Inventario Extrajudicial Passo A Passo
Inventario Extrajudicial Passo A Passo
Inventario Extrajudicial Passo A Passo
De início, cumpre esclarecer que inventário é o procedimento pelo qual se apura todos os bens, dívidas e
legados deixados pelo falecido de modo a permitir ao final, após pagas as dívidas e os legados, que o
patrimônio seja partilhado aos herdeiros legítimos e testamentários.
Recentemente foi aprovada a lei 11.441/07 no qual inovou o referido instituto, permitindo que o inventário,
mediante o cumprimento de certas exigências, também pudesse ser realizado na via extrajudicial no Cartório
de Notas.
A referida lei é uma conquista para os cidadãos brasileiros, uma vez que agora é possível resolver causas de
menor complexidade, com celeridade e menos custo, através da outorga de escritura pública perante o
tabelião de notas.
Nessa ordem de ideias, as exigências, cumulativas, como forma de admissibilidade para o inventário
extrajudicial são:
1) Inexistência de testamento;
2) Inexistência de herdeiros menores e/ou incapazes;
3) Inexistência de litígio entre os herdeiros.
Desse modo, o descumprimento de quaisquer das referidas exigências inviabiliza o prosseguimento do feito
na via extrajudicial, restando, exclusivamente, a via judicial para processamento do inventário.
Cumpre esclarecer que, no que compete à exigência de não haver testamento para o inventário extrajudicial,
parcela da doutrina entende que se o testamento for inválido, revogado ou ineficaz, ou ainda, na
eventualidade do testamento não versar sobre bens, emerge a possibilidade dos herdeiros terem a faculdade
de utilizar a via extrajudicial para a partilha de bens.
Por outro lado, além das exigências previstas na edição da lei 11.441/07, oportuno anotar que há dois
impedimentos para a lavratura da escritura de inventário extrajudicial, a saber: 1) débitos tributários
municipais e federais (Portaria CG nº 01/2007 – D.O. de 08/02/07); 2) bens fora do país (art. 29 da
resolução 35/2007 do CNJ).
Sob outra ótica, as partes devem obrigatoriamente constituir advogado particular ou público para a lavratura
da escritura de inventário e partilha de bens na via extrajudicial, à luz da nova redação dada pela lei
11.441/07 aos artigos 982, §1° e 1.124-A, §2° do CPC. Ademais, cumpre ressaltar que a escritura de
inventário, per se, é suficiente para transmissão de domínio dos bens deixados pelo de cujus. Assim, uma
vez expedida a escritura, o herdeiro deverá providenciar a entrega nos órgãos competentes, como por
exemplo: Registro Imobiliário, Detran, Bancos, etc., e, por óbvio, não dependem de homologação judicial.
Sob outro prisma, insta dizer que o advogado não poderá acumular funções de modo que lhe é vedado
assistir as partes e, ao mesmo tempo, ser mandatário, tal como dispõe o art. 12 da resolução 35/2007 do
CNJ.
Oportuno observar que a nomeação do inventariante para representar o espólio também é obrigatória,
contudo, não é necessário seguir a ordem prevista no art. 990 do CPC. Ademais, a nomeação é um ato
imprescindível para o processamento do inventário tanto judicial quanto extrajudicial, pois o inventariante é
quem administra o espólio e cuida dos bens até a expedição da partilha.
Destaca-se ainda no inventário extrajudicial a possibilidade do herdeiro legítimo e incontestável ceder seus
direitos hereditários à outrem antes mesmo da escritura de inventário e partilha de bens. Contudo, o
cessionário deve assumir as mesmas obrigações de qualquer outro herdeiro, submetendo-se, inclusive, às
normas que regulam o direito à legitima. A vantagem desse ato é a celeridade porque constará na mesma
escritura tanto o inventário quanto a cessão de direitos.
Destaca-se também que a regra de competência de sucessão dos bens prevista no artigo 96 do CPC não é
aplicável no inventário extrajudicial. Nesse sentido, o inventário será realizado sob a égide do art. 8 da lei
8935/94 que estabelece a livre escolha do Tabelião independentemente do domicílio das partes e localização
dos bens. Trata-se de um ganho sem precedentes conquistado pelo herdeiro, pois, nesse diapasão, se o óbito
ocorreu em São Paulo e o falecido deixou bens imóveis no Rio de Janeiro e Minas Gerais, nada impede que
os herdeiros, que residem em Maranhão, realizem, no Tabelionato de Notas de lá o inventário extrajudicial.
Destaca-se mais, o inventário extrajudicial admite a sobrepartilha de bens que ficaram de fora da partilha
judicial ou extrajudicial, tal como disposto no art. 25 da resolução 25/2007. Outrossim, a possibilidade de
retificar escritura pública que foi confeccionada com erro.
Por fim, é possível, por meio do inventário extrajudicial, realizar levantamento de pequenos valores
monetários, tal como ocorre na via judicial pelo instituto do alvará judicial.
Os referidos documentos devem ser originais ou em cópias autenticadas, salvo os de identidade das partes,
que sempre serão originais.
Até a próxima!!!
Palavras procuradas:
o que é inventário extrajudicial; conceito inventário extrajudicial; inventário extrajudicial é bom; inventário extrajudicial precisa de advogado;
inventário extrajudicial documentação; inventário extrajudicial ;
Compartilhe
Insira um comentário
Nome
Comentário
Comentários