Percurso de Uma Auditoria PDF
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Percurso de Uma Auditoria PDF
de 2014
RESUMO
O relatório tem como objetivo descrever e confrontar com a vertente teórica adquirida ao longo do curso
as atividades desenvolvidas ao longo do estágio concretizado na sociedade, Marques de Almeida,
J. Nunes, V. Simões & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., mais
concretamente na delegação de Coimbra, por um período de 960 horas, o qual está integrado na
parte não letiva do Mestrado em Auditoria Empresarial e Pública.
O estágio foi enquadrado no percurso de uma auditoria financeira tendo como objetivos
principais, adquirir conhecimentos que permitam a compreensão e aplicação das normas de
auditoria, obter capacidade para desenvolver juízos profissionais aquando da aplicação das
normas de auditoria, desenvolver competências no âmbito de práticas de controlo interno e
apreensão das tarefas inerentes à revisão legal das contas, nomeadamente, preparação das visitas
de auditoria (planeamento), preparação dos papéis de trabalho subjacentes e a emissão dos
relatórios finais.
O estágio decorreu de acordo com o plano inicial traçado, foi ao encontro das espetativas
iniciais. Os conhecimentos adquiridos durante o mesmo foram fundamentais para aliar a vertente
prática com a teórica adquirida. Neste sentido, considero que o objetivo de estágio e o plano
traçado para o mesmo foram concretizados.
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
ABSTRACT
The main goal of this report is to describe all the activities developed along the traineeship who
took place in Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões & Associados - SROC, SA specifically
in the delegation of Coimbra, for a period of 960 hours, which is integrated in a non lective part
of the Master degree in Corporate and Public Audit.
The stage was framed in the course of a financial audit and its main objectives, to acquire
knowledge to the understanding and application of auditing standards, get ability to develop
professional judgment in the application of auditing standards, develop skills under control
practices internal and seizure tasks in statutory audit, including audit visits of preparation
(planning), preparation of the underlying working papers and the issuance of final reports.
The stage was in line with the original layout plan was to meet the initial expectations. The
knowledge acquired during the same was fundamental to combine the practical part with the
theoretical acquired. In this sense, I believe that the probation order and the layout plan for the
same were realized.
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AGRADECIMENTOS
À minha irmã, pela compreensão e total apoio. Por me ter sempre acompanhado, apesar da
distância que nos separa e por nunca me ter deixado desistir.
Ao Dr. José Joaquim Marques de Almeida por me ter permitido realizar estágio curricular, bem
como ter aceite ser o meu supervisor de estágio na Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões &
Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A. (Delegação de Coimbra), ao Dr.
Bruno José Machado de Almeida, que me proporcionou a oportunidade de estágio, componente
essencial que me poderá fazer alcançar o grau de mestre.
À minha melhor amiga, Christine que contribuiu para a realização deste estágio, como também
pelo apoio, força e estabilidade emocional que me proporcionou nos momentos mais difíceis.
A todos obrigado!
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LISTA DE ABREVIATURAS
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Índice Geral
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 1
PARTE I – APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ..................................................................................................... 3
1.1. Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões & Associados – SROC, S.A. ............................................. 3
1.2. Serviços Prestados ............................................................................................................................. 4
1.3. Estrutura Organizacional ................................................................................................................... 5
1.4. Sistemas Informáticos Associados..................................................................................................... 6
PARTE II – ENQUADRAMENTO TEÓRICO ...................................................................................................... 7
2.1. Definição de Auditoria Financeira ................................................................................................ 7
2.2. O papel do ROC ............................................................................................................................ 9
2.3. Auditoria Financeira em Portugal............................................................................................... 11
2.4. Código de Ética da OROC............................................................................................................ 12
2.5. Processo de trabalho de uma Auditoria ..................................................................................... 14
2.5.1. Aceitação/ Compromisso do Cliente .................................................................................. 15
2.5.2. Planeamento de uma Auditoria ......................................................................................... 16
2.5.3. Materialidade ..................................................................................................................... 18
2.5.4. Risco de Auditoria............................................................................................................... 19
2.5.5. Relação entre os componentes do risco de auditoria ........................................................ 23
2.5.6. Relação entre Materialidade, Risco e Prova....................................................................... 25
2.5.7. Estratégia de Auditoria ....................................................................................................... 26
2.5.8. Programas de Auditoria...................................................................................................... 26
2.6. Papéis Trabalho e obtenção de Prova ........................................................................................ 26
2.7. Acontecimentos Subsequentes .................................................................................................. 28
2.8. A Certificação Legal das Contas .................................................................................................. 29
PARTE III – DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO .......................................................................................................... 30
3.1. Caraterização das Atividades Desenvolvidas ............................................................................. 30
3.1.1. Papéis Trabalho e Prova ......................................................................................................... 31
PARTE IV – ANÁLISE CRÍTICA ...................................................................................................................... 48
PARTE V - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 50
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 51
ANEXOS ...................................................................................................................................................... 53
ANEXO I – Declaração de Aceitação ....................................................................................................... 54
ANEXO II – Índice do Dossier Corrente................................................................................................... 55
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Índice de Quadros
Quadro nº 1 – Sócios da Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões & Associados – Sociedade de
Revisores Oficiais de Contas, S.A. .................................................................................................. 3
Quadro nº 2 Relação entre as componentes do risco de auditoria ............................................ 24
Quadro nº 3 Áreas Significativas ................................................................................................. 31
Quadro nº 4 Dados do exemplo das menos-valias contabilísticas e fiscais (elaboração própria)33
Quadro nº 5 Teste às Contagens ................................................................................................. 34
Quadro nº 6 Teste à Valorização ................................................................................................. 35
Quadro nº 7 Especialização de Juros........................................................................................... 38
Quadro nº 8 Especialização de Seguros ...................................................................................... 38
Quadro nº 9 Teste ao Pessoal ..................................................................................................... 41
Quadro nº 10 Teste Global às contribuições para a Segurança Social (NS4) .............................. 42
Quadro nº 11 Extratos de conta solicitados para a área Q ......................................................... 44
Quadro nº 12 Variações no Capital Próprio ................................................................................ 47
Índice de Figuras
Figura nº 1 Localização por distrito dos clientes da sociedade – delegação de Coimbra ............. 4
Figura nº 2 Organigrama da Sociedade (elaboração própria) ....................................................... 5
Figura nº 3 Organigrama da Delegação de Coimbra (elaboração própria) ................................... 5
Figura nº 4 Objetivos de uma Auditoria Financeira ...................................................................... 9
Figura nº 5 O risco de auditoria e as suas componentes (Hayes et. Al) ...................................... 23
Figura nº 6 Relação inversa entre a materialidade e o risco de auditoria .................................. 25
IX
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INTRODUÇÃO
O presente relatório surge na sequência do estágio curricular para obtenção do grau de mestre em
Auditoria Empresarial e Pública pelo Instituto de Contabilidade e Administração de Coimbra.
Este trabalho é composto por cinco capítulos distintos, mas que se complementam e procuram
retratar de forma clara e simples o processo de auditoria financeira.
O terceiro capítulo é a apresentação do trabalho executado ao longo das 960 horas de estágio.
Neste ponto do relatório descrevo o processo de auditoria financeira na empresa FREEZEFISH,
S.A. que se encontra no mercado do comércio por grosso de peixe, crustáceos e moluscos, desde
a declaração de aceitação ao passo final, a emissão Certificação Legal das Contas.
Por fim, no quarto capítulo é feita uma análise crítica do estágio, e do contributo de todo o
percurso académico para o desempenho das minhas funções enquanto estagiária. O último
capítulo (quinto) são as considerações finais do trabalho realizado.
Como objetivos defenidos no plano de estágio, destaque para a apreensão do conjunto de tarefas
inerentes à revisão legal de contas, nomeadamente, preparação da visita de auditoria que consiste
na elaboração de um planeamento de auditoria, onde era definido a materialidade, o risco de
auditoria e as áreas significativas. À posteriori, era solicitado à empresa um conjunto de
elementos, tendo por base o planeamento, e após a receção desses elementos eram efetuados os
respetivos papéis de trabalho por áreas. Após preparação dos procedimentos referidos acima era
agendada a deslocação à empresa que era efetuada juntamente com a equipa de auditoria, com
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intuito de elaborar e recolher a restante documentação que não era possível analisar no escritório,
nomeadamente, os procedimentos substantivos. Em conjunto a estes processos ressalvo ainda a
organização da prova obtida juntamente com o cliente nos dossiers, corrente e permanente.
Ainda dentro das tarefas inerentes à revisão legal das contas e com peso significativo nos
trabalhos efetuados, sublinha-se as circularizações a terceiros, nomeadamente, das contas de
clientes, fornecedores e instituições bancárias, que de forma resumida consiste na confirmação
externa, perante os mesmos, dos valores constantes na contabilidade.
Em anexo, encontram-se vários papéis de trabalho associados a uma auditoria, que considerei
mais relevantes de acordo com a estrutura do presente relatório.
Em suma, este relatório pretende a descrição dos diferentes itens inerentes ao trabalho de
auditoria, bem como a abordagem dos conteúdos presentes em cada tarefa aludida.
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O estágio realizado teve lugar na empresa Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões &
Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., com sede na Guarda situada na
Rua Batalha Reis, nº81, 2º e com duas delegações, uma em Viseu e outra em Coimbra. Foi
constituída em Março de 2001, possui um capital social de 50.000 € e encontra-se inscrita na
Ordem de Revisores Oficiais de Contas (OROC) sob o nº 176.
Atualmente, a sociedade é constituída por seis sócios, dos quais quatro são revisores oficiais de
contas, uma SROC e um sócio não ROC (Quadro nº1), uma equipa de profissionais com
habilitações académicas nas áreas de Contabilidade, Auditoria e Fiscalidade, composta por três
elementos na delegação de Coimbra.
Nº Administração Nome
ROC
571 Administrador Dr. José Joaquim Marques de Almeida
Quadro nº 1 – Sócios da Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas,
S.A. (Fonte: OROC)
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Portanto, tem como objetivo central, a emissão da Certificação Legal das Contas no final de cada
exercício económico das empresas suas clientes. Nesta sociedade, os clientes principais são
sociedades anónimas, contudo também presta serviços a empresas do setor público e a
sociedades por quotas. Na figura nº 1 ilustra a localização dos clientes por distritos, apenas da
delegação de Coimbra.
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18 18
5 7
4 2 3 2
1 1
Figura nº 1 Localização por distrito dos clientes da sociedade – delegação de Coimbra (Fonte: elaboração própria)
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Marques de Almeida, J.
Nunes, V. Simões &
Associados - SROC, S.A.
6 Sócios
Delegação de Coimbra
Estagiário
(Ricardo Serra)
Estagiária
(Dina Monteiro)
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Outro software usado é o Active-date, que trabalha de forma estatística os dados. Este programa
permite criar amostras estatísticas e selecionar de forma aleatória diversos documentos, em
particular faturas, a partir de um balancete analítico a uma determinada data. Com base na
amostra resultante, o auditor efetua os respetivos testes substantivos.
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Existem diversos tipos de auditoria (interna, forense, operacional, de gestão, entre outros). O
presente trabalho debruça-se, apenas, sobre a auditoria financeira, também conhecida como
auditoria externa, âmbito em que esteve inserido este estágio. Pode-se definir auditoria
financeira, como:
Este processo inicia-se com o órgão de gestão, que é responsável pela gestão da entidade e lhe
está confiado a salvaguarda dos ativos e a preparação das demonstrações financeiras. As quais
devem espelhar as condições financeiras e económicas da entidade ao longo de um certo período.
As mesmas estão disponíveis aos terceiros, para que possam avaliar e tomar as suas decisões
quanto às suas intenções de investir ou qualquer outro interesse pela entidade.
Cabe aos auditores recolherem provas para determinar se as demonstrações financeiras foram
devidamente preparadas de acordo com as normas nacionais e internacionais de relato aplicáveis,
emitindo um relatório disponível tanto ao órgão de gestão como aos terceiros. Desta forma, o
auditor acrescenta valor ao certificar as demonstrações financeiras, através da obtenção de prova,
de se pronunciar de forma independente e do conhecimento sobre os riscos que estão subjacentes
à entidade.
1
§ 3, Almeida, Bruno, (2014), Manual de Auditoria Financeira: Uma análise integrada baseada no risco, Escolar
Editora, Lisboa
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No entanto, e como se pode verificar acima, a ISA 315 não relaciona especificamente as
asserções com as classes de transações, com os saldos finais ou com a apresentação e divulgação.
Comunicação
Recolha de Avaliação das
dos
Prova Asserções
Resultados
Os Revisores Oficiais de Contas (ROC) são responsáveis pela Revisão Legal das Contas tanto de
empresas públicas, como de privadas, pela auditoria às contas como outro tipo de serviços
relacionados.
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A Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC), representa e regula a atividade dos ROC’s,
têm competências reconhecidas para emissão de normas, sendo que, nos nossos dias, o
normativo ténico das mesmas é composto em Normas Técnicas de Revisão/Auditoria (NTR/A),
Diretrizes de Revisão/Auditoria (DRA), Interpretações Ténicas (IT) e Recomendções Ténicas
(RT).
Relativamente às primeiras, são aquelas que regulam a profissão de ROC, por isso de aplicação
obrigatória. Sendo estas auxiliadas e desenvolvidas pelas DRA’s, também obrigatórias, excepto
se a sua utilização não for permitida. As Interpretações Ténicas surgiram devido a várias
questões de ordem ténica, assim tornaram-se um auxílio aos ROC’s. Por fim, as normas e
recomendações internacionais emitidas pela International Federation of Accountants (IFAC)
deverão ser constantemente aplicáveis.
O ROC nas sociedades por quotas apenas tem caráter de obrigatoriedade, se possuírem, segundo
o artigo 262º nº2 do Código das Sociedades Comerciais (CSC), o seguinte:
“As sociedades que não tiverem conselho fiscal devem designar um revisor oficial de contas
para proceder à revisão legal desde que, durante dois anos consecutivos, sejam ultrapassados
dois dos três seguintes limites:
Contudo, os artigos 413º e 414º do CSC referem que a revisão legal nunca está dispensada para
as sociedades anónimas. Em relação às sociedades por quotas, são sempre obrigadas aqueles que
dispõem de um conselho fiscal, sendo que, aquelas que não dispuserem estão limitadas pelo
previsto no nº2 do artigo transcrito anteriormente.
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Em Portugal a organização que regula este setor é a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas
(OROC). Apesar dos decretos-lei anteriores do estatuto do ROC, em 1999, o Decreto-lei nº
487/1999, de 16 de Novembro, instituiu o novo regime jurídico dos ROC’s, reformulando o
anterior Decreto-Lei 422-A/93, face à necessidade de acompanhar a evolução e de proceder a
alguns ajustamentos decorrentes da experiência da sua aplicação. O mesmo Decreto-lei nº
487/99, de 16 de Novembro já sofreu alterações, estando neste momento em vigor o Decreto-lei
nº 224/2008, de 20 de Novembro. Na OROC todas as matérias de revisão legal de contas, a
auditoria às contas e serviços relacionados de empresas ou outras entidades estão sujeitas a
disciplina normativa e ao controlo de qualidade.
Em Portugal, a auditoria financeira pode seguir dois caminhos: auditoria de fonte legal, imposta
por lei a diversos tipos de entidades a qual apenas pode ser praticada por profissionais
denominados ROC e inscritos na respetiva Ordem; e auditoria de fonte convencional, contratada
por iniciativa das entidades interessadas e realizadas por empresas especializadas, nacionais e
multinacionais.
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O CEOROC regulamento n.º 551/2011, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 198, 14
de Outubro de 2011 e foi elaborado com base no Código de Ética do IFAC. Os ROC têm o dever
de cumprir com os seguintes requisitos:
Independência: a atividade deve ser exercida com independência e objectividade, sem que o
profissional nunca se coloque numa posição que diminua a sua livre capacidade de formular uma
opinião justa e desinteressada;
Sigilo Profissional: Não pode haver proveito, pessoal ou em benefício de terceiros, de segredos
comerciais de que venham a tomar conhecimento no decorrer do seu trabalho. A documentação e
as informações devem ser conservadas, seja qual for o seu suporte, protegê-las adequadamente.
Publicidade: Não pode haver qualquer tipo de publicidade pessoal, direta ou indireta, e por
quaisquer meios.
Deveres para com os Colegas: Os profissionais não devem pronunciar-se publicamente sobre
funções confiadas a outros, salvo com o seu acordo prévio, e atuar com a maior lealdade em
todas as situações e circunstâncias.
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Deveres para com a OROC e outras Entidades: Os profissionais deverão proceder com
urbanidade, correção e cortesia em todas as suas relações com entidades públicas ou privadas e
com a comunidade em geral. Devem colaborar com a OROC nos fins legais e estatutários, no seu
prestígio e na prossecução das suas atribuições. Devem ainda exercer os cargos para que tenha
sido eleito ou nomeado e desempenhar, em geral, os mandatos que lhes forem conferidos.
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O auditor utiliza um conjunto de papéis e sistemas de armazenamento que têm como objetivo
auxiliar o planeamento do trabalho, possibilitar uma melhor análise e coordenação do mesmo e
servir de prova de auditoria.
Os papéis de trabalho devem ser elaborados de forma cuidada, para que qualquer pessoa externa
ao processo consiga interpretar corretamente o trabalho efetuado, e também devem estar
organizados para serem de fácil acesso. É de salientar que estes papéis encontram-se no dossier
permanente e dossier corrente, sendo que cada papel de trabalho compete a determinado dossier.
Assim, o processo de auditoria pode ser identificado de acordo com a figura nº3.
( Fonte : §109, Almeida, Bruno, (2014), Manual de Auditoria Financeira: Uma análise integrada baseada no risco, Escolar
Editora, Lisboa)
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Esta fase resume-se à continuação do trabalho com um cliente já existente ou com a angariação
de um cliente novo. Neste último é particularmente importante que a Sociedade de Revisores,
procure conhecer alguns aspetos característicos do cliente, como a sua imagem no mercado, as
suas práticas empresariais, possíveis problemas legais ou societários, entre outros. A integridade
do cliente é fundamental de forma a garantir que a existência de erros e irregularidades materiais
não sejam uma constante.
Uma das formas de adquirir informação sobre o cliente, é recorrer aos auditores anteriores para
recolher informação relevante sobre a integridade e boas práticas da administração, bem como a
terceiros que lidem com o mesmo.
O estádio final desta fase subsiste na elaboração de um Contrato de Aceitação, este deve ser
enviado ao cliente antes da execução do trabalho e deve fazer referência aos objectivos e termos
do contrato, bem como ao período por que este é válido (Anexo I).
No que diz respeito às condições de compromisso, estas refletem a decisão de se aceitar ou não
um cliente, minimizando a possibilidade de ser posta em causa, a independência e a integridade
do auditor. Para isso existe um número de fatores de risco que o auditora analisa e pondera a sua
decisão:
Na fase seguinte da figura -Testes aos Controlos - podemos de forma sintética definir que os
procedimentos inerentes aos mesmos têm como objetivo compreender e avaliar o sistema de
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controlo interno implementado pelo órgão de gestão com a finalidade de prevenir que distorções
materiais sejam prevenidas e no caso de ocorrerem sejam detetadas.
Os Procedimentos Substantivos têm como finalidade detetar distorções causadas por erros ou
fraudes que possam existir nas demonstrações financeiras, e que não tenham sido detetadas pelo
sistema de controlo interno.
Assim a fase final de uma auditoria termina quando é emitido o relatório final, que deve
obedecer às disposições da DRA 700 - Relatório de Revisão/Auditoria, que em complemento
com a ISA 700 - Formar uma Opinião e Relatar sobre Demonstrações Financeiras e conter as
conclusões (reservas ou ênfases) que o auditor ache pertinente à emissão da sua opinião.
2
DRA 300 - Planeamento
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especial atenção às áreas mais significativas e com maior potencial de distorções. Desta forma os
problemas potenciais serão identificados, permitindo que o trabalho se realiza de forma eficaz e
eficiente.
De acordo com a DRA 300 – Planeamento, em conjunto com a ISA 300 - Planear uma Auditoria
de DF’s, a planificação do trabalho de auditoria deverá abranger, os seguintes pontos:
A DRA referida ainda aborda outros pontos relacionados com o planeamento de uma auditoria,
no entanto e pela sua importância menor não serão referidos.
De referir ainda, que caso uma auditoria não seja adequadamente planeada o auditor corre o risco
de realizar uma auditoria ineficiente conduzindo à emissão de uma opinião inapropriada sobre as
demonstrações financeiras. A ISA 200 refere que “O auditor deve planear e executar uma
auditoria com cepticismo profissional, reconhecendo que podem existir circunstâncias que
originaram que as demonstrações financeiras estejam materialmente distorcidas.”.
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2.5.3. Materialidade
A materialidade proporciona um ponto a partir do qual o auditor, de acordo com o seu juízo
profissional, considera que as distorções são materialmente relevantes, ou seja, um assunto é
material se a sua omissão ou distorção influenciar as decisões económicas dos utentes, tomadas
com base nas demonstrações financeiras.
É um conceito importante, visto que é através dele que o auditor define os aspetos materialmente
relevantes (recorrendo a amostras) e que define os procedimentos a adotar para recolher a
informação suficiente e apropriada para exprimir a sua opinião.
A ISA 320 – Materialidade, refere que apesar do conceito não ser consensual, na sua
generalidade das definições confrontam os seguintes aspetos:
- As distorções, incluindo as omissões, são consideradas serem materiais se se espera que elas,
individualmente ou em agregado, possam influenciar as decisões económicas dos utentes,
tomadas na base das demonstrações financeiras.
- Os julgamentos acerca da materialidade são feitos à luz das circunstâncias envolventes, e são
afetadas pela dimensão e natureza de uma distorção, ou de uma combinação de ambas; e
- Os julgamentos acerca de matérias que sejam materiais para os utentes são baseados numa
consideração das necessidades comuns de informação financeira dos utentes como um grupo.
Não é considerado o possível efeito de distorções em específicos utentes individuais, cujas
necessidades podem variar largamente.
Desta forma e na fase de planeamento de auditoria, é impossível que o auditor consiga antever
todos os fatores importantes para a definição da materialidade.
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
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Assim, com o desenrolar da auditoria, poderá haver uma mudança na envolvente da empresa.
Deste modo, conclui-se que os níveis de materialidade não são absolutos, mas sim relativos,
sendo, o auditor obrigado a rever o quantum definido e os procedimentos planeados. Verifica-se,
assim, que o conceito de materialidade está presente em todo o processo de auditoria e que existe
uma relação imediata entre o risco de auditoria e a materialidade, ou seja, quanto maior o nível
de materialidade menor o risco de auditoria e vice-versa.
O risco de auditoria pode ser definido como “a susceptibilidade do revisor/auditor dar uma
opinião de revisão/auditoria inapropriada quando as demonstrações financeiras estejam
distorcidas de forma materialmente relevante”3.
O auditor deve planear e executar uma auditoria, com o objectivo de obter um grau de segurança
aceitável sobre se as demonstrações financeiras estão isentas de distorções materialmente
relevantes.
Portanto, o risco de auditoria é avaliado com base no conjunto de informações que o auditor
recolhe acerca da empresa, sendo expresso através do seguinte modelo:
RA = f(RI;RC) x RD
( Fonte : §123, Almeida, Bruno, (2014), Manual de Auditoria Financeira: Uma análise integrada baseada no risco, Escolar
Editora, Lisboa)
3
DRA 400 – Avaliação do Risco de Revisão/Auditoria
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Segundo a ISA 200 que vigora atualmente, o risco inerente pode ser definido como “A
susceptibilidade de uma asserção relativa a uma classe de transacções, saldo de conta ou
divulgação a uma distorção que possa ser material, individualmente ou agregada com outras
distorções, antes da consideração de quaisquer controlos relacionados.”.
A avaliação deste risco implica a análise de diversos fatores e varia de empresa para empresa e
de atividade para atividade, por exemplo, transações entre partes relacionadas, transações pouco
usais ou uma grande rotação de pessoal acarreta um risco inerente muito mais elevado. O risco
inerente existe independentemente da auditoria, assim os auditores não consegue controlar nem
modificar este risco.
Pode definir-se este tipo de risco, como aquele que está associado à probabilidade de existirem
distorções materialmente relevantes que não sejam atempadamente prevenidas, detetadas e
corrigidas pelo sistema de controlo interno da empresa.
O risco de controlo nunca pode ser zero, uma vez que os controlos implementados por uma
empresa não conseguem assegurar a 100% que erros materialmente relevantes sejam detetados,
por exemplo, a fadiga e o descuido humano podem originar que os controlos internos em
determinadas situações não sejam cumpridos.
Os auditores não podem controlar este risco, mas podem influenciá-lo, no entanto, esta
influência está sujeita a dois aspetos: apenas influencia para exercícios futuros, e depende se o
órgão de gestão aceita ou não as recomendações propostas pelo auditor.
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À Posteriori, o COSO estabeleceu que o controlo interno consiste nos seguintes objetivos,
ambiente de controlo; avaliação de risco e atividades de controlo, informação e comunicação e
motorização dos controlos.
Desta forma a DRA 410 define controlo interno da seguinte forma, “todas as políticas e
procedimentos (controlos internos) adotados pela gestão de uma entidade que contribuam para
a obtenção dos objetivos da gestão de assegurar, tanto quanto praticável, a condução ordenada
e eficiente do seu negócio, incluindo a aderência às políticas da gestão, a salvaguarda de ativos,
a prevenção e deteção de fraude e erros, o rigor e a plenitude dos registos contabilísticos, o
cumprimento das leis e regulamentos e a preparação tempestiva de informação financeira
credível”.
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Este risco ao contrário dos outros apresentados anteriormente pode ser controlado pelo
auditor através de planeamento, execução, supervisão e revisão do trabalho e da
determinação da natureza, extensão e oportunidade dos procedimentos de auditoria e ainda
com um dever muito importante que é o exercício com o devido cuidado profissional. Este
risco pode ser definido da forma que segue: “O risco de que os procedimentos executados
pelo auditor para reduzir o risco de auditoria para um nível aceitavelmente baixo não
detetem uma distorção que existe e que possa ser material, quer individualmente quer
quando agregada a outras distorções.”4
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ISA 200 -Objectivos Gerais do Auditor Independente e Condução de uma Auditoria de Acordo com as Normas
Internacionais de Auditoria
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Existe um relacionamento avesso entre o risco de deteção e a combinação entre o nível do risco
inerente e do risco de controlo. Podemos observar na figura nº 5, a forma como estes três riscos
contribuem para o risco de auditoria, permitindo, desta maneira compreender como os riscos se
relacionam entre si.
Na figura acima, estão esquematizados os três tipos de riscos e o seu impato nas demonstrações
financeiras. A água que sai da torneira representa o risco inerente, ou seja, simboliza as
distorções que resultam da entidade e da atividade que desempenha. O primeiro filtro representa
o sistema de controlo da empresa, o qual depende da eficácia com que deteta e previne as
distorções. Cabe ao auditor de fazer essa avaliação ao risco de controlo, ou seja, quanto maior for
a eficácia do sistema, menor será a probabilidade de erros materiais não serem detetados
atempadamente, e assim o risco de controlo será menor. O segundo filtro representa os
procedimentos substantivos realizados pelo auditor para detetar distorções materialmente
relevantes. No entanto, estes procedimentos podem não ser suficientes na revelação de todas as
distorções, assim surgindo o risco de deteção. Podemos concluir que o risco de auditoria é o
risco dos pingos de água (distorções), passarem por ambos os filtros até chegarem ao lava mãos
(demonstrações financeiras).
23
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
O risco de deteção é o único sobre o qual o auditor tem poder para atuar. No quadro seguinte
podemos verificar como pode variar o nível aceitável de risco de deteção com base nas
avaliações do risco inerente e do risco de controlo.
Portanto, pode confirmar-se que risco inerente e o risco de controlo têm uma relação inversa com
o risco de deteção e, consequentemente, uma relação direta com a quantidade de prova que
deverá ser recolhida. Por exemplo, se o risco inerente e de controlo for alto, o risco de deteção
será baixo, para o risco de auditoria se manter como baixo, o auditor amplia o número de testes a
executar. Caso, a situação seja inversa, ou seja, o risco inerente e o risco de controlo sejam
avaliados como baixos, o risco de deteção será alto, neste caso o auditor irá realizar menos
procedimentos, não descurando, a necessidade do risco de auditoria ser baixo. No entanto, o
auditor não deve deixar de realizar testes, tendo em conta que a avaliação dos riscos inerentes e
de controlo poderão não ser a mais correta.
24
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Alto
Materialidade
Por exemplo, no caso de o auditor verificar que a entidade seja detentora de um sistema de
controlo interno fraco, existe probabilidade de haver um nível elevado de distorções
materialmente relevantes. Por outro lado, se possuir um controlo interno eficaz e capaz de prever
a totalidade dos erros, o auditor aumentará a quantia de distorções que considera ser
materialmente relevantes. O volume de prova a obter pelo auditor, a fim de expressar a sua
opinião com segurança, relaciona-se também com a avaliação do risco e com o nível de
materialidade.
Desta forma, podemos referir que, quanto maior for o risco, menor será a materialidade e maior
deverá ser a quantidade de prova recolhida pelo auditor, a fim de se poder exprimir de forma
segura e apropriada.
25
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Dada a relação entre prova de auditoria, materialidade e risco de auditoria, o auditor deve optar
por uma estratégia. A primeira hipótese é adotar uma abordagem predominantemente
substantiva, ou seja, quando o risco inerente e de controlo são avaliados como elevados. Uma
segunda hipótese é adotar uma abordagem mais focada num mix de procedimentos substantivos
e testes aos controlos (RI e RC são avaliados como baixos). Contudo, ambas podem ser aplicadas
a um nível global ou de forma individual às asserções. Independentemente da estratégia adotada,
quando o auditor a está a definir, deve ter atenção à estrutura do controlo interno da empresa.
Após definir a estratégia a adotar, o auditor elabora os programas de auditoria. Os mesmos têm
como finalidade responder ao risco das demonstrações financeiras possuírem distorções
materiais. O auditor elabora programas de auditoria, para se certificar que o planeamento de
auditoria aborda todos os riscos significativos para cada área. Neste sentido, o auditor elabora
programas específicos para cada área, sendo que, os programas de auditoria são mais detalhados
que a estratégia, este por incluírem a natureza, extensão e oportunidade dos procedimentos a
efetuar pelo auditor (testes aos controlos e procedimentos substantivos).
Dossier Corrente – neste dossier estão arquivados todos os elementos que fundamentam
a auditoria realizada, ou seja, planeamento, programas de trabalho, testes e
procedimentos realizados e as conclusões obtidas;
26
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Dossier Permanente – neste dossier estão presentes informações que possam ser
relevantes e utilizáveis em mais do que um exercício económico, por exemplo, contratos
de financiamento, atas, demonstrações financeiras assinadas.
Por norma, a análise documental e recolha de prova têm como base ténicas de amostragem, já
que devido ao binómio custo/benefício, o auditor não examina a totalidade da informação
disponível. Segundo o §1 na DRA 510 - Prova de Revisão/Auditoria, “19. o revisor/auditor deve
obter a prova de revisão/auditoria apropriada e suficiente, através de inspecções, observações,
indagações, confirmações, cálculos e procedimentos analíticos, cuja realização e conclusões
devem ser adequadamente documentadas por forma a suportar a sua opinião”.
Assim, a prova em auditoria é toda a documentação recolhida pelo auditor que serve de suporte à
opinião emitida sobre as demonstrações financeiras. A necessidade de recolha de prova está
relacionada com a diminuição do risco de auditoria, ou seja, o auditor deve obter prova suficiente
para manter um risco de auditoria baixo.
“a) Inspeção Física, que consiste no exame dos registos, dos documentos de suporte e dos
ativos tangíveis (por exemplo, imobilizado corpóreo e existências), sendo as seguintes as
principais categorias de prova documental de revisão/auditoria com diferentes graus de
credibilidade:
5
§19 da DRA 510 – Prova de Revisão/Auditoria
27
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
e) Cálculo, que consiste na verificação da exatidão aritmética dos documentos de suporte e dos
registos contabilísticos ou na realização de cálculos separados.
Acontecimentos subsequentes são por exemplo transações ocorridas entre a data do balanço e a
data de emissão do parecer do auditor, que podem modificar, se não forem corretamente
divulgadas, a opinião emitida. Por exemplo, perdas relevantes a investimentos; ocorrência de
sinistros; alterações na legislação.
Na data do término do exercício e até à data de emissão do parecer, o auditor deve tomar
conhecimento de eventos que afetam de maneira relevante as demonstrações contabilísticas,
28
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
desta forma, verificando se foram bem contabilizados e de forma adequada, bem como se estão
divulgados nas demonstrações.
A CLC deve obedecer às disposições da DRA 700 – Relatório de Revisão/Auditoria, na qual está
explícito o modelo de relatório de revisão/auditoria. (ANEXO IV)
Contudo, existem observações que por vezes dão lugar a reservas e/ou a ênfases, as primeiras
afetam a opinião do ROC, enquanto as segundas não a atingem. Desta maneira, “a certificação
legal das contas concluirá exprimindo uma opinião com ou sem reservas, uma escusa de
opinião, uma opinião adversa, e, com ênfases, de acordo com as modalidades definidas nas
normas técnicas aprovadas ou reconhecidas pela Ordem.”7 É de salientar que o ROC pode ser
obrigado a emitir uma Declaração de Impossibilidade de CLC, no caso de se deparar com
situações de inexistência/insuficiência/ocultação de matéria de apreciação. (ANEXO V)
6
Artigo 44º, nº2 do Decreto-Lei n.º 487/99, de 16/11 (Estatuto Jurídico dos ROC)
7
Artigo 44º, nº3 do Decreto-Lei nº487/99, de 16/11 (Estatuto Jurídico dos ROC)
29
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
O trabalho desenvolvido vai ser descrito em profundidade nos pontos seguintes, cingindo-se a
uma empresa específica do ramo alimentar, mais concretamente, do comércio por grosso de
peixe, crustáceos e moluscos. De salientar que apesar do relatório abordar esta empresa em
particular, com características e procedimentos específicos à sua atividade. No entanto, os
procedimentos gerais utilizados, bem como o trabalho realizado, é idêntico para todos os clientes
da entidade acolhedora.
Em suma todo o trabalho inicial efetuado, relativo a esta empresa em particular está descrito no
planeamento (ANEXO VI), do qual resulta os programas de trabalho e plano de abordagem para
cada área considerada relevante ou significativa.
30
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
O quadro nº3 ilustra o nível de risco setorial por asserção e para cada área de trabalho. A
definição do risco atribuído, resulta da análise e preenchimento de questionários de controlo
interno, que avaliam as respetivas asserções (Plenitude; Existência; Mensuração e Valorização).
Em complemento a esta informação é definida o nível de materialidade a aplicar resultando as
áreas significativas a analisar.
31
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
A conta de Ativos Fixos Tangíveis reflecte “as quantias escrituradas referentes aos itens
tangíveis da entidade que têm como finalidade o uso na produção, o fornecimento de bens ou
serviços, o arrendamento a outros ou para fins administrativos, e se espera que sejam usados
durante mais do que um período”8.
Por norma, os ativos ligados á exploração da empresa são sujeitos a desgaste, esse evidenciado
na conta de Depreciações do Exercício e Acumuladas. O período de vida útil dos ativos é
normalmente calculado de acordo com as taxas de depreciação do Decreto Regulamentar
25/2009 de 14 de Setembro.
O primeiro trabalho efetuado nesta área foi, através dos balancetes trimestrais, verificar a
evolução do ativo fixo tangível, identificando o montante dos abates/alienações e aquisições para
o mesmo período (ANEXO VII). Em sede de trabalho de campo, estas “entradas” e “saídas”
eram confirmadas através da análise dos documentos que as suportassem, por exemplo faturas,
ficha dos bens, e autos de abate, analisando todos os procedimentos contabilísticos que lhes
estavam implícitos, assim como através da conferência física dos bens.
Ainda dentro desta área, era dada especial relevância à contabilização das mais e menos-valias e
às suas implicações fiscais, particularmente ao nível da modelo 22 do IRC (ANEXO VIII). Eram
solicitadas as listagens de alienações/abates e os mapas fiscais (ANEXO IX), com o intuito de
averiguar o cálculo, das mais/menos-valias contabilísticas e fiscais, tal como é exemplificado de
seguida.
8
§6 da NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis
32
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Ao nível das depreciações do exercício, eram testadas as taxas aplicadas, recorrendo ao Decreto
Regulamentar 25/2009 de 14 Setembro.
Por fim, era verificada a existência de “cobertura” de seguros, através de uma circularização
enviada às seguradoras da FREEZEFISH, processo que será aprofundado mais à frente no
relatório.
9
Portaria nº 376/2013 Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 30 de dezembro de 2013
33
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
De acordo com a NCRF 18, os inventários englobam bens comprados e detidos para revenda,
bens acabados produzidos, ou trabalhos em curso que estejam a ser produzidos pela entidade e
incluem materiais e consumíveis aguardando o seu uso no processo de produção. Devem ser
mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo. O custo dos inventários
deve incluir todos os custos de compra, custos de conversão e outros custos incorridos para
colocar os inventários no seu local e na sua condição atual.
O trabalho realizado nesta área incidiu essencialmente em comprovar a razoabilidade dos saldos
das contas que o integram, bem como a sua correta apresentação e valorização.
34
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
A primeira etapa e após análise das contas de terceiros, era seleccionar uma amostra mínima e
representativa de 60% do total do saldo de clientes. O critério de seleção utilizado era
normalmente, os saldos de grande valor, os saldos acumulados significativos e os saldos contra
natura. A data de referência é por norma a 31 de Dezembro.
Receção das respostas enviadas pelos clientes, onde eram introduzidas as respostas na mesma
base de dados, permitindo um controlo do desenrolar do processo de circularização. A resposta
recebida do cliente assumia uma das seguintes situações:
35
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
1) Resposta concordante
Nesta situação, tinha de verificar a existência de assinatura na resposta do cliente e do saldo
corrente. Caso estivesse tudo em conformidade, a resposta era considerada como concordante, e
pronta para ser arquivada no Dossier de Circularizações.
2) Resposta discordante
Sempre que o cliente não confirmasse o saldo, era necessário proceder à reconciliação das contas
(ANEXO XI), apurando-se os documentos que contribuíam para a diferença. Estas diferenças
eram analisadas envolvendo o contabilista, questionando-o sobre a justificação para esta
divergência.
3) Sem Resposta
Por vezes não foi possível obter resposta dos clientes, mesmo após insistência telefónica e via e-
mail. Nestes casos, eram efetuados Procedimentos Alternativos (ANEXO XII), que se
iniciavam com a identificação dos documentos que compunham o saldo final à data de
circularização, sendo, posteriormente, identificada a existência de suporte documental. Eram,
também, solicitados os extratos das contas do cliente em causa, desde a data de circularização até
ao momento, com intuito de averiguar a regularização do saldo.
Além deste processo, eram realizados procedimentos substantivos (ANEXO XIV) para verificar
o adequado processamento contabilístico e a existência de suporte documental, através da análise
dos extratos de Vendas e Prestação de Serviços, onde eram selecionados documentos de forma
aleatória para serem averiguados na visita à empresa, nomeadamente, faturas, notas de débito,
notas de crédito, entre outras. Neste processo era dada ainda atenção às implicações fiscais
nomeadamente taxas e valores de IVA aplicadas.
No final de todo este processo, era elaborado um resumo da circularização (ANEXO XIII), onde
era possível, entre outros, identificar a percentagem de respostas obtidas e a concordância dos
saldos.
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Conforme estipulado no SNC “esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos
que incluem quer dinheiro e depósitos bancários quer todos os ativos ou passivos financeiros
mensurados ao justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de
resultados”10.
Além deste procedimento era solicitada à empresa as reconciliações bancárias (ANEXO XVI)
trimestrais de todos os bancos, onde a informação recolhida era cruzada com as respostas
resultantes do processo de circularização no final do ano.
Ainda dentro desta área assistia às contagens de caixa com referência a uma determinada data.
10
§ 43 - Notas de Enquadramento do SNC
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
DIFERIMENTOS
O SNC refere que “os efeitos das transações e de outros acontecimentos são reconhecidos
quando eles ocorram”11 (pressuposto subjacente ao regime do acréscimo). Desta forma os
procedimentos utilizados nesta área tinham como objectivo a verificação deste princípio
contabilístico, nomeadamente, através da análise da periodicidade de rúbricas específicas, como
por exemplo os seguros, juros de empréstimos e estimativa de salários.
No exemplo seguinte apresenta-se o papel de trabalho usado para testar neste caso em particular
juros e seguros.
Como é possível verificar, embora o pagamento seja efetuado durante o ano de 2013, parte deste
gasto deveria ser reconhecido apenas em 2014, na conta de Gastos a Reconhecer.
Assim, eram analisados os documentos pertinentes cuja periodicidade respeitasse a mais do que
um exercício, com intuito de se identificar ou não o cumprimento do princípio do acréscimo e
identificar as diferenças que pudessem existir. Caso a empresa não aplicasse este princípio era
alertada para este facto e se as diferenças eram ou não materialmente relevantes. Ainda nesta
área, era analisado o acréscimo da estimativa de férias e subsídio de férias era testada a sua
11
§22 da Estrutura Conceptual do SNC
38
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
razoabilidade, tendo por base, normalmente, o mês de Dezembro, incluindo os encargos sociais e
seguros de acidentes trabalho.
Os procedimentos realizados nesta área, são semelhantes aos realizados para a área de Clientes e
Vendas, no que diz respeito ao processo de circularização de saldos de terceiros (ANEXO XVII
a XX).
Além destes procedimentos, eram analisadas de forma aleatória e por amostragem algumas
aquisições de compras (conta 31), e de fornecimentos e serviços externos (FSE) (conta 62).
Para a análise destas rúbricas era solicitado à empresa os respetivos extratos de compras e de
FSE’s a uma respetiva data, que serviam de base à seleção para se efetuar os respetivos
procedimentos substantivos, conforme papel de trabalho (ANEXO XXI).
39
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Nesta rúbrica do passivo, parte do trabalho passava por testar as taxas aplicadas ao nível do
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS)12e da Segurança Social, assim como
os respetivos montantes entregues. Nesse sentido era realizado o denominado “Teste ao
Pessoal”, com referência a uma determinada data. Para isso era solicitada à empresa uma
listagem de pessoal na qual conste o cadastro fiscal (nome; estado civil; nº de dependentes;
deficiência) e a taxa de segurança social aplicável. Posteriormente eram selecionados,
aleatoriamente, alguns trabalhadores, com o intuito de testar a correta aplicação das taxas e
descontos conforme o papel de trabalho do (Quadro nº 9).
Na realização deste teste era necessário ter em atenção algumas particularidades, nomeadamente,
os limites diários do subsídio de alimentação (4,27€/dia e 6,83€ no caso de receber em vale de
refeição), onde o excedente concorre para o valor de tributação. No que diz respeito a ajudas de
custo, estas assumem dois tipos: valor diário atribuído ao funcionário (69,19€/dia); e valor
atribuído por deslocação em viatura própria (0,36€/km). Os valores pagos acima destes
montantes concorrem para o rendimento do indivíduo. Estas ajudas de custo estão sujeitas a
tributações autónomas em sede de IRC da empresa, (parte que não é tributada em sede de IRS do
trabalhador) conforme estipulado no artigo 88º do Código do Imposto sobre o Rendimento das
Pessoas Coletivas (CIRC).
Além do trabalho descrito, era ainda realizado um teste global às remunerações, que podia ser
referente a um determinado mês, ou à totalidade das remunerações auferidas no ano, de forma a
testar a razoabilidade dos encargos processados, denominado NS4 (quadro nº 10).
12
Tabela de Retenções – fonte: Portal das Finanças
40
Subsídio de Total de Taxa IRS (Nosso Sobretaxa
Remuneração Outros Isenção Exced. S. IRS (N/ IRS do Seg. Social S.S. Sobretaxa
Nome Trabalhador Férias / Incidência S/ Cálculo) Sub. Natal DIF.ª DIF.ª (N/ DIF.ª
Base Subsídios Horário Refeição Cálculo) Recibo (N/Cálculo) Recibo do Recibo
Natal Sub. Férias / Salário Base Cálculo)
Manuel Agostinho Catalão 529,00 € 31,80 € 132,25 € 12,30 € 705,35 € 0,00% 1,00% 7,00 € 7,00 € 0,00 € 77,59 € 77,59 € 0,00 € 4,00 € 4,00 € 0,00 €
Luis da Visitação Afonso 529,00 € 132,25 € 23,37 € 684,62 € 0,00% 7,50% 51,00 € 51,00 € 0,00 € 75,31 € 75,31 € 0,00 € 2,00 € 2,00 € 0,00 €
Joao de Sousa Almeida 529,00 € 23,37 € 552,37 € 0,00% 0,00% 0,00 € 0,00 € 0,00 € 60,76 € 60,76 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €
Baltazar Correia dos Santos 529,00 € 23,37 € 552,37 € 0,00% 0,00% 0,00 € 0,00 € 0,00 € 41,43 € 41,43 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €
Armando José M. de Almeida 840,00 € 210,00 € 23,37 € 1.073,37 € 0,00% 10,00% 107,00 € 107,00 € 0,00 € 80,50 € 80,50 € 0,00 € 14,00 € 14,00 € 0,00 €
Fernando Serafim Pereira Pinto 529,00 € 23,37 € 552,37 € 0,00% 0,00% 0,00 € 0,00 € 0,00 € 60,76 € 60,76 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €
Jorge Manuel de Matos Ferreira Paula 529,00 € 132,25 € 4,37 € 665,62 € 0,00% 5,00% 33,00 € 33,00 € 0,00 € 73,22 € 73,22 € 0,00 € 2,00 € 2,00 € 0,00 €
Hugo Manuel Henriques Ferreira 529,00 € 132,25 € 15,99 € 677,24 € 0,00% 5,50% 37,00 € 37,00 € 0,00 € 74,50 € 74,50 € 0,00 € 2,00 € 2,00 € 0,00 €
Vasco Joaquim Santos Paiva 840,00 € 210,00 € 23,37 € 1.073,37 € 0,00% 14,50% 155,00 € 155,00 € 0,00 € 118,07 € 118,07 € 0,00 € 11,00 € 11,00 € 0,00 €
Agostinho Henriques Viegas 590,00 € 23,37 € 613,37 € 0,00% 5,00% 30,00 € 30,00 € 0,00 € 67,47 € 67,47 € 0,00 € 1,00 € 1,00 € 0,00 €
José Carlos Ferreira Marques 670,00 € 167,50 € 9,49 € 846,99 € 0,00% 6,00% 50,00 € 50,00 € 0,00 € 93,17 € 93,17 € 0,00 € 7,00 € 7,00 € 0,00 €
Alcino Moreira Barros 1.180,00 € 295,00 € 23,37 € 1.498,37 € 0,00% 11,50% 172,00 € 172,00 € 0,00 € 164,82 € 164,82 € 0,00 € 23,00 € 23,00 € 0,00 €
41
de 2014
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
FINANCIAMENTOS OBTIDOS
Os passivos financeiros são parte integrante do capital alheio e constituem uma fonte de
financiamento externa. Estes recursos não são provenientes do ciclo da exploração da empresa,
ou seja, são originados em operações de natureza financeira.
Existem dois critérios de classificação destes passivos, o primeiro prende-se com a duração, ou
seja, de curto prazo ou de médio/longo prazo e o outro com a sua finalidade, ou seja, com a sua
natureza económica. Portanto, temos passivos financeiros de financiamento e passivos
financeiros de funcionamento. Os primeiros caracterizam-se por financiar uma dada operação
(por exemplo um projeto de investimento para aquisição de um determinado imobilizado), os
segundos definem-se como passivos que visam suprir as necessidades correntes da empresa (por
exemplo uma conta corrente caucionada).
42
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Assim nesta área incluem-se todos os financiamentos obtidos (conta 25), nomeadamente
empréstimos bancários, locações financeiras e contas correntes caucionadas. O principal objetivo
é determinar se os saldos evidenciados nestes passivos financeiros são legítimos, se estão
devidamente valorizados, se correspondem aos empréstimos contraídos pela empresa e se não
existem passivos não reconhecidos.
Portanto, para apurar a veracidade das respetivas quantias contabilizadas, era solicitado à
empresa um balancete da conta 25 com referência a 31 de Dezembro, cruzando esta informação
com as respostas dos bancos (fruto do processo de circularização - ANEXO XV), sendo assim
possível confirmar se o saldo na contabilidade correspondia efetivamente ao capital em dívida
inscrito nos extratos bancários. Com o mesmo fim, eram também enviadas cartas de
circularização às locadoras financeiras (ANEXO XXII). Como complemento a este processo era
solicitado ainda à empresa o Mapa da Responsabilidade de Crédito, proveniente do Banco de
Portugal.
Ainda nesta área era tido em atenção o princípio do acréscimo, nomeadamente ao nível da
periodicidade dos juros, sendo que, para tal, era solicitado à empresa os avisos de lançamento ou
recibos das últimas prestações dos financiamentos por amortizar, a fim de se conferir essa
periodicidade. Consequentemente, caso não houvesse necessidade de diferir os gastos, os juros
eram contabilizados como gasto do exercício, analisando-se a respetiva contabilização.
43
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Nesta área eram testados os pagamentos ao Estado e à Segurança Social, assim como era
verificado se os valores submetidos e declarados coincidiam com a contabilidade.
Inicialmente era recolhida do portal das Finanças (password cedida pelas empresas) toda a
documentação necessária para testar os pagamentos ao Estado: Pagamentos Antecipados de IRC,
Declarações de Retenções na Fonte de IRS/IRC e Imposto de Selo e ainda as Declarações
Periódicas do IVA, normalmente referentes aos períodos de Março, Junho, Setembro e
Dezembro. Esta informação era cruzada com os extratos da contabilidade fornecidas pela
empresa, em particular os seguintes:
Conta Designação
24.1 Imposto sobre o rendimento
24.2 Retenção de impostos sobre rendimentos
24.3.5 IVA – Apuramento
24.3.6 IVA – A pagar
24.3.7 IVA – A recuperar
24.5 Contribuições para a Segurança Social
Quadro nº 11 Extratos de conta solicitados para a área Q (Fonte: elaboração própria)
Com base na modelo 22 do período anterior (2012), era realizado o teste aos pagamentos por
conta e especial por conta. Para o efeito era utilizado o papel de trabalho (ANEXO XXIII) que,
após a introdução de alguma informação constante na modelo 22 do período anterior, realizava,
automaticamente, os respetivos planos de pagamentos. A partir deste cálculo, e com base na
informação já recolhida, era possível verificar se os pagamentos teriam sido efetuados nos prazos
legais e pelos montantes devidos.
No que diz respeito à retenção de impostos sobre rendimentos, estes são respeitantes a
rendimentos de trabalho dependente, independente e prediais. O teste aos valores contabilizados
nestas contas estão relacionados com os procedimentos descritos na área N, que em suma era a
verificação das taxas aplicadas aos montantes recebidos/pagos. Deste modo, conjuntamente com
a informação recolhida no portal das finanças e com o extrato da conta 24.2, era verificado se a
retenção era feita corretamente e se os valores submetidos coincidiam com os constantes nesse
44
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
mesmo extrato. No que concerne aos rendimentos prediais, os valores recebidos eram
contabilizados como proveitos na classe 7, onde se verificava se a retenção era efetuada de
acordo com a legislação aplicável.
No que diz respeito ao IVA, era testado o apuramento deste imposto, verificando os valores
apresentados e a contabilização nos respetivos campos da declaração de IVA (ANEXO XXIV).
No final, haveria lugar a imposto a entregar ao Estado ou imposto a recuperar. Mais uma vez, o
grande objetivo era averiguar se os valores apurados e declarados correspondiam aos
movimentos do mês a que reportavam, assim como, no caso de dar origem a pagamento de
imposto, se o mesmo teria sido efetuado nos prazos legais, com base no respetivo comprovativo.
No que diz respeito às contribuições para a Segurança Social, o objetivo era confirmar, mais uma
vez, se os valores submetidos correspondiam aos registados na contabilidade (procedimentos
descritos na área N).
Importa ainda referir que, a par dos restantes documentos, eram requeridas as “Certidões de não
dívida” ao Estado e à Segurança Social.
45
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
CAPITAL PRÓPRIO
O capital próprio é o valor contabilístico de uma empresa numa determinada data, ou seja, é a
diferença entre os seus ativos e os seus passivos. O capital pode ser classificado como realizado
ou não realizado, e é constituído pelas entradas dos sócios, pelos resultados gerados pela
empresa, revalorizações, subsídios, doações e ajustamentos em investimentos financeiros.
O objetivo da auditoria nesta área é obter evidência sobre as transações e os saldos, e se a sua
apresentação foi efetuada de acordo com os normativos legais, nomeadamente, os seguintes:
Desta forma, a análise de todas as particularidades referidas eram resumidas de acordo com o
papel de trabalho (quadro nº 12), juntamente com toda a informação considerada pertinente para
análise e conclusões desta área, nomeadamente, extratos de contas, atas da assembleia e
lançamentos contabilísticos.
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
O resultado do exercício de 2013, foi aplicado conforme deliberação da AG, datada de 31 de Março de 2013.
A referida acta encontra-se arquivada no dossier corrente de 2012 e no dossier permanente.
Impostos diferidos
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Assim, creio que, depois dos conhecimentos adquiridos no decurso da minha formação
académica, faltava esta importante experiência profissional para melhor estabelecer a relação
entre o ensino e o desempenho nesta área profissional. Em suma, durante o meu percurso
académico, por mais alertada que tenha sido, quer por professores, quer por alunos que já
desempenhavam tarefas na área da auditoria, nada poderia ter maior valor acrescentado do que
verificar, no terreno, o cumprimento das regras contabilísticas, a adoção de procedimentos e
medidas de controlo interno.
Por fim tive ainda a oportunidade de verificar asserções relativas à apresentação e divulgação das
demonstrações financeiras, em particular a classificação e compreensibilidade e a plenitude,
através da análise da informação divulgada no Anexo às Demonstrações Financeiras.
Para a realização das tarefas desenvolvidas ao longo do estágio foi crucial o conhecimento
adquirido ao longo da licenciatura e do mestrado, embora algumas disciplinas tenham tido mais
impacto do que outras. Considero que as disciplinas que mais contribuíram para o desempenho
das funções foram, práticas de auditoria financeira e a contabilidade financeira.
48
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Almeida, J. Nunes, V. Simões e Associados - SROC, S.A. de forma positiva, pelo empenho que
coloquei nas minhas tarefas, levando-as até ao final e pela boa relação interpessoal que mantive
com os demais.
Fazendo um balanço do valor acrescentado ao longo do estágio, considero que esta oportunidade
foi deveras enriquecedora a todos os níveis, pois além dos conhecimentos práticos e das
competências adquiridas, tive a possibilidade de conhecer e estabelecer fortes ligações com os
colegas, a quem, mais uma vez, quero agradecer por todos os ensinamentos, partilha de
conhecimento e todo o apoio prestado.
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
A auditoria surgiu numa ótica de deteção de fraudes, evoluindo para um conceito de verificação
das demonstrações financeiras, estando hoje em dia mais direcionada para a área de riscos
futuros e para a capacidade da organização os diminuir, através de um adequado planeamento e
controlo. Existe uma forte regulamentação neste setor de atividade, quer ao nível dos serviços,
quer ao nível dos profissionais, tendo o auditor que obedecer a um vasto número de requisitos. O
planeamento da auditoria, revela-se a fase mais importante do trabalho de auditoria, juntamente
com avaliação da materialidade e risco. Tratando-se de um processo rigoroso, um bom
planeamento é a base para um desenrolar adequado do mesmo. A materialidade e o risco são
conceitos associados à (quase) impossibilidade do auditor analisar todas as contas e transações.
A materialidade é, grosso modo, o conjunto de distorções existentes nas demonstrações
financeiras. O risco, definido como a possibilidade que o auditor corre de dar uma opinião
inapropriada das demonstrações financeiras, associa-se à materialidade. O processo de auditoria
conclui-se com a emissão da CLC (ou Declaração de Impossibilidade de Certificação Legal das
Contas), sendo que para que o auditor consiga corroborar a sua opinião nela presente, deverá
conseguir recolher, durante o processo, prova suficiente e apropriada, materializada nos papéis
de trabalho.
50
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Almeida, Bruno, (2014), Manual de Auditoria Financeira: Uma análise integrada baseada no
risco, Escolar Editora, Lisboa
Almeida, Rui M. P; Dias, Ana Isabel e Carvalho, Fernando (2010), SNC Explicado, ATF – Edições
Técnicas
ARENS, Alvin, ELDER, Randal e BEASLEY, Mark (2007) Auditing and assurance services: na
integrated approach, 12ª edição, Prentice Hall, New Jersey.
COSTA, C. Baptista da, (2010), Auditoria financeira – teoria e prática, 9ª edição, Rei dos Livros,
Lisboa.
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CIBERGRAFIA
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ANEXOS
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ANEXO VI – Planeamento
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ANO: 2013
I. ATIVIDADE DO CLIENTE
1. Organização
2. Propriedade
3. Enquadramento da actividade
3.1. Enquadramento macroeconómico
3.2. Enquadramento sectorial
4. Recursos Humanos
5. Investimentos
6. Revisão Analítica Global
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
1. Condições de compromisso
2. Natureza e oportunidade do compromisso
3. Políticas Contabilísticas adoptadas pelo cliente e suas alterações
4. Grau de confiança no controlo interno
5. Plano geral de abordagem
6. Acontecimentos significativos para a revisão
7. Risco de auditoria
8. Áreas significativas de revisão
9. Planeamento da materialidade
10. Erro tolerável
11. Estratégia de Auditoria
12. Planos de datas e horas
13. Planeamento de equipa
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
I. Atividade do cliente
1. Organização
A sociedade por quotas FREEZEFISH, S.A., foi constituída em 1990, com um capital social de € 130.000, sendo a sua
atividade o comércio por grosso de peixe, crustáceos e moluscos e a sua sede é na Rua da Orta, nº 67, Viseu.
2. Propriedade
31-Dez-2012
Acionistas
Valor %
X € 117.000 90%
Y € 13.000 10%
3. Enquadramento da actividade
Em 2012, a evolução da Economia Portuguesa foi determinantemente marcada pela suspensão do acesso a
financiamento de mercado e pelo início da aplicação do Programa de Assistência Económica e Financeira, o qual condiciona as
perspectivas de médio prazo.
Os Indicadores divulgados pelo banco de Portugal e pelo INE registaram em 2012 (PIB) uma redução de 3,2%, quando
no ano de 2011 já havia registado uma quebra de 1,6%. Este comportamento reflete uma contração em todas as áreas da
procura interna, a qual foi parcialmente compensada por um crescimento de 3,3% das exportações.
Os dados do INE revelam uma tendência de maior deterioração no último trimestre de 2012. Na base da degradação da
riqueza está, fundamentalmente, a procura interna motivada por um menor rendimento disponível das famílias e menor
investimento das empresas.
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
O resultado conjugado do défice público elevado e do crescimento da dívida pública e privada, que provocaram a
intervenção do FMI, do BCE e da Comissão Europeia, obrigou a que o conjunto de medidas de austeridade adotadas e a adotar
possam precipitar a economia nacional numa recessão.
Esta espiral recessiva está a afectar o emprego e, segundo dados do Eurostat, Portugal terá atingido em Dezembro de
2012 uma taxa de desemprego de 15,7%.
O Eurostat reviu em alta as previsões do desemprego, tanto da zona euro como da generalidade da UE. Apenas
Espanha, com uma taxa de desemprego de 26,3%, e a Grécia com uma taxa próxima dos 26,4%, apresentam valores mais
elevados do que Portugal.
A situação de desemprego é ainda mais grave entre os jovens, que em Dezembro, apresentavam uma taxa de
desemprego de 36,3%.
No que se refere às condições de financiamento das empresas, assistiu-se em 2012, a uma forte restrição do crédito e a
um elevado aumento dos custos de financiamento disponível, resultante dos acréscimos de spreads praticados pela
generalidade da banca. A situação não foi ainda mais gravosa, para as empresas, porque as taxas de referência Euribor se
mantiveram em valores, significativamente, baixos.
As perspetivas macroeconómicas para 2013 são, por isso, bastante preocupantes, o défice crónico da balança
comercial, e a progressiva entrada no comércio mundial dos países asiáticos e do centro e leste da Europa, que alteraram os
padrões das vantagens comparativas a nível mundial.
O desequilíbrio das contas públicas e o agravamento do endividamento público acentuaram a exposição da nossa
economia a uma conjuntura externa adversa.
Na atual conjuntura, assumem especial importância as reformas estruturais que possibilitem potenciar o crescimento da
economia portuguesa, cuja execução se encontra prevista no Programa de Assistência Económica e Financeira.
73
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Desde o seu início, a empresa esteve sempre vocacionada para o comércio de peixe congelado.
A empresa está inserida num setor que está diretamente ligado ao consumo privado e ao consumo público. Apesar do
consumo ter decrescido, o valor do Índice de Preços do Consumidor no grupo da “Alimentação” apresentou uma variação
positiva de 2,9% e o segmento do “Peixe Congelado” assinalou uma variação positiva de 5%, como demonstra o Índice de
Preços no Consumidor, referente a 2012, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística.
A estimativa em quantidade de desembarques totais de pescado de 2011/2012, registou uma variação negativa de 8,3%,
esta variação foi particularmente expressiva ante a variação positiva de 3% verificada em 2011.
A estimativa de preços médios (2011/2012) teve uma variação positiva de 7,78% comparativamente à estimativa de
6,37% observada em 2011.
A balança comercial dos produtos da pesca assinalou as seguintes variações entre Janeiro e Dezembro (2011 / 2012):
diminuição de 0,6% nas quantidades importadas, a que equivaleu um decréscimo de 2,15% no valor das importações; as
exportações em 2012 tiveram uma quebra de 2,1% em quantidade, o que correspondeu a um decréscimo de 1,9% em valor.
No subgrupo “Pescado Congelado” verificou-se um crescimento de 7,9% nas quantidades importadas, a que
correspondeu um aumento de 2,6% em valor, as exportações voltaram a ter um comportamento positivo, tendo registado um
crescimento de 5,3% em quantidade e de 10,9% em valor.
Considerando o contexto nacional e externo, no ano 2012 verificou-se uma contração da procura interna que
condicionou a dinâmica da evolução económica que a empresa vinha a registar anteriormente.
Contudo, a redução do volume de negócios não afetou, de igual modo, a globalidade dos segmentos de mercado da
empresa.
Na área do retalho a empresa registou uma quebra ligeira de vendas, onde o segmento mais afetado foi a restauração
coletiva: a perda de um concurso público por parte de um dos nossos parceiros determinou uma quebra da atividade nesta área
de negócio.
Em 2013 a empresa prevê continuar a estabilizar a posição na empresa no mercado nacional, e impulsionar os contactos
com novos clientes e mercados no exterior (UE e Países Terceiros).
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
4. Recursos Humanos
A tendência crescente do aumento dos custos com pessoal desacelerou em 2012, devido às medidas de redução do
quadro de pessoal, implementadas na sequência da redução da atividade.
Em 2013 é espetável que a tendência de redução destes gastos se mantenha, face à projeção da procura interna
conjugada com os ganhos de produtividade que se pretendem alcançar.
5. Investimentos
Para 2014, os investimentos são moderados face à atual conjuntura económica e bancária, exceptuando-se algum
negócio de oportunidade.
ACTIVO CORRENTE
Inventários 1.827.363 1.384.195 443.168 32,0%
Clientes 752.019 1.117.928 (365.909) (32,7% )
Estado e Outros Entes Públicos 25.030 16.177 8.853 54,7%
Outras Contas a Receber 72.815 84.056 (11.241) (13,4% )
Diferimentos 2.396 2.232 164 7,3%
Activos Financeiros Detidos para Negociação 2.224 - 2.224 n.a.
Outros Activos Financeiros 470.000 220.000 250.000 113,6%
Caixa e Depósitos Bancários 73.794 10.595 63.199 596,5%
3.225.641 2.835.183 390.458 13,8%
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
CAPITAL
Capital Realizado 130.000 130.000 - 0,0%
Reservas Legais 48.670 43.598 5.072 11,6%
Resultados Transitados 883.934 789.950 93.984 11,9%
Excedentes de Revalorização 448.881 507.843 (58.962) (11,6% )
1.511.485 1.471.391 40.094 2,7%
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
5
FREEZEFISH,
Consermar - Produtos S.A.
Alimentares, S.A. 30-set-13 30-set-12 Variação
Valores expressos em Euros Valor %
Valores expressos em Euros
RENDIMENTOS E GASTOS
Vendas e Serviços Prestados 4.683.071 6.027.389 (1.344.318) (22,3% )
Subsídios à Exploração - 672 (672) (100,0% )
Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas (4.205.617) (5.120.602) 914.984 (17,9% )
Fornecimentos e Serviços Externos (371.996) (414.534) 42.538 (10,3% )
Gastos com o Pessoal (308.662) (333.456) 24.794 (7,4% )
Imparidade de Dívidas a Receber (Perdas / Reversões) 856 400 456 114,0%
Aumentos/Reduções de Justo Valor (479) - (479) n.a.
Outros Rendimentos e Ganhos 7.356 7.075 281 4,0%
Outros Gastos e Perdas (34.002) (34.301) 299 (0,9% )
Resultado antes de depreciações, gastos de financiamentos e impostos (229.473) 132.643 (362.117) (273,0% )
77
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
ACTIVO CORRENTE
Inventários 1.827.363 1.827.363 - 0,0%
Clientes 752.019 682.068 69.951 10,3%
Estado e Outros Entes Públicos 25.030 12.102 12.928 106,8%
Outras Contas a Receber 72.815 121.129 (48.314) (39,9% )
Diferimentos 2.396 15.891 (13.495) (84,9% )
Activos Financeiros Detidos para Negociação 2.224 2.224 0 0,0%
Outros Activos Financeiros 470.000 - 470.000 n.a.
Caixa e Depósitos Bancários 73.794 238.181 (164.387) (69,0% )
3.225.641 2.898.958 326.684 11,3%
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
FREEZEFISH,
Consermar - Produtos Alimentares,S.A.
S.A. 30-set-13 31-dez-12 Variação
Valores expressos em Euros Valor %
Valores expressos em Euros
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
CAPITAL
Capital Realizado 130.000 130.000 - 0,0%
Reservas Legais 48.670 43.598 5.072 11,6%
Resultados Transitados 883.934 787.558 96.376 12,2%
Excedentes de Revalorização 448.881 448.881 0 0,0%
1.511.485 1.410.037 101.448 7,2%
79
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Taxa IVA: 23% 30/set/13 30/jun/13 31/mar/13 31/dez/12 30/set/12 30/jun/12 31/mar/12 31/dez/11 31/dez/10
Que a MB tem vindo a diminuir, em função das Vendas terem vindo a baixar comparativamente com o CMVMC.
A empresa tem apresentado um volume de negócios crescente nos dois últimos anos.
A autonomia financeira piorou comparativamente com os mesmos períodos homólogos.
Verifica-se um decréscimo quer nos prazos médios de recebimentos, quer nos prazos médio de pagamentos.
O EBITDA encontra-se com € 229.473,00.
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
1. Condições de compromisso
Iremos efectuar a revisão das Demonstrações Financeiras da FREEZEFISH, S.A., para o ano que terminou em
31.12.2013, de acordo com os procedimentos descritos no Programa de Revisão.
DATA
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
As demonstrações financeiras da FREEZEFISH, S.A. foram preparadas de acordo com os princípios contabilísticos
geralmente aceites em Portugal, nomeadamente do custo histórico, da continuidade das operações e em conformidade com os
conceitos fundamentais de prudência, materialidade, consistência e, em todos os aspectos significativos, da especialização dos
exercícios.
As principais políticas contabilísticas e critérios valorimétricos utilizados na preparação das demonstrações financeiras
encontram-se descritos a seguir:
Os ativos fixos tangíveis estão valorizados ao custo de aquisição. Os terrenos revalorizados foram mensurados, na
transição de POC para SNC, pelo montante revalorizado como custo, de acordo com a excepção divulgada na NCRF 3 –
Adoção pela primeira vez das NCRF.
Os encargos com a manutenção e conservação de natureza corrente são registados em resultados ao custo real
incorrido.
As mais ou menos valias resultantes da venda ou abate são determinadas pela diferença entre o preço de venda e o
valor líquido contabilístico na data da alienação / abate, sendo registadas na Demonstração de Resultados nas rubricas “Outros
Rendimentos Operacionais” / “Outros Gastos Operacionais”.
As depreciações são calculadas, em sistema de duodécimos, com base no método das quotas constantes, utilizando a
estimativa de vida útil dos bens, conforme a tabela seguinte:
Equipamento Básico 4 - 8
Equipamento de Transporte 4 - 7
Equipamento Administrativo 3 - 10
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Ativos Intangíveis
Os Ativos Intangíveis são mensurados ao custo de aquisição e apenas são reconhecidos se for provável que deles
advenham benefícios económicos para a Empresa, que sejam controláveis pela Empresa e que se possa medir, razoavelmente,
o seu valor.
As amortizações são calculadas pelo método das quotas constantes, em conformidade com o período de vida útil
estimado e de acordo com a legislação em vigor. Nos casos de propriedade Industrial a vida útil estimada é de 8 (oito) anos.
Inventários
Os Produtos Acabados e trabalhos em curso encontram-se valorizados ao Custo de Produção, que inclui o custo dos
Materiais incorporados, mão-de-obra e gastos gerais.
Financiamentos Bancários
Os empréstimos são registados no passivo pelo valor nominal recebido líquido de comissões com a emissão desses
empréstimos. Os encargos financeiros apurados, de acordo com a taxa de juro efeciva, são registados na Demonstração de
Resultados de acordo com o Regime do Acréscimo.
Nesta rubrica registam-se as receitas e as despesas que respeitam a exercícios futuros e que serão imputados aos
resultados em cada um dos exercícios, bem como os custos e os proveitos imputáveis ao exercício corrente e cujas despesas e
receitas ocorrerão em exercícios futuros.
De acordo com a legislação vigente, os empregados adquirem o direito a um mês de férias e correspondente subsídio no
ano anterior ao do seu pagamento.
Deste modo a empresa adopta o procedimento de reconhecer na rubrica de acréscimos de custos o montante relativo às
férias e subsídios de férias vencidos e não pagos, adicionando os respectivos encargos sociais.
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Os gastos e os rendimentos são contabilizados no exercício a que respeitam independentemente da data do seu
pagamento ou recebimento, de acordo com o princípio contabilístico da especialização do exercício.
Os gastos e os rendimentos cujo valor real não seja conhecido, são contabilizados por estimativa no exercício a que
dizem respeito.
A empresa é tributada em sede de IRC – Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas à taxa de 25%, conforme
o art. 87º do CIRC – Código do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas.
Ao valor da colecta de IRC acresce a Derrama, à taxa de 1,50% – nos Municípios de Tondela, Fundão, Peso da Régua e
Maia – sobre o Lucro Tributável.
Ao valor da colecta a empresa acresce, também, a tributação autónoma que incide sobre um conjunto de encargos,
conforme o art. 88º do CIRC – Código do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas.
Locação
A classificação das locações, como financeiras ou operacionais, é realizada em função da substância dos contratos.
Os bens adquiridos segundo contratos de locação financeira, bem como as correspondentes responsabilidades
encontram-se são reconhecidos como Ativos Fixos Tangíveis, sendo depreciados de acordo com as taxas máximas ao abrigo
do Dec. Regulamentar 25/2009. Os juros incluídos nas rendas e as depreciações dos Ativos Fixos Tangíveis são reconhecidos
como gastos do exercício, na Demonstração de Resultados.
As rendas relativas a contratos de locação financeira são registadas como redução daquelas responsabilidades e como
custos financeiros.
Nas Locações Operacionais as rendas devidas são reconhecidas como gastos na Demonstração de Resultados numa
base linear, durante o período da Locação.
Os subsídios governamentais são reconhecidos de acordo com o seu Justo Valor e quando existem as certezas de
serem recebidos e de a empresa cumprir com as condições exigidas à sua concessão.
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Ativos Fixos Tangíveis Verificar a existência de um ficheiro do ativo fixo tangível, e analisar a forma como se
encontra organizado.
Confirmar que ficheiro de imobilizado se encontra atualizado.
Confirmar se existe um arquivo de aquisições de ativos fixos tangíveis, contendo toda a
documentação relativa a tais aquisições.
Inventários, Ativos Confirmar que são feitas regularmente contagens físicas dos Inventários, ou, no caso de
Biológicos, Produção e se tratar de Sistema de Inventário permanente, se são efetuados alguns testes por
Custos amostragem ao longo do ano.
Verificar a atualização dos registos individuais dos bens em armazém, os quais devem
ser corrigidas sempre que são efetuadas contagens. Verificar a forma como se
encontram organizados aqueles registos.
Clientes, Vendas e Analisar sequência numérica dos diversos arquivos: Encomendas dos Clientes, Guias de
Prestações de Serviços Remessa, Faturas, Vendas a Dinheiro, Recibos, Notas de Crédito, etc., e concluir sobre a
forma como os referidos arquivos se encontram organizados.
Confirmar que os diferentes documentos emitidos pela Empresa são pré-numerados
tipograficamente, através de consulta dos diferentes arquivos.
Através de consulta do arquivo de faturas, verificar se em todas elas é indicado o nº da
respetiva guia de remessa. Efetuar igualmente o teste inverso, isto é, partindo do arquivo
de guias de remessa, e confirmando a inscrição do número da fatura.
A partir do arquivo de Notas de Crédito emitidas, verificar se é inscrito o número da fatura
a que diz respeito.
Fornecedores, Compras e Assegurar que as compras de valores significativos são desencadeadas com a
Fornecimentos elaboração de pedidos de encomenda devidamente autorizados.
Verificar que todos os contratos de fornecimentos são suportados posteriormente por
faturas após a sua satisfação.
Verificar que todos os pagamentos estão suportados por recibos de quitação.
Confirmar que existe uma adequada segregação de funções ao nível de quem
encomenda, quem recebe as mercadorias e confere as faturas dos fornecedores, quem
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Estado e Outros Entes Indagar se a Empresa foi objeto de alguma fiscalização recente da Administração Fiscal.
Públicos e Impostos Caso tenha havido alguma fiscalização solicitar os relatórios da Administração Fiscal e
confirmar o devido reflexo contabilístico.
Capital Próprio Verificar se a empresa tem o número mínimo de detentores de capital, previsto para o
respetivo tipo de sociedade.
Testes aos controlos dos sistemas de Proveitos, Recebimentos, Compras, Pagamentos, Pessoal e
Existências. Pretende-se com este trabalho determinar a profundidade dos trabalhos substantivos a
efectuar com referência a 31 de Dezembro de 2013.
Testes substantivos às áreas de ativos fixos tangíveis e a terceiros, incluindo a circularização de Bancos,
Advogado, Terceiros, Seguros, Sociedades de Leasing.
Após o fecho das contas com o objectivo de decompor e analisar os saldos à data de 31 de Dezembro de
2012, atendendo ao programa de revisão definido, a fim de se emitir a CLC e o RPFU.
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
demonstrações financeiras.
A revisão ao exercício de 2013, será efetuada no seguimento da do exercício anterior, continuando a haver especial
incidência nas contas do balanço, nomeadamente no que concerne aos ativos fixos tangíveis, inventários, clientes e
fornecedores. Relativamente aos gastos e aos rendimentos, os mesmos serão acompanhados de forma comparativa com o
exercício anterior.
7. Risco de auditoria
Risco Risco Sectorial por Asserção Perfil de Risco Significância
A C ES S O ÁREAS DE AUDITORIA
Global P E M V P E M V Valor Áreas Signif.
A Goodwill e outros activos intangíveis Médio 0,0
B Activos fixos tangíveis (Inclui recursos minerais) B B B B M M M M 35,4
C Propriedades de investimento 0,1
D Inventários e activos biológicos M B M M M M M M 141,6
E Clientes, vendas e prestações de serviços B B B B M M M M 145,5
F Outras contas a receber e a pagar B B B B M M M M 2,0
G Accionistas (Sócios) e outras partes relacionadas 0,0
H Activos não correntes detidos para venda 0,0
I Investimentos financeiros 0,2
J Instrumentos financeiros mensurados justo valor 0,0
K Caixa, depósitos bancários e outros equiv. caixa B B B B M M M M 4,4
L Diferimentos, imp. diferidos e cont. construção B B B B M M M M 2,9
M Fornecedores, compras e fornecimentos B B M M M M M M 33,0
N Pessoal e benefícios dos empregados B B B B M M M M 8,4
O Financiamentos obtidos B B B B M M M M 34,2
P Provisões e matérias ambientais 0,0
Q Estado e outros entes públicos e Impostos B B B B M M M M 1,3
S Capital próprio B B B B M M M M 27,2
V68 Outros gastos e perdas 0,5
V69 Gastos e perdas de financiamento 0,2
V75 Subsídios à exploração 0,0
V78 Outros rendimentos e ganhos 0,0
V79 Juros, dividendos e outros rendimentos similares 0,0
Z Responsabilidades, contingências, continuidade 0,0
Uma vez que se trata de uma empresa familiar, vamos correr um risco de auditoria baixo - médio (10%).
87
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
o Teste às aquisições, alienações, cálculo das depreciações e correcta contabilização das locações.
o Contabilização de impostos diferidos decorrentes da reavaliação técnica.
o A empresa opera num mercado concorrencial, onde habitualmente os prazos médios de recebimentos
são muito dilatados.
o Verificar, qual o impacto nos resultados resultantes da aplicação na NCRF 19.
o Confirmação das asserções da existência e da ocorrência.
88
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Acréscimos e Diferimentos:
Estado e Pessoal
o Correcta aplicação das taxas de retenção na fonte e das taxas de segurança social.
o Preenchimento da mod. 22.
o Estimativa de imposto.
o Entrega das importâncias retidas no cofre do estado.
Capital Próprio
89
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
9. Planeamento da materialidade
Cliente: Consermar - Produtos
FREEZEFISH, S.A. Alimentares, S.A. Preparado por: Revisto por: XI.9
Secção: Materialidade de Auditoria Ano
2013
Materialidade de Auditoria
31 dez 12
Volume de Negócios 7 394 307
Total do Activo 5 368 127
Total do Activo Líquido 4 788 048
Resultado antes de Impostos 124 016
Total dos Gastos e Perdas 7 247 002
Total dos Rendimentos e Ganhos 7 412 429
3. MATERIALIDADE
4. BASES DE DECISÃO
90
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
CAPI TAL
Provisões
Fornecedores
Adiantamentos de Clientes
Estado e Outros Entes Públicos
Accionistas / Sócios
Financiamentos Obtidos
Responsabilidades por Benefícios Pós-Emprego
Passivos por Impostos Diferidos
Outras Contas a Pagar
Diferimentos
Outros Passivos Financeiros
0
PASSI VO CORRENTE
Provisões
Fornecedores 1 281 698 13,38% 19 809 16,50% 41 836
Adiantamentos de Clientes 0 0,00% 0
Estado e Outros Entes Públicos 37 332 0,39% 577
Accionistas / Sócios 0 0,00% 0
Financiamentos Obtidos 1 824 450 19,05% 28 197 23,49% 34 767
Responsabilidades por Benefícios Pós-Emprego 0 0,00% 0
Outras Contas a Pagar 41 812 0,44% 646 0,54% 797
Diferimentos 91 271 0,95% 1 411 1,18% 1 739
Passivos Financeiros Detidos Para Negociação 0 0,00% 0
Outros Passivos Financeiros 0 0,00% 0
Passivos Não Correntes Detidos para Venda 0 0,00% 0
3 276 564 41,71%
Total do Passivo 3 276 564 34,22% 50 640 41,71%
Total do Capital Próprio e do Passivo 4 788 048 100,00% 148 000 100,00% 148 000
0,00
a) optamos por analisar toda a conta
b) influênciada por todas as rúbricas
c) Vamos utilizar amostragem não estatística, pelo que o valor do erro tolerável desta rúbrica 28.242 vai ser realocado em igual parte aos clientes e aos fornecedores
d) Realocação do erro tolerável: +17.411,5/cada
91
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Face à dimensão da empresa, à concentração do poder de decisão e ao nº de funcionários optamos por fazer uma
abordagem predominantemente substantiva em detrimentos dos testes aos controlos.
92
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Revisão analítica;
Teste às estimativas
Teste à valorização
93
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
Obtenção da DOG
Emissão da CLC
Emissão do RA
TOTAL DE HORAS 57
94
POC DESIGNAÇÃO 31 DEZ N-1 AQUISIÇÕES REF ABATES +/- 1º Trimestre AQUISIÇÕES REF ABATES +/- 2º Trimestre AQUISIÇÕES REF ABATES +/- 3º Trimestre AQUISIÇÕES REF ABATES +/- 31 DEZ N
43 ACTIVOS FIXOS TANGÍVEIS
1 Terrenos e Recursos Naturais 718.246,12 0,00 718.246,12 0,00 718.246,12 0,00 718.246,12 0,00 718.246,12
2 Edificios e Outras Construções 809.545,40 0,00 809.545,40 0,00 809.545,40 0,00 809.545,40 800,00 800,00 810.345,40
3 Equipamento Básico 474.769,76 0,00 474.769,76 1.219,86 1.219,86 475.989,62 4.718,67 4.718,67 480.708,29 98.704,70 98.704,70 579.412,99
4 Equipamento Transporte 285.107,42 3.200,00 3.200,00 288.307,42 12.105,69 a) 12.105,69 300.413,11 10.243,90 a) 10.243,90 310.657,01 96.756,79 b) 58.188,29 38.568,50 349.225,51
5 Equipamento Administrativo 37.256,27 0,00 37.256,27 0,00 37.256,27 705,00 705,00 37.961,27 0,00 37.961,27
6 Equipamentos Biológicos 0,00 0,00 0,00 0,00
7 Outros Activos Fixos Tangíveis 0,00 0,00 0,00 0,00
2.324.924,97 3.200,00 0,00 3.200,00 2.328.124,97 13.325,55 0,00 13.325,55 2.341.450,52 15.667,57 0,00 15.667,57 2.357.118,09 196.261,49 58.188,29 138.073,20 2.495.191,29
453 INVESTIMENTOS EM CURSO 68.477,11 0,00 68.477,11 0,00 68.477,11 0,00 68.477,11 69.091,27 68.479,39 611,88 69.088,99
TOTAL TANGÍVEIS 2.393.402,08 3.200,00 0,00 3.200,00 2.396.602,08 13.325,55 0,00 13.325,55 2.409.927,63 15.667,57 2.425.595,20 265.352,76 126.667,68 138.685,08 2.564.280,28
NET 1.880.790,68 -20.410,62 0,00 -20.410,62 1.860.380,06 -10.733,42 0,00 -10.733,42 1.849.646,64 -23.893,41 0,00 -8.225,84 1.841.420,80 235.695,64 73.143,60 162.552,04 2.003.972,84
IMOBILIZADO AMORTIZAÇÕES/IMPARIDADES
% Substanciada Depreciações do exercício face ao imobilizado bruto Aumentos globais / Abates Aumentos globais / Regular.
45% 1ºT 2ºT 3ºT 4ºT 431 0,00 0,00
2013 1,01% 1,03% 1,01% 1,19% 432 800,00 0,00 2 23.392,23 0,00
ANEXO VII - Mapa da evolução do Ativo Fixo Tangível (BS4)
2012 1,06% 1,06% 1,03% 2,01% 433 104.643,23 0,00 3 47.752,36 53.524,08
434 122.306,38 58.188,29 4 27.483,37 0,00
435 705,00 0,00 5 2.592,16 0,00
436 0,00 0,00 6 0,00 0,00
Depreciações acumuladas face ao imobilizado bruto 437 0,00 0,00 7 0,00 0,00
1ºT 2ºT 3ºT 4ºT
2013 23,03% 23,93% 24,78% 22,46% 453 69.091,27 68.479,39 101.220,12 53 524
2012 22,48% 23,54% 24,00% 22,05%
Total s/AFT em curso 228.454,61 58.188,29
Total c/AFT em curso 297.545,88 126.667,68
95
b) Substanciado 79.756,79
de 2014
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
96
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
97
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
98
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
99
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
100
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
101
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
FREEZEFISH – 1/2013
Morada do cliente
FREEZEFISH, S.A.
102
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
FREEZEFISH, S.A.
FREEZEFISH – 1/2013
103
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
- €
- €
3.494,18 €
- €
6. (1-2+3-4+5) 17.632,22 €
CONCLUSÕES
104
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
23.673,04 €
- €
23.673,04 €
- €
6. Diferença - €
CONCLUSÕES
105
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
106
CLIENTE FREEZEFISH, S.A. ANO 2013
SECÇÃO
documental
Autorização
Pagamento /
Recebimento
Classificação /
Contabilização
Especialização
07-02-2013 2370 Calamar india 10/20 E.71 16.005,92 € 3.681,36 19.687,28 FA Nº 2370/2013 07-02-2013 António Freitas & Irmãos, Lda. X X X n/a X X
15-02-2013 2381 Filete Cola trio, merluzan.º1, 2 e 3 E.71 32.822,71 € 7.549,22 40.371,93 FA Nº 2381/2013 15-02-2013 António Freitas & Irmãos, Lda. X X X n/a X X
28-02-2013 2400 Camarão 40/60 e 60/80 E.71 22.325,38 € 5.134,84 27.460,22 FA Nº 2400/2013 28-02-2013 DDGC, S.A. X X X n/a X X
07-03-2013 2412 Borrego dianteiro congelado E.71 14.976,65 € 3.444,63 18.421,28 FA Nº 2412/2013 07-03-2013 InICE, Lda. X X X n/a X X
08-03-2013 2418 Diversos Produtos - perna de frango, tiras entrecosto, chaputa almondegas e chispe E.71 2.955,06 € 679,66 3.634,72 FA Nº 2418/2013 08-03-2013 DDGC, S.A. X X X n/a X X
12-03-2013 2421 Diversos produtos - miolo camarao, batata, couve, panadinhos, pescada filetes E.71 8.073,04 € 1.856,80 9.929,84 FA Nº 2421/2013 12-03-2013 InICE, Lda. X X X n/a X X
14-03-2013 2425 Diversos produtos - fantasias do mar, red fish, cabeca pota, polvo, migas paloco E.71 11.364,41 € 2.613,81 13.978,22 FA Nº 2425/2013 14-03-2013 GESFISH, S.A. X X X n/a X X
20-03-2013 2436 Diversos produtos - jardineira, chicharro, abrotea, maruca, pescada, sardinha E.71 9.091,00 € 2.090,93 11.181,93 FA Nº 2436/2013 20-03-2013 DMMM, S.A. X X X n/a X X
22-03-2013 2440 alho frances, esparregado E.71 9.281,86 € 2.134,83 11.416,69 FA Nº 2440/2013 22-03-2013 DMMM, S.A. X X X n/a X X
03-04-2013 2453 Ervilha E.71 3.875,07 € 891,27 4.766,34 FA Nº 2453/2013 03-04-2013 DMMM, S.A. X X X n/a X X
10-04-2013 2462 Diversos produtos - miolo camarao, batata, roti peru, salmao, pescada E.71 14.290,89 € 3.286,90 17.577,79 FA Nº 2462/2013 10-04-2013 DIAZ & PAOLO, Lda. X X X n/a X X
10-04-2013 2468 Diversos produtos - perna de frango, sardinha, costoletas, pescada, cavala, bacalhau E.71 26.075,69 € 5.997,41 32.073,10 FA Nº 2468/2013 10-04-2013 DIAZ & PAOLO, Lda. X X X n/a X X
03-05-2013 2497 Diverso material - salada do mar, pato, filete pescada, paloco. Maruca, pescada, lulas E.71 5.917,90 € 1.361,12 7.279,02 FA Nº 2497/2013 03-05-2013 FRESHFISH, Lda. X X X n/a X X
107
de 2014
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
FREEZEFISH – 1/2013
Morada do banco
FREEZEFISH, S.A.
108
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
109
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
0,00
Saldo pelos livros
Desvio 0,00
110
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
FREEZEFISH – 1/2013
Morada do fornecedor
FREEZEFISH, S.A.
111
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
FREEZEFISH, S.A.
FREEZEFISH – 1/2013
112
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
- €
- €
387,47 €
- €
6. (1+2-3+4-5) 43.357,82 €
CONCLUSÕES
113
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
- €
63.378,93 €
- €
63.378,93 €
6. Diferença - €
CONCLUSÕES
114
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
115
CLIENTE FREEZEFISH, S.A. ANO 2013
SECÇÃO Compras, Fornecimentos e Fornecedores
Suporte
IVA / IRS
documental
Autorização
Pagamento /
Recebimento
Classificação /
Contabilização
Especialização
Data Diário
Nº Doc. S/ IVA IVA TOTAL Nº Data
30-jun-13 41 6002 Camarão 40/60 M.31 14.094,00 3.241,62 17.335,62 FAC Nº 302726/2013 6-jun-13 Gelsítio - Produtos Alimentares Congelados, S.A. X X X n/a X X
30-jun-13 41 6013 Diversos Produtos - sardinha, dourada, ervilha, alcatra vitela, pescadaM.31 14.126,05 976,41 15.102,46 FAC Nº 3596/2013 4-jun-13 Deltagel - Produtos Alimentares, S.A. X X X n/a X X
30-jun-13 41 6034 Diversos Produtos - pescada, salmão posta, mariscada cov., maruca posta
M.31 1.677,99 146,30 1.824,29 FAC Nº 3617/2013 14-jun-13 Deltagel - Produtos Alimentares, S.A. X X X n/a X X
30-jun-13 41 6049 Diversos Produtos - dourada inteira, robalo inteiro, mariscada cov.,pescada
M.31 fritar,
21.340,13
bacalhau grande,
1.817,93filite23.158,06
pescada,abrotea
FAC Nºposta,
3632/2013
choco limpo
25-jun-13 Deltagel - Produtos Alimentares, S.A. X X X n/a X X
30-jun-13 41 6067 Perca M.31 60.013,03 60.013,03 Factura Nº 576 11-mai-13 Seamark Corporate Limited X X X n/a X X
30-jun-13 41 6068 Filete Perca e Perca M.31 85.599,98 85.599,98 Factura Nº 659 20-mai-13 Seamark Corporate Limited X X X n/a X X
30-jun-13 41 6070 Bacalhau posta denolhado (granel, cx. 6kg) e bacalhau badanas Demolhado
M.31 (avulso
8.267,40
cx. 6kg) 496,04 8.763,44 FAC Nº 27543/2013 18-jun-13 Brasmar III - Comercio de produtos Alimentares sa X X X n/a X X
30-jun-13 41 6081 Merluza nº 0; 1; 2;3 e Raya s/p nº 1 e 2 M.31 69.947,50 69.947,50 FT Nº 171/2013 14-jun-13 Pesqueras Gadimar SL X X X n/a X X
31-jul-13 41 7007 Diversos Produtos - eucalipo morango, Conegel Chocolate; Conegel Morango,
M.31 Coppetti
3.092,75
Mor, Pirata
711,33
36 unid.,
3.804,08
Status clássico,
Factura NºHappy
4018Cup Morango
2-jul-13 Gelados Globo - Manuel Fernandes dos Santos & Filhos, S.A. X X X n/a X X
31-jul-13 41 7027 Choco e Lula M.31 51.073,31 51.073,31 Factura nº 31 11-jun-13 M/s. Real exports X X X n/a X X
31-jul-13 41 7028 300kgs de Filete de Merluza sem pele M.31 73.457,31 73.457,31 Factura nº 133 10-jun-13 Pescados Congelados, S.A. X X X n/a X X
31-jul-13 41 7034 Filete Peixe-Gato-Riscado 170/220 (saco 1kg) M.31 4.812,80 288,77 5.101,57 FAC Nº 1314/2013 9-jul-13 Luso Atlantis - Paulo Machado & Irmão - Alimentos Congelados, Lda. X X X n/a X X
31-jul-13 41 7045 Bac. Cong. Migas Bandeja M.31 4.860,00 4.860,00 FT Nº 1310/2013 24-jul-13 D'Mares - Bacalao Pérez España S.L. X X X n/a X X
31-jul-13 41 7071 Diversos Produtos - garoupa posta, polvo covete, choco limpo, espetada
M.31de lula, 3.654,14
lula recheada,380,61
salmão posta
4.034,75 FAC Nº 3659/2013 9-jul-13 Deltagel - Produtos Alimentares, S.A. X X X n/a X X
ANEXO XXI- Mapa de trabalho de compras e FSE
31-jul-13 41 7092 Diversos Produtos - almondegas porco, perca do nilo posta,petinga, salmão
M.31 posta,9.993,06
solha posta,809,15
filete pescada,abrotea
10.802,21 FACmédia
Nº 3680/2013
envolta, abrotea
17-jul-13
posta, Deltagel
roti peru,- Produtos
lula limpa,choco
Alimentares,
limpo S.A. X X X n/a X X
31-jul-13 41 7111 Diversos Produtos - madalhões peixe, maruca posta, pota media inteira,
M.31choco limpo,
2.129,58
pescada 151,74 2.281,32 FAC Nº 3699/2013 26-jul-13 Deltagel - Produtos Alimentares, S.A. X X X n/a X X
31-jul-13 41 7126 Filete de Pangasius M.31 31.671,09 31.671,09 Factura nº 305115 17-jul-13 Seafood Connection B.V. X X X n/a X X
31-ago-13 41 8026 Bacalhau: postinhas demolhadas, posta demolhada, badanas demolhadas
M.31e posta
14.010,84
superior demolhado
840,65 14.851,49 FAC Nº 29950/2013 20-ago-13 Brasmar III - Comercio de produtos Alimentares sa X X X n/a X X
31-ago-13 41 8045 Diversos Produtos - Peixe espada preto, lombos pescada, cenoura baby,feijão
M.31 verde
13.448,12 1.052,40 14.500,52 FAC Nº 3716/2013 6-ago-13 Deltagel - Produtos Alimentares, S.A. X X X n/a X X
116
de 2014
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
FREEZEFISH – 1/2013
Morada da locadora
FREEZEFISH, S.A.
117
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
ANEXO XXIII - Modelo de Pagamento por Conta e Pagamento Especial por Conta
#REF! FREEZEFISH, S.A. Preparado por: Revisto por: Q 102
Secção: Validação Pagamento por Conta e Especial por Conta Ano
Dina Monteiro 2013
( - ) Valor Pagamentos por Conta relativo ao ano N-1 ( Campo 360-Mod 22) 21.840,00
PLANO DE PAGAMENTOS:
31 MAR N 0,00
31 OUT N 0,00
0,00
(+) Valor da Colecta (ano N-1) (Excluir derrama)( Campo 351-Mod 22) 38.455,00
(=) 36.873,92
PLANO DE PAGAMENTOS:
31 JUL N 11.676,74
30 SET N 11.676,74
31 DEZ N 11.676,74
35.030,22
PLANO DE PAGAMENTOS:
31 JUL N 0,00
30 SET N 0,00
31 DEZ N 0,00
0,00
118
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
IVA DEDUTÍVEL
Contas do Razão Dezembro
Nº Descrição 6% 13% 23%
AQUISIÇÕES DE ACTIVOS TANGÍVEIS:
432 Edifícios e Outras Construções
433 Equipamento Básico 911,62
434 Equipamento de Transporte
435 Equipamento Administrativo
436 Equipamentos Biológicos
437 Outros Activos Fixos Tangíveis
45 Investimentos em Curso - Tangível
442 Projectos de Desenvolvimento
443 Programas de Computador
444 Propriedade Industrial e Outros Direitos
446 Outros Activos Intangíveis
45 Investimentos em Curso - Intangível
COMPRAS:
311 Mercadorias (Nacional) 261.246,96 30.879,69
Mercadorias (Aq. Países Intracomunitários) 110.403,05
Mercadorias (paises terceiros) 115.558,82
312 Mat. Primas, Subs. e de Consumo (Nacional)
Mat. Primas, Subs. e de Consumo (Comunitário)
313 Activos Biológicos
317 Devoluções de Compras
318 Descontos e Abatimentos em Compras
TOTAL 487.208,83 0,00 31.791,31
TOTAL*IVA 29.232,53 0,00 7.312,00
Total da Conta 2432 29.232,53 7.312,00
Diferença (0,00) 0,00 0,00
Diferença Global 0,00
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Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
120
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014
IVA LIQUIDADO
Contas do Razão Dezembro
Nº Descrição 6% 13% 23%
VENDAS
711 Mercadorias 430.797,47 44.645,66
712 Produtos Acabados e Intermédios
713 Subprodutos, Desperdicos, Resíduos e Refugos
714 Activos Biológicos
716 IVA das Vendas com Imposto Incluído
717 Devoluções de Vendas
718 Descontos e Abatimentos de Vendas
721 Prestações de Serviços
725 Serviços Secundários
726 IVA dos Serviços com Imposto Incluído
728 Descontos e Abatimentos
78 Proveitos Suplementares
788 Outros Rendimentos e Ganhos
Aquisições intracomunitárias 110.403,05
TOTAL 541.200,52 0,00 44.645,66
TOTAL*IVA 32.472,03 0,00 10.268,50
Total da Conta 2433 32.472,25 10.268,39
Diferença (0,22) 0,00 0,11
Diferença Global (0,11)
121