Gestão de Conflitos Internos

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UNIVERSIDADE ROVUMA

EXTENSÃO DE CABO DELGADO


DELEGAÇÃO DE MONTEPUEZ
Departamento de Ciências Económicas e Empresariais
Curso de Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos
Pratica Técnico Profissional

Forma de Gestão de Conflitos e Tipos de Conflitos

Universidade Rovuma
Pemba, Agosto de 202
Doglas Alexandre Massona

Forma de Gestão de Conflitos e Tipos de Conflitos

Trabalho de carácter avaliativo, a ser


entregue na Universidade Rovuma curso
de Licenciatura em Recursos Humanos,
recomendado pelo docente da cadeira de
Pratica Técnico Profissional: dr. Salimo
Jorge Salimo

UNIVERSIDADE ROVUMA
Pemba, Agosto de 2022
ÍNDICE
1 Introdução ........................................................................................................................... 3

2 Forma de Gestão de Conflitos e Tipos de Conflitos........................................................... 4

2.1 Conceito de Conflito ................................................................................................... 4

2.2 Origem dos Conflitos .................................................................................................. 5

2.3 Tipos de Conflitos ....................................................................................................... 5

2.4 Conflito nas Organizações........................................................................................... 6

2.5 Gestão de Conflitos ..................................................................................................... 7

2.6 Efeitos dos conflitos .................................................................................................... 9

2.7 Lidando com os Conflitos ......................................................................................... 10

3 Conclusão ......................................................................................................................... 13

4 Referências ....................................................................................................................... 14
1 Introdução

O conflito é algo inerente do ser humano, a convivência em sociedade torna o conflito algo
inevitável, e em uma organização empresarial não é diferente. As diferenças entre cargos,
salários, privilégios, desempenhos e prémios, torna o conflito existente por um desses motivos
ou mesmo por coisas relacionadas a assuntos pessoais. Quando envolvidos exercem poder de
buscar solução que valorizam o progresso, um conflito não tem que ser necessariamente ruim,
situações divergentes podem estimular a busca de soluções inteligentes, contudo muitas vezes
é necessário a intervenção eficaz de um gestor, assim o papel deste consiste em intervir quando
necessário, fazendo com que o conflito seja construtivo.
No presente trabalho irá se abordar sobre as formas de gestão de conflitos e a tipologia dos
conflitos.

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2 Forma de Gestão de Conflitos e Tipos de Conflitos

Os conflitos são importantes para o desenvolvimento humano e, em qualquer ambiente em que


estivermos inseridos, sempre haverá conflito. No contexto do trabalho, no ambiente
organizacional, também encontramos situações conflituosas. Para lidar com essas situações é
necessário estabelecer estratégias. O bom gestor pode encontrar excelentes oportunidades para
melhorar e motivar a equipe durante a solução de um conflito. Como sempre, não há fórmulas
ou receitas que possam dar conta de todas as ocorrências. O gerente terá que fazer uso de sua
sensibilidade e perspicácia para analisar as tensões e tomar as decisões mais apropriadas para
cada situação.

2.1 Conceito de Conflito

A definição lexical da palavra conflito, reforça a noção que geralmente ocorre no senso comum:
a palavra remete à ideia do embate, da luta, da desavença e da guerra. A noção advém,
inclusive, da raiz latina da palavra. O vocábulo latino conflictus, origem da palavra em língua
portuguesa, já compreendia o sentido de golpear ou atacar. No entanto, como observa Mary
Parker Follett (1925), o conflito pode ser considerado sem um prejulgamento ético e, nesse
caso, ele não é necessariamente bom ou mau. De acordo com sua perspectiva, devemos
abandonar a noção do conflito como guerra e apenas admiti-lo como o aparecimento de
diferenças: de opiniões ou de interesses. Em verdade, o conflito é parte integrante da vida e
deveríamos canalizá-lo em prol de benefícios para nós mesmos. Follett utiliza, para ilustrar
essa ideia, duas situações: a do engenheiro mecânico e a do violinista, dois profissionais que
lidam com o atrito e com a fricção de forma positiva. O engenheiro preocupa-se em eliminar
atritos, mas ele sabe como utilizá-lo ou capitalizá-lo em função da construção de algo positivo.
Por exemplo, a transmissão de potência por correias depende da fricção entre a correia e a
polia. A fricção entre a condução das rodas da locomotiva e os trilhos permite o trem
locomover-se. No caso do violinista, a fricção do arco junto às cordas permite o som. (Vianna,
2013)
Ademais, sublinha Follett, foi por intermédio da fricção que o homem primitivo descobriu o
fogo e revolucionou o processo evolutivo humano.
No entanto, temos que admitir, observando a reacção cotidiana das pessoas, que há duas
tendências muito claras no que se refere ao conflito: uma negativa e outra positiva.
No primeiro caso, o conflito é encarado como algo prejudicial, que deve ser evitado de qualquer
forma, e muitas pessoas declaram ser avessas às situações conflituosas. No segundo caso,

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embora se admita a possibilidade de efeitos negativos nas situações conflituosas, as situações
conflituosas constituem oportunidades – tendo em vista as diferenças de opinião e de visão –
para a aprendizagem e enriquecimento em termos pessoais e colectivos. Nesse caso, os aspectos
negativos devem ser minimizados em prol dos benefícios que podem advir do conflito. Essa é,
certamente, a perspectiva defendida por Mary Follett, com a qual concordaremos ao abordar o
tema neste módulo. (Vianna, 2013)

2.2 Origem dos Conflitos

O conflito é um fenómeno relacional que envolve algum tipo de incompatibilidade entre


indivíduos, entre grupos ou entre grupos e indivíduos. Geralmente o conflito acontece quando
expectativas ou interesses são frustrados. Portanto, é um fenómeno que envolve processos de
percepção e interpretação. No contexto do trabalho, o conflito pode resultar das diferenças de
personalidades, de ruídos na comunicação, da tensão na distribuição de recursos ou no choque
de metas estabelecidas. A diferença de acesso às informações, assim como a sua interpretação,
também pode gerar mal-entendidos, tensões e, por fim, situações conflituosas. (Vianna, 2013)
Há diferentes tipos e áreas de conflito. No primeiro caso, é possível admitir a existência de
conflitos latentes (não declarados), conflitos percebidos (reconhecidos, mas ainda não
manifestos), conflitos sentidos (suscitam reacções emotivas e conscientes) e conflitos
manifestos (declarados, percebidos e influentes no ambiente). No segundo caso, é possível
observar conflitos acontecendo em grande escala, a exemplo dos conflitos sociais, assim como
nas relações interpessoais. Os conflitos sociais são, geralmente, motivados por direitos não
atendidos, luta pelo poder, diferenças ideológicas, mudança de valores, choque de gerações,
necessidades individuais e colectivas não atendidas, diferenças culturais, entre outros factores.
Os conflitos interpessoais, por sua vez, podem ter como causas as diferenças de idade, valores,
crenças, orientações ideológicas e interesses individuais. (Vianna, 2013)

2.3 Tipos de Conflitos

Existe um importante trabalho de gestão de conflitos nas organizações, mas para isso é
importante compreender todo o fluxo que envolvem tais discussões.
Só que existe uma etapa preliminar a isso tudo, que é a compreensão dos tipos de conflitos que
podem ocorrer no cotidiano. E existem duas linhas de raciocínio para isso. (Alves, 2022)
A primeira, promovida por Burbridge (2012), destaca o surgimento de conflitos a partir de dois
princípios:
 conflito interno, que é aquele motivado por pessoas com opiniões divergentes;

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 conflito externo, que envolve elementos que influenciam o conflito, como um factor
político ou económico.
Para Berg (2012), contudo, são três tipos de conflitos que devem ser analisados:
 conflito pessoal, que é a maneira com a qual cada indivíduo age e reage em
circunstâncias diversas, como tudo aquilo que é dito ou feito por ele próprio, ou outra
pessoa;
 conflito interpessoal, algo motivado por uma situação na qual algumas pessoas com
perspectivas contrastantes entra em debate;
 conflito organizacional, que é o único que ocorre como consequência de uma
circunstância, e não pautado em valores ou opiniões. (Alves, 2022)
Observe, ainda, que é possível classificar a incidência de conflitos por meio da gravidade deles.
Um debate saudável tem o seu valor, é claro, mas o excesso de discussões toma o caminho
oposto. Para isso, Chiavenato (2004) destaca os três graus de gravidade que devem ser
observados na gestão de conflitos:
 conflito manifestado, que é uma divergência expressa por pelo menos, uma das partes
envolvidas;
 conflito percebido, quando as opiniões contrastantes geram interferência de maneira
evidente;
 conflito experienciado, que é o fim da argumentação lógica e racional e promove
sentimentos negativos, como angústia, raiva, frustração e hostilidade entre pelo menos
uma das partes envolvidas. (Alves, 2022)

2.4 Conflito nas Organizações

As organizações são essencialmente espaços interacionais ou relacionais. Portanto, elas estão


sempre sujeitas ao conflito. Ainda que a organização possua uma estrutura bem definida e
elevado nível de coordenação entre as suas áreas, ela não está livre de situações conflituosas.
As unidades organizacionais têm, além de suas particularidades funcionais, seus objectivos,
metas e procedimentos, que podem ser conflituantes com os interesses de outras unidades,
ainda que todas elas possam ter a intenção e o propósito de contribuir para a estratégia
organizacional. A distribuição de recursos, por exemplo, pode ser um factor de
desentendimento e tensão entre áreas organizacionais. A tendência das diversas unidades é
buscar o cumprimento de suas metas e nem sempre os esforços nesse sentido são consensuais
e harmónicos. A expansão ou crescimento das organizações aumenta, inclusive, a possibilidade
de conflitos, tendo em vista o surgimento de novas divisões e subdivisões. Há alguns outros

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casos, como destacam MARTINELLI et alii (1998), em que o conflito é inerente à função ou
papel desempenhado pelo indivíduo dentro da organização. Esse seria o caso de policiais,
advogados e auditores, por exemplo. Nas organizações, e mais especificamente no contexto do
trabalho, predominam os conflitos interpessoais, que podem ser de duas ordens:
 Hierárquicos: quando envolvem tensões no nível gerencial ou mais precisamente na
relação com as autoridades dentro da organização. Esse tipo de conflito pode ser
decorrente, inclusive, da falta de legitimidade ou não reconhecimento do corpo
dirigente.
 Pessoais: quando envolvem tensões entre os indivíduos, geralmente causadas por
disputas, luta por poder e prestígio ou discordâncias de concepção e procedimentos no
processo de trabalho. (Vianna, 2013)

2.5 Gestão de Conflitos

Uma vez que conhecidos e identificados os conflitos precisam ser administrados ou geridos,
para que se resolvam da forma mais eficiente e eficaz.

Quando se estiver administrando um conflito, de acordo com Neto (2005), é de suma


importância que antes de tomar qualquer decisão investiguem-se os fatos ocorridos, assim
como as pessoas envolvidas, suas condutas, desempenho, entre outros. Tudo para que injustiças
não sejam cometidas e o conflito tenha um final satisfatório para todos. (Alves, 2022)

A respeito da administração e gestão de conflitos, Chiavenato (2004, p. 418) afirma que: “uma
qualidade importante no administrador é sua qualidade de administrar conflitos”.

Para isso, o gestor tem à sua disposição três abordagens para a gestão de conflitos, sendo elas,
conforme Chiavenato (2004): (Alves, 2022)

a) Abordagem estrutural: o conflito se forma das percepções criadas pelas condições de


diferenciação, recursos limitados e escassos e de interdependência. Se o gestor agir
sobre algum desses elementos geradores, a situação conflituante poderá ser controlada
mais facilmente.

b) Abordagem de processo: essa abordagem procura reduzir conflitos por meio da


modificação de processos, podendo ser realizada por uma parte do conflito, por pessoas
de fora ou uma terceira parte, e pode ser conduzida de três formas: a desactivação do
conflito, onde uma das partes opta pela cooperação promovendo o acordo; reunião de
confrontação entre as partes, em que são abertos os motivos do conflito de maneira mais

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directa entre os envolvidos; ou colaboração, que ocorre após passadas as etapas
anteriores, com as duas partes buscando uma resolução vantajosa para todos.

c) Abordagem mista: envolve tanto os aspectos estruturais como os de processo, e pode


ser feita por meio da adopção de regras para resolução de conflitos, ou criação de papéis
integradores. A adopção de regras se utiliza de meios estruturais para influenciar no
processo de conflito, criando regras e regulamentos que delimitem a acção das pessoas.
Já a criação de papéis integradores consiste em criar terceiras partes dentro da
organização, de forma que elas estejam sempre disponíveis para auxiliar na busca de
soluções favoráveis dos conflitos que possam surgir. (Alves, 2022)

Para Berg (2012) existem várias maneiras de abordar e administrar conflitos, porém uma das
mais eficazes é denominada de “Estilos de gestão de Conflitos”, método criado por Kenneth
Thomas e Ralph Kilmann, que propõem cinco formas de gestão de conflitos, conforme a
seguir:

1) Competição: é uma atitude assertiva e não cooperativa, onde prevalece o uso do poder.
Ao competir o individuo procura atingir seus próprios interesses em detrimento dos da
outra pessoa, é um estilo agressivo onde o individuo faz uso do poder para vencer.

2) Acomodação: é uma atitude inassertiva, cooperativa e autossacrificante, o posto da


competição, onde ao acomodar-se a pessoa renuncia aos seus próprios interesses para
satisfazer os interesses de outra parte. É identificada como um comportamento
generoso, altruísta, e dócil.

3) Afastamento: é uma atitude inassertiva e não cooperativa, pois ao afastar-se a pessoa


não se empenha em satisfazer os seus interesses e nem tampouco coopera com a outra
pessoa. O indivíduo se coloca à margem do conflito, adiando-o ou recuando perante
situações de ameaça.

4) Acordo: é uma posição intermediária entre a assertividade e cooperação, onde o


individuo procura soluções mutuamente aceitáveis, que satisfaçam parcialmente os dois
lados. O acordo significa trocar concessões, ou então procurar por uma rápida solução
de meio termo.

5) Colaboração: é uma atitude tanto assertiva quanto cooperativa, onde ao colaborar o


indivíduo procura trabalhar com a outra pessoa tendo em vista encontrar uma solução
que satisfaça plenamente os interesses das duas partes. (Alves, 2022)

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Berg (2012) afirma ainda que não existe estilo certo ou errado para gerir conflitos, e que cada
um pode ser apropriado e efectivo dependendo da situação, do assunto a ser resolvido e dos
personagens envolvidos. O importante é conhecer e servir-se das várias opções a nossa
disposição para manejar conflitos e aprender a utilizar suas técnicas.

Nem todo conflito é igual e nem todo conflito deve ser abordado da mesma forma, conforme
Burbridge e Burbridge (2012), por esta razão o gestor precisa saber como e quando usar cada
ferramenta a sua disposição, como: negociação, poder, litígio, arbitragem, ouvidoria,
conciliação, e diversas ouras ferramentas disponíveis.

Portanto o desafio está em saber o que aplicar em cada ocasião, procurando escolher e aplicar
as técnicas de forma inteligente.

Embora os estudos sobre conflitos convirjam para ideia de que estes são diferentes e devem ser
analisados caso a caso, é importante que seja do conhecimento do gestor as diferentes formas
de abordagem dos desentendimentos, para que ao identificar sua tipicidade, possa aplicar a
ferramenta mais adequada para conclusão da situação conflituante.

2.6 Efeitos dos conflitos

Os conflitos podem ter resultados positivos ou negativos, esse resultado depende de diversos
factores, desde o motivo do conflito até mesmo a forma como foi tratado. (Alves, 2022)

Chiavenato (2004) destaca alguns efeitos positivos e negativos dos conflitos, conforme a
seguir:

 Efeitos positivos: o conflito desperta sentimentos e energia no grupo, fazendo com que
muitas vezes busquem meios mais eficazes de realizar tarefas e soluções criativas e
inovadoras. Também é estimulada a coesão intragrupal, e por vezes é chamada atenção
para problemas existentes, que sendo tratados de forma eficaz evitam problemas
maiores no futuro.

 Efeitos negativos: o conflito pode provocar consequências indesejáveis para o bom


funcionamento da organização, como sentimentos de frustração, hostilidade e tensão
nas pessoas, que prejudica tanto o desempenho das tarefas como o bem-estar das
pessoas. Geralmente é desperdiçada muita energia na resolução de conflitos, o que
poderia ser direccionado para o trabalho, e podem surgir comportamentos que
prejudiquem a cooperação e relacionamentos entre as pessoas do grupo.

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De acordo com Burbridge e Burbridge (2012), os conflitos auxiliam no processo de mudanças
necessárias e crescimento das organizações, mas em contrapartida, geram custos que passam
despercebidos, mas que influenciam no funcionamento da empresa, como a alta taxa de
rotatividade, absenteísmo, motivação reduzida, baixa produtividade, etc. (Alves, 2022)

“O que vai determinar se o conflito é construtivo ou negativo será a motivação das pessoas
envolvidas, sendo que, em qualquer organização, é de responsabilidade do gestor ou gerente
facilitar a gestão desse conflito.” (McINTYRE, 2007, p. 303). (Alves, 2022)

Evidencia-se que os conflitos interferem sim no funcionamento das organizações, resta então
identificar se essa interferência é favorável ou não às actividades, estimulando as situações
onde as discordâncias geram novas ideias e soluções diferenciadas, e mitigando aquelas onde
as consequências serão restritas aos custos e perdas, tanto na produtividade quanto na qualidade
de relacionamento entre as pessoas.

2.7 Lidando com os Conflitos

Porter (1973, apud Martinelli et alii, 1998) classifica em três tipos os enfoques para lidar com
o conflito, de acordo com as motivações que estão por trás do comportamento das pessoas. Os
três tipos são:
1. Aquele que empurra a solução do conflito: negociador assertivo e entusiástico, que
gosta de ver as coisas feitas. Sua ênfase está sempre na acção, movimento e
cumprimento das tarefas.
2. O que ajuda a solucioná-lo: negociador disposto a ajudar as pessoas sempre que pode
fazê-lo, muitas vezes deixando que elas aprendam com os próprios erros.
3. Aquele que analisa o conflito: age em função da lógica e ordenação, procurando fatos
para basear a sua tomada de decisões.
Pressupõe-se que todas as pessoas tenham um pouco de cada tipo descrito acima, mas a
tendência é ter um deles de forma mais destacada. Cada tipo define uma maneira típica de
reagir às situações, assim como acontece com os estilos na tomada de decisões. Dessa forma,
aquele que empurra o conflito tem como desafio combater o opositor, já o que se preocupa em
auxiliar tem como reacção normal a tentativa de deixar as coisas justas, mesmo que para isso
precise se afastar do seu caminho para poder atender às necessidades da outra parte; por fim,
aquele que analisa o conflito busca sempre os fatos, as regras e a lógica da discussão. (Vianna,
2013)

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Além dessa classificação, Mary Parker Follett (1925) distingue três métodos para lidar com os
conflitos, os quais ela define da seguinte forma:
 Dominação: quando envolve a vitória de um lado sobre o outro. Essa é a maneira mais
fácil de lidar com conflitos, particularmente quando se deseja resultados rápidos, mas
geralmente não é a mais adequada no longo prazo. Exemplo desse tipo de solução tem
sido observado em conflitos bélicos ou guerras, que geralmente são reincidentes.
 Compromisso: quando as partes envolvidas abrem mão de alguma coisa ou cedem um
pouco a fim de ter a suspensão do conflito e retomar a regularidade da situação. Esse
tipo de solução é base da táctica sindical e das negociações colectivas na área do
trabalho.
 Integração: envolve a integração de dois desejos que são preservados mediante uma
solução que não implica em sacrifícios para as partes envolvidas no conflito. Follett
exemplifica com um fato simples vivenciado por ela. Na biblioteca de Harvard, certa
vez, em uma das salas menores, havia alguém que desejava a janela aberta. Follett
preferia mantê-la fechada. Para resolver esse conflito, resolveram abrir a janela da sala
contigua, onde ninguém estava sentado. Ora, essa solução não envolveu dominação e
também não envolveu compromisso, porque não houve restrições ao desejo das partes,
mas integração. (Vianna, 2013)
Follett não queria que o vento norte soprasse directamente sobre ela, e seu colega de sala só
queria um ambiente mais ventilado, não importando de onde viesse a brisa. De acordo com
Follett, esse tipo de solução ainda é um desafio para quem toma decisões em situações
conflituosas. (Vianna, 2013)
Você pode estar se perguntando como agir efectivamente em situações de conflito. O que você
pode e deve fazer como gerente operacional caso enfrente essas situações com sua equipe.
Infelizmente não há uma resposta cartesiana para esse tipo de indagação. Lidar com confl itos
exige a capacidade de leitura da situação e das percepções envolvidas. Em verdade, para lidar
com essas situações, o gerente deve procurar aperfeiçoar-se em diversas habilidades
relacionais, entre elas a capacidade de comunicação e de escuta activa. Não obstante, alguns
procedimentos podem ser observados para a resolução eficaz dos conflitos:
 Construa uma atmosfera favorável ao diálogo.
 Mantenha o clima de respeito.
 Identifique a causa do problema.
 Identifique e interprete as percepções.
 Relativize seu ponto de vista e se coloque no lugar do outro.
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 Seja construtivo ao fazer críticas.
 Aja sempre no sentido de eliminar as causas do conflito.
 Quando estiver errado, reconheça o seu erro.
 Procure soluções, não culpados.
 Considere as experiências já vivenciadas.
 Analise e escolha a melhor solução.
 Estabeleça soluções integradas ou de benefícios mútuos.
 Não adie o enfrentamento de problemas nem os esconda.
 Aja com resiliência.
 Aperfeiçoe sua capacidade de interacção e comunicação. (Vianna, 2013)

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3 Conclusão

A gestão de conflitos em organizações permite a definição do futuro de uma organização. Os


efeitos de cada conflito existente na organização podem criar um clima organizacional bom ou
um clima organizacional mau, portanto. As formas de gestão de conflitos são inerentemente
ligadas ao tipo de conflito a lidar, pelo facto de um tipo de gestão não poder ser empregue a
todo tipo de conflito, e está sensibilidade torna necessário que o negociador ou o gestor de
entenda cada tipo de conflito e perceba os objectivos de cada lado antes de gerir um conflito.
A gestão dos conflitos torna-se um elemento muito importante no sucesso de uma organização,
portanto uma organização de sucesso sabe gerir os seus conflitos.

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4 Referências

Alves, F. (08 de 09 de 2022). Gestão de conflitos: transformando conflitos organizacionais em


oportunidades. Obtido de Rhportal: https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/conflitos-
transformando-em-oportunidades/
BERG, E. A. (2012). Administração de conflitos: abordagens práticas para o dia a dia. 1. ed.
Curitiba: Juruá.

BURBRIDGE, R. M.; BURBRIDGE, A. (2012). Gestão de conflitos: desafios do mundo


corporativo. São Paulo: Saraiva.

CHIAVENATO, I. (2004). Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos na


organização. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, p. 415-427.

McINTYRE, S. E. (2007). Como as pessoas gerem o conflito nas organizações: estratégias


individuais negociais. Análise Psicológica, Lisboa, v. 25, n. 2, p. 295-305..

NETO, A. F. F. (2005). Gestão de conflitos. Thesis, São Paulo, v. 4, p. 1-16.

Vianna, V. A. (2013). Gestão de pessoas; módulo 5. Brasília: ENAP/DDG.

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