Escolas - PSICOS.

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Unidade 1.

Fundamentos Históricos e Teóricos da


Psicossomática.
1.1. Evolução histórica do conceito de
Psicossomática.

1.2. Enfoques teóricos das principais Escolas em


Psicossomática.

1.3. Fundamentos teóricos e possíveis intervenções


sob as perspectivas de diferentes abordagens em
Psicologia.
1.2. Escola de Chicago
• Franz Alexander
Considerava os transtornos psicossomáticos como:
– “consequência de estados de tensão crônica,
relativa à expressão inadequada de determinadas
vivências, que seriam derivadas para o corpo”.
– “Especificidade da doença psicossomática: visão
psicogenética”.
(Cardoso, 1995 apud Cerchiari, 2000, p.68).
1.2. Escola de Chicago
• Franz Alexander
Desenvolveu estudos das relações entre conflitos
específicos e certas manifestações somáticas: visão
psicogenética -> Teoria da Especificidade:
 Fatores psicológicos influenciam todos os
processos fisiológicos pelas vias nervosa e
humoral.
 As respostas emocionais são acompanhadas por
manifestações fisiológicas.
1.2. Escola de Chicago
• Franz Alexander
Conflitos ou situações significantes da vida
causavam ou predispunham a vários estados
patológicos.

– Mecanismos fisiológicos autônomos controlam as


expressões de emoção do corpo, que responde a
um estímulo estressor.
1.2. Escola de Chicago
• Franz Alexander
Conflitos específicos
do Inconsciente

Modos de defesa específicos

Especificidade orgânica responde


pela fragilidade de órgãos específicos.
1.2. Escola de Chicago
• Franz Alexander
sistemas doenças
Articulações artrite, artrose, reumatismo,
tendinite
Cardiovascular angina, hipertensão, taquicardia
Dermatológico dermatite, eczema, herpes,
psoríase, urticária, vitiligo
1.2. Escola de Chicago
• Franz Alexander
sistemas doenças
Endócrino/metabólico diabetes, obesidade
Gastrointestinal gastrite, retocolite, úlcera
Nervoso enxaqueca, vertigens
Respiratório asma, bronquite
1.2. Escola de Chicago
• Franz Alexander
 Asma brônquica
7 Doenças  Úlcera gástrica
Psicossomáticas  Artrite reumatóide
(Os Sete De  Retocolite ulcerativa
Chicago):  Neurodermatoses
 Hipertireoidismo
 Hipertensão arterial essencial
1.2. Escola de Chicago
• Hellen Dunbar
Trabalha com a teoria da especificidade, assim como
Alexander, levando em conta os tipos de personalidade
como fator psicológico pré-mórbido determinante,
correspondente à diferentes doenças de ordem
psicossomática.
Dunbar considerava que os perfis de personalidade
estariam associados a certas patologias orgânicas.
1.2. Escola de Chicago
A partir de Dunbar surgiram classificações como esta:
 Tipo A: Cardiovasculares: ambição, competitividade,
imediatismo, dedicação excessiva ao trabalho, raiva,
tensão, hostilidade.
 Tipo B: Reumáticos: tranquilos, lentos, preguiçosos,
não se comprometem com encargos imediatistas.
 Tipo C: Cancerígenos: sentimentos reprimidos, raiva
contida, ansiedade, desesperança profunda,
dificuldade de autoafirmação.
1.3. Escola Psicossomática de Paris
• Marty, M’Uzan, Fain e David
A Escola Psicossomática de Paris propõe a formação
de profissionais (teoria e pesquisa), com ênfase na
abordagem de pacientes, no atendimento clínico, na
técnica psicoterápica.
De orientação psicanalítica, prioriza a escuta
analítica do sujeito e compreensão dos fenômenos
de somatização.
1.3. Escola Psicossomática de Paris
• Marty, M’Uzan, Fain e David
Para esses autores, o paciente psicossomático
apresenta certas particularidades:
 dificuldade de simbolização

 pobreza de elaboração psíquica

 atitudes demasiado pragmáticas

 sonhos muito concretos ou raros

 pensamento operatório – concreto


1.3. Escola Psicossomática de Paris
• Marty, M’Uzan, Fain e David
Quanto ao pensamento operatório, observou-se:
 dificuldades de fantasiar livremente

 dificuldades de estabelecer transferência

 pobreza de associações subjetivas

 pobreza de investimentos libidinais

 ausência de reações afetivas diante de perdas e


acontecimentos traumáticos.
1.3. Escola Psicossomática de Paris
• Marty, M’Uzan, Fain e David
Essas condições apresentadas pelo paciente
apontam para uma vulnerabilidade ao estresse e
consequente reação da ordem da psicossomática.
Nesse viés, os autores destacavam que, quanto
menos desenvolvida a atividade mental do sujeito,
maior seria sua vulnerabilidade somática. Maior,
portanto, a propensão ao adoecimento.
1.4. Escola de Boston e outras contribuições
• John Nemiah e Peter Sifneos
Nos anos 1970, surge a Escola de Boston, cujos
estudos versavam sobre modos de comunicação,
vida intrapsíquica e multifatores de adoecimento
baseados em pesquisas com pacientes
psicossomáticos.
Sifneos e Meniah acreditavam que os pacientes
psicossomáticos eram incapazes de reconhecer
sentimentos e, por conseguinte, de expressá-los.
1.4. Escola de Boston e outras contribuições
• John Nemiah e Peter Sifneos
Para os autores, todo paciente psicossomático seria
alexitímico.
A = sem
Alexitimia Lexis = palavras
(grego)
Thymos = emoção
1.4. Escola de Boston e outras contribuições
• John Nemiah e Peter Sifneos
Os pacientes alexitímicos apresentavam as seguintes
características:
 Dificuldade de expressão/descrição das
emoções pela via da palavra;
 Funções afetivas e simbólicas em desordem;

 Forma confusa e improdutiva de se comunicar.


1.4. Escola de Boston e outras contribuições
• Viktor Emil Frankl
“O nível de imunidade depende entre outros, do estado
afetivo.” (FRANKL, 2016, p.95)
doença
Estado condição
afetivo imunológica
saúde
1.4. Escola de Boston e outras contribuições
• Viktor Emil Frankl
“Não é algo inerente ao complexo ou conflito que define
quando eles se tornarão patogênicos, mas a estrutura
psíquica geral da pessoa.” (FRANKL, 2016, p.96)

Concepção de vida atitude estado adoece


(posicionamento) espiritual psicofísico ou não
1.4. Escola de Boston e outras contribuições
• Viktor Emil Frankl
“A medicina psicossomática não vai atrás da questão de
por que determinado complexo ou conflito se tornou
patogênico justamente em determinado paciente; por
outro lado, ela passa longe da questão de por que o
paciente adoeceu justamente dessa doença.”
(FRANKL, 2016, p.97)
1.4. Escola de Boston e outras contribuições
• Viktor Emil Frankl
Crítica à Escola Americana -> apoia-se excessivamente em
resultados estatísticos e de testes.
 Modo de ler os resultados estatísticos altera os
resultados.
 Muitos resultados são questionáveis por outras
estatísticas.
 Investigações bem feitas têm o mesmo peso dos testes.

 Os testes não se aplicam a todas as situações.


1.4. Escola de Boston e outras contribuições
• Viktor Emil Frankl

Crítica à Escola Psicossomática de Paris: limita-se demais a


um modo de interpretação psicanalítico.

 Não consideram a dimensão psicofísica como


unidade, mas identidade.
 A dimensão noética (espiritual) não é considerada.
1.4. Escola de Boston e outras contribuições
• Viktor Emil Frankl

A visão antropológica do ser humano, para Frankl, é


tridimensional:

 Somática unidade
 Psíquica totalidade
 Noética
1.4. Escola de Boston e outras contribuições
• Viktor Emil Frankl
Crítica à Escola Alemã: determinismo biográfico. A história
da doença só pode ser entendida a partir da história de
vida.

“A psicossomática alemã é praticamente uma


noossomática.” (FRANKL, 2016, p.102)
1.4. Escola de Boston e outras contribuições
• Viktor Emil Frankl
“Não é possível dizer que o organismo psicofísico ou
que todos os seus eventos patológicos sejam
representativos da pessoa espiritual que está por trás e
se serve dele de uma maneira ou de outra.” (Frankl,
2016, p.104)
1.4. Escola de Boston e outras contribuições
• Viktor Emil Frankl
“À medida que o organismo, especialmente nos eventos
das doenças, é um espelho no qual a pessoa se reflete,
esse espelho não está livre de manchas. Em outras
palavras: nem todas as manchas vêm da pessoa que se
espelha nele.” (Frankl, 2016, p.104)
1.4. Escola de Boston e outras contribuições
• Viktor Emil Frankl
– Adoecimento no homem tridimensional:

 Corpo saudável mente saudável


 Corpo doente mente saudável
 Corpo saudável mente doente
Fases da Psicossomática
• Mello Filho (1992)
A evolução da Psicossomática deu-se em 3 fases:
1. Fase psicanalista (início): relação de causa-efeito
entre conflitos psíquicos inconscientes e doenças
físicas.
2. Fase behaviorista (intermediária): caráter
científico com pesquisas em animais e seres
humanos, principalmente sobre estresse.
3. Fase multidisciplinar (atual): interação entre os
vários profissionais de saúde.
BIBLIOGRAFIA
CALDEIRA, Geraldo; MARTINS, José Diogo. Psicossomática: teoria e
prática. 2. ed. Petrópolis, RJ: MEDSI, 2001. 482 p.

CASTRO, Maria da Graça de; ANDRADE, Tânia M. Ramos; MÜLLER, Marisa


C.. Conceito mente e corpo através da História. Psicol. estud., Maringá, v.
11, n. 1, Abr. 2006 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
73722006000100005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 28 Mar. 2013.

CERCHIARI, Ednéia A. N.. Psicossomática um estudo histórico e


epistemológico. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 20, n. 4, dez. 2000.
Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S14148932000000400008&lng=pt&nrm=iso>.
Acessos em 28 mar. 2013.
BIBLIOGRAFIA
EKSTERMAN, A. Medicina psicossomática no Brasil. In: Mello Filho (org).
Psicossomática hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

MELO FILHO, Júlio de. Introdução. In: Melo Filho (org). Psicossomática
hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

FRANKL, Viktor. Teoria e terapia das neuroses: introdução à logoterapia e


à análise existencial. São Paulo: É Realizações, 2016. p.94-107.

SILVA, Juliana D. Tigre da; MÜLLER, Marisa Campio. Uma integração


teórica entre psicossomática,stress e doenças crônicas de pele. Estud.
psicol. (Campinas), Campinas, v. 24, n. 2, Jun 2007. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
166X2007000200011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 28 Mar. 2013.

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