Apostilacavaco MVHP

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 82

Apostila de Cavaquinho Completa 

- Copyright © 2019 MVHP - Portal de Cifras  

Apostila de Cavaquinho Completa  - Copyright © 2017 MVHP - Portal de Cifras  

MVHP 1
Índice
ÍNDICE..........................................................................................................................................................................02
HISTÓRIA DO CAVAQUINHO................................................................................................................................03
CONHECENDO SEU CAVACO................................................................................................................................05
AS POSIÇÕES DAS MÃOS........................................................................................................................................07
PALHETADAS E PARTIDO ALTO.........................................................................................................................09
INICIANDO AS BATIDAS.........................................................................................................................................10
AFINANDO SEU CAVACO.......................................................................................................................................13
TABLATURA...............................................................................................................................................................15
TERMINOLOGIAS MUSICAIS................................................................................................................................18
SIMBOLOGIA NA TABLATURA.............................................................................................................................20
O ESTUDO DAS PARTITURAS................................................................................................................................22
LEITURA DAS BATIDAS NA PARTITURA...........................................................................................................26
DISPOSIÇÃO DAS NOTAS........................................................................................................................................27
NOTAÇÃO DOS ACORDES......................................................................................................................................28
ESCALAS......................................................................................................................................................................36
QUADRO DOS GRAUS NAS ESCALAS..................................................................................................................41
TENDÊNCIAS DAS ESCALAS E FUNÇÃO HARMÔNICA.................................................................................47
AS SEQUÊNCIAS DO PARTIDO ALTO.................................................................................................................48
EXERCÍCIOS DE AQUECIMENTO PARA TOCAR.............................................................................................53
LIMPEZA E CUIDADO COM SEU CAVACO........................................................................................................55
AS DÚVIDAS MAIS FREQUENTES DO ESTUDO................................................................................................56
DICAS FINAIS PARA A ESCOLHA DE SEU CAVAQUINHO............................................................................58
LISTA DE ACORDES SIMPLES MAIS USADOS (FORMATO REVISTA)......................................................59
LISTA DE ACORDES DISSONANTES MAIS USADOS (FORMATO REVISTA)............................................78
CONCLUSÃO...............................................................................................................................................................80

MVHP 2
História do Cavaquinho
O cavaquinho é um pequeno instrumento musical composto de 4 cordas que foi
desenvolvido em Portugal. Lá era chamado de braguinha. Empregado como
instrumento de harmonia (centro e solo), atualmente o cavaquinho é presença
obrigatória em qualquer grupo de samba, pagode ou chorinho.

Existe unanimidade entre autores como Oneyda Alvarenga, Mário de Andrade,


Renato Almeida e Câmara Cascudo sobre a origem portuguesa do cavaquinho.
Afirma Cascudo que de Portugal o instrumento teria sido levado pra a ilha da
Madeira e de lá, após absorver algumas modificações, vindo para o Brasil. Na
verdade, o cavaquinho chegou não só ã ilha da Madeira mas, também, aos Açores,
Havaí e Indonésia.

No Havaí, levado pelo madeirense João Fernandes em 1879, foi rebatizado pelos
habitantes locais como ukulele (pulga saltadora), caiu no gosto da população e
acabou se tornando símbolo da música havaiana. 

Na Indonésia, ganhou o nome de Kerotijong (ou viola de kerotjong ou ainda ukulele


como no Havaí), e participa do conjunto que toca o gênero de mesmo nome, bem
parecido com o conjunto de choro brasileiro. No livro Instrumentos Populares
Portugueses encontramos a seguinte descrição: "O cavaquinho é um cordofone
popular de pequenas dimensões, do tipo da viola de tampos chatos - e portanto das
família das guitarras européias - caixa de duplo bojo e pequeno enfraque, e de
quatro cordas de tripla ou metálicas - conforme os gostos, presas em cima nas
cravelhas e embaixo no cavalete colado no meio do bojo inferior do tampo. Além
deste nome, encontramos ainda, para o mesmo instrumento ou outros com ele
relacionados, as designações de machinho, machim, machete, manchete ou
marchete, braguinha ou braguinho, cavaco etc..."
 
Além das coincidências de formas e afinações do instrumento lá e aqui, vemos
ainda que em ambos os casos o cavaquinho está ligado a manifestações populares,
festas de rua, etc.

Sobre os gêneros que o utilizam em Portugal, encontramos na mesma publicação o


seguinte: "Como o instrumento de ritmo e harmonia com seu tom vibrante e
saltitante, o cavaquinho é como poucos, próprio pra acompanhar viras, chulas,
malhões, canas-verdes, verdegares e prins". Além dos gêneros que o utilizam em
Portugal, outro detalhe marca a diferença entre o cavaquinho no Brasil e em
Portugal: a maneira de tocar. Enquanto aqui utilizamos a palheta para tanger as
cordas, lá são usados os dedos da mão direita, geralmente fazendo rasgueado.

No Brasil o cavaquinho desempenha importante função no acompanhamento dos


mais variados estilos, desde gêneros musicais urbanos como o samba e o choro, até
manifestações folclóricas diversas como folias de reis, bumba-meu-boi, pastoris,
chegança de marujos.

O cavaquinho, com a flauta e o violão, formou o conjunto que deu origem ao choro
com forma de tocar e mais tarde como gênero musical. Com o aparecimento do
samba na década de 10, o cavaquinho ganhou o gênero com o qual é mais
identificado, e no qual participa de todo tipo de evento, desde o samba de terreiro
MVHP 3
até o desfile das escolas de samba, muitas vezes sendo o único instrumento
harmônico.

Ao longo deste século grandes instrumentistas marcaram o desenvolvimento do


cavaquinho, entre os quais podemos citar

Nelson Alves(Nelson dos Santos Alves - Rio de Janeiro - 1895-1960). Integrante do


grupo de Chiquinha Gonzaga e fundador dos Oito Batutas. Autor de choros como
Mistura e manda e Nem ela.. nem eu.

Canhoto(Waldiro Frederico Tramontano - Rio de Janeiro - 1908-1987). O mais


marcante acompanhador de cavaquinho. Tocou com Benedito Lacerda desde a
década de 30; em 1950 fundou seu próprio regional, marco dentro dessa formação
instrumental.

Garoto (Aníbal Augusto Sardinha - São Paulo - SP - 28/06/1915 - Rio de Janeiro


03/05/1955). Inigualável virtuose das cordas. Tocava banjo, cavaquinho, bandolim,
violão tenor, guitarra havaiana, violão, etc. Foi o autor de músicas revolucionárias
para a sua época como Duas contas e Sinal dos tempos.

E sobretudo aquele que popularizou o cavaquinho como solista: Waldir Azevedo(Rio


de Janeiro - 27/01/1923-20/09/1980). Autor das músicas mais executadas do
repertório de cavaquinho: Brasileirinho, Delicado e Pedacinhos do Céu, entre
outras.

Podemos ainda acrescentar que dentro dessa evolução o acontecimento mais


recente de relevo é a experiência camerística que a Camerata Carioca, idealizada
pelo maestro Radamés Gnattali, realiza; utilizando o cavaquinho para tocar desde
concertos de Vivaldi até músicas de autores contemporâneos.

Nos últimos anos duas variações de forma do cavaquinho ganharam adeptos: a


guitarra baiana(um cavaquinho elétrico de corpo maciço e forma de guitarra
elétrica) instrumento solista dos trios elétricos, e o banjo-cavaquinho, que devido ao
seu som alto, se equilibra melhor com os instrumentos de percussão usados nos
chamados pagodes.
 

MVHP 4
Capítulo 1 – CONHECENDO SEU CAVACO

Antes de iniciar qualquer tipo de estudo é fundamental que o aluno conheça o


instrumento que vai tocar da melhor maneira, para que não surjam dúvidas no
decorrer do aprendizado. Fique por dentro de cada parte de seu cavaquinho e
saibam quais as principais funções do material que o reveste.

 Cavalete: É a peça que é colada ao tampo onde as cordas são presas. Nele é
inserido o rastilho.
 Rastilho: É uma peça de osso, inserida no cavalete, responsável pela altura e
tensão das cordas. Normalmente, utiliza-se rastilho de plástico ou marfim e o
material do rastilho tem influência sobre o timbre do instrumento.
 Boca: Orifício responsável pelas pressões externas e internas.
 Mosaico: Ficam em volta do orifício reforçando as bordas da boca, além de ter
uma função decorativa.
 Escala: Consiste em uma placa de madeira colada sobre o braço do
cavaquinho, no qual estão fixados os trastes. A proporção da distância entre
os trastes é que vai dar o temperamento à escala, dividindo-a precisamente
em semitons.
 Braço: Sua forma e dimensões darão maior ou menor conforto ao
instrumentista.
 Pestana: Tem função semelhante ao rastilho e ainda divide as cordas com
distanciamento.
 Cabeça ou Mão: Costuma ter uma marca do fabricante. Nela estão
localizadas as tarrachas.
 Tarrachas: Controla a tensão das cordas, visando a afinação.

MVHP 5
O Instrumento em si

É muito importante que você não se prenda à beleza do instrumento, pois nem
sempre o que é bonito pode ser bom. Mas vale um material feio, mas resistente e de
qualidade do que bonito e ruim por dentro.

Dê mais ênfase ao estado de conservação vendo se não há rachaduras ou se esta


empenado. As melhores madeiras pra cavaco são jacarandá e faia para o corpo,
ébano para escala (braço) e o pinho para o tampo.

Evite instrumento com muita tinta; prefira os levemente envernizados.

Palhetas

Esse é um acessório que você vai precisar ter pra vida inteira, visto que uma boa
palhetada rende uma boa música. As mais comuns são as de numero 50
independente da marca e material.

As Cordas

Os encordoamentos pra cavaco, embora tenha uma certa variedade de marcas e


modelos ainda não correspondem as expectativas :os que duram mais não tem
tanto som e os que tem som duram pouco. Na falta de opções o que funciona
satisfatoriamente são as cordas de aço para violão.

Deve-se escolher o tipo de corda de acordo com o instrumento e gosto do


instrumentista, tomando cuidado para não usar a quarta e terceira corda de calibre
muito grande, ou seja, não usar cordas muitos grossas.

Quando se coloca uma corda nova em um cavaquinho é aconselhável subir a


afinação gradativamente até a altura do diapasão para evitar que a corda se rompa.

A escolha do tipo de corda a ser usada vai depender do gênero musical e até mesmo
do tipo físico e personalidade de cada um. No caso do cavaquinho, infelizmente, não
temos muitas opções. As cordas não vem com especificações na embalagem e, não
raramente, algumas (principalmente a terceira, sol ) já no momento em que as
colocamos não agüentam a tração e arrebentam. Muitas delas também perdem a
sonoridade em pouquíssimo tempo de uso. Uma boa opção é utilizarmos cordas de
violão (as quatro primeiras).

Algumas delas são de espessura ligeiramente maior do que as cordas fabricadas


especificamente para cavaquinho e dão um som mais encorpado. Há uma boa
particularidade nisso tudo: Se você enrolar o que sobra da corda direitinho, estará
ganhando uma boa vantagem nessa corda, pois isto facilita também a troca de
corda durante um show (ou mesmo uma festa pagode, etc). Basta você jogar fora o
pedaço usado (e quebrado), desenrolar a outra ponta (porém mantendo a corda no
eixo da cravelha), passá-la pelo cavalete, reafiná-lo e começar a tocar. Você vai
sentir a diferença. Há também a opção (pouco usada) de se usar cordas de guitarra

MVHP 6
mas nem todas são fabricadas com a finalidade de se obter som acústico e, por isso,
nem sempre dão bons resultados.

Os fabricantes de cordas para cavaquinho estão se aprimorando a cada dia, apesar


de ainda se encontrarem em um estágio ainda primitivo. Hoje em dia muitos
cavaquinhistas optam por usar encordoamentos de aço para violão em seus
cavaquinhos, mas substituindo somente as cordas 1 e 2, pois as cordas 3 e 4 do
violão são muito grossas para o cavaquinho. Resumindo: cordas 1 e 2 de violão e 3
e 4 de cavaquinho.

Ao colocarmos uma corda nova em um cavaquinho, é aconselhável elevarmos a


altura gradativamente para evitar que a mesma se rompa.

OBS: Mas vale lembrar que a questão de escolha tanto de instrumento, quando de
palheta como de cordas é completamente pessoal. Por isso pesquise e veja dentro de
sua realidade qual se encaixa melhor com você.

Considerações Finais

O cavaco é o principal (muitas vezes o único) instrumento harmônico do samba. No


entanto este pequeno cordafone consegue sozinho ser responsável por muito do
'pedal' do samba, principalmente quando o cavaquinhista domina a técnica da
palhetada. É essencial tocar de forma sincopada, seguindo o ritmo do tamborim,
para que ele solte todo o seu sentimento.

Uma outra característica importante do cavaco, é que ele não tem a função de
baixo, como por exemplo uma viola. Por essa razão, muitos acordes que seriam
distintos, pela eliminação do baixo passam a ser o mesmo, o que por um lado
simplifica a forma de tocar (a mesma posição pode corresponder a vários acordes) e
por outro permite compreender a harmonia a um nível mais intrínseco
(nomeadamente as substituições).

Capítulo 2 – A POSIÇÃO DAS MÃOS

Estamos num capítulo onde todo e qualquer iniciante, principalmente os canhotos


acabam entrando em rola de colisão. É muito importante atenta-se para a posição
das mãos, pois um errinho aí você põe toda sua didática a perder.

As cordas são contadas de baixo pra cima, assim como os outros instrumentos de
corda ,deixando o cavaco afinado em sol maior.

Com isso podemos ter:

4º ------ Re
3º------- Sol
2º------- Si
1º------- Re

MVHP 7
Você que é canhoto, para utilizar esse método e entender melhor suas figuras e
posições, troque a mão direita pela esquerda e inverta a ordem das cordas assim: a
primeira no lugar da Quarta, a segunda no lugar da terceira e assim por diante.

*Mão Esquerda

Na mão esquerda usamos o polegar como apoio. Os dedos que pressionam as


cordas são:

1:INDICADOR 2:MEDIO 3:ANELAR 4:MINIMO

Com esta mão aperta-se as cordas para formar os acordes ou posições. Veja que as
unhas deverão estar bem aparadas para favorecer o posicionamento dos dedos.

OBS: evite encostar a palma da mão esquerda no braço do cavaquinho; do contrario


terá dificuldades na movimentação, não tendo noção dos espaços percorridos.

* Mão Direita

Na mão direita se segura a palheta com os dedos polegar e indicador.

MVHP 8
A mão direita desempenha uma função especial, que é formar o ritmo e as batidas.
Para um bom aproveitamento rítmico a mão deve estar bem posicionada na
imediação da boca do cavaquinho.

Como se vê no desenho acima, a palheta fica presa entre os dedos polegar e


indicador. Nesta posição a palheta fere as cordas com exatidão sem agredir o timbre
do instrumento. Quando a palheta é usada de forma incorreta, muda a sonoridade
provocando ruídos desagradáveis. Muita força ou movimentos longos provoca
marcas da palheta no tampo do cavaco, por isso deve-se tocar de maneira suave.

Quando o músico toca em outra região além da boca do cavaco, há uma rápida
mudança no som em função da lei física dos harmônicos que se concentram na
casa 12 do braço do instrumento. Na região entre as casas 12 e 17, a palheta entra
em contato com a madeira do tampo produzindo ruído semelhante a um reco-reco e
que se mistura ao som das cordas. Além disso, danifica o carro.

Capítulo 3 – PALHETADAS E PARTIDO ALTO

Esses são dois assuntos que muitos cavaquinhistas tem interesse, pois uma boa
palhetada renderá um bom partido não é mesmo?

Muitos pagodeiros acreditam fielmente que a utilização de palhetas de número 70


para execução de solos é mais aconselhável. Os números inferiores são
recomendados para acompanhamento, pois quanto menor o número mais
flexibilidade e menor esforço sobre as cordas, possibilitando, dessa maneira, mais
vida útil as suas cordas. Lembre-se: Que você só terá um som de qualidade em seu
cavaquinho, se mantiver as cordas limpas e bem cuidadas.

A palhetada deve ser feita uma vez para baixo e outra para cima. Tem que ser
sempre uma para baixo e outra para cima, nunca somente para baixo ou somente
para cima. Ela deve ser feita na boca do cavaco. Não pode ser feita perto do cavalete
ou em cima do braço, a não ser se for para fazer alguns enfeites nas músicas,

Você que deseja melhorar sua palhetada preste atenção nesta dica que muitos
pagodeiros passaram pra mim: Enrole uma toalha no braço do cavaquinho, de
forma que as cordas fiquem bem duras. A partir daí, com uma palheta bem dura,
acompanhe músicas (sambas enredos...à..sambas lentos) simulando as batidas, nas
cordas tracionadas.

Depois de 30 min, retire a toalha, e note a diferença. Vale lembrar que para você
ganhar agilidade nos solos tente trabalhar de uma em uma corda, começando do 1º
traste subindo cromaticamente e voltando a última e penúltima nota, com isso
ganhará agilidade com o dedo mindinho. Lembre-se também que ao se executar o
acompanhamento de um pagode ou choro, a localização das palhetadas fica ao
gosto de quem está tocando, sendo que a regra geral é palhetar sobre a boca do
cavaquinho. A mudança para outras regiões deve se dar para incrementar a
interpretação em algumas passagens.

MVHP 9
Em relação aos partidos podemos dizer que, quase que geralmente, seguem
seqüências consoantes determinadas, compostas de:  Tônica do Tom --> Sétima da
Tônica Menor --> Subdominante --> Sétima da Dominante.

Estas seqüências permitem ao cavaquinista executar uma série de macetes, como


efeitos e quedas cromáticas que ajudam a enriquecer a harmonia. Executem estas
seqüências em lugares diferentes do cavaco, trabalhando a parte aguda e a parte
mais grave. Dizem que dá um efeito interessante, aliado a um bom treino para a
mão direita.Verifique esses exemplos: ("D B7 Em A7", "C A7 Dm G7", "G E7 Am D7")

É sempre bom lembrar que...

É desaconselhado o uso de palhetas moles e/ou muito grandes para a execução de


solos. Além de atrapalharem o músico, são barulhentas e fazem com que o som
fique "sujo". Por isso dê preferência às palhetas duras e pequenas.

A palheta dura é mais versátil, servindo tanto para acompanhamento quanto para
solo.

Quanto menor a palheta, menos ruído ela causa.

Para iniciantes em solos, aconselhamos o uso de palhetas pesadas e duras, pois


assim você pega muito mais facilmente agilidade ao tocar as cordas.

As palhetas de plástico escuro geralmente apresentam melhores resultados do que


as de plástico colorido.

Qualquer que seja o tipo de palheta, é importante que a superfície que fará contato
com as cordas esteja polida, para evitar ruído.

 
Capítulo 4 – INICIANDO AS BATIDAS

É necessário fazer um pouco de mecânica rítmica, técnica importante porque


facilita as batidas junto aos acordes. Mas por enquanto é bom praticar sem as
posições.
O praticante deverá tocar de acordo com as setas e fazendo a contagem rítmica
(pronunciando os números), como mostra o gráfico abaixo.

Posicione o cavaquinho na posição adequada e inicie os movimentos da palheta


para cima e para baixo tocando em todas as cordas de maneira suave.

Estes sete gráficos são suficientes para expressar os ritmos mais usados no cavaco-
banjo, nos dando uma noção geral através das setas. O gráfico nº2 é formado por 3
setas, seguidas dos números 1, 2, 3, 4. Observe que o nº 3 não há seta, porém
deve-se pronunciar o número 3. Para um bom desempenho rítmico, observe se a
seta está para cima ou para baixo. O número 4 a mesma coisa. Veja:

MVHP 10
Os gráficos 5 e 6 podem ser executados sem fazer a contagem.
O gráfico nº 7 merece uma observação especial. Ali temos a palavra "respirar", isto
é, há um pequeno espaço onde você deve aspirar rapidamente e, em seguida, iniciar
nova contagem rítmica. Mais uma vez lembramos: só comece a tocar com acordes
quando obtiver prática. O gráfico 7 é um resumo onde são executados.

Se você que é iniciante, encontra problemas com os ritmos, preste atenção: Procure
acompanhar sempre o ritmo do tamborim "Pac(1) Pac(1) Pac(1) PaPa-Pac(2) Pac(1). È
de vital importância para uma boa batida que a mão esquerda trabalhe também,
pois essa mão funciona como um abafador, que destraciona as cordas antes
comprimidas pela formação do acorde na intenção principal de cortar a sonoridade
e sendo de grande  utilidade para o ritmo. Empregue também os efeitos, ou seja,
aqueles sozinhos que dão o tempero, com por exemplo a aplicação da nota Si-(B) em
um acorde como (Ré menor)-Dm, provocando um efeito muito bonito, muito
utilizado em partidos altos. importância para o ritmo.

 
* EXERCÍCIOS
 
 Na próxima folha poderemos praticar alguns exercícios para facilitar o
entrosamento com seu cavaco.

MVHP 11
Vale lembrar que:

Dedo Indicador é o nº 1
Dedo do Palavrão é o nº 2
Dedo Médio é o nº 3
Dedo Pequenininho é o nº 4

Faça os exercícios abaixo para dar liberdade aos seus dedos. Só assim poderá
começar a tocar.

1º- Faça uma ordem de dedo 1, 2, 3, e 4 apertando nas suas respectivas casas 1, 2,
3 e 4. Faça isso na corda mais grossa.

2º- Agora faça nas ordens abaixo nas suas respectivas casas. Faça na corda mais
grossa.

1243
1324
1342
1423
1432

Faça mais ou menos 5 minutos cada ordem

3º- Faça todas essas ordens.


2134
2143
2314
2341
3124
3142
3214
3241
3412
3421
4123
4132
4213
4231
4312
4321

Não se esqueça de fazer bem devagar e tem que sair som. Pratique isso por 5
minutos cada um, durante 7 dias.
 

MVHP 12
Capítulo 5 – AFINANDO SEU CAVACO

A afinação mais usada no cavaquinho é a afinação tradicional (da corda mais grave
para a mais aguda: Ré-Sol-Si-Ré), embora também se utilize a afinação Ré-Sol-Si-
Mi, igual a do violão, perdendo apenas as notas Lá e Mi, principalmente para solar,
pois aumenta a extensão do instrumento.

Leva-se em conta que as cordas estão classificadas de baixo para cima, ou seja, a
corda mais fina é a 1ª corda e a mais grossa é a 4ª corda.Iniciando, então, o
processo de afinação, vamos tomar por ponto de partida a 4a. corda (Ré).

1- Compara-se o som desta corda com a nota ré de mesma altura emitida por um
outro instrumento já afinado ou por um diapasão, que é um
pequeno aparelho (de sopro ou eletrônico), cuja, finalidade é servir de base para
afinação de instrumentos musicais.

2 - Uma vez afinada, a 4a. corda (Ré), digitada na 5a. casa, emitirá o som da nota
Sol, que é o mesmo que queremos ouvir na 3a. corda solta
(Sol). Basta compararmos o som emitido pelas duas cordas e afinarmos, a partir da
4a. corda, a 3a. corda.

3- Aperte-se a 3a. corda (Sol) na 4a. casa (Si), o que nos permite ouvir o som da
nota si, com que queremos ouvir emitido pela 2a. corda
solta (si). Comparamos os sons das duas cordas afinando, a partir da 3a. corda, a
2a. corda.

5 - Aperte-se a 2a. corda (Si) na 3a. casa, o que nos permite ouvir o som da nota ré,
som que queremos ouvir emitido pela 1a. corda solta
(Ré). Comparamos os sons das duas cordas afinando-se, assim, a 1a. corda a partir
do som emitido pela 2a. corda (digitada na 3a. casa).

É importante utilizar o recurso do DIAPASÃO para afinar um instrumento, já que


ele possibilita afinar seu instrumento na altura do som próprio. Dois são os tipos de
diapasão: o eletrônico e o de sopro. O diapasão eletrônico é um aparelho com muita
precisão. Você toca a corda no cavaco, ele capta aquele som da corda e indica nota
a nota que o instrumento emitiu. A partir daí, você deve apertar ou afrouxar a
corda, através do girar da tarraxa, fazendo com que a mesma atinja a nota com a
qual deve ser afinada. Alguns modelos possuem a escala cromática (modelo mais
completo).

Já o diapasão de sopro se distingue do anterior na medida que ao ao bater na corda


do instrumento é seu ouvido que vai comparar nota da corda com nota do diapasão.
Se tiver igual é porque a corda está afinada, caso contrário rode as tarraxas até
atingir a nota certa.

MVHP 13
Digamos que seu diapasão contenha apenas uma nota. Esta nota é Re proporcional
a quarta corda (Médio).Para isso, afina-se a quarta corda na mesma altura do
diapasão.Aperta-se o quinto traste da quarta corda e terá a nota sol que é
exatamente a nota da terceira corda. O som do 5° traste da 4ª corda deve ser igual
ao som da 3ª corda solta.Estando a terceira corda afinada (SOL), aperta-se o quarto
traste da terceira corda, terá agora a produção da nota si. Esta nota equivale a
segunda corda solta, afina-se a 2ª corda comparando os sons emitidos entre o
quarto traste da 3ª corda e a segunda corda solta.Para afinar a primeira corda,
aperta-se o terceiro traste da segunda corda e ouça o som produzido.Desta vez a
nota é ré, aperte ou afrouxe a 1ª corda solta até o som ser igual ao som produzido
com a segunda corda presa no terceiro traste. Ou seja:

*5° Traste da 4ª corda é igual a 3ª corda solta (SOL)

*4° Traste da 3ª corda é igual a 2ª corda solta (SI)

*3° Traste da 2ª corda é igual a 1ª corda solta (Re)

Vale lembrar que no início é bastante natural apresentar dificuldades no uso do


diapasão de sopro, pois o principiante não tem ainda um ouvido apurado,
inteiramente familiarizado com a altura das notas. Com uma seqüência prática, a
afinação, que antes era um problema, vai se tornando cada vez mais fácil.

Conclusão:

Vamos ver então se você entendeu bem como afinar de maneira correta seu
cavaquinho.

- Comece pela quarta corda; aumente a tensão da corda até determinada altura de
modo a considerar que estará afinada.

Pressione agora na mesma corda a casa de numero cinco e terá o som da corda sol;
tente igualar o som. Na terceira corda já afinada pressione a quarta casa obtendo a
nota SI tente novamente igualar som e por último. Na corda si, pressione a terceira
casa obtendo a nota Re e proceda da mesma maneira tentando igualar o som.

- Com a ajuda de um diapasão (instrumento calibrado, de sopro ou percussivo) ou


outro instrumento qualquer, iguale o som das cordas do cavaco. O nome das cordas
você já sabe como mencionamos acima.

OBS: geralmente as cordas afrouxam um pouco, por isso confira a afinação e se


necessário repita os passos acima. No caso de afinador eletrônico, de ponteiro ou
luminoso, não há dificuldades uma vez que só nos cabe aumentar ou diminuir a
tensão das cordas.

MVHP 14
Capítulo 6 – TABLATURA

A Tablatura nada mais é do que é a forma de notação em que a nota a ser tocada
(ou acorde) é indicada (ou indicado) pela posição dos dedos do executante e no
braço do instrumento. Os números indicam as casas a serem pressionadas e zero a
corda solta e quando colocados na mesma direção, devem ser tocados na forma de
acorde.

Veja o exemplo:

-------------------------0-2-0---2-re
-----------------0--1--0---------1-si
---------0--2--0-----------------0-sol
0--2---0-------------------------2-re

OBS: Veremos mais pra frente as figuras rítmicas, onde a leitura e a escrita se
tornem completos.

A tablatura no braço do cavaquinho é a seguinte:


|----41---|----40---|----49---|----48---|----47---|----46---|----45---|----44---|---43---|---42---|---41---|---40---||
|----31---|----30---|----39---|----38---|----37---|----36---|----35---|----34---|---33---|---32---|---31---|---30---||
|----21---|----20---|----29---|----28---|----27---|----26---|----25---|----24---|---23---|---22---|---21---|---20---||
|----11---|----10---|----19---|----18---|----17---|----16---|----15---|----14---|---13---|---12---|---11---|---10---||

Exemplo:

10 indica a primeira corda Ré solta


20 indica a primeira corda Si solta
30 indica a primeira corda Sol solta
40 indica a primeira corda Ré solta

Outros Exemplos:

12 indica a primeira corda apertando o dedo na segunda casa.


24 indica a segunda corda apertando o dedo na quarta casa.
36 indica a terceira corda apertando o dedo na sexta casa.
48 indica a quarta corda apertando o dedo na oitava casa.

*Quando quisermos indicar duas ou mais notas tocadas simultaneamente, no meio


do número aparecerá um traço.

Exemplo:

Acorde Dó maior 42 30 21 12

MVHP 15
*Quando aparecer o número com um traço embaixo, indica que a nota a ser tocada
é sempre depois da nona casa.

Exemplos:

10 indica que se deve apertar o dedo na décima casa da primeira corda.


20 indica que se deve apertar o dedo na décima casa da segunda corda.
30 indica que se deve apertar o dedo na décima casa da terceira corda.
40 indica que se deve apertar o dedo na décima casa da quarta corda

Importante:

Para realizar os exercícios, é preciso afinar o cavaco para que já comece a perceber
a diferença entre os sons. Assim trabalhando sua percepção e memória auditiva.

* Digitação

Significa colocar o dedo certo, no tempo certo e no lugar certo.

Vamos praticar o seguinte:

Mão esquerda:

11 12 13 14

21 22 23 24

31 32 33 34

41 42 43 44

1-2-3-4----------------------------re
-------1-2-3-4---------------------si
--------------1-2-3-4--------------sol
---------------------1-2-3-4-------re

Os exercícios a seguir também trabalham digitação e são um pouco mais


complexos, pois exigem mais domínio das mãos. Sua execução deve ser feita de
maneira que as notas soem claramente e a ordem das palhetadas sempre alternada.
A velocidade se adquire com treino e se torna desnecessária quando o objetivo é
agilidade.

Vamos lá:

M.E Primeiro os impares depois os pares:


MVHP 16
Assim:

dedo impar, casa e corda impar

Dedo par, casa e corda par.

Veja:

11      13

22      24          M.D.alternada (ver capítulo II)

31      33

42       44      

Na tablatura:

--1----3----------------------
----------2----4--------------
-----------------1---3--------
-----------------------2----4-

depois de memorizado o ''desenho'' da mão esquerda, você pode executá-lo em


qualquer região do braço do cavaco.

M.E

-1--3--2--1--4--3--2--1----------------------------------------------------------------------

---------------------------1--3--2--1--4--3--1-----------------------------------------------

--------------------------------------------------1--3--2--1--4--3--1------------------------

------------------------------------------------------------------------1--3--2--1--4--3------

M.D. Alternada

Os procedimentos para execução são os mesmos dos exercícios anteriores. Agora


vamos ver uma seqüência de quatro acordes para trabalharmos ritmo (batida) e ver
os resultados dos exercícios de digitação.

Mão direita:
MVHP 17
Vamos usar a palhetada alternada que nada mais é do que movimentos repetitivos
para cima e para baixo.

Para Ter uma maior precisão na hora de tocar as cordas, apóie a mão direita (mais
ou menos entre o pulso e O começo do dedo mínimo),na região do cavalete.

4 Dica:

Use como referência o clic de um relógio de ponteiro para substituir o metrônomo


(aparelho que marca o tempo da musica) e para cada segundo, um movimento
alternado. Treine até obter completo domínio aumente a velocidade gradativamente.
A proporção é a seguinte: um movimento pra cada clic; depois dois movimentos: um
pra cima e um pra baixo; por ultimo quatro movimentos entre um clic e outro.
Preste atenção na progressão dos sons para que o exercício não seja apenas
mecânico.

Nessa primeira parte desse nosso curso, paciência e persistência são fundamentais.

Capítulo 7 – TERMINOLOGIAS MUSICAIS

Antes de entrarmos mais a fundo no estudo do cavaquinho ou de qualquer


instrumento precisamos conhecer os termos que serão empregados. De nada
adianta você dar um pulo maior que suas pernas, pois é necessário saber antes o
significado de cada nomenclatura senão corre o sério risco de ficar a ver navios.

Vamos aos principais:

Som - [do latim sonu]-fenômeno acústico que consiste na propagação de ondas


sonoras produzidas por um corpo que vibra em um meio material elástico
(especialmente o ar).

Onda sonora - Onda de pressão que se propaga em um meio elástico tendo a


freqüência situada entre 20 e 20.000 hertz e que é a responsável pelos fenômenos
acústicos.

Ruído - [do latim rugitu]-qualquer interferência ou alteração na comunicação de


uma mensagem. Interferência no som puro.

Silêncio - [do latim silentiu]-estado de quem se cala, interrupção, ausência de som.

Melodia - [do grego melodía canto cadenciado, pelo latim melodia]-sucessão rítmica
ascendente ou descendente de sons simples a intervalos diferentes , e que encerram
certo sentido musical.

Harmonia - [do latim harmonia]-disposição bem ordenada entre as partes de um


todo, consonância ou sucessão agradável de sons, arte e ciência que tem por
objetivo a formação e o encadeamento dos acordes segundo as leis da tonalidade, do

MVHP 18
cromatismo, ou, modernamente, através do afastamento mais ou menos radical das
categorias tonais.

Ritmo - [do grego rytmos movimento regrado e medido, pelo latim rhytmu]-
movimento ou ruído que se repete, no tempo, a intervalos regulares, com acentos
fortes e fracos: o ritmo das ondas, da respiração, da oscilação de um pêndulo, do
galope de um cavalo; sucessão de movimentos ou situações que embora não se
processem com regularidade absoluta, constituem um conjunto fluente e
homogêneo no tempo; agrupamento de valores de tempo combinados de maneira
que marquem com regularidade uma sucessão de sons fortes e fracos, de maior ou
menor duração conferindo a cada trecho características especiais.

Freqüência - [do latim frequentia]-em movimento periódico, número de oscilações


onde vibrações realizadas pelo móvel na unidade de tempo.

Duração - tempo que uma coisa dura

Timbre - qualidade de um som caracterizada pelo conjunto de sons harmônicos que


acompanham o fundamental.

Intensidade sonora - fluxo de energia sonora através de uma superfície normal à


direção de propagação da onda.

Acústica - parte da física que estuda as oscilações e ondas ocorrentes em meios


elásticos e cujas freqüências estão compreendidas entre 20 e 20.000 hertz. Essas
oscilações e ondas são percebidas pelo ouvido como ondas sonoras.

Vibrar - fazer tremular ou oscilar. Deslocar, mover. Pulsar, dedilhar, tanger, ferir:
vibrar um instrumento de cordas. Fazer soar: o sino vibrou três badaladas. Bater,
pulsar. Produzir sons, ecoar: súbito um grito vibrou longo e agudo. Ter som claro e
distinto.

Vibração - ato ou efeito de vibrar, oscilação balanço. Tremor do ar ou de uma voz.

Vibrato - nos instrumentos de cordas, efeito técnico que consiste em produzir uma
ligeira oscilação na altura de um som, a fim de reforçar o valor expressivo das
notas.

Altura - posição de um corpo acima de um ponto de referencia. Propriedade de uma


onda ou vibração sonora caracterizada pela freqüência de vibração.

Tom - [do grego tónos, tensão através do latim tonu]- tensão, tono, vigor. Altura de
um som: tom grave, tom agudo. Qualidade sonora de uma voz humana: o tom de
sua fala é suave. Inflexão da voz: respondeu em tom áspero. cor, colorido, coloração,
matiz, tonalidade. Intervalo de 2a M formado pôr dois semitons. Altura de um som
na escala geral dos sons: o tom diapasão oficialmente adotado é o lá de 440
vibrações duplas pôr segundo. No sistema tonal clássico é a escala diatônica em que
está escrito um trecho musical; a palavra tônica deve preceder o nome da tônica
dessa escala e o respectivo modo.

Tonalidade - [tonal + i + dade]-conjunto de fenômenos harmônicos e melódicos que


regem a formação das escalas e seu encadeamento, e decorrem diretamente de suas
MVHP 19
afinidades com um centro tonal, a tônica, e, pôr via indireta e secundária, da
interdependência dos graus daquelas notas. Tais atrações que umas notas ou graus
exercem sobre outros, em determinados pontos da seqüência. Enquanto os tons são
móveis, variando em altura: dó, dó # ou ré b, ré, ré # etc... e modo: maior, menor,
dórico, lídio, etc... a tonalidade varia apenas quanto ao modo. Tributo de sensação
de cor que é diretamente associado a cor dominante de uma radiação policromática
visível, matiz.

E aí, ficou por dentro de tudo? Entenda cada significado desse como se você tivesse
estudando pra uma prova de História do Brasil!

Capítulo 8 – SIMBOLOGIA NA TABLATURA

Agora o estudo do cavaquinho começa a ficar mais difícil, pois vamos entrar mais
afundo no que diz respeito ao entendimento das tablaturas. Vamos entender o
significado de alguns dos símbolos usados tanto no cifrado quanto nas partituras
que serão importantíssimas para você entender melhor nosso aprendizado sobre o
cavaco.

MVHP 20
Os símbolos poderão ser empregados nas seguintes situações. Veja abaixo:

MVHP 21
V

amos ver
agora um exemplo de

MVHP 22
Capítulo 9 – O ESTUDO DAS PARTITURAS

Para complementar o capítulo anterior e você já começar a ficar ciente do que vai
encontrar pela frente vamos dar início ao estudo das partituras no cavaquinho. A
coisa aí começa a complicar, mas se você prestar bastante atenção verá que não é
nenhum bicho de 7 cabeças.

Fique atento a cada símbolo e definição que estará presente numa partitura.

* O pentagrama ou Pauta

É o conjunto de cinco linhas e quatro espaços onde se escreve musica e contam-se


da inferior para a superior

_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________

* Clave

É a responsável por dar o nome da linha em que se assina determinando os demais


nomes das linhas e espaços. As claves são três: Do , Fá e Sol e estudaremos
direcionalmente ao cavaco a de sol.
A clave de sol é usada para o canto e instrumentos agudos e se escreve na Segunda
linha.

* Métrica

São os valores determinados das figuras constituindo a formação de vários ritmos


separados por duas barras que chamamos barra de divisão de compasso.
Compasso é a reunião de tempos que formam uma peça musical e que podem ser:
binário, ternário ou quaternário , sendo representados por duas cifras sobrepostas .

MVHP 23
* Os valores

Obs:

Sem a clave não, se saberia quais notas tocar


As notas exprimem sons a pausas silencio
Cada figura vale metade da antecedente e o dobro da seguinte. Veja:

A semibreve vale 4 tempos, a mínima 2 e a semínima 1tempo. É só ter em mente e


relação dobro metade.
E você só vai ter certeza que entendeu nos exercícios do final do capitulo certo?

Vamos colocar em prática

Primeiro veremos como é que ficam os nomes das linhas e dos espaços

- Linhas

- Espaços:

Lembrando que essa é a região media dos sons; para se escrever notas mais graves
ou mais agudas usamos as linhas e espaços suplementares.

MVHP 24
* Soma dos valores

A soma dos valores deve ser igual para todos os compassos

Como marcar

No compasso binário: um, dois


No compasso quartenário: um, dois, três, quatro
No momento é só o que nos interessa

* A acentuação

É feita de acordo com o tempo do compasso; no 4/4 por exemplo temos:

1º forte 2º e 3º meio forte e 4º fraco

vamos a leitura:

exercício com as cordas 4º re e 3º sol soltas:

* Ponto

O ponto de aumento é uma figura colocada ao lado da nota e serve para aumentar a
metade do seu valor.

MVHP 25
Exemplo:

Essa nota vale um tempo


O ponto vale meio; então: um tempo e meio

São usados até três pontos que estudaremos mais pra frente.

* Ligadura

É uma linha que liga uma nota na outra que tenha o mesmo som prolongando seu
valor, tendo assim o mesmo efeito do ponto.

* No cavaco

A região que usamos no cavaco é a seguinte:

Sendo necessário muitas vezes ''oitavar'' algumas frases uma vez que o mais grave
que temos é a 4º corda re; portanto o cavaco
é considerado um instrumento transpositor.
Seria interessante fazer exercícios para decorar os nomes das linhas, espaços e
valores das figuras.

MVHP 26
Capítulo 10 – LEITURA DAS BATIDAS NA PARTITURA

No capítulo 3 demos início ao quadro das principais batidas. Agora daremos


continuidade nesse estudo, porém fazendo com que você interprete as batidas
numa pauta musica, o que é consideravelmente mais difícil.

Antes de sair tocando qualquer peça dê uma lida antes, observando as notas, os
valores, os retrocessos enfim, tudo que tiver escrito.

As duas batidas a seguir estão escritas nos compassos binário e quaternário, o que
mostra que podemos escrever de várias maneiras uma mesma coisa.

Primeiro só para baixo depois alternando os movimentos.

MVHP 27
Capítulo 11 – DISPOSIÇÃO DAS NOTAS

Antes de entrarmos no estudo dos acordes precisamos saber ao certo como


funciona o esquema no braço do seu cavaco. Portanto neste capítulo mostraremos
detalhadamente esse mapeamento.

Lembre-se que cada som, cada nota, cada detalhe é de fundamental importância e
alguns deles passam desapercebidos por muitos que estão iniciando na música e
que depois se perdem em algumas dificuldades. Veja esse gráfico abaixo:

Viu? Não tente decorar esse esquema, pois você precisa fazer naturalmente. Pra isso
pratique bastante. Na figura acima notamos alguns fundamentos importantes.

Fique atento, pois Não há E# e portanto não há Fb, Não há B# e portanto não há Cb,
O ultimo C (do) seria uma oitava a cima do primeiro Do, Temos na escala musical 7
notas e 12 semitons.

Podemos também lembrar que o nome que se dá para as notas que tem o mesmo
som porem nomes diferentes como por exemplo: C# e Db se denomina Enharmonia

Isso tudo você precisa passar para o seu instrumento. Dessa maneira as notas ao
longo do braço vão ficar assim:

Observações importantes:

 Cada corda nesse esquema completa o ciclo de uma oitava (12º casa)
 Não se esqueça da enharmonia: refaça esse esquema agora como se fosse
descendente (do agudo pro grave) utilizando o bemol(b)
 Não decore, entenda.
 A única diferença entre alterar uma nota e um acorde é que no acorde
devemos deslocar todas as notas pra frente ou pra trás até chegar no tom
desejado.

MVHP 28
Capítulo 12 – NOTAÇÃO DOS ACORDES

O cavaquinho tal como todos os instrumentos de cordas permite bastante


diversidade de montagens, com graus variáveis de dificuldade. No entanto com os
acordes seguintes já podes acompanhar praticamente qualquer música. Os
quadros seguintes não incluem todos os acordes possíveis, apenas os mais simples
ou mais usuais.

Notação

A notação empregue identifica o trasto a ser tocado, desde a corda mais grave à
aguda. Por exemplo 2 0 1 2, significa:

2 - tocar a corda Ré grave, no segundo trasto


0 - a corda Sol toca solta
1 - tocar a corda Si, no primeiro trasto
2 - tocar a corda Ré aguda, no segundo trasto

O que resultaria na seguinte armação:

__O____
|_|_O_|
O_|_|_O
|_|_|_|
| | | |

Notas sobre os acordes

Nos quadros de acordes apenas estão incluídos os acordes base (aqueles que têm
pelo menos uma corda solta), sendo os restantes obtidos movendo todos os dedos
um mesmo número de trastos. Por exemplo, Dó = 2012, para obteres Dó#, sobes
todos os dedos um trasto (meio-tom), resultando Dó# = 3123, para obteres Ré,
sobes todos os dedos dois trastos (um tom), resultando Ré = 4234, e assim
sucessivamente.

Para alguns acordes haverá várias hipóteses possíveis, que poderão ser usadas em
situações diferentes. Experimenta em cada caso qual das possibilidades soa melhor,
ou resulta mais simples.

Alguns acordes não listados, acordes com notas alteradas (#5 ou b5, #9 ou b9),
obtém-se a partir dos acordes presentes, alterando a nota correspondente. Exemplo:
E7=0102, a quinta é dada na corda Si solta, logo E7(#5)=0112.

Repara que como a primeira e a última corda do cavaco estão afinadas na mesma
nota (Ré), qualquer posição pode ser invertida, trocando a última com a primeira
corda. Por exemplo, as posições 3100 e 0103 são iguais (têm as mesmas notas). Nos
quadros seguintes apenas incluí uma das posições, de forma livre, mas deves
experimentar a posição inversa, pois pode resultar mais fácil numa dada
progressão, ou soar melhor em determinado contexto.

MVHP 29
Como o cavaquinho consegue quatro notas em simultâneo, é preciso dobrar uma
nota nos acordes de três notas (tríades) e omitir uma ou mais notas nos acordes de
quatro notas (tétrades) com extensões.

Como regra, numa tríade nunca se pode omitir a terceira, pois é esta que permite
distinguir se o acorde é maior ou menor. Da mesma forma numa tétrade nunca se
podem omitir a terceira e a sétima.

A tônica e a quinta tanto podem ser omitidas como dobradas. A dobragem da


terceira (nas tríades) soa bem, mas a dobragem da sétima (nas tétrades) deve-se
evitar pois resulta numa harmonia mais pobre (na prática também se usa, por
exemplo G7=3003)

Por baixo de cada acorde estão ainda as notas que o compõem (tônica, quinta,
terceira maior ou menor, etc). Podes consultar a notação usada para os acordes e
respectivas notas

Notação

Intervalo Nome Distância à tônica


1 tônica 0
b9 nona menor 1/2 tom
9 nona maior 1 tom
#9 nona aumentada 1 tom e 1/2
b3 terceira menor 1 tom e 1/2
3 terceira maior 2 tons
11 décima primeira maior 2tons e 1/2
4 quarta justa 2 tons e 1/2
#11 décima primeira aumentada 3 tons
b5 quinta diminuta 3 tons
5 quinta justa 3 tons e 1/2
#5 quinta aumentada 4 tons
b13 décima terceira menor 4 tons
6 sexta maior 4 tons e 1/2
13 décima terceira 4 tons e 1/2
b7 sétima menor 5 tons
7 sétima maior 5 tons e 1/2

Acorde Designação Notas básicas


Maior 1-3-5
MVHP 30
m Menor 1 - b3 - 5
6 Sexta 1-3-5-6
m6 Menor de Sexta 1 - b3 - 5 - 6
7M Maior de Sétima 1-3-5-7
m7 Menor de Sétima 1 - b3 - 5 - b7
7 Sétima (Dominante) 1 - 3 - 5 - b7
m7(b5) Menor de Sétima com b5 1 - b3 - b5 - b7
o7 Diminuto de Sétima 1 - b3 - b5 - bb7
7sus Sétima sus(pensão) 1 - 4 - 5 - b7

Tríades maiores e menores e acordes dominantes

Estes acordes permitem acompanhar a maior parte das músicas e efectuar as


progressões básicas como II-V-I e I-VI-II-V.

  M m 7
2012 1011 2312
Dó (C) 
[ 3-5-1-3 ] [ b3-5-1-b3 ] [ 3-b7-1-3 ]
  3103
Dó # / Ré b (C# / Db)
    [ 3-5-b7-3 ]
    0214
Ré (D)
    [ 1-5-b7-3 ]
    1021
Ré # / Mi b (D# / Eb)
    [ 1-3-b7-1 ]
2102 2002 0102
Mi (E)
[ 1-3-5-1 ] [ 1-b3-5-1 ] [ b7-3-5-1 ]
0000   3000
Sol (G)
[ 5-1-3-5 ]   [ b7-1-3-5 ]
  1101  
Sol # / Lá b (G# / Ab)
  [ 5-1-b3-5 ]  
    2022
Lá (A)
  [ 5-b7-3-5 ]
    1204
Si (B) 
    [ 3-b7-1-5 ]

Acordes de sexta e m7

O acorde maior de sexta tem as mesmas notas que o acorde menor de sétima do
relativo menor (por exemplo Ré 6 = Si m7)

MVHP 31
  6 m7
  2102
Dó # / Ré b (C# / Db)
  [ b3-5-b7-b3 ]
0204 0213
Ré (D)
[ 1-5-6-3 ] [ 1-5-b7-b3 ]
  0002
Mi (E)
  [ b7-b3-5-1 ]
3210  
Fá (F)
[ 1-3-5-6 ]  
0002  
Sol (G)
[ 5-1-3-6 ]  
  2012
Lá (A)
  [ 5-b7-b3-5 ]
  0204
Si (B)
  [ b3-b7-1-5 ]

Acordes m7(b5), m6 e 7(9)

Os acordes m7(b5), m6 e 7(9) estão relacionados como modos/graus da escala


menor melódica.

Estes acordes podem funcionar como substituições uns dos outros pois têm as
mesmas notas, apenas variando o baixo.

Como no cavaco não há baixo, estes acordes são permutáveis, por exemplo 0113 =
Dm7(b5) = Fm6 = Bb7(9).

 
  m7b5 m6 7(9)
    2310
Dó (C) 
    [ 3-b7-1-9 ]
2002   3101
Dó # / Ré b (C# / Db)
[ b3-b5-b7-b3 ]   [ 3-5-b7-9 ]
0113 0203  
Ré (D)
[ 1-b5-b7-b3 ] [ 1-5-6-b3 ]  

MVHP 32
    1023
Ré # / Mi b (D# / Eb)
    [ 1-3-b7-9 ]
  2022 0104
Mi (E)
  [ 1-b3-6-1 ] [ b7-3-5-9 ]
3101 0113  
Fá (F)
[ 1-b3-b5-b7 ] [ 6-b3-5-1 ]  
    0203
Sol (G)
    [ 5-9-3-b7 ]
Sol # / Lá b (G# / Ab) 4100 3101  

[ b7-1-b3-b5 ] [ 6-1-b3-5 ]  
1011    
Lá (A)
[ b5-b7-b3-b5 ]    
  3023 0113
Lá # / Si b (A# / Bb)
  [ 5-6-b3-5 ] [ 3-b7-9-5 ]
0203 4100  
Si (B)
[ b3-b7-1-b5 ] [ 5-6-1-b3 ]  

Acordes de sétima diminuta e de 7(b9)

Os acordes diminutos usam-se como acordes de passagem (cromáticos) ou como


sétimo grau em tonalidades menores. Como as notas de um acorde diminuto estão
espaçadas de uma 3ª menor (1, b3, b5, bb7), acordes diminutos cujos baixos distem
de um múltiplo de uma 3ª menor, têm as mesmas notas (por exemplo Co7 = Ebo7 =
Gbo7 = Ao7). Por isso na verdade apenas existem três acordes o7 diferentes. No
cavaquinho usa-se apenas uma montagem para acordes diminutos:

Do7 = Fo7 = G#o7 = Bo7 = 0103

Todas as outras montagens se obtém a partir desta. Existe uma relação entre os
acordes de sétima diminuta e de sétima dominante com b9. Se tirarmos a tônica a
um acorde de 7(b9) resta-nos um acorde diminuto. Podemos obter as montagens de
7(b9) a partir das montagens de 7(9) baixando meio-tom a 9ª. No fundo obtemos
também uma montagem principal para os acordes 7(b9):

C#7(b9) = E7(b9) = G7(b9) = Bb7(b9) = 0103

  o7 7(b9)
  3100
Dó # / Ré b (C# / Db)
  [ 3-5-b7-b9 ]
Ré (D) 0103  

MVHP 33
[ 1-b5-bb7-b3 ]  
  1022
Ré # / Mi b (D# / Eb)
  [ 1-3-b7-b9 ]
  0103
Mi (E)
  [ b7-3-5-b9 ]
3100  
Fá (F)
[ 1-b3-b5-bb7 ]  

  0103
Sol (G)
  [ 5-b9-3-b7 ]
  0103
Lá # / Si b (A# / Bb)
  [ 3-b7-b9-5 ]

Outros acordes: add9, 6(9), 7M, 7M(9), 7(13), 7sus


 
 

Quadro geral de acordes

Podemos obter um quadro com todos os acordes mencionados até agora aqui. Veja:
 

I - vi - ii - V – I
I vi ii V7 I
3000
2012
2012
C Am Dm G7 C 2212 3233 3435
5555
5555
5465
4111
C# A#m D#m G#7 C# 3123 3323 4344 3123
4546
D Bm Em A7 D 4234 4434 2002 2022 4234

MVHP 34
5222
5355
5657
1011 3133
D# Cm Fm A#7 D# 5345 3113 5345
5545 6333
1204

E C#m F#m B7 E 2102 2122 4224 4244 2102

7444
2312

F Dm Gm C7 F 3213 3233 5335 5355 3213

8555

3103
F# D#m G#m C#7 F# 4324 4344 1101 4324
3423
0214
0000 2002
0000
G Em Am D7 G 2212 4214
5435
5435 5355
4534
1021

G# Fm A#m D#7 G# 1111 3113 3323 5325 1111

5645
0102
A F#m Bm E7 A 2222 4224 4434 2222
2132
1011 1213
Bb Gm Cm F7 Bb 3333 5335 3333
5545 3243
2324
B G#m C#m F#7 B 4444 1101 2122 4444
4354

MVHP 35
I - IV - iv6 – I

iv6
I IV I
bVII7(9)
2012
2012
C F Fm6 C 3213 0113
5555
5555
C# F# F#m6 C# 3123 4324 1224 3123
0000
D G Gm6 D 4234 2335 4234
5435
D# G# G#m6 D# 5345 1111 3101 5345
E A Am6 E 2102 2222 4212 2102
F Bb Bbm6 F 3213 3333 5323 3213
F# B Bm6 F# 4324 4444 0104 4324
0000 2012
0000
G C Cm6 G 1215
5435
5435 5555
G# C# C#m6 G 1111 3123 2326 1111
A D Dm6 A 2222 4234 0203 2222
A# D# D#m6 A# 3333 5345 1314 3333
B E Em6 B 4444 2102 2425 4444

i - iio - V7(b9) – i

i iio V7(b9) i
1011
1011
Cm Dm7(b5) G7(b9) Cm 0113 0103
5545
5545
C#m D#m7(b5) G#7(b9) C#m 2122 1223 1214 2122
Dm Em7(b5) A7(b9) Dm 3233 2334 2325 3233
D#m Fm7(b5) A#7(b9) D#m 4344 3101 0103 4344
2002
2002
Em F#m7(b5) B7(b9) Em 4212 1214
5355
5355
Fm Gm7(b5) C7(b9) Fm 3113 5323 2325 3113
F#m G#m7(b5) C#7(b9) F#m 4224 0104 0103 4224
1011
Gm Am7(b5) D7(b9) Gm 5335 1214 5335
1215
G#m A#m7(b5) D#7(b9) G#m 1101 2122 1022 1101
2325
MVHP 36
2326
Am Bm7(b5) E7(b9) Am 2212 0203 0103 2212
A#m Cm7(b5) F7(b9) A#m 3323 1314 1214 3323
2002
Bm C#m7(b5) F#7(b9) Bm 4434 2325 4434
2425

É preciso saber que quando se diz ''sétima'', estamos nos referindo a sétima menor.
A regra é fácil: é só acrescentarmos a sétima (dois semitons abaixo da tônica ou 10
apartir da tônica) na tríade.

Observe que em cada região (desenho) em que é feito o acorde "some'' alguma nota
da tríade.

A sétima maior se escreve com M ou +.

O sinal + serve para indicar também ''aumentada'' nos graus 5, 9 e 11.

Os acordes maiores não vêm acompanhados dos sinais M/+.

Quando a Tonica fica de fora, devemos guardá-la em mente como referencia para os
demais graus.

Dessa mesma maneira se apresentam os acordes dissonantes:tríade + dissonância.

Capítulo 13 – ESCALAS

Agora teoria e pratica se misturam ainda mais: vamos conhecer escalas e ritmos
(batidas) que se forem explicadas apenas por setas seria impossível decifrar.

Vamos começar entendendo o que é um escala.

Escala nada mais é do que a progressão ascendente (do grave pro agudo) ou
descendente (do agudo pro grave)nas notas.

Escala cromática: composta por intervalos de meio tom entre duas notas. É como
andar de casa em casa ao longo do braço do cavaco.

Escala diatônica: composta por intervalos de tons e semitons, sendo que os


semitons estão entre os graus E V tanto ascendente como descendente.

A escala cromática nós já vimos na segunda ilustração do capitulo V.

Diatônica:
MVHP 37
Não basta aprender o ''desenho'' da escala; o interessante é conhecer as notas que a
compõem.

Vamos ver primeiro na tablatura e depois passarmos para a partitura ok?

Observe que as escalas de sol, lá, si e do tem o mesmo desenho;

Tocando as notas na progressão certa, ascendente ou descendente, faça as escalas


de modo a ficarem com desenhos diferentes
.

MVHP 38
Exemplo: troque a nota dó feita na corda 4 casa 10, pela mesma nota que pode ser
encontrada na casa 5 da corda 3 (35) e na casa 1 da segunda corda (21).

Note que todas tem o mesmo som pois se trata da mesma nota; o que muda é a
duração.

Faça a mesma coisa com todas as outras notas de todas as escalas, assim estará
praticando o estudo das notas em todo o braço do cavaco.

Obs:

Esses passos são muito importantes para os que querem desenvolver alem do que
este escrito;

Não esqueça de estar como o cavaco “afinadíssimo’’ para trabalhar o ouvido”;

Procure usar nas escalas todos os dedos de modo a diminuir as dificuldades;

Velocidade não é interessante nesse momento: trabalhe cada som com precisão.

Vamos conhecer um pouco mais sobre algumas escalas!

maior/diatônica: formada por intervalos de tons e semitons; já vista num dos


capítulos anteriores

Escala menor:

Natural ou antiga

harmônica : 7º grau elevado meio tom

Melódica : 6º e 7º graus elevados meio tom

Exemplos:

C D Eb F G Ab B C

C D Eb F G A B C

E ainda temos os modos dessas duas ultimas que veremos em outra oportunidade.

Hexafônica ou de tons inteiros: composta de intervalos de um tom entre duas notas

Escala diminuta: sempre com intervalos de tom e semitom, que é diferente do arpejo
diminuto.

Escala de acorde: tríade + dissonância

Para aplicar tudo isso é necessário conhecer cada som de cada escala, coisa que só
pega quem pratica muito e tem pleno domínio das noções de intervalos justo, maior
e suas alterações, campo harmônico etc...
MVHP 39
Essa parte do curso nos leva para a área de harmonia e improvisação que nos da a
possibilidade de mostrar até onde vai a nossa criatividade, talento e ousadia; coisas
que não faltam para aqueles mestres que tanto admiramos.

Não basta ler; tem que criar situações que pintam duvidas; só assim verá que já
tem um estilo próprio e já desenvolve suas próprias habilidades.

Antes de encerrar esse capítulo preparamos um quadro com os principais tipos de


escalas existentes e que você deve estudar. Confira nas páginas seguintes:

MVHP 40
MVHP 41
Capítulo 14 – QUADRO DOS GRAUS DAS ESCALAS

Esse capítulo é bastante complexo e portanto tem que se fazer uma leitura lenta a
fim de compreender a estrutura dos acordes. Vamos nos concentrar no Quadro dos
graus das escalas maior e menor (natural, harmônica e melódica)

Tônica

I
O grau I é o grau da tônica. É o acorde que melhor caracteriza a tonalidade, pelo
que é normalmente o primeiro acorde numa música. É também o único acorde que
sugere completo repouso, e uma sensação de conclusão, pelo que é também
normalmente o acorde final. Os outros acordes com função tônica também
partilham esta sensação de repouso e conclusão, mas de forma menos intensa.

O acorde I é alcançado de duas formas: ou numa seqüência dominante-tónica (ver o


grau V) ou numa cadência plagal (ver o grau IV). Estas formas têm diversas
variantes que discutiremos em seguida.

Nas tonalidades menores o acorde I é um acorde menor. Na menor natural é um


acorde menor de sétima (Im7) enquanto que na harmônica e na melódica é um
acorde m6 ou m(7M). A sua função é sempre tônica.

O acorde I pode ser também um acorde de sétima (I7) quando se pretende uma
sonoridade mais blues, mantendo a função de tônica.

III
O acorde III é normalmente um substituto para o acorde I, visto conter
praticamente as mesmas notas. A sua função é a mesma que a do acorde I, sendo
normalmente o ponto de partida para progressões, quando se quer usar uma
sonoridade ligeiramente diferente do acorde da tônica.

O modo correspondente ao acorde III é o modo frígio, um modo menor com uma 9ª
e uma 13ª menores. Por essa razão raramente se inclui a 9ª natural neste grau
(apenas como artifício harmônico).

bIII
O grau bIII apenas ocorre nas escalas menores. Normalmente usa-se o grau bIII da
escala menor natural, isto é, o mesmo acorde que o I relativo maior. Nas escalas
MVHP 42
menor harmônica e melódica, este acorde apresenta a quinta aumentada, o que
pode dificultar o seu uso em temas mais populares.

Quando usado em harmonias menores, tem a mesma função que o IIIº grau maior
tem em harmonias maiores.

No entanto este acorde é muitas vezes usado em harmonias maiores, como acorde
de empréstimo, contribuindo para um colorido particular (exemplo, em Dó maior
usar Eb7M). Aqui ele surge normalmente com função subdominante, sendo muitas
vezes seguido pelo V, por exemplo: Eb7M - G7sus - G7

VI
O acorde VI é o relativo menor, mantendo também uma função tônica nas
tonalidades maiores. Devido à proximidade intrínseca entre as escalas maiores e as
suas relativas menores, o VIº grau (ou Iº grau menor) é também um acorde de
repouso.

VI
Como o VIº grau está uma quinta acima do IIº, funciona de certa forma como seu
dominante, precedendo o II-V-I na progressão tão frequente: I-vi-ii-V. Por vezes é
mesmo tocado como um acorde dominante (VI7), tornando-se o dominante do II.

O VIº grau funciona ainda como uma forma de enganar o ouvinte, conferindo
interesse, quando este esperava que nos dirigíssemos para o I. Um exemplo é fazer
V-vi em vez de V-I, o que é chamado de resolução deceptiva (este tipo de resoluções
só se empregam durante a música, para manter o interesse, não sendo usual por
exemplo usar o acorde VI para terminar a música).

Na escala melódica temos um sexto grau m7(b5). O interesse deste grau, reside
principalmente numa substituição muito usada, trocando um acorde m7(b5) por
um acorde m6, uma sexta abaixo. Na verdade, dada a ausência de avoid notes na
escala melódica, todos os seus modos são intercambiáveis (trata-se apenas de
trocar o baixo). Assim, o Im6, o IV7(9) e o VIm7(b5), são equivalentes, respeitando
as distâncias entre os baixos. Por exemplo: Cm6 = F7(9) = Am7(b5) = B7alt

Tônica Dominante
V
O Vº grau é o grau dominante da tônica. A razão porque o Vº grau domina o Iº tem
a ver com os tons tendenciais. Este acorde contém o trítono (entre a 3ª e a sétima
menor, respectivamente a 4ª e a 7ª notas da escala maior), intervalo altamente
MVHP 43
instável, e que por isso pede movimento e conclusão. Se podemos dizer que o acorde
I é o mais parado, podemos dizer que o V se encontra mais em movimento, e de fato
os acordes dominantes são aqueles que conferem dinamismo à harmonia.

Sendo o único grau dominante da escala (o único que corresponde a um acorde de


sétima: 1-3-5-b7), podemos concluir que todos os acordes de sétima são
dominantes, e apontam para uma tônica uma quinta abaixo (na realidade isto só se
passa com a resolução para uma quinta abaixo, existem outros acordes de sétima
com resoluções diferentes, que veremos quando falarmos do bII7 e do VII7alt).

De qualquer forma, nenhuma resolução é tão caracterizadora de uma dada


tonalidade como a progressão V-I dessa tonalidade, pois esta resolução de fato
identifica a tonalidade. Por esta razão, é esta a seqüência que normalmente se
emprega para estabelecer uma nova tonalidade (isto é, numa modulação).

Esta tendência para resolver para uma quinta abaixo, tem sido inclusivamente
transmitida a outros graus, e é responsável pelo uso do VI7 num I-vi-ii-V e mesmo
pelo uso mais freqüente hoje em dia do IIº grau em vez do IVº como subdominante
(o IIº grau domina o Vº grau que domina o Iº).

Na escala maior, o Vº grau tem uma 9ª natural e uma 13ª natural, ao passo que na
escala menor (harmônica) estas extensões estão baixadas meio tom. Por esta razão é
normalmente empregue um V7(9) ou V7(13) para resolver para um acorde maior, e
um V7(b9) ou V7(b13) para resolver para um acorde menor, embora esses acordes
sejam livremente intercambiados nos dias de hoje.

Na escala menor natural, o quinto grau nem sequer é um acorde dominante. De


fato, como a escala natural tem o sétimo grau descido meio-tom, não exibe o tom
tendencial do VIIº grau, e o acorde do Vº grau é um acorde menor. Por essa razão se
optou por subir este sétimo grau meio-tom, de forma a que o acorde do quinto grau
fosse dominante, e se pudesse assim usar a função harmônica nas tonalidades
menores (a escala resultante, a menor harmônica, deriva daí o seu nome, pois
preserva a função harmônica, só possível quando existe meio tom da sensível -7º
grau- para a tônica).

A utilização dos acordes dominantes não se restringe à preparação do I. Podemos


usar um acorde dominante para aproximar qualquer grau diatônico, denominando-
se nesse caso dominante secundário. O dominante secundário é um acorde
dominante de sétima que aponta para um qualquer grau da escala. Por exemplo, em
Dó maior, o dominante secundário do segundo grau (V7/ii) será VI7, isto é A7. O
dominante secundário de III (V7/iii) será B7, o de IV (V7/IV) será C7, etc. O uso do
dominante secundário é muito freqüente, e não significa que tenhamos modulado
para o grau em que esse acorde resolve. Uma modulação só se torna efetiva, a partir
do momento em que há uma permanência na nova tonalidade, e desde o momento
em que o uso do dominante secundário é transitório, apenas como forma de
alcançar um dado grau diatônico, não se pode dizer que tenha havido uma
mudança de tonalidade.

subV

MVHP 44
O subV7 não é um grau diatônico, isto é, não ocorre em nenhuma escala. No
entanto, dada a sua estreita relação com o V7, optei por incluí-lo aqui.

O dominante substituto nasce de uma propriedade do trítono, o intervalo


característico do acorde dominante. Com efeito, o trítono divide a oitava em duas
metades, e em conseqüência, as mesmas duas notas que compõem o trítono no
acorde dominante (a terceira maior e a sétima menor), são também as notas de um
outro trítono, num outro acorde dominante (onde serão respectivamente a sétima
menor e a terceira maior).

Vejamos um exemplo: na escala de Dó maior, o acorde dominante (G7) contém o


trítono Fá-Si. Si é a sua terceira maior, e Fá a sua sétima menor. Mas existe um
outro acorde dominante (Db7) que contém o mesmo trítono: Fá é a sua terceira
maior e Si é a sua sétima menor.

Este acorde gêmeo do acorde dominante, chama-se o subV7, isto é, o substituto do


V7, e constitui a substituição mais empregue para um acorde dominante. Este
subV7 encontra-se à distância de um trítono (três tons) do baixo de um acorde
dominante. 
Se o acorde dominante resolvia uma quinta para baixo, para a tônica, o subV7
resolve descendo meio tom para a tônica.

Todas as outras preparações do dominante se mantém, e podemos por exemplo ter


a progressão IIm7-bII7-I.

Uma característica do subV7, é que apenas comporta as seguintes extensões: 9ª


natural, 11ª aumentada e 13ª natural. Isto é, quando um acorde dominante resolve
para meio tom abaixo, pode apenas ser enriquecido com 9, #11 ou 13. Em
particular a 11ª aumentada (#11), como como não ocorre nem no dominante maior,
nem no menor (pois ambos têm uma 11ª natural), é marca registrada do subV7 (ou
do IV7, ver grau IV). Por isso, quando nos surge um acorde 7(#11), quase de
certeza irá resolver para meio-tom abaixo, e caso não resolva, trata-se
provavelmente de um acorde 7(b5) mal escrito.

A relação de substituição entre os dominantes aparece na escala melódica, pois


dada a correspondência dos seus modos (ver grau VI), o IV7(9,#11,13) e o VII7alt,
são intercambiáveis.

O bII7 joga ainda um papel interessante com o bVI, pois permite fazer progressões
do gênero bVI-bII-I, que imitam uma cadência plagal, com backdoor dominant (ver
grau IV). Podemos inclusive ter bVI-bvi6-I em que o bvi6 não é mais do que o
bII7(9) com o baixo trocado

VII

O sétimo grau é uma substituição para o Vº grau, visto conter  practicamente as


mesmas notas, em especial o trítono. A sua resolução é no entanto para cima meio
tom, para a tônica.
MVHP 45
Na escala maior o VIIº grau é um acorde m7(b5), e raramente se usa para
substituir para o dominante (o VIIº grau é mais usado como II menor, numa
modulação para o relativo menor (em Dó maior: Bm7(b5)-E7(b9)-Am7).

Na escala menor harmônica, o VIIº grau é diminuto, e resolve freqüentemente para


a tônica. As progressões em que usamos um acorde diminuto para alcançar um
dado grau (por exemplo, I-Io-II), têm aqui a sua origem.

Na escala menor melódica encontramos um VIIº grau interessante. Trata-se de um


acorde de sétima, com a quinta e a nona alteradas. A sua designação é
normalmente 7alt, indicando que pode conter qualquer combinação de b9 ou #9,
b5 ou #5, mas não uma quinta ou nona naturais.

Este acorde possui uma sonoridade estranha, mas muito interessante, e permite
resoluções dramáticas por meio tom ascendente (VII7alt-I). Esta aproximação desde
meio-tom abaixo, pode ser usada não apenas para a tônica, mas para qualquer
grau, soando por exemplo muito bem ao resolver no IVº grau, em que a sua
agressividade contrasta com a doçura do acorde IV

Na verdade, tanto o VIIº grau diminuto da escala harmônica, como o VIIº grau
alterado da escala melódica, podem ser usados, estendendo o conceito de
dominante secundário, para alcançar desde meio-tom abaixo, qualquer grau
diatônico.

O sétimo grau da escala natural é um bVII7, e não resolve particularmente bem


para a tônica. Algumas pessoas tentam confundir este modo com o backdoor
dominant (ver grau IV) mas isso parece-me errado. No fundo os graus 'dominantes'
da escala menor natural (o V e o bVII), não chegam a ter função dominante devido à
inexistência de um intervalo de meio-tom da sétima nota da escala para a tônica.

Tônica Sub-Dominante

IV
O IVº grau é o subdominante por excelência. A progressão primordial consiste em
fazer I-IV-V-I. O I inicial identifica a tônica. Seguidamente o IV, sendo também um
acorde maior, contesta a tônica (isto é, o nosso ouvido pergunta: será esta, afinal, a
tônica?). Mas logo em seguida a progressão característica da tonalidade V-I reafirma
o pressuposto inicial da tônica.

No entanto, com o decorrer dos tempos (especialmente com o jazz), o acorde II


passou a tomar o lugar do IV como subdominante preferencial. A descida de baixo
de uma quinta, do II para o V, enquadra-se melhor na tendência natural do baixo
para se mover por quintas.

O IVº grau é também protagonista da outra principal forma de alcançar o acorde I:


a cadência plagal. Denomina-se cadência plagal qualquer cadência do tipo

MVHP 46
subdominante-tônica, no entanto a cadência plagal por excelência é a cadência IV-I,
muito usada nomeadamente no célebre amén final das músicas religiosas.
Devido à sua grande beleza harmônica, e pelo sentimento ambíguo que desperta,
hoje em dia o IVº grau é muito usado no refrão das músicas, e sempre que se queira
evocar uma emoção mais forte no decurso da música.

Uma evolução do IV-I inicial consiste em inserir um IV menor (ou menor de sexta)
entre o IV e o I. A progressão torna-se assim: IV-iv-I, (por exemplo em Dó : F-Fm6-
C). Além de ser uma progressão muito interessante, e extremamente popular, esta
progressão estendeu a função do iv6 a dominante. De fato podemos dizer que o iv6
é também uma forma de dominar e alcançar o I.

Prosseguindo ainda neste conceito, trata-se apenas de uma mudança de baixo para
que o iv6 se torne um bVII7(9), o backdoor dominant (dominante-da-porta-de-trás),
tão usado no jazz e não só. Progressões do gênero C-F-Bb7(9)-C são muito
utilizadas. Esta equivalência do iv6 e do bVII7(9) encontra-se também na melódica,
pois podemos intercambiar os graus i6 e IV7(9) (ver grau VI).

O bVII7(9) é também usado para resolver para o VI, numa descida de meio-tom que
imita a resolução subV7-tônica.

Nas tonalidades menor natural e harmônica o IVº grau é um acorde menor, e as


cadências plagais tornam-se IVm7-Im, IVm7-iv6-Im ou IVm7-Bb7(9)-Im.

Na escala melódica encontramos um quarto grau dominante (mais precisamente


lídio dominante, isto é um acorde de sétima com 9ª, 11ª aumentada e 13ª). Além do
fato de este modo ser também o do subV7, este grau usa-se muitas vezes para obter
uma sonoridade diferente no quarto grau. É também muito usado no final de
músicas, alternando com a tônica e deixando o final um pouco suspenso.

II

Na escala menor, o segundo grau é um acorde menor de sétima com quinta


diminuta. A progressão usual para nos movimentarmos para um acorde menor é
IIm7(b5)-V7(b9,b13)-Im.

Na escala maior o segundo grau é uma acorde menor, ou menor de sétima. A


progressão usual para nos movimentarmos para um acorde maior é IIm7-V7(9,13)-
I.

O IIº grau tornou-se gradualmente o subdominante por excelência, em detrimento


do IVº. A descida de baixo de uma quinta, para o Vº grau está mais de acordo com a
movimentação do baixo por quintas, pelo que a progressão típica do tipo
subdominante-dominante-tónica é hoje em dia o ii-V-I.

bVI
MVHP 47
É muitas vezes usado para preceder o V (bVI-V-I) dado a sua função subdominante,
e por vezes resolve mesmo diretamente para a tônica, no que podemos também
considerar uma cadência plagal (aliás vê-se por vezes a resolução bVI - bvi6 - I ).

O bVI é outro acorde que apenas ocorre naturalmente nos tons menores (escalas
menores harmônica e natural). Faz parte de uma função que Schoenberg classificou
como subdominante menor, mas podemos tratá-lo como um simples subdominante
(não apresenta função tônica como o VI maior).

Tal como o bIII pode ser usado como empréstimo em tonalidades maiores, com
função subdominante. Quando assim é, é usado brevemente, para não sugerir que
se tinha feito uma modulação para o tom paralelo menor, podendo por vezes ser
precedido pelo bIII, visto tratar-se de uma descida de uma quinta.

Capítulo 15 – TENDÊNCIAS DAS ESCALAS E FUNÇÃO HARMÔNICA

Agora vamos tentar compreender melhor as escalas a função harmônica no que diz
respeito à tendências de tona. A função harmônica resulta da existência de
semitons na escala diatônica. Para isso vamos tomar como exemplo a figura do
Teclado.

O intervalo de semitom é um intervalo muito instável, e tende a resolver para o meio


tom adjacente

Na escala maior, o 4º e o 7º grau (as notas Fá e Si em Dó maior) têm um papel


extremamente importante, pois permitem identificar a tônica

O 4º grau tem uma forte tendência a resolver para o 3º grau, e o 7º grau tem uma
forte tendência a resolver para cima para a tônica

É a posição dos semitons num dado trecho musical, que permite ao ouvido
identificar qual a tonalidade em que está num dado momento

Esta tendência verifica-se na melodia, pois o ouvido espera após um destes tons
ouvir a resolução correspondente, e caso não a ouça, isso vai pôr em causa a sua
noção da tonalidade

Por exemplo, se a melodia apresentar resoluções de Si para Dó e de Fá para Mi, o


ouvido vai se assegurar de que o trecho em causa está na tonalidade de Dó maior

MVHP 48
Da mesma maneira estas resoluções verificam-se na harmonia, nos acordes que se
constroem a partir da escala

O acorde da tônica (C) é o único acorde que apresenta um estado de conclusão, isto
é de repouso.

Isto acontece porque o acorde da tônica contém ambas as notas 'já resolvidas', isto
é contém Dó e Mi, e não contém nenhuma das notas instáveis Fá ou Si

Por isso este acorde encontra-se totalmente em repouso

Em contrapartida, a tríade da dominante (G) contém uma nota instável (Si), e a


tétrade da dominante (G7) contém ambas as notas instáveis (Si e Fá) 

Este é sem dúvida o acorde mais instável, e de fato este acorde quer por toda a força
resolver ambas as notas instáveis, passando em conseqüência disto, para o acorde
da tônica.

Capítulo 16 – AS SEQUÊNCIAS DO PARTIDO ALTO

Muitas dúvidas chegam diariamente a minha caixa postal a respeito das seqüências
mais usadas nos partidos. Esse capítulo é curto, porém responde de maneira
esclarecedora esse assunto que é muito interessante pra quem curte o samba raiz.

Aí vão as seqüências mais usadas nos partidos divididos por tom. (A sequência dos
acordes sublinhados são as mais usadas).

C (dó maior): C G7 C G7 C A7 Dm G7 C C7 F Fm C A7 Dm G7 C

D (ré maior) : D A7 D A7 D B7 Em A7 D D7 G Gm D B7 Em B7 D

E (mi maior): E B7 E B7 E C#7 F#m B7 E E7 A Am E C#7 F#m C#7 E

F (Fá maior) : F C7 F C7 F D7 Gm C7 F F7 Bb Bbm F D7 Gm C7 F

G (sol maior): G D7 G D7 G E7 Am D7 G G7 C Cm G E7 Am D7 G

MVHP 49
A (lá maior): A E7 A E7 A F#7 Bm E7 A A7 D Dm A F#7 Bm E7 A

B (si maior): B F#7 B F#7 B G#7 C#m F#7 B B7 E Em B G

Aí vão as seqüências de menores divididas por tom:

Cm (dó menor): Cm G7 Cm G7 Cm C7 Fm G7 Cm C7 Fm Bb7 Eb Ab Ab7 G7 Cm

Dm (ré menor): Dm A7 Dm A7 Dm D7 Gm A7 Dm D7 Gm C7 F Bb Bb7 A7 Dm

Em (mi menor): Em B7 Em B7 Em E7 Am B7 Em E7 Am D7 G C C7 B7 Em

Fm (fá menor): Fm C7 Fm C7 Fm F7 Bbm C7 Fm F7 Bbm Eb7 Ab Db Db7 C7


Fm

Gm (sol menor): Gm D7 Gm D7 Gm G7 Cm D7 Gm G7 Cm F7 Bb Eb Eb7 D7 Gm

Am (lá menor): Am E7 Am E7 Am A7 Dm E7 Am A7 Dm G7 C F F7 E7 Am

Bm (si menor): Bm F#7 Bm F#7 Bm B7 Em F#7 Bm B7 Em A7 D G G7 F#7 Bm

OBS: Em músicas do Zeca Pagodinho e Fundo de Quintal, que é o pagode raiz, é


muito comum encontrar esses tipos de seqüências. Treine bastante com nossas
cifras desses artistas disponibilizadas no MVHP !

Estamos colocando um bom exemplo pra treinamento inicial. Veja.

Seleção de Pagodes
(Chuá, Chuá)
(Fui Passear no Norte)
(Moemá Morenou)
(Baiana Serrana)
(Serei teu Iô Iô)
(Vem menina Moça)
Grupo: Fundo de quintal
Tom: D
Introdução: D

B7 Em
Eu pisei na folha seca
A7 D
Vi fazer chuá, chuá
B7 Em
Eu também pisei na folha seca
A7 D Refrão
Vi fazer chuá, chuá
MVHP 50
B7
Chuá, Chuá !
Em A7 D B7 Em A7 D
Chuá, Chuá Chuá, Chuá Chuá, Chuá Chuá, Chuá
B7 Em
Juro por Deus que não minto
A7 D
Com sinceridade eu vou lhe contar porque
Refrão
B7 Em
Bem cansado de pagode

A7 D
Me mandei pro Ceará
A7
Mas eu fui passear
*D G D/F#
Fui passear no Norte
A/E D
Gostei muito, tive sorte
B7 Em Em/D
Conheci o Ceará, o meu Ceará
C#m5-/7 F#7 Bm
Encontrei uma cearense que gostou de mim
Bm/A E/G# A7
Tenha paciência com cearense eu não quero nada porque
B7 Em A7 D
Ceará botou Santo Antônio na jangada
B7 Em A7 D
Ceará botou Santo Antônio na jangada (//)
B7 Em
Amigo se for à Recife
A7 D
Me traga um rifle de papo amarelo
Am
Também me traga uma caixa de bala
D7 G
Que dê no calibre do meu parabelo
Gm
Se você for na Bahia
D
Me traga uma caixa de bala dum-dum
B7 Em
Eu preciso munição
A7 D
Pra botar no oitão e pegar um por um
A7
Mas eu fui passear! Volta no * até (//)
C7 F
Ê Bahia!
Dm Gm
Moemá morenou
C7 F
MVHP 51
A água do mar te molhou
Dm Gm Bis
O sol da Bahia te queimou
C7 F
Teu corpo morena morenou
C7
Baiana serrana
F Gm Am C7
Baiana serrana, eu queria partir
F Gm Cm D7
E ela me pediu, para eu não ir
Gm C7 F Dm
Dizendo se eu abandonasse a Serrinha
G7 Gm C7
Ela jamais seria minha
Gm C7 Am5-/7
Então , eu resolvi é ficar

D7 G7 C7 Am5-/7
Pra não ver a minha baianinha cho...rar
D7 G7 C7 F
Pra não ver a minha baianinha cho...rar
D7
Seu Chico Bento
Gm
Bota a camisa pra dentro
C7 F
Quem mandou foi o sargento do primeiro batalhão
Cm
Houve uma blitz no morro do Juramento
F7
Foi tremendo fufuvuco

Bb
Foi tremenda confusão
%
E eu tô de roda na esquina
Bº F
Cacetete de borracha não pode faltar
Dm Gm
Eu dou em cima, dou no meio, dou embaixo
C7 F
Quem mandou foi o sargento da polícia militar
C7
Mas serei teu ioiô!
F
Serei teu ioiô
C7 F Gm
Tu serás minha iá-iá
Am D7 Gm D7
A vida feliz bem longe daqui iremos provar
Gm Gm7+ Gm7 Gm6
Só tem duas coisas, que podem impedir
MVHP 52
Gm C7
Você a sorrir me perguntará
F
Meu bem que será
Cm F7 Bb Bº
Olha eu que bem se, te responderei
F^^^^^ D7^^ Gm^^^^ C7^^^F Bis
A saudade, a inveja meu bem ou golpe de amar
C7 F
Teu olhar tá me dizendo, que você quer me namorar

C7 F
Mas papai não quer deixar, mas papai não quer deixar
C7 F
Mas papai não quer deixar, mas papai não quer deixar
C7
Um palacete pra morar, vem

F F7 Bb C7 F
Vem menina moça, vem menina moça, vem menina moça
C7
Um carrão pra passear
F F7 Bb C7 F
Vem menina moça, vem menina moça, vem menina moça
C7
Pro Cacique desfilar, vem

F F7 Bb C7 F
Vem menina moça, vem menina moça, vem menina moça
C7 F
Vou te dar muito carinho, mil beijinhos vou te dar
C7 F
Mas papai não quer deixar, mas papai não quer deixar

C7 F
Mas papai não quer deixar, mas papai não quer deixar
C7
Todo mundo vai versar
F F7 Bb C7 F
Vem menina moça, vem menina moça , vem menina moça
C7
Meu pandeiro eu vou tocar
F F7 Bb C7 F
Vem menina moça, vem menina moça, vem menina moça
C7
Miudinho eu vou sambar
F F7 Bb C7 F
Vem menina moça, vem menina moça, vem menina moça
C7
Vivo só pra te adorar
F F7 Bb C7 F
Vem menina moça, vem menina moça, vem menina moça
C7
MVHP 53
Eu não posso vacilar
F F7 Bb C7 F
Vem menina moça, vem menina moça, vem menina moça
C7
Vem depressa me encantar
F F7 Bb C7 F
Vem menina moça, vem menina moça, vem menina moça
C7
Sem querer me abandonar
F F7 Bb C7 F
Vem menina moça, vem menina moça, vem menina moça

C7
Eu prometo te amar
F F7 Bb C7 F
Vem menina moça, vem menina moça , vem menina moça
C7
Ô Sereno, o quê que há
F F7 Bb C7 F
Vem menina moça, vem menina moça , vem menina moça

Capítulo17 – EXERCÍCIOS DE AQUECIMENTO PRA TOCAR

Para se conseguir solar e dedilhar as cordas do seu cavaco com mais leveza é
necessário que você esteja relaxado em sua principal região: as mãos. O objetivo
desse capítulo é mostrar uma seqüência de exercícios que você pode fazer para suas
mãos ficarem mais firmes no momento que tocar o seu cavaco.

Treine bastante o que vamos passar aqui a fim de que você possa sentir mais
firmeza ao solar o seu instrumento.

Bom, vamos lá! Preste atenção a cada movimento!

Relaxe os músculos do pescoço

Incline a cabeça para a esquerda, para a direita, para frente e para trás. Mantenha
cada posição por alguns segundos.

MVHP 54
A-2 Rolagem de Ombro

Com os braços soltos e com as mãos apontadas para baixo, execute um movimento
giratório nos ombros para frente, por três vezes, e para trás, por três vezes.

A-3 Rotação de Antebraço.

Levante os braços estirados, com as palmas das mãos voltadas para cima, até a
altura dos ombros. Gire os braços lentamente para dentro até que o dorso das mãos
fiquem de frente um para o outro. Gire os braços novamente, retornando-os à
posição inicial.

A-4 Rotação dos punhos

Com os braços retos e para os lados, gire lentamente as mãos em círculo,


trabalhando os punhos.

MVHP 55
Alongamento e compressão dos dedos

Com as mãos para a frente e as palmas voltadas para baixo, estire os dedos o tanto
quanto puder, mantenha-os nessa posição por alguns segundos; em seguida feche
as mãos com força.

A-6 Flexões das pontas dos dedos

Com a mão direita estendida, dedos juntos e palma voltada para baixo, force os
dedos contra a palma da mão esquerda, mantenha a posição por alguns segundos e
solte-os suavemente.
Repita as flexões nos dedos da outra mão e assim por diante.

MVHP 56
E aí, gostou desse exercício? Ele é recomendado pelos melhores ortopedistas do país
e deve ser feito sempre uma hora antes de você pegar em seu instrumento para
tocar ou trabalhar nele. Mas vá com calma, pois você há de convir que ginástica mal
feita é cruel para a saúde!

Capítulo 18 – LIMPEZA E CUIDADOS COM SEU CAVACO

Você já deve saber disso, mas nunca é tarde pra alertarmos novamente. A saúde do
seu instrumento depende única e exclusivamente de você cavaquinista. Quanto
mais você seguir a risca um manual de limpeza apropriado para seu instrumento,
mais você terá anos usando ele da melhor forma.

O intuito desse capítulo é justamente você ficar alerta para os riscos que pode
encontrar pela frente caso não mantenha uma limpeza diária de seu instrumento.
Bom, mas vamos parar de falar e ir direto ao assunto. Aqui vão algumas dicas, para
que você tenha um instrumento sempre com um belo som, aumentando o tempo de
vida útil dele, pois um instrumento bem cuidado, vai com o tempo, ficando com um
som mais claro e límpido.

1º - Jamais deixe seu cavaco em locais de temperatura elevada, pois ele pode
empenar e perder toda a qualidade do som. Caso contrário terá que conviver com
um som abafado e estranho.

2º - Não deixe seu cavaco por muito tempo afinado. Sempre depois de tocar, tente
afrouxar as cordas para que ele não force muito o cavalete não perca a qualidade do
seu som.

3º - Após usar seu cavaquinho, limpe-o com um pano seco para tirar todo suor que
fica. Esse suor, esse cebo faz com que as ferragens oxidem mais rápido, assim como
as cordas também, pois cordas oxidadas se partem mais rápido.

4º - Não deixe seu cavaco por muito tempo apoiado com a parte das cordas para
fora. Dessa forma ele vai ficando, aos poucos, empenado. Sempre o deixe de pé, ou
deitado.

5º - Lembre que qualidade custa caro, mas se você está começando agora, não
precisa comprar um cavaco muito caro tipo um DEL VECCHIO ou ROZZINI. Um
GIANINNI Série Estudo ou até mesmo um TONANTE, que é uma marca que está
cada vez melhor em qualidade e acabamento, são os mais baratos, podendo com
eles tirar um som legal.

6º - Não deixe de usar um "CASE" para seu cavaco ou uma capa muito bem
acolchoada. Isso contribui para a diferença no som, pois seu cavaco não sofrerá
nenhum dano com baques ou quedas. O Case evitará, também, que seu cavaquinho
empene ficando apoiado. Mas lembre: CASES não são térmicos, por isso, ele não
pode ficar exposto a elevadas temperaturas.

MVHP 57
Capítulo19 – AS 10 DÚVIDAS MAIS FREQUENTES DO ESTUDO

Antes de encerrar essa apostila colocarei nesse capítulo final as 10 perguntas que
muitos aprendizes do cavaquinho fazem sobre o instrumento. Preste atenção nas
respostas pois elas serão fundamentais não só para seu estudo mas como também
para a vida útil de seu cavaco

1) Qual a diferença entre o cavaco e o banjo?

O banjo, em sua forma original de tocar, exige uma maneira própria em função de
sua afinação e sonoridade serem apropriadas à música americana (jazz, country,
etc...)

Ao ser introduzido no pagode, o banjo passou a ter a mesma afinação do


cavaquinho (RÉ, SOL, SI e RÉ ou RÉ, SOL, SI, MI), fazendo com que sua forma de
tocar ficasse igual a dele. A única diferença entre eles passa a ser a forma de
palhetar.

2) Que tipo de cavaco deve ser usado por um iniciante?

O iniciante é aconselhado a comprar um cavaco barato (tonante). Depois que seu


aprendizado progredir, ele deve comprar outro de melhor qualidade.
Dependendo da condição financeira do iniciante, a compra de um bom cavaquinho,
torna o aprendizado mais produtivo. É aconselhável o Rozzini.

3) Qual a melhor forma de eletrificar o cavaquinho?

O sistema mais prático é o captador de cavalete e o captador magnético.


O captador de cavalete consiste num filete magnético provido de um mecanismo em
seu interior. Este filete é colocado no local onde fica o rastilho (peça feita em osso,
próxima ao cavalete, por onde passam as cordas). E o captador magnético é uma
peça retangular que se coloca na boca do cavaco, sob as cordas.

4) Em quanto tempo um iniciante alcança um estágio satisfatório?

A rapidez do aprendizado é variável de uma pessoa para outra por vários fatores:
musicalidade nata, coordenação motora (habilidade manual), disponibilidade de
tempo para o treinamento e um bom orientador. Tudo isso, somado a uma grande
força de vontade, pode fazer com que o iniciante alcance um bom estágio num
período de 4 a 6 meses, Agora, o segredo é um só: Estudar, estudar, estudar ....

5) Qual a diferença entre as afinações RÉ-SOL-SI-RÉ e RÉ-SOL-SI-MI?

A primeira, é a afinação tradicional do cavaquinho, sendo utilizada pela grande


maioria. A segunda é muito utilizada por aqueles que, tendo aprendido primeiro a
tocar violão, não querem ter o trabalho de aprender um novo repertório de acordes
num instrumento com afinação diferente. Tocar nesta afinação é o mesmo que tocar

MVHP 58
violão sem as duas cordas mais graves, mas ela possibilita aos solistas um maior
alcance nas notas mais agudas.

6) Qual a importância da dissonância?

A relação acorde-melodia se dá em função da criação das melodias a partir de


escalas dos acordes que são utilizados. Nestes casos, quando um trecho da melodia
for criada a partir da escala E79+, este acorde é o que harmonizará com precisão
aquele trecho. Podemos, neste caso, fazê-lo com E7, mas ficará uma harmonização
"pobre".

7) Em qual região das cordas é mais correto palhetar?

Ao se executar o acompanhamento de um pagode ou choro, a localização das


palhetadas fica ao gosto de quem está tocando, lembrando que a regra geral é
palhetar sobre a boca do cavaquinho. A mudança para outras regiões deve se dar
para incrementar a interpretação em algumas passagens.

8) Quais tipos de cabos posso comprar para meu cavaco?

Na hora de comprar cabos, de preferência a cabos (de plugs mais conhecidos como
banana, p10 ,TRS) estéreo. Observe a ponta do plug; deve ter dois riscos pretos
dividindo o plug em três partes.

9) Tem algum risco amplificar meu cavaco com o microfone?

O problema é que dá muito vazamento e está muito mais sujeito a realimentação,


que nada mais é do que a famosa '' microfonia''. Na hora de equalizar, deixe os
equipamentos ''zerados'' ou seja sem equalização e comece tirando o que sobra
depois pondo o que falta.

10) Qual o segredo pra praticar um partido alto e samba da antiga com
qualidade?

O segredo é você fazer uma palheta bem sincronizada debaixo pra cima. Não tente
inventar ou copiar estilos de grandes partideiros, pois o sucesso está em você.

Capítulo 20 – DICAS FINAIS PARA A ESCOLHA DO SEU CAVAQUINHO

Pronto, chegamos ao término de mais uma estudo de um instrumento bastante


difundido depois da ascensão do pagode na mídia. Acreditamos que ainda devam
existir muitas dúvidas pertinentes ao assunto, porém nesse capítulo a intenção é
mostrar o que você precisa estar ciente antes de adquirir seu instrumento.

Em primeiro lugar pra iniciar o estudo precisamos de um cavaco, certo? O tipo de


cavaco para um iniciante já foi respondido no capítulo anterior. Mas se você já tem

MVHP 59
uma boa noção de cavaco e está pensando em algo profissional é indicado os
cavaquinhos feitos por Luthier's como Do Souto®, JB®, Carlinhos Luthier®, etc...

Outra coisa relacionada ao tipo de cavaco diz a respeito sobre o som. Para o som
mais grave, os partideiros indicam os cavaquinhos com a caixa em Faia ou Pinho.
Já para o som médio - agudo, é indicado os cavaquinhos com a caixa em Jacarandá
ou Imbuia. Não existe o cavaco ideal, mas precisa-se saber a sonoridade desejável.
Na hora de escolher a melhor escala, peça as feitas em Ébano, pois são mais
densas, sendo consideradas melhores. É importante também no ato da compra,
verificar suas oitavas e observar corda por corda para detectar trastejamento das
mesmas.

Para terminar você tem que se atentar para a captação, encordoamento e uso das
palhetas. Sobre a captação, no momento em que você for adquirir seu produto as
marcas que dão uma boa resposta no som são: Sheldon ®, Marcos Beri® e Fishman®.
Em relação ao seu encordoamento procure as cordas leves (baixo calibre) que são
um pouco mais finas que a padrão, pois elas proporcionam mais suavidade (são
macias). Um exemplo disso é a marca Rouxinol ® (cavaco leve). E para as palhetas
as mais indicadas são as de 73mm, visto que dão uma sonoridade interessante na
batida. O maior exemplo disso é a corda do tipo Jim Dunlop® (USA Nylon 73mm).

Isso são apenas dicas e macetes para você não ser enganado no ato da compra.
Ainda mais se você não dominar o assunto, pode acabar sendo ``passado pra trás``
pelo vendedor. Lendo este artigo e se inteirando mais com essas dicas, o vendedor
vai notar logo que você é uma pessoa que entende do assunto. Todavia, mais difícil
de ser enrolada, né?

Capítulo 21 – LISTA DE ACORDES SIMPLES MAIS USADOS (FORMATO REVISTA)

MVHP 60
MVHP 61
MVHP 62
MVHP 63
MVHP 64
MVHP 65
MVHP 66
MVHP 67
MVHP 68
MVHP 69
MVHP 70
MVHP 71
MVHP 72
MVHP 73
MVHP 74
MVHP 75
MVHP 76
MVHP 77
MVHP 78
MVHP 79
Capítulo 22 – LISTA DE ACORDES DISSONANTES MAIS USADOS (FORMATO REVISTA)

MVHP 80
MVHP 81
CONCLUSÃO

Chegamos ao fim de mais uma apostila produzida pelo site MVHP. Nosso objetivo é
fazer com que todas as pessoas, independente de idade e classe social, tenham
acesso a um aprendizado rápido, fácil e dinâmico dos instrumentos mais populares
do país.

A apostila de cavaquinho já era um pedido antigo dos usuários que, vendo a


qualidade das Apostilas de Violão, Guitarra e Teclado, esperaram ansiosos por este
mais novo material. Esperamos que todos os aprendizes e os que já tem uma certa
noção usufruam ao máximo deste trabalho que foi elaborado por amigos
cavaquinhistas de longa data.

Não queremos levar vantagem em nada. Queremos sim que você tome gosto pelo
instrumento e estude sempre da melhor forma. Esse manual tem como objetivo
conduzir o instrumentista a uma linguagem de fácil assimilação. O material em
questão é apropriado para quem não sabe rigorosamente nada de cavaco e para
aqueles que possuem algum conhecimento.

Tentamos colocar passo a passo o aprendizado do cavaquinho. O ponto forte deste


trabalho são os acordes (simples e difíceis) que disponibilizamos em formato de
Gráficos de Revistinhas. Sem dúvida você poderá aprender mais rápido os acordes e
tocar suas músicas num piscar de olhos.

Portanto, estude pelo menos uma hora por dia essa apostila, capítulo por capítulo, e
só comece a desenvolver a prática quando você sentir confiança no que aprendeu!

Dúvidas ou qualquer suporte envie um e-mail para [email protected]

Copyright © 2019 MVHP - Portal de Cifras – http:www.mvhp.com.br

Este material não pode ser publicado, transmitido, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização.
Qualquer cópia ou publicação desse material sem consentimento do MVHP será considerado plágio
ou crime autoral.

 Não comercialize essa apostila ! <=


( Se encontrarmos esse material sendo vendido por outras pessoas, essas serão
responsabilizadas criminalmente e arcarão com todos os prejuízos.)

MVHP 82

Você também pode gostar