Caio Prado Júnior Aula

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Caio Prado Júnior: Formação do Brasil Contemporâneo (1942)

INTRODUÇÃO

# Ponto de partida para o estudo da formação histórica brasileira: Colônia ( Gilberto


Freyre: Casa Grande/ Miscigenação; Sérgio Buarque: Ibéria/Portugal/ Cultura da
Personalidade)

“ O Brasil contemporâneo se define assim: o passado colonial que se balanceia e encerra


com o século XVIII, mais as transformações que se sucederam no decorrer do centênio
anterior a este e no atual. Naquele passado se constituíram os fundamentos da
nacionalidade: povoou-se um território semideserto, organizou-se nele uma vida humana
que diverge tanto daquela que havia aqui, dos indígenas e suas nações, como também,
embora em menor escala, da dos portugueses que empreenderam a ocupação do
território” ´(p.2)

 Formação nacional original, distinta dos povos nativos e dos portugueses.

# Esse passado colonial está presente no Brasil contemporâneo. Como?

1. “O trabalho Livre ainda não se organizou inteiramente”


2. Economia baseada em produção extensiva(latifúndio/grande propriedade) e voltada
para o comércio exterior
 Ausência de mercado interno sólido, que resulta em “subordinação da economia
brasileira a outras”
 Resumindo: Não há economia nacional, mas economia colonial( processo de
formação nacional incompleto): “ Não completamos ainda hoje a nossa evolução
da economia colônia para a nacional” (p.3)
3. Relações Sociais: São relações sociais de cunho colonial (“salvo em alguns setores”)
 A população rural é cindida em “categorias sociais díspares material e
moralmente”
4. “Atonia econômica” : Incapacidade de para se desenvolver em virtude da ausência de
progresso técnicos na agricultura e de infraestrutura de comunicações no interio/
isolamento das regiões.

# VIDA MATERIAL: ECONOMIA

# O sentido da colonização: “ é o de uma colônia destinada a fornecer ao comércio


europeu alguns gêneros tropicais ou minerais de grande importância: o açúcar, o algodão,
o ouro...”

# O tipo de colono europeu que chegou aos trópicos( Português): “ não é o trabalhado, o
simples povoador; mas o explorador, o empresário de grande negócio. Vem para dirigir..”

# Os três fatores da estrutura agrária no Brasil colônia:

- A grande propriedade, monocultura e escravidão ( Determinantes desses três fatores:


caráter tropical da terra; os objetivos dos colonizadores; a economia européia inaugurada
com o descobrimento e demandante de mercadorias)
- A Influência dos fatores naturais nos tipos agrários:

 Grandes propriedades: determinadas pelos trópicos


 Estados Unidos da América: há dois tipos de propriedade: Grande ( áreas
subtropicais) Pequena ( áreas temperadas)

# O tipo agrário no Brasil: Grande propriedade e a ela se associam:

 A monocultura: acompanha a grande propriedade já que a agricultura tem por


objetivo produzir gêneros de grande valor comercial.
 Trabalho escravo: Portugal não tinha gente suficiente para o trabalho na colônia
e o português não migrava para os trópicos para trabalhar como assalariado.

OBS: a semi-escravidão nas colônias inglesas ( indentured servants) foi substituida pelos
africanos.

# Os três fatores ( Grande propriedade, monocultura o trabalho escravo) formam a “


grande unidade produtora no Brasil” e se estendem às atividades mineradoras( Sec.
XVII) e extrativistas.

OBS: Grande propriedade sozinha não explica, pois ela pode ser parcelada em
arrendamentos. São os três fatores juntos que formam a grande unidade produtora do
Brasil.

# Características fundamentais da produção colonial:

1) Organização da produção e do trabalho; 2) Concentração extrema da riqueza; 3)


voltada para o exterior e para comerciar com o supérfluo.

OBS: Comerciar como supérfluo é o impedimento de outras atividades econômicas.

# A condição de fornecedora para o mercado externo se consolidou tanto que só a


subordinação política já não explicava mais a condição de colônia.

- Não é a subordinação política que explica o estatuto colonial.

- O Brasil pós independência: mantém o estatuto colonial e com população heterogênea


formada por uma minoria branca, parceira da metrópole, e grande massa de população
escrava.

Consequência final para a economia e nacionalidade: Evolução cíclica da economia( fase


de prosperidade, seguida de aniquilamento, como na sequência: açúcar, mineração,
algodão, café. Prosperidade e declínio das regiões produtoras.

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