Percurso de Uma Auditoria PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 130

Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro

de 2014

Relatório de Estágio na empresa Marques de Almeida,


J. Nunes, V. Simões & Associados - SROC, S.A.

Percurso de uma Auditoria


Financeira

Estagiário │ Dina Maria Moniz Monteiro

Orientador de Estágio │ Dra. Georgina Morais

Supervisor de Estágio │ Dr. José Joaquim Marques de Almeida

Mestrado │ Auditoria Empresarial e Pública

Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra


Outubro de 2014
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

RESUMO

O relatório tem como objetivo descrever e confrontar com a vertente teórica adquirida ao longo do curso
as atividades desenvolvidas ao longo do estágio concretizado na sociedade, Marques de Almeida,
J. Nunes, V. Simões & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., mais
concretamente na delegação de Coimbra, por um período de 960 horas, o qual está integrado na
parte não letiva do Mestrado em Auditoria Empresarial e Pública.

O estágio foi enquadrado no percurso de uma auditoria financeira tendo como objetivos
principais, adquirir conhecimentos que permitam a compreensão e aplicação das normas de
auditoria, obter capacidade para desenvolver juízos profissionais aquando da aplicação das
normas de auditoria, desenvolver competências no âmbito de práticas de controlo interno e
apreensão das tarefas inerentes à revisão legal das contas, nomeadamente, preparação das visitas
de auditoria (planeamento), preparação dos papéis de trabalho subjacentes e a emissão dos
relatórios finais.

O estágio decorreu de acordo com o plano inicial traçado, foi ao encontro das espetativas
iniciais. Os conhecimentos adquiridos durante o mesmo foram fundamentais para aliar a vertente
prática com a teórica adquirida. Neste sentido, considero que o objetivo de estágio e o plano
traçado para o mesmo foram concretizados.

II
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ABSTRACT

The main goal of this report is to describe all the activities developed along the traineeship who
took place in Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões & Associados - SROC, SA specifically
in the delegation of Coimbra, for a period of 960 hours, which is integrated in a non lective part
of the Master degree in Corporate and Public Audit.

The stage was framed in the course of a financial audit and its main objectives, to acquire
knowledge to the understanding and application of auditing standards, get ability to develop
professional judgment in the application of auditing standards, develop skills under control
practices internal and seizure tasks in statutory audit, including audit visits of preparation
(planning), preparation of the underlying working papers and the issuance of final reports.

The stage was in line with the original layout plan was to meet the initial expectations. The
knowledge acquired during the same was fundamental to combine the practical part with the
theoretical acquired. In this sense, I believe that the probation order and the layout plan for the
same were realized.

III
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, que me prestaram o seu apoio incondicional e me proporcionaram a


concretização de um dos meus sonhos. A eles, agradeço-lhes os valores que incorporaram na
minha educação, a perseverança que nunca me deixaram abandonar e a força e carinho de tantos
anos.

À minha irmã, pela compreensão e total apoio. Por me ter sempre acompanhado, apesar da
distância que nos separa e por nunca me ter deixado desistir.

Ao Dr. José Joaquim Marques de Almeida por me ter permitido realizar estágio curricular, bem
como ter aceite ser o meu supervisor de estágio na Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões &
Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A. (Delegação de Coimbra), ao Dr.
Bruno José Machado de Almeida, que me proporcionou a oportunidade de estágio, componente
essencial que me poderá fazer alcançar o grau de mestre.

Aos colaboradores da sociedade, nomeadamente à Rosa, à Filipa e ao Reinaldo, que me


transmitiram os seus conhecimentos, à paciência, dedicação, disponibilidade, força, à boa
disposição, à compreensão tratando-me com respeito e amizade numa etapa tão importante na
minha vida.

Á minha orientadora do Instituto de Contabilidade e Administração de Coimbra, Dra. Georgina


Morais e a todos os de mais docentes que contribuíram para a minha formação académica.

À minha melhor amiga, Christine que contribuiu para a realização deste estágio, como também
pelo apoio, força e estabilidade emocional que me proporcionou nos momentos mais difíceis.

A todos obrigado!

IV
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

LISTA DE ABREVIATURAS

CAE – Classificação de Atividades Económicas


CEOROC – Código de Ética da OROC
CLC – Certificação Legal de Contas
CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
CSC – Código das Sociedades Comerciais
DRA – Diretrizes de Revisão/Auditoria
DRAI – Dossier de Revisão/Auditoria Informatizado
IAASB – Internacional Auditing and Assurance Standards Board
IFAC – International Statements on Auditing
IRC - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas
IRS - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
ISA – International Statements on Auditing
IT – Interpretações Ténicas
IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado
NCRF – Normas Contabilísticas de Relato Financeiro
NTR/A – Normas Ténicas de Revisão/Auditoria
OROC – Ordem dos Revisores Oficiais de Contas
RA – Risco de Auditoria
RC – Risco de Controlo
RD – Risco Deteção
RI – Risco Inerente
ROC – Revisor Oficial de Contas
RT – Recomendações Ténicas
S.A. - Sociedade Anónima
Lda. - Limitada
SNC - Sistema de Normalização Contabilística
SROC - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas

V
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Índice Geral
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 1
PARTE I – APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ..................................................................................................... 3
1.1. Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões & Associados – SROC, S.A. ............................................. 3
1.2. Serviços Prestados ............................................................................................................................. 4
1.3. Estrutura Organizacional ................................................................................................................... 5
1.4. Sistemas Informáticos Associados..................................................................................................... 6
PARTE II – ENQUADRAMENTO TEÓRICO ...................................................................................................... 7
2.1. Definição de Auditoria Financeira ................................................................................................ 7
2.2. O papel do ROC ............................................................................................................................ 9
2.3. Auditoria Financeira em Portugal............................................................................................... 11
2.4. Código de Ética da OROC............................................................................................................ 12
2.5. Processo de trabalho de uma Auditoria ..................................................................................... 14
2.5.1. Aceitação/ Compromisso do Cliente .................................................................................. 15
2.5.2. Planeamento de uma Auditoria ......................................................................................... 16
2.5.3. Materialidade ..................................................................................................................... 18
2.5.4. Risco de Auditoria............................................................................................................... 19
2.5.5. Relação entre os componentes do risco de auditoria ........................................................ 23
2.5.6. Relação entre Materialidade, Risco e Prova....................................................................... 25
2.5.7. Estratégia de Auditoria ....................................................................................................... 26
2.5.8. Programas de Auditoria...................................................................................................... 26
2.6. Papéis Trabalho e obtenção de Prova ........................................................................................ 26
2.7. Acontecimentos Subsequentes .................................................................................................. 28
2.8. A Certificação Legal das Contas .................................................................................................. 29
PARTE III – DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO .......................................................................................................... 30
3.1. Caraterização das Atividades Desenvolvidas ............................................................................. 30
3.1.1. Papéis Trabalho e Prova ......................................................................................................... 31
PARTE IV – ANÁLISE CRÍTICA ...................................................................................................................... 48
PARTE V - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 50
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 51
ANEXOS ...................................................................................................................................................... 53
ANEXO I – Declaração de Aceitação ....................................................................................................... 54
ANEXO II – Índice do Dossier Corrente................................................................................................... 55

VI
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO III – Índice do Dossier Permanente ............................................................................................ 56


ANEXO IV – Modelo de relatório de revisão/auditoria para contas individuais .................................... 66
ANEXO V - Declaração de Impossibilidade de CLC ................................................................................. 68
ANEXO VI – Planeamento ....................................................................................................................... 69
Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões & Associados ........................................................................... 70
I. Atividade do cliente................................................................................................................................ 72
1. Organização ..................................................................................................................................... 72
2. Propriedade ...................................................................................................................................... 72
3. Enquadramento da actividade ............................................................................................................ 72
3.1. Enquadramento macroeconómico ................................................................................................... 72
3.2. Enquadramento setorial ................................................................................................................. 74
4. Recursos Humanos ........................................................................................................................... 75
5. Investimentos .................................................................................................................................... 75
6. Revisão Analítica Global .................................................................................................................... 75
6.1. Comparação com o período homólogo ............................................................................................ 75
6.2. Comparação com o final do período anterior .................................................................................... 78
II. Plano Geral da Revisão ......................................................................................................................... 81
1. Condições de compromisso................................................................................................................ 81
2. Natureza e oportunidade do compromisso ........................................................................................... 81
3. Políticas Contabilísticas adoptadas pelo cliente e suas alterações ......................................................... 82
4. Grau de confiança no controlo interno ................................................................................................. 85
5. Plano geral de abordagem geral ......................................................................................................... 86
6. Acontecimentos significativos para a revisão........................................................................................ 87
7. Risco de auditoria .............................................................................................................................. 87
8. Áreas significativas de revisão ............................................................................................................ 88
9. Planeamento da materialidade............................................................................................................ 90
10. Distorção tolerável ......................................................................................................................... 91
11. Estratégia de Auditoria ................................................................................................................... 92
12. Planos de revisão, datas e horas .................................................................................................... 93
13. Planeamento de equipa ................................................................................................................. 94
ANEXO VII - Mapa da evolução do Ativo Fixo Tangível (BS4) ................................................................. 95
ANEXO VIII – Modelo 22 de 2013, quadro 07 (página 2-5) .................................................................... 96
ANEXO IX – Modelo 31: Mais- Valias.................................................................................................... 101

VII
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO X – Modelo de carta de circularização a clientes ..................................................................... 102


ANEXO XI – Modelo de reconciliação de saldos ................................................................................... 104
ANEXO XII – Modelo de reconciliação de saldos – Procedimentos Alternativos ................................. 105
ANEXO XIII – Resumo da informação do processo de circularização – Clientes .................................. 106
ANEXO XIV – Mapa de trabalho das vendas......................................................................................... 107
ANEXO XV - Modelo de carta de circularização a bancos .................................................................... 108
ANEXO XVI - Modelo de Reconciliação Bancária.................................................................................. 110
ANEXO XVII - Modelo de carta de circularização a fornecedores ........................................................ 111
ANEXO XVIII - Modelo de reconciliação de saldos ............................................................................... 113
ANEXO XIX - Modelo de reconciliação de saldos – Procedimentos Alternativos................................. 114
ANEXO XX – Resumo da informação do processo de circularização – Fornecedores .......................... 115
ANEXO XXI- Mapa de trabalho de compras e FSE ................................................................................ 116
ANEXO XXII - Modelo de carta de circularização a locadoras financeiras............................................ 117
ANEXO XXIII - Modelo de Pagamento por Conta e Pagamento Especial por Conta ......................... 117
ANEXO XXIV- Teste Global ao IVA ........................................................................................................ 119

VIII
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Índice de Quadros
Quadro nº 1 – Sócios da Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões & Associados – Sociedade de
Revisores Oficiais de Contas, S.A. .................................................................................................. 3
Quadro nº 2 Relação entre as componentes do risco de auditoria ............................................ 24
Quadro nº 3 Áreas Significativas ................................................................................................. 31
Quadro nº 4 Dados do exemplo das menos-valias contabilísticas e fiscais (elaboração própria)33
Quadro nº 5 Teste às Contagens ................................................................................................. 34
Quadro nº 6 Teste à Valorização ................................................................................................. 35
Quadro nº 7 Especialização de Juros........................................................................................... 38
Quadro nº 8 Especialização de Seguros ...................................................................................... 38
Quadro nº 9 Teste ao Pessoal ..................................................................................................... 41
Quadro nº 10 Teste Global às contribuições para a Segurança Social (NS4) .............................. 42
Quadro nº 11 Extratos de conta solicitados para a área Q ......................................................... 44
Quadro nº 12 Variações no Capital Próprio ................................................................................ 47

Índice de Figuras
Figura nº 1 Localização por distrito dos clientes da sociedade – delegação de Coimbra ............. 4
Figura nº 2 Organigrama da Sociedade (elaboração própria) ....................................................... 5
Figura nº 3 Organigrama da Delegação de Coimbra (elaboração própria) ................................... 5
Figura nº 4 Objetivos de uma Auditoria Financeira ...................................................................... 9
Figura nº 5 O risco de auditoria e as suas componentes (Hayes et. Al) ...................................... 23
Figura nº 6 Relação inversa entre a materialidade e o risco de auditoria .................................. 25

IX
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

INTRODUÇÃO

O presente relatório surge na sequência do estágio curricular para obtenção do grau de mestre em
Auditoria Empresarial e Pública pelo Instituto de Contabilidade e Administração de Coimbra.

Este trabalho é composto por cinco capítulos distintos, mas que se complementam e procuram
retratar de forma clara e simples o processo de auditoria financeira.

O primeiro capítulo respeita à apresentação da entidade de acolhimento, caraterizando-a e


começando por um breve relato do seu percurso histórico, da sua estrutura e dos clientes, que
fizeram parte integrante do meu estágio. Salienta-se ainda a importância dos sistemas
informáticos como base de apoio ao registo do trabalho efetuado.

No segundo capítulo é apresentado um enquadramento teórico do processo de uma auditoria


financeira, abordando os seus aspetos fundamentais, desde aceitação do trabalho, o planeamento
e avaliação do risco até à finalização e relato, apoiada em diversa bibliografia presente no final
do relatório.

O terceiro capítulo é a apresentação do trabalho executado ao longo das 960 horas de estágio.
Neste ponto do relatório descrevo o processo de auditoria financeira na empresa FREEZEFISH,
S.A. que se encontra no mercado do comércio por grosso de peixe, crustáceos e moluscos, desde
a declaração de aceitação ao passo final, a emissão Certificação Legal das Contas.

Por fim, no quarto capítulo é feita uma análise crítica do estágio, e do contributo de todo o
percurso académico para o desempenho das minhas funções enquanto estagiária. O último
capítulo (quinto) são as considerações finais do trabalho realizado.

Como objetivos defenidos no plano de estágio, destaque para a apreensão do conjunto de tarefas
inerentes à revisão legal de contas, nomeadamente, preparação da visita de auditoria que consiste
na elaboração de um planeamento de auditoria, onde era definido a materialidade, o risco de
auditoria e as áreas significativas. À posteriori, era solicitado à empresa um conjunto de
elementos, tendo por base o planeamento, e após a receção desses elementos eram efetuados os
respetivos papéis de trabalho por áreas. Após preparação dos procedimentos referidos acima era
agendada a deslocação à empresa que era efetuada juntamente com a equipa de auditoria, com

1
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

intuito de elaborar e recolher a restante documentação que não era possível analisar no escritório,
nomeadamente, os procedimentos substantivos. Em conjunto a estes processos ressalvo ainda a
organização da prova obtida juntamente com o cliente nos dossiers, corrente e permanente.

Ainda dentro das tarefas inerentes à revisão legal das contas e com peso significativo nos
trabalhos efetuados, sublinha-se as circularizações a terceiros, nomeadamente, das contas de
clientes, fornecedores e instituições bancárias, que de forma resumida consiste na confirmação
externa, perante os mesmos, dos valores constantes na contabilidade.

No que concerne às deslocações às empresas, destaque para a recolha de prova e consequente


análise da mesma, com a finalidade de elaborar os respectivos papéis de trabalho, para à
posteriori emitir os relatórios finais de revisão de contas, particularmente, a certificação legal de
contas. Além do descrito era usual deslocações com o intuito de assistir à inventariação final de
algumas empresas. Naquelas empresas em que não era possível este procedimento, era
selecionado uma amostra de artigos a contar com referência a uma determinada data.

Em anexo, encontram-se vários papéis de trabalho associados a uma auditoria, que considerei
mais relevantes de acordo com a estrutura do presente relatório.

Em suma, este relatório pretende a descrição dos diferentes itens inerentes ao trabalho de
auditoria, bem como a abordagem dos conteúdos presentes em cada tarefa aludida.

Representou um privilégio para mim a realização deste estágio durante o período de 3 de


Fevereiro até ao dia 8 de Agosto de 2014, na Sociedade Marques de Almeida, J. Nunes, V.
Simões & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A. na delegação de
Coimbra, pelos ensinamentos que me foram sendo transmitidos e pelas capacidades e
competências que adquiri, quer a nível profissional quer a nível pessoal.

2
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

CAPÍTULO I – APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

1.1. Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões & Associados – SROC, S.A.

O estágio realizado teve lugar na empresa Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões &
Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., com sede na Guarda situada na
Rua Batalha Reis, nº81, 2º e com duas delegações, uma em Viseu e outra em Coimbra. Foi
constituída em Março de 2001, possui um capital social de 50.000 € e encontra-se inscrita na
Ordem de Revisores Oficiais de Contas (OROC) sob o nº 176.

O estágio decorreu na delegação de Coimbra, mais propriamente, na Avenida Fernão de


Magalhães, nº 619, Edifício Mondego – Sala 101.

Atualmente, a sociedade é constituída por seis sócios, dos quais quatro são revisores oficiais de
contas, uma SROC e um sócio não ROC (Quadro nº1), uma equipa de profissionais com
habilitações académicas nas áreas de Contabilidade, Auditoria e Fiscalidade, composta por três
elementos na delegação de Coimbra.

Nº Administração Nome
ROC
571 Administrador Dr. José Joaquim Marques de Almeida

780 Administrador Dr. Vitor Manuel Lopes Simões

1062 Administrador Dr. João Andrade Nunes

297 Não CARLOS CUNHA, CAMPOS &


ASSOCIADOS, SROC, LDA.
1407 Não Dr. Bruno José Machado de Almeida
Não Dr. Nuno Filipe Furtado Almeida
Fragona

Quadro nº 1 – Sócios da Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas,
S.A. (Fonte: OROC)

3
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

1.2. Serviços Prestados

Esta sociedade dedica-se principalmente, à Revisão Legal de Contas e à prestação de serviços de


auditoria, atividade a que corresponde o código 74120 da classificação das atividades
económicas (CAE).

Portanto, tem como objetivo central, a emissão da Certificação Legal das Contas no final de cada
exercício económico das empresas suas clientes. Nesta sociedade, os clientes principais são
sociedades anónimas, contudo também presta serviços a empresas do setor público e a
sociedades por quotas. Na figura nº 1 ilustra a localização dos clientes por distritos, apenas da
delegação de Coimbra.

Nº de Empresas por Distrito


45

31

18 18

5 7
4 2 3 2
1 1

Figura nº 1 Localização por distrito dos clientes da sociedade – delegação de Coimbra (Fonte: elaboração própria)

4
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

1.3. Estrutura Organizacional

Marques de Almeida, J.
Nunes, V. Simões &
Associados - SROC, S.A.

6 Sócios

Dr. Marques de Dr. Victor Manuel CARLOS CUNHA,


Almeida Lopes Simões
Dr. João Andrade CAMPOS &
Dr. Bruno Machado de Dr. Nuno Filipe Nunes ASSOCIADOS,
Almeida Furtado Almeida
Fragona SROC, LDA.
Coimbra Guarda Viseu

Figura nº 2 Organigrama da Sociedade (Fonte: elaboração própria)

 Delegação de Coimbra

Dra. Rosa Costa


(Auditor Sénior)

Dra. Filipa Silva


(Auditor Sénior)

Dr. Marques de Almeida


Dr. Bruno Machado de Dr. Reinaldo Pires
Almeida (Auditor Júnior)
(ROC)

Estagiário
(Ricardo Serra)

Estagiária
(Dina Monteiro)

Figura nº 3 Organigrama da Delegação de Coimbra (Fonte: elaboração própria)

5
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

1.4. Sistemas Informáticos Associados

O trabalho de auditoria está ligada a ferramentas informáticas de apoio muito específicas.

Um dos softwares utilizados na sociedade é o DRAI3 2010 (Dossier de Revisão/Auditoria


Informatizado), é um dos sistemas mais aplicado pelas sociedades de revisores oficiais de contas,
que permite uma maior rapidez e qualidade no desenvolvimento do trabalho de revisão/auditoria.

Proporciona um rápido tratamento dos dados e reduz o tempo despendido na elaboração de


tarefas rotineiras. Esta aplicação, para além de fazer a integração automática dos dados, tratando-
os e analisando-os, permite identificar erros e encontrar soluções. Também possui vários tipos de
questionários com o objetivo de avaliar o risco, a materialidade e o controlo interno, definindo
assim uma estratégia de auditoria.

Um software muito utilizado é o programa de Circularizações a terceiros, este elaborado


internamente pelo informático da sociedade. Este programa proporciona a elaboração de
modelos de cartas pré definidos, bem como o acompanhamento de todo o processo de
circularização.

Outro software usado é o Active-date, que trabalha de forma estatística os dados. Este programa
permite criar amostras estatísticas e selecionar de forma aleatória diversos documentos, em
particular faturas, a partir de um balancete analítico a uma determinada data. Com base na
amostra resultante, o auditor efetua os respetivos testes substantivos.

6
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

CAPÍTULO II – ENQUADRAMENTO TEÓRICO DO PROCESSO DE


AUDITORIA FINANCEIRA

2.1. Definição de Auditoria Financeira

Existem diversos tipos de auditoria (interna, forense, operacional, de gestão, entre outros). O
presente trabalho debruça-se, apenas, sobre a auditoria financeira, também conhecida como
auditoria externa, âmbito em que esteve inserido este estágio. Pode-se definir auditoria
financeira, como:

“ Um processo objectivo e sistemático, efectuado por um terceiro independente, de obtenção e


avaliação de prova em relação às asserções sobre acções e eventos económicos, para verificar o
grau de correspondência entre as asserções e os critérios estabelecidos, comunicando os
resultados aos utilizadores da informação financeira.”1

Neste processo os stakeholders (donos; acionistas; investidores; fornecedores; consumidores;


etc.), são a parte interessada em que as demonstrações financeiras de uma empresa/entidade
representem de uma forma verdadeira e apropriada a sua situação financeira e os resultados das
suas operações de acordo com as Normas Contabilísticas de Relato Financeiro (NCRF).

Este processo inicia-se com o órgão de gestão, que é responsável pela gestão da entidade e lhe
está confiado a salvaguarda dos ativos e a preparação das demonstrações financeiras. As quais
devem espelhar as condições financeiras e económicas da entidade ao longo de um certo período.
As mesmas estão disponíveis aos terceiros, para que possam avaliar e tomar as suas decisões
quanto às suas intenções de investir ou qualquer outro interesse pela entidade.

Cabe aos auditores recolherem provas para determinar se as demonstrações financeiras foram
devidamente preparadas de acordo com as normas nacionais e internacionais de relato aplicáveis,
emitindo um relatório disponível tanto ao órgão de gestão como aos terceiros. Desta forma, o
auditor acrescenta valor ao certificar as demonstrações financeiras, através da obtenção de prova,
de se pronunciar de forma independente e do conhecimento sobre os riscos que estão subjacentes
à entidade.

1
§ 3, Almeida, Bruno, (2014), Manual de Auditoria Financeira: Uma análise integrada baseada no risco, Escolar
Editora, Lisboa

7
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Por asserção entende-se uma afirmação sobre um acontecimento ou condição relativo a um


determinado período. Durante a realização de uma auditoria o auditor testa as asserções do órgão
de gestão, ou seja, se um determinado ativo existe, quem tem os direitos sobre o mesmo e se está
corretamente valorizado. Neste sentido, a ISA 315 identifica as seguintes asserções:

a) “Relativas a classes de transações


 Ocorrência - as transações e acontecimentos que se encontram registados ocorreram e
dizem respeito à entidade;
 Plenitude - todas as transações e acontecimentos que deveriam ser registados foram
registados;
 Rigor - quantias e outros dados relativos a transações e acontecimentos registados
foram apropriadamente registados;
 Corte - transações e acontecimentos foram registados no período contabilístico
correcto;
 Classificação - transações e acontecimentos foram registados nas contas devidas.

b) Relativas aos saldos finais


 Existência - ativos, passivos e interesses no capital próprio existem;
 Direitos e Obrigações - a entidade detém ou controla os direitos a ativos, e os passivos
são as obrigações da entidade;
 Plenitude - todos os ativos, passivos e interesses no capital próprio que deveriam ter
sido registados foram registados;
 Valorização e imputação - ativos, passivos e interesses de capital próprio estão
incluídos nas demonstrações financeiras pelas quantias apropriadas e quaisquer
ajustamentos resultantes de valorização e imputação estão apropriadamente
registados.

c) Relativas à apresentação e divulgação


 Ocorrência e Direitos e Obrigações - os acontecimentos, transações e outras matérias
divulgados ocorreram e dizem respeito à entidade;
 Plenitude - todas as divulgações que devam ter sido incluídas nas demonstrações
financeiras forma incluídas.

8
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

 Classificação e compreensibilidade - a informação financeira está apropriadamente


apresentada e descrita, e as divulgações estão claramente expressas.
 Rigor e Valorização - a informação financeira e outra estão razoavelmente divulgadas
e por quantias apropriadas.”

No entanto, e como se pode verificar acima, a ISA 315 não relaciona especificamente as
asserções com as classes de transações, com os saldos finais ou com a apresentação e divulgação.

A comunicação dos resultados ao órgão de gestão e aos terceiros interessados é o fim do


processo de auditoria financeira. É apresentado um relatório padronizado o qual descreve as
responsabilidades do órgão de gestão, do auditor, o âmbito do trabalho e as conclusões a que o
auditor chegou.

Comunicação
Recolha de Avaliação das
dos
Prova Asserções
Resultados

Figura nº 4 Objetivos de uma Auditoria Financeira (Fonte: elaboração própria)

2.2. O papel do ROC

Os Revisores Oficiais de Contas (ROC) são responsáveis pela Revisão Legal das Contas tanto de
empresas públicas, como de privadas, pela auditoria às contas como outro tipo de serviços
relacionados.

A auditoria às contas e outros elementos financeiros são fundamentais para espelhar a


transparência e garantir a credibilidade da informação financeira prestada às empresas, assim
dando possibilidade aos utilizadores dessa informação poderem tomar decisões mais
sustentáveis, reduzindo o risco.

9
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

O trabalho do ROC consiste em emitir um parecer sobre as demonstrações financeiras, se estas


representam ou não de forma verdadeira a imagem de uma empresa a uma determinada data, e se
as mesmas estão isentas de erros materialmente relevantes.

A Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC), representa e regula a atividade dos ROC’s,
têm competências reconhecidas para emissão de normas, sendo que, nos nossos dias, o
normativo ténico das mesmas é composto em Normas Técnicas de Revisão/Auditoria (NTR/A),
Diretrizes de Revisão/Auditoria (DRA), Interpretações Ténicas (IT) e Recomendções Ténicas
(RT).

Relativamente às primeiras, são aquelas que regulam a profissão de ROC, por isso de aplicação
obrigatória. Sendo estas auxiliadas e desenvolvidas pelas DRA’s, também obrigatórias, excepto
se a sua utilização não for permitida. As Interpretações Ténicas surgiram devido a várias
questões de ordem ténica, assim tornaram-se um auxílio aos ROC’s. Por fim, as normas e
recomendações internacionais emitidas pela International Federation of Accountants (IFAC)
deverão ser constantemente aplicáveis.

O ROC nas sociedades por quotas apenas tem caráter de obrigatoriedade, se possuírem, segundo
o artigo 262º nº2 do Código das Sociedades Comerciais (CSC), o seguinte:

“As sociedades que não tiverem conselho fiscal devem designar um revisor oficial de contas
para proceder à revisão legal desde que, durante dois anos consecutivos, sejam ultrapassados
dois dos três seguintes limites:

a) Total do balanço - € 1 500 000;


b) Total das vendas líquidas e outros proveitos - € 3 000 000;
c) Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício - 50.”

Contudo, os artigos 413º e 414º do CSC referem que a revisão legal nunca está dispensada para
as sociedades anónimas. Em relação às sociedades por quotas, são sempre obrigadas aqueles que
dispõem de um conselho fiscal, sendo que, aquelas que não dispuserem estão limitadas pelo
previsto no nº2 do artigo transcrito anteriormente.

10
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

2.3. Auditoria Financeira em Portugal

Os utilizadores da informação financeira confiam aos auditores independentes a


compreensibilidade, relevância, fiabilidade e comparabilidade da informação contida nas
demonstrações financeiras. Estas quatro caraterísticas são fundamentais para que os utilizadores
se sintam confiantes na informação apresentada e assim tomarem decisões de forma mais
acertada.

Em Portugal a organização que regula este setor é a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas
(OROC). Apesar dos decretos-lei anteriores do estatuto do ROC, em 1999, o Decreto-lei nº
487/1999, de 16 de Novembro, instituiu o novo regime jurídico dos ROC’s, reformulando o
anterior Decreto-Lei 422-A/93, face à necessidade de acompanhar a evolução e de proceder a
alguns ajustamentos decorrentes da experiência da sua aplicação. O mesmo Decreto-lei nº
487/99, de 16 de Novembro já sofreu alterações, estando neste momento em vigor o Decreto-lei
nº 224/2008, de 20 de Novembro. Na OROC todas as matérias de revisão legal de contas, a
auditoria às contas e serviços relacionados de empresas ou outras entidades estão sujeitas a
disciplina normativa e ao controlo de qualidade.

O International Federation of Accountants (IFAC) é o organismo que fundou a International


Auditing and Assurance Standards Board (IAASB), o qual emite as normas internacionais
reconhecidas como dotadas de elevada qualidade ténica, as ISA (International Statements on
Auditing). A Ordem é membro do IFAC e mantém relações de grande proximidade com os
organismos congéneres de outros países. É crucial, para a profissão, a ligação em rede a
organizações internacionais para que o desenvolvimento e difusão dos aspetos ténicos concorram
para a sua credibilidade. A ligação a estes organismos internacionais constitui-se como um fator
de acumulação de conhecimento.

Em Portugal, a auditoria financeira pode seguir dois caminhos: auditoria de fonte legal, imposta
por lei a diversos tipos de entidades a qual apenas pode ser praticada por profissionais
denominados ROC e inscritos na respetiva Ordem; e auditoria de fonte convencional, contratada
por iniciativa das entidades interessadas e realizadas por empresas especializadas, nacionais e
multinacionais.

O controlo de qualidade é o elemento central em qualquer estrutura empresarial, e fundamental


numa empresa de prestação de serviços. A sua importância é tão elevada que é nesse sentido que

11
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

as empresas implementam e monitorizam sistemas de controlo interno. A nível externo, quem


tem esse papel de supervisão é a OROC e outras entidades, tais como o Banco de Portugal e a
Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), entre outros.

2.4. Código de Ética da OROC

Em Portugal, o Código de Ética da OROC (CEOROC) estabelece que os revisores devem


exercer a sua atividade com independência, responsabilidade, competência e urbanidade,
respeitando a legalidade, o sigilo profissional, as regras sobre publicidade pessoal e profissional
e os seus deveres para com os colegas, os clientes, a OROC e outras entidades, acautelando
legitimamente os seus direitos.

O CEOROC regulamento n.º 551/2011, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 198, 14
de Outubro de 2011 e foi elaborado com base no Código de Ética do IFAC. Os ROC têm o dever
de cumprir com os seguintes requisitos:

Independência: a atividade deve ser exercida com independência e objectividade, sem que o
profissional nunca se coloque numa posição que diminua a sua livre capacidade de formular uma
opinião justa e desinteressada;

Competência: Deve ser um trabalho planeado, executado, revisto e documentado, de forma a


constituir fundamentação adequada dos relatórios e pareceres emitidos;

Sigilo Profissional: Não pode haver proveito, pessoal ou em benefício de terceiros, de segredos
comerciais de que venham a tomar conhecimento no decorrer do seu trabalho. A documentação e
as informações devem ser conservadas, seja qual for o seu suporte, protegê-las adequadamente.

Publicidade: Não pode haver qualquer tipo de publicidade pessoal, direta ou indireta, e por
quaisquer meios.

Deveres para com os Colegas: Os profissionais não devem pronunciar-se publicamente sobre
funções confiadas a outros, salvo com o seu acordo prévio, e atuar com a maior lealdade em
todas as situações e circunstâncias.

12
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Deveres para com os Clientes: Baseiam-se na lealdade, independência, imparcialidade e


satisfação do interesse público e implicam consciência, saber, iniciativa, liberdade de ação e
respeito pelo segredo profissional.

Deveres para com a OROC e outras Entidades: Os profissionais deverão proceder com
urbanidade, correção e cortesia em todas as suas relações com entidades públicas ou privadas e
com a comunidade em geral. Devem colaborar com a OROC nos fins legais e estatutários, no seu
prestígio e na prossecução das suas atribuições. Devem ainda exercer os cargos para que tenha
sido eleito ou nomeado e desempenhar, em geral, os mandatos que lhes forem conferidos.

13
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

2.5. Processo de trabalho de uma Auditoria

O auditor utiliza um conjunto de papéis e sistemas de armazenamento que têm como objetivo
auxiliar o planeamento do trabalho, possibilitar uma melhor análise e coordenação do mesmo e
servir de prova de auditoria.

Os papéis de trabalho devem ser elaborados de forma cuidada, para que qualquer pessoa externa
ao processo consiga interpretar corretamente o trabalho efetuado, e também devem estar
organizados para serem de fácil acesso. É de salientar que estes papéis encontram-se no dossier
permanente e dossier corrente, sendo que cada papel de trabalho compete a determinado dossier.

Assim, o processo de auditoria pode ser identificado de acordo com a figura nº3.

Figura nº 3 Fases do planeamento em uma auditoria (adaptado)

( Fonte : §109, Almeida, Bruno, (2014), Manual de Auditoria Financeira: Uma análise integrada baseada no risco, Escolar
Editora, Lisboa)

14
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

2.5.1. Aceitação/ Compromisso do Cliente

Esta fase resume-se à continuação do trabalho com um cliente já existente ou com a angariação
de um cliente novo. Neste último é particularmente importante que a Sociedade de Revisores,
procure conhecer alguns aspetos característicos do cliente, como a sua imagem no mercado, as
suas práticas empresariais, possíveis problemas legais ou societários, entre outros. A integridade
do cliente é fundamental de forma a garantir que a existência de erros e irregularidades materiais
não sejam uma constante.

Uma das formas de adquirir informação sobre o cliente, é recorrer aos auditores anteriores para
recolher informação relevante sobre a integridade e boas práticas da administração, bem como a
terceiros que lidem com o mesmo.

O estádio final desta fase subsiste na elaboração de um Contrato de Aceitação, este deve ser
enviado ao cliente antes da execução do trabalho e deve fazer referência aos objectivos e termos
do contrato, bem como ao período por que este é válido (Anexo I).

No que diz respeito às condições de compromisso, estas refletem a decisão de se aceitar ou não
um cliente, minimizando a possibilidade de ser posta em causa, a independência e a integridade
do auditor. Para isso existe um número de fatores de risco que o auditora analisa e pondera a sua
decisão:

 Integridade do órgão de gestão;


 Obrigações de relato;
 Transações entre partes relacionadas;
 Situação financeira da organização;
 Valores éticos;
 Adequação dos recursos materiais e/ou humanos.

Na fase seguinte - planeamento - o objetivo é planear o trabalho de campo e estabelecer a


natureza e extensão dos procedimentos a adotar, podendo ser resumido de acordo com os tópicos
presentes na figura nº 3. O desenvolvimento destes encontram-se nos capítulos 2.5.2. e seguintes
deste relatório

Na fase seguinte da figura -Testes aos Controlos - podemos de forma sintética definir que os
procedimentos inerentes aos mesmos têm como objetivo compreender e avaliar o sistema de

15
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

controlo interno implementado pelo órgão de gestão com a finalidade de prevenir que distorções
materiais sejam prevenidas e no caso de ocorrerem sejam detetadas.

Os Procedimentos Substantivos têm como finalidade detetar distorções causadas por erros ou
fraudes que possam existir nas demonstrações financeiras, e que não tenham sido detetadas pelo
sistema de controlo interno.

Com a aproximação e a responsabilidade acessória à emissão do relatório final, o auditor precisa


de completar a auditoria, tendo em atenção os seguintes aspetos:

 Avaliar a continuidade da empresa;


 Necessidade de ajustamento e reclassificações;
 Avaliar a adequação das divulgações;
 Identificar acontecimentos subsequentes; e
 Comunicação ao Órgão de Gestão.

Assim a fase final de uma auditoria termina quando é emitido o relatório final, que deve
obedecer às disposições da DRA 700 - Relatório de Revisão/Auditoria, que em complemento
com a ISA 700 - Formar uma Opinião e Relatar sobre Demonstrações Financeiras e conter as
conclusões (reservas ou ênfases) que o auditor ache pertinente à emissão da sua opinião.

2.5.2. Planeamento de uma Auditoria

A fase do planeamento comporta o desenvolvimento de uma estratégia global dos trabalhos a


serem executados na entidade auditada, pressupõe um adequado nível de conhecimentos sobre as
atividades, fatores económicos, legislação aplicável e práticas operacionais da entidade, além do
nível de competência da sua administração.

"15. O revisor/auditor deve planear o trabalho de campo e estabelecer a natureza, extensão,


profundidade e oportunidade dos procedimentos a adoptar, com vista a atingir o nível de
segurança que deve proporcionar e tendo em conta a sua determinação do risco da
revisão/auditoria e a sua definição dos limites de materialidade."2

Um adequado planeamento permite a elaboração de programas de auditoria, que facilitam o


controlo e o acompanhamento do trabalho a realizar, contribuindo desta forma que seja dada

2
DRA 300 - Planeamento

16
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

especial atenção às áreas mais significativas e com maior potencial de distorções. Desta forma os
problemas potenciais serão identificados, permitindo que o trabalho se realiza de forma eficaz e
eficiente.

De acordo com a DRA 300 – Planeamento, em conjunto com a ISA 300 - Planear uma Auditoria
de DF’s, a planificação do trabalho de auditoria deverá abranger, os seguintes pontos:

 Conhecimento do Negócio – O auditor deve compreender a área de negócio da entidade,


bem como o seu enquadramento económico, ou seja, estratégias e condições que possam
afetar a atividade.
 Conhecimento dos Sistemas Contabilísticos e de Controlo Interno – É essencial que o
auditor identifique os procedimentos e as normas contabilísticas adotadas pela entidade
auditada, de forma a verificar a sua consistência e uniformidade. O levantamento e
avaliação da eficácia do Sistema de Controlo Interno (testes de controlo) assumem,
também, uma enorme importância, na medida em que permite um juízo sobre o risco de
controlo.
 Risco e Materialidade – Identifica a importância e necessidade do auditor estimar o
risco de auditoria e determinar os níveis de materialidade, procurando sempre a
identificação das áreas significativas com potenciais distorções que sejam materialmente
relevantes, nomeadamente as áreas complexas que envolvam estimativas contabilísticas.
 Natureza, Tempestividade e Extensão dos Procedimentos – Identificação das áreas a
testar e dos respetivos procedimentos a executar, e a definição dos objetivos a cumprir
para as áreas a auditar.

A DRA referida ainda aborda outros pontos relacionados com o planeamento de uma auditoria,
no entanto e pela sua importância menor não serão referidos.

De referir ainda, que caso uma auditoria não seja adequadamente planeada o auditor corre o risco
de realizar uma auditoria ineficiente conduzindo à emissão de uma opinião inapropriada sobre as
demonstrações financeiras. A ISA 200 refere que “O auditor deve planear e executar uma
auditoria com cepticismo profissional, reconhecendo que podem existir circunstâncias que
originaram que as demonstrações financeiras estejam materialmente distorcidas.”.

17
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

2.5.3. Materialidade

A materialidade proporciona um ponto a partir do qual o auditor, de acordo com o seu juízo
profissional, considera que as distorções são materialmente relevantes, ou seja, um assunto é
material se a sua omissão ou distorção influenciar as decisões económicas dos utentes, tomadas
com base nas demonstrações financeiras.

É um conceito importante, visto que é através dele que o auditor define os aspetos materialmente
relevantes (recorrendo a amostras) e que define os procedimentos a adotar para recolher a
informação suficiente e apropriada para exprimir a sua opinião.

A ISA 320 – Materialidade, refere que apesar do conceito não ser consensual, na sua
generalidade das definições confrontam os seguintes aspetos:

- As distorções, incluindo as omissões, são consideradas serem materiais se se espera que elas,
individualmente ou em agregado, possam influenciar as decisões económicas dos utentes,
tomadas na base das demonstrações financeiras.

- Os julgamentos acerca da materialidade são feitos à luz das circunstâncias envolventes, e são
afetadas pela dimensão e natureza de uma distorção, ou de uma combinação de ambas; e

- Os julgamentos acerca de matérias que sejam materiais para os utentes são baseados numa
consideração das necessidades comuns de informação financeira dos utentes como um grupo.
Não é considerado o possível efeito de distorções em específicos utentes individuais, cujas
necessidades podem variar largamente.

O facto da definição do nível de materialidade depender do juízo profissional do auditor e da sua


experiência relativamente à entidade, permitirá que determinados auditores, com pontos de vista
diferentes, concluam níveis de materialidade diferentes. Portanto, é imprescindível que o auditor
consiga justificar, de forma clara e adequada, o nível de materialidade preliminar estimado, dado
o grau de subjetividade a ele associado. Assim, quanto menor for a materialidade maior é a
quantidade de prova que o auditor deve recolher.

Desta forma e na fase de planeamento de auditoria, é impossível que o auditor consiga antever
todos os fatores importantes para a definição da materialidade.

18
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Assim, com o desenrolar da auditoria, poderá haver uma mudança na envolvente da empresa.
Deste modo, conclui-se que os níveis de materialidade não são absolutos, mas sim relativos,
sendo, o auditor obrigado a rever o quantum definido e os procedimentos planeados. Verifica-se,
assim, que o conceito de materialidade está presente em todo o processo de auditoria e que existe
uma relação imediata entre o risco de auditoria e a materialidade, ou seja, quanto maior o nível
de materialidade menor o risco de auditoria e vice-versa.

2.5.4. Risco de Auditoria

O risco de auditoria pode ser definido como “a susceptibilidade do revisor/auditor dar uma
opinião de revisão/auditoria inapropriada quando as demonstrações financeiras estejam
distorcidas de forma materialmente relevante”3.

O auditor deve planear e executar uma auditoria, com o objectivo de obter um grau de segurança
aceitável sobre se as demonstrações financeiras estão isentas de distorções materialmente
relevantes.

A expressão “um grau de segurança aceitável” pretende informar os utilizadores das


demonstrações financeiras que os auditores não garantem que as mesmas estejam completamente
corretas. Por outro lado, a expressão “isentas de distorções materialmente relevantes”, visa
informar os utilizadores da informação que os auditores limitam a sua responsabilidade à
informação financeira materialmente relevante.

Portanto, o risco de auditoria é avaliado com base no conjunto de informações que o auditor
recolhe acerca da empresa, sendo expresso através do seguinte modelo:

RA = f(RI;RC) x RD

( Fonte : §123, Almeida, Bruno, (2014), Manual de Auditoria Financeira: Uma análise integrada baseada no risco, Escolar
Editora, Lisboa)

Em que RA representa o risco de auditoria, RI o risco inerente, RC o risco de controlo e RD o


risco de deteção.

3
DRA 400 – Avaliação do Risco de Revisão/Auditoria

19
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

2.5.4.1. Risco Inerente

Segundo a ISA 200 que vigora atualmente, o risco inerente pode ser definido como “A
susceptibilidade de uma asserção relativa a uma classe de transacções, saldo de conta ou
divulgação a uma distorção que possa ser material, individualmente ou agregada com outras
distorções, antes da consideração de quaisquer controlos relacionados.”.

A avaliação deste risco implica a análise de diversos fatores e varia de empresa para empresa e
de atividade para atividade, por exemplo, transações entre partes relacionadas, transações pouco
usais ou uma grande rotação de pessoal acarreta um risco inerente muito mais elevado. O risco
inerente existe independentemente da auditoria, assim os auditores não consegue controlar nem
modificar este risco.

2.5.4.2. Risco Controlo

Pode definir-se este tipo de risco, como aquele que está associado à probabilidade de existirem
distorções materialmente relevantes que não sejam atempadamente prevenidas, detetadas e
corrigidas pelo sistema de controlo interno da empresa.

O risco de controlo nunca pode ser zero, uma vez que os controlos implementados por uma
empresa não conseguem assegurar a 100% que erros materialmente relevantes sejam detetados,
por exemplo, a fadiga e o descuido humano podem originar que os controlos internos em
determinadas situações não sejam cumpridos.

A avaliação inicial do risco de controlo está relacionado com dois aspetos:

1) Eficácia do Desempenho do Controlo Interno;


2) Se os Controlos desenhados estão devidamente implementados.

Os auditores não podem controlar este risco, mas podem influenciá-lo, no entanto, esta
influência está sujeita a dois aspetos: apenas influencia para exercícios futuros, e depende se o
órgão de gestão aceita ou não as recomendações propostas pelo auditor.

20
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

2.5.4.2.1. Controlo Interno e a sua relação com o risco de controlo

O Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO) elaborou, em


1992 um estudo extensivo sobre o controlo interno. O controlo interno segundo o COSO,
consiste num processo, realizado por todos os colaboradores e administração, com o intuito de
fornecer uma razoável certeza acerca do cumprimento dos objetivos, em três pontos:

 Eficiência e eficácia das operações;


 Confiança nas demonstrações financeiras;
 Conformidade com as leis e regulamentos.

À Posteriori, o COSO estabeleceu que o controlo interno consiste nos seguintes objetivos,
ambiente de controlo; avaliação de risco e atividades de controlo, informação e comunicação e
motorização dos controlos.

Desta forma a DRA 410 define controlo interno da seguinte forma, “todas as políticas e
procedimentos (controlos internos) adotados pela gestão de uma entidade que contribuam para
a obtenção dos objetivos da gestão de assegurar, tanto quanto praticável, a condução ordenada
e eficiente do seu negócio, incluindo a aderência às políticas da gestão, a salvaguarda de ativos,
a prevenção e deteção de fraude e erros, o rigor e a plenitude dos registos contabilísticos, o
cumprimento das leis e regulamentos e a preparação tempestiva de informação financeira
credível”.

A implementação e funcionamento de um bom sistema de controlo interno requer em simultâneo


cinco componentes:

1) Ambiente de Controlo, é a base para a execução de todos os outros e está relacionado


com a necessidade da empresa consciencializar os seus colaboradores sobre a
importância do controlo;
2) Avaliação do Risco, ou seja, com base nos riscos definidos a empresa deverá detetar e
analisar os riscos relevantes e definir a forma como os mesmos serão ultrapassáveis;
3) Procedimento de Controlo, isto é, políticas e outros procedimentos que visem assegurar
que as diretivas de gestão são cumpridas;
4) Informação e Comunicação, visa garantir que a informação pertinente é identificada,
compreendida e comunicada em tempo útil;

21
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

5) Monitorização do Sistema de Controlo Interno, de forma a permitir a avaliação do seu


desempenho de uma rápida deteção de deficiências.

Em suma, o auditor deverá compreender e avaliar estes componentes através de teste de


conformidade/controlo permitindo-lhe identificar assim os pontos fortes e fracos do sistema de
controlo interno, e consequentemente avaliar a eficácia do mesmo. Assim, se uma entidade se
encontra bem organizada e o sistema de controlo interno é eficiente e adequado, o auditor tem
confiança nos procedimentos da empresa, resultando daí um risco de controlo baixo, caso
contrário, o risco de controlo é elevado.

2.5.4.3. Risco Deteção

Este risco ao contrário dos outros apresentados anteriormente pode ser controlado pelo
auditor através de planeamento, execução, supervisão e revisão do trabalho e da
determinação da natureza, extensão e oportunidade dos procedimentos de auditoria e ainda
com um dever muito importante que é o exercício com o devido cuidado profissional. Este
risco pode ser definido da forma que segue: “O risco de que os procedimentos executados
pelo auditor para reduzir o risco de auditoria para um nível aceitavelmente baixo não
detetem uma distorção que existe e que possa ser material, quer individualmente quer
quando agregada a outras distorções.”4

4
ISA 200 -Objectivos Gerais do Auditor Independente e Condução de uma Auditoria de Acordo com as Normas
Internacionais de Auditoria

22
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

2.5.5. Relação entre os componentes do risco de auditoria

Existe um relacionamento avesso entre o risco de deteção e a combinação entre o nível do risco
inerente e do risco de controlo. Podemos observar na figura nº 5, a forma como estes três riscos
contribuem para o risco de auditoria, permitindo, desta maneira compreender como os riscos se
relacionam entre si.

Figura nº 5 O risco de auditoria e as suas componentes


(Fonte: COSTA, C. Baptista da, (2010), Auditoria financeira – teoria e prática, 9ª edição, Rei dos Livros, Lisboa)

Na figura acima, estão esquematizados os três tipos de riscos e o seu impato nas demonstrações
financeiras. A água que sai da torneira representa o risco inerente, ou seja, simboliza as
distorções que resultam da entidade e da atividade que desempenha. O primeiro filtro representa
o sistema de controlo da empresa, o qual depende da eficácia com que deteta e previne as
distorções. Cabe ao auditor de fazer essa avaliação ao risco de controlo, ou seja, quanto maior for
a eficácia do sistema, menor será a probabilidade de erros materiais não serem detetados
atempadamente, e assim o risco de controlo será menor. O segundo filtro representa os
procedimentos substantivos realizados pelo auditor para detetar distorções materialmente
relevantes. No entanto, estes procedimentos podem não ser suficientes na revelação de todas as
distorções, assim surgindo o risco de deteção. Podemos concluir que o risco de auditoria é o
risco dos pingos de água (distorções), passarem por ambos os filtros até chegarem ao lava mãos
(demonstrações financeiras).

23
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

O risco de deteção é o único sobre o qual o auditor tem poder para atuar. No quadro seguinte
podemos verificar como pode variar o nível aceitável de risco de deteção com base nas
avaliações do risco inerente e do risco de controlo.

Avaliação pelo auditor do risco de controlo


Alto Médio Baixo
Avaliação pelo Alto O mais baixo Mais baixo Médio
auditor do Médio Mais baixo Médio Mais alto
risco inerente Baixo Médio Mais alto O mais alto
Quadro nº 2 Relação entre as componentes do risco de auditoria
( Fonte : §126, Almeida, Bruno, (2014), Manual de Auditoria Financeira: Uma análise integrada baseada no risco, Escolar
Editora, Lisboa)

Portanto, pode confirmar-se que risco inerente e o risco de controlo têm uma relação inversa com
o risco de deteção e, consequentemente, uma relação direta com a quantidade de prova que
deverá ser recolhida. Por exemplo, se o risco inerente e de controlo for alto, o risco de deteção
será baixo, para o risco de auditoria se manter como baixo, o auditor amplia o número de testes a
executar. Caso, a situação seja inversa, ou seja, o risco inerente e o risco de controlo sejam
avaliados como baixos, o risco de deteção será alto, neste caso o auditor irá realizar menos
procedimentos, não descurando, a necessidade do risco de auditoria ser baixo. No entanto, o
auditor não deve deixar de realizar testes, tendo em conta que a avaliação dos riscos inerentes e
de controlo poderão não ser a mais correta.

24
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

2.5.6. Relação entre Materialidade, Risco e Prova

Na realização de um planeamento, podemos observar que o risco e a materialidade são conceitos


indissociáveis, contudo a relação entre eles é inversa. O risco, prende-se com a incerteza, por sua
vez a materialidade está relacionada com o nível qualitativo/quantitativo de distorções que
influenciam as demonstrações financeiras.

Alto
Materialidade

Baixo Risco de Auditoria Alto

Figura nº 6 Relação inversa entre a materialidade e o risco de auditoria

Por exemplo, no caso de o auditor verificar que a entidade seja detentora de um sistema de
controlo interno fraco, existe probabilidade de haver um nível elevado de distorções
materialmente relevantes. Por outro lado, se possuir um controlo interno eficaz e capaz de prever
a totalidade dos erros, o auditor aumentará a quantia de distorções que considera ser
materialmente relevantes. O volume de prova a obter pelo auditor, a fim de expressar a sua
opinião com segurança, relaciona-se também com a avaliação do risco e com o nível de
materialidade.

Desta forma, podemos referir que, quanto maior for o risco, menor será a materialidade e maior
deverá ser a quantidade de prova recolhida pelo auditor, a fim de se poder exprimir de forma
segura e apropriada.

25
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

2.5.7. Estratégia de Auditoria

Dada a relação entre prova de auditoria, materialidade e risco de auditoria, o auditor deve optar
por uma estratégia. A primeira hipótese é adotar uma abordagem predominantemente
substantiva, ou seja, quando o risco inerente e de controlo são avaliados como elevados. Uma
segunda hipótese é adotar uma abordagem mais focada num mix de procedimentos substantivos
e testes aos controlos (RI e RC são avaliados como baixos). Contudo, ambas podem ser aplicadas
a um nível global ou de forma individual às asserções. Independentemente da estratégia adotada,
quando o auditor a está a definir, deve ter atenção à estrutura do controlo interno da empresa.

2.5.8. Programas de Auditoria

Após definir a estratégia a adotar, o auditor elabora os programas de auditoria. Os mesmos têm
como finalidade responder ao risco das demonstrações financeiras possuírem distorções
materiais. O auditor elabora programas de auditoria, para se certificar que o planeamento de
auditoria aborda todos os riscos significativos para cada área. Neste sentido, o auditor elabora
programas específicos para cada área, sendo que, os programas de auditoria são mais detalhados
que a estratégia, este por incluírem a natureza, extensão e oportunidade dos procedimentos a
efetuar pelo auditor (testes aos controlos e procedimentos substantivos).

2.6. Papéis Trabalho e obtenção de Prova

Durante o processo de auditoria, toda a informação recolhida (prova), todos os procedimentos


empreendidos pelo auditor e as suas conclusões estão traduzidos nos papéis de trabalho, que vão
além do suporte em papel, designadamente armazenamento eletrónico. Por norma, os papéis de
trabalhado estão organizados em três arquivos distintos: o Dossier Corrente (ANEXO II); o
Dossier de Circularização e o Dossier Permanente (ANEXO III).

 Dossier Corrente – neste dossier estão arquivados todos os elementos que fundamentam
a auditoria realizada, ou seja, planeamento, programas de trabalho, testes e
procedimentos realizados e as conclusões obtidas;

26
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

 Dossier de Circularização (confirmação externa) – este dossier comporta todo o processo


de circularização de terceiros, ou seja, a informação obtida junto destes, normalmente
através de cartas enviadas aos mesmos com pedidos de confirmação de saldos a uma
determinada data, ou outras informações pertinentes para a obtenção de conclusões.

 Dossier Permanente – neste dossier estão presentes informações que possam ser
relevantes e utilizáveis em mais do que um exercício económico, por exemplo, contratos
de financiamento, atas, demonstrações financeiras assinadas.

Os papéis de trabalho representam toda a história da auditoria permitindo ao leitor uma


compreensão rápida das questões, riscos, asserções testadas e procedimentos de auditoria
empreendidos com o objetivo de obtenção de prova e das conclusões alcançadas pelo auditor.

Por norma, a análise documental e recolha de prova têm como base ténicas de amostragem, já
que devido ao binómio custo/benefício, o auditor não examina a totalidade da informação
disponível. Segundo o §1 na DRA 510 - Prova de Revisão/Auditoria, “19. o revisor/auditor deve
obter a prova de revisão/auditoria apropriada e suficiente, através de inspecções, observações,
indagações, confirmações, cálculos e procedimentos analíticos, cuja realização e conclusões
devem ser adequadamente documentadas por forma a suportar a sua opinião”.

Assim, a prova em auditoria é toda a documentação recolhida pelo auditor que serve de suporte à
opinião emitida sobre as demonstrações financeiras. A necessidade de recolha de prova está
relacionada com a diminuição do risco de auditoria, ou seja, o auditor deve obter prova suficiente
para manter um risco de auditoria baixo.

Os procedimentos de auditoria utilizados na obtenção de prova são essencialmente os seguintes,


avaliação do risco do cliente, teste aos controlos e procedimentos substantivos e consistem no
seguinte5:

“a) Inspeção Física, que consiste no exame dos registos, dos documentos de suporte e dos
ativos tangíveis (por exemplo, imobilizado corpóreo e existências), sendo as seguintes as
principais categorias de prova documental de revisão/auditoria com diferentes graus de
credibilidade:

5
§19 da DRA 510 – Prova de Revisão/Auditoria

27
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

(i) a criada e detida por terceiros;


(ii) a criada por terceiros e detida pela entidade; e
(iii) a criada e detida pela entidade.

b) Observação, que consiste em presenciar a execução por outrém de um processo ou


procedimento (por exemplo, assistência à contagem física das existências).

c) Indagação, que consiste em procurar obter informação, escrita ou oral, de pessoas


conhecedoras dentro e fora da entidade.

d) Confirmação, que consiste em obter respostas corroborativas da informação contida nos


registos contabilísticos (por exemplo, confirmação direta de saldos de terceiros).

e) Cálculo, que consiste na verificação da exatidão aritmética dos documentos de suporte e dos
registos contabilísticos ou na realização de cálculos separados.

f) Procedimentos analíticos, que consistem na análise e comparação de rácios e tendências


significativos, incluindo a investigação das flutuações e relacionamentos que sejam
inconsistentes com outra informação ou que se desviem das quantias que tenham sido
previstas.”

2.7. Acontecimentos Subsequentes

A ISA 560 – Acontecimentos Subsequentes, diz-nos que, “o auditor deve tomar em


consideração o efeito de acontecimentos subsequentes nas demonstrações financeiras e no
relatório do auditor.”

Acontecimentos subsequentes são por exemplo transações ocorridas entre a data do balanço e a
data de emissão do parecer do auditor, que podem modificar, se não forem corretamente
divulgadas, a opinião emitida. Por exemplo, perdas relevantes a investimentos; ocorrência de
sinistros; alterações na legislação.

Na data do término do exercício e até à data de emissão do parecer, o auditor deve tomar
conhecimento de eventos que afetam de maneira relevante as demonstrações contabilísticas,

28
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

desta forma, verificando se foram bem contabilizados e de forma adequada, bem como se estão
divulgados nas demonstrações.

2.8. A Certificação Legal das Contas

Como já foi referido inicialmente, a principal função do auditor é confirmar se a informação


financeira produzida e divulgada é verdadeira e apropriada, e ainda na mesma informação deve
espelhar a segurança de um profissional independente. É desta forma, que na Certificação Legal
das Contas (CLC), o ROC transcreve a opinião “de que as demonstrações financeiras
apresentam ou não, de forma verdadeira e apropriada, a posição financeira da empresa ou de
outra entidade, bem como os resultados das suas operações, relativamente à data e ao período a
que as mesmas se referem”.6

A CLC deve obedecer às disposições da DRA 700 – Relatório de Revisão/Auditoria, na qual está
explícito o modelo de relatório de revisão/auditoria. (ANEXO IV)

Contudo, existem observações que por vezes dão lugar a reservas e/ou a ênfases, as primeiras
afetam a opinião do ROC, enquanto as segundas não a atingem. Desta maneira, “a certificação
legal das contas concluirá exprimindo uma opinião com ou sem reservas, uma escusa de
opinião, uma opinião adversa, e, com ênfases, de acordo com as modalidades definidas nas
normas técnicas aprovadas ou reconhecidas pela Ordem.”7 É de salientar que o ROC pode ser
obrigado a emitir uma Declaração de Impossibilidade de CLC, no caso de se deparar com
situações de inexistência/insuficiência/ocultação de matéria de apreciação. (ANEXO V)

6
Artigo 44º, nº2 do Decreto-Lei n.º 487/99, de 16/11 (Estatuto Jurídico dos ROC)
7
Artigo 44º, nº3 do Decreto-Lei nº487/99, de 16/11 (Estatuto Jurídico dos ROC)

29
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

CAPÍTULO III – DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO

3.1. Caraterização das Atividades Desenvolvidas

Durante o período de estágio, acompanhei e desenvolvi trabalho em diversos clientes da entidade


acolhedora, clientes de áreas de atividade distintas, nomeadamente do ramo da construção,
madeiras, metalúrgica, alimentar e automóvel.

O trabalho desenvolvido vai ser descrito em profundidade nos pontos seguintes, cingindo-se a
uma empresa específica do ramo alimentar, mais concretamente, do comércio por grosso de
peixe, crustáceos e moluscos. De salientar que apesar do relatório abordar esta empresa em
particular, com características e procedimentos específicos à sua atividade. No entanto, os
procedimentos gerais utilizados, bem como o trabalho realizado, é idêntico para todos os clientes
da entidade acolhedora.

Assim, o trabalho desenvolvido começa normalmente pelo planeamento de todo o trabalho de


auditoria, através da análise histórica da atividade da empresa em causa, nomeadamente através
da revisão analítica global, que consiste na comparação trimestral/anual dos valores históricos da
contabilidade (Ativos e Passivos), e histórico de rácios.

No planeamento é definido também a natureza e oportunidade do compromisso, bem como ainda


é feito um levantamento do controlo interno da empresa, de forma a definir o grau de confiança
neste. São ainda identificadas as políticas contabilísticas utilizadas pelo cliente.

Como trabalho final associado ao planeamento, está a definição do risco e as suas


particularidades, a identificação da materialidade e identificação das áreas significativas, papéis
de trabalho e obtenção de prova.

Em suma todo o trabalho inicial efetuado, relativo a esta empresa em particular está descrito no
planeamento (ANEXO VI), do qual resulta os programas de trabalho e plano de abordagem para
cada área considerada relevante ou significativa.

Torna-se assim necessário, a obtenção de prova e a elaboração realização de papéis de trabalho,


com o intuito de demonstrar que as demonstrações financeiras da empresa apresentam de forma
verdadeira e apropriada a sua situação à data de 31 de Dezembro. Os pontos seguintes descrevem
a análise efetuada área a área no trabalho de auditoria financeira.

30
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

3.1.1. Papéis Trabalho e Prova

De acordo com o planeamento, as áreas significativas assinaladas conforme se pode verificar no


quadro seguinte, são aquelas sobre as quais vou exemplificar todo o trabalho desenvolvido para
cada uma delas.

O quadro nº3 ilustra o nível de risco setorial por asserção e para cada área de trabalho. A
definição do risco atribuído, resulta da análise e preenchimento de questionários de controlo
interno, que avaliam as respetivas asserções (Plenitude; Existência; Mensuração e Valorização).
Em complemento a esta informação é definida o nível de materialidade a aplicar resultando as
áreas significativas a analisar.

Risco Risco Sectorial por Asserção Perfil de Risco Significância


A C ES S O ÁREAS DE AUDITORIA
Global P E M V P E M V Valor Áreas Signif.
A Goodwill e outros activos intangíveis Médio 0,0
B Activos fixos tangíveis (Inclui recursos minerais) B B B B M M M M 35,4
C Propriedades de investimento 0,1
D Inventários e activos biológicos M B M M M M M M 141,6
E Clientes, vendas e prestações de serviços B B B B M M M M 145,5
F Outras contas a receber e a pagar B B B B M M M M 2,0
G Accionistas (Sócios) e outras partes relacionadas 0,0
H Activos não correntes detidos para venda 0,0
I Investimentos financeiros 0,2
J Instrumentos financeiros mensurados justo valor 0,0
K Caixa, depósitos bancários e outros equiv. caixa B B B B M M M M 4,4
L Diferimentos, imp. diferidos e cont. construção B B B B M M M M 2,9
M Fornecedores, compras e fornecimentos B B M M M M M M 33,0
N Pessoal e benefícios dos empregados B B B B M M M M 8,4
O Financiamentos obtidos B B B B M M M M 34,2
P Provisões e matérias ambientais 0,0
Q Estado e outros entes públicos e Impostos B B B B M M M M 1,3
S Capital próprio B B B B M M M M 27,2
V68 Outros gastos e perdas 0,5
V69 Gastos e perdas de financiamento 0,2
V75 Subsídios à exploração 0,0
V78 Outros rendimentos e ganhos 0,0
V79 Juros, dividendos e outros rendimentos similares 0,0
Z Responsabilidades, contingências, continuidade 0,0

Quadro nº 3 Áreas Significativas


(Fonte: software DRAI3 - empresa FREEZEFISH, S.A.)

31
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS

A conta de Ativos Fixos Tangíveis reflecte “as quantias escrituradas referentes aos itens
tangíveis da entidade que têm como finalidade o uso na produção, o fornecimento de bens ou
serviços, o arrendamento a outros ou para fins administrativos, e se espera que sejam usados
durante mais do que um período”8.

Por norma, os ativos ligados á exploração da empresa são sujeitos a desgaste, esse evidenciado
na conta de Depreciações do Exercício e Acumuladas. O período de vida útil dos ativos é
normalmente calculado de acordo com as taxas de depreciação do Decreto Regulamentar
25/2009 de 14 de Setembro.

O primeiro trabalho efetuado nesta área foi, através dos balancetes trimestrais, verificar a
evolução do ativo fixo tangível, identificando o montante dos abates/alienações e aquisições para
o mesmo período (ANEXO VII). Em sede de trabalho de campo, estas “entradas” e “saídas”
eram confirmadas através da análise dos documentos que as suportassem, por exemplo faturas,
ficha dos bens, e autos de abate, analisando todos os procedimentos contabilísticos que lhes
estavam implícitos, assim como através da conferência física dos bens.

Ainda dentro desta área, era dada especial relevância à contabilização das mais e menos-valias e
às suas implicações fiscais, particularmente ao nível da modelo 22 do IRC (ANEXO VIII). Eram
solicitadas as listagens de alienações/abates e os mapas fiscais (ANEXO IX), com o intuito de
averiguar o cálculo, das mais/menos-valias contabilísticas e fiscais, tal como é exemplificado de
seguida.

8
§6 da NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis

32
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Descrição do Bem Viatura VU-62-22


Data de Aquisição 2011
Valor de Aquisição 958,30€
Amortizações Acumuladas 574,98€
Taxa de Amortização 25%
Valor contabilístico 382,32€ (958,3-574,98)
Valor de realização 173,25
Menos-valia contabilística 210,07€ (382,32-173,25)
Coeficiente de desvalorização 1,039
Menos-valia fiscal 221,57€ (v.c.*coef –v. r.= 383,32*1,03-173,25)
Quadro nº 4 Dados do exemplo das menos-valias contabilísticas e fiscais (Fonte: elaboração própria)

No exemplo anterior o bem não se encontrava totalmente amortizado. Tendo em consideração o


ano de aquisição do mesmo, desta venda advêm diferenças entre o valor contabilístico e o fiscal.
Aplicando o coeficiente de desvalorização ao valor contabilístico, obteve-se uma menos-valia
fiscal de 221,57€, enquanto a contabilística assume o valor de 210,07€. No preenchimento da
Modelo 22 (quadro 07), estas diferenças terão de ser consideradas.
Assim, deverá ser acrescido à modelo 22, no quadro 7, o valor da menos-valia contabilística (no
campo 736).
No caso de se verificar uma mais-valia, e caso exista reinvestimento do valor realizado o
tratamento é o disposto no artigo n.º48 do Código do IRC, ou seja, o valor da mais-valia
contabilística deverá ser deduzido no campo 767, e deverá ser acrescido o valor da mais-valia
fiscal: na totalidade, no caso de não haver reinvestimento (campo 739) ou metade, no caso de
haver expressa intenção de reinvestimento (campo 740).

Ao nível das depreciações do exercício, eram testadas as taxas aplicadas, recorrendo ao Decreto
Regulamentar 25/2009 de 14 Setembro.
Por fim, era verificada a existência de “cobertura” de seguros, através de uma circularização
enviada às seguradoras da FREEZEFISH, processo que será aprofundado mais à frente no
relatório.

9
Portaria nº 376/2013 Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 30 de dezembro de 2013

33
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

INVENTÁRIOS, ATIVOS BIOLÓGICOS E PRODUÇÃO E CUSTOS

De acordo com a NCRF 18, os inventários englobam bens comprados e detidos para revenda,
bens acabados produzidos, ou trabalhos em curso que estejam a ser produzidos pela entidade e
incluem materiais e consumíveis aguardando o seu uso no processo de produção. Devem ser
mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo. O custo dos inventários
deve incluir todos os custos de compra, custos de conversão e outros custos incorridos para
colocar os inventários no seu local e na sua condição atual.

O trabalho realizado nesta área incidiu essencialmente em comprovar a razoabilidade dos saldos
das contas que o integram, bem como a sua correta apresentação e valorização.

Assim os objetivos específicos foram:

 Confirmação da existência física dos bens, da quantidade e dos registos, através da


contagem, aleatória de diversos artigos a uma determinada data, normalmente com a
referência a 31 de Dezembro;
 Teste à valorização (Quadro nº 6) dos bens e análise de imparidade subjacentes
nomeadamente de bens com pouca rotação, obsoletos ou defeituosos, e teste ao preço
médio dos mesmos.

Artigos N.º cartão ou Contagem


Folha de Unidade de
Código Designação Empresa Auditor
Contagem contagem
3210200300EO Pota Média E0 (pota nº0) kg 76.934,70 76.934,70
32102003PGEO Pota Grande EO (pota nº1) kg 53.781,00 53.781,00
32103008VIEI Ameijoa Vietnamita kg 6.428,00 6.428,00
3510120400EI Sardinha kg 118.536,00 118.536,00
321010010AEO Pescada 0 Argentina kg 23.139,00 23.139,00
321010011AEO Pescada 1 Argentina kg 17.974,00 17.974,00
321010012AEO Pescada 2 Argentina kg 27.241,00 27.241,00
321010013AEO Pescada 3 Argentina Env EO kg 44.247,00 44.247,00
321010013CEO Pescada 3 Chile kg 4.010,00 4.010,00
32101001H3EO Pescada 3 África do Sul kg 9.994,00 9.994,00

Quadro nº 5 Teste às Contagens

34
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Mercadorias Existentes em armazém Última Entrada CMP


Cálculo da
Designação Qtd CMP V. Total Qtd. V. Unit. V. Total Nosso Cálculo Valorização do Desvio
Empresa
Pota Média E0 (pota nº0) 66.712,70 1,512 100.869,60 10.222,00 1,5 15.333,00 1,51 € 1,51 € - €
Pota Grande EO (pota nº1) 32.093,00 1,93 61.939,49 21.688,00 1,75 37.954,00 1,75 € 1,75 € - €
Ameijoa Vietnamita 4.028,00 1,922 7.741,82 2.400,00 1,95 4.680,00 1,95 € 1,95 € - €
Sardinha 103.956,00 1,16 120.692,92 14.580,00 1,2966 18.904,86 1,30 € 1,30 € - €
Pescada 0 Argentina 18.000,00 2,024 36.432,00 5.139,00 2,05 10.534,95 2,05 € 2,05 € - €
Pescada 1 Argentina 14.992,00 2,137 32.037,90 2.982,00 2,15 6.411,30 2,15 € 2,15 € - €
Pescada 2 Argentina 27.000,00 2,315 62.505,00 241,00 2,35 566,35 2,35 € 2,35 € - €
Pescada 3 Argentina Env EO 29.209,00 2,359 68.904,03 15.038,00 2,35 35.339,30 2,35 € 2,35 € - €
Pescada 3 Chile 3.500,00 4,434 15.519,00 510,00 3,67 1.871,70 3,67 € 3,67 € - €
Pescada 3 África do Sul 9.800,00 2,75 26.950,00 194,00 2,75 533,50 2,75 € 2,75 € - €

Quadro nº 6 Teste à Valorização

CLIENTES, VENDAS E PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS

Os procedimentos substantivos são realizados com o objetivo de se detetarem as distorções


materialmente relevantes nas demonstrações financeiras. Nesta área, o processo de
circularização de saldos de terceiros surge como principal ação específica. Este processo
permite averiguar se os montantes que constam no balanço representam efetivamente os créditos
legítimos da empresa sobre terceiros.

A primeira etapa e após análise das contas de terceiros, era seleccionar uma amostra mínima e
representativa de 60% do total do saldo de clientes. O critério de seleção utilizado era
normalmente, os saldos de grande valor, os saldos acumulados significativos e os saldos contra
natura. A data de referência é por norma a 31 de Dezembro.

Após esta seleção eram efetuados os seguintes passos:

 Pedido de contatos e extratos de conta corrente à data dos clientes selecionados;


 Inserir os dados no programa de Circularização;
 Criação das cartas através do programa interno de Circularização (ANEXO X);
 Envio das cartas para os terceiros com os respetivos extratos;

Receção das respostas enviadas pelos clientes, onde eram introduzidas as respostas na mesma
base de dados, permitindo um controlo do desenrolar do processo de circularização. A resposta
recebida do cliente assumia uma das seguintes situações:

35
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

1) Resposta concordante
Nesta situação, tinha de verificar a existência de assinatura na resposta do cliente e do saldo
corrente. Caso estivesse tudo em conformidade, a resposta era considerada como concordante, e
pronta para ser arquivada no Dossier de Circularizações.

2) Resposta discordante
Sempre que o cliente não confirmasse o saldo, era necessário proceder à reconciliação das contas
(ANEXO XI), apurando-se os documentos que contribuíam para a diferença. Estas diferenças
eram analisadas envolvendo o contabilista, questionando-o sobre a justificação para esta
divergência.

3) Sem Resposta
Por vezes não foi possível obter resposta dos clientes, mesmo após insistência telefónica e via e-
mail. Nestes casos, eram efetuados Procedimentos Alternativos (ANEXO XII), que se
iniciavam com a identificação dos documentos que compunham o saldo final à data de
circularização, sendo, posteriormente, identificada a existência de suporte documental. Eram,
também, solicitados os extratos das contas do cliente em causa, desde a data de circularização até
ao momento, com intuito de averiguar a regularização do saldo.

Além deste processo, eram realizados procedimentos substantivos (ANEXO XIV) para verificar
o adequado processamento contabilístico e a existência de suporte documental, através da análise
dos extratos de Vendas e Prestação de Serviços, onde eram selecionados documentos de forma
aleatória para serem averiguados na visita à empresa, nomeadamente, faturas, notas de débito,
notas de crédito, entre outras. Neste processo era dada ainda atenção às implicações fiscais
nomeadamente taxas e valores de IVA aplicadas.

No final de todo este processo, era elaborado um resumo da circularização (ANEXO XIII), onde
era possível, entre outros, identificar a percentagem de respostas obtidas e a concordância dos
saldos.

36
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

OUTRAS CONTAS A RECEBER E A PAGAR

Os principais procedimentos de auditoria subjacentes a esta área resumem-se ao processo de


circularização descrito na área anterior. Neste contexto era dada especial atenção aos saldos
credores e devedores existentes entre empresas com relações especiais, ou seja, do mesmo grupo.

CAIXA, DEPÓSITOS BANCÁRIOS E OUTROS EQUIV. DE CAIXA

Conforme estipulado no SNC “esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos
que incluem quer dinheiro e depósitos bancários quer todos os ativos ou passivos financeiros
mensurados ao justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de
resultados”10.

Os papéis de trabalho envolvidos na área dos Meios Financeiros Líquidos incidem,


fundamentalmente, nas contas de Depósitos Bancários. Na análise destas contas foram realizadas
confirmações de saldos junto dos bancos, através do processo de circularização descrito
anteriormente (ANEXO XV).

Além deste procedimento era solicitada à empresa as reconciliações bancárias (ANEXO XVI)
trimestrais de todos os bancos, onde a informação recolhida era cruzada com as respostas
resultantes do processo de circularização no final do ano.

Ainda no que diz respeito às reconciliações, era verificado se as mesmas estavam


aritmeticamente corretas, se os valores coincidiam com os constantes nos extratos bancários e na
contabilidade, assim como a antiguidade das diferenças (se existentes). Tendo em conta que é
normal existirem discrepâncias temporárias (devido, por exemplo, a pagamentos em trânsito),
era tida especial atenção às que se referiam a períodos mais antigos. Neste contexto, e junto dos
responsáveis pela elaboração das reconciliações, era verificado se as mesmas já se encontravam
regularizadas.

Ainda dentro desta área assistia às contagens de caixa com referência a uma determinada data.

10
§ 43 - Notas de Enquadramento do SNC

37
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

DIFERIMENTOS

O SNC refere que “os efeitos das transações e de outros acontecimentos são reconhecidos
quando eles ocorram”11 (pressuposto subjacente ao regime do acréscimo). Desta forma os
procedimentos utilizados nesta área tinham como objectivo a verificação deste princípio
contabilístico, nomeadamente, através da análise da periodicidade de rúbricas específicas, como
por exemplo os seguros, juros de empréstimos e estimativa de salários.

No exemplo seguinte apresenta-se o papel de trabalho usado para testar neste caso em particular
juros e seguros.

Período dos Juros Nº Dias Valor dos Juros Ilíquidos


Banco
Início Fim Total 2013 2014 Total 2013 2014
Curto Prazo 0 0 0 0,00 0,00
Conta Corrente 0 0 0 0,00 0,00
Banco BIC (ex-BPN) - 7241 10 dez 13 10 mar 14 90 21 69 3.479,41 811,86 2.667,55
Banco Popular (10948) 26 dez 13 26 jan 14 31 5 26 2.218,87 357,88 1.860,99
Banif (3046) 13 nov 13 13 fev 14 92 48 44 63,38 33,07 30,31
0 0 0 0,00 0,00
Quadro nº 7 Especialização de Juros

Período do Seguro Nº Dias Valor do Prémio


Seguradora Ramo
Constituição Vencimento Total 2013 2014 Total 2013 2014
AXA Automóvel 25 mai 13 24 mai 14 364 220 144 365,25 220,76 144,49
Fidelidade Automóvel 09 fev 13 08 fev 14 364 325 39 680,90 607,95 72,95
Tranquilidade Multiriscos 08 ago 13 07 ago 14 364 145 219 1.230,37 490,12 740,25
0 0 0 0,00 0,00
Quadro nº 8 Especialização de Seguros

Como é possível verificar, embora o pagamento seja efetuado durante o ano de 2013, parte deste
gasto deveria ser reconhecido apenas em 2014, na conta de Gastos a Reconhecer.

Assim, eram analisados os documentos pertinentes cuja periodicidade respeitasse a mais do que
um exercício, com intuito de se identificar ou não o cumprimento do princípio do acréscimo e
identificar as diferenças que pudessem existir. Caso a empresa não aplicasse este princípio era
alertada para este facto e se as diferenças eram ou não materialmente relevantes. Ainda nesta
área, era analisado o acréscimo da estimativa de férias e subsídio de férias era testada a sua
11
§22 da Estrutura Conceptual do SNC

38
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

razoabilidade, tendo por base, normalmente, o mês de Dezembro, incluindo os encargos sociais e
seguros de acidentes trabalho.

FORNECEDORES, COMPRAS E FORNECIMENTOS

Os procedimentos realizados nesta área, são semelhantes aos realizados para a área de Clientes e
Vendas, no que diz respeito ao processo de circularização de saldos de terceiros (ANEXO XVII
a XX).

Além destes procedimentos, eram analisadas de forma aleatória e por amostragem algumas
aquisições de compras (conta 31), e de fornecimentos e serviços externos (FSE) (conta 62).

Para a análise destas rúbricas era solicitado à empresa os respetivos extratos de compras e de
FSE’s a uma respetiva data, que serviam de base à seleção para se efetuar os respetivos
procedimentos substantivos, conforme papel de trabalho (ANEXO XXI).

A realização destes procedimentos substantivos, têm como principal objetivo verificar o


adequado processamento contabilístico e a existência de suporte documental, nomeadamente,
faturas, notas de débito, notas de crédito, entre outras. Neste processo era dada ainda especial
atenção às implicações fiscais em particular o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA),
nomeadamente na conta de combustíveis e de conservação e reparação. Esta verificação tinha
como base a lista de viaturas da empresa (retirada do site das finanças), onde consta as
caraterísticas das mesmas, e desta forma concluir sobre o disposto no artigo 21º do CIVA
(exclusões do direito à dedução).

39
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

PESSOAL E BENEFÍCIOS DOS EMPREGADOS

Nesta rúbrica do passivo, parte do trabalho passava por testar as taxas aplicadas ao nível do
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS)12e da Segurança Social, assim como
os respetivos montantes entregues. Nesse sentido era realizado o denominado “Teste ao
Pessoal”, com referência a uma determinada data. Para isso era solicitada à empresa uma
listagem de pessoal na qual conste o cadastro fiscal (nome; estado civil; nº de dependentes;
deficiência) e a taxa de segurança social aplicável. Posteriormente eram selecionados,
aleatoriamente, alguns trabalhadores, com o intuito de testar a correta aplicação das taxas e
descontos conforme o papel de trabalho do (Quadro nº 9).

Na realização deste teste era necessário ter em atenção algumas particularidades, nomeadamente,
os limites diários do subsídio de alimentação (4,27€/dia e 6,83€ no caso de receber em vale de
refeição), onde o excedente concorre para o valor de tributação. No que diz respeito a ajudas de
custo, estas assumem dois tipos: valor diário atribuído ao funcionário (69,19€/dia); e valor
atribuído por deslocação em viatura própria (0,36€/km). Os valores pagos acima destes
montantes concorrem para o rendimento do indivíduo. Estas ajudas de custo estão sujeitas a
tributações autónomas em sede de IRC da empresa, (parte que não é tributada em sede de IRS do
trabalhador) conforme estipulado no artigo 88º do Código do Imposto sobre o Rendimento das
Pessoas Coletivas (CIRC).

Além do trabalho descrito, era ainda realizado um teste global às remunerações, que podia ser
referente a um determinado mês, ou à totalidade das remunerações auferidas no ano, de forma a
testar a razoabilidade dos encargos processados, denominado NS4 (quadro nº 10).

12
Tabela de Retenções – fonte: Portal das Finanças

40
Subsídio de Total de Taxa IRS (Nosso Sobretaxa
Remuneração Outros Isenção Exced. S. IRS (N/ IRS do Seg. Social S.S. Sobretaxa
Nome Trabalhador Férias / Incidência S/ Cálculo) Sub. Natal DIF.ª DIF.ª (N/ DIF.ª
Base Subsídios Horário Refeição Cálculo) Recibo (N/Cálculo) Recibo do Recibo
Natal Sub. Férias / Salário Base Cálculo)
Manuel Agostinho Catalão 529,00 € 31,80 € 132,25 € 12,30 € 705,35 € 0,00% 1,00% 7,00 € 7,00 € 0,00 € 77,59 € 77,59 € 0,00 € 4,00 € 4,00 € 0,00 €

Luis da Visitação Afonso 529,00 € 132,25 € 23,37 € 684,62 € 0,00% 7,50% 51,00 € 51,00 € 0,00 € 75,31 € 75,31 € 0,00 € 2,00 € 2,00 € 0,00 €

Joao de Sousa Almeida 529,00 € 23,37 € 552,37 € 0,00% 0,00% 0,00 € 0,00 € 0,00 € 60,76 € 60,76 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

Baltazar Correia dos Santos 529,00 € 23,37 € 552,37 € 0,00% 0,00% 0,00 € 0,00 € 0,00 € 41,43 € 41,43 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

Armando José M. de Almeida 840,00 € 210,00 € 23,37 € 1.073,37 € 0,00% 10,00% 107,00 € 107,00 € 0,00 € 80,50 € 80,50 € 0,00 € 14,00 € 14,00 € 0,00 €

Fernando Serafim Pereira Pinto 529,00 € 23,37 € 552,37 € 0,00% 0,00% 0,00 € 0,00 € 0,00 € 60,76 € 60,76 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

Jorge Manuel de Matos Ferreira Paula 529,00 € 132,25 € 4,37 € 665,62 € 0,00% 5,00% 33,00 € 33,00 € 0,00 € 73,22 € 73,22 € 0,00 € 2,00 € 2,00 € 0,00 €

Hugo Manuel Henriques Ferreira 529,00 € 132,25 € 15,99 € 677,24 € 0,00% 5,50% 37,00 € 37,00 € 0,00 € 74,50 € 74,50 € 0,00 € 2,00 € 2,00 € 0,00 €

Vasco Joaquim Santos Paiva 840,00 € 210,00 € 23,37 € 1.073,37 € 0,00% 14,50% 155,00 € 155,00 € 0,00 € 118,07 € 118,07 € 0,00 € 11,00 € 11,00 € 0,00 €

Agostinho Henriques Viegas 590,00 € 23,37 € 613,37 € 0,00% 5,00% 30,00 € 30,00 € 0,00 € 67,47 € 67,47 € 0,00 € 1,00 € 1,00 € 0,00 €

José Carlos Ferreira Marques 670,00 € 167,50 € 9,49 € 846,99 € 0,00% 6,00% 50,00 € 50,00 € 0,00 € 93,17 € 93,17 € 0,00 € 7,00 € 7,00 € 0,00 €

Quadro nº 9 Teste aos Gastos com o Pessoal


Paulo Jorge Coelho Cardoso 650,00 € 18,45 € 668,45 € 0,00% 0,50% 3,00 € 3,00 € 0,00 € 73,53 € 73,53 € 0,00 € 3,00 € 3,00 € 0,00 €

Alcino Moreira Barros 1.180,00 € 295,00 € 23,37 € 1.498,37 € 0,00% 11,50% 172,00 € 172,00 € 0,00 € 164,82 € 164,82 € 0,00 € 23,00 € 23,00 € 0,00 €

41
de 2014
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

CLIENTE : FREEZEFISH, S.A. ANO: 2013 NS4


SECÇÃO: TESTE GLOBAL AOS ENCARGOS SOBRE REMUNERAÇÕES
Prep. Por: Data: Revisto por: Data:
Base de incidência (Decreto-Lei nº 140/D 86 de 14 de Junho)
Denominação Conta dez-13 dez-12
Orgãos Restante Orgãos Restante
Sociais Pessoal Sociais Pessoal
Remunerações dos corpos gerentes
Ordenados e salários 28.000,00 258.987,34
Diuturnidades
Comissões
Bónus 988,20
Prémios (rendimento, prod., assiduidade., cobr., condução, etc.) 3.067,34
Horas extraordinárias
Trabalho em feriados e folgas
Subsidio de férias
Subsidio de Natal 7.024,45
Participação nos lucros da Empresa
Subsídios (penosidade, perigo, intemp. etc.)
Isenção de horário de trabalho 5.098,10
Subsidio de residenc., renda de casa, etc.
Remuneração do período de suspensão do trabalho com perda de
Retribuição como sanção disciplinar
Prestações de pre-reforma
Indemnização por despedimentos s/justa causa
Indemnização por cessão de cont. a prazo
Ordenados (16,4% a cargo da entidade patronal)
Total das remunerações sujeitas a contribuições 28.000,00 275.165,43 0,00 0,00
Percentagem dos encargos para a Segurança Social 23,75% 23,75% 20,30% 23,75%

Cálculo pela SROC 6.650,00 65.351,79 0,00 0,00

Valores contabilizados (conta 635) 6.650,00 65.350,12


Diferença para Mais ou para ( Menos ) 0,00 1,67 0,00 0,00

Quadro nº 10 Teste Global às contribuições para a Segurança Social (NS4)

FINANCIAMENTOS OBTIDOS

Os passivos financeiros são parte integrante do capital alheio e constituem uma fonte de
financiamento externa. Estes recursos não são provenientes do ciclo da exploração da empresa,
ou seja, são originados em operações de natureza financeira.

Existem dois critérios de classificação destes passivos, o primeiro prende-se com a duração, ou
seja, de curto prazo ou de médio/longo prazo e o outro com a sua finalidade, ou seja, com a sua
natureza económica. Portanto, temos passivos financeiros de financiamento e passivos
financeiros de funcionamento. Os primeiros caracterizam-se por financiar uma dada operação
(por exemplo um projeto de investimento para aquisição de um determinado imobilizado), os
segundos definem-se como passivos que visam suprir as necessidades correntes da empresa (por
exemplo uma conta corrente caucionada).

42
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Assim nesta área incluem-se todos os financiamentos obtidos (conta 25), nomeadamente
empréstimos bancários, locações financeiras e contas correntes caucionadas. O principal objetivo
é determinar se os saldos evidenciados nestes passivos financeiros são legítimos, se estão
devidamente valorizados, se correspondem aos empréstimos contraídos pela empresa e se não
existem passivos não reconhecidos.

Portanto, para apurar a veracidade das respetivas quantias contabilizadas, era solicitado à
empresa um balancete da conta 25 com referência a 31 de Dezembro, cruzando esta informação
com as respostas dos bancos (fruto do processo de circularização - ANEXO XV), sendo assim
possível confirmar se o saldo na contabilidade correspondia efetivamente ao capital em dívida
inscrito nos extratos bancários. Com o mesmo fim, eram também enviadas cartas de
circularização às locadoras financeiras (ANEXO XXII). Como complemento a este processo era
solicitado ainda à empresa o Mapa da Responsabilidade de Crédito, proveniente do Banco de
Portugal.

No dossier permanente encontram-se arquivados, no ponto 4, os contratos dos financiamentos


obtidos, sejam eles empréstimos bancários ou locações financeiras.

Ainda nesta área era tido em atenção o princípio do acréscimo, nomeadamente ao nível da
periodicidade dos juros, sendo que, para tal, era solicitado à empresa os avisos de lançamento ou
recibos das últimas prestações dos financiamentos por amortizar, a fim de se conferir essa
periodicidade. Consequentemente, caso não houvesse necessidade de diferir os gastos, os juros
eram contabilizados como gasto do exercício, analisando-se a respetiva contabilização.

43
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ESTADO E OUTROS ENTES PÚBLICOS E IMPOSTOS

Nesta área eram testados os pagamentos ao Estado e à Segurança Social, assim como era
verificado se os valores submetidos e declarados coincidiam com a contabilidade.

Inicialmente era recolhida do portal das Finanças (password cedida pelas empresas) toda a
documentação necessária para testar os pagamentos ao Estado: Pagamentos Antecipados de IRC,
Declarações de Retenções na Fonte de IRS/IRC e Imposto de Selo e ainda as Declarações
Periódicas do IVA, normalmente referentes aos períodos de Março, Junho, Setembro e
Dezembro. Esta informação era cruzada com os extratos da contabilidade fornecidas pela
empresa, em particular os seguintes:

Conta Designação
24.1 Imposto sobre o rendimento
24.2 Retenção de impostos sobre rendimentos
24.3.5 IVA – Apuramento
24.3.6 IVA – A pagar
24.3.7 IVA – A recuperar
24.5 Contribuições para a Segurança Social
Quadro nº 11 Extratos de conta solicitados para a área Q (Fonte: elaboração própria)

Com base na modelo 22 do período anterior (2012), era realizado o teste aos pagamentos por
conta e especial por conta. Para o efeito era utilizado o papel de trabalho (ANEXO XXIII) que,
após a introdução de alguma informação constante na modelo 22 do período anterior, realizava,
automaticamente, os respetivos planos de pagamentos. A partir deste cálculo, e com base na
informação já recolhida, era possível verificar se os pagamentos teriam sido efetuados nos prazos
legais e pelos montantes devidos.

No que diz respeito à retenção de impostos sobre rendimentos, estes são respeitantes a
rendimentos de trabalho dependente, independente e prediais. O teste aos valores contabilizados
nestas contas estão relacionados com os procedimentos descritos na área N, que em suma era a
verificação das taxas aplicadas aos montantes recebidos/pagos. Deste modo, conjuntamente com
a informação recolhida no portal das finanças e com o extrato da conta 24.2, era verificado se a
retenção era feita corretamente e se os valores submetidos coincidiam com os constantes nesse

44
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

mesmo extrato. No que concerne aos rendimentos prediais, os valores recebidos eram
contabilizados como proveitos na classe 7, onde se verificava se a retenção era efetuada de
acordo com a legislação aplicável.

No que diz respeito ao IVA, era testado o apuramento deste imposto, verificando os valores
apresentados e a contabilização nos respetivos campos da declaração de IVA (ANEXO XXIV).
No final, haveria lugar a imposto a entregar ao Estado ou imposto a recuperar. Mais uma vez, o
grande objetivo era averiguar se os valores apurados e declarados correspondiam aos
movimentos do mês a que reportavam, assim como, no caso de dar origem a pagamento de
imposto, se o mesmo teria sido efetuado nos prazos legais, com base no respetivo comprovativo.
No que diz respeito às contribuições para a Segurança Social, o objetivo era confirmar, mais uma
vez, se os valores submetidos correspondiam aos registados na contabilidade (procedimentos
descritos na área N).

Importa ainda referir que, a par dos restantes documentos, eram requeridas as “Certidões de não
dívida” ao Estado e à Segurança Social.

45
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

CAPITAL PRÓPRIO

O capital próprio é o valor contabilístico de uma empresa numa determinada data, ou seja, é a
diferença entre os seus ativos e os seus passivos. O capital pode ser classificado como realizado
ou não realizado, e é constituído pelas entradas dos sócios, pelos resultados gerados pela
empresa, revalorizações, subsídios, doações e ajustamentos em investimentos financeiros.

O objetivo da auditoria nesta área é obter evidência sobre as transações e os saldos, e se a sua
apresentação foi efetuada de acordo com os normativos legais, nomeadamente, os seguintes:

 As contas de capital são movimentadas tendo em atenção os estatutos da sociedade e as


deliberações da assembleia geral, nomeadamente, aumentos/diminuições de capital,
distribuição de resultados e aplicação de reservas;
 Os subsídios foram corretamente imputados a capital e a rendimentos tendo por base a
vida útil do bem;
 As variações nos capitais próprios das empresas subsidiárias e associadas estão
adequadamente refletidas;
 A realização das reservas de reavaliação está a ser adequadamente imputada a resultados
transitados;
 As reservas legais, segundo o artigo 295.º CSC nº1 refere que “Uma percentagem não
inferior à vigésima parte (5%) dos lucros da sociedade é destinada à constituição da
reserva legal e, sendo caso disso, à sua reintegração, até que aquela represente a quinta
parte do capital social”.
 Análise dos movimentos ocorridos em resultados transitados, e se os mesmos são
originados ou não por regularizações não frequentes ou de grande significado;
 Análise do disposto no artigo 35º do CSC - Perda de metade do Capital Social. (origina
uma ênfase na CLC)

Desta forma, a análise de todas as particularidades referidas eram resumidas de acordo com o
papel de trabalho (quadro nº 12), juntamente com toda a informação considerada pertinente para
análise e conclusões desta área, nomeadamente, extratos de contas, atas da assembleia e
lançamentos contabilísticos.

46
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

CLIENTE: FREEZEFISH, S.A. Preparado por: Revisto por: SS4


Secção: Variações nos Capitais Próprios Ano:
2013

CONTAS Saldo Inicial Aumento Redução Saldo Final


51 Capital 130.000,00 130.000,00
52 Acções (Quotas) Próprias
521 Acções (Quotas) Próprias - Valor Nominal 0,00 0,00
522 Acções (Quotas) Próprias - Descontos e Prémios 0,00 0,00
130.000,00 0,00 0,00 130.000,00
53 Outros Instrumentos do Capital Próprio (Prest. Suplementares) 0,00 0,00
54 Prémios de Emissão de Acções (Quotas) 0,00 0,00
55 Reservas
551 Reservas Legais 43.597,64 5.072,40 48.670,04
552 Reservas Estatutárias 0,00 0,00
553 Reservas Contratuais 0,00 0,00
554 Reservas Livres 0,00 0,00
57 Ajustamentos em Activos Financeiros
571 Método de Equivalência Patrimonial
5711 Ajustamentos de Transição 0,00 0,00
5712 Lucros não Atribuidos 0,00 0,00
5713 Outras Variações nos Cap. Próprios das Participadas 0,00 0,00
58 Excedentes de Revalorização de Activos Fixos
581 Reavaliações Decorrentes de Diplomas Legais 0,00 0,00
5811 Antes de Imposto sobre Rendimento 0,00 0,00
5812 Impostos Diferidos 0,00 0,00
589 Outros Excedentes
5891 Antes de Imposto sobre Rendimento 448.880,99 2.539,36 446.341,63
5892 Impostos Diferidos 0,00 0,00
59 Outras Variações no Capital Próprio
591 Diferenças de Conversão de Dem. Financeiras 0,00 0,00
592 Ajustamentos por Impostos Diferidos 0,00 0,00
593 Subsídios e Doações 0,00 0,00
599 Outras 0,00 0,00
492.478,63 5.072,40 2.539,36 495.011,67
56 Resultados Transitados 787.558,35 98.914,92 886.473,27
56 Resultados Transitados - Reserv. Reav. Realizadas
88 Resultado Líquido do Exercício 101.447,96 93.450,10 101.447,96 93.450,10
89 Dividendos Antecipados 0,00 0,00
T O T A L 1.511.484,94 197.437,42 103.987,32 1.604.935,04

Reserva Legal 5% 5.072,40


Resultado Liquido 101.447,96
Reforçar a Reserva Legal ?? (até 20% do Capital Próprio) Não
Resultado Distribuido 0,00
CONCLUSÕES:

O resultado do exercício de 2013, foi aplicado conforme deliberação da AG, datada de 31 de Março de 2013.
A referida acta encontra-se arquivada no dossier corrente de 2012 e no dossier permanente.
Impostos diferidos

Quadro nº 12 Variações no Capital Próprio

47
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

CAPÍTULO IV – ANÁLISE CRÍTICA

A Revisão Legal de Contas/Auditoria está associada a uma dinâmica e volumosa quantidade de


matérias, ténicas e legislativas, a que o ROC/Auditor se encontra obrigado a dominar, de forma a
organizar os processos e proteger os legítimos interesses dos seus clientes, ao mesmo tempo que
acautela os seus próprios interesses e assume as suas responsabilidades perante terceiros.

Assim, creio que, depois dos conhecimentos adquiridos no decurso da minha formação
académica, faltava esta importante experiência profissional para melhor estabelecer a relação
entre o ensino e o desempenho nesta área profissional. Em suma, durante o meu percurso
académico, por mais alertada que tenha sido, quer por professores, quer por alunos que já
desempenhavam tarefas na área da auditoria, nada poderia ter maior valor acrescentado do que
verificar, no terreno, o cumprimento das regras contabilísticas, a adoção de procedimentos e
medidas de controlo interno.

Em resultado do acompanhamento da equipa de auditoria ao terreno, tive a oportunidade de, em


particular, verificar o cumprimento de algumas asserções referidas no ponto 2.1 por parte dos
clientes da SROC, nomeadamente através dos testes substantivos efetuados foi possível concluir
que asserções como ocorrência, rigor e classificação eram cumpridos. Outra asserção constante
ao longo do meu estágio foi a plenitude, fortemente relacionada com a circularização de saldos
de terceiros. Foi ainda possível verificar asserções como a valorização, imputação/mensuração
através do acompanhamento a contagens e verificações físicas efetuadas aos inventários de
diversas empresas.

Por fim tive ainda a oportunidade de verificar asserções relativas à apresentação e divulgação das
demonstrações financeiras, em particular a classificação e compreensibilidade e a plenitude,
através da análise da informação divulgada no Anexo às Demonstrações Financeiras.

Para a realização das tarefas desenvolvidas ao longo do estágio foi crucial o conhecimento
adquirido ao longo da licenciatura e do mestrado, embora algumas disciplinas tenham tido mais
impacto do que outras. Considero que as disciplinas que mais contribuíram para o desempenho
das funções foram, práticas de auditoria financeira e a contabilidade financeira.

Dada a participação ativa nos diversos trabalhos de auditoria e perante as funções e


responsabilidades que me foram delegadas, penso que consegui contribuir na Marques de

48
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Almeida, J. Nunes, V. Simões e Associados - SROC, S.A. de forma positiva, pelo empenho que
coloquei nas minhas tarefas, levando-as até ao final e pela boa relação interpessoal que mantive
com os demais.

Fazendo um balanço do valor acrescentado ao longo do estágio, considero que esta oportunidade
foi deveras enriquecedora a todos os níveis, pois além dos conhecimentos práticos e das
competências adquiridas, tive a possibilidade de conhecer e estabelecer fortes ligações com os
colegas, a quem, mais uma vez, quero agradecer por todos os ensinamentos, partilha de
conhecimento e todo o apoio prestado.

49
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES FINAIS

A essência da auditoria financeira é confirmar a credibilidade das demonstrações financeiras


apresentadas pelos órgãos de gestão das empresas, tornando-as, assim, úteis para os utentes e
utilizadores da informação financeira. Deste modo, ao revisor/auditor importa determinar se
essas demonstrações financeiras refletem uma imagem verdadeira e apropriada da posição
financeira da empresa, tendo por base um vasto conjunto normativo.

A auditoria surgiu numa ótica de deteção de fraudes, evoluindo para um conceito de verificação
das demonstrações financeiras, estando hoje em dia mais direcionada para a área de riscos
futuros e para a capacidade da organização os diminuir, através de um adequado planeamento e
controlo. Existe uma forte regulamentação neste setor de atividade, quer ao nível dos serviços,
quer ao nível dos profissionais, tendo o auditor que obedecer a um vasto número de requisitos. O
planeamento da auditoria, revela-se a fase mais importante do trabalho de auditoria, juntamente
com avaliação da materialidade e risco. Tratando-se de um processo rigoroso, um bom
planeamento é a base para um desenrolar adequado do mesmo. A materialidade e o risco são
conceitos associados à (quase) impossibilidade do auditor analisar todas as contas e transações.
A materialidade é, grosso modo, o conjunto de distorções existentes nas demonstrações
financeiras. O risco, definido como a possibilidade que o auditor corre de dar uma opinião
inapropriada das demonstrações financeiras, associa-se à materialidade. O processo de auditoria
conclui-se com a emissão da CLC (ou Declaração de Impossibilidade de Certificação Legal das
Contas), sendo que para que o auditor consiga corroborar a sua opinião nela presente, deverá
conseguir recolher, durante o processo, prova suficiente e apropriada, materializada nos papéis
de trabalho.

Portanto, a revisão/auditoria às contas e a outros elementos financeiros é fundamental para


melhorar a transparência e garantir a credibilidade da informação financeira prestada pelas
entidades, possibilitando, desta forma, aos utilizadores dessa informação tomarem decisões mais
sustentadas. Com o crescente volume de escândalos e crises financeiras, a auditoria tem, cada
vez, mais um papel fulcral na minimização do risco a este nível.

50
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida, Bruno, (2014), Manual de Auditoria Financeira: Uma análise integrada baseada no
risco, Escolar Editora, Lisboa

Almeida, Bruno, (Janeiro/Abril de 2013), Amostragem em Auditoria, Revista Revisores e


Auditores (OROC)

Almeida, Rui M. P; Dias, Ana Isabel e Carvalho, Fernando (2010), SNC Explicado, ATF – Edições
Técnicas
ARENS, Alvin, ELDER, Randal e BEASLEY, Mark (2007) Auditing and assurance services: na
integrated approach, 12ª edição, Prentice Hall, New Jersey.

Carvalho, Pedro (Abril/Junho de 2013), Continuidade e Auditoria, Revista Revisores e Auditores


(OROC)

COSTA, C. Baptista da, (2010), Auditoria financeira – teoria e prática, 9ª edição, Rei dos Livros,
Lisboa.

Diretiva 2014/56/UE do Parlamento Europeu do Conselho de 16 Abril de 2014

Documentação interna e de Formação da Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões &


Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A.

Figueiredo, Óscar (Outubro/Dezembro de 2013), Os valores inseparáveis da profissão: Ética e


Qualidade da Auditoria, Revista Revisores e Auditores (OROC)

Godinho, Carla (Julho/Setembro de 2012), O Sistema Interno de Controlo de Qualidade no


exercício da atividade de Revisor Oficial de Contas (aplicação da ISQC1), Revista Revisores e
Auditores (OROC)

Gomes, Emília (Janeiro/Março de 2014), A importância do Controlo Interno no Planeamento de


Auditoria, Revista Revisores e Auditores (OROC)

MORAIS, Georgina e MARTINS, Isabel, (2013), Auditoria Interna – Processo e Função, 4ª


edição, Lisboa, Áreas Editora.

Schilder, Arnold (Fevereiro de 2012), Ceticismo Profissional numa Auditoria de Demonstrações


Financeiras, Revista Revisores e Auditores (OROC)

51
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

CIBERGRAFIA

http://www.oroc.pt/ - Directrizes de Revisão/Auditoria - consultado em 25 de Agosto de 2014

http://www.oroc.pt/ - Manual dos Revisores Oficiais de Contas - consultado em 25 de Agosto de


2014

http://www.oroc.pt/ - Normas Técnicas de Revisão/Auditoria - consultado em 25 de Agosto de


2014

http://www.oroc.pt/fotos/ editor2/Bastonario/2011/ CodigoEtica2011.pdf - Código de Ética da


Ordem dos Revisores Oficiais de Contas - consultado em 25 de Agosto de 2014

52
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXOS

53
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO I – Declaração de Aceitação

54
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO II – Índice do Dossier Corrente

55
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO III – Índice do Dossier Permanente

56
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

57
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

58
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

59
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

60
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

61
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

62
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

63
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

64
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

65
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO IV – Modelo de relatório de revisão/auditoria para contas individuais

66
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

67
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO V - Declaração de Impossibilidade de CLC

68
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO VI – Planeamento

69
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões & Associados


Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A.

MEMORANDO DE PLANEAMENTO DE AUDITORIA

EMPRESA: FREEZEFISH, S.A.

ANO: 2013

I. ATIVIDADE DO CLIENTE

1. Organização
2. Propriedade
3. Enquadramento da actividade
3.1. Enquadramento macroeconómico
3.2. Enquadramento sectorial
4. Recursos Humanos
5. Investimentos
6. Revisão Analítica Global

70
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

II. PLANO GERAL DA REVISÃO

1. Condições de compromisso
2. Natureza e oportunidade do compromisso
3. Políticas Contabilísticas adoptadas pelo cliente e suas alterações
4. Grau de confiança no controlo interno
5. Plano geral de abordagem
6. Acontecimentos significativos para a revisão
7. Risco de auditoria
8. Áreas significativas de revisão
9. Planeamento da materialidade
10. Erro tolerável
11. Estratégia de Auditoria
12. Planos de datas e horas
13. Planeamento de equipa

Preparado por:: Data: Revisto por: Data:

1ª Atualização: Data: Revisto por: Data:

71
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

I. Atividade do cliente

1. Organização

A sociedade por quotas FREEZEFISH, S.A., foi constituída em 1990, com um capital social de € 130.000, sendo a sua
atividade o comércio por grosso de peixe, crustáceos e moluscos e a sua sede é na Rua da Orta, nº 67, Viseu.

2. Propriedade

O capital social é de € 130.000 e encontra-se integralmente realizado.

A sua estrutura acionista é a seguinte:

31-Dez-2012
Acionistas
Valor %

X € 117.000 90%

Y € 13.000 10%

Somatório € 130.000 100%

3. Enquadramento da actividade

3.1. Enquadramento macroeconómico

Em 2012, a evolução da Economia Portuguesa foi determinantemente marcada pela suspensão do acesso a
financiamento de mercado e pelo início da aplicação do Programa de Assistência Económica e Financeira, o qual condiciona as
perspectivas de médio prazo.

Os Indicadores divulgados pelo banco de Portugal e pelo INE registaram em 2012 (PIB) uma redução de 3,2%, quando
no ano de 2011 já havia registado uma quebra de 1,6%. Este comportamento reflete uma contração em todas as áreas da
procura interna, a qual foi parcialmente compensada por um crescimento de 3,3% das exportações.

Os dados do INE revelam uma tendência de maior deterioração no último trimestre de 2012. Na base da degradação da
riqueza está, fundamentalmente, a procura interna motivada por um menor rendimento disponível das famílias e menor
investimento das empresas.

72
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

O resultado conjugado do défice público elevado e do crescimento da dívida pública e privada, que provocaram a
intervenção do FMI, do BCE e da Comissão Europeia, obrigou a que o conjunto de medidas de austeridade adotadas e a adotar
possam precipitar a economia nacional numa recessão.

Esta espiral recessiva está a afectar o emprego e, segundo dados do Eurostat, Portugal terá atingido em Dezembro de
2012 uma taxa de desemprego de 15,7%.

O Eurostat reviu em alta as previsões do desemprego, tanto da zona euro como da generalidade da UE. Apenas
Espanha, com uma taxa de desemprego de 26,3%, e a Grécia com uma taxa próxima dos 26,4%, apresentam valores mais
elevados do que Portugal.

A situação de desemprego é ainda mais grave entre os jovens, que em Dezembro, apresentavam uma taxa de
desemprego de 36,3%.

No que se refere às condições de financiamento das empresas, assistiu-se em 2012, a uma forte restrição do crédito e a
um elevado aumento dos custos de financiamento disponível, resultante dos acréscimos de spreads praticados pela
generalidade da banca. A situação não foi ainda mais gravosa, para as empresas, porque as taxas de referência Euribor se
mantiveram em valores, significativamente, baixos.

As perspetivas macroeconómicas para 2013 são, por isso, bastante preocupantes, o défice crónico da balança
comercial, e a progressiva entrada no comércio mundial dos países asiáticos e do centro e leste da Europa, que alteraram os
padrões das vantagens comparativas a nível mundial.

O desequilíbrio das contas públicas e o agravamento do endividamento público acentuaram a exposição da nossa
economia a uma conjuntura externa adversa.

Atualmente, o ajustamento da economia portuguesa é prejudicado por um quadro de estagnação da Europa.

Na atual conjuntura, assumem especial importância as reformas estruturais que possibilitem potenciar o crescimento da
economia portuguesa, cuja execução se encontra prevista no Programa de Assistência Económica e Financeira.

73
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

3.2. Enquadramento setorial

Desde o seu início, a empresa esteve sempre vocacionada para o comércio de peixe congelado.

A empresa está inserida num setor que está diretamente ligado ao consumo privado e ao consumo público. Apesar do
consumo ter decrescido, o valor do Índice de Preços do Consumidor no grupo da “Alimentação” apresentou uma variação
positiva de 2,9% e o segmento do “Peixe Congelado” assinalou uma variação positiva de 5%, como demonstra o Índice de
Preços no Consumidor, referente a 2012, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística.

A estimativa em quantidade de desembarques totais de pescado de 2011/2012, registou uma variação negativa de 8,3%,
esta variação foi particularmente expressiva ante a variação positiva de 3% verificada em 2011.

A estimativa de preços médios (2011/2012) teve uma variação positiva de 7,78% comparativamente à estimativa de
6,37% observada em 2011.

A balança comercial dos produtos da pesca assinalou as seguintes variações entre Janeiro e Dezembro (2011 / 2012):
diminuição de 0,6% nas quantidades importadas, a que equivaleu um decréscimo de 2,15% no valor das importações; as
exportações em 2012 tiveram uma quebra de 2,1% em quantidade, o que correspondeu a um decréscimo de 1,9% em valor.

No subgrupo “Pescado Congelado” verificou-se um crescimento de 7,9% nas quantidades importadas, a que
correspondeu um aumento de 2,6% em valor, as exportações voltaram a ter um comportamento positivo, tendo registado um
crescimento de 5,3% em quantidade e de 10,9% em valor.

Considerando o contexto nacional e externo, no ano 2012 verificou-se uma contração da procura interna que
condicionou a dinâmica da evolução económica que a empresa vinha a registar anteriormente.

Contudo, a redução do volume de negócios não afetou, de igual modo, a globalidade dos segmentos de mercado da
empresa.

Na área do retalho a empresa registou uma quebra ligeira de vendas, onde o segmento mais afetado foi a restauração
coletiva: a perda de um concurso público por parte de um dos nossos parceiros determinou uma quebra da atividade nesta área
de negócio.

Em 2013 a empresa prevê continuar a estabilizar a posição na empresa no mercado nacional, e impulsionar os contactos
com novos clientes e mercados no exterior (UE e Países Terceiros).

74
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

4. Recursos Humanos

A tendência crescente do aumento dos custos com pessoal desacelerou em 2012, devido às medidas de redução do
quadro de pessoal, implementadas na sequência da redução da atividade.

Em 2013 é espetável que a tendência de redução destes gastos se mantenha, face à projeção da procura interna
conjugada com os ganhos de produtividade que se pretendem alcançar.

5. Investimentos

Para 2014, os investimentos são moderados face à atual conjuntura económica e bancária, exceptuando-se algum
negócio de oportunidade.

6. Revisão Analítica Global

6.1. Comparação com o período homólogo


FREEZEFISH,
Consermar - Produtos S.A.
Alimentares, S.A. 30-set-13 30-set-12 Variação
Valores expressos em Euros Valor %
Valores expressos em Euros
0 ACTIVO
ACTIVO NÃO CORRENTE
Activos Fixos Tangíveis 1.841.419 1.523.646 317.773 20,9%
Participações Financeiras - Outros Métodos 13.800 8.300 5.500 66,3%
1.855.219 1.531.946 323.273 21,1%

ACTIVO CORRENTE
Inventários 1.827.363 1.384.195 443.168 32,0%
Clientes 752.019 1.117.928 (365.909) (32,7% )
Estado e Outros Entes Públicos 25.030 16.177 8.853 54,7%
Outras Contas a Receber 72.815 84.056 (11.241) (13,4% )
Diferimentos 2.396 2.232 164 7,3%
Activos Financeiros Detidos para Negociação 2.224 - 2.224 n.a.
Outros Activos Financeiros 470.000 220.000 250.000 113,6%
Caixa e Depósitos Bancários 73.794 10.595 63.199 596,5%
3.225.641 2.835.183 390.458 13,8%

TOTAL DO ACTIVO 5.080.860 4.367.129 713.731 16,3%

Da análise do quadro supra podemos constatar que:

 Os Clientes registaram uma diminuição de 32,7%

 O Estado e Outros Entes Públicos registaram um aumento de 54,7%

 Os Diferimentos registaram um aumento 7,3%

75
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

 A Caixa e Outros Depósitos Bancários registaram uma diminuição de 595,5%

 No global o Ativo aumentou 16,3%

 O imobilizado aumentou 20,9%

Consermar - Produtos Alimentares,


FREEZEFISH, S.A.
S.A. 30-set-13 30-set-12 Variação
Valores expressos em Euros Valor %
Valores expressos em Euros
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

CAPITAL
Capital Realizado 130.000 130.000 - 0,0%
Reservas Legais 48.670 43.598 5.072 11,6%
Resultados Transitados 883.934 789.950 93.984 11,9%
Excedentes de Revalorização 448.881 507.843 (58.962) (11,6% )
1.511.485 1.471.391 40.094 2,7%

Resultado Líquido do Período (381.468) 16.399 (397.868) (2426,1% )


Total do Capital Próprio 1.130.017 1.487.790 (357.774) (24,0% )

PASSIVO NÃO CORRENTE


Passivos por Impostos Diferidos 39.353 - 39.353 n.a.
39.353 - 39.353 n.a.
PASSIVO CORRENTE
Fornecedores 977.312 1.187.954 (210.642) (17,7% )
Estado e Outros Entes Públicos 13.389 15.877 (2.488) (15,7% )
Financiamentos Obtidos 2.846.487 1.613.340 1.233.147 76,4%
Outras Contas a Pagar 74.303 62.168 12.135 19,5%
3.911.491 2.879.339 1.032.152 35,8%
Total do Passivo 3.950.844 2.879.339 1.071.505 37,2%

Total do Capital Próprio e do Passivo 5.080.861 4.367.129 713.731 16,3%

Da análise do quadro supra podemos constatar que:

 Os fornecedores registaram uma diminuição de 17,7%;

 As dívidas ao Estado e Outros Entes Públicos registaram uma diminuição de 15,7%;

 Os financiamentos obtidos aumentaram 76,4%;

76
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

5
FREEZEFISH,
Consermar - Produtos S.A.
Alimentares, S.A. 30-set-13 30-set-12 Variação
Valores expressos em Euros Valor %
Valores expressos em Euros
RENDIMENTOS E GASTOS
Vendas e Serviços Prestados 4.683.071 6.027.389 (1.344.318) (22,3% )
Subsídios à Exploração - 672 (672) (100,0% )
Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas (4.205.617) (5.120.602) 914.984 (17,9% )
Fornecimentos e Serviços Externos (371.996) (414.534) 42.538 (10,3% )
Gastos com o Pessoal (308.662) (333.456) 24.794 (7,4% )
Imparidade de Dívidas a Receber (Perdas / Reversões) 856 400 456 114,0%
Aumentos/Reduções de Justo Valor (479) - (479) n.a.
Outros Rendimentos e Ganhos 7.356 7.075 281 4,0%
Outros Gastos e Perdas (34.002) (34.301) 299 (0,9% )
Resultado antes de depreciações, gastos de financiamentos e impostos (229.473) 132.643 (362.117) (273,0% )

Gastos/Reversões de depreciação e amortização (71.563) (60.107) (11.456) 19,1%


Resultado Operacional (antes de gastos de financiamentos e impostos) (301.036) 72.536 (373.573) (515,0% )

Juros e Rendimentos Similares obtidos 6.312 4.615 1.697 36,8%


Juros e Gastos Similares suportados (86.744) (60.752) (25.992) 42,8%
Resultado antes de Impostos (381.468) 16.399 (397.868) (2426,1% )

Resultado Líquido do Período (381.468) 16.399 (397.868) (2426,1% )

Resultado das actividades descontinuadas (líquido de impostos) incluído


no resultado líquido do período - - - n.a.

Da análise do quadro supra podemos constatar que:

 As vendas diminuíram 22,3%;

 O CMVMC diminuiu 17,9%;

 Os juros suportados aumentaram 42,8%;

 Os gastos com depreciações e amortizações aumentaram 19,1%;

77
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

6.2. Comparação com o final do período anterior

Consermar - Produtos Alimentares,S.A.


FREEZEFISH, S.A. 30-set-13 31-dez-12 Variação
Valores expressos em Euros Valor %
Valores expressos em Euros
1 ACTIVO
ACTIVO NÃO CORRENTE
Activos Fixos Tangíveis 1.841.419 1.880.791 (39.372) (2,1% )
Participações Financeiras - Outros Métodos 13.800 8.300 5.500 66,3%
1.855.219 1.889.091 (33.872) (1,8% )

ACTIVO CORRENTE
Inventários 1.827.363 1.827.363 - 0,0%
Clientes 752.019 682.068 69.951 10,3%
Estado e Outros Entes Públicos 25.030 12.102 12.928 106,8%
Outras Contas a Receber 72.815 121.129 (48.314) (39,9% )
Diferimentos 2.396 15.891 (13.495) (84,9% )
Activos Financeiros Detidos para Negociação 2.224 2.224 0 0,0%
Outros Activos Financeiros 470.000 - 470.000 n.a.
Caixa e Depósitos Bancários 73.794 238.181 (164.387) (69,0% )
3.225.641 2.898.958 326.684 11,3%

TOTAL DO ACTIVO 5.080.860 4.788.048 292.812 6,1%

Da análise do quadro supra podemos constatar que:

 As dívidas de clientes aumentaram 10,3%;

 A rubrica de Outros Ativos Financeiros registou um aumento de 113,6%

 A Caixa e Depósitos Bancários registaram uma diminuição de 69%

78
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

FREEZEFISH,
Consermar - Produtos Alimentares,S.A.
S.A. 30-set-13 31-dez-12 Variação
Valores expressos em Euros Valor %
Valores expressos em Euros
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

CAPITAL
Capital Realizado 130.000 130.000 - 0,0%
Reservas Legais 48.670 43.598 5.072 11,6%
Resultados Transitados 883.934 787.558 96.376 12,2%
Excedentes de Revalorização 448.881 448.881 0 0,0%
1.511.485 1.410.037 101.448 7,2%

Resultado Líquido do Período (381.468) 101.448 (482.916) (476,0% )


Total do Capital Próprio 1.130.017 1.511.485 (381.468) (25,2% )

PASSIVO NÃO CORRENTE


Passivos por Impostos Diferidos 39.353 - 39.353 n.a.
39.353 - 39.353 n.a.
PASSIVO CORRENTE
Fornecedores 977.312 1.281.698 (304.386) (23,7% )
Estado e Outros Entes Públicos 13.389 37.332 (23.943) (64,1% )
Financiamentos Obtidos 2.846.487 1.824.450 1.022.037 56,0%
Outras Contas a Pagar 74.303 41.812 32.491 77,7%
Diferimentos - 91.271 (91.271) (100,0% )
3.911.491 3.276.564 634.927 19,4%
Total do Passivo 3.950.844 3.276.564 674.280 20,6%

Total do Capital Próprio e do Passivo 5.080.861 4.788.048 292.812 6,1%

Da análise do quadro supra podemos constatar que:

 As dívidas a Fornecedores registaram um aumento de 23,7%;

 A Rubrica de Outras Contas a Pagar registou um aumento de 77,7%;

 O Passivo aumentou 6,1%.

79
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Taxa IVA: 23% 30/set/13 30/jun/13 31/mar/13 31/dez/12 30/set/12 30/jun/12 31/mar/12 31/dez/11 31/dez/10

Formulas Rácios Financeiros


Liquidez Geral / Current Ratio 0,82 0,84 0,83 0,88 0,98 0,96 1,00 1,20 1,15
Liquidez Reduzida / Acid Test 0,36 0,42 0,34 0,33 0,50 0,60 0,65 0,71 0,82
Liquidez Imediata / Cash Ratio 0,02 0,02 0,06 0,07 0,00 0,04 0,02 0,06 0,04
Cobertura do Investimento 0,63 0,58 0,60 0,80 0,97 0,89 1,01 1,36 1,26
Solvabilidade / Solvency Ratio 0,29 0,25 0,30 0,46 0,52 0,35 0,41 0,41 0,41
Autonomia Financeira 0,22 0,20 0,23 0,32 0,34 0,26 0,29 0,29 0,29
Capacidade de Endividamento 0,97 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,68 0,68

Formulas Rácios Económicos - Rendibilidade


M argem Bruta das Vendas / Gross Margin Ratio 100,00% 100,00% 100,00% 18,40% 100,00% 100,00% 100,00% 15,98% 16,99%
Rendibilidade Operacional das Vendas e Prestações de Serviços (6,43%) (8,46%) (17,37%) 2,97% 1,20% (1,09%) 5,44% 2,87% 3,02%
Rendibilidade Líquida das Vendas e Prestações de Serviços (8,15%) (9,99%) (18,83%) 1,37% 0,27% (1,89%) 4,61% 1,66% 1,85%

Formulas Rácios Económico - Financeiros


Rendibilidade dos Capitais Próprios / Return on Equity (ROE) (33,76%) (29,37%) (24,88%) 6,71% 1,10% (6,15%) 7,18% 9,77% 11,02%
Rendibilidade do Activo / Return on Assets (ROA) (5,92%) (4,95%) (5,21%) 3,69% 1,66% (0,93%) 2,47% 4,36% 4,47%
Rendibilidade do Investimento / Return on Investment (ROI) (7,51%) (5,85%) (5,65%) 3,02% 0,38% (1,61%) 2,09% 3,45% 3,91%
Rotação dos Capitais Totais 5,54 5,93 5,36 4,89 5,42 6,57 6,32 5,87 5,97
Rotação do Activo Não Corrente 3,40 3,49 3,25 3,93 5,29 5,90 6,41 5,47 5,11
Rotação do Activo Corrente 1,94 1,79 1,95 2,55 2,84 2,43 2,58 2,52 2,60
Rotação dos Capitais Próprios 5,54 5,93 5,36 4,89 5,42 6,57 6,32 5,87 5,97
Rotação dos Capitais Permanentes 5,35 5,93 5,36 4,89 5,42 6,57 6,32 4,01 4,06

Da análise do quadro supra podemos constatar que:

Que a MB tem vindo a diminuir, em função das Vendas terem vindo a baixar comparativamente com o CMVMC.

Efectuámos uma revisão analítica dos valores acima referidos.

 A empresa tem apresentado um volume de negócios crescente nos dois últimos anos.
 A autonomia financeira piorou comparativamente com os mesmos períodos homólogos.
 Verifica-se um decréscimo quer nos prazos médios de recebimentos, quer nos prazos médio de pagamentos.
 O EBITDA encontra-se com € 229.473,00.

80
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

II. Plano Geral da Revisão

1. Condições de compromisso

Em 2012 fomos nomeados fiscal único por um mando de quatro anos.

2. Natureza e oportunidade do compromisso

Iremos efectuar a revisão das Demonstrações Financeiras da FREEZEFISH, S.A., para o ano que terminou em
31.12.2013, de acordo com os procedimentos descritos no Programa de Revisão.

Os documentos a emitir são os seguintes (em 2 exemplares, dirigidos à Administração):

DATA

Certificação Legal das Contas (CLC) Até 15 de Março de 2014

Relatório e Parecer do Fiscal Único Até 15 de Março de 2014

Relatório de auditoria Até 15 de Março de 2014

81
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

3. Políticas Contabilísticas adoptadas pelo cliente e suas alterações


BASES DE APRESENTAÇÃO

As demonstrações financeiras da FREEZEFISH, S.A. foram preparadas de acordo com os princípios contabilísticos
geralmente aceites em Portugal, nomeadamente do custo histórico, da continuidade das operações e em conformidade com os
conceitos fundamentais de prudência, materialidade, consistência e, em todos os aspectos significativos, da especialização dos
exercícios.

As principais políticas contabilísticas e critérios valorimétricos utilizados na preparação das demonstrações financeiras
encontram-se descritos a seguir:

Ativos fixos tangíveis

Os ativos fixos tangíveis estão valorizados ao custo de aquisição. Os terrenos revalorizados foram mensurados, na
transição de POC para SNC, pelo montante revalorizado como custo, de acordo com a excepção divulgada na NCRF 3 –
Adoção pela primeira vez das NCRF.

Os encargos com a manutenção e conservação de natureza corrente são registados em resultados ao custo real
incorrido.

As mais ou menos valias resultantes da venda ou abate são determinadas pela diferença entre o preço de venda e o
valor líquido contabilístico na data da alienação / abate, sendo registadas na Demonstração de Resultados nas rubricas “Outros
Rendimentos Operacionais” / “Outros Gastos Operacionais”.

As depreciações são calculadas, em sistema de duodécimos, com base no método das quotas constantes, utilizando a
estimativa de vida útil dos bens, conforme a tabela seguinte:

Anos de vida Útil

Edifícios e outras construções 5 - 20

Equipamento Básico 4 - 8

Equipamento de Transporte 4 - 7

Equipamento Administrativo 3 - 10

Outros Ativos Fixos Tangíveis 3 - 10

82
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Ativos Intangíveis

Os Ativos Intangíveis são mensurados ao custo de aquisição e apenas são reconhecidos se for provável que deles
advenham benefícios económicos para a Empresa, que sejam controláveis pela Empresa e que se possa medir, razoavelmente,
o seu valor.

As amortizações são calculadas pelo método das quotas constantes, em conformidade com o período de vida útil
estimado e de acordo com a legislação em vigor. Nos casos de propriedade Industrial a vida útil estimada é de 8 (oito) anos.

Inventários

As mercadorias, matérias-primas, subsidiárias e de consumo encontram-se valorizadas ao custo de aquisição, utilizando-


se o Custo Médio Ponderado como método de custeio. É registada uma imparidade para depreciação de inventários nos casos
em que o valor destes bens é inferior ao menor do Custo Médio de Aquisição ou de Realização.

Os Produtos Acabados e trabalhos em curso encontram-se valorizados ao Custo de Produção, que inclui o custo dos
Materiais incorporados, mão-de-obra e gastos gerais.

Financiamentos Bancários

Os empréstimos são registados no passivo pelo valor nominal recebido líquido de comissões com a emissão desses
empréstimos. Os encargos financeiros apurados, de acordo com a taxa de juro efeciva, são registados na Demonstração de
Resultados de acordo com o Regime do Acréscimo.

Diferimentos e devedores e credores por acréscimos

Nesta rubrica registam-se as receitas e as despesas que respeitam a exercícios futuros e que serão imputados aos
resultados em cada um dos exercícios, bem como os custos e os proveitos imputáveis ao exercício corrente e cujas despesas e
receitas ocorrerão em exercícios futuros.

Encargos com férias e subsídios de férias

De acordo com a legislação vigente, os empregados adquirem o direito a um mês de férias e correspondente subsídio no
ano anterior ao do seu pagamento.

Deste modo a empresa adopta o procedimento de reconhecer na rubrica de acréscimos de custos o montante relativo às
férias e subsídios de férias vencidos e não pagos, adicionando os respectivos encargos sociais.

83
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Reconhecimento de gastos e de rendimentos

Os gastos e os rendimentos são contabilizados no exercício a que respeitam independentemente da data do seu
pagamento ou recebimento, de acordo com o princípio contabilístico da especialização do exercício.

Os gastos e os rendimentos cujo valor real não seja conhecido, são contabilizados por estimativa no exercício a que
dizem respeito.

Imposto sobre o rendimento

A empresa é tributada em sede de IRC – Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas à taxa de 25%, conforme
o art. 87º do CIRC – Código do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas.

Ao valor da colecta de IRC acresce a Derrama, à taxa de 1,50% – nos Municípios de Tondela, Fundão, Peso da Régua e
Maia – sobre o Lucro Tributável.

Ao valor da colecta a empresa acresce, também, a tributação autónoma que incide sobre um conjunto de encargos,
conforme o art. 88º do CIRC – Código do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas.

Locação

A classificação das locações, como financeiras ou operacionais, é realizada em função da substância dos contratos.

Os bens adquiridos segundo contratos de locação financeira, bem como as correspondentes responsabilidades
encontram-se são reconhecidos como Ativos Fixos Tangíveis, sendo depreciados de acordo com as taxas máximas ao abrigo
do Dec. Regulamentar 25/2009. Os juros incluídos nas rendas e as depreciações dos Ativos Fixos Tangíveis são reconhecidos
como gastos do exercício, na Demonstração de Resultados.

As rendas relativas a contratos de locação financeira são registadas como redução daquelas responsabilidades e como
custos financeiros.

Nas Locações Operacionais as rendas devidas são reconhecidas como gastos na Demonstração de Resultados numa
base linear, durante o período da Locação.

Subsídios e Apoios do Governo

Os subsídios governamentais são reconhecidos de acordo com o seu Justo Valor e quando existem as certezas de
serem recebidos e de a empresa cumprir com as condições exigidas à sua concessão.

84
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

4. Grau de confiança no controlo interno


Atendendo a que se trata de uma empresa de reduzida dimensão, familiar, estruturada num reduzido número de
pessoas optamos por realizar uma abordagem substantiva. No entanto não deixaremos de efetuar os seguintes testes aos
controlos:

Ativos Fixos Tangíveis  Verificar a existência de um ficheiro do ativo fixo tangível, e analisar a forma como se
encontra organizado.
 Confirmar que ficheiro de imobilizado se encontra atualizado.
 Confirmar se existe um arquivo de aquisições de ativos fixos tangíveis, contendo toda a
documentação relativa a tais aquisições.

Inventários, Ativos  Confirmar que são feitas regularmente contagens físicas dos Inventários, ou, no caso de
Biológicos, Produção e se tratar de Sistema de Inventário permanente, se são efetuados alguns testes por
Custos amostragem ao longo do ano.
 Verificar a atualização dos registos individuais dos bens em armazém, os quais devem
ser corrigidas sempre que são efetuadas contagens. Verificar a forma como se
encontram organizados aqueles registos.

Clientes, Vendas e  Analisar sequência numérica dos diversos arquivos: Encomendas dos Clientes, Guias de
Prestações de Serviços Remessa, Faturas, Vendas a Dinheiro, Recibos, Notas de Crédito, etc., e concluir sobre a
forma como os referidos arquivos se encontram organizados.
 Confirmar que os diferentes documentos emitidos pela Empresa são pré-numerados
tipograficamente, através de consulta dos diferentes arquivos.
 Através de consulta do arquivo de faturas, verificar se em todas elas é indicado o nº da
respetiva guia de remessa. Efetuar igualmente o teste inverso, isto é, partindo do arquivo
de guias de remessa, e confirmando a inscrição do número da fatura.
 A partir do arquivo de Notas de Crédito emitidas, verificar se é inscrito o número da fatura
a que diz respeito.

Fornecedores, Compras e  Assegurar que as compras de valores significativos são desencadeadas com a
Fornecimentos elaboração de pedidos de encomenda devidamente autorizados.
 Verificar que todos os contratos de fornecimentos são suportados posteriormente por
faturas após a sua satisfação.
 Verificar que todos os pagamentos estão suportados por recibos de quitação.
 Confirmar que existe uma adequada segregação de funções ao nível de quem
encomenda, quem recebe as mercadorias e confere as faturas dos fornecedores, quem

85
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

emite notas de débito a fornecedores, quem movimenta essas contas na contabilidade e


quem prepara as reconciliações das contas correntes.

Estado e Outros Entes  Indagar se a Empresa foi objeto de alguma fiscalização recente da Administração Fiscal.
Públicos e Impostos Caso tenha havido alguma fiscalização solicitar os relatórios da Administração Fiscal e
confirmar o devido reflexo contabilístico.

Capital Próprio  Verificar se a empresa tem o número mínimo de detentores de capital, previsto para o
respetivo tipo de sociedade.

Meios líquidos Financeiros  Verificar a periodicidade da elaboração de reconciliações bancárias;


 Verificar se quem efetua a revisão da reconciliação e diferente da pessoa que a
preparou.

5. Plano geral de abordagem geral

Atualização do Arquivo Permanente e elaboração do Plano de abordagem.

Testes aos controlos dos sistemas de Proveitos, Recebimentos, Compras, Pagamentos, Pessoal e
Existências. Pretende-se com este trabalho determinar a profundidade dos trabalhos substantivos a
efectuar com referência a 31 de Dezembro de 2013.

Testes substantivos às áreas de ativos fixos tangíveis e a terceiros, incluindo a circularização de Bancos,
Advogado, Terceiros, Seguros, Sociedades de Leasing.

Após o fecho das contas com o objectivo de decompor e analisar os saldos à data de 31 de Dezembro de
2012, atendendo ao programa de revisão definido, a fim de se emitir a CLC e o RPFU.

Antes da emissão da CLC e do RPFU, discussão do relatório de auditoria e determinar se existem


acontecimentos subsequentes que possam afectar as Demonstrações Financeiras de 31 de Dezembro de
2013 e que devem por isso ser evidenciados na CLC ou pelo cliente nas notas no anexo às

86
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

demonstrações financeiras.

6. Acontecimentos significativos para a revisão

A revisão ao exercício de 2013, será efetuada no seguimento da do exercício anterior, continuando a haver especial
incidência nas contas do balanço, nomeadamente no que concerne aos ativos fixos tangíveis, inventários, clientes e
fornecedores. Relativamente aos gastos e aos rendimentos, os mesmos serão acompanhados de forma comparativa com o
exercício anterior.

7. Risco de auditoria
Risco Risco Sectorial por Asserção Perfil de Risco Significância
A C ES S O ÁREAS DE AUDITORIA
Global P E M V P E M V Valor Áreas Signif.
A Goodwill e outros activos intangíveis Médio 0,0
B Activos fixos tangíveis (Inclui recursos minerais) B B B B M M M M 35,4
C Propriedades de investimento 0,1
D Inventários e activos biológicos M B M M M M M M 141,6
E Clientes, vendas e prestações de serviços B B B B M M M M 145,5
F Outras contas a receber e a pagar B B B B M M M M 2,0
G Accionistas (Sócios) e outras partes relacionadas 0,0
H Activos não correntes detidos para venda 0,0
I Investimentos financeiros 0,2
J Instrumentos financeiros mensurados justo valor 0,0
K Caixa, depósitos bancários e outros equiv. caixa B B B B M M M M 4,4
L Diferimentos, imp. diferidos e cont. construção B B B B M M M M 2,9
M Fornecedores, compras e fornecimentos B B M M M M M M 33,0
N Pessoal e benefícios dos empregados B B B B M M M M 8,4
O Financiamentos obtidos B B B B M M M M 34,2
P Provisões e matérias ambientais 0,0
Q Estado e outros entes públicos e Impostos B B B B M M M M 1,3
S Capital próprio B B B B M M M M 27,2
V68 Outros gastos e perdas 0,5
V69 Gastos e perdas de financiamento 0,2
V75 Subsídios à exploração 0,0
V78 Outros rendimentos e ganhos 0,0
V79 Juros, dividendos e outros rendimentos similares 0,0
Z Responsabilidades, contingências, continuidade 0,0

Uma vez que se trata de uma empresa familiar, vamos correr um risco de auditoria baixo - médio (10%).

87
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

8. Áreas significativas de revisão


Demonstrações Financeiras Materialidade Significância
ÁREAS DE AUDITORIA
Activo Custos e Proveitos Específica Áreas
Passivo Valor
31 dez 2012 V. Bruto AA V.Líquido Custos Proveitos Signif.
A Goodwill e outros activos intangíveis - - - - - 0,0
B Activos fixos tangíveis (Inclui recursos minerais) 2 393 402 (512 611) 1 880 791 84 886 - 35,4
C Propriedades de investimento - - - 69 4 500 0,1
D Inventários e activos biológicos 1 827 363 - 1 827 363 6 033 973 - 141,6
E Clientes, vendas e prestações de serviços 749 535 (67 468) 682 068 - 910 7 394 639 145,5
F Outras contas a receber e a pagar 121 129 - 121 129 (10 095) - - 2,0
G Accionistas (Sócios) e outras partes relacionadas - - - - - - 0,0
H Activos não correntes detidos para venda - - - - - - 0,0
I Investimentos financeiros 8 300 - 8 300 - 1 759 0,2
J Instrumentos financeiros mensurados justo valor 2 224 2 224 - - 285 0,0
K Caixa, depósitos bancários e outros equiv. caixa 238 181 238 181 - 5 887 4,4
L Diferimentos, imp. diferidos e cont. construção 15 891 15 891 142 750 - 2,9
M Fornecedores, compras e fornecimentos - - - 1 281 698 549 145 2 086 33,0
N Pessoal e benefícios dos empregados - - - 429 466 350 - 8,4
O Financiamentos obtidos 1 824 450 71 744 34,2
P Provisões e matérias ambientais - - - 0,0
Q Estado e outros entes públicos e Impostos 12 102 12 102 37 332 20 705 - 1,3
S Capital próprio 1 511 485 27,2
V68 Outros gastos e perdas 30 431 0,5
V69 Gastos e perdas de financiamento 9 494 0,2
V75 Subsídios à exploração 672 0,0
V78 Outros rendimentos e ganhos 2 288 0,0
V79 Juros, dividendos e outros rendimentos similares 314 0,0
Z Responsabilidades, contingências, continuidade 0,0

Volume de Negócios 7 394 307


Capital Realizado (130 000)

A revisão ao exercício de 2013, deverá ter especial atenção às seguintes áreas:

 Ativos fixos tangíveis

o Teste às aquisições, alienações, cálculo das depreciações e correcta contabilização das locações.
o Contabilização de impostos diferidos decorrentes da reavaliação técnica.

 Clientes, Vendas e Prestações de Serviços:

o A empresa opera num mercado concorrencial, onde habitualmente os prazos médios de recebimentos
são muito dilatados.
o Verificar, qual o impacto nos resultados resultantes da aplicação na NCRF 19.
o Confirmação das asserções da existência e da ocorrência.

88
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

 Acréscimos e Diferimentos:

o Verificar, qual o impacto nos resultados resultantes da aplicação na NCRF 19


o Verificar a estimativa para imposto sobre o rendimento.
o Verificar a estimativa de férias e subsídio de férias.
o Verificar a especialização dos gastos e dos rendimentos relacionados com DP’s e financiamentos

 Estado e Pessoal

o Correcta aplicação das taxas de retenção na fonte e das taxas de segurança social.
o Preenchimento da mod. 22.
o Estimativa de imposto.
o Entrega das importâncias retidas no cofre do estado.

 Capital Próprio

o Aplicação dos resultados do exercício anterior conforme deliberação da AG.

 Fornecedores, FSE’s e Compras

o Testes substantivos às mais importantes rubricas de FSE’s


o Confirmação das asserções da existência e da ocorrência.

89
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

9. Planeamento da materialidade
Cliente: Consermar - Produtos
FREEZEFISH, S.A. Alimentares, S.A. Preparado por: Revisto por: XI.9
Secção: Materialidade de Auditoria Ano

2013

Materialidade de Auditoria

1. DADOS BASE PARA CÁLCULO DA MATERIALIDADE

31 dez 12
Volume de Negócios 7 394 307
Total do Activo 5 368 127
Total do Activo Líquido 4 788 048
Resultado antes de Impostos 124 016
Total dos Gastos e Perdas 7 247 002
Total dos Rendimentos e Ganhos 7 412 429

2. NÍVEIS MÁXIMOS DE MATERIALIDADE

Condição Orientação Escolha Montante


%
Entidades Comerciais 0,5% a 1% do Volume de Negóc ios 1,0% 73 943
Entidades de Investimento 1% a 2% do Ac tivo Bruto 2,0% 107 363
2% a 5% do Ac tivo Líquido 5,0% 239 402
Entidades Comissionistas 3 a 10% do Resultado antes Impostos 10,0% 12 402
Entidades sem fins lucrativos 0,5% a 2% dos Gastos e Perdas 2,0% 144 940
0,5% a 2% dos Rendimentos e Ganhos 2,0% 148 249

3. MATERIALIDADE

3.1. Nível de Materialidade da Auditoria: 74 000 Euros

3.2. Materialidade de Desempenho: M aterialidade de


Escolha % Desempenho
Entre 50% e 75% da materialidade: 75% 55 500
Quantia
3.3. Quantia Claramente Trivial: Escolha % Claramente Trivial
Por defeito é 1% da materialidade 1,0% 740

4. BASES DE DECISÃO

Tendo por base as demonstrações financeiras finais de 2012, consideramos que a


materialidade preliminar de 2013 é de 74.000.

90
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

10. Distorção tolerável


Materialidade: 74 000 €

Erro Tolerável 148 000 € 2x materialidade

Peso no total das


Consermar - Produtos Alimentares, Lda.
FREEZEFISH, S.A. Peso Total Erro Tolerável (1ª Erro Tolerável (2ª
31/12/2012 rubricas alvo de
do Balanço alocação) alocação)
Valores expressos em Euros amostragem
0 ACTI VO Valores expressos em Euros

ACTI VO NÃO CORRENTE

Activos Fixos Tangíveis 1 880 791 19,64% 29 068 24,22% 35 841


Propriedades de Investimento 0 0,00% 0
Goodwill 0 0,00% 0
Activos Intangíveis 0 0,00% 0
Activos Biológicos 0 0,00% 0
Clientes 0 0,00% 0
Adiantamentos a Fornecedores 0 0,00% 0
Participações Financeiras - Método Equivalência Patrimonial 0 0,00% 0
Participações Financeiras - Outros Métodos 8 300 0,09% 128
Estado e Outros Entes Públicos 0 0,00% 0
Accionistas / Sócios 0 0,00% 0
Outras Contas a Receber 0 0,00% 0
Diferimentos 0 0,00% 0
Outros Activos Financeiros 0 0,00% 0
Activos por Impostos Diferidos 0 0,00% 0
1 889 091 19,73% 29 196 24,22%
ACTI VO CORRENTE

Inventários 1 827 363 19,08% 28 242 23,53% 0


Activos Biológicos 0 0,00% 0
Clientes 682 068 7,12% 10 541 8,78% 30 409
Adiantamentos a Fornecedores 0 0,00% 0
Estado e Outros Entes Públicos 12 102 0,13% 187
Accionistas / Sócios 0 0,00% 0
Outras Contas a Receber 121 129 1,26% 1 872 1,56% 2 308
Diferimentos 15 891 0,17% 246 0,20% 303
Activos Financeiros Detidos para Negociação 2 224 0,02% 34
Outros Activos Financeiros 0 0,00% 0
Activos Não Correntes Detidos para Venda 0 0,00% 0
Caixa e Depósitos Bancários 238 181 2,49% 3 681
2 898 958 30,27% 44 804 34,08%

TOTAL DO ACTI VO 4 788 048 50,00% 74 000 58,29%

CAPI TAL PRÓPRI O E PASSI VO

CAPI TAL

Capital Realizado 130 000 1,36% 2 009


Acções ( Quotas ) Próprias 0 0,00% 0
Outros Instrumentos de Capital Próprio 0 0,00% 0
Prémios de Emissão 0 0,00% 0
Reservas Legais 43 598 0,46% 674
Outras Reservas 0 0,00% 0
Resultados Transitados 787 558 8,22% 12 172
Ajustamentos de Activos Financeiros 0 0,00% 0
Excedentes de Revalorização 448 881 4,69% 6 938
Outras Variações no Capital Próprio 0 0,00% 0
1 410 037

Resultado Líquido do Período 101 448 1,06% 1 568


Dividendos Antecipados 0,00% 0

Total do Capital Próprio 1 511 485 15,78% 23 360 0

PASSI VO NÃO CORRENTE

Provisões
Fornecedores
Adiantamentos de Clientes
Estado e Outros Entes Públicos
Accionistas / Sócios
Financiamentos Obtidos
Responsabilidades por Benefícios Pós-Emprego
Passivos por Impostos Diferidos
Outras Contas a Pagar
Diferimentos
Outros Passivos Financeiros
0

PASSI VO CORRENTE

Provisões
Fornecedores 1 281 698 13,38% 19 809 16,50% 41 836
Adiantamentos de Clientes 0 0,00% 0
Estado e Outros Entes Públicos 37 332 0,39% 577
Accionistas / Sócios 0 0,00% 0
Financiamentos Obtidos 1 824 450 19,05% 28 197 23,49% 34 767
Responsabilidades por Benefícios Pós-Emprego 0 0,00% 0
Outras Contas a Pagar 41 812 0,44% 646 0,54% 797
Diferimentos 91 271 0,95% 1 411 1,18% 1 739
Passivos Financeiros Detidos Para Negociação 0 0,00% 0
Outros Passivos Financeiros 0 0,00% 0
Passivos Não Correntes Detidos para Venda 0 0,00% 0
3 276 564 41,71%
Total do Passivo 3 276 564 34,22% 50 640 41,71%
Total do Capital Próprio e do Passivo 4 788 048 100,00% 148 000 100,00% 148 000

0,00
a) optamos por analisar toda a conta
b) influênciada por todas as rúbricas
c) Vamos utilizar amostragem não estatística, pelo que o valor do erro tolerável desta rúbrica 28.242 vai ser realocado em igual parte aos clientes e aos fornecedores
d) Realocação do erro tolerável: +17.411,5/cada

91
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

11. Estratégia de Auditoria

Face à dimensão da empresa, à concentração do poder de decisão e ao nº de funcionários optamos por fazer uma
abordagem predominantemente substantiva em detrimentos dos testes aos controlos.

92
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

12. Planos de revisão, datas e horas

Fases Datas Trabalho a desenvolver Horas Estimadas

Atualização do dossier permanente;

Revisão analítica;

Testes aos controlos das seguintes áreas: MLF,


1º Visita Interina Setembro 14
compras, vendas, imobilizado e gastos com o
pessoal;

Testes substantivos: Imobilizado, compras,


principais rubricas de rendimentos e de gastos

Testar quais os procedimentos instituídos pela


Teste às contagens Dezembro/Janeiro 7
empresa em relação à contagem de inventários.

Assistir à contagem de inventários

Circularizar as instituições financeiras

Circularizar os principais credores e devedores


Preparação da circularização e
Fevereiro 7
envio das cartas
Circularizar os advogados

Efetuar os últimos testes aos controlos e os testes


substantivos

Teste às operações de fim de exercício

Trabalho de campo final Fevereiro/Março Teste à valorização dos inventários e ao corte às 21


entradas e às saídas

Teste às estimativas

Teste à especialização do exercício

Teste à valorização

93
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

Rever os papeis de trabalho e se estes suportam


Revisão do trabalho Março 4
as conclusões retiradas

Reunião com o órgão de gestão

Apresentação das conclusões e do relatório de


Reunião final Março 3
auditoria em versão DRAFT

Obtenção da DOG

Emissão da CLC

Emissão dos relatórios Março Emissão do RPFU 1

Emissão do RA

TOTAL DE HORAS 57

Honorários anuais: € 4.200

13. Planeamento de equipa

ROC: Bruno Almeida

Colaboradores: Filipa Silva

Dina Monteiro (Fevereiro de 2014)

94
POC DESIGNAÇÃO 31 DEZ N-1 AQUISIÇÕES REF ABATES +/- 1º Trimestre AQUISIÇÕES REF ABATES +/- 2º Trimestre AQUISIÇÕES REF ABATES +/- 3º Trimestre AQUISIÇÕES REF ABATES +/- 31 DEZ N
43 ACTIVOS FIXOS TANGÍVEIS
1 Terrenos e Recursos Naturais 718.246,12 0,00 718.246,12 0,00 718.246,12 0,00 718.246,12 0,00 718.246,12
2 Edificios e Outras Construções 809.545,40 0,00 809.545,40 0,00 809.545,40 0,00 809.545,40 800,00 800,00 810.345,40
3 Equipamento Básico 474.769,76 0,00 474.769,76 1.219,86 1.219,86 475.989,62 4.718,67 4.718,67 480.708,29 98.704,70 98.704,70 579.412,99
4 Equipamento Transporte 285.107,42 3.200,00 3.200,00 288.307,42 12.105,69 a) 12.105,69 300.413,11 10.243,90 a) 10.243,90 310.657,01 96.756,79 b) 58.188,29 38.568,50 349.225,51
5 Equipamento Administrativo 37.256,27 0,00 37.256,27 0,00 37.256,27 705,00 705,00 37.961,27 0,00 37.961,27
6 Equipamentos Biológicos 0,00 0,00 0,00 0,00
7 Outros Activos Fixos Tangíveis 0,00 0,00 0,00 0,00
2.324.924,97 3.200,00 0,00 3.200,00 2.328.124,97 13.325,55 0,00 13.325,55 2.341.450,52 15.667,57 0,00 15.667,57 2.357.118,09 196.261,49 58.188,29 138.073,20 2.495.191,29

453 INVESTIMENTOS EM CURSO 68.477,11 0,00 68.477,11 0,00 68.477,11 0,00 68.477,11 69.091,27 68.479,39 611,88 69.088,99

TOTAL TANGÍVEIS 2.393.402,08 3.200,00 0,00 3.200,00 2.396.602,08 13.325,55 0,00 13.325,55 2.409.927,63 15.667,57 2.425.595,20 265.352,76 126.667,68 138.685,08 2.564.280,28

438 DEPRECIAÇÕES ACUMULADAS


1 Terrenos e Recursos Naturais 0,00 0,00 0,00 0,00
2 Edificios e Outras Construções 84.706,11 5.022,75 5.022,75 89.728,86 5.022,75 5.022,75 94.751,61 5.022,61 5.022,61 99.774,22 8.324,12 8.324,12 108.098,34
3 Equipamento Básico 161.038,36 11.861,37 11.861,37 172.899,73 11.891,88 11.891,88 184.791,61 11.988,61 11.988,61 196.780,22 12.010,50 12.010,50 208.790,72
4 Equipamento Transporte 239.474,42 6.053,12 6.053,12 245.527,54 6.517,14 6.517,14 252.044,68 6.239,05 6.239,05 258.283,73 8.674,06 53.524,08 -44.850,02 213.433,71
5 Equipamento Administrativo 27.392,51 673,38 673,38 28.065,89 627,20 627,20 28.693,09 643,14 643,14 29.336,23 648,44 648,44 29.984,67
6 Equipamentos Biológicos 0,00 0,00 0,00 0,00
7 Outros Activos Fixos Tangíveis 0,00 0,00 0,00 0,00
0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL AMORTIZAÇÕES 512.611,40 23.610,62 0,00 23.610,62 536.222,02 24.058,97 0,00 24.058,97 560.280,99 23.893,41 0,00 23.893,41 584.174,40 29.657,12 53.524,08 -23.866,96 560.307,44

439 IMPARIDADES ACUMULADAS


1 Terrenos e Recursos Naturais
2 Edifícios e Outras Construções
3 Equipamento Básico
4 Equipamento de Transporte
5 Equipamento administrativo
6 Equipamentos biológicos
7 Outros activos fixos tangíveis
459 Investimentos em curso
TOTAL IMPARIDADES 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

NET 1.880.790,68 -20.410,62 0,00 -20.410,62 1.860.380,06 -10.733,42 0,00 -10.733,42 1.849.646,64 -23.893,41 0,00 -8.225,84 1.841.420,80 235.695,64 73.143,60 162.552,04 2.003.972,84

IMOBILIZADO AMORTIZAÇÕES/IMPARIDADES
% Substanciada Depreciações do exercício face ao imobilizado bruto Aumentos globais / Abates Aumentos globais / Regular.
45% 1ºT 2ºT 3ºT 4ºT 431 0,00 0,00
2013 1,01% 1,03% 1,01% 1,19% 432 800,00 0,00 2 23.392,23 0,00
ANEXO VII - Mapa da evolução do Ativo Fixo Tangível (BS4)

2012 1,06% 1,06% 1,03% 2,01% 433 104.643,23 0,00 3 47.752,36 53.524,08
434 122.306,38 58.188,29 4 27.483,37 0,00
435 705,00 0,00 5 2.592,16 0,00
436 0,00 0,00 6 0,00 0,00
Depreciações acumuladas face ao imobilizado bruto 437 0,00 0,00 7 0,00 0,00
1ºT 2ºT 3ºT 4ºT
2013 23,03% 23,93% 24,78% 22,46% 453 69.091,27 68.479,39 101.220,12 53 524
2012 22,48% 23,54% 24,00% 22,05%
Total s/AFT em curso 228.454,61 58.188,29
Total c/AFT em curso 297.545,88 126.667,68

a) Contrato de leasing arquivado no dossier corrente e no permanente

95
b) Substanciado 79.756,79
de 2014
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO VIII – Modelo 22 de 2013, quadro 07 (página 2-5)

96
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

97
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

98
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

99
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

100
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO IX – Modelo 31: Mais- Valias

101
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO X – Modelo de carta de circularização a clientes

FREEZEFISH – 1/2013

Morada do cliente

FREEZEFISH, S.A.

102
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

FREEZEFISH, S.A.
FREEZEFISH – 1/2013

103
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO XI – Modelo de reconciliação de saldos

Empresa: FREEZEFISH, S.A. Ano: 2013 E - 08

Secção: E - CONTAS A RECEBER E A PAGAR (CLIENTES)

Título: Conferência de Clientes

Preparado por: D.M. Data: 31-03-2013 Revisto por: Data:

Cliente: XPTO, Lda.

1. SALDO DA CONTABILIDADE A 31 DE DEZEMBRO DE 2013 21.126,40 €

2. VALORES MOVIMENTADOS A DÉBITO NÃO MOVIMENTADOS PELO CLIENTE

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR

- €

3. VALORES MOVIMENTADOS A CRÉDITO NÃO MOVIMENTADOS PELO CLIENTE

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR

- €

4. VALORES MOVIMENTADOS A DÉBITO NÃO MOVIMENTADOS NA CONTABILIDADE

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR


31-12-2013 Cheque 3.494,18 €

3.494,18 €

5. VALORES MOVIMENTADOS A CRÉDITO NÃO MOVIMENTADOS PELA CONTABILIDADE

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR

- €

6. (1-2+3-4+5) 17.632,22 €

7. SALDO APRESENTADO PELO CLIENTE 17.632,22 €

8. DIFERENÇA (6-7) 0,00 €

CONCLUSÕES

CONCORDANTE RECONCILIADO NÃO RECONCILIADO


NOTAS:
1 Valor movimentado pelo cliente não evidenciado na contabilidade
2
3

104
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO XII – Modelo de reconciliação de saldos – Procedimentos Alternativos

Empresa: FREEZEFISH, S.A. Ano: 2013 E - 04

Secção: E - CONTAS A RECEBER E A PAGAR (CLIENTES)

Título: Conferência de Clientes

Preparado por: D.M. Data: 31-03-2014 Revisto por: Data:

Cliente: ALPHA, Lda.

1. SALDO DA CONTABILIDADE A 31 DE DEZEMBRO DE 2013 23.673,04 €

2. VALORES EM ABERTO MOVIMENTADOS A DÉBITO

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR


Diversas Faturas 1 23.673,04 €

23.673,04 €

3. VALORES EM ABERTO MOVIMENTADOS A CRÉDITO

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR

- €

4. REGULARIZAÇÃO DOS VALORES EM ABERTO MOVIMENTADOS A DÉBITO

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR


02-01-2014 Recibo 49087 2 8.148,88 €
30-01-2014 Recibo 49448 2 15.524,16 €

23.673,04 €

5. REGULARIZAÇÃO DOS VALORES EM ABERTO MOVIMENTADOS A CRÉDITO

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR

- €

6. Diferença - €

CONCLUSÕES

PROCEDIMENTOS ALTERNATIVOS SATISFATÓRIOS


PROCEDIMENTOS ALTERNATIVOS NÃO SATISFATÓRIOS
FORAM VISUALIZADAS AS FATURAS CONSTANTES NO DOCUMENTO
NOTAS:
1 Diversas Faturas ver extrato em anexo
2
3

105
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO XIII – Resumo da informação do processo de circularização – Clientes

106
CLIENTE FREEZEFISH, S.A. ANO 2013
SECÇÃO

Preparado por: Data Revisto por Data

Documento Interno Valor Factura


Descrição REF.ª Cliente / Fornecedor
Suporte
IVA / IRS

documental
Autorização

Pagamento /
Recebimento

Classificação /
Contabilização
Especialização

Data Nº Doc. Notas S/ IVA IVA TOTAL Nº Data


04-01-2013 2312 bacalhau a posta demolhada E.71 8.427,77 € 1.938,39 10.366,16 FA Nº 2312/2013 04-01-2013 António Freitas & Irmãos, Lda. X X X n/a X X
10-01-2013 2318 Merluza n.º1 e 2 E.71 2.842,48 € 653,77 3.496,25 FA Nº 2318/2013 10-01-2013 DDGC, S.A. X X X n/a X X
16-01-2013 2326 Diversos produtos - dobrada, miolo camarao, pescada, red fish E.71 8.763,97 € 2.015,71 10.779,68 FA Nº 2326/2013 16-01-2013 InICE, Lda. X X X n/a X X
22-01-2013 2338 Diverso produtos - perna frango, panadinhos, filetes pescada, costoletas E.71 16.743,69 € 3.851,05 20.594,74 FA Nº 2338/2013 22-01-2013 FRESHFISH, Lda. X X X n/a X X
30-01-2013 2357 Diversos produtos - Raia, Brocolos, feijao, perca E.71 24.688,91 € 5.678,45 30.367,36 FA Nº 2357/2013 30-01-2013 FRESHFISH, Lda. X X X n/a X X
31-01-2013 2358 Diversos produtos - postya pescada, atum posta, maruca E.71 10.620,55 € 2.442,73 13.063,28 FA Nº 2358/2013 31-01-2013 FRESHFISH, Lda. X X X n/a X X
ANEXO XIV – Mapa de trabalho das vendas

07-02-2013 2370 Calamar india 10/20 E.71 16.005,92 € 3.681,36 19.687,28 FA Nº 2370/2013 07-02-2013 António Freitas & Irmãos, Lda. X X X n/a X X
15-02-2013 2381 Filete Cola trio, merluzan.º1, 2 e 3 E.71 32.822,71 € 7.549,22 40.371,93 FA Nº 2381/2013 15-02-2013 António Freitas & Irmãos, Lda. X X X n/a X X
28-02-2013 2400 Camarão 40/60 e 60/80 E.71 22.325,38 € 5.134,84 27.460,22 FA Nº 2400/2013 28-02-2013 DDGC, S.A. X X X n/a X X
07-03-2013 2412 Borrego dianteiro congelado E.71 14.976,65 € 3.444,63 18.421,28 FA Nº 2412/2013 07-03-2013 InICE, Lda. X X X n/a X X
08-03-2013 2418 Diversos Produtos - perna de frango, tiras entrecosto, chaputa almondegas e chispe E.71 2.955,06 € 679,66 3.634,72 FA Nº 2418/2013 08-03-2013 DDGC, S.A. X X X n/a X X
12-03-2013 2421 Diversos produtos - miolo camarao, batata, couve, panadinhos, pescada filetes E.71 8.073,04 € 1.856,80 9.929,84 FA Nº 2421/2013 12-03-2013 InICE, Lda. X X X n/a X X
14-03-2013 2425 Diversos produtos - fantasias do mar, red fish, cabeca pota, polvo, migas paloco E.71 11.364,41 € 2.613,81 13.978,22 FA Nº 2425/2013 14-03-2013 GESFISH, S.A. X X X n/a X X
20-03-2013 2436 Diversos produtos - jardineira, chicharro, abrotea, maruca, pescada, sardinha E.71 9.091,00 € 2.090,93 11.181,93 FA Nº 2436/2013 20-03-2013 DMMM, S.A. X X X n/a X X
22-03-2013 2440 alho frances, esparregado E.71 9.281,86 € 2.134,83 11.416,69 FA Nº 2440/2013 22-03-2013 DMMM, S.A. X X X n/a X X
03-04-2013 2453 Ervilha E.71 3.875,07 € 891,27 4.766,34 FA Nº 2453/2013 03-04-2013 DMMM, S.A. X X X n/a X X
10-04-2013 2462 Diversos produtos - miolo camarao, batata, roti peru, salmao, pescada E.71 14.290,89 € 3.286,90 17.577,79 FA Nº 2462/2013 10-04-2013 DIAZ & PAOLO, Lda. X X X n/a X X
10-04-2013 2468 Diversos produtos - perna de frango, sardinha, costoletas, pescada, cavala, bacalhau E.71 26.075,69 € 5.997,41 32.073,10 FA Nº 2468/2013 10-04-2013 DIAZ & PAOLO, Lda. X X X n/a X X
03-05-2013 2497 Diverso material - salada do mar, pato, filete pescada, paloco. Maruca, pescada, lulas E.71 5.917,90 € 1.361,12 7.279,02 FA Nº 2497/2013 03-05-2013 FRESHFISH, Lda. X X X n/a X X

107
de 2014
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO XV - Modelo de carta de circularização a bancos

FREEZEFISH – 1/2013

Morada do banco

FREEZEFISH, S.A.

108
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

109
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO XVI - Modelo de Reconciliação Bancária

CLIENTE: FREEZEFISH, S.A. Preparado por: Revisto por:

Secção: Reconciliação Bancária Ano


Banco: 2013
Conta nº:

Saldo por Banco

Valores creditados nos livros e não debitados pelo Banco ( retirar )


Data Descrição Valor

Sub - Total 0,00

Valores debitados nos livros e não creditados pelo Banco ( adicionar )


Data Descrição Valor

Sub - Total 0,00

Valores creditados pelo Banco e não debitados nos livros ( retirar )


Data Descrição Valor

Sub - Total 0,00

Valores debitados pelo Banco e não creditados nos livros ( adicionar )


Data Descrição Valor

Sub - Total 0,00

0,00
Saldo pelos livros
Desvio 0,00

110
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO XVII - Modelo de carta de circularização a fornecedores

FREEZEFISH – 1/2013

Morada do fornecedor

FREEZEFISH, S.A.

111
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

FREEZEFISH, S.A.
FREEZEFISH – 1/2013

112
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO XVIII - Modelo de reconciliação de saldos

Empresa: FREEZEFISH, S.A. Ano: 2013 M - 03

Secção: M - CONTAS A PAGAR E A RECEBER (FORNECEDORES)

Título: Conferência de Fornecedores

Preparado por: D.M. Data: 31-03-2013 Revisto por: Data:

Fornecedor: António Freitas & Irmão, Lda.

1. SALDO DA CONTABILIDADE A 31 DE DEZEMBRO DE 2013 42.970,35 €

2. VALORES MOVIMENTADOS A DÉBITO NÃO MOVIMENTADOS PELO FORNECEDOR

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR

- €

3. VALORES MOVIMENTADOS A CRÉDITO NÃO MOVIMENTADOS PELO FORNECEDOR

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR

- €

4. VALORES MOVIMENTADOS A DÉBITO NÃO MOVIMENTADOS NA CONTABILIDADE

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR


S.I. 387,47 €

387,47 €

5. VALORES MOVIMENTADOS A CRÉDITO NÃO MOVIMENTADOS PELA CONTABILIDADE

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR

- €

6. (1+2-3+4-5) 43.357,82 €

7. SALDO APRESENTADO PELO FORNECEDOR 43.357,82 €

8. DIFERENÇA (6-7) 0,00 €

CONCLUSÕES

CONCORDANTE RECONCILIADO NÃO RECONCILIADO


NOTAS:
1 Diferença de Saldos Iniciais
2
3

113
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO XIX - Modelo de reconciliação de saldos – Procedimentos Alternativos

Empresa: FREEZEFISH, S.A. Ano: 2013 M - 01

Secção: M - CONTAS A RECEBER E A PAGAR (FORNECEDORES)

Título: Conferência de Fornecedores

Preparado por: D.M. Data: 31-03-2014 Revisto por: Data:

Fornecedor: BRASMAR III

1. SALDO DA CONTABILIDADE A 31 DE DEZEMBRO DE 2013 63.378,93 €

2. VALORES EM ABERTO MOVIMENTADOS A DÉBITO

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR

- €

3. VALORES EM ABERTO MOVIMENTADOS A CRÉDITO

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR


Diversas Faturas 1 63.378,93 €

63.378,93 €

4. REGULARIZAÇÃO DOS VALORES EM ABERTO MOVIMENTADOS A DÉBITO

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR

- €

5. REGULARIZAÇÃO DOS VALORES EM ABERTO MOVIMENTADOS A CRÉDITO

DATA N.DOC.INT. DESCRIÇÃO N.DOC NOTA VALOR


Diversos Pagamentos 2 63.378,93 €

63.378,93 €

6. Diferença - €

CONCLUSÕES

PROCEDIMENTOS ALTERNATIVOS SATISFATÓRIOS


PROCEDIMENTOS ALTERNATIVOS NÃO SATISFATÓRIOS
FORAM VISUALIZADAS AS FATURAS CONSTANTES NO DOCUMENTO
NOTAS:
1 Diversas Faturas, ver extrato em anexo
2 Diversos Pagamentos, ver extrato em anexo

114
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO XX – Resumo da informação do processo de circularização –


Fornecedores

115
CLIENTE FREEZEFISH, S.A. ANO 2013
SECÇÃO Compras, Fornecimentos e Fornecedores

Preparado por: Data Revisto por Data

Documento Interno REF. Valor Factura


Descrição Cliente / Fornecedor
ª

Suporte
IVA / IRS

documental
Autorização

Pagamento /
Recebimento

Classificação /
Contabilização
Especialização

Data Diário
Nº Doc. S/ IVA IVA TOTAL Nº Data
30-jun-13 41 6002 Camarão 40/60 M.31 14.094,00 3.241,62 17.335,62 FAC Nº 302726/2013 6-jun-13 Gelsítio - Produtos Alimentares Congelados, S.A. X X X n/a X X
30-jun-13 41 6013 Diversos Produtos - sardinha, dourada, ervilha, alcatra vitela, pescadaM.31 14.126,05 976,41 15.102,46 FAC Nº 3596/2013 4-jun-13 Deltagel - Produtos Alimentares, S.A. X X X n/a X X
30-jun-13 41 6034 Diversos Produtos - pescada, salmão posta, mariscada cov., maruca posta
M.31 1.677,99 146,30 1.824,29 FAC Nº 3617/2013 14-jun-13 Deltagel - Produtos Alimentares, S.A. X X X n/a X X
30-jun-13 41 6049 Diversos Produtos - dourada inteira, robalo inteiro, mariscada cov.,pescada
M.31 fritar,
21.340,13
bacalhau grande,
1.817,93filite23.158,06
pescada,abrotea
FAC Nºposta,
3632/2013
choco limpo
25-jun-13 Deltagel - Produtos Alimentares, S.A. X X X n/a X X
30-jun-13 41 6067 Perca M.31 60.013,03 60.013,03 Factura Nº 576 11-mai-13 Seamark Corporate Limited X X X n/a X X
30-jun-13 41 6068 Filete Perca e Perca M.31 85.599,98 85.599,98 Factura Nº 659 20-mai-13 Seamark Corporate Limited X X X n/a X X
30-jun-13 41 6070 Bacalhau posta denolhado (granel, cx. 6kg) e bacalhau badanas Demolhado
M.31 (avulso
8.267,40
cx. 6kg) 496,04 8.763,44 FAC Nº 27543/2013 18-jun-13 Brasmar III - Comercio de produtos Alimentares sa X X X n/a X X
30-jun-13 41 6081 Merluza nº 0; 1; 2;3 e Raya s/p nº 1 e 2 M.31 69.947,50 69.947,50 FT Nº 171/2013 14-jun-13 Pesqueras Gadimar SL X X X n/a X X
31-jul-13 41 7007 Diversos Produtos - eucalipo morango, Conegel Chocolate; Conegel Morango,
M.31 Coppetti
3.092,75
Mor, Pirata
711,33
36 unid.,
3.804,08
Status clássico,
Factura NºHappy
4018Cup Morango
2-jul-13 Gelados Globo - Manuel Fernandes dos Santos & Filhos, S.A. X X X n/a X X
31-jul-13 41 7027 Choco e Lula M.31 51.073,31 51.073,31 Factura nº 31 11-jun-13 M/s. Real exports X X X n/a X X
31-jul-13 41 7028 300kgs de Filete de Merluza sem pele M.31 73.457,31 73.457,31 Factura nº 133 10-jun-13 Pescados Congelados, S.A. X X X n/a X X
31-jul-13 41 7034 Filete Peixe-Gato-Riscado 170/220 (saco 1kg) M.31 4.812,80 288,77 5.101,57 FAC Nº 1314/2013 9-jul-13 Luso Atlantis - Paulo Machado & Irmão - Alimentos Congelados, Lda. X X X n/a X X
31-jul-13 41 7045 Bac. Cong. Migas Bandeja M.31 4.860,00 4.860,00 FT Nº 1310/2013 24-jul-13 D'Mares - Bacalao Pérez España S.L. X X X n/a X X
31-jul-13 41 7071 Diversos Produtos - garoupa posta, polvo covete, choco limpo, espetada
M.31de lula, 3.654,14
lula recheada,380,61
salmão posta
4.034,75 FAC Nº 3659/2013 9-jul-13 Deltagel - Produtos Alimentares, S.A. X X X n/a X X
ANEXO XXI- Mapa de trabalho de compras e FSE

31-jul-13 41 7092 Diversos Produtos - almondegas porco, perca do nilo posta,petinga, salmão
M.31 posta,9.993,06
solha posta,809,15
filete pescada,abrotea
10.802,21 FACmédia
Nº 3680/2013
envolta, abrotea
17-jul-13
posta, Deltagel
roti peru,- Produtos
lula limpa,choco
Alimentares,
limpo S.A. X X X n/a X X
31-jul-13 41 7111 Diversos Produtos - madalhões peixe, maruca posta, pota media inteira,
M.31choco limpo,
2.129,58
pescada 151,74 2.281,32 FAC Nº 3699/2013 26-jul-13 Deltagel - Produtos Alimentares, S.A. X X X n/a X X
31-jul-13 41 7126 Filete de Pangasius M.31 31.671,09 31.671,09 Factura nº 305115 17-jul-13 Seafood Connection B.V. X X X n/a X X
31-ago-13 41 8026 Bacalhau: postinhas demolhadas, posta demolhada, badanas demolhadas
M.31e posta
14.010,84
superior demolhado
840,65 14.851,49 FAC Nº 29950/2013 20-ago-13 Brasmar III - Comercio de produtos Alimentares sa X X X n/a X X
31-ago-13 41 8045 Diversos Produtos - Peixe espada preto, lombos pescada, cenoura baby,feijão
M.31 verde
13.448,12 1.052,40 14.500,52 FAC Nº 3716/2013 6-ago-13 Deltagel - Produtos Alimentares, S.A. X X X n/a X X

116
de 2014
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO XXII - Modelo de carta de circularização a locadoras financeiras

FREEZEFISH – 1/2013

Morada da locadora

FREEZEFISH, S.A.

117
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO XXIII - Modelo de Pagamento por Conta e Pagamento Especial por Conta
#REF! FREEZEFISH, S.A. Preparado por: Revisto por: Q 102
Secção: Validação Pagamento por Conta e Especial por Conta Ano
Dina Monteiro 2013

PAGAMENTO ESPECIAL POR CONTA (A partir de 2004)

( + ) Volume de Negócios (ano N-1) 7.394.307,00

( x) Aplicação do coeficiente de 1% 73.943,07

Mínimo = 1000 € n.a.


MAX = 1000€ + [20% x (1% VN_N-1 - 1.000€)] até 70000 € 15.588,61
Como o cálculo < 70000 € 15.588,61

( - ) Valor Pagamentos por Conta relativo ao ano N-1 ( Campo 360-Mod 22) 21.840,00

( = ) Valor a PAGAR de PEC relativo ao ano N 0,00

PLANO DE PAGAMENTOS:

31 MAR N 0,00
31 OUT N 0,00
0,00

Limite Mínimo do Pagamento Especial por Conta : 1.000,00


Limite Máximo do Pagamento Especial por Conta : 70.000,00

PAGAMENTOS POR CONTA

(+) Valor da Colecta (ano N-1) (Excluir derrama)( Campo 351-Mod 22) 38.455,00

(-) Retenções na fonte( Campo 359-Mod 22) 1.581,08

(=) 36.873,92

Volume de Negócios (ano N-1) 7.394.307,00

(x) Aplicação do coeficiente de 80 ou 95% 35.030,22

(=) Valor a PAGAR em N 35.030,22

PLANO DE PAGAMENTOS:
31 JUL N 11.676,74
30 SET N 11.676,74
31 DEZ N 11.676,74
35.030,22

Limite do VN de N-1 para a aplicação do coeficiente de 80%: 500.000,00

DERRAMA ESTADUAL - PAGAMENTO ADICIONAL

( + ) Lucro Tributável (N-1) ( Quadro 07 - linha 778-Mod 22)

2% x [(LT N-1) - (2.000.000)] > 0 0,00

PLANO DE PAGAMENTOS:
31 JUL N 0,00
30 SET N 0,00
31 DEZ N 0,00
0,00

118
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

ANEXO XXIV- Teste Global ao IVA

Taxas aplicáveis: - Taxa Reduzida: 6%


- Taxa Intermédia: 13%
- Taxa Normal: 23%

IVA DEDUTÍVEL
Contas do Razão Dezembro
Nº Descrição 6% 13% 23%
AQUISIÇÕES DE ACTIVOS TANGÍVEIS:
432 Edifícios e Outras Construções
433 Equipamento Básico 911,62
434 Equipamento de Transporte
435 Equipamento Administrativo
436 Equipamentos Biológicos
437 Outros Activos Fixos Tangíveis
45 Investimentos em Curso - Tangível
442 Projectos de Desenvolvimento
443 Programas de Computador
444 Propriedade Industrial e Outros Direitos
446 Outros Activos Intangíveis
45 Investimentos em Curso - Intangível
COMPRAS:
311 Mercadorias (Nacional) 261.246,96 30.879,69
Mercadorias (Aq. Países Intracomunitários) 110.403,05
Mercadorias (paises terceiros) 115.558,82
312 Mat. Primas, Subs. e de Consumo (Nacional)
Mat. Primas, Subs. e de Consumo (Comunitário)
313 Activos Biológicos
317 Devoluções de Compras
318 Descontos e Abatimentos em Compras
TOTAL 487.208,83 0,00 31.791,31
TOTAL*IVA 29.232,53 0,00 7.312,00
Total da Conta 2432 29.232,53 7.312,00
Diferença (0,00) 0,00 0,00
Diferença Global 0,00

119
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS:


Subcontractos 997,60
Serviços Especializados
6221 Trabalhos especializados 8.956,55
6222 Publicidade e propaganda 142,98
6223 Vigilância e segurança 40,00
6224 Honorários 526,50
6225 Comissões
6226 Conservação e reparação 4.387,32
6228 Outros 114,00
Materiais
6231 Ferramentas e utensílios
6232 Livros e documentação técnica
6233 Material de escritório 75,65
6234 Artigos para oferta
Energia e Fluidos
6241 Electricidade 6,75 3.339,31
6242 Combustíveis 9.952,95
6243 Água 29,05
6248 Outros fluídos
Deslocações, Estadas e Transportes
6251 Deslocações e estadas 953,01
6252 Transporte de pessoal
6253 Transporte de Mercadorias
Serviços Diversos
6261 Rendas e Alugueres 2.370,13
6262 Comunicação 797,90
6263 Seguros
6264 Royalties
6265 Contencioso e notariado
6266 Despesas de representação
6267 Limpeza, higiene e conforto
68883 Rappel 200,43
6913 leasing 214,10
2513 Amortizações de Capital Leasing 10.243,90
TOTAL 35,80 0,00 43.312,33
TOTAL*IVA 2,15 0,00 5.630,60
Total da Conta 2432 2,15 5.630,60
Diferença (0,00) 0,00 0,00
Diferença Global 0,00

120
Percurso de uma Auditoria Financeira Outubro
de 2014

IVA LIQUIDADO
Contas do Razão Dezembro
Nº Descrição 6% 13% 23%
VENDAS
711 Mercadorias 430.797,47 44.645,66
712 Produtos Acabados e Intermédios
713 Subprodutos, Desperdicos, Resíduos e Refugos
714 Activos Biológicos
716 IVA das Vendas com Imposto Incluído
717 Devoluções de Vendas
718 Descontos e Abatimentos de Vendas
721 Prestações de Serviços
725 Serviços Secundários
726 IVA dos Serviços com Imposto Incluído
728 Descontos e Abatimentos
78 Proveitos Suplementares
788 Outros Rendimentos e Ganhos
Aquisições intracomunitárias 110.403,05
TOTAL 541.200,52 0,00 44.645,66
TOTAL*IVA 32.472,03 0,00 10.268,50
Total da Conta 2433 32.472,25 10.268,39
Diferença (0,22) 0,00 0,11
Diferença Global (0,11)

IVA REGULARIZAÇÕES EMPRESA


Contas do Razão Dezembro
Nº Descrição 6% 13% 23%
DESCONTOS E DEVOLUÇÕES DE VENDAS
7171 Devoluções de Vendas 4.927,30 232,39
7172 Dev. Prod. Acab. E Inter.
718 Descontos e Abatimentos em Vendas
728 Descontos e Abatimentos
Outros descontos
Outras correcções de períodos anteriores
TOTAL 4.927,30 0,00 232,39
TOTAL*IVA 295,64 0,00 53,45
Total da Conta 2434 295,64 53,45
Diferença (0,00) 0,00 (0,00)
Diferença Global (0,00)

121

Você também pode gostar