Trabalho Injecao PP

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA SUL-RIOGRANDENSE

CAMPUS SAPUCAIA DO SUL

Disciplina de Processamento de Polímeros

Avaliação 3

Capacidades e Programação da Máquina Injetora

Polipropileno (PP)

Flávio Wiegand
Patrick Rampanelli

Sapucaia do Sul, 2018


1. OBJETIVOS E DEFINIÇÕES INICIAIS
Nesta atividade pretendemos estabelecer os parâmetros do processamento do
polímero Polipropileno (PP), utilizando as cavidades e canais de distribuição com a
geometria demostrada na Figura 1, pelo uso do processo de injeção de termoplásticos.

Figura 1 - Geometria das cavidades e cabais de distribuição.

Assim, determinaremos as capacidades de máquina, e realizaremos a programação da


máquina injetora, conforme o exercício proposto (Tabela 1):

Tabela 1- Itens a serem calculados neste trabalho

DETERMINAÇÃO DAS CAPACIDADES DE MÁQUINA


a) Capacidade de injeção
b) Capacidade de Plastificação
c) Força de fechamento
d) Curso de abertura
PROGRAMAÇÃO DA MÁQUINA INJETORA
e) Perfil de temperatura do canhão
f) Temperatura da água de resfriamento do molde
g) Tempo de resfriamento da peça
h) Tempo ciclo
i) Tempo de residência
j) Curso de dosagem total (com colchão)
k) Tempo e pressão de recalque
l) Ponto de comutação
m) Tempo, pressão e velocidade de injeção
n) Contrapressão
o) Rotação do parafuso
p) Vazão mínima em cada canal de resfriamento
q) Determinar o regime de escoamento do fluido refrigerante: laminar ou turbulento

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Como condições iniciais, utilizaremos os valores dados no exercício, para o
material Polipropileno, conforme demonstrado na Tabela 2.

Tabela 2 – Condições iniciais para realização do trabalho.

Dados

Comprimento do canal de injeção: 40 Canal de distribuição principal: 50 mm


mm
Ø canais de resfriamento = 4 mm Número de vias no molde = 2
ρágua= 1000 kg.m-3, µágua = 10-3Pa.s VT = 0,4m.s-1 (velocidade tangencial)
=10-3kg/m*s
cTM = 4,180 kJ/kg.ºC νTM = 0,000001 m2/s

Polímeros Temperaturas (ºC)


Solidificação (TS) Extração (TE) Molde (TM)

Polipropileno 170 60 40

2. DETERMINAÇÃO DAS CAPACIDADES DE MÁQUINA INJETORA

Volume do moldado:
Área da peça: 3,1416 . 3² = 28,27 cm²
Volume da peça: 28,27cm² . 0,15 cm = 4,24 cm³
Volume canais: (3,1416 . 0,2² . 5) . 1 + (3,1416 . 0,2² . 4) . 2 = 1,63 cm³
Volume total da peça injetada (4 unidades): 4,24 cm³ . 4 = 16,96 cm³
Volume total: 18,59 cm³

a) Capacidade de injeção
A capacidade de injeção é o volume máximo de injeção, isto é, o volume de material na
ponta do cilindro de aquecimento, sendo calculado pela Equação 1:

𝑃𝑏 𝑉𝑃𝑆
𝐶𝑖𝑛𝑗 = 𝐶 𝑖𝑛𝑗 𝑃𝑆 ∗ ∗ ∗ 0,8 1
𝑃𝑝𝑠 𝑣𝑏
0,91𝑔/𝑐𝑚³ 2,02
𝐶𝑖𝑛𝑗 = 173𝑔 ∗ ∗ ∗ 0,8 = 128 𝑔
1,04𝑔/𝑐𝑚³ 1,90

Onde:
Cinj PS = Capacidade de injeção do polímero de referência PS (Poliestireno)= 173 cm³
(ROMI Prática 80);

3
Pb= Densidade do material a 20ºC: 0,91 g/cm³;
VPS= Fator volumétrico do material de referência PS = 2,02;
PPS= Densidade do material de referência PS = 1,04g/cm³;
Vb= Fator volumétrico do material desejado = 1,90;
0,8 é o fator de segurança.

b) Capacidade de plastificação
A capacidade de plastificação é a quantidade de material que a máquina pode elevar à
temperatura de moldagem por hora, sendo calculada pela Equação 2:

𝑞𝑃𝑆
𝐶𝑝𝑙𝑎𝑠𝑡 = 𝐶𝑃𝑙𝑎𝑠𝑡 𝑃𝑆 ∗ ∗ 0,8 2
𝑞𝑏
135
𝐶𝑝𝑙𝑎𝑠𝑡 = 46,8 ∗ ∗ 0,8 = 18,37 𝐾𝑔/ℎ
275

Onde:
Cplast= Capacidade da máquina injetora para o polímero a ser plastificado
CplastPS= Capacidade de plastificação do polímero de referência (PS) = 46,8 kg/h
(ROMI Prática 80);
qPS=Quantidade de calor para o polímero de referência (PS) =120 a 150= 135 kcal/kg;
qb= Quantidade de calor para o polímero desejado = 250 a 300 kcal/kg = 275 kcal/kg.

c) Força de fechamento
A força de fechamento é calculada a partir da Equação 3:

𝐹𝑓 = 𝐴𝑝 ∗ 𝑃𝑐𝑎𝑣 ∗ 𝑓𝑠(1,1 𝑎 1,3) 3

Ff = Força de Fechamento
Ap = Área da Peça
Fs = Fator de Segurança (1,2)
1
Pcav = Pressão na cavidade (𝑃𝑐𝑎𝑣 = 2 ∗ 𝑎 ∗ 1/3 ∗ 𝑃𝑖𝑛𝑗) ou através do gráfico, abaixo,
da pressão na cavidade do molde, através do maior percurso do material e a espessura
da parede do moldado.

Percurso do material: 50 mm + 20 mm + 60 mm = 130 mm

4
Pressão encontrada de aproximadamente 185 bar (188,647 Kgf/cm²).

Área da peça, desconsiderando canais (Equação 4):

𝐴𝑝 = 28,27 cm2 𝑥 4 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 = 113,1 𝑐𝑚2 4

Então a força de fechamento será (Equação 5):


Kgf
𝐹𝑓 = 113,1 𝑐𝑚2 ∗ 188,647 2 ∗ 1,2 = 25.603 𝑡 5
cm

d) Curso de abertura
O curso de abertura será dado pela Equação 6:

𝐶𝑎 = 2ℎ𝑝 + ℎ𝑐 + (50 𝑎 100𝑚𝑚) = 2 ∗ 1,5 + 40 + 100 = 143 𝑚𝑚 6

Onde:
Ca = Curso de abertura do molde (mm)
hp = Altura da peça injetada = 1,5 mm
hc = Altura do canal da bucha (considerado)= 30 mm

5
3. PROGRAMAÇÃO DA MÁQUINA INJETORA

Na programação simularemos a utilização do molde no equipamento Romi Prática 80,


que tem valores de acordo com a Figura 2.

Figura 2 – Informações do equipamento de referência.

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e) Perfil de temperatura do canhão

Dados: Bico: 255ºC Z2: 255 ºC Z3:240ºC Z4:230ºC Z5:220 ºC Molde 40ºC

Determinação do Volume da peça


Volume total: 18,59 cm³
Determinamos a massa do moldado, pela fórmula da densidade:
𝑔
𝑚 = 𝜌 .𝑉 = 0,91 . 18,59 cm³ 𝑚 = 16,91 𝑔
𝑐𝑚3

f) Temperatura da água de resfriamento


Conforme a Tabela 3 de dados de resinas termoplásticas:

Tabela 3 – Dados das resinas termoplásticas.

𝑇𝐻2𝑂 = 𝑇𝑚𝑜𝑙𝑑𝑒 − 10 º𝐶 = 40 − 10 = 30 º𝐶

g) Tempo de resfriamento da peça

A Equação 7 descreve o resfriamento da peça;

TR: [1,5² ÷ (3,1416²x 0,08)] x ln { (4 ÷ 3,1416) x [ ( 260–40,0) ÷ ( 65 – 40,0) ] } = 6,8 s

7
TR = tempo de resfriamento da peça
S = espessura da peça
Aef = Difusividade térmica efetiva (assumido 0,08)
Tinj = Temperatura de Injeção
Tcav = Temperatura da Cavidade
Text = Temperatura de Extração

h) Tempo de ciclo

O tempo de ciclo é definido pela Equação 8:

𝑡𝑐 = 𝑡𝑟𝑒𝑠𝑓 + 𝑡𝑖𝑛𝑗 + 𝑡𝑓,𝑎,𝑒 8

Onde,
tc = Tempo de Ciclo
tresf = Tempo de Resfriamento
tinj = Tempo de Injeção
tf,a,e = Tempo de Ciclo em Vazio (Catálogo ROMI Série Prática 80 = 1,8s)

Após já termos calculado o tempo de resfriamento da peça e coletado a informação do


tempo de ciclo em vazio do catálogo da injetora, devemos calcular o tempo de injeção
com a Equação 9:

Tinj. = 𝑚 ÷ (𝜌 x V x 0,8) 9

Onde,
m = Massa do Moldado
p = Densidade
V = Volume da Peça
Assim, temos:

Tinj. = 16,91 ÷ (0,91 x 18,59 x 0,8) = 1,25 s

O tempo de ciclo será, então

𝑡𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = 𝑡𝑟𝑒𝑓 + 𝑡𝑖𝑛𝑗 + 𝑡𝑓,𝑎,𝑒 = 6,8 + 1,25 + 1,8 = 9,85 𝑠

8
i) Tempo de residência
Para determinação deste item utilizamos a tabela disponibilizada no material de aula,
sendo que para o material desejado (PP) o tempo é de aproximadamente 6min.

j) Curso de dosagem total

 Em função da massa do moldado (Equação 10):

10

Onde,
L = Curso de dosagem para o preenchimento volumétrico;
W = Massa do moldado em g;
D = Diâmetro do parafuso em cm (0,35 cm segundo o Catálogo ROMI Série Prática 80)
p = Densidade

L = 4 . (16,91 / 3,1416) . 0,35² . 0,91) = 2,40 cm 10

 Em função do curso de pressurização (Equação 11):


𝐿𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠 = 0,1à 0,15 𝐿
11
Lpress = 0,15 . 2,40 = 0,36 cm

 Em função do curso de recalque (Equação 12):


𝐿𝑟𝑒𝑐 = 0,15 à 0,25 𝐿
12
Lrec = 0,25 . 2,40 = 0,60 cm

 Em função do colchão (Equação 13):


𝐿𝑐 = 0,1 . ( 𝐿 + 𝐿𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠 + 𝐿𝑟𝑒𝑐)
Lc = 0,1 . (2,40 + 0,36 + 0,6) 13
Lc = 0,34 cm

Assim, para o curso de dosagem total, utilizaremos a Equação 14:


Lt = L + Lpress + Lrec + Lc
14
Lt = 2,40 + 0,36 + 0,60 + 0,34 = 3,7 cm

9
k) Tempo e pressão de recalque
A pressão de recalque varia dependendo da bibliografia, porém pelo material
disponibilizado em aula, indica de 40% a 80% da pressão de injeção que é de 200 Mpa.
Utilizando a média das pressões e a média da porcentagem considerada para o cálculo
da pressão de recalque temos (50% * 200 bar = 100 bar).
Valor típico de tempo de recalque é de 2,5s.

l) Ponto de comutação:

É o ponto entre o Lrec e Lpress, ou seja, Pcom=L+Lpress= 2,40 cm + 0,36 cm = 2,76 cm

m) Tempo, pressão e velocidade de injeção


O tempo de injeção já foi calculado anteriormente no item h, sendo de 0,66𝑠.

A estimativa de velocidade de injeção é calculada na Equação 15:


𝐿𝑝 + 𝐿𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠 2,76
𝑣𝑖𝑛𝑗 = = = 2,21𝑚𝑚/𝑠 15
𝑡𝑖𝑛𝑗 1,25

A pressão de injeção deve ser programada para manter a velocidade de injeção


determinada, porém na programação inicial deve-se iniciar com valores mais baixos de
pressão, entre 30 e 50% da pressão máxima da injetora. A tabela de propriedades de
interesse para injeção de alguns polímeros termoplásticos, disponibilizada em aula,
indica o valor de 100 a 130 Mpa para o polímero em estudo.

n) Contrapressão: Pressão aplicada na região traseira do cilindro de injeção durante a


realização da etapa de dosagem do material. Para a maioria dos casos valores de 4 a 7
bar de contrapressão são eficientes para tornar o polímero mais homogêneo.
Utilizaremos então uma contrapressão de 5,5 bar.

o) Rotação do parafuso:

A rotação do parafuso é calculada na Equação 16:


𝑉𝑡 ∗ 60 0,3 ∗ 60
𝑁= = = 164 𝑅𝑃𝑀 16
𝜋∗𝐷 3,1416 ∗ 0,035
Onde,
N=Rotação do parafuso em RPM;
Vt = velocidade tangencial do parafuso recomendada para o polímero em m/s,
determinada pelo gráfico na sequência (utilizaremos 0,3 m/s, já que a RPM máxima
especificada no Catálogo ROMI Série Prática 80 é de 300 rpm – iremos obter 163,7
RPM com essa velocidade de injeção)
D = Diâmetro do parafuso da máquina injetora em mm (35 mm segundo o Catálogo
ROMI Série Prática 80);

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p) Vazão mínima de cada canal de resfriamento
A vazão mínima de cada canal é calculada na Equação 16:
𝑚 ∗ ∆ℎ
= 𝑚𝑡𝑚 ∗ 𝐶𝑡𝑚 ∗ ∆𝑇
𝑡𝑐

17
0,01691 ∗ (400 − 50)
= 𝑚𝑡𝑚 ∗ 4,180 ∗ 10
9,85
𝑚 𝑇𝑚 = 0,014 𝐾𝑔/𝑠

Onde:
m = massa total em Kg
∆h = diferença de entalpia do polímero na temperatura de injeção e na temperatura
média de extração em KJ/Kg
tc = tempo de ciclo (s)
∆t = Diferença de temperatura da entrada e saída do fluido de resfriamento em ºC

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R) Determinar o regime de escoamento do fluido: Através do número de Reynolds
podemos determinar o regime do escoamento do fluido (Equação 18).

𝑉𝑇𝑀 ⋅ 𝐷𝐾𝐾
𝑅𝑒 = 18
𝑣𝑇𝑀

Onde,
Re = Número de Reynolds;
𝑉𝑇𝑀 = Velocidade de Escoamento do Fluido Refrigerante;
𝐷𝐾𝐾 = Diâmetro do Canal de Resfriamento do Molde (4 mm);

Primeiramente precisaremos calcular a velocidade de escoamento do fluido refrigerante


(Equação 19):
4 ⋅ 𝑚̇
𝑉𝑇𝑀 = 2 19
𝜋 ⋅ 𝐷𝐾𝐾 ⋅ 𝜌𝑇𝑀

Onde,
𝜌𝑇𝑀 = Densidade do Fluido de Resfriamento em Função da sua Temperatura
(Aproximadamente 1000 kg/m³ )

Logo, obtemos:
4 ⋅ 0,014 𝑘𝑔/𝑠
𝑉𝑇𝑀 = 2 𝑚) ⋅ 1000𝑘𝑔/𝑚³
𝜋⋅ (0,005

𝑘𝑔
0,056
𝑉𝑇𝑀 = 𝑠
= 0,71 𝑚/𝑠
0,0785 𝑘𝑔/𝑚

Aplicando a velocidade encontrada na equação do Número de Reynolds, temos então:

𝑚
0,71 ∗ 0,005 𝑚
𝑠
𝑅𝑒 = = 3550
0,000001𝑚2 /𝑠

Pode-se concluir então que o regime é turbulento, pois o resultado é >2300, fator
essencial em um resfriamento considerando a troca de calor mais eficiente que ocorre
no sistema de refrigeração sob esta condição.

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