Etapas de Purificação Do Óleo de Soja1
Etapas de Purificação Do Óleo de Soja1
Etapas de Purificação Do Óleo de Soja1
3.4.1 Degomagem
deve ocorrer sempre antes da neutralização do óleo, pois a presença da lecitina com suas
propriedades emulsificantes provocaria um aumento considerável de perdas na neutralização.
O produto denominado lecitina comercial, que é extraído nessa etapa, consiste em
cerca de 60% de uma mistura de fosfatídeos (lecitina, cefalina e fosfatidil- inositol), 38% de
óleo e 2% de umidade (MANDARINO; HIRAKURI; ROESSING, 2015, p.20). A lecitina é
usada sob a forma de lecitina crua tanto na indústria de alimentos como em outras aplicações
(DA FRÉ, 2009, p.17). Rohr (1978) afirma que as mais importantes propriedades da lecitina
são a capacidade de diminuir a tensão superficial de soluções aquosas e seu grande poder
emulsificante.
A degomagem pode ser efetuada também de maneira contínua, injetando água ao
óleo pré-aquecido a 60 °C. O tempo de hidratação é, nesse caso, reduzido a alguns minutos
(MANDARINO; HIRAKURI; ROESSING, 2015, p.20). O esquema do processo de
degomagem é apresentado na Figura 6.
3.4.2 Neutralização
ocorre durante a germinação (DA FRÉ, 2009, p.18). A partir desse momento, ocorre o
aumento contínuo de sua acidez. Segundo Rohr (1978), o armazenamento adequado da
semente é extremamente importante, pois o valor do óleo bruto cresce, quanto mais baixo for
o conteúdo de acidez livre e mais clara estiver a sua cor.
A finalidade da neutralização do óleo degomado é a eliminação de ácidos graxos
livres. Os ácidos graxos livres que foram neutralizados transformam-se em sabões e, são
separados dos glicerídeos pela diferença de peso específico. Para que se tenha uma boa
neutralização do óleo degomado, é necessário um contato perfeito entre as moléculas dos
ácidos graxos livres presentes no óleo e a solução alcalina, assim, quanto mais eficiente for o
contato, menor será o tempo necessário para a obtenção de um óleo neutro (DA FRÉ, 2009,
p.18). Como o óleo neutro é bem mais rentável que o sabão obtido, é extremamente
importante que no processo de neutralização se obtenha o máximo de óleo neutro, ou seja, que
os ácidos graxos livres sejam neutralizados com a menor perda possível de óleo neutro.
A adição de solução aquosa de álcalis, tais como hidróxido de sódio ou, às vezes,
carbonato de sódio, elimina do óleo os ácidos graxos livres e outros componentes definidos
como impurezas (proteínas, ácidos oxidados, produtos de decomposição de glicerídeos)
(MANDARINO; HIRAKURI; ROESSING, 2015, p.21). Segundo Hartman e Esteves (1989),
o processo de neutralização acompanha branqueamento parcial do óleo.
A neutralização ocorre na interface do óleo e solução alcalina, sendo essas fases
não intersolúveis, a neutralização exige uma dispersão de solução alcalina em óleo
(MANDARINO; HIRAKURI; ROESSING, 2015, p.21). Os principais métodos de
neutralização são: o descontínuo (método mais antigo) e o contínuo (método mais recente).
Normalmente, adiciona-se a solução de hidróxido de sódio ao óleo durante o processo de
neutralização (DA FRÉ, 2009, p.19). De acordo com o conteúdo de ácidos graxos livres no
óleo bruto, aplicam-se diferentes concentrações de solução alcalina e condições de processo
apropriadas (MANDARINO; HIRAKURI; ROESSING, 2015, p.21). De acordo com Moretto
e Fett (1998), o processo descontínuo é utilizado, atualmente, em fábricas de pequeno porte.
3.4.3 Branqueamento
A retirada dos corantes dos óleos vegetais, isto é, a clarificação dos mesmos, é
mais uma exigência do mercado consumidor do que um requisito de qualidade (DA FRÉ,
2009, p.23). Segundo Rohr (1978), os corantes naturais não são prejudiciais, ao contrário,
com a retirada dos mesmos, o óleo pode ter suas propriedades nutritivas reduzidas, pois
juntamente com os corantes, ocorre a perda de vitaminas benéficas ao organismo.
3.4.4 Desodorização
usualmente um tacho vertical com capacidade de 6 a 15 mil litros, é munido com uma
serpentina para o vapor indireto e dispositivo para insuflação de vapor direto. Já no contínuo,
devido ao alto vácuo (entre 2 a 6 mmHg) e temperatura de 240 a 260 °C, o tempo de
desodorização é reduzido (MANDARINO; HIRAKURI; ROESSING, 2015, p.28).
Contudo, o processo mais usual nas empresas de médio e grande porte é do tipo
semicontínuo e o equipamento mais utilizado é do tipo Girdler. O óleo processado num
desodorizador descontínuo é usualmente transferido, por gravidade, a um tanque munido com
serpentina e agitador, onde é resfriado a temperatura ambiente, sob vácuo (DA FRÉ, 2009,
p.24). Hartman e Esteves (1989) afirmam que, depois do resfriamento, o óleo é armazenado
em tanques de aço inoxidável, sob atmosfera de nitrogênio.
Os compostos removidos através da desodorização são, em sua maioria, aldeídos,
cetonas, álcoois e hidrocarbonetos gerados por decomposição térmica de peróxidos e
pigmentos (DA FRÉ, 2009, p.24). De acordo com Swern (1982), as concentrações desses
compostos minoritários são normalmente inferiores a 1000 mg/kg, antes da desodorização,
sendo que após o processo devem atingir valores entre 1 e 30 mg/kg.