tamanhos maiores do agregado
graúdo por correias elevadas por meio de chicanas
minimizam o fraturamento.
− Aferir de 15 em 15 dias todas as balanças e caso necessário aferir quantas vezes for
preciso, de forma a assegurar que a diferença entre a massa real e a indicada, não
seja superior a 2 % da primeira, conforme estabelece a NBR 7212.
69
• Caso use acessórios para posicionamento dos pesos deverão estar devidamente
aferidos para eventual inclusão nas pesagens onde forem utilizados.
− A precisão das balanças deverá satisfazer as exigências da NBR 7212, com desvio
máximo do valor nominal da capacidade da balança, para cada material, conforme
indicado a seguir:
• Agregados
• Aditivos
• Água e gelo
− Os pesos usados pelo construtor para aferição das balanças têm certificado de
aferição do INMETRO? Qual a data da emissão do certificado?
ENSAIO FREQÜÊNCIA
72
Consistência pelo Abatimento do Tronco de Cone “Slump” - NBR 7223 01 ensaio/10 betonadas
Teor de Ar Incorporado ao Concreto - Método Pressiométrico- NBR 01 ensaio/10 betonadas
11686
Massa Específica e Ar Incorporado - Método Gravimétrico- NBR 9833 01 ensaio/10 betonadas
Registro da temperatura ambiente e do concreto 01 ensaio/10 betonadas
Início e Fim de Pega “Agulha de Proctor” - NBR 9832 01 traço da Tabela de
Dosagem
Exsudação - ASTM C-232 01 traço da Tabela de
Dosagem
Moldagem de corpos de prova 15 x 30 cm - NBR 5738, para:
3
01 ensaio/50 m
• Resistência à Compressão Axial lançados/traço de concreto
06 CPs/Amostra
3
01 ensaio/500 m
• Módulo de Deformação, Coeficiente de Poisson e Tração na lançados/traço de concreto
Compressão Diametral 06 CPs/Amostra
3
01 ensaio/500 m
• Moldagem de corpos de prova 15 x 15 x 50 cm para ensaio de Tração lançados/traço de concreto
na Flexão - NBR 5738 06 CPs/Amostra
− O fck do concreto peneirado deve ser dividido pelo fator de forma “q > 1”, para se obter
o concreto integral.
A experiência da CEMIG nas Obras das usinas de Nova Ponte, Miranda e Igarapava o
valor de “q”, para dimensão máxima característica de 4” (101,6 mm) variou na faixa de
1,20 a 1,25.
Método de Ensaio
Nome do Ensaio ABNT/NBR ASTM C Corps of Engineers
CRD-C
Ensaios Rotineiros
Consistência pelo Abatimento do Tronco de Cone 7223 143 5
“Slump”
Teor de Ar Incorporado ao Concreto - Método 11.686 233 8
Pressiométrico
Massa Específica e Ar Incorporado - Método 9833 138 7
73
Gravimétrico
Registro da Temperatura Ambiente e do - - -
Concreto
Resistência à Compressão Axial 5739 39 14
Resistência à Tração por Compressão Diametral 7222 496 77
Ensaios Especiais
Resistência à Tração na Flexão 12.142 78 16-17-27
Módulo de Deformação Estático 8522 - -
Coeficiente de Poisson CB-18:4.15 469 19
Determinação da Fluência 8224 512 54
Coeficiente de Expansão Térmica * CB-18:4.12 - 39
Determinação do Calor Específico * 12.817 532 124
Determinação da Condutibilidade Térmica * 12.820 530 44
Determinação da Difusibilidade Térmica * 12.818 516 37
Elevação Adiabática da Temperatura * 12.819 513 38
Capacidade de Deformação CB-18:4.14 - -
Resistência à Compressão Triaxial D 2664 93 e 47
Absorção de Água por Imersão - Índice de Vazios 9778 - -
e Massa Específica
Absorção de Água por Capilaridade 9779 - -
Reconstituição do Traço de Concreto Fresco 9605 - -
Perda de Abatimento 10.342 - -
Determinação do Coeficiente de Dilatação 12.815 - -
Térmica Linear
Capacidade de Deformação de Concreto 12.816 - -
Submetido à Tração na Flexão
Determinação do Coeficiente de Permeabilidade 10.786 - -
à Água
Determinação da Penetração de Água sob 10.787 - -
Pressão
Determinação da Resistência Acelerada à 8045 684 -
Compressão - Método da Água em Ebulição
Avaliação da Dureza Superficial pelo 7584 - -
Esclerômetro de Reflexão
Determinação da Velocidade de Propagação de 8802 - -
Onda Ultrassônica
Determinação da Resistividade Elétrica- 9204 - -
Volumétrica
Resistência à Abrasão da Superfície de Concreto - - 80
e Argamassa
Extração, Preparo, Ensaio e Análise de 7680 - -
Testemunhos (carotes) de Estruturas de
Concreto
Prova de carga em Estrutura de Concreto 9607 - -
Armado e Protendido
* Materials Laboratory Procedures Manual Bureau of Reclamation
Tabela 3.29 - Ensaios rotineiros e especiais de caracterização de concreto.
74
Figura 3.4 - Esforços solicitantes aos quais o concreto está submetido.
− Todo concreto que cobrir instrumento de auscultação deverá ser moldado para
ensaios de Resistência à Compressão Axial, Módulo de Deformação, Coeficiente de
Poisson, Tração por Compressão Diametral e Tração na Flexão.
− Amostrar mais vezes do que a rotina normal, quando a pedido do engenheiro do setor.
75
− A amostra deverá ser coletada na porção média da betonada, com intuito de reduzir
os erros de amostragem. A amostra coletada em caminhões betoneira, se utilizado,
deverá ser obtida em três intervalos regularmente espaçados durante a descarga,
evitando-se as partes inicial e final. Se a amostra for obtida no fluxo de descarga da
betoneira, a amostragem deverá interceptá-la em toda a sua seção.
− A análise estatística dos resultados dos ensaios deverá ser realizada para grupos de
no mínimo 30 amostras. Para esse grupo de amostras serão determinados: a média, o
desvio padrão, o coeficiente de variação das resistências e o coeficiente de variação
dentro dos ensaios.
Deverá ser realizada, também, em paralelo, uma análise estatística com valores
acumulados ao longo do tempo.
− O percentual acima somente deverá ser aplicado quando não se tenha condições de
utilizar o agregado nas condições de saturado com superfície seca (SSS).
− Verificar se a quantidade de água das misturas estão sendo mantidas, pois é de suma
importância o controle de sua variação. É comum tolerar variações do teor de água de
76
modo a obter variações na relação água/cimento e/ou água/aglomerante menores do
que a ± 0,02.
77
4 - LIBERAÇÃO E CONTROLE DE CONCRETAGEM
Este procedimento tem por objetivo estabelecer a rotina a ser seguida para a liberação dos
locais a serem concretados e para o controle das concretagens.
A folha "Liberação para Concretagem" é utilizada para acionar todas as áreas envolvidas
na liberação de uma concretagem, tanto por parte do Construtor como da CEMIG.
A Construtora responsável pelas obras civis deverá designar um funcionário que ficará
encarregado de circular duas vias da folha "Liberação para Concretagem" entre as várias
áreas envolvidas na preparação da concretagem. Cada área que estiver pronta é
liberada pelo titular responsável que deverá assinar e, também, indicar a data e a hora na
folha “Liberação para Concretagem”, destinada à Construtora e à CEMIG.
Quando um ou mais itens não constarem do bloco em inspeção devem, também, ser
assinados. Qualquer item rejeitado só será aceito depois de nova verificação pela
fiscalização.
Para cada área da construtora, a CEMIG deverá designar um titular responsável para
conferir e proceder a liberação correspondente.
A folha “Liberação para Concretagem” deverá ser preenchida com todas as assinaturas,
de tal forma que o item 12 - “Limpeza Final” seja o antepenúltimo a ser assinado, após
este, os engenheiros de campo da Construtora e da CEMIG, responsáveis pelas diversas
áreas envolvidas, deverão assinar a folha “Liberação para Concretagem”, no espaço
“Aprovação para início de concretagem” (rodapé do impresso). A assinatura final, item
14, “Central de Concreto”, ficará a cargo do engenheiro responsável pelo Laboratório de
Concreto da CEMIG que indicará a(s) dosagem(s) para a concretagem a ser executada.
78
4.2.1 - Central de concreto
Registrar o turno, data e hora, nome dos fiscais de cada equipe de turno e suas
atividades (serviços sob sua responsabilidade). Na troca de turno os encarregados das
equipes de fiscalização deverão fazer uma reunião rápida (5 minutos), com o objetivo
de informar a equipe que está assumindo como está o andamento dos serviços,
especialmente as pendências (providências a serem tomadas). Este entrosamento
entre as equipes de turno é fundamental para o bom andamento dos serviços de
fiscalização.
Para reflexão dos fiscais da Central de Concreto: “Lembre-se: Não fale isto, escreva
isto”.
4.2.2 - Lançamento
79
− Concretagem: - Início: Data e Hora
- Fim : Data e Hora;
− Traços previstos e os usados;
− Alterações no traço;
− Volume de concreto previsto e executado;
− Local de concretagem: - Estrutura
- Bloco
- Camada
- Lance
- Elevação;
− Desenhos de referência;
− Condições de tempo: sol, chuva ou nublado;
− Condições não usuais ao lançamento de concreto;
− Elaboração de croquis de detalhes construtivos, para informações de desenhos
“como construído”;
− Paralisações e os motivos que as determinaram;
− Equipamentos com defeito;
Registrar o turno, data e hora, nome dos fiscais de cada equipe de turno e suas
atividades (frentes de serviços sob sua responsabilidade). Na troca de turno os
encarregados das equipes de fiscalização deverão fazer uma reunião rápida (5
minutos), com o objetivo de informar a equipe que está assumindo como está o
andamento dos serviços, especialmente as pendências (providências a serem
tomadas). Este entrosamento entre as equipes de turno é fundamental para o bom
andamento dos serviços de fiscalização.
80
Liberação para Concretagem CEMIG
Instruções: Nenhuma concretagem deverá ser começada sem a aprovação final para seu início.
Quando um ou mais itens não constarem do bloco em inspeção, também devem ser
assinados. Qualquer item rejeitado só será aceito depois de nova verificação pela
Fiscalização. Para observações, utilizar o verso.
Bloco ______________ Lance ______________ da Elevação (m) _______ à Elevação (m) ______
Desenhos de Referência:
Inspeção e Aprovação
Requisitos Construtor Cemig
Assinatura Data Hora Assinatura Data Hora
1 - Geologia
2 - Ancoragem
3 - Locação/Nivelamento
4 - Drenagem
5 - Fôrmas/Embutidos
6 - Juntas de Vedação
7 - Armaduras/Malhas
8 - Embutidos Mecânicos
9 - Embutidos Elétricos
10 - Medição
11 - Tratamento de Juntas
12 - Limpeza Final
13 - Prevenção de
Acidentes
14 - Central de Concreto
15 -
16 -
17 -
18 -
19 -
20 -
Aprovação para início de
Concretagem
81
Relatório de Concretagem
Data: ______/______/______
3 3
Volume Previsto: ____________________(m ) Volume Executado: ______________________(m )
Hora do Início: ____ h ____ min ____/____/____ Hora do Término: ____ h ____ min ____/____/____
____________________________________________________________________________________
Instruções: Sob o título “Comentários” devem ser anotadas: condições não usuais ao
lançamento do concreto; paralisações e os motivos que as determinaram; assim
como quaisquer ocorrências dignas de registro (por exemplo: condições de
tempo, equipamentos defeituosos; estado de conservação dos painéis, etc.)
____________________________________________________________________________
________
Comentários:
________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
________________
82
5 - INSPEÇÃO DE PRÉ-LANÇAMENTO DO CONCRETO NAS ESTRUTURAS
5.2 - Fundações
− Todas as infiltrações de água deverão ser coletadas por meio de drenos, construídos
conforme as especificações técnicas.
− Toda a água coletada nos drenos deverá ser bombeada durante o período de
concretagem.
− Logo após que a infiltração for controlada, a tubulação de drenagem deverá ser
concretada e/ou injetada.
− O concreto não será lançado em nenhum local da fundação sem a prévia aprovação
da fiscalização.
− As fundações em terra, onde deve ser colocado concreto, deverão estar limpas,
umedecidas e isentas de água livre ou em movimento.
Para o lançamento de concreto sobre aterro, o mesmo deverá ter sido executado de
acordo com as especificações, sendo o registro feito pelo Laboratório de Solos e
preparado para recebimento do concreto. O aterro deverá estar úmido quando do
início da concretagem.
5.2.1.1 - Geral
83
Deverá ser elaborado um projeto geométrico que defina os limites das escavações
de modo a enquadrar os tratamentos previstos da melhor forma possível,
considerando os aspectos de segurança e economia.
Para qualquer tratamento que deva ser feito por exigência do projeto utilizando de
técnicas não convencionais ou não disponíveis no mercado nacional, deverão ser
demonstradas sua aplicabilidade e eficiência. Para o caso proposto, poderão ser
solicitados testes de campo no local de implantação da obra para aferição do
método e equipamentos propostos para cada tratamento.
84
Os métodos podem ser propostos tanto pelo construtor, pela firma projetista ou
pela CEMIG.
− Retaludamento
− Regularização da fundação
85
− Limpeza
− Recobrimento superficial
− Drenagem superficial
− Injeções localizadas
− Projeto geotécnico
− Consolidação da fundação
87
diminuindo os riscos de erosão e melhorando a representatividade das análises
teóricas.
O objetivo da injeção e as metas a serem atingidas terão que ser bem definidas,
de modo a orientar o projeto.
O projeto de injeção deverá abordar os seguintes pontos:
• Caldas ralas, com fator A/C > que 2:1, que a experiência já tem mostrado
como instáveis, não podem ser consideradas antes de ensaios específicos;
88
− Drenagem profunda das fundações
O diâmetro dos furos tem pouca influência em sua drenabilidade, não sendo
necessário adotar diâmetros acima do que os disponíveis nas sondagens
convencionais (máx. 10 cm). Em geral, perfurações a roto-percussão são
aceitáveis.
• Observações visuais
• Fiscalização técnica-executiva
• Instrumentação
5.2.2.1 - Observações visuais
As observações visuais não podem ser feitas apenas para atender à rotina de um
projeto, mas devem ter a responsabilidade de avaliar as hipóteses de projeto e as
previsões realizadas. Portanto, além de serem executadas por profissional
experiente, exigem que o mesmo seja perfeitamente familiarizado com o projeto
em todas as suas fases.
− Mapeamento geológico-geotécnico das escavações
O mapeamento tem que ter orientações específicas para cada projeto e deve
possuir um caráter eminentemente interpretativo e fornecer, no tempo
90
adequado, alertas quanto às condições não previstas e que exijam modificações
nos procedimentos executivos ou mesmo no projeto.
91
A inspeção visual será feita de modo a confirmar as hipóteses de projeto quanto
à distribuição e características dos materiais.
− Inspeção de estruturas
O projeto deve prever todas as instruções para que esta rotina seja seguida. A
inspeção inicial será apenas visual, complementada por medições topográficas
ou mesmo monitoramento, se vier a ser necessário. Cada inspeção deve ser
objeto de relatório específico, mesmo que nada de anômalo tenha sido
observado.
92
Todas as estruturas a serem construídas ou escavadas serão objeto de
fiscalização rigorosa por parte da CEMIG.
5.2.2.3 - Instrumentação
d) Cavidades subterrâneas.
− Objetivos
93
A instrumentação das estruturas e dos maciços naturais a elas relacionadas terá
por objetivo:
− Princípios fundamentais
A seguinte filosofia, sugerida por T. Lepps, deve ser adotada em todo projeto de
instrumentação:
A revisão do programa e de seus resultados deve ser feita não apenas por
especialista em instrumentação, mas principalmente pelo engenheiro
especialista no tipo de estrutura monitorada.
94
− Instalação e cuidados executivos
• Percolações
• Carreamentos
• Pressões intersticiais
• Tensões
Código do Instrumento
Usina (a) Local (b) Tipo (c) Número (e)
Sigla da
Usina
Localização
Tipo de Instrumento
Número do instrumento
a - Identificação da usina
b - Local de instalação
Sigla
Barragem de Concreto BC
Bloco de Transição Direito BD
Bloco de Transição Esquerdo BE
Bloco de Ligação BL
Barragem Mista BM
Barramento Natural BN
Bloco de Serviço BS
Barragem de Terra BT
Canal de Fuga CF
Casa de Máquinas CM
Dique Direito DD
Dique Esquerdo DE
Ensecadeira Temporária ET
Barragem Terra Margem Esquerda ME
Barragem Terra Margem Direita MD
Ombreira Direita OD
Ombreira Esquerda OE
Reservatório RE
Túnel de Alívio TA
Túnel de Desvio TD
Tomada D’água TO
Vertedouro VE
c - Tipo de instrumento
Sigla
Base Alongâmetro BA
96
Medidor Cota N.A. Jusante CJ
Medidor Cota N.A. Montante CM
Caixa Sueca CS
Extensômetro de Haste EH
Extensômetro Embutido no Concreto EX
Furo de Drenagem FD
Inclinômetro Deflexão ID
Inclinômetro Recalque IR
Medidor de Recalque tipo IPT IP
Medidor de Nível D’água MN
Marco de Deformação Superficial MS
Movimento Interno Vertical MV
Piezômetro Tipo Casagrande PC
Pêndulos (Direto e/ou Invertido) PE
Piezômetro Hidráulico (Geotecnia) PG
Piezômetro Pneumático PH
Piezômetro Elétrico Maihak PM
Célula de Pressão Total PT
Marco de Recalque Aterro RA
Marco de Recalque Fundação RF
Medidor de Recalque Magnético RM
Medidor de Recalque Pneumático RH
Termômetro Temperatura Ambiente TA
Termômetro Embutido no Concreto TC
Termômetro Temperatura Água Reservatório TR
Tensômetro Embutido no Concreto TS
Vertedor para Medidor Vazão (Triangular) VV
97
Número (d)
Y X X
Número da Seção
Número Seqüencial
As seções deverão ser numeradas no sentido crescente do estanqueamento.
− Exemplo completo
Instrumento SS MD PC 3 01
5.3 - Fôrmas
− Os tirantes ou parafusos de fixação estão dispostos de tal forma que possam ser
retirados ou quebrados a uma distância da superfície, como especificado?
98
Classe Descrição e Uso Irregularidades
Abruptas Graduais
1 São fôrmas para parte das estruturas com ≤ 3 mm ≤ 6 mm
visitação pública
2 São fôrmas para superfícies expostas em ≤ 6 mm ≤ 12 mm
geral e onde indicado nos desenhos
São fôrmas para superfícies de fluxo ≤ 3 mm perpend. ao fluxo
3 hidráulico ou de pavimentos ≤ 6 mm paralelo ao fluxo ≤ 6 mm
São fôrmas para superfícies
4 permanentemente submersas ou enterradas ≤ 25 mm ≤ 25 mm
São fôrmas especiais destinadas a aspectos
5 arquitetônicos ou para finalidades A estabelecer A estabelecer
específicas
Tabela 5.1 - Requisitos para irregularidades de fôrmas
− As fôrmas serão executadas pelo Construtor com materiais aprovados pela CEMIG e
serão usadas onde quer que sejam necessárias para confinar o concreto e moldá-lo
segundo as linhas, dimensões e juntas exigidas.
− Qualquer vedação considerada necessária será feita com materiais aprovados pela
CEMIG.
− Os ângulos internos terão chanfro de 25 mm ou 50 mm, a não ser que haja contra-
indicação mostrada nos desenhos de construção.
− Quando não houver determinação contrária emitida pela CEMIG, ou indicada nos
desenhos, serão usados sarrafos de 25 mm de modo a chanfrar todos os cantos
expostos das juntas de dilatação e contração.
− As fôrmas serão colocadas de tal modo que as marcas horizontais sejam contínuas
em toda a superfície.
99
− Se as fôrmas forem construídas de tábuas comuns sem constituírem painéis, o corte
para união das mesmas será um ângulo reto, com as juntas verticais alternadas e
sobrepostas às peças de reforço.
− Serão usados, conforme necessário, dispositivos adicionais para fixação das fôrmas,
com o objetivo de mantê-las firmes contra o concreto endurecido.
− Onde necessário, serão feitas janelas nas fôrmas para facilitar a inspeção, limpeza e
adensamento do concreto.
− Todas as aberturas temporárias feitas nas fôrmas por motivos construtivos estarão
sujeitas à aprovação prévia da CEMIG.
− As dimensões para as superfícies de concreto nas várias seções serão dadas nos
desenhos.
− Onde for necessário, a fôrma será construída de madeira especial cortada para
produzir superfícies estanques e lisas.
− As fôrmas serão construídas de tal maneira que as marcas das juntas na superfície
do concreto sigam, em geral, a linha do fluxo d’água.
100
− Após a construção das fôrmas todas as imperfeições da superfície serão
corrigidas, todos os pregos serão escondidos, qualquer aspereza e todos os
ângulos nas superfícies moldadas provocadas pelo encontro dos painéis das
fôrmas deverão ser eliminados para que se tenha a curvatura exigida.
− Os parafusos serão construídos de maneira que a sua remoção possa ser efetuada
sem provocar danos às superfícies de concreto.
− Antes que o concreto seja lançado, as superfícies das fôrmas serão untadas com
um tipo de óleo que impeça efetivamente a aderência e não manche as superfícies
do concreto.
− O óleo para fôrmas de madeira consistirá de óleo mineral parafínico, puro, refinado
e incolor.
− Todos os óleos para fôrmas deverão ser previamente aprovados pela CEMIG.
− Após o untamento, o óleo em excesso nas superfícies das fôrmas será removido.
5.4 - Juntas
101
− Os dispositivos de vedação estão firmemente colocados nas posições corretas, sem
nenhum dano aparente e apropriadamente seguros?
• Para melhorar tal superfície é necessário que esta película de calda ("nata") seja
eliminada com a utilização de equipamentos especiais, tais como jatos de areia
ou jatos de ar de alta pressão.
• O corte será mais eficiente e melhor executado se a junta estiver preparada para
ficar o máximo possível em nível, livre de saliências e depressões. As saliências
são provocadas pelas pedras de maiores dimensões, que durante o processo de
adensamento não foram embutidas convenientemente. Tais pedras podem ser
eliminadas quando do adensamento pelo pisoteamento das mesmas,
aproveitando a mobilidade que o vibrador transmite ao concreto. Nesta hora é
fácil fazer com que as pedras fiquem inteiramente embutidas. O uso de soquetes
especiais ajudam a tornar a superfície mais plana.
102
• As depressões, principalmente as provocadas pelas marcas dos pés dos
operários, devem ser evitadas colocando-se pranchas de madeira para passagem
de pessoal. A colocação das pranchas de madeira deve ser cuidadosa, pois as
mesmas podem provocar depressões.
• Qualquer concreto que não tenha sido consolidado e já tenha endurecido, deverá
ser removido antes da limpeza do bloco.
• O tratamento de água a alta pressão ou o corte com areia são muito mais
econômicos do que o tratamento com ar e água do processo "corte verde".
• As superfícies das juntas de construção serão limpas com jato de areia úmida ou
jatos de água a alta pressão, ou qualquer outro método aprovado pela CEMIG
que produza resultados iguais aos obtidos com os métodos citados. Na limpeza
das juntas de construção serão adotadas medidas para evitar excesso de
desbastamento. Depois do desbastamento e imediatamente antes do início do
lançamento do novo concreto, a superfície das juntas de construção será limpa e
lavada com jatos de ar/água até que cessem os sinais de turvação da água. Todo
o excesso de água será removido das superfícies das juntas de construção, antes
que o novo concreto seja lançado.
• Os topos das camadas de concretagem serão inclinados, tendo seu ponto mais
baixo na face de montante e no eixo do bloco. A água de limpeza das juntas e
detritos serão escoados pelas faces de montante das estruturas. Acima do nível
máximo normal do reservatório estas faces serão lavadas para remover toda
argamassa, areia, nata ou materiais provenientes da limpeza das camadas
superiores.
103
− Toda a armação necessária está na camada a ser concretada, de acordo com os
desenhos de projeto? Verificar o diâmetro e o comprimento das barras, tipo de aço,
espaçamento entre barras, distâncias mínimas, cobrimentos e posicionamento das
barras, etc.
− Atenção para itens especiais, tais como: armação na interseção com paredes,
armação adicional nos cantos e em aberturas.
− A oxidação superficial, leve e uniforme, pode ser admitida como tem sido
comprovado através de ensaios de aderência.
104
Parâmetro Variação Tolerância
2,5 cm ± 0,5 %
Cobrimento 5,0 cm ± 1,0 %
7,5 cm ± 1,5 %
≥ 10,0 cm ± 2,5 %
Espaçamento ≥ 10,0 cm (intereixos) ± 2,5 %
das Barras ≤ 10,0 cm (intereixos) ± 1,5 %
Desvio em Relação à nas partes retas ± 10 mm
Posição do Projeto dos Cabos nas parte curvas ± 30 mm
Tabela 5.2 - Limites de tolerância para a colocação da armadura e dos cabos.
− Em caso de conflito ou dúvida nas locações das peças embutidas, quer entre si,
quer com a armação, a relocação destas peças, ou então sua eliminação,
dobramento, acréscimo, deslocamento ou então a retirada da armação não serão
permitidos, exceto quando aprovado pelo engenheiro do Setor.
5.5.3 - Drenos
− Utiliza-se, também, concreto poroso que é fabricado com brita 1, sem areia e com
teor de cimento em torno de 220 kg/m3, de forma a produzir porosidade adequada.
105
− Deve-se cuidar para que o concreto a ser lançado em cima do dreno, promovendo
o seu envelopamento, tenha consistência adequada, de forma a não ocorrer
migração de argamassa e causar o entupimento do dreno.
106
6 - SERVIÇOS DE LANÇAMENTO DO CONCRETO NAS ESTRUTURAS
− Os tirantes ou parafusos de fixação estão dispostos de tal forma que possam ser
retirados ou quebrados a uma distância da superfície como especificado?
− Verificar a rigidez das fôrmas, quanto aos movimentos que possam ocorrer durante
as operações de lançamento.
− Foram previstas aberturas para limpeza no fundo das fôrmas? Verificar como foram
previstas e estudar cada caso.
Verificar todos os itens seguintes antes de cada lançamento, que não deve ser
permitido até que todos eles estejam satisfatórios:
107
− O equipamento de lançamento é o adequado para atingir todos os locais de
lançamento?
− Verificar se locais confinados têm aberturas "suspiros" para saída do ar, evitando
"bolsas de ar".
a) Quando a chuva for branda e não estiver efetuando a lavagem dos agregados,
não há necessidade de interromper-se a concretagem, devendo-se tomar as
seguintes precauções adicionais:
• Eliminar as poças d'água formadas quer seja no concreto fresco, quer seja na
fundação ou no concreto endurecido.
− Por ocasião do lançamento não deverá haver queda livre acima de 1,0 m, ao
bascular o concreto do caminhão em qualquer tipo de transferência do concreto,
ou na descarga das caçambas, a não ser de outra forma autorizado pelo
engenheiro do setor. No caso da utilização de bombas de concreto, as
tubulações serão mantidas molhadas e verificada a sua ancoragem.
109
− A Central de Concreto emitirá para cada veículo, uma ficha de controle de
transporte, onde consta o número da betoneira, hora efetiva da mistura,
classe/tipo de concreto, número do caminhão e o local de aplicação.
− Não existe contra indicação no uso deste tipo de transporte, desde que se tome
algumas providências, dentre as quais destacam-se:
112
O primeiro tipo geralmente é estático, e o segundo é móvel. Existem versões
nos tipos mecânico e hidráulico. As bombas hidráulicas trabalham melhor com
materiais arredondados e as bombas mecânicas, são mais adequadas para
trabalhar com materiais britados.
• Concretos com baixa percentagem de areia não devem ser utilizados, assim
como concretos muito secos ou muito plásticos.
a+1
K = -------------
m+1
• O "Slump" ideal situa-se entre 8 e 12 cm, pois sua perda para cada 300 m de
tubulação, gira em torno de 2,5 cm.
113
• Não é recomendável a tubulação exceder a 300 m, entretanto, em condições
ideais, consegue-se trabalhar até a distância de 400 m com tubulações retas
em nível.
− Calhas
114
• As "trombas de elefante" são empregadas quando se necessita transferir
concreto de diferentes níveis, sem segregação. A "tromba de elefante"
consiste de pequenos tubos de folha de aço, que são interconectados por
meio de correntes ou tubos flexíveis de borracha.
− Carrinhos
− Guindastes
115
guindaste ser reutilizado em vários locais distintos. Normalmente a montagem e
desmontagem é feita em uma semana.
− Cabos Aéreos
Com algumas variantes, dois tipos básicos de cabos tinham sido usados até
pouco tempo atrás: cabos de torre móvel e cabos estaiados de torre pivotante.
− Concreto convencional
− Concreto massa
116
O concreto massa para ser bem sucedido requer o conhecimento de suas
propriedades, para análise de seu comportamento nas várias fases que
compõem o projeto de uma barragem, compreendendo: a viabilidade, o projeto
básico, o projeto executivo e, posteriormente o acompanhamento do
comportamento das estruturas por meio da interpretação das medições
efetuadas pela instrumentação.
Os materiais são misturados com água, até certo grau de umidade, de modo a
obter-se consistência suficiente para ser vertido por caminhões basculantes, ou
conduzido por correias transportadoras e espalhados com equipamentos
convencionais de terraplanagem e compactados por vibração externa, através
de rolos compactadores.
117
CLASSES DE CONCRETO ESTABELECIDAS NO CAPÍTULO 3-13 DOS “CRITÉRIOS DE
PROJETO CIVIL DE USINAS HIDRELÉTRICAS” DA CEMIG
FAIXA USUAL DA FAIXA DE IDADE DE
CLASSE DE DIMENSÃO RESISTÊNCIA
MÁXIMA LOCAIS DE APLICAÇÃO CARACTERÍSTICA CONTROLE
CONCRETO CARACTERÍSTICA DO PROJETO -
AGREGADO (fCK) (dias)
(mm)
(MPa)
Pré-moldados, elementos
P 38 protendidos, soleiras de 25 - 35 28
vertedouro, revestimentos das
adufas em contato com o fluxo
Estruturas hidráulicas, total ou
parcialmente sujeitas a
A 19 velocidade > 12 m/s, 22 - 25 28
solicitações dinâmicas
aleatórias e/ou abrasivas
Estruturas hidráulicas de porte
B 38 leve, com alta densidade de 18 - 22 28
armação e blockouts
C 38 Concreto estrutural para lajes, 15 - 18 28
vigas, colunas, pilares e
paredes
Estruturas hidráulicas de
grande porte, tais como: pilares
D 76 dos vertedouros, regiões da 15 - 18 90
casa de força e tomada d’água,
de características massivas
• Quando se tratar de superfície sujeita à ação da água em alta velocidade, limitar o diâmetro máximo
do agregado em 19 mm e adotar fator A/C ≤ 0,450.
• O diâmetro máximo do agregado das classes “C” a “G” poderá ser aumentado desde que sejam
aprovados pela CEMIG.
• A escolha do tamanho máximo do agregado será feita com base na dimensão da peça,
espaçamentos das barras da armadura e na dificuldade do lançamento.
Tabela 6.1 - Classes de Concreto
118
água, previsto no capítulo 3-12 dos “Critérios de Projeto Civil de Usinas
Hidrelétricas” da CEMIG.
A25:1X:01/03, onde:
Nota: A colocação do “0” no caso de “01” e “03”, foi para estabelecer o número
de casas decimais na listagem do computador.
Lembramos que para uso desses traços, com outros tipos de cimentos, aditivos
e agregados miúdo e graúdo os mesmos deverão ser ajustados em laboratório,
objetivando equacioná-los de modo a atender os parâmetros de trabalhabilidade
e outras características reológicas do concreto no estado fresco e,
principalmente, as propriedades mecânicas de resistências do concreto
endurecido e da sua durabilidade.
120
PROJETO: UHE de Nova Ponte AGREGADOS SATURADOS SUPERFICIALMENTE SECOS
Concreto Slump Ar Inc. Água/ Água/ fck/ fcj/ Quantidades - (kg/m 3)
Classe/Tipo (cm) (%) Cim. Cim. idade idade Cimento Cinza Agregado Miúdo Agregado Graúdo Aditivos Água
Equivalente (MPa/dias) (MPa/dias) Volante Areia Nat. Pedrisco B1 (19 mm) B2 (38 mm) B3 (76 mm) Inc. Ar Retard. Superfluid. Aceler. Expans.
P30:0B:02/12 12 +- 2 --- 0,440 0,422 30/28 --- 703 66 459 1.070 --- --- --- --- 1,272 --- --- --- 253
P30:1E:05/06 6 +- 1 3 +- 1 0,430 0,413 30/28 --- 394 51 671 --- 1.072 --- --- 0,067 0,985 --- --- --- 253
P30:1E-SF:05/06 6 +- 1 3 +- 1 0,430 0,405 30/28 --- 345 45 756 --- 1.096 --- --- 0,058 --- 4,140 --- --- 194
P30:1B:01/12 12 +- 2 --- 0,430 0,413 30/28 --- 465 60 587 --- 1.076 --- --- --- 1,162 --- --- --- 226
P30:2E:05/06 6 +- 1 3 +- 1 0,420 0,403 30/28 --- 372 48 638 --- 470 705 --- 0,092 0,929 --- --- --- 176
A25:0:01/03 --- --- 0,550 0,529 25/90 --- 452 58 454 1.056 --- --- --- --- 1,130 --- --- --- 281
A25:1:04/03 3 +- 1 3 +- 1 0,520 0,498 25/90 --- 302 39 713 --- 1.170 --- --- 0,068 0,755 --- --- --- 177
A25:1:01/03-Piso 3 +- 1 3 +- 1 0,520 0,498 25/90 --- 294 38 683 --- 1.219 --- --- 0,066 0,734 --- --- --- 172
A25:1E:04/06 6 +- 1 3 +- 1 0,520 0,500 25/90 --- 325 42 745 --- 1.072 --- --- 0,051 0,813 --- --- --- 191
A25:1B:05/12 12 +- 2 3 +- 1 0,520 0,499 25/90 --- 356 46 776 --- 952 --- --- 0,040 0,890 --- --- --- 209
A25:2:03/03 3 +- 1 3 +- 1 0,510 0,491 25/90 --- 278 35 695 --- 507 761 --- 0,088 0,695 --- --- --- 160
B22:1:03/03 3 +- 1 3 +- 1 0,540 0,519 22/28 --- 284 37 694 --- 1.218 --- --- 0,068 0,711 --- --- --- 174
B22:1E:02/03 6 +- 1 3 +- 1 0,540 0,519 22/28 --- 305 40 665 --- 1.192 --- --- 0,072 0,762 --- --- --- 186
C16:1:08/03 3 +- 1 3 +- 1 0,610 0,586 16/28 --- 257 33 762 --- 1.167 --- --- 0,064 0,642 --- --- --- 177
C16:1E:08/06 6 +- 1 3 +- 1 0,610 0,586 16/28 --- 276 36 795 --- 1.071 --- --- 0,050 0,691 --- --- --- 190
C16:1B:10/12 12 +- 2 3 +- 1 0,610 0,586 16/28 --- 302 39 832 --- 950 --- --- 0,041 0,756 --- --- --- 208
C16:2:08/03 3 +- 1 3 +- 1 0,600 0,576 16/28 --- 235 30 738 --- 507 760 --- 0,074 0,587 --- --- --- 159
D18:0:01/16,5 16,5 +- 1,5 --- 0,660 --- 18/90 --- 346 43 506 1.182 --- --- --- --- 0,864 --- --- --- 257
D18:1:07/03 3 +- 1 3 +- 1 0,660 0,634 18/90 --- 237 31 781 --- 1.167 --- --- 0,062 0,592 --- --- --- 177
D18:1E:06/06 6 +- 1 3 +- 1 0,660 0,634 18/90 --- 255 33 819 --- 1.068 --- --- 0,052 0,638 --- --- --- 190
D18:1B:07/12 12 +- 2 3 +- 1 0,660 0,634 18/90 --- 279 36 856 --- 950 --- --- 0,044 0,698 --- --- --- 208
D18:2:07/03 3 +- 1 3 +- 1 0,650 0,624 18/90 --- 217 28 759 --- 506 759 --- 0,071 0,542 --- --- --- 159
D18:3:07/03 3 +- 1 4 +- 1 0,640 0,614 18/90 --- 180 23 589 --- 402 602 541 0,275 0,470 --- --- --- 130
E25:P:02/00 Aplicação: Via Seca 0,550 --- 25/28 --- 396 --- 1.200 567 --- --- --- --- --- --- 11,886 --- 218
F14:1:06/03 3 +- 1 6 +- 1 0,800 0,768 --- 14/180 170 32 770 --- 1.230 --- --- 0,175 0,426 --- --- --- 154
F14:2:06/03 3 +- 1 6 +- 1 0,790 0,758 --- 14/180 155 20 738 --- 531 797 --- 0,210 0,387 --- --- --- 138
F14:3:05/03 3 +- 1 6 +- 1 0,780 0,749 --- 14/180 138 18 628 --- 402 602 541 0,291 0,344 --- --- --- 121
G09:1:06/03 3 +- 1 6 +- 1 0,880 0,845 --- 11/180 155 20 786 --- 1.230 --- --- 0,171 0,387 --- --- --- 154
G09:2:06/03 3 +- 1 6 +- 1 0,870 0,350 --- 11/180 140 18 753 --- 531 796 --- 0,214 0,351 --- --- --- 138
G09:3:5/03 3 +- 1 6 +- 1 0,860 0,825 --- 11/180 125 16 542 --- 401 602 540 0,268 0,312 --- --- --- 121
H:1:05/03 3 +- 1 6 +- 1 0,995 0,961 --- --- 137 17 806 --- 1.228 --- --- 0,167 0,343 --- --- --- 154
H:2:05/03 3 +- 1 6 +- 1 0,985 0,946 --- --- 124 16 771 --- 530 796 --- 0,189 0,310 --- --- --- 138
H:3:4/03 3 +- 1 6 +- 1 0,975 0,937 --- --- 110 14 658 --- 401 601 540 0,236 0,275 --- --- --- 121
Poroso/01 --- --- 0,375 --- --- --- 200 --- --- --- 1.767 --- --- --- --- --- --- --- 75
Arga Guia/03 --- 0,520 0,499 --- --- 546 70 1.244 --- --- --- --- --- 1,365 --- --- --- 320
Arga Bomba/06 --- 0,610 0,586 --- --- 488 63 1.257 --- --- --- --- --- 1,221 --- --- --- 336
Arga Gunita/02 --- 0,550 --- --- 25/28 452 --- 1.590 --- --- --- --- --- --- --- 13,56 --- 248
Arga Expansiva/03 --- 0,440 --- --- --- 193 --- 448 --- --- --- --- --- --- --- --- 3,279 481
Arga Proteção/01 --- 0,716 --- --- --- 375 48 1.418 --- --- --- --- --- 0,938 --- --- --- 303
Observações: Materiais utilizados: Cimento Montes Claros CP II-E-32; Fly-ash - Pozolana Ind. e Com. Ltda; Cemix Air, Retard RD e Rapidíssimo em pó da Otto Baumgart Ind. e Com. Ltda; Plastiment RD e Intraplast N da Sika S.A.;
e RX 3000 N - Reax Ind e Com. Ltda.
Legenda: A25:1:04/03 = Classe fck:agregado: Nº da dosagem/slump B = Bombeado E = Especial
H = Hidráulico, para aplicação em locais de passagem de água em alta velocidade P = Projetado sem Fibra
121
CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais TABELA DE DOSAGEM DOS CONCRETOS
GR/EC2 - Laboratório de Concreto - Uberlândia
PROJETO: UHE de Miranda AGREGADOS SATURADOS SUPERFICIALMENTE SECOS
Arga Guia/4 --- 0,450 --- --- 769 --- 1.023 --- --- --- --- --- 1,923 --- --- 346
Arga Ancoragem/1 --- 0,550 --- --- 956 --- 401 --- --- --- --- --- --- --- 11,5 526
Arga Bomba/2 --- 0,550 --- --- 609 --- 1.199 --- --- --- --- --- 1,522 --- --- 335
Arga Proteção/1 --- 0,580 --- --- 457 --- 1.516 --- --- --- --- --- 1,142 --- --- 265
Poroso/1 --- 0,375 --- --- 197 --- --- --- 1.738 --- --- --- --- --- --- 74
Observações: Materiais utilizados: Cimento Montes Claros CP IV-32 RS; Aditivos: Eucoplast 093 IAR e Eucoplast 067 PR - Holderchem; Intraplast N - Sika S.A.;
Rapidíssimo em pó - Otto Baumgart Ind. e Com. Ltda; Fibras de aço de 38 mm da Sheikan Ancorjet.
Legenda: A25:1:03/03 = Classe fck:agregado: Nº da dosagem/slump E = Especial H = Hidráulico, para aplicação em locais de passagem de água em alta velocidade
122
CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais TABELA DE DOSAGEM DOS CONCRETOS
Observações: Materiais utilizados: Cimento Montes Claros CP IV-32 RS; Sika Aer e Plastiment RD da Sika S.A.; Rapidíssimo em pó da Otto Baumgart Ind. e Com.;
Legenda: A25:1:05/03 = Classe fck:agregado: Nº da dosagem/slump E = Especial H = Hidráulico, para aplicação em locais de passagem de água em alta velocidade
• usar sempre concretos com menor "slump", compatível com a estrutura onde
se está trabalhando. O concreto de menor "slump" além de produzir maior
resistência, reduz a exsudação.
• qualquer poça d'água deve ser eliminada totalmente, mesmo que esta água
seja proveniente de exsudação;
124
bloco no qual verifica-se a presença de pedras soltas, a impressão que se
tem é a falta de cuidado dos trabalhadores envolvidos. Havendo uma
esquematização constante quanto a este problema, os trabalhadores
envolvidos em um lançamento não serão sobrecarregados e a sensação de
uma concretagem bem cuidada e bem dirigida será evidente;
125
− A temperatura do concreto a ser lançado não será superior a 30 °C nem inferior
a 4 °C.
• Aplicar a agulha em distâncias iguais a uma vez e meia de seu raio de ação;
• O vibrador não deve ser usado para deslocar e/ou transportar o concreto
dentro das fôrmas;
• Não vibrar a armadura, pois, nesse caso, haverá o seu deslocamento com o
concreto, com surgimento de vazios ao redor do aço;
− ("Hoje em dia quase todo o concreto é adensado por vibração, mas muitos
fiscais e empreiteiros simplesmente não sabem o que constitui uma vibração
adequada. Encontramos, ainda, muitas áreas de concreto alveolado (“bichocas”)
que devem ser removidas e reparadas pelo empreiteiro. Onde não existe
concreto alveolado (“bichocas”), a superfície do concreto pode se apresentar
com bolsões de ar. Na maioria das vezes, a causa é o adensamento
inadequado.
127
− A maioria dos vibradores de concreto usados nas construções são do tipo
giratório. Estes contêm um peso desbalanceado ou excêntrico que gira a alta
velocidade dentro da cabeça do vibrador. Quando o excêntrico gira, ele faz com
que o vibrador gire em curso ou órbita circular. Cada órbita circular completa é
chamada vibração ou ciclo de vibração. Para a maioria dos vibradores giratórios,
a freqüência (número de ciclos de vibração por minuto) é a mesma em v.p.m.
128
Portanto, há que se ter muito cuidado ao comprar e usar vibradores com
freqüências muito acima de 10.000 vibrações por minuto.
− Tipos de Vibradores
129
• Embora a maioria dos vibradores sejam do tipo giratório, existem uns poucos
do tipo recíproco; estes têm um pistão que se move para frente e para trás
em linha reta. Em cada pancada, o pistão bate contra a extremidade de um
cilindro. Os vibradores recíprocos são muito violentos nas fôrmas.
− Procedimento de vibração
• Antes que um vibrador seja colocado em serviço, ele deverá ser testado para
se saber se o mesmo está trabalhando adequadamente. A freqüência, em
particular, deverá ser testada e isto pode ser feito colocando-se um simples
tacômetro contra o vibrador em operação. Para determinar a amplitude,
alguns fabricantes de vibradores estão colocando etiquetas gomadas que são
presas ao vibrador. As linhas na etiqueta parecem engrossar ou tornarem-se
listras quando o vibrador está em operação e a escala é feita de tal maneira
que a amplitude pode ser determinada diretamente. É lógico que a amplitude
do vibrador, quando em operação no concreto, será menor que a sua
amplitude ao ar. Geralmente, o concreto é colocado na fôrma em camadas
de 30 a 45 cm (12" a 18") de profundidade. Dever-se-á utilizar trombas de
elefante quando o concreto não puder ser descarregado para formar uma
superfície razoavelmente nivelada sobre a área de lançamento. Estas não
devem ser espaçadas mais que 3,05 m (10 pés), sendo o espaçamento de
1,80 m (6 pés) muito melhor. Não se deve permitir que o concreto corra
lateralmente longas distâncias na fôrma. Não há muito perigo disto ocorrer
com concreto de baixo abatimento (“Slump”) até que os trabalhadores
comecem a vibrá-lo. É uma prática muito condenável vibrar o concreto no
lado de uma pilha para movê-lo lateralmente, pois causa segregação. Onde
existir montículos na superfície do concreto quando descarregado, o vibrador
deverá ser introduzido no centro de cada montículo para abaixá-lo.
130
• Quando uma superfície razoavelmente nivelada for obtida, o vibrador deverá
ser introduzido verticalmente em intervalos sistematicamente regulares sobre
a superfície. O espaçamento entre as penetrações do vibrador deverá ser de
45 cm (18"), e deve ser tal que a área visivelmente atingida pelo vibrador
sobrepasse a adjacente recém vibrada em alguns centímetros.
• Mesmo com boa manutenção, a vida útil para um bom vibrador é cerca de
100 a 200 horas trabalhadas. Já foi sentido que um vibrador com vida útil
muito longa não é capaz de fazer um bom serviço, quer seja na eficiência
quer na quantidade do concreto vibrado por hora. Recentemente foi
descoberta uma nova concepção de vibrador sem rolamentos e com somente
uma parte móvel. Os requisitos de manutenção parecem ser menores do que
para outros tipos de vibradores.
133
• Descarregamento de caçamba na camada de lançamento
Correto Incorreto
Correto Incorreto
134
• Concreto lançado em camada rampada
Correto Incorreto
Correto Incorreto
135
• Lançamento de concreto em superfície rampada
Não pisar nas extremidades das mestras quando a fôrma é içada para cima
quando a brita se expõe.
137
• Se o lançamento for reiniciado antes do tempo definido pelo Laboratório,
nenhum tratamento para a junta será exigido, e se o lançamento for reiniciado
pouco tempo após o fim de pega do concreto, a junta será tratada com jato de
ar e água sob pressão (“corte verde”). Se o lançamento for reiniciado muito após
o fim de pega do concreto, a junta deverá ser tratada com jatos de areia ou com
jatos de água sob alta pressão “water blaster” antes do reinício do lançamento,
que é o mesmo tratamento adotado para juntas de construção normal.
• Não será usado concreto remisturado. Qualquer concreto que tenha endurecido
de tal forma que não possa ser assegurada sua colocação adequada, será
rejeitado. O concreto será descarregado o mais próximo possível da sua posição
definitiva, não devendo ser obrigado a fluir de maneira que o movimento lateral
permite ou cause segregação.
• Caso uma concretagem tenha sido interrompida e o concreto endurecer sem ter
sido preparado adequadamente como descrito anteriormente, apresentando
pedras soltas e concretos mal adensados, deve-se proceder da seguinte
maneira: eliminar as partes defeituosas pelo uso de pontas de alavanca ou, se
for o caso, de marteletes ou rompedores, para corrigir as áreas enfraquecidas,
eliminando-as totalmente.
Nas duas últimas décadas, o aumento da altura das camadas de lançamento foi
imposição da necessidade de redução de prazos de execução e de seu custo. Hoje as
alturas das camadas de lançamento é da ordem de 2,00 a 3,00 m, com intervalo de
tempo entre dois lançamentos de 72 horas a 7 dias, que corresponde ao período onde
se observa o maior gradiente de evolução da temperatura.
138
A refrigeração do concreto surgiu então como método eficiente no controle de trincas
de origem térmica; nos países de clima frio adotou-se o pré-resfriamento,
complementado em alguns casos por pós-resfriamento; nos países de clima quente,
como o nosso, o pré-resfriamento tem se mostrado suficiente.
Este valor foi obtido levando-se em consideração, que a temperatura ambiente média,
em São Simão, de acordo com dados oficiais, oscilava de 24°C nos meses mais frios,
até 31°C nos períodos mais quentes, de outubro a fevereiro, tendo como máxima
média diária do ano 30,3°C. De acordo, ainda, com os estudos da IESA, o “maximum
maximorum” da temperatura do bloco seria da ordem de 47,7°C, e como a elevação
adiabática da temperatura do concreto lançado aos 7 dias de idade foi calculada em
20,0°C, sugerindo portanto o resfriamento da água de amassamento até 5°C, assim
como a do agregado graúdo até 7°C, para se chegar a uma temperatura de 33°C
após a elevação adiabática. Recomendando também, o lançamento do concreto em
camadas de 1,5 m de altura, com intervalo mínimo de 3 dias, entre duas concretagens
consecutivas.
139
Os estudos da IESA foram baseados em muitos dados teóricos e estimados por não
dispor, naquele momento, de dados práticos e experimentais, mais tarde conseguidos
com o prosseguimento dos estudos sobre esse assunto.
Tendo em vista que foi de 38,2°C a temperatura máxima calculada para o concreto no
bloco, a temperatura máxima admissível depois da elevação adiabática deveria ser de
32,9 °C, expressos pela diferença:
Com os resultados desses estudos pode-se também aumentar a altura das camadas
de concretagem de 1,5 m, como preconizava a IESA, para 2,5 m, com intervalo
mínimo de 3 dias entre duas concretagens consecutivas.
140
As instalações de produção do concreto de São Simão constaram de duas centrais de
concreto totalmente automatizadas, fabricadas pela Loro & Parisini e de uma central
de refrigeração marca Sabroe Vsm 1 - 2E, composta por uma fábrica de gelo e de um
sistema para resfriamento de água.
141
7 - CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUÇÃO DOS
CONCRETOS
A metodologia apresentada a seguir tem por base o ACI-214 (“Prática Recomendada para
Avaliação dos Resultados de Ensaios de Resistência do Concreto”), e estabelece os
procedimentos do tratamento estatístico a ser aplicado aos resultados obtidos para análise
e interpretação das variações que ocorrem na resistência do concreto.
1/d2 - constante utilizada para cálculo do desvio padrão no ensaio que depende do
número de corpos de prova de cada amostra, ensaiados na mesma idade. No
caso de dois corpos de prova, esta constante é igual a 0,8865.
n - número de amostras.
A - amplitude média
n
Σi = 1 X1
Xn = ----------------
n
142
7.2.2 - Desvio padrão (Sn)
n
Σi = 1 (X1 - Xn)2
Sn = ----------------------
n-1
Sn
Vn = --------- • 100
Xn
A amplitude (Ai) é determinada pela diferença entre o maior e o menor valor das
resistências dos corpos de prova de uma mesma amostra, ensaiados na mesma idade.
É uma medida utilizada na determinação da variação dentro do ensaio.
n Ai
Σi = 1
A = -----------------
n
7.2.5 - Desvio padrão dentro do ensaio (S1) e coeficiente de variação dentro do ensaio
(V1)
1 S1
S1= ------ • A e V1 = ------ • 100
d2 Xn
143
Quando um novo resultado de ensaio é introduzido, é descartado o valor mais antigo
para dar lugar à entrada de um novo resultado.
fck
fcj = ---------------- , onde: Vd = n . Vn ,
1 - t . Vd
em que “n” é dado na tabela a seguir em função do número de amostras que entram
no cálculo de Vn . No entanto, deverá ser tomado para Vd valor inferior a 10 %.
n 30 35 40 45 50 75 100 125 150 200 > 200
n 1,29 1,26 1,24 1,22 1,21 1,16 1,14 1,12 1,11 1,09 1,05
O valor de fcj, assim encontrado, deverá ser utilizado para a dosagem do traço de
concreto necessário ao atendimento do fck estipulado.
144
P 19 25 28 1,65
P 38 25 28 1,65
A 19 22 28 1,65
A 38 22 28 1,65
B 19 18 28 1,65
B 38 18 28 1,65
B 76 18 28 1,28
C 38 15 28 1,65
C 76 15 28 1,28
C 152 15 28 0,854
D 38 18 90 1,65
D 76 18 90 0,854
D 152 18 90 0,854
E 38 15 90 1,65
E 76 15 90 0,854
E 152 15 90 0,854
F 76 7,5 90 0,854
F 152 7,5 90 0,854
G 38 7,5 360 0,854
G 76 7,5 360 0,854
G 100 7,5 360 0,854
Tabela 12.2 - Valores de fck, respectivas idades de controle e
valores de “t”
7.4.2 - Conformidade
145
P = Probabilidade de ocorrência de valores de resistência, abaixo do valor
característico de projeto (fck).
X(1) = Menor resultado de ensaio do conjunto de 30 resultados consecutivos.
(*) A área responsável pelo projeto estrutural e de estabilidade deve ser consultada
quanto à norma de cálculo correspondente ao tipo de concreto estrutural.
146
8 - CURA E PROTEÇÃO DO CONCRETO
8.1 - Cura
− A cura do concreto tem como objetivo evitar que evapore da mistura do concreto a
água necessária à hidratação do cimento. A cura adequada evita fissuras e quedas
nas resistências mecânicas e durabilidade do concreto.
− Verificar todos os detalhes dos processos permitidos para cura, bem como o número
de dias requeridos.
− O período de cura está aprovado? A cura deverá ser iniciada imediatamente após o
lançamento e/ou o acabamento do concreto.
− Não permitir o uso de cura química ou de membrana nos concretos que recebam
pinturas no futuro.
O concreto de cimento portland comum, curado com água, será mantido úmido pelo
menos durante 14 dias; o concreto feito de uma combinação de cimento e material
pozolânico será mantido úmido por 21 dias; ou, em ambos os casos, até serem
cobertos com concreto fresco ou material de aterro.
A cura com água começará assim que o concreto tenha endurecido suficientemente
para evitar danos causados pela água em sua superfície. As superfícies a serem
cobertas ou preenchidas com terra só necessitam ser curadas até ser colocado o
referido aterro.
O concreto será mantido úmido, sendo coberto por um material saturado de água ou
por um sistema de tubos perfurados, ou aspersão mecânica, ou por qualquer método
que mantenha todas as superfícies a serem curadas continuamente molhadas (não
periodicamente).
147
A água utilizada na cura do concreto atenderá as mesmas exigências que a água
usada no amassamento do concreto.
Se durante o período de cura os pisos tiverem que ficar sujeitos a qualquer uso que
possa romper ou danificar de algum modo a cobertura, esta será protegida por uma
camada de areia ou outro material de proteção aprovado (amortecimento).Após a
cura, a cobertura e todo o material estranho serão removidos.
Grandes reparos em paredes expostas serão curados pelo menos por 4 dias, com
mantas de aniagem molhada de tipo aprovado; entretanto, não deverá haver excesso
de água capaz de causar gotejamento no concreto concluído.
a) Geral
A cura com membrana será feita por aplicação de um agente químico que forme
uma membrana retentora de água nas superfícies de concreto indicadas pela
CEMIG.
O agente químico terá coloração clara e deverá ser aprovado pela CEMIG.
Qualquer membrana de vedação que for danificada ou que descole das superfícies
de concreto dentro de 21 dias após a aplicação, será reparada sem demora, e de
maneira aprovada.
148
Amostras do agente químico deverão ser ensaiadas pela CEMIG. Nenhum agente
químico poderá ser usado antes que a CEMIG certifique-se que os resultados dos
ensaios foram satisfatórios.
Quando o agente químico for usado em superfícies de concreto sem fôrma, sua
aplicação começará imediatamente após o término das operações de acabamento.
Quando o agente químico for usado em superfícies de concreto com fôrma, estas
serão umedecidas com leve borrifo de água imediatamente após a remoção das
fôrmas e mantidas úmidas até que não absorvam mais umidade.
O agente químico de cura deverá ser aplicado tão logo desapareça a película de
umidade superficial. Recomenda-se a aplicação de duas demãos cruzadas,
podendo ser utilizada brocha e/ou trincha, dependendo do tamanho da área a ser
tratada. Se a área for grande, recomenda-se o uso de aspersor (bomba) costal.
Será tomado um cuidado especial para assegurar uma total cobertura do agente
químico aplicado nas bordas, cantos e pontos ásperos das superfícies com fôrmas.
− Tomar precaução para não sobrecarregar o concreto novo, além de sua resistência
normal.
149
Exemplo: Armazenamento de materiais em pisos recém concretados, aterros contra
paredes recém concretadas, etc.
− A calha do vertedouro deverá ser protegida dos raios solares durante a concretagem
e, pelo menos, até o término da pega inicial do concreto, por meio de uma cobertura
cuja execução e instalação deverão ser aprovadas pela CEMIG.
− Em superfícies nas quais a cura seja feita por intermédio de membrana, o tráfego,
bem como qualquer outra atividade do Construtor, deverá ser tal que evite a
danificação dos revestimentos com o agente químico, por um período não inferior a
21 dias. Onde for impossível evitar o tráfego, devido às operações de construção, a
membrana será protegida por uma cobertura de areia ou terra, ou por outro meio
eficaz aprovado pela CEMIG. A cobertura de proteção não será colocada até que a
membrana de vedação esteja completamente seca. O Construtor removerá,
posteriormente, toda a areia, terra ou outro material de cobertura, segundo um
método aprovado pela CEMIG.
150
9 - REMOÇÃO DAS FÔRMAS
− Para melhores resultados nos reparos e acabamento do concreto, as fôrmas devem ser
removidas tão cedo quanto possível e os reparos imediatamente executados.
− Está sendo evitada a danificação do concreto durante a retirada das fôrmas? Usar
métodos que evitem a danificação, lascamentos ou perfurações.
− As fôrmas não deverão ser removidas antes do prazo mínimo estipulado na Tabela
14.1, a não ser que ensaios de controle permitam a aprovação pela fiscalização.
De maneira alternativa e mais geral, o tempo mínimo para desforma pode ser colocado
em termos percentuais do tempo para atender a uma determinada propriedade
estabelecida no projeto. Normalmente, essa percentagem está ao redor de 65 a 80 %
do valor requerido.
O construtor será responsável pela colocação das fôrmas dentro dos limites aqui
especificados e pela manutenção dentro desses limites durante toda a sua utilização. Os
trabalhos em concreto que vierem a exceder os limites de tolerância deverão ser
corrigidos ou removidos e substituídos, conforme o determinado pela fiscalização.
As fôrmas laterais não poderão ser removidas antes de expirado o tempo mínimo de 12
horas após o último lançamento.
153
10 - ACABAMENTO DAS SUPERFÍCIES DO CONCRETO
154
− Certificar-se que a superfície trabalhada com desempenadeira metálica esteja lisa,
uniforme, impermeável e sem marcas.
− Não permitir o uso de desempenadeiras metálicas limpas com óleo para fôrmas, ou
outras substâncias contra aderência, a não ser que estas substâncias tenham sido
completamente removidas.
155
11 - PATOLOGIA E TERAPIA DAS CONSTRUÇÕES DE CONCRETO
11.1 - Patologia
A Patologia pode ser entendida como a parte da Engenharia que estuda os sintomas,
os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das construções civis, ou seja, é o
estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema.
11.2 - Terapia
Ninhos
20%
Fissuras Ativas e Passivas
21%
Corrosão de Armadura
20%
Se, por um lado, as quatro primeiras etapas envolvem um período relativamente curto,
por outro lado as construções devem ser utilizadas durante períodos longos, em geral
156
mais de cinqüenta anos para edificações e mais de duzentos para barragens e obras de
arte.
− Oxidação e dissolução
157
Fe (OH)3 + ½ H2 → Fe (OH)2 + H2O
hidróxido férrico hidróxido ferroso
(ferrugem)
4 Fe + 3 O2 + 6 H2O → 4 Fe (OH)3
hidróxido férrico (ferrugem)
2 H2O + 2 e- ↔ H2 + 2(OH)-
+++
com a formação de hidroxilas, que entram em contato com íons Fe processando-
se nova reação:
2 H2O + O2 + 4 e- → 4 (OH)-
Neste caso, tanto a corrosão no ânodo como a oxidação no cátodo aumentam muito.
A passagem de uma corrente elétrica também pode dar origem a uma ação
eletrolítica.
Uma elevada percentagem das manifestações patológicas têm origem nas etapas de
planejamento e projeto, conforme mostra o Gráfico 16.2. As falhas de planejamento ou
de projeto são, em geral, mais graves que as falhas de qualidade dos materiais ou de
158
má execução. É sempre preferível investir mais tempo no detalhamento e estudo da
estrutura que, por falta de previsão, tomar decisões apressadas ou adaptadas durante
a execução.
40% 28% 18% 10% 4%
Planejamento
Uso
4%
10%
Projeto
40%
Materiais
18%
Execução
28%
Gráfico 11.2 - Origem dos problemas patológicos com relação às etapas de produção e
uso das obras civis. (GRUNAU, 1981).
Os agentes causadores dos problemas patológicos podem ser vários: cargas, variação
da umidade, variações térmicas intrínsecas e extrínsecas ao concreto, agentes
biológicos, incompatibilidade de materiais, agentes atmosféricos e outros.
No caso de uma fissura em viga por ação de momento fletor, o agente causador é a
carga, se não houver carga, não haverá fissura, qualquer que seja a origem do
problema. Já fissuras verticais nas vigas podem ter como agentes causadores tanto a
variação da umidade, retração hidráulica por falta de cura, quanto gradientes térmicos
resultantes do calor de hidratação do cimento ou gradientes térmicos resultantes de
variações diárias e sazonais da temperatura ambiente. Evidentemente, a cada causa
corresponderá uma terapia mais adequada e mais duradoura.
Pode-se afirmar que as correções serão mais duráveis, mais efetivas, mais fáceis de
executar e muito mais baratas quanto mais cedo forem executadas. A demonstração
mais expressiva dessa afirmação é a chamada “lei de Sitter” que mostra os custos
crescendo segundo uma progressão geométrica.
125
Projeto
Execução
Preventiva
Corretiva
Manutenção
Manutenção
100
50
25
5
1
t1 t2 t3 t4
Período de Tempo
Gráfico 11.3 - Lei de evolução de custos (SITTER, 1984)
Projeto
Execução
160
Manutenção preventiva
Manutenção corretiva
161
12 - EXECUÇÃO DE REPAROS NO CONCRETO
Neste item, serão estabelecidos os critérios para a execução de reparos nas estruturas de
concreto, visando os seguintes aspectos principais:
• definição, para cada caso, do tipo de reparo adequado e dos materiais a serem
utilizados.
Os defeitos no concreto que usualmente necessitam ser reparados são causados na fase
de execução por segregação do concreto e/ou deficiência de vibração (concreto
alveolado); movimentação de fôrmas (ação de desforma); buracos de parafusos; falta de
estanqueidade das fôrmas (calafetação) e trincas. Na fase de operação das estruturas
surgem defeitos causados por desgaste natural; ataque químico; cavitação; abrasão; etc.
− Acabamento
A maioria dos reparos envolve operações manuais, o que exige pessoal com
treinamento e prática para executar esse tipo de serviço. A verificação contínua das
etapas de acabamento deve ser mantida no sentido de assegurar seu padrão
necessário.
− Performance
− Materiais
162
12.2 - Recomendações para execução de reparos
− Inicialmente deverá ser feita uma inspeção detalhada da região a ser reparada. Esta
inspeção possibilitará determinar as possíveis causas básicas do dano e seus
efeitos.
− Todo o concreto danificado, poroso, solto ou com qualquer tipo de defeito, deverá
ser removido por processo a ser definido no campo.
O corte excessivo deve ser evitado, mas em princípio não deve ser retirado concreto
bom, nem deixado concreto ruim.
− As bordas das cavidades dos reparos deverão ser normais à superfície do concreto
a ser reparado, isto é, não poderão terminar com ângulo zero na superfície do
concreto velho, como ilustra a Figura 12.1 a seguir.
163
Figura 12.1 - Reparos em superfícies de estruturas de concreto
• Espessura maior que 10 cm, encher com o concreto previsto, com agregado de
diâmetro máximo de 19 ou 38 mm;
164
12.3 - Materiais especificados para enchimento dos reparos
Fica prevista a aplicação dos seguintes materiais indicados a seguir, exceto quando a
fiscalização indicar ou aprovar em contrário:
− Deverá ser utilizada preferencialmente para preencher locais que não permitem
ou que apresentem dificuldades para a aplicação do concreto de maneira
convencional. É apropriada para o preenchimento de cavidades de “mestras” de
acabamento, de “she-bolts” (parafusos de fixação de fôrmas), em alguns casos
de reparos de concretos alveolados de pequenas dimensões, em alguns reparos
de trinca e, também, para o preenchimento de apoios de estruturas metálicas.
165
outro de uma estrutura, a menos que se faça a vedação prévia de uma das
extremidades livres.
− Preparação do “Dry-Pack”
A água, a ser determinada por tentativas, deverá ter quantidade suficiente para
não provocar segregação quando se faz uma bola do material com a mão
fechada e no caso, não apresentar exsudação e nem aderir à mão.
− Aplicação
A saturação da superfície a ser reparada deve, sempre que possível, ser efetuada
na condição de saturada superficialmente seca, evitando-se qualquer filme de
água antes da aplicação da argamassa.
− Condições de cura
b) Pintura com resina epoxídica ou colagem de concretos com adesivo a base de epóxi
Para a perfeita mistura dos componentes "A" + "B" (resina + catalisador), utilizar uma
furadeira elétrica com adaptação, no local onde vai a broca, de uma bagueta de
vergalhão com diâmetro de 1/4" (6,35 mm) em forma de "T", com uma hélice em
forma de “S” na extremidade, que promoverá a mistura completa dos dois
componentes.
167
O adesivo epoxídico a ser utilizado poderá ser o Sikadur 31, tixotrópico de
“consistência pastosa” para superfícies verticais e o Sikadur 32 “consistência fluida”
para superfícies horizontais da Sika ou Compound Adesivo “consistência fluida” da
Otto Baumgart, ou outros produtos similares, desde que testados e aprovados
anteriormente pela CEMIG.
c) Argamassa epoxídica
A resina epoxídica a ser utilizada poderá ser o Sikadur 52 da Sika, indicada para
trincas e fissuras estruturais. Se houver necessidade da resina epoxídica apresentar
características especiais utilizar o Sikadur 52 BV (baixa viscosidade) ou o Sikadur 52
LP (long Pot-life).
− Preparação da Superfície
168
− Preparação da argamassa epoxídica
A areia natural quartzosa inicialmente é lavada com água (até que a água de
lavagem saia limpa), seca ao fogo e após o resfriamento é acondicionada em
sacos plásticos.
Para a utilização dos materiais por medida em peso, a relação a ser adotada
deverá ser 1:5 (1 parte de epóxi para cada 5 partes de areia); sendo a relação em
volume correspondente a 1:4, aproximadamente.
169
A dosagem em volume da argamassa recomendada para este caso é de uma parte
de cimento para quatro partes de areia natural seca, com relação A/C menor ou igual
a 0,400.
Melhores resultados com argamassa projetada ("gunita") são obtidos quando a areia
tem uma boa graduação e passa na peneira nº 16 (1,2 mm).
e) Concreto convencional
a) Materiais
A resina epoxídica a ser utilizada poderá ser o Sikadur 52 da Sika, indicada para
trincas e fissuras estruturais. Se houver necessidade da resina epoxídica
apresentar características especiais utilizar o Sikadur 52 BV (baixa viscosidade)
ou o Sikadur 52 LP (long Pot-Life).
As colagens dos tubos de injeção e material de vedação das fissuras poderão ser
feitas com adesivos tixotrópicos à base de resinas epóxi.
b) Preparo do produto
c) Tubos de injeção
Após a execução dos furos, proceder a limpeza e secagem dos mesmos, com auxílio
do próprio injetor pneumático (usando-se ar comprimido seco).
f) Seqüência da injeção
• Superfícies verticais
Iniciar a injeção no sentido de baixo para cima, deixando-se aberto o tubo mais
próximo e vedando-se a saída dos demais. Quando a resina extravasar pelo tubo
de saída, a injeção passará a ser feita pelo mesmo, vedando-se o primeiro tubo e
abrindo-se o seguinte e assim por diante, até a conclusão final da injeção.
• Superfícies horizontais
g) Cura
O período de cura das resinas epoxídicas é de 7 dias, sendo que com a idade de 3
dias cerca de 80 % da resistência à compressão do produto já é atingida. Durante
pelo menos os 3 primeiros dias de idade, é necessário proteger a estrutura,
evitando-se carregamentos que possam provocar deformações e variações
acentuadas de temperatura, para que não haja trabalho da junta antes da resina
epoxídica atingir resistência adequada.
h) Reinjeção de fissuras
Este controle deverá ser efetuado antes, durante e após a injeção da resina
epoxídica, através da instalação de pares de pinos de alongâmetros, para controle
da qualidade e eficiência dos serviços executados.
173
12.5 - Reparos especiais
• Limpeza
• Preenchimento
Em virtude do buraco deixado pelo parafuso ser de pequeno diâmetro e pelo fato
do chumbador (tirante) perdido no concreto tangenciar a face sujeita ao fluxo de
água, procede-se o reparo da seguinte maneira:
• Limpeza
• Preenchimento
c) Irregularidades abruptas
Após o tratamento da área a ser reparada (corte com disco, remoção do concreto
ruim e limpeza), a superfície do concreto velho recebe uma pintura "Primer" (resina
epóxi) e imediatamente sobre este "Primer" é aplicada a argamassa seca "Dry-
Pack" adensada por apiloamento.
175
Após o tratamento da área a ser reparada (corte com disco, remoção do concreto
ruim e limpeza), são colocadas as fôrmas, conforme disposto no “croqui” a seguir.
Nos locais não sujeitos à passagem de água em velocidade que ficarão imersos ou
cuja estética não é fator importante, os reparos deverão ser executados obedecendo-
se os seguintes critérios:
• Limpeza
• Preenchimento
176
Após a limpeza, aplica-se argamassa seca (“dry-pack”), através de apiloamento
enérgico, obstruindo o furo.
Em virtude do buraco deixado pelo parafuso ser de pequeno diâmetro e pelo fato
do chumbador (tirante) embutido no concreto tangenciar a face do concreto,
procede-se o reparo da seguinte maneira:
• Limpeza
• Preenchimento
Após o tratamento da área a ser reparada (corte com disco, remoção do concreto
ruim e limpeza), a superfície do concreto velho receberá uma pintura “primer” de
resina epóxí e, imediatamente sobre este “primer”, é aplicada a argamassa seca
“dry-pack” adensada por apiloamento.
Após o tratamento da área a ser reparada (corte com disco, remoção do concreto
ruim e limpeza), são colocadas as fôrmas e procede-se aos serviços de
concretagem. Após o término da concretagem e quando as condições do concreto
(ainda “verde”) o permitirem, as fôrmas serão retiradas, sendo o excesso de
concreto, devido a utilização da calha, cortado e efetuado o acabamento final.
177
aglomerante e a mesma areia utilizada no concreto que está sendo reparado, ou
seja, com a mesma faixa granulométrica.
• O uso da mistura de cimento branco com cimento portland comum deve ser
evitado.
• Evitar que as áreas reparadas, de pouca massa, sofram uma secagem mais rápida
que na área do concreto que envolve o reparo, porque isso, inevitavelmente, dará
lugar a um tom mais escuro.
A superfície a ser reparada deverá estar limpa, isenta de partículas soltas, pó, óleo,
graxa, picotada com ponteiro e nunca lisa através de corte com serra, e o concreto
velho “substrato” deverá estar na condição de umidade totalmente saturado. O
substrato deverá estar saturado, porém sem água livre, com a superfície seca quando
do lançamento do concreto ou da argamassa, pois o filme de água que aí se instala
impede a aderência ou cria-se uma película de maior relação água/cimento e,
conseqüentemente, de menor resistência, comprometendo, assim, a aderência do
substrato.
12.6.3 - Cimento portland para uso com microssílica (sílica ativa ou sílica fume)
Preferencialmente, deve-se usar com microssílica (sílica ativa ou sílica fume) um dos
dois tipos de cimento portland comum (CP I-32 ou CP I-S 32) - NBR 5732 e o cimento
portland de alta resistência inicial (CP V-ARI) - NBR 5733, por não possuírem adições
de materiais pozolânicos. Conseqüentemente, obter-se-á um maior rendimento e
desempenho da microssílica (sílica ativa ou sílica fume).
Na impossibilidade do uso destes três tipos de cimento, usar um dos tipos de cimento
portland composto, dando preferência para o que possua adição de “filler” (no caso do
CP II-F-32, o “filler” é o calcário) - NBR 11578.
Não é recomendado o uso, com microssílica (sílica ativa ou sílica fume), de cimento
portland de alto-forno (CP III-32) - NBR 5735 e cimento portland pozolânico (CP IV-32)
- NBR 5736.
12.6.4 - Traços de concreto e argamassa com microssílica (sílica ativa ou sílica fume)
Quantidades - kg/m3
Aglomerante Agregado Agregado Aditivos
Miúdo Graúdo
Classe/Tipo Microssílica Areia Brita 1 Retardador Superfluidi- Água
Cimento (sílica ativa Natural (19,1 mm) de Pega ficante
ou sílica Quartzosa
fume) (2) (3) (4) (5)
(1)
Concreto com
sílica ativa ou 493 48 670 1.006 1,4 8,1 178
sílica fume
Argamassa
com 829 80 1.018 --- 2,2 13,6 300
microssílica
Tabela 12.4 - Traços de concreto e argamassa com microssílica
179
A programação do lançamento deverá ser rigorosa, pois o tempo de ação “vida útil” do
aditivo superfluidificante usado no concreto e argamassa com microssílica (sílica ativa
ou sílica fume) é inferior a 50 minutos. Caso esse tempo seja ultrapassado, ocorrerá
sério risco de má execução do reparo, devido a perda da trabalhabilidade do concreto
ou da argamassa.
O concreto será adensado até a densidade máxima praticável, livre de vazios entre
agregados graúdos e bolsas de ar, ficando aderido a todas as superfícies do
substrato, formas e materiais embutidos.
O alisamento não deverá ser exagerado, a ponto de provocar excesso de água junto à
superfície.
Nas regiões em que for lançado o concreto com microssílica (sílica ativa ou sílica
fume), o acabamento deverá ser feito no próprio concreto já na cota final de
lançamento.
A cura deverá ser rigorosa e iniciar tão logo o concreto ou a argamassa tenham
“puxado” e endurecido suficientemente para evitar danos devido ao umedecimento da
superfície, que deverá ocorrer, aproximadamente, 30 minutos após sua aplicação.
O tempo mínimo de amassamento para betoneira com capacidade de 300 a 500 litros
é de 2 minutos.
− UHE de Camargos
Os reparos do vertedouro da Usina de Camargos foram executados no período de
20/08 a 02/11/91. Na recuperação de 2.600 m2 da laje da calha do vertedouro
foram utilizados: 17 m3 de concreto convencional, usado como enchimento pois
ocorreram desgastes com “erosões” no concreto, com profundidade de até 1,8 m;
95 m3 de concreto de alta resistência com 10 % de microssílica (sílica ativa ou sílica
fume) e 113 m3 de argamassa de alta resistência com 10 % microssílica (sílica
ativa ou sílica fume).
− UHE de Gafanhoto
Os reparos da calha do vertedouro da Usina de Gafanhoto foram executados em
1992. A recuperação da laje da calha foi realizada através do capeamento, com
argamassa, executado em faixas de 2,50 m de largura, desde a crista do
vertedouro até o fim do perfil “Creager”.
A primeira inspeção para avaliar o desempenho das argamassas foi realizada após
o período chuvoso 92/93 e verificou-se que o concreto e a argamassa tiveram um
bom desempenho, ressaltando-se, porém, que o vertedouro operou com lâmina
181
d’água máxima de 0,40 m, bem aquém da capacidade máxima operativa de 3,50
m.
Na segunda inspeção, não se constatou desgaste significativo em toda a extensão
da calha do vertedouro que operou no período chuvoso 94/95 com lâmina d’água
máxima de 0,75 m.
182
13 - CONCRETO DE SEGUNDO ESTÁGIO
183
estrutura assim dividida não apresenta grandes áreas a serem concretadas de uma só
vez. As concretagens ficando com volumes mais reduzidos, podem ser executadas com
alturas de camadas maiores do que as convencionais.
Deve-se proceder a concretagem com velocidade tal que a camada de concreto fresco
nunca ultrapasse a 1,50 m de espessura. Para atender a espessura de 1,50 m, esta
altura deverá ser subdividida em subcamadas de 0,50 m.
O lançamento da quarta subcamada somente poderá ser feito após o início de pega da
primeira subcamada, e assim sucessivamente.
184
Os orifícios de ventilação serão instalados em locais adequados, aprovados pela
CEMIG, antes do lançamento do concreto de segundo estágio.
Os furos para a injeção de contato serão feitos pelo fabricante da turbina. Poderá ser
exigida do CONSTRUTOR a perfuração e o fechamento de furos adicionais, se a
inspeção da CEMIG indicar a sua necessidade.
185
13.2.1 - Concretagem de guias de comporta e stop-logs na UHE de Miranda
A UHE de Miranda, com capacidade instalada de 390 MW, está localizada no rio
Araguari, a 3 km da BR 365, na divisa entre os municípios de Indianópolis (35 km) e
Uberlândia (34 km), estando a 560 km de Belo Horizonte. O empreendimento é
desenvolvido pela CEMIG.
As juntas de concretagem foram tratadas com jato de areia, após a montagem das
guias metálicas, devido a preferência do empreiteiro das obras civis. Entretanto, o
tratamento das juntas antes dessa montagem, é preferível pela redução de mão-de-
obra.
As fôrmas de madeirite foram instaladas de uma só vez, desde a cota inicial até a cota
final das guias, contendo aberturas (janelas) a cada 2 m, destinadas à colocação do
concreto. Também por estas janelas, foram introduzidos os vibradores de agulha de
diâmetro de 25 mm, utilizados no adensamento do concreto.Cuidados especiais foram
tomados quanto ao reforço, fixação e estanqueidade das fôrmas, a fim de evitar
abertura e/ou vazamento das mesmas durante as concretagens, o que resultaria em
dispendiosos trabalhos de reparos.
186
fck Relação Consistência Teor de Ar Quantidades - kg/m3
(MPa/dias) A/C (cm) (%) Cimento Areia Natural Pedrisco Brita 1 Inc. de Ar Retardador Água
A25:0H:02/12 25/90 0,450 12 +- 2 --- 628 415 967 --- --- 1,570 283
A25:0:02/12 25/90 0,550 12 +- 2 --- 512 343 1.147 --- --- 1,279 281
A25:1H:01/03 25/90 0,450 3 +- 1 3 +- 1 397 639 --- 1.177 0,087 0,991 178
A25:1:03/03 25/90 0,550 3 +- 1 3 +- 1 323 707 --- 1.174 0,091 0,808 178
A25:0:01/12 25/90 0,550 12 +- 2 --- 511 446 1.041 --- --- 1,277 281
A25:1B:02/12 25/90 0,450 12 +- 2 3 +- 1 472 684 --- 953 0,071 1,180 212
Arga Guia/3 --- 0,450 --- --- 705 1.163 --- --- --- 1,762 317
Calda de ___ Aditivo Tricosal 181 (fluidificante para injeção), da Otto Baumgart Ind. e Com. Ltda, na
0,400
Injeção dosagem de 1 % sobre o peso de cimento. Cimento utilizado: Itaú CP II-F-32.
O desvio do rio, com a passagem de suas águas pelas galerias de desvio (“adufas”) e o
posterior fechamento dessas adufas e o conseqüente enchimento do lago, são práticas
comuns em obras de barragens.O fechamento dessas galerias de desvio é uma
atividade crítica no programa de obras civis de uma barragem devido, principalmente,
às dificuldades de execução desses serviços e ao prazo que normalmente se tem para
conclusão dos serviços.
Na construção da Usina de São Simão o desvio do rio, na fase final, foi realizado
através de 4 adufas deixadas na estrutura da Tomada D’água “Baixa”.
Quando do fechamento destas adufas por meio de comportas, foram executados pré-
tampões de concreto imediatamente à jusante das comportas, com comprimento de 13
m, empregando processos convencionais de concretagem (bombeamento).
Os 40 metros restantes das estruturas foram preenchidos, até onde possível, com
concreto compactado a rolo (CCR). Merece menção que esta foi a primeira aplicação
de concreto compactado a rolo (CCR) no Brasil. Os serviços de concretagem foram
3
executados em 1977 e o volume de “CCR” lançado nas 4 adufas foi de 20.300 m .
Acima deste nível foi complementado com concreto convencional (bombeado) vibrado,
e a complementação feita com o sistema de “canhão”, com ar comprimido introduzido
na tubulação de bombeamento do concreto. O processo de lançamento do concreto
compactado a rolo “CCR” é apresentado nas figuras 13.1, 13.2, 13.3, 13.4 e 13.5.
187
Figura 13.1 - Carregamento do caminhão fora de estrada com
“CCR” na central de concreto.
Figura 13.4 - Adensamento do concreto com rolo compactador Dynapac CA-25 (10 ton.)
188
Figura 13.5 - Vista da seqüência do carregamento do “CCR” no caminhão fora de
estrada na central de concreto e da descarga, espalhamento e
compactação no interior das adufas (vê-se à frente a comporta e os 13 m
do pré-tampão executado com concreto convencional até onde é possível,
aproximadamente 0,6 m do alto e o restante complementado com
concreto bombeado e adensado com ar comprimido adaptando na linha
de fluxo do concreto. O restante foi preenchido com injeção para efeito da
garantia da vedação.
189
Para efeito de vedação foram executadas injeções de contato apenas no pré-tampão.
Foram instalados, ainda, 2 tubos, sendo um de 28” (71,1 cm) e outro de 14” 35,6
cm), com as finalidades de dar acesso à parte de montante do pré-plug para
inspeção e drenagem dos possíveis vazamentos pela comporta de fechamento,
respectivamente.
• Plano de Concretagem
Essa etapa de concretagem foi designada por camada I-1, e foi efetuada em
uma só etapa através de concreto bombeado.
190
Figura 13.6 - Detalhes do sistema de concretagem do “Pré-plug”
b) Concreto Bombeado
191
A concretagem da camada ΙΙ-5, camada de topo, foi executada em diversas
fases, através de concreto bombeado.
Após essas três seções que eram concretadas uma de cada vez, seguiram-
se seções de 7 m, executadas uma de cada vez, sendo o último trecho de
9,40 m. A forma utilizada entre os setores foi de tela de metal expandido
padronizado, tipo losangular, em chapa de ferro galvanizado.
− Execução de injeções
194
Figura 13.12 - Detalhes das etapas de injeções
• Foi colocada uma manta de feltro no canto superior de montante, para reter
a calda injetada no caso de haver vazios de grandes volumes;
196
Figura 13.14 - Sistema de fechamento da tubulação de 14” (35,6 cm)
Na primeira etapa, entre as cotas 3,60 e 7,00 m o concreto foi lançado com a
armação e formas já posicionadas. Na etapa seguinte, entre as cotas 7,00 e 9,50
m, foram colocados tubos de PVC junto ao teto para serem usados na injeção
complementar de argamassa após a concretagem (Figura 13.16).
• na última etapa, foi realizada uma injeção de contato com calda, através de
uma rede de tubos fixados no teto das adufas.
198
14 - CONCRETAGEM DE CONDUTOS FORÇADOS
Neste item será descrito o sistema de concretagem dos condutos forçados da UHE de
Emborcação.
O projeto do sistema de adução de água para a Casa de Força é constituído por quatro
condutos forçados com 280 m de comprimento médio e diâmetro de 7,5 m. O perfil
longitudinal destes é composto de dois trechos horizontais (superior e inferior) e um trecho
inclinado a 50°, respectivamente, com 8, 120 e 85 m de comprimento, com desnível de
86,00 m, entre as partes superior e inferior. Os trechos horizontais concordam com o
trecho inclinado por meio de curvas com raio de 30 m, com 26 m de desenvolvimento
cada.
A curva superior destes condutos está situada num plano inclinado em relação ao vertical,
respectivamente a 3 e 9°, com o intuito de minimizar os volumes de escavação e concreto
da Tomada D’água, tendo em vista o posicionamento da mesma em relação à Casa de
Força.
− A terceira e última parte é constituída por revestimento metálico, com diâmetro de 6,0
m, chapas com espessura de 1 1/4”, com comprimento de 50 m envolvido com concreto
simples, cujo volume médio foi de 3.500 m3 por conduto.
14.1 - Equipamentos
199
Para a concretagem do revestimento também foram analisados vários processos
alternativos, tais como fôrmas convencionais de madeira, fôrmas deslizantes e fôrmas
metálicas articuladas e retráteis movidas por carros porta-fôrmas semoventes sobre
trilhos.
Em função dos curtos prazos exigidos pelo cronograma para a construção dos
condutos, optou-se pela escolha dos métodos mecanizados, com o objetivo de se
atingir as metas programadas.
Foram utilizadas dois tipos de bombas de concreto: Putzmeister mod. BRA 1406 e
Schwing.
Este equipamento é constituído por uma estrutura metálica apoiada sobre rodas que
deslizam em trilhos, na qual se apoia um tablado de madeira inclinado de 50° com o
plano vertical, de tal modo que o mesmo permaneça na horizontal, quando em
movimento ao longo do trecho inclinado.
14.2.3 - Fôrmas
201
O lançamento do concreto do trecho horizontal inferior foi executado por meio da
utilização de uma bomba de concreto posicionada no final do conduto (Casa de Força),
alimentada através de caçambas e guindastes. (Figura 14.1)
O concreto foi lançado dentro das fôrmas em diversas alturas, através de “janelas”
existentes nas fôrmas metálicas, e nas de madeira do fechamento frontal.
203
Foto 14.1 - Conjunto carro porta-fôrmas e formas metálicas em
atividade no trecho horizontal inferior - vista de jusante
204
Foto 14.3 - Conjunto carro porta-fôrmas e formas metálicas em
atividade no trecho inclinado
205
Foto 14.5 - Aspecto do concreto na curva superior e trecho inclinado
14.3.1 - Soleira
Ressalta-se que a maioria das juntas geológicas tratadas localizavam-se nos trechos
inclinados. Em geral, tais juntas, preenchidas por materiais granulares oriundos da
alteração de suas faces, se mostraram permeáveis, entretanto não injetáveis por caldas
de cimento. As injeções sistemáticas para pré-enchimento de possíveis vazios entre o
concreto e a rocha, nos trechos inclinados, em geral, não denunciaram tomadas
significativas. As injeções de contato nos condutos foram executadas com 3 kgf/cm2 de
pressão e calda com fator A/C = 0,680.
O projeto preconizava o uso do concreto classe “A” (fck = 30 MPa aos 90 dias), tipo 2
(diâmetro máximo do agregado = 38 mm).
207
Materiais Unidade Concreto Classe/Tipo
A1B C1B
Diâmetro Máximo do Agregado mm 19,0 19,0
Relação Água/Aglomerante % 0,520 0,600
Cinza Volante (“Fly-ash”) % 15,0 15,0
Agregados Areia Natural Quartzosa % 44,0 44,5
em Peso Brita 1 de Granito Gnaisse (19 mm) % 56,0 55,5
3
Cimento Itau CP II-32 kg/m 340 308
3
Cinza Volante (“Fly-ash”) kg/m 41 37
3
Areia Natural Quartzosa kg/m 763 776
3
Brita 1 de Granito Gnaisse kg/m 975 968
Incorporador de Ar - Sika Aer % 0,03 0,04
Retardador % 0,25 0,25
3
Água kg/m 198 207
Características Ar Incorporado % 3±1 3±1
dos “Slump Test” cm 12 ± 2 12 ± 2
Concretos Resist. Caract. à Compressão - fck MPa/dias 30/90 16/28
Tabela 14.1 - Traços de concreto “A1B” e “C1B” utilizados nos serviços de
concretagem dos condutos forçados da UHE de Emborcação
Gráfico 14.1 - Faixas das curvas granulométricas estipuladas pela norma alemã DIN
1045 e 1047 para concretos bombeados. São apresentadas, também, as
curvas granulométricas dos agregados miúdo e graúdo.
14.5.2 - Controle de qualidade
208
O controle de qualidade do concreto foi executado em corpos de prova de 15 x 30
cm, moldados na central de concreto. Os corpos de prova eram levados para o
Laboratório de Concreto onde se processava a cura e posterior rompimento à
compressão axial.
Gráfico 14.2 - Resistência à Compressão Axial x Idade dos concretos A1B e C1B
209
Gráfico 14.3 - Freqüência Relativa Acumulada x Resistência à Compressão Axial -
Concreto A1-B
210
Gráfico 14.4 - Freqüência Relativa Acumulada x Resistência à Compressão Axial -
Concreto C1-B
Além deste controle de laboratório, era feito, também, um controle das fissuras
ocorridas através de marcos na superfície do concreto acabado e mapeamento das
mesmas. A Figura 14.3 ilustra as ocorrências destas fissuras, que foram analisadas
através de inspeções realizadas em aberturas com dimensões de 30 x 30 cm e
profundidade igual à espessura do revestimento e ensaios de perda d’água. Concluiu-
se que estas fissuras eram provocadas pelos efeitos de retração hidráulica do
211
concreto e que sendo elas fechadas e normais à superfície não afetariam a
estabilidade do revestimento dos condutos forçados.
212
Figura 14.5 - Layout dos Condutos Forçados, mostrando desde a estrutura da
Tomada D’água até a caixa espiral “caracol”
213
Figura 14.8 - Detalhes da escavação com a perfuratriz “Jumbo” (vista lateral e frontal)
214
15 - CONCRETAGEM DE TAMPÕES DE TÚNEIS DE DESVIO
O lago, com área de 50 km2, foi formado dentro de 45 dias. A máquina da Unidade 01
deverá entrar em operação comercial na 2ª quinzena de janeiro/98 e daí, a cada 60 dias,
aproximadamente, as 02 outras máquinas também deverão entrar em operação comercial,
ou seja, a máquina 02 em março/98 e a 03 em maio/98.
O projeto dos tampões dos Túneis de Desvio 01 e 02 são apresentados nas figuras 15.1 e
15.2 e mostram as camadas de concretagem.
215
Figura 15.1 - Projeto do tampão do Túnel 01 da UHE de Miranda
Em 1992, em decorrência das cheias do rio em 1991, com vazões da ordem de 2.400
m3/s, foi construída uma ensecadeira à jusante, no prolongamento em rocha (nariz)
que separa a céu abeto o desemboque dos túneis, as comportas do Túnel 01 foram
fechadas para sua inspeção e execução de reparos.
216
Algumas regiões das paredes laterais e o piso encontravam-se bastante desgastadas,
ocorrendo erosões em alguns pontos com profundidades de até 3 m; foram, então,
tratadas com concreto convencional, com uso de fôrmas em alguns locais das
paredes laterais, e reparadas as demais regiões com concreto projetado, incluindo
bate-choco de toda a região da abóbada. Face às irregularidades no piso, oriundas
das erosões pela passagem do fluxo d’água, definiu-se pela regularização do piso
com concreto convencional nas regiões onde ocorreram formação de grandes
cavidades
Em 1993, foi realizada inspeção e execução dos reparos no Túnel 02, tendo sido
reparadas com concreto projetado as áreas erodidas nas paredes laterais, e após o
bate-choco de toda a região da abóbada. No piso, nos locais onde ocorreram
formação de cavidades maiores foram regularizadas com concreto convencional. No
piso, apenas do túnel 02, após os serviços de regularização dos locais onde ocorrera
cavidades com maior profundidade, foi realizada a regularização de toda a extensão
do piso com uma laje de concreto de D. máx de 3/1,11 (1,91mm) e fck = 18 MPa aos
90 dias, com espessura de aproximadamente 20 cm, objetivando-se a estabilidade do
maciço e a melhoria de vazão do fluxo de água, aumentando significativamente a
vazão prevista no caso da necessidade de operação dos dois túneis.
O adensamento do concreto da 6ª camada até onde possível, foi feito com vibradores
de imersão e o restante com o sistema de canhão, com ar comprimido adaptado no
217
final da tubulação da bomba que, com a pressão de saída do concreto, possibilitava o
seu auto-adensamento. Por decisão da CEMIG, pois o projeto não previa este
esquema construtivo, a camada foi dividida em duas seções. No centro da camada,
esta foi separada por tela de aço expandido, objetivando a redução das injeções,
tendo em vista a inclinação dos túneis, que apesar de pequena, poderiam surgir
bolsões de vazios face a consistência fluida do concreto (slump = 12 ± 2 cm),
conforme mostra o desenho 15.1.
Foram utilizados vibradores de imersão de vários diâmetros: 25, 50, 70 e 140 mm,
usados de acordo com o diâmetro máximo e a consistência do concreto. Em nenhum
local dos tampões foi utilizada armadura.
No Túnel 01, foram instaladas duas tubulações de ferro fundido (FoFo) com diâmetro
de 14” (35,6 cm), com controle de vazão através de válvula “flap”, ligando a montante
com jusante, tendo a finalidade de executar a drenagem de algum vazamento que
viesse a ocorrer nas comportas de fechamento. Após os serviços de concretagem e
injeção de contato do tampão, estes tubos foram injetados. Os detalhes da locação
destes tubos são mostrados no desenho 15.2.
218
fck Relação Consistência Teor de Ar Quantidades - kg/m3
(MPa/dias) A/C (cm) (%) Cimento Areia Natural Brita 1 Brita 2 Brita 3 Inc. de Ar Retardador Água
D18:1E:01/06 18/90 0,630 6 +- 1 3 +- 1 302 790 1.069 --- --- 0,081 0,754 190
D18:1B:01/12 18/90 0,630 12 +- 2 3 +- 1 335 815 949 --- --- 0,070 0,839 211
F18:1:09/03 18/180 0,670 3 +- 1 6 +- 1 238 690 1.242 --- --- 0,345 0,595 159
F18:2:06/03 18/180 0,650 3 +- 1 6 +- 1 221 653 605 739 --- 0,393 552,000 144
F18:3:04/03 18/180 0,620 3 +- 1 6 +- 1 205 551 453 552 541 0,543 512,000 127
Arga Bomba/2 --- 0,550 --- --- 609 1.199 --- --- --- --- 1,522 335
Calda de ___ Aditivo Tricosal 181 (fluidificante para injeção), da Otto Baumgart Ind. e Com. Ltda, na
0,340
Injeção dosagem de 1 % sobre o peso de cimento. Cimento utilizado: Itaú CP II-F-32.
Materiais Quantidades
Cimento Itaú CP II-F-32 100 kg (02 sacos)
Aditivo Tricosal 181 1 kg (02 sacos de 500 g cada)
Água 34 litros
219
16 - CONCRETO PROTENDIDO
Em 1888 o alemão Doehring conseguiu patente para fabricar elementos de piso com
argamassa e arame estirado.
No ano de 1906 Koenen (Berlim) aplicou pela primeira vez a pré-tensão com interesse
de se eliminar a fissuração.
Esse período positivo começa em 1928, com o grande engenheiro Eugêne Freyssinet
(1879-1962), que através de estudos e ensaios de aço e das deformações intrínsecas
do concreto, apresentou processos que permitiram o uso prático e econômico da pré-
tensão. No entanto, só em 1939 é que Freyssinet patenteou um sistema baseado no
uso de cone macho e fêmea para ancoragem de arame de 5 mm e de um macaco de
dupla ação que permitia tracionar os arames e, ao mesmo tempo, encaixar o cone
macho no cone fêmea.
Existem, basicamente, dois métodos para protensão do concreto que são a pré-tensão
e a pós-tensão. Na protensão por pré-tensão a armadura é tracionada antes do
lançamento do concreto. Após o concreto ter adquirido resistência desejável, os
elementos tensores são aliviados, transferindo-se os esforços ao concreto por meio da
aderência concreto-aço. Esse sistema é muito usado para peças pré-moldadas, como
lajes, postes e vigamentos dormentes.
Na protensão por pós-tensão, método usualmente empregado para construção “in situ”,
deixam-se dutos rígidos de aço ou bainhas semi-rígidas galvanizadas, com costura e
ondulações helicoidais (“corrugadas”) embutidas no concreto, nas quais, após o
concreto ter adquirido resistência desejável, são introduzidos os elementos tensores
(“cordoalhas”) ancorados e tracionados, colocando-se, desta maneira, o concreto sob
compressão. Os dutos ou bainhas são posteriormente injetados. A injeção tem o
propósito de proteger a armadura contra a corrosão e fornecer aderência entre os
tensores e o concreto.
Para cabos com cordoalhas de diâmetro de 12,7 mm (1/2”) usam-se cones metálicos.
Em ambos os tipos de cones, os fios ou cordoalhas passam por dentro da fêmea e
são presos contra sua parede interna pelo macho que possui em sua superfície
pequenas canaletas, como ilustra a figura 16.1.
Funcionando como ancoragens passivas (ou “mortas”, aquelas onde os tensores são
fixados antes da protensão) podem ser usados os cones de mesma forma que nas
ancoragens ativas. Os cabos constituídos por fios podem ser ancorados passivamente
por sistema de botão. Na ancoragem “morta”, por botão, os fios são previamente
trabalhados por um sistema hidráulico que confere à extremidade do fio uma
deformação, dando-lhe a forma de uma cabeça de prego. Os fios assim deformados
passam por uma placa perfurada e são tracionados pela outra extremidade, ficando os
botões em contato com a placa metálica.
221
Figura 16.2 - Macaco, Linha S, utilizado pelo sistema
Freyssinet-Stup, para cabos com cordoalhas
de diâmetro de 12,7 mm
É um sistema com aderência posterior, nos quais os cabos são formados por
cordoalhas. A ancoragem desse sistema é que deu origem à derivação aos demais. O
sistema de injeção o caracteriza. Suas ancoragens possuem uma trombeta,
circundada por uma fretagem em hélice, acoplada a uma placa metálica que
normalmente é posicionada faceando a superfície de concreto da peça a ser
tensionada.
222
Figura 16.3 - Vista do sistema de
aplicação de carga do
processo V. S. Losinger
223
Esse sistema originalmente possuía ancoragem metálica onde os fios eram
encunhados em três grupos de quatro, através de cunhas paralelas. A ancoragem
possuía a forma de calota esférica atravessada por três peças tronco-piramidais
(cônicas) por onde passavam os quatro fios, que posteriormente eram encunhados
por duas peças metálicas fazendo o papel de macho. Na parte central da calota
existia um orifício, independente dos três tronco-piramidais, que era utilizado para
injeções.
224
Para se ter uma boa ancoragem é aconselhável fazer-se uma inspeção das cunhas
que necessariamente deverão ter dureza maior que os fios. A não observação desses
requisitos poderá acarretar danos, como mostra a figura 16.7.
O sistema Rudloff possui atualmente outra linha para cabos com 12 cordoalhas de
diâmetro de 12,7 mm que utiliza cabeçotes metálicos e cunhas para ancoragem dos
cabos, como o sistema VSL e o atual da Stup, mostrados nas figuras 16.8 e 16.9.
225
Figura 16.9 - Conjunto bomba e macaco, cabeçote de
tensionamento, cunhas e cabo de 12
cordoalhas de diâmetro de 12,7 mm do
sistema Rudloff
Opcionalmente, os fios ou cordoalhas poderão ser protegidos com óleo solúvel. Este
critério deve ser analisado pela fiscalização, tendo em vista a dificuldade de remoção
perfeita do óleo. Utiliza-se equipamento para limpeza de cordoalhas, constituído por
roldanas e escovas, acionadas por motor elétrico.
Antes da concretagem, deve ser feita a inspeção da bainha. A inspeção pode ser
auxiliada pelo emprego de ar, a fim de se verificar a existência de vazios pelos quais
pode entrar nata ou argamassa do concreto.
Deve-se passar uma bucha metálica, presa em um cabo de aço, pelo interior das
bainhas, visando garantir a desobstrução. Essa operação deve ser feita, de preferência,
antes, durante e logo após a concretagem.
O controle da protensão deverá ser feito conforme prescreve a NBR 10.789, capítulo
9.5 - “Controle da protensão e interpretação desses controles”.
É interessante que para cada cabo seja preenchida uma tabela padronizada, bem como
plotar durante a operação, um diagrama tensão-deformação, para facilitar a observação
do carregamento.
228
Figura 16.11 - Colocação de arruelas para garantir a
ação uniforme das cunhas.
• verificar a posição do cabeçote móvel, que deverá estar perfeitamente ajustado entre
o macaco de protensão e a ancoragem fêmea;
• durante a protensão, envolver o macaco, no lugar das cunhas, com saco de estopa
para evitar que as cunhas sejam projetadas à distância;
• examinar se o cone macho está colocado corretamente (ou seja, verificar se os fios
estão bem encaixados nas estrias do cone);
Após ser feita a análise dos resultados das operações de protensão e se concluir
satisfatoriamente, poder-se-á proceder ao corte das extremidades dos cabos e efetuar
a vedação dos nichos.
O corte deve ser feito com disco de esmeril, deixando-se para fora da ancoragem um
comprimento de acordo com o que foi recomendado pelo processo.
A proteção final dos cabeçotes será feita com adesivo epoxídico e/ou durepóxi,
recebendo posteriormente um envelopamento de concreto em segundo estágio. A
figura 16.14 mostra um conjunto de cabeçotes preparados para receber a proteção
final.
230
Figura 16.14 - Conjunto de cabeçotes preparados para
receber a proteção final.
16.10 - Exposição fotográfica dos serviços de protensão das vigas do munhão das
comportas do vertedouro das usinas de Emborcação, Nova Ponte e Miranda
• UHE de Emborcação
Processo Freyssinet
• UHE de Miranda
Processo Tensacciai, conforme norma britânica BS Nº 4447
Fotos 16.1 e 16.2 - Serviços de armação e instalação das bainhas de tubos rígidos,
transversais e longitudinais para colocação dos cabos de protensão.
231
Foto 16.3 - Medição e corte das Foto 16.4 - Cabos e macaco de protensão
cordoalhas, em plataforma plana instalados, para as operações de
e com cobertura para sua protensão
proteção.
Foto 16.5 - Execução das operações de Foto 16.6 - Cabos protendidos, a placa e as
protensão. clavetes protegidas com massa
Durepoxi. Os cabos serão cortados
com disco de lixadeira e os nichos
concretados para proteção da
placa, clavetes e dos cabos de
232
protensão, logo após os serviços de injeção.
233
17 - SERVIÇOS DE INJEÇÃO DE CALDAS DE CIMENTO
Após a protensão, os cabos devem ser protegidos contra corrosão mediante a injeção
de calda de cimento nas bainhas, através do furo central do cone macho.
O objetivo da injeção é o de garantir uma proteção eficaz dos aços de protensão contra
a corrosão, evitando a infiltração de elementos corrosivos vindos do exterior e, ao
mesmo tempo, assegurar a ligação mecânica entre as armaduras ativas e o concreto, e
evitar a vibração dos cabos durante o uso da estrutura.
Os materiais para injeção, como cimento, aditivo, água e gelo, devem ser previamente
ensaiados e aprovados para uso, pelo Laboratório de Concreto, bem como a calda de
injeção.
A injeção deve ser efetuada a partir da extremidade mais baixa de maneira contínua e
sem interrupção. O respiro de saída, assim como todos os respiros intermediários,
devem estar abertos por ocasião do início da operação, devendo possuir dispositivos de
fechamento rápido, a fim de permitir, ao se completar a injeção, a manutenção da
pressão confinante.
Após o aparecimento da calda na outra extremidade do cabo que está sendo injetado,
deve-se prosseguir o bombeamento até que se possa identificar a concentração da
calda que sai com aquela que entra, pois, no princípio, a calda sairá muito fluida
(“aguada”). Obtura-se, então, a extremidade de saída (com um pedaço de madeira ou
234
dobrando o tubo e prendendo-o com arame), bombeia-se mais uma vez, retira-se o bico
injetor e obtura-se o furo de entrada rapidamente, evitando-se o refluxo da injeção.
É aconselhável que o recipiente de mistura seja colocado a uma altura suficiente para
permitir escoamento da calda a um segundo recipiente, colocado em nível inferior ao
primeiro. Esse recipiente deve ser munido de um agitador de forma a manter a
estabilidade da calda. A velocidade de rotação do misturador deve ser superior a 1.000
rpm. A velocidade máxima de qualquer uma das partes do misturador dentro da calda
não pode exceder a 15 m/s.
A calda, logo após fabricada, deve escoar para o recipiente de recepção e estocagem,
onde deve permanecer continuamente em movimento, inclusive durante a operação de
injeção. Recomenda-se que a velocidade de rotação do agitador desse recipiente seja
compreendida entre 60 a 160 rpm. Em hipótese alguma pode ser acrescentada água
nesse recipiente para aumentar a fluidez da calda.
Ao sair do recipiente misturador para o agitador alimentador, a calda deve passar por
uma peneira de malha nº 8 (2,4 mm) a fim de reter eventuais grumos ou impurezas. A
peneira deve ser acessível para permitir inspeção e limpeza periódicas.
A bomba injetora deve ter potência suficiente para efetuar a injeção em fluxo contínuo e
deve ter dispositivo que permita retorno da calda e manômetros para leitura de
pressões no decorrer da injeção.
A calda deve ser refrigerada, empregando-se gelo em flocos (moído) na sua produção.
A temperatura da calda deverá estar entre 14 ± 2 °C. Para a calda atingir esta
temperatura a mistura de água e gelo deverá estar entre 3 ± 2 °C e o cimento estar
com temperatura próxima da ambiente.
235
Após a injeção, as peças não devem ser submetidas a esforços ou vibrações que
possam vir a afetar a integridade da calda. Sempre que não se comprove, por meio
de ensaios, para garantia desta integridade, é exigida uma resistência mínima da
calda de 10 MPa, por ocasião da aplicação desses esforços ou vibrações.
236
Local de Amostragem da Calda
Ensaio Recipiente Entrada Saída Freqüência
Agitador/ da da
Alimentador Bainha Bainha
PH Sim --- --- Uma vez em cada cabo.
Fluidez --- Sim ---
--- --- Sim Quantas vezes necessário em
NBR 7682 cada cabo
Vida Útil Uma vez para mesma
Sim --- --- composição e condições de
NBR 7685 mistura.
Exsudação
e Sim --- --- Uma vez no primeiro dia de
Expansão trabalho, repetindo-se no
NBR 7683 máximo a cada 100 sacos de
Resist. a Compressão Sim --- --- cimento consumidos por
frente
NBR 7684 de trabalho e/ou a cada duas
Início e Fim de Pega Sim --- --- semanas; e cada vez que
CRD C-82 mudar a composição e/ou
Estabilidade Sim --- --- condições de mistura e/ou
CRD C-81 materiais.
Massa Específica Sim --- ---
Tabela 17.1 - Programa para ensaios de calda de injeção
Foto 17.1 - Mistura e injeção de calda - No primeiro plano mostra a bomba injetora e
ao fundo o misturador de duas cubas - UHE de Nova Ponte
237
Foto 17.2 - Execução dos serviços de injeção nos cabos longitudinais da viga do
munhão do vertedouro da UHE de Nova Ponte
Na produção de caldas para injeção de dutos e bainhas de protensão não deve ser
utilizado o cimento Portland de Alto-Forno devido a presença de sulfetos na escória,
sob a forma de sulfeto de cálcio, ferro e manganês. Os sulfetos, em presença de
umidade e certas condições de PH, pode dar origem ao ácido sulfúrico que por sua
vez, em contato com o ferro, libera hidrogênio que penetra na estrutura do aço,
provocando a sua fragilização e corrosão.
A critério da CEMIG, poderão ser utilizados outros tipos de cimento, desde que os
mesmos satisfaçam as condições exigidas para os teores de cloro e enxofre,
provenientes respectivamente de cloretos e sulfetos.
4. Misturar por mais 2,5 minutos, totalizando o tempo de mistura de 4,0 minutos.
O tempo de mistura não pode exceder a 4,0 minutos, a menos que seja
comprovada, através de ensaios prévios, melhoria das qualidades da calda e deve
ser contado a partir da adição de todo o cimento à água, esta já contida no recipiente
do misturador. Os tempos de mistura devem ser controlados utilizando-se
cronômetros com precisão de 0,5 segundo.
Quando da utilização de gelo, este deve ser triturado e adicionado à água de mistura
e, no momento da dosagem, a água com o gelo deverá ser passada na malha nº 8
(2,4 mm), para evitar a presença, após a mistura, de nenhum floco de gelo na calda
e reter eventuais grumos ou impurezas. A peneira deve ser acessível para permitir
inspeção e limpeza periódicas.
− Fator água/cimento
− Fluidez
− Vida Útil
− Exsudação
− Expansão
Quando for empregado aditivo expansor, a expansão total livre deve ser no
máximo 7 % do volume inicial da calda, medida 3 horas após a mistura. A calda
deve ser injetada em um tempo tal que pelo menos 70 % da expansão total livre
ocorra dentro da bainha.
− Resistência à Compressão
239
Não deve ser inferior a 25 MPa aos 28 dias de idade.
A título de informação, são apresentados a seguir os traços das caldas utilizadas nos
serviços de injeção nas Usinas de Miranda e Igarapava.
− UHE de Miranda
Traço da calda utilizada nos serviços de injeção para preenchimento das bainhas
de protensão das vigas do munhão das comportas do vertedouro e do pré-
distribuidor das Unidades 1, 2 e 3.
Calda utilizada:
240
Traço de calda para 02 sacos de cimento
Materiais Quantidades
Cimento Itaú CP II-F-32 100 kg (02 sacos)
Aditivo Tricosal 181 1 kg (02 saquinhos de 500 g cada)
Água 34 litros
− UHE de Igarapava
Traço da calda com microssílica (sílica ativa ou sílica fume), sem gelo, utilizada
nos serviços de injeção das vigas do munhão das comportas do vertedouro.
Calda utilizada:
241
17.2 - Injeção de calda de cimento e/ou argamassa para consolidação de rocha da
fundação
Poderão ser utilizados os cimentos Portland Comum - NBR 5732 (sigla: CP I-32 e/ou
CP I-S-32), Composto - NBR 11.578 (sigla: CP II-E-32 e CP II-F-32) e o de Alta
Resistência Inicial (ARI) - NBR 5733, dando-se preferência aos cimentos que
apresentem percentagem de material retido na peneira nº 200 (0,075 mm) abaixo de 5
%, de modo a assegurar maior injetabilidade, no caso das pequenas fissuras.
Em todos os serviços de injeção devem ser registrados: hora, dia, tempo de injeção,
quantidade de calda, pressão, volumes, pesos, dosagem da calda, serviços de
242
perfuração e, principalmente, observações acidentais, como: interrupções,
vazamentos na superfície e entre obturador, comunicações entre furos, etc.
− Perfuração
− Calda de injeção
Caldas com relação água/cimento entre 0,60 a 0,70, sugeridas, são muito estáveis
quanto aos ensaios reológicos, com os cimentos normalmente usados para injeção.
A calda será devolvida, pela tubulação de retorno, para o agitador, caso as pressões
tendam a subir além das determinadas.
Salva-manômetros deverão ser do tipo passante, preenchidos com óleo e não graxa,
para acionamento do manômetro.
243
Os obturadores deverão ser do tipo bucha de borracha, de forma cilíndrica, para
expansão lateral quando comprimidos e de diâmetro compatível com os dos furos.
Os furos deverão ser obturados no concreto, acima do contato com a rocha.
2
A pressão poderá ser de até 2 kgf/cm , dependendo da posição do obturador e
sobretudo da espessura/massa do concreto acima da região do contato.
Para medir o volume de calda consumida, deve-se fazer previamente uma cubagem
do volume do recipiente agitador.
Para reparar defeitos no concreto devido a juntas frias, concreto alveolado (“ninhos de
abelha”), deslocamento e para enchimento de abertura de juntas de trabalho
(contração/dilatação), a calda de cimento deverá ser ajustada para uma relação
água/cimento máxima de 0,58, com fluidez no cone de Marsh de 14 ± 2 segundos. É
fundamental que a calda apresente fator de sedimentação máximo de 5 %. Para que
estes parâmetros possam ser alcançados, em geral, utiliza-se aditivos redutores de
água e/ou água gelada na preparação da calda, de forma que a temperatura da calda
no instante da aplicação fique entre 7 e 12 °C.
244
Para cada caso a resistência à compressão deverá ser estabelecida em projeto.
Geralmente, emprega-se uma calda de mesmo fck do concreto a ser injetado.
245
Foto 17.7- Execução dos serviços de Foto 17.8 - Coleta da água extraída através
injeção, entrada da calda. do efeito chaminé para medição
e controle do volume de água
extraído.
246
18 - INSTALAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AUSCULTAÇÃO PARA MONITORAMENTO DO
COMPORTAMENTO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
Não se pode perder de vista que o controle de segurança de uma obra, e particularmente
de barragens, depende de uma série de tarefas, além da simples instalação e leituras da
instrumentação. Entre essas destacam-se as inspeções visuais pelos responsáveis da
coleta de dados, as inspeções visuais efetuadas por especialistas, a interpretação
conjunta das inspeções e das análises de instrumentos e a avaliação global da segurança
da obra.
247
O mapeamento e os estudos geológico-geotécnicos devem ser precisos o suficiente
para permitir uma avaliação correta das falhas e descontinuidades existentes, direções,
inclinações, atividades, etc.
Em cada obra deve ser levado em conta seu comportamento individual, considerando a
experiência obtida em outras obras.
Deve ser analisado se o instrumento é capaz de fornecer a resposta que dele se espera
e com precisão suficiente.
O planejamento deve levar em conta que todos os instrumentos devem ser adquiridos
ou fabricados com antecedência suficiente para serem avaliados e aferidos em
laboratório.
Quando se pretende avaliar não só a segurança da estrutura mas também estudar seu
comportamento, é necessário que se execute um programa de observações bastante
abrangente. Nesse caso, as diversas medições visam fornecer todos os elementos
necessários para a completa interpretação dos fenômenos.
Os tipos de medições que podem ser efetuados para uma estrutura de concreto são:
− Pressão hidrostática
• níveis da água
• alturas de sedimentações
− Clima
• temperatura ambiente
• índices pluviométricos
• umidade
• ventos e outras condições climáticas
• temperatura da água do reservatório
− Vibrações
248
− Evolução da temperatura do concreto
− Variações de volume
− Deslocamentos
• horizontais
• verticais
• rotações
− Deformações
• nas juntas
• no interior da estrutura
• na fundação
− Tensões
• no concreto
• na armadura
− Temperaturas
− Subpressões
− Movimentação de juntas
− Fissuração
− Eventuais infiltrações
• drenos de fundação
• drenos de juntas
• juntas entre blocos
• juntas de construção
• coberturas
• impermeabilizações
− Variações autógenas
249
− Propriedades térmicas
− Permeabilidade
− Propriedades elastomecânicas
18.3.1 - Generalidades
18.3.3 - Temperatura
Têm sido usados há muitos anos, com desempenho satisfatório, e podem ser lidos
com auxílio de uma ponte de Wheatstone, fornecendo temperaturas com precisão da
ordem de 0,3 °C e fundo de escala variável de -30 °C a +70 °C.
250
auxílio da mesma central empregada na leitura dos extensômetros, medidores
elétricos de juntas e termômetros.
Em geral, para obras civis, onde as variações térmicas são reduzidas, usa-se o
Cobre-Constantan, originando-se força eletromotriz de aproximadamente 40 V/°C.
Pode-se, também, utilizar pares de Cobre-Ferro, de Ferro-Constantan, etc. A leitura
pode ser feita facilmente por potenciômetro.
18.3.4 - Deslocamentos
Diversos são os tipos de instrumentos que podem ser utilizados, entre os quais estão
os pêndulos, extensômetros múltiplos, distanciômetros, teodolitos, barras de
fundação, níveis líquidos, defletômetros.
− Pêndulo direto
251
A precisão obtida na leitura do pêndulo é função do aparelho de leitura empregado,
sendo que no caso do coordinômetro óptico a menor divisão de escala é de 0,1
mm.
− Pêndulo invertido
− Teodolitos e distanciômetros
252
O movimento relativo das faces de uma junta é quantificado pelo medidor triortogonal,
pela base de alongâmetro ou pelo medidor elétrico de junta. O primeiro mede as três
componentes do movimento de junta, o segundo duas componentes onde uma é
normal ao plano de junta e o terceiro medidor fornece apenas o movimento normal ao
plano da junta. Os dois primeiros destinam-se a medições na superfície e o terceiro é
embutido no concreto. O medidor elétrico de junta, quando baseado no princípio da
variação da resistência elétrica de um condutor pela deformação, mede, também, a
temperatura local do concreto.
18.3.6 - Deformações
− Durabilidade
− Fidelidade
− Rigidez
A rigidez longitudinal deve ser nula para que se possa acompanhar as variações de
comprimento do concreto, sem introduzir qualquer tensão.
− Robustez
253
O aparelho deve ser robusto o suficiente para suportar pequenos choques que
inevitavelmente ocorrem durante a instalação.
− Sensibilidade
-6
Deve ser capaz de acusar deformações da origem na ordem de 10 mm/mm.
− Campo de leitura
− Dimensões
− Termômetro
18.3.7 - Tensões
254
Quanto mais fina a lâmina, mais as tensões serão iguais. Evidentemente, é impossível
produzir, atualmente, uma peça infinitamente fina, de modo que deve haver uma
pequena correção. Os atuais tensômetros possuem diâmetro cerca de 12 vezes a
espessura. Uma análise efetuada mostrou que o instrumento fica assim 93 %,
independente de deformações do concreto, sendo o máximo erro, na determinação da
tensão, de 7 %.
O tensômetro para concreto tem sido, hoje, largamente utilizado. A lâmina geralmente
é de mercúrio e possui cerca de 0,2 mm de espessura. Por enquanto, pode medir
apenas tensões de compressão e tem se verificado que detalhes de fabricação de
instalação são importantes para uma correta interpretação dos resultados. É
necessário que o aparelho possua uma proteção adequada de aço em torno da parte
sensora (extensômetro) para que não ocorram deformações causadas por forças
laterais. Fator primordial para as análises dos resultados é a calibração.
• otimizar o número de leituras a ser efetuado pela equipe, de modo a aumentar sua
eficiência (nos casos em que não houver automação);
Deste modo, garante-se que os valores lidos sejam realmente utilizados para os fins
almejados, e não sirvam apenas de elemento de arquivo.
O programa de leituras deve conter a freqüência com que cada instrumento deve ser
lido e consiste numa série de recomendações para cada fase da obra: instalação (do
aparelho); construção; no caso de barragens, enchimento e primeiro ano de operação
após o enchimento; e, finalmente, durante o restante do tempo.
A coleta de dados deve ser efetuada por técnicos experientes, bem como o
processamento inicial, pois esta é a matéria prima para os trabalhos de análise
comportamental. O processamento, seja ele automático ou não, deve seguir orientação
dos responsáveis pela instrumentação, principalmente no que se refere aos processos
de cálculo a serem usados.
257
18.8 - Instalação de instrumentos para auscultação nas usinas da CEMIG
Das usinas da CEMIG, São Simão é a única que possui um conjunto de instrumentos
de auscultação, que foram instalados para o monitoramento do comportamento das
estruturas de concreto durante as fases de construção, enchimento do reservatório e de
operação da usina.
Instrumento Quantidade
Termômetro de resistência elétrica tipo Carlson e 106
Kyowa
Extensômetro ativo 220
Pêndulo direto 10
Pêndulo invertido 06
Base de alongâmetro 63
Tensômetro 09
Informamos que nas usinas de Peti e Jaguara, face ao aparecimento de fissuras devido
à ocorrência da reação álcali-agregado no concreto, estão sendo extraídos uma série
de corpos de prova (carotes) das estruturas dessas barragens, para realização de uma
bateria de ensaios visando conhecer, quantificar sua magnitude e identificar o tipo da
reação, bem como a instalação de instrumentos para auscultação e acompanhamento
do comportamento das estruturas de concreto. Estão sendo instalados os instrumentos:
Bases de Alongâmetro, Extensômetros e Tensômetros de resistência elétrica tipo
Carlson.
258
19 - CONCRETO PROJETADO
• O concreto projetado, também, tem sido utilizado com bastante sucesso mesmo
em terrenos da pior qualidade, como solos plásticos saturados, como reforço de
estabilização de perfis metálicos (“cambotas”) e em reparos de estruturas de
concreto convencional.
− O concreto será projetado através dos processos vias úmida ou seca, com
preferência para o método por via úmida, devido a melhor uniformidade do concreto
e menor perda por reflexão (“ricochete”).
• Estágio I
• Estágio II
19.2 - Materiais
19.2.1 - Agregados
Peneiras Percentagem
Aberturas Nominais Retida
Polegadas/nº (mm) Acumulada
1/2” 12,7 0
3/8” 9,5 0-5
nº 4 4,8 15 - 28
nº 8 2,4 27 - 48
nº 16 1,2 45 - 54
nº 30 0,6 62 - 80
nº 50 0,3 80 - 93
nº 100 0,15 85 - 98
nº 200 0,075 95 - 100
A dimensão máxima do agregado poderá ser alterada desde que aprovada pela
CEMIG.
Os tempos de início e fim de pega serão determinados de acordo com a NBR 13069,
porém usando-se o fator água/cimento e a percentagem de aditivo do concreto
projetado. Os aditivos usados no concreto projetado via seca serão em pó ou líquidos,
e por via úmida serão líquidos.
19.4 - Mistura
− A superfície da rocha a ser tratada deve estar limpa e isenta de materiais soltos,
lamas ou outras matérias estranhas. Todas as superfícies deverão serem
umedecidas para a aplicação do concreto projetado.
− O movimento do bico injetor deve ser regular e em “ziguezague” sobre uma pequena
área de cada vez. Não se deve permitir que o bico injetor fique parado sobre um
mesmo ponto. A concretagem de cada camada com concreto projetado deve ser
efetuada através de passadas sucessivas do jato. O concreto deve ser lançado em
fluxo ininterrupto e uniforme. Caso o jato fique intermitente, deve ser desviado da
área em projeção.
− Sempre que possível utilizar-se de uma máquina com dosador automático de aditivo.
− Em superfícies verticais ou tetos, para coberturas com espessuras maiores que 2,5
cm, devem ser lançadas várias camadas, a fim de evitar o deslocamento da camada
anterior. No caso de lançamento próximo da horizontal, a espessura mínima deve
ser de 1 cm. Para evitar o deslocamento da camada anterior, deve-se aguardar entre
30 minutos a 1 hora para aplicação de novas camadas. No caso de utilização de
aditivo acelerador, este tempo pode ser reduzido.
− Para aplicação de concreto projetado contra o solo, este deve estar compactado e
regularizado, e a superfície estar na condição de saturada, porém sem água livre.
263
− A folga ao redor da armadura deve ser no mínimo três vezes o diâmetro máximo do
agregado usado. O cobrimento mínimo, normalmente adotado é o mesmo usado
para o concreto convencional.
− Os pinos de referência não deverão ser corrosivos e serão instalados de forma a não
causar infiltrações de água através do concreto.
− Cada camada, numa aplicação contínua, não poderá ter espessura superior a 2 cm
no topo de túnel e regiões adjacentes, ou superior a 5 cm nas outras regiões.
Pode ser usada a argamassa projetada ("gunita") sem agregado graúdo, neste caso a
superfície será mais lisa e a reflexão (“ricochete”) será menor. Porém a argamassa
projetada apresenta maior consumo de cimento e maior retração por secagem.
265
• Resistência à Compressão Axial
• Resistência à Tração na Flexão - NBR 12.142
• Massa Específica - ASTM-C-642
• Índice de Vazios - ASTM-C-642
• Absorção - ASTM-C-642
Para o concreto projetado reforçado com fibras de aço, será realizado, também, o
ensaio de Ruptura por Flexo-Tração - UNE 83-509 e Determinação do Índice de
Tenacidade “Resistência à Primeira Fissura” - UNE 83-510 da AENOR (Associação
Espanhola de Normas).
Esporadicamente deverão ser extraídos das estruturas, corpos de prova com diâmetro
de 7,5 cm, com sonda rotativa para avaliação das resistências mecânicas e de outras
propriedades do concreto projetado. Nos corpos de prova extraídos será avaliada,
também, a espessura da camada e a aderência no contato concreto/rocha.
266
• Aplicação de concreto projetado reforçado com fibras de aço;
• Abertura de drenos superficiais;
• Recolocação da rede de iluminação.
Os detalhes dos serviços executados são mostrados nas figuras 24.3 e 24.4.
267
Figura 19.4 - Detalhes da instalação de chumbadores passivos
Na UHE de Nova Ponte (1997) foram realizados reparos para estabilização de taludes
3
de rocha contíguos à Casa de Força, onde foram aplicados 45 m de concreto projetado
reforçado com fibras de aço da Dramix tipo ZL 30/0.65, produzidas pela BEMAF - Belgo
Mineira Bekaert Arames Finos Ltda. (50 kg de fibras por m3). O fck especificado para o
concreto é 25 MPa aos 28 dias.
* da Sheikan Ancorjet
** Rapidíssimo em pó - Otto Baumgart Ind. Com. Ltda
sss - saturado superficialmente seco
268
19.10 - Concreto projetado reforçado com fibras metálicas - Melhorias no tratamento de
rochas em túneis e taludes
Outro fato relevante é que para o mesmo consumo de cimento a resistência final do
concreto elevou-se, 28 dias em 30% em média, em comparação com as projeções
feitas com o anel d’água tradicional, provocada pela manutenção do fator A/C
constante e melhor hidratação do cimento devido a velocidade do jato d’água.
269
2,59 MPa (fibra metálica), inclusive com a possibilidade de redução da espessura em
relação ao projeto.
O Metrô de Santiago a adoção de fibras metálicas visa substituir uma malha metálica
de 15 cm e fio de 6 mm, os ensaios foram realizados nos laboratórios da Universidade
Católica de Santiago com fibras Dramix (30 x 0,50) e Steel jet (Sheikan) de 38 mm,
com resultados preliminares que comprovam a capacidade de substituição do
concreto reforçado com telas por CPRFM.
A relação de preço comparativo entre esse tipo de bomba e das via úmida (Aliva) é de
aproximadamente U$ 19.000 para U$ 60.000.
• tenacidade
• resistência ao impacto
• resistência ao cisalhamento
• resistência à flexo-tração
• resistência à fadiga
• resistência à corrosão
• durabilidade
• menor permeabilidade
270
Uma das vantagens importantes, sem duvida, é o comportamento a ruptura. A
capacidade de deformação após ocorrer a primeira fissura e a capacidade notável de
resistir cargas importantes, muito próximas da carga última torna imbatível sua
aplicação em túneis, minas e taludes.
271
20 - CONCRETO TRATADO A VÁCUO
20.1 - Generalidades
Quando do lançamento do concreto, a vibração faz com que a água, juntamente com
as partículas finas, caminhem para a superfície, enquanto o agregado tem tendência de
descer, provocando o aumento do teor de cimento na parte superior da laje. Com o
272
tratamento a vácuo, é retirada parte dessa água que ascende à superfície do concreto,
reduzindo substancialmente o fator água/aglomerante na superfície, tendo como
conseqüência um aumento das resistências à compressão, tração, abrasão e uma
diminuição da retração, como mostra o gráfico 25.1.
No caso da Usina de Emborcação, onde foi usada cinza volante (“fly-ash”), a pesquisa
da influência do teor de finos no processo de tratamento foi realizada através da
caracterização de traços de concreto com fator água/aglomerante variando de 0,390 a
0,550, com e sem utilização de cinza volante.
Os resultados destes estudos, mostrados nas Tabelas 20.1, 20.2, 20.3, 20.4 e 20.5 e
nos gráficos 20.2, 20.3, 20.4, 20.5 e 20.6, possibilitaram as seguintes conclusões:
Gráfico 20.2 - Composição granulométrica dos agregados utilizados nos estudos dos
concretos sem vácuo e com vácuo
275
Idade Ensaio A/Agl. = 0,550 A/Agl. = 0,530 A/Agl. = 0,510 A/Agl. = 0,480 A/Agl. = 0,450 A/Agl. = 0,420 A/Agl. = 0,390
(dias) S/ Vácuo C/ Vácuo S/ Vácuo C/ Vácuo S/ Vácuo C/ Vácuo S/ Vácuo C/ Vácuo S/ Vácuo C/ Vácuo S/ Vácuo C/ Vácuo S/ Vácuo C/ Vácuo
03 Compressão Axial em 155 219 172 238 163 237 184 256 226 260 209 281 285 286
07 Cubos 15x15x15 cm 220 295 229 299 221 288 278 342 262 307 343 390 363 390
2
28 kg/cm 275 317 303 392 324 352 349 392 353 393 413 431 436 466
03 Tração na Flexão em 34,41 43,24 33,12 42,00 34,88 42,90 35,28 42,80 35,54 46,49 39,45 48,19 43,72 47,78
07 Vigas 15x15x15 cm 40,07 49,11 40,38 50,82 38,30 47,09 44,20 49,46 44,03 50,60 48,88 56,39 47,84 56,18
28 kg/cm2 48,80 53,24 48,29 54,98 47,49 55,00 52,59 59,32 49,28 56,00 54,44 62,37 56,12 63,81
03 180 262 227 351 247 382 200 412 247 329 253 362 283 400
07 Esclerometria 259 356 329 376 386 471 359 582 388 527 353 453 518 462
28 324 388 365 412 382 529 392 475 400 500 359 471 494 500
Tabela 20.2 - Resultados dos ensaios de caracterização dos concretos sem vácuo e
com vácuo
Idade A/Agl. = 0,550 A/Agl. = 0,530 A/Agl. = 0,510 A/Agl. = 0,480 A/Agl. = 0,450 A/Agl. = 0,420 A/Agl. = 0,390
Ensaio Conc. c/ Vácuo Conc. c/ Vácuo Conc. c/ Vácuo Conc. c/ Vácuo Conc. c/ Vácuo Conc. c/ Vácuo Conc. c/ Vácuo
(dias) Conc. s/ Vácuo Conc. s/ Vácuo Conc. s/ Vácuo Conc. s/ Vácuo Conc. s/ Vácuo Conc. s/ Vácuo Conc. s/ Vácuo
03 Compressão 1,41 1,38 1,45 1,39 1,15 1,34 1,00
07 Axial em Cubos 1,34 1,31 1,30 1,23 1,17 1,14 1,07
28 15x15x15 cm 1,15 1,29 1,09 1,12 1,11 1,04 1,07
03 Tração na 1,26 1,27 1,23 1,21 1,31 1,22 1,09
07 Flexão em Vigas 1,23 1,26 1,23 1,12 1,15 1,15 1,17
28 15x15x15 cm 1,10 1,14 1,16 1,13 1,14 1,15 1,14
03 1,46 1,54 1,55 2,06 1,33 1,43 1,42
07 Esclerometria 1,38 1,14 1,22 1,62 1,36 1,28 0,89
28 1,20 1,13 1,38 1,35 1,25 1,31 1,01
Tabela 20.3 - Relação entre os resultados dos ensaios realizados nos concretos com
vácuo e sem vácuo
276
Idade Ensaio A/Agl. = 0,550 A/Agl. = 0,530 A/Agl. = 0,510 A/Agl. = 0,480 A/Agl. = 0,450 A/Agl. = 0,420 A/Agl. = 0,390
(dias) S/ Vácuo C/ Vácuo S/ Vácuo C/ Vácuo S/ Vácuo C/ Vácuo S/ Vácuo C/ Vácuo S/ Vácuo C/ Vácuo S/ Vácuo C/ Vácuo S/ Vácuo C/ Vácuo
03 Compressão Axial em 204 251 220 274 302 326 316 374 323 382 343 391 353 421
07 Cubos 15x15x15 cm 297 369 324 382 358 411 402 460 446 495 454 474 460 513
2
28 kg/cm 329 396 352 431 452 503 447 497 456 512 508 495 524 555
03 Tração na Flexão em 35 41 36 47 39 45 41 49 40 47 44 52 46 51
07 Vigas 15x15x15 cm 41 48 45 51 46 52 45 53 48 55 49 54 50 58
28 kg/cm2 52 62 52 52 52 60 61 55 52 60 62 57 59 66
03 124 271 206 306 286 433 298 441 309 447 365 453 400 445
07 Esclerometria 162 418 288 441 282 529 362 565 424 539 459 623 456 594
28 282 447 353 447 315 500 371 530 412 509 441 524 488 512
Tabela 20.4 - Resultados de caracterização dos concretos sem vácuo e com vácuo
Idade A/Agl. = 0,550 A/Agl. = 0,530 A/Agl. = 0,510 A/Agl. = 0,480 A/Agl. = 0,450 A/Agl. = 0,420 A/Agl. = 0,390
Ensaio Conc. c/ Vácuo Conc. c/ Vácuo Conc. c/ Vácuo Conc. c/ Vácuo Conc. c/ Vácuo Conc. c/ Vácuo Conc. c/ Vácuo
(dias) Conc. s/ Vácuo Conc. s/ Vácuo Conc. s/ Vácuo Conc. s/ Vácuo Conc. s/ Vácuo Conc. s/ Vácuo Conc. s/ Vácuo
03 Compressão 1,23 1,25 1,08 1,18 1,18 1,14 1,19
07 Axial em Cubos 1,24 1,18 1,15 1,14 1,11 1,04 1,12
28 15x15x15 cm 1,20 1,22 1,11 1,11 1,12 0,97 1,06
03 Tração na 1,17 1,31 1,15 1,20 1,18 1,18 1,11
07 Flexão em Vigas 1,19 1,13 1,13 1,18 1,15 1,10 1,16
28 15x15x15 cm 1,19 1,19 1,15 0,90 1,15 0,92 1,12
03 2,19 1,49 1,51 1,48 1,44 1,24 1,11
07 Esclerometria 2,57 1,53 1,88 1,48 1,27 1,36 1,30
28 1,58 1,27 1,59 1,56 1,24 1,19 1,05
Tabela 20.5 - Relação entre os resultados dos ensaios realizados nos concretos com
vácuo e sem vácuo
277
eliminadas essas dificuldades, passou-se a utilizar um concreto com fator
água/aglomerante igual a 0,520, objetivando reduzir o consumo de cimento.
278
Figura 20.2 - Seqüência de atividades para concretagem e tratamento à vácuo - Laje
Típica
279
Durante o processo de tratamento a vácuo, ocorrem recalques da ordem de milímetros
em toda a extensão da área tratada, sendo que os recalques atingem uma ordem de
grandeza maior nas áreas de vedação da manta; tais recalques são compensados
aumentando-se, nestas regiões, a espessura da camada em valores correspondentes
aos recalques previstos. Eventuais acertos ainda necessários são efetuados durante o
acabamento.
Os gráficos 20.7 e 20.8, a Tabela 20.6 e as fotos 20.1 a 20.4 mostram o controle da
quantidade de água retirada e o processo de tratamento a vácuo realizados nas lajes
da calha do vertedouro da UHE de Emborcação.
280
Gráfico 20.8 - Água retirada acumulada em cada operação de tratamento à vácuo - Laje
Típica
281
21 - CONCRETO CONVENCIONAL REFORÇADO COM FIBRAS DE AÇO
21.1 - Generalidades
Armar o concreto com fibras de aço não é, na realidade, uma idéia nova. A natureza já
presenteou o homem com materiais ou combinação semelhante de materiais, como a
madeira e o bambu.
Tipos Propriedades
de Resistência à Módulo de Alongamento Gravidade
Fibras Tensão (ksi) Young (10 ksi) Máximo (%) Específica
Acrílico 30 - 60 0,3 25 - 45 1,1
Asbesto (Amianto) 80 - 40 12 - 20 ≅ 0,6 3,2
Vidro 150 - 550 10 1,5 - 3,5 2,5
Nylon 110 - 120 0,7 16 - 20 1,1
Polipropileno 80 - 110 0,5 ≅ 25 0,9
Polietileno ≅ 100 0,02 - 0,06 ≅ 10 0,95
Rayon 60 - 90 1,0 10 - 25 1,5
Aço 40 - 400 29 0,5 - 35 7,8
Tabela 21.1 - Diferentes tipos de fibras existentes no mercado nacional e suas
propriedades
282
desempenhar as suas funções estruturais e conseqüentemente contribuir para a
melhoria das características desses tipos de concreto.
• Aglomerantes
Cimento Itaú de Minas CP-32, com adição de 15 % de cinza volante (“fly-ash”),
proveniente da Usina Termoelétrica de Tubarão - SC.
• Agregados
Areia natural quartzosa e Brita 1 (D.máx. de 19,1 mm) de granito gnaisse.
• Aditivos
Incorporador de ar e retardador de pega.
• Fibras de aço
Utilizou-se fibras descontínuas de aço carbono, tipo 1010/1020, com forma cilíndrica
e superfícies laterais lisas, fabricadas pela Cia. Industrial de Artefatos de Ferro -
CIMAF, com as seguintes dimensões:
Para a dosagem dos concretos com fibras de aço inicialmente adotou-se um traço
básico de concreto, sem fibra, com taxa de argamassa de tal modo a compensar a
perda de trabalhabilidade que ocorre quando da adição de fibras de aço ao concreto.
Nos ensaios observou-se que para concretos muito secos e ásperos (baixa
consistência e trabalhabilidade), ocorria a formação de aglomerados (grumos) de fibras
e o mesmo não acontecia para os concretos de consistência e trabalhabilidade normais.
A título de informação, hoje já existe no mercado fibras de aço com forma desenvolvida
para evitar a formação de aglomerados (grumos) e aumentar a sua performance de
resistência. As fibras da empresa Dramix possuem as pontas onduladas e várias delas
coladas com resina solúvel em água, constituindo placas que ao entrar em contato com
283
a água de amassamento, a resina dissolve e dispersa, dessa maneira, as fibras em
toda a massa do concreto. A Belgo-Mineira Bekaert Arames Finos Ltda - BEMAF -
Divisão de Fibras de Aço é representante da Dramix no Brasil e produz os modelos RC
65/35 BN, RC 80/60 BN, ZL 30/0.65 e ZL 50/1.05.
As fibras da Sheikan Ancorjet possuem formato ondulado em toda sua extensão, o que
impede a formação de aglomerado (grumos) e facilita a sua dispersão em toda a massa
de concreto.
As fotos 26.1 e 26.2 mostram o aspecto das fibras (curtas e longas) e de um corpo de
prova prismático 15 x 15 x 50 cm, com fibras, após ruptura à tração na flexão.
-+
Os resultados obtidos nos ensaios de laboratório são mostrados nas tabelas 21.2 e
21.3 e nos gráficos 21.1 a 21.4, que confirmam os estudos executados em outros
locais, bem como o que a literatura técnica informa a respeito de concretos com fibras
de aço.
285
Gráfico 21.1 - Resistência à Compressão Axial - Corpos de prova cilíndricos de 15 x
30 cm
286
Gráfico 21.4 - Módulo de Elasticidade - Corpos de prova cilíndricos de 15 x 30 cm
Estes resultados permitiram definir pela utilização do concreto com fibras de aço em
algumas áreas da laje da calha do vertedouro da UHE de Emborcação.
A Tabela 26.4 mostra algumas obras em que foi utilizado o concreto com fibras.
289
22 - CONCRETO “TRÉMIE”
• Dosagem
• Agregado Miúdo
• Agregado Graúdo
Podendo-se usar como agregado graúdo o cascalho e não rocha britada, obtém-se
um concreto que fluirá melhor.
Para grandes massas pode-se usar agregados de dimensão máxima até 38 mm e
para pequenas massas, ou peças fortemente armadas, usar agregados de dimensão
máxima até 19 mm.
• Trabalhabilidade
290
• Aditivos
A “trémie” consta de um funil ou tremonha (tromba de elefante rígida) que alimenta uma
tubulação.
A tubulação possui um dispositivo de içamento, por intermédio do qual o tubo pode ser
levantado ou abaixado durante o lançamento.
Tubos telescópicos têm sido usados com sucesso. A tubulação da “trémie” deve ser
robusta o suficiente para resistir ao manuseio e às pressões laterais. O peso da
tubulação geralmente é suficiente para evitar flutuação, mesmo quando vazia.
a) Escorva
291
A escorva da “trémie” consiste em formar, no interior da tubulação, uma coluna de
concreto capaz de opor-se com eficácia à pressão hidrostática exterior.
A introdução dos primeiros concretos em cima do “plug”, deve ser feita de maneira
a não movê-lo rapidamente, porque a saída de água do tubo causará turbulência
no fundo e poderá causar movimento da fôrma e da armação.
b) Formação do Bulbo
c) Escoamento do Concreto
292
O escoamento do concreto propriamente dito obtém-se no curso da alimentação
pelo desenvolvimento e progressão ascendente do bulbo.
d) Fim do lançamento
− Entupimento
− Perda da vedação
293
fundo pelo concreto, a tubulação é recolocada no concreto fresco e o lançamento é
continuado. Devem ser tomados os mesmos cuidados quando da primeira escorva,
para não se empurrar a bola rapidamente para baixo com a carga do concreto, pois
a água saindo rapidamente da tubulação fará uma lavagem prejudicial ao concreto
previamente lançado.
− Formação de nata
294
23 - CONCRETO COM AGREGADO PRÉ-COLOCADO (“PREPACKED CONCRETE”)
Antes da colocação na fôrma, o agregado deve ser lavado e peneirado para remoção das
frações finas.
O agregado graúdo para este tipo de concreto tanto pode ser seixo rolado como britas
provenientes de rocha britada, atendendo, porém, os mesmos requisitos necessários
para a produção de concreto convencional. Dá-se preferência para o seixo rolado
devido à sua forma arredondada. A exigência básica sobre o agregado graúdo é com
referência à dimensão mínima. Normalmente são utilizados agregados com diâmetro
mínimo entre 12,7 mm a 19 mm. Agregados com partículas maiores que 19 mm
fornecem um índice de vazios de material colocado da ordem de 35 a 45 %. Usando
granulometrias compostas, os vazios poderão ser reduzidos.
Para uma maior economia, deve-se manter o conteúdo de vazios do agregado o mais
baixo possível. Este valor, normalmente, fica entre 38 e 48 %.
A areia fina deve obedecer as especificações para uso em concreto convencional; toda
ela passar na malha nº 16 (1,2 mm) e apresentar módulo de finura entre 1,50 a 2,00.
295
na Barragem de Erfenis - República da África do Sul, foram executadas concretagens
por este processo com agregados de diâmetro máximo de 900 mm.
Os estudos foram feitos face às dificuldades de acesso aos locais dos reparos,
estocagem de materiais e instalação de equipamentos utilizados nos serviços de
concretagens convencionais.
Estes estudos foram conduzidos com o objetivo de comparar custos com o concreto
ciclópico que seria a outra opção.
Com os resultados destes estudos pôde-se concluir que, sob o aspecto técnico, ambos
apresentaram excelente qualidade e fácil aplicação; quanto ao custo, o concreto
ciclópico apresentou uma economia da ordem de 20 % em relação ao concreto com
agregado pré-colocado (“Prepacked Concrete”), o que levou a execução dos serviços
de reparos com concreto ciclópico.
23.2.1 - Fôrmas
A colocação dos agregados nas fôrmas deve ser de modo tal que reduza ao mínimo a
possibilidade de segregação. O equipamento para lançamento do agregado deve
estar adequado à magnitude e à velocidade do trabalho.
296
A fim de se obter uma melhor penetrabilidade da argamassa, todo o agregado graúdo
deve ficar submerso ou em saturação, por um período mínimo de 12 horas.
As bombas devem ter potência adequada para a injeção e ser providas de manômetro
para controle das pressões. A qualquer aumento brusco da pressão é interessante
verificar as condições do sistema. Um endurecimento prematuro da argamassa ou a
instabilidade da mistura (sedimentação, etc.) podem provocar um entupimento nas
canalizações, principalmente nos pontos de conexão. Nos casos em que forem
verificados entupimentos nas canalizações procede-se a uma lavagem do sistema.
23.2.5 - Cura
A cura deste tipo de concreto deve ser feita com as mesmas recomendações
indicadas para o concreto convencional.
297
24- CONCRETO LEVE
Conceitua-se como concretos leves aqueles que possuem uma massa específica aparente
menor que 1.850 kg/m3. Este tipo de concreto, quando comparado com o concreto
convencional, de massa específica aparente em torno de 2.400 kg/m3, apresenta
vantagens e desvantagens.
Os concretos leves são obtidos pelo emprego de agregados leves (argila expandida,
vermiculita, isopor), aglomerantes especiais (concreto celular) e combinações dos
processos.
298
− Traço de concreto leve de baixa massa específica aparente, com vermiculita
Materiais Quantidades
Na Tabela 24.1, a seguir, são apresentados os traços de concreto leve com pérolas de
isopor, da empresa Isopor Ind. e Com. De Plásticos S.A., fabricadas com Styropor da
3
Basf, de massa específica aparente de 500 e 600 kg/m , estudados no Laboratório da
CEMIG, para uso em enchimento de contra piso de laje (para alívio de carga da
estrutura) que ira receber o piso de acabamento.
3
Quantidades por m
Densidade Isopor Cimento CP II-E-32 Areia Fina Acronal Água
3
kg/m (1 m3 = 12 kg) (< # nº 30 - 0,6 “Aditivo
(litros) (kg) mm) da Basf” (litros)
(kg) (litros)
O isopor tem carga eletrostática, o que reduz seu volume final através de descarga
durante a mistura. Deve-se adicionar 10 % de isopor aos valores indicados para
3
obtenção de 1 m final de concreto. No cálculo dos traços da Tabela 24.1 foi
considerado 10 % a mais de isopor.
Por ser o isopor repelente à água, deverá receber uma preparação prévia, usando-
3
se 2,5 litros de Acronal 295 D (dispersão plástica) por m de concreto, diluído em 40
litros de água. Com isso, a superfície das pérolas de isopor ficam pegajosas, o que
evitará a sua desagregação durante o período de preparo do concreto. Em seguida,
299
adiciona-se areia fina, cimento e a quantidade de água necessária (menos os 40
litros utilizados para a solução plástica). A quantidade de água varia em função da
umidade da areia e da temperatura ambiente. Recomenda-se o uso de uma
betoneira de circulação forçada (eixo vertical) na elaboração do concreto leve com
isopor.
Segundo a EB-230 - “Agregados Leves para Concreto Estrutural” este tipo de concreto
deve apresentar resistência à compressão mínima correspondente à massa específica
aparente, conforme Tabela 24.3.
Muitos destes agregados leves são capazes de produzir concretos com resistência de
até 35 MPa.
O concreto leve estrutural, embora tenha uma eficiência como isolante térmico menor
que o concreto de baixa massa específica aparente devido a densidade ser maior,
possui uma eficiência substancialmente maior que o concreto convencional de peso
normal.
300
A CEMIG tem utilizado o concreto leve estrutural na confecção de peças pré-moldadas
de tampas de canaletas de galerias de cabos das subestações, com a finalidade de
facilitar seu manuseio e reduzir riscos de acidente.
A seguir é apresentado o traço do micro concreto leve estrutural que tem sido usado
pela CEMIG. Este traço serve de referência, devendo ser ajustado pelo Laboratório de
concreto, para uso eventual.
Materiais Quantidades
• adicionar o cimento;
302
25 - CONCRETOS POLÍMEROS
As resinas, segundo suas origens, podem ser classificadas em resinas naturais e resinas
sintéticas. Do ponto de vista químico, as resinas são, geralmente, divididas em função do
mecanismo de associação das unidades monoméricas em polímeros.
Não há, ainda, nomenclatura brasileira para designar esses novos materiais de
construção. No entanto, são adotados os seguintes termos:
Uma das áreas onde a aplicação de concretos polímeros mais tem se desenvolvido é a
de obras hidráulicas, principalmente em locais onde o material ficará submetido à ação
da água que acaba submetendo o concreto a esforços contínuos, frente aos quais o
material, em geral, acaba por deteriorar. É o caso de erosões e cavitações, em
barragens e condutos, ataques de águas agressivas em dutos, tanto interna como
externamente.
303
ampliado principalmente pelo fato de possuírem maior durabilidade e demandarem
menores investimentos na manutenção.
304
25.2.2 - Antecedentes no emprego de concretos polímeros
Numa linguagem menos formal, as resinas epóxicas são classificadas como materiais
orgânicos artificiais, ou seja, constituídos essencialmente pela combinação sob pressão
e temperatura controladas, de átomos de carbono e hidrogênio, podendo estar
associados a estes elementos o oxigênio, nitrogênio, cloro, etc.
A utilização de resinas epóxi tem sido uma constante nos últimos anos e as aplicações
mais comuns destes produtos têm sido basicamente:
• Pinturas de epóxi
• Argamassa epóxica
• Injeção de resina epóxi em trincas
A CEMIG tem usado resinas epóxi em reparos de estruturas de concreto nas usinas
hidrelétricas de São Simão, Emborcação, Nova Ponte, Miranda e manutenção nas
demais usinas da CEMIG, destacando-se a aplicação destes produtos em estruturas
das seguintes obras:
25.4.1 - Razões para o tratamento das paredes, guias e soleiras com resina epóxi
306
25.4.5.1 - Revestimento das soleiras
307
As modificações físicas permitem alterar a tixotropia (consistência fluida e/ou pastosa)
através da adição de cargas, tais como: pó de quartzo, asbesto (amianto), aerosil,
cimento, diluentes, etc.
308
Foto 25.3 - Revestimento do piso com argamassa epoxídica
309
Foto 25.5 - Superfície acabada
310
26 - CONCRETO COMPACTADO A ROLO “CCR”
26.1 - Definição
De uma forma mais abrangente, o concreto compactado a rolo “CCR” pode ser definido
como concreto de consistência seca que, no estado fresco, pode ser misturado,
transportado, lançado e compactado por meio de equipamentos utilizados em serviços
de terraplanagem ou enrocamento. É, portanto, um material granular, tal qual o solo
cimento usual. No entanto, difere deste por conter tamanhos maiores de grãos e por
possuir características finais similares às do concreto convencional. Atualmente, a
denominação “Concreto Compactado a Rolo” é de uso universal, sendo ainda
conhecido por “Concreto Rolado” ou “Rollcrete”.
− A construção em “CCR” é muito rápida, e uma obra de tamanho médio (300.000 m3)
pode ser construída em poucos meses. Se o período de construção coincidir com a
vazante, é possível executá-la com desvios e estruturas pertinentes muito menores
e, portanto, menos custosas do que seria requerido para períodos mais longos.
− O “CCR” pode ser executado com materiais que não atendem aos limites geralmente
impostos a concreto convencional;
Nos anos de 1972/1973 foram elaborados pelo Corps of Engineers, nos EUA, aterros
experimentais nas barragens Jackson e Lost Creek, visando caracterizar os materiais
componentes e as características do “CCR” que serviram de orientação para o projeto e
execução da Barragem de Willow Creek.
3
A partir de 1974 e até 1982, cerca de 2.400.000 m de “CCR” foram aplicados na
Barragem de Tarbela, no Paquistão. O “CCR” foi empregado, inicialmente, em
substituição à rocha e ao maciço, quando um dos quatro túneis de 13,7 m de diâmetro
sofreu colapso durante o início do enchimento do reservatório. A este reparo seguiram-
se trabalhos de reabilitação nos vertedouros auxiliares de serviço, na bacia de
3
dissipação e em ensecadeiras. Os reparos do túnel envolveram 350.000 m de “CCR”
3
compactados em 42 dias, com pico de 18.000 m /dia. Em 1980, devido às cheias, parte
313
do “CCR”, desprotegido e próximo ao vertedouro de serviço, foi submetido a elevadas
vazões, não tendo apresentado erosão apreciável. Tal fato serviu para aumentar a
confiança à erosão do “CCR”.
Um dos primeiros usos efetivos do “CCR” nos Estados Unidos foi em 1976, na central
3
nuclear de Bellefonte do Tennessee Valey Authority, onde 6.000 m foram utilizados
para elevar a base de suporte do prédio da turbina em, aproximadamente, 3 m.
Entre 1978 e 1980, o Corps of Engineers, EUA, usou o “CCR” no projeto do rio Chena,
Alaska, e para a proteção de rocha à jusante do canal de fuga da segunda casa de
força da Barragem de Bonneville, Washington.
É interessante notar que, tanto nos projetos japoneses quanto no canadense, acima
mencionados, utilizaram-se misturadoras típicas de solo-cimento ao invés de centrais
convencionais de concreto.
− A barragem de Upper Stillwater, Utah, EUA, onde, quando de sua conclusão, foram
3
lançados mais de 1.000.000 m de “CCR”; no traço de “CCR” o aglomerante
consistiu em cerca de 70 % de cinza volante e 30 % de cimento, o núcleo é
impermeável e revestido com elementos de concreto convencional moldados “in
loco”, de forma contínua, sem juntas de contração entre ombreiras, totalizando cerca
de 163.000 metros lineares realizados em faixas, com extrusora;
No Brasil, o uso de “CCR” teve início em 1978, nas obras de São Simão e Itaipu.
3
Na obra de São Simão foram aplicados cerca de 40.000 m , com as seguintes
destinações:
O concreto foi transportado e lançado por meio de transportadores pesados, tipo “fora-
de-estrada”, com capacidade de 50 toneladas. O espalhamento, em camadas de 50
cm, foi feito por trator de lâmina tipo CAT D8, e o adensamento foi executado com rolos
vibratórios.
3
No período abril-maio/78 foram lançados aproximadamente 26.000 m de concreto
adensado com rolo vibratório, no preenchimento da rampa de acesso às fundações da
315
estrutura de desvio da hidrelétrica de Itaipu para a concordância hidráulica das soleiras
das adufas. Essa concretagem teve, inicialmente, caráter provisório, uma vez que no
futuro, haveria necessidade de modificações para implantação da casa de força do
canal de desvio. Em função dos resultados obtidos em amostras extraídas do local
após 30 e 90 dias, foi incorporada à casa de força e canal de desvio como estrutura
definitiva.
Para a produção e execução do concreto rolado utilizou-se:
− agregados britados (diâm. máx. 76 mm até areia artificial), lavados, de uso corrente
no concreto convencional massa, de Itaipu;
3
− produção - centrais com betoneiras basculantes de 3 m ;
Outra aplicação foi no vertedouro da UHE de Três Marias, no período de junho a agosto
de 1984. Este vertedouro, com 550 m de extensão e largura variável da calha entre 60
3
e 93 metros, vazão máxima de 8.800 m /s, apresentava problemas nas operações, com
3
descargas entre 1.000 e 2.000 m /s, desde a sua construção em 1961.
As lajes armadas foram ancoradas com barras de aço CA-50, diâmetro 25 mm; na laje
de concreto existente e rocha da fundação e algumas delas apenas ancoradas no
concreto rolado.
316
O concreto rolado foi previsto para resistência característica à compressão de 3,6 MPa.
Na ligação com o concreto existente usou-se um “CCR” com resistência de 10 MPa.
Para a face montante, o concreto foi dosado com um consumo de aglomerante mínimo
3
de 280 kg/m , agregado com diâmetro máximo de 30 mm e fator água/cimento de
0,450. A expectativa de resistência mínima foi de 18,0 MPa aos 90 dias.
3
O concreto de selo (“bedding mix”) teve um consumo mínimo de cimento de 225 kg/ m ,
agregado com diâmetro máximo de 30 mm e a expectativa de resistência mínima foi de
10,0 MPa aos 90 dias.
Para produção de concreto convencional foi utilizada uma central tipo “Tow-Go”, com
3
capacidade de 30 m /hora. O transporte foi feito em caminhões betoneira.
A produção de “CCR” foi feita com duas usinas de solos com capacidade de 350/600
ton./h, com misturadores tipo “pugmill”, atingindo uma produção de pico de 190
3
m /hora.
318
Esse método de construção tem sido utilizado principalmente nos Estados Unidos
da América.
3
Usa-se geralmente concreto magro e seco, com 65 a 80 kg/m de cimento e pouco
material pozolânico. O concreto é relativamente permeável, com coeficiente de
-4 -6
permeabilidade da ordem de 10 a 10 m/s, o que exige uma camada vertical para
a impermeabilização do paramento de montante de concreto convencional.
O teor de cimentícios pode chegar a mais de 200 kg/m3 com proporção alta de
material pozolânico (75 %).
319
O Laboratório de Concreto da CEMIG desenvolveu um estudo desse método para
a construção da barragem de Bocaina, com possível utilização de escória de alto-
forno, proveniente das seguintes usinas siderúrgicas:
No “CCR” o emprego de materiais mais finos que a peneira de malha nº 200 (0,075
mm), em quantidades mais elevadas que o normal, pode reduzir o teor de pasta
necessário para obtenção de uma determinada energia de compactação.
O “CCR” com altos teores de finos obtidos da britagem da rocha também foi utilizado
com sucesso na construção das barragens de Urugua-Ι, na Argentina, e de Caraíbas,
empreendimento desenvolvido pela CEMIG.
Na usina de São Simão, nos anos de 1977 e 1978, além das adufas, foram feitas as
seguintes aplicações:
320
− Muro de controle do nível de água à jusante da Casa de Força - Volume de “CCR”:
4.300 m3;
O volume total de “CCR” aplicado na usina de São Simão foi de 38.400 m3.
O concreto foi transportado e lançado por meio de transportadores pesados, tipo “fora-
de-estrada”, com capacidade de 50 toneladas. O espalhamento, em camadas de 50
cm, foi feito por trator de lâmina tipo CAT D8 e o adensamento executado com rolo liso
vibratório, Dinapac CA-25.
Parte do enrocamento está apoiado sobre o muro de “CCR”, que complementa parte
da fundação em rocha.
26.8.4.1 - Resumo
26.8.4.2 - Características
321
Durante os estudos iniciais, as primeiras alternativas de barramento contemplavam
uma barragem de terra, em seção tipo homogênea, com volume de
3
aproximadamente 140.000 m de aterro compactado e vertedouro do tipo “Tulipa”.
Posteriormente, com os resultados das primeiras investigações geológica-
geotécnicas e a partir dos mapeamentos executados no local do eixo, houve uma
evolução da concepção original para barragem de gravidade em concreto
compactado a rolo - “CCR”.
322
Figura 26.1 - Barragem de Caraíbas em “CCR” - Planta e cortes
323
26.8.4.3 - Estruturas
Foram previstas três juntas induzidas, desde a face de montante, para absorver
trincas proporcionadas pela restrição à dilatação, causada pelo confinamento do
maciço da barragem entre as ombreiras. Porém, próximo a uma inclinação abrupta
na ombreira direita, foi criada mais uma junta para absorver as possíveis trincas
que esse tipo de inclinação propiciaria.
− Agregados
324
A britagem secundária foi feita por um britador cônico, marca Barber Greene,
modelo 1BP-752, produzindo-se, em primeiro lugar, os agregados do “CCR” e,
em seguida, os do concreto convencional.
3 d
P = 100 % . --------- , com tolerância para “P” de ± 5 %
D.máx.
Onde:
Recomenda-se que o D.máx. ideal para o “CCR” seja igual a 2” (50,8 mm).
Todo o “CCR” foi produzido em uma usina misturadora de solos do tipo USC-2,
marca CIFALI e conhecida como “Pug-Mill”, com capacidade nominal de 120
m3/h, instalada na ombreira esquerda, a 150 m à jusante da barragem.
Nesse tipo de usina, a alimentação dos agregados é feita por moegas dotadas
de comportas de aberturas reguláveis para descarga sobre uma correia
transportadora que, por sua vez, alimenta o misturados. Para a adição do
cimento, foi adaptado à Usina um silo de 100 toneladas que descarregava o
material sobre os agregados na correia através de um sistema de “parafuso-
sem-fim”, sem regulagem de vazão.
Como o sistema para adição de cimento não era regulável, o processo de ajuste
da proporção de cimento na mistura consistia no aumento ou diminuição da
325
vazão dos agregados e da água. Dessa forma, a Usina teve de ser aferida para
se conhecer qual o traço da mistura produzida num dado momento a partir da
regulagem adotada. A aferição foi feita tomando-se várias pesagens do material
que caía em um metro da correia transportadora para diferentes aberturas
angulares das comportas de agregados. Multiplicando-se os resultados das
massas obtidas pela velocidade da correia, obteve-se as curvas de regressão da
abertura angular das comportas (“G”, em graus) em função da vazão (“Q”, em
kg/h), através das equações:
326
Foto 26.2 - Detalhe da saída do misturador já com a chapa soldada para
diminuir a segregação
327
Além das dificuldades de ajustes nos traços de “CCR”, ocorria, também, a
segregação do “CCR” na descarga sobre o caminhão basculante. Esse
problema foi minimizado com a instalação de uma chapa na saída do misturador
e reduzindo-se a abertura do “chute”.
− Concreto convencional
Para a produção de concreto convencional foi utilizada uma central marca CIBI
modelo IBP-70 com quatro silos para agregados, dotados de comportas
pneumáticas, um silo de cimento para 50 toneladas e um reservatório de água
com hidrômetro de precisão. A mistura e o transporte foram feitos em
caminhões betoneira, com capacidade para 7 m3.
− Pista experimental
328
− Concretos de face e selo
329
− Concreto compactado a rolo - “CCR”
Finalmente, a partir do nível da ogiva do vertedouro o acesso foi feito pelas duas
ombreiras, com duas frentes de lançamento.
330
Foto 26.6 - Lançamento da camada 26: diversas operações simultâneas são
dificultadas por causa do tamanho reduzido da praça
331
Foto 26.8 - Fôrmas de jusante no “CCR”, utilizadas para se evitar o desperdício
de concreto. Observar o talude de 0,8 H:1,0 V, que seria de
aproximadamente 1,2 H:1,0 V, sem as fôrmas.
332
− “CCR” excessivamente úmido, seco, apresentando segregação excessiva ou
contaminado era substituído por outro.
334
Gráfico 26.1 - Composição granulométrica dos traços de “CCR”
335
26.8.4.7 - Controle tecnológico
Trabalhabilidade
337
Foto 26.11 - Detalhe do equipamento utilizado na
determinação do consumo de cimento do “CCR”
em função do teor de cálcio na mistura
338
Massa específica e grau de compactação
onde:
Pu real = massa específica do “CCR” em kg/m3
Pu nuc = leitura da massa específica no densímetro nuclear em kg/m3
Nas camadas compactadas com 40 cm de altura a determinação da densidade
pelo densímetro nuclear foi feita removendo-se 10 cm de altura na camada, afim
339
de atender o correto posicionamento da sonda do equipamento, indicado pelo
fabricante.
340
Figura 26.4 - Ilustração do Densímetro Nuclear Troxler 3411B
341
Gráfico 26.6 - Grau de Compactação obtido a partir da massa específica
determinada pelos métodos: densímetro nuclear, anel, VeBe
(Canon Test) e corpos de prova.
Teor de umidade
onde:
U real = umidade do “CCR” em %
U nuc = leitura da umidade do “CCR” no densímetro nuclear em %
342
Gráfico 26.7 - Teor de umidade das camadas de “CCR”
343
Fotos 26.16 e 26.17 - Instalação e leitura de termômetros elétricos tipo Carlson
344
Foto 26.19 - Vista de jusante da barragem de Caraíbas com o vertedouro em
operação
− Estudos de Laboratório
O VeBe modificado foi utilizado em vários estudos (Lost Creek - USA, por exemplo) e
um método similar foi empregado em obras de “CCR” no Japão.
346
uma lanterna, registrando-se o tempo de vibração em segundos. Este tempo é
convencionado como sendo a medida da trabalhabilidade do “CCR”;
No Brasil, nas experiências com “CCR”, foram obtidos valores para a Massa
Específica na faixa de 2.400 a 2.600 kg.m-3.
347
Foto 26.21 - Determinação da Consistência (Trabalhabilidade) “Cannon Time”
no aparelho VeBe modificado
349
Foto 26.25 - Detalhes da moldagem dos corpos de prova em mesa
vibratória
O “CCR” apresenta Resistência à Tração com valores entre 5 e 20 % dos valores das
respectivas Resistências à Compressão Axial.
350
O Módulo de Deformação do “CCR” é menor que o do concreto convencional, nas
baixas idades quando se usa baixo teor de pasta (cimento e água). A partir da idade
de, aproximadamente, 90 dias, o Módulo de Deformação do “CCR” tende a se
assemelhar ao do concreto massa convencional.
Os valores do Coeficiente de Poisson para o “CCR” têm-se situado entre 0,15 e 0,22,
o que não têm mostrado diferenças significativas para com aqueles conhecidos para o
concreto massa convencional.
Os corpos de prova são protegidos contra a perda de umidade por uma membrana de
borracha natural.
351
A capacidade de alongamento do concreto é conceituada como sendo a máxima
deformação que o mesmo apresenta, antes de romper quando submetido a um
esforço de tração aplicado por incrementos de cargas crescentes até a ruptura, a uma
velocidade estabelecida.
As variações de volume devido aos fatores térmicos são influenciados pelo teor e tipo
de aglomerante e pela característica e quantidade de agregados. Considerando que o
“CCR” tem menor teor de cimento para um mesmo nível de resistência que o concreto
massa convencional, a evolução adiabática será menor, o que implica em uma
variação volumétrica menor.
352
O ensaio de elevação adiabática da temperatura permite determinar a evolução de
temperatura, decorrente da geração de calor, devido à hidratação do concreto.
353
Os valores obtidos para o “CCR” de Urugua-i são mostrados na Tabela 26.5, onde
se observa, também, valores de calor específico de concreto massa convencional
de Itaipu, para efeitos comparativos.
354
Pelo conceituado na Lei de Darcy, determina-se o coeficiente de permeabilidade
(Kc) do concreto através de:
Q.L
Kc = ----------- , sendo:
A.H
Os valores obtidos nos ensaios são mostrados no gráfico 31.7, em conjunto com
outros valores de permeabilidade de “CCR” e de concretos convencionais. Esses
valores são maiores que os obtidos para o concreto massa convencional, que se
-14 -13
situam entre 10 e 10 m/s.
355
Gráfico 26.7 - Comparação entre os resultados de ensaios de permeabilidade de
“CCR” e de concretos convencionais
356
27 - ARGAMASSAS PARA ASSENTAMENTO, EMBOÇO, REBOCO E CHAPISCO DE
ALVENARIA EM EDIFICAÇÕES
Para se obter um bom revestimento é necessário que sua execução seja feita em
quatro etapas, como indicado:
2 - Chapisco
Esta camada de acabamento final de parede ou teto deve ser a mais fina possível,
com espessura de 1 a 2 cm.
Após a cura, esperar que o revestimento fique bem seco, para execução da pintura.
357
− O controle de qualidade dos materiais constituintes da argamassa é de suma
importância para tomada de decisões que impeça o surgimento de ocorrências
danosas, tais como: pouca trabalhabilidade; redução da durabilidade; aumento de
fissuras por retração; alteração no tempo de pega; perda da coesão; alteração no
fator água/cimento e outros.
− A argamassa após lançada, não deve sofrer qualquer tipo de violação, até que se
tenha certeza do seu início de pega ou mesmo de sua aderência na superfície.
− Toda camada lançada deve ser regularizada com régua, não sendo admitido
qualquer outra subseqüente sem a perfeita regularização e endurecimento. As
camadas não poderão ser superiores a 2,5 cm, sendo a camada de fundo sempre
mais resistente que a subseqüente.
• Que nada, a argamassa (massa) tem água suficiente para umedecer a superfície;
• Puxa! A massa já está endurecendo, vou colocar um pouco de água para facilitar
sua aplicação;
• Nossa! 5 cm de espessura; vou chapar de uma só vez, não posso perder tempo;
• Não vou esperar a primeira camada endurecer; tenho que produzir, pois ganho por
2
m;
27.2 - Materiais
Não deve ser usado saibro nas argamassas. A areia natural para o reboco deverá ter
módulo de finura de 2,20 a 2,40.
b) Para reboco
359
Assentamento de tijolos cerâmicos e de barro 1:8
Assentamento de blocos de concreto 1:5
Emboço 1:5
Reboco externo 1:6
Reboco interno 1:7
Assentamento de cerâmica “Fundo” 1:5
(Regularização)
Tabela 27.1 - Traços de argamassas para diversas aplicações
27.3.3 - Chapisco
360
Uma das mais antigas aplicações dos aglomerantes aéreos e hidráulicos é na forma de
argamassas de revestimento de alvenarias internas e externas das edificações.
Entretanto, o fato de ser muito tradicional não isenta este material de muitos problemas
técnicos, estéticos e funcionais que facilmente se observam em obras correntes antigas
e recentes.
Umidade constante.
Manchas de umidade. Sais solúveis presentes no componente da
Eflorescência Pó branco acumulado sobre a alvenaria.
superfície. Sais solúveis presentes na água de
amassamento ou umidade infiltrada.
Cal não carbonatada.
Bolor Manchas esverdeadas ou escuras. Umidade constante.
Revestimento em desagregação. Área não exposta ao sol.
Empolamento da pintura, apresentando Hidratação retardada de óxido de cálcio da
as partes internas das ampolas nas cal.
Vesículas cores: branca, preta e vermelho Presença de pirita ou de matéria orgânica na
acastanhado. areia.
Presença de concreções ferruginosas na
areia.
Bolhas contendo umidade no interior. Aplicação prematura de tinta impermeável.
Infiltração de umidade.
A superfície do reboco desloca o
Deslocamento emboço formando bolhas, cujos
com diâmetros aumentam progressivamente. Hidratação retardada do óxido de magnésio
empolamento da cal.
361
A película da tinta descola arrastando o Excesso de finos no agregado.
Deslocamento reboco que se desagrega com Argamassa magra.
com facilidade. O reboco apresenta som Argamassa rica em cal. Ausência de
pulverulência cavo sob percussão. O revestimento em carbonatação da cal. Argamassa de reboco
monocamada desagrega-se com aplicada em camada muito espessa.
facilidade.
Apresentam-se ao longo de toda a Expansão da argamassa de assentamento
Fissuras parede, com aberturas variáveis. por hidratação retardada do óxido de
Deslocamento do revestimento em magnésio da cal. Expansão da argamassa
Horizontais placas com som cavo sob percussão. de assentamento por reação cimento-
sulfatos, ou devido à presença de argilo-
minerais expansivos no agregado.
Distribuem-se por toda a superfície do
Fissuras revestimento em monocamada. Pode Retração da argamassa por excesso de finos
ocorrer deslocamento do revestimento de agregado, cimento como único
Mapeadas em placas de fácil desagregação. aglomerante, água de amassamento.
Fissuras Acompanham o contorno do Retração da argamassa de assentamento
componente da alvenaria. por excesso de cimento ou de finos no
Geométricas agregado. Movimentação higrotérmica do
componente.
Tabela 27.3 - Patologias das argamassas e as prováveis causas
A forma como esses agentes atuam sobre os materiais e componentes nas edificações
é diferenciada dependendo das características e propriedades de cada um, da função
que desempenham e das condições em que se situam na edificação e em relação ao
meio ambiente.
A norma ISO DP 6240-1980 (International Organization for Standartization), define
desempenho de um produto como sendo “O comportamento deste produto em relação
ao seu uso, frente a ação dos agentes agressivos ao longo do tempo”.
362
1 - Fatores Atmosféricos
− Radiação
• solar
• nuclear
• térmica
− Temperatura
• elevação
• depressão
• ciclos
− Água
• sólida (neve, gelo)
• líquido (chuva condensação, água estagnada)
• vapor (umidade relativa elevada)
− Constituintes normais do ar
• gases (óxidos de nitrogênio e enxofre)
• neblinas (partículas finas em suspensão, sais ácidos, álcalis dissolvidos
na água)
• partículas (areia, poeira, impurezas)
− Gelo - degelo
− Vento
2 - Fatores biológicos
− Microorganismos
− Fungos
− Bactérias
3 - Fatores de carga (estresse)
− Esforço de sustentação contínuo
− Esforço periódico
− Esforço randômico
− Ação física da água como chuva, granizo e neve
− Ação física do vento
− Combinação da ação física do vento e da água
− Movimentação de outros agentes, como veículos
4 - Fatores de incompatibilidade
− Químicos
− Físicos
5 - Fatores de uso
− Projeto de sistema
− Procedimento de instalação e manutenção
− Desgaste por uso normal
− Abuso no uso
Tabela 27.4 - Fatores de degradação das argamassas segundo a ASTM E632-78
363
Origem Externa Interna
Natureza Atmosfera Solo Ocupação Projeto
1 - Agentes mecânicos
cargas de neve, gelo, pressão do solo, sobrecargas de cargas
1.1 - Gravidade água de chuva pressão da água utilização permanentes
1.2 - Esforços e pressão de retrações,
deformações congelamento de água, recalques, esforços de fluência, forças
impostas ou dilatação térmica e escorregamentos manobras e deformações
restringidas hidroscópicas impostas
1.3 - Energia cinética vento, granizo, --- impactos internos, golpe de ariete
impactos externos abrasão
ruídos externos, terremoto, tráfego, ruídos internos, ruídos dos
1.4 - Vibrações e ruídos rajadas de vento, vibrações de vibrações de edifícios,
trovões, aviões, máquinas máquinas internas vibrações dos
explosões externas edifícios
2 - Agentes eletromagnéticos
lâmpada e
2.1 - Radiação radiação solar, --- equipamentos painéis
radioatividade radioativos radiantes
distribuição de
2.2 - Eletricidade iluminação fuga de corrente --- corrente,
eletricidade
estática
2.3 - Magnetismo --- --- campos magnéticos campos
magnéticos
3 - Agentes térmicos
ar quente,
--- congelamento, --- --- ---
choques térmicos
4 - Agentes químicos
respingos de água, distribuição de
4.1 - Água e solventes ar úmido, chuvas, água superficial e condensação, água, águas
condensação subterrânea detergentes, álcool servidas,
infiltração
oxigênio, ozônio, água de lavanderia, potenciais
4.2 - Oxidantes óxidos de nitrogênio --- água oxigenada eletroquímicos
positivos
agentes
agentes combustíveis,
4.3 - Redutores --- sulfetos combustíveis, potenciais
amônia eletroquímicos
negativos
ácido carbônico,
4.4 - Ácidos escremento de ácido úmico, vinagre, ácido ácido sulfúrico,
pássaros, ácido ácido carbônico cítrico ácido carbônico
sulfúrico
soda cáustica,
4.5 - Bases --- cales hidróxido de hidróxido de
(carbonatos) potássio e amônio sódio, cimento,
cales
4.6 - Sais névoa salina nitratos, fosfatos, cloreto de sódio cloreto de
cloretos, sulfatos (sal) cálcio, sulfatos,
gesso
4.7 - Neutros poeira, fuligem calcáreos/sílica gorduras, óleos, gorduras, óleos,
tintas, poeira poeira, fuligem
5 - Agentes biológicos
5.1 - Microorganismos bactérias bactérias, mofo, bactérias, plantas
vegetais fungos, raízes domésticas
5.2 - Animais insetos, pássaros roedores animais
domésticos, homem
Tabela 27.5 - Agentes que atuam sobre as edificações e suas partes segundo a ISO DP 6241
364
27.7 - Métodos de ensaio para avaliação das características e propriedades das
argamassas e dos revestimentos
Estes métodos de ensaios, descritos a seguir, são apresentados nas Tabelas 27.6, 27.7
e 27.8.
365
Categoria Característica/Propriedade Método de Ensaio
NBR 7215/1991
ASTM C 780/1991
Resistência à Compressão NF EN 196 P. 1/1990
RILEM MR-7/1982
DIN 18555 P. 3/82
BS 4551/1980
NBR 7222/1982
ASTM C 780/1991
Resistência à Tração NF EN 196 P. 1/1990
DIN 18555 P. 3/82
BS 4551/1980
“B” Massa Específica NBR 9778/1986
BS 4551/1980
Corpos de prova de NF B 10-511/1975
Módulo de Elasticidade DIN 18555 P. 4/86
argamassa endurecida NBR 8522/1983
RILEM MR-12/1982
Retração por Secagem CSTB/CA.2669-4/93
ASTM C 1148/1992A
NBR 8490/1984
NBR 9779/1987
Absorção de Água DIN 52617/1987
por Capilaridade NF B 10-511
CSTB/CA.2669-4/93
Permeabilidade à Água RILEM MR-10/1982
CSTB/CA.1779/1982
Permeabilidade ao DIN 52615/1987
Vapor de Água CSTB/CA.2669-4/93
Resistência Química ASTM C 267/1982
Tabela 27.7 - Métodos de ensaios para caracterização das argamassas e
revestimentos de argamassa - Categoria “B”
366
28 - CONCRETO PRÉ-MOLDADO
Significa que a estrutura será formada por peças e que estas estão pré-fabricadas
convenientemente em indústrias construídas e equipadas especialmente para este
objetivo.
As vantagens acima citadas decorrem, em parte, do fato dos serviços serem executados
num pátio preparado com as condições de trabalho adequadas; da produção em série,
aproveitando o uso intensivo de mão-de-obra especializada; da racionalização dos
trabalhos; da redução nas perdas dos materiais e da utilização dos recursos de protensão
reduzindo as seções resistentes das peças.
Também por ocasião da sua aplicação, contribui com menores custos, pois reduz o tempo
de preparação das camadas de concretagem, facilitando e eliminando andaimes e fôrmas.
28.1 - Generalidades
Um sistema de pórticos sobre trilhos ou mesmo sob pneus, deve atender estritamente
ao pátio, nos serviços de lançamento do concreto, movimentação de pré-armação e
fôrmas e devidamente dimensionado para içamento das peças.
367
Estes pré-moldados não são remunerados como tal, mas sim como se fossem
moldados “in loco”, pois na maioria das vezes, substituem fôrmas e/ou cimbramentos
já incluídos no preço do concreto aplicado.
Os projetos são emitidos pela projetista, sendo o detalhamento das fôrmas e bases
executados pela empreiteira, que juntamente com ele apresenta à CEMIG, para
análise e aprovação, um programa de execução, compatível com a necessidade de
aplicação.
Os cuidados que se deve ter com as fôrmas durante a concretagem constitui fator
relevante, pois uma fôrma mal vedada, um tirante mal esticado podem permitir perdas
de argamassa pelas frestas e desalinhamento dos painéis. Teríamos, assim, uma
rejeição da peça por apresentar:
28.2.5 - Concretagem
A não ser quando especificado de maneira diferente pela CEMIG, o diâmetro máximo
do agregado graúdo deverá ser de 1 1/2” (38,1 mm).
368
Em fôrmas estanques, o concreto pré-moldado deverá ser curado com água durante
pelo menos 14 dias.
− Saque hidráulico
Nos casos em que a pressão da água se mostrar insuficiente, pode ser feito um
reforço na pressão através de ar comprimido.
369
Figura 28.1 - Detalhes do saque hidráulico de peças pré-moldadas -
Desenhos de planta e corte do sistema
A prática mostra que a abertura dos registros para operação do saque hidráulico
deve obedecer a seguinte ordem:
− Saque mecânico
Para as peças que não se fizer necessário o saque hidráulico, conforme dito
anteriormente, usa-se o saque mecânico, através de guindastes, pórticos, etc.
370
Convém lembrar que, mesmo para estas peças, as fôrmas devem ser untadas,
facilitando, assim, a remoção da peça da base.
28.2.6 - Cura
Os processos de cura podem ser a vapor ou com aspersão contínua de água, através
de tubos de PVC furados.
Cuidados especiais devem ser dispensados para estes serviços, de modo a não
causar danos às peças.
• Tetos de galerias;
• Galerias totais;
• Paredes de fechamento;
• Escadas;
• Stop-logs;
• Canaletas;
• Guias e sargetas;
Registra-se que a CEMIG tem utilizado o concreto leve, com vermiculita e/ou cinasita
(argila expandida) como agregado, para confecção de tampas de canaletas de
galerias de cabos, objetivando evitar acidentes por ocasião do manuseio dessas
tampas pelo pessoal da parte elétrica.
371
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
373
CARLSON, R. W. - “Retração por Secagem do Concreto Igualmente Influenciado por
Muitos Fatores”.
MARTINS, R. O.; Gonçalves, F. F,; Pinto, A. S,; Lage, G. B.- UHE de Emborcação
"Revestimento e Contenção em Túneis" - outubro/91
PACHECO, M. F.; Filho, M. B.; Borges, A. C.; Rodrigues, A. A. - UHE de Nova Ponte -
Relatório: 11134-RE-OB-G10-001 - “Protensão e Injeção” - Julho/94.
378
SOBRINHO, J. F. C. - “Pozolana como material de construção - Sua fabricação
artificial em Urubupungá - CESP” - Março/70.
............ - “Roller Compacted Concrete - RCC for Dams” - Projet National BaCaRa 1988
- 1996.
380
............ - Concrete Manual - A Manual for the Control of Concrete Construction -
Eighth Edition - 1975.
381
............. - UHE de Miranda - Especificações Técnicas - Seção 4 - Concreto.
................ - Roller Compacted Concrete - RCC for dams - Project National BaCaRa
1988-1996 - Comitê Brasileiro de Grandes Barragens.
382