Vale - SLA 1708-2022 - RIMA - 3ago2022

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RIMA

RELATÓRIO DE iMPACTO AMBiENTAL


SERRA DA
SERPENTINA

JULHO
2022
APRESENTAÇÃO 01 pág 03
CONHECENDO O PROJETO 02 pág 06
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL MEIO FÍSICO 03 pág 15
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTIO 04 pág 33
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 05 pág 60
IMPACTOS AMBIENTAIS 06 pág 80
ÁREA DE INFLUÊNCIA 07 pág 92
AÇÕES AMBIENTAIS 08 pág 98
AS PAISAGENS DO PROJETO 09 pág 105
CONCLUSÃO 10 pág 109
EQUIPE TÉCNICA 11 pág 114
01 APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO 3
Este Relatório de Impacto Ambiental - RIMA visa apresentar as informações
EMPREENDIMENTO
técnicas e ambientais, de forma simplificada, referentes ao processo de
licenciamento ambiental do Projeto Serra da Serpen na, pertencente à
Vale S.A. Trata-se do licenciamento ambiental prévio do Projeto.
EMPREENDEDIMENTO
As informações apresentadas no RIMA tornam acessíveis, a todos os pos
de público, as principais conclusões técnicas que foram apresentadas no Empreendimento Projeto Serra da Serpen na
Estudo de Impacto Ambiental - EIA. CNPJ 33.592.510/0164-09
O EIA e o RIMA são entregues para análise do órgão ambiental, que é a Código (s) a vidade DN ü A-02-03-8 - Lavra a céu aberto - minério de
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de COPAM nº 217/2017 ferro. Produção bruta es mada de 47
Minas Gerais - SEMAD, para licenciamento ambiental. milhões de toneladas anuais
ü A-05-01-0 - Unidade de Tratamento de
As informações encontram-se subdivididas no RIMA por capítulos e temas, Minerais - UTM, com tratamento a seco.
a saber: Capacidade instalada para beneficiar 26,5
milhões de toneladas anuais
ü Apresentação
ü A-05-04-7 - Pilhas de rejeito/estéril -
ü Conhecendo o projeto minério de ferro. Capacidade das pilhas de
disposição de estéril de 2.358,90 hectares
ü Diagnós co Meio Físico ü C-10-01-4 – Usina de produção de
ü Diagnós co Meio Bió co concreto comum. Produção de 50 m3/h
ü E-01-13-9 - Mineroduto ou rejeitoduto
ü Diagnós co Meio Socioeconômico externo aos limites de empreendimentos
ü Impactos Ambientais minerários – 115 km de extensão
ü F-06-04-6 - Base de armazenamento e
ü Área de Influência distribuição de lubrificantes, combus veis
líquidos derivados de petróleo, álcool
ü Ações Ambientais
combus vel e outros combus veis
ü Conclusão automo vos. Capacidade prevista 180 m³
ü E-03-04-2 - Estação de tratamento de água
ü Equipe Técnica para abastecimento. Capacidade 1,8 L/s
ü E-01-01-5 - Implantação e duplicação de
rodovias ou contornos rodoviários.
INFORMAÇÕES SOBRE O EMPREENDEDOR Extensão 2 km
ü E-01-14-7 - Terminal de minério. Área de
28,02 ha
EMPREENDEDOR ü C-04-08-1 - Fabricação de explosivos,
detonantes, munição para caça e desporto
Empreendedor Vale S.A e fósforo de segurança e/ou fabricação de
pólvora e ar gos pirotécnicos. Área de
CNPJ 633.592.510/0164-098 0.107 ha
A vidade do ü F-01-01-6 - Central de recebimento,
Mineração – minério de ferro armazenamento, triagem e/ou transbordo
Empreendimento
de sucata metálica, papel, papelão,
Isabel Cris na Roquete Cardoso de Meneses plás cos ou vidro para reciclagem,
Gerência de Endereço: Av. Dr. Marco Paulo Simon contaminados com óleos, graxas ou
Licenciamento e Jardim, 3580 – Mina de Águas Claras produtos químicos exceto agrotóxicos.
Estudos Ambientais Área de 5 há
e-mail: [email protected]
ü E-03-06-9 – Estação de tratamento de
Telefone Tel.: (31) 9 9589-4338 esgoto Sanitário, vazão média prevista de
50 l/s.
E-mail [email protected]

APRESENTAÇÃO 4
INFORMAÇÃO SOBRE A EMPRESA DE CONSULTORIA
RESPONSÁVEL DO EIA/RIMA

EMPRESA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO EIA/RIMA


Razão Social Amplo Engenharia e Gestão de Projetos Ltda
Rua Engenheiro Carlos Antonini, 37.
Endereço Bairro: São Lucas
Município: Belo Horizonte - UF: MG
CNPJ 04.590.934/0001-81
Inscrição Municipal 167675/001-8
Responsável Técnico Jackson Cleiton Ferreira Campos
Nº de Registro no CREA 037561
Contato Jackson Cleiton Ferreira Campos
Telefone (31) 2534-4048
e-mail: [email protected]

APRESENTAÇÃO 5
CONHECENDO O
02 PROJETO
CONHECENDO O PROJETO 6
O Projeto Serra da Serpen na é um novo empreendimento da Vale S.A que ü Conceição do Mato Dentro;
produzirá minério de ferro e para a sua operação, contemplará: ü Dom Joaquim.

ü Morro do Pilar.
ü Cava: desmonte, carregamento e transporte – lavra a céu aberto
de 47 milhões de toneladas anuais de minério de ferro bruto, ü Carmésia.
considerando uma cava principal e 18 cavas satélites.
ü Santo Antônio do Rio Abaixo.
ü Unidade de Tratamento de Minério (UTM) ou usina de
ü São Sebas ão do Rio Preto.
beneficiamento de minério, incluindo sistemas de
bombeamento de rejeitos e concentrado: trata-se de uma usina ü Itambé do Mato Dentro.
com capacidade instalada para beneficiar 47 milhões de ü Passabém.
toneladas anuais de minério bruto e beneficiar a uma taxa de
ü Santa Maria de Itabira.
26,5 milhões de toneladas anuais base úmida. Essa unidade
contempla ainda os processos de britagem, peneiramento, ü Nova Era.
ciclonagem, moagem, deslamagem, espessamentos de rejeitos
ü Antônio Dias.
ultrafino e arenoso, flotação, concentração magné ca e
filtragem de rejeito. As áreas onde serão realizadas as a vidades minerárias estão localizadas
ü Disposição de estéril e rejeito: a disposição conjunta de estéril
na porção norte/nordeste do estado de Minas Gerais, situadas a
será em duas pilhas (P08A e P013) e a disposição conjunta de aproximadamente 174 quilômetros da cidade de Belo Horizonte/MG. A
estéril e rejeito filtrado em quatro pilhas: P08B, P009, P10C e par r destas áreas, o empreendimento contará com um mineroduto de
P013. As pilhas iniciais para disposição do estéril e rejeito filtrado aproximadamente 115 quilômetros, seguindo no sen do do pá o
do projeto serão as pilhas P009 e P10C. As demais pilhas serão ferroviário localizado no município de Nova Era.
implantadas durante a vida ú l do empreendimento.
ü Bombeamento da polpa de minério via mineroduto: o
mineroduto possui uma extensão aproximada de 115
quilômetros, seguindo até a Estrada de Ferro Vitória a Minas
(EFVM) no Município de Nova Era, onde será instalado um novo
pá o de estocagem de produtos e sistema de filtragem. O
minério filtrado será empilhado para posterior embarque e o
filtrado (água re rada no processo de filtragem) retornará para a
usina de beneficiamento de minério, via adutora, para reuso.
ü Estruturas de apoio operacional e administra vo.

ü Acessos internos entre as estruturas previstas.

ü Sistemas de controle ambiental.

LOCALIZAÇÃO

O Projeto Serra da Serpen na será instalado na porção leste da Serra


Serpen na, integrante do Complexo Espinhaço, abrangendo os seguintes
municípios:

CONHECENDO O PROJETO 7
CONHECENDO O PROJETO 8
HISTÓRICO

HISTÓRICO DO EMPREENDIMENTO E DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO PLANEJAMENTO


AMBIENTAL:

Em 30/05/2008 foi protocolado junto a Agência Nacional de Mineração –


ANM o Plano Integrado de Aproveitamento Econômico - PIAE do Projeto
Serra da Serpen na, contemplando a lavra de 13 Direitos Minerários
outorgados à Vale. Nesta oportunidade, o cenário do projeto abordado no IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
PIAE, dentre outras premissas, considerou a produção de 20 milhões de
toneladas anual e o beneficiamento a úmido com disposição dos rejeitos
na barragem São João, com capacidade total de 204 Mm3.

Recentemente, o Projeto Serra da Serpen na foi reavaliado pela Vale e um


novo PIAE foi elaborado considerando um novo arranjo produ vo para o
DESATIVAÇÃO
Projeto Serra da Serpen na, visando o uso racional e melhor
aproveitamento aos recursos minerais, considerando a lavra dos mesmos
13 Direitos Minerários outorgados à Vale, a implantação de uma nova
unidade de tratamento de minério contemplando as etapas de britagem,
concentração, filtragem de rejeitos e de produto, excluindo a necessidade
de barragem de rejeito.
Além disso está prevista a implantação e a operação de sistemas de
controle ambiental associados aos aspectos ambientais resultantes das
O PROJETO a vidades.

O mapa apresentado na sequência, detalha as estruturas previstas para o


Projeto Serra da Serpen na, a ser desenvolvido nessas etapas.
ETAPAS DO PROJETO

Para o Projeto Serra da Serpen na, as a vidades previstas acontecerão em


quatro etapas:

CONHECENDO O PROJETO 9
CONHECENDO O PROJETO 10
Vegetação Alvo de Supressão (hectares)
Etapa de Planejamento

As principais tarefas vinculadas à etapa de planejamento do


empreendimento cons tuem-se na elaboração dos estudos técnicos,
econômicos e ambientais, tais como o EIA/RIMA, estudo de viabilidade e
projeto conceitual, execução da topografia do terreno e sondagem, que
visam apoiar os estudos, e projetos necessários ao licenciamento e
implantação do empreendimento.

Etapa de Implantação

As a vidades previstas nessa fase incluem as a vidades preliminares que


antecedem os trabalhos de lavra e que exigem um planejamento prévio
para sua execução.
Campo de Várzea Formações Florestais
A implantação irá durar 3,5 anos e es ma-se o emprego de 2.300
trabalhadores no pico das obras, sendo que essa contratação abrangerá a Candeial Reflorestamento/Floresta Semidecidual
oferta existente nas proximidades da área de inserção do
empreendimento. Formações Campestres Reflorestamento/Silvicultura

Destaca-se que foram iden ficados os aspectos ambientais associados às


principais tarefas previstas nesta fase de implantação, incluindo os
sistemas de controle ambiental.
Ÿ Terraplenagem
Ÿ Supressão de Vegetação e Limpeza
Dentre as principais a vidades per nentes aos trabalhos de
A supressão de vegetação precederá a implantação das estruturas do terraplanagem encontram-se o preparo do terreno para implantação das
empreendimento. Após essa a vidade, será realizada a destoca e a áreas de apoio administra vo e operacional necessárias ao Projeto Serra
limpeza do terreno. A área dos diferentes pos de vegetação a ser da Serpen na. Além das referidas áreas, serão alvo das a vidades de
suprimida, visando à implantação do Projeto Serra da Serpen na, é
preparação do terreno:
apresentada pelo gráfico na sequência. Vale ressaltar que toda a madeira
gerada pela supressão da vegetação será enviada para o remanejo e Ø Vias de acesso e drenos de fundo.
des nação final adequada.
Ø Rampas e frentes de lavra.

Ø Áreas de estocagem.

Ø Mineroduto.
Supressão da vegetação é a re rada da cobertura
Ø Estruturas previstas na pera ferroviária.
vegetal e pode ser realizada por diferentes técnicas
como corte e derrubada de galhos e árvores. Ÿ Estruturas de apoio à implantação do empreendimento
Para dar apoio à instalação do empreendimento serão implantados:
Ø 17 canteiros de obras, sendo:

ü 01 canteiro para atender ao gerenciamento da obra;

ü 01 canteiro para atender as demandas na fase de


preparação das áreas de cava;

CONHECENDO O PROJETO 11
ü 03 canteiros principais das empreiteiras: infraestrutura,
obras civis e montagem eletromecânica; Etapa de Operação
ü 03 canteiros principais para apoio à construção da
filtragem de concentrado; O Projeto Serra da Serpen na prevê a lavra de 47 milhões de toneladas por
ü 03 canteiros principais para apoio à construção das ano de minério bruto, considerando a vida ú l de 39 anos. O pico de mão
estruturas na área da pera ferroviária; de obra previsto na operação é de 1.462 pessoas (ano 32 de lavra).
ü 06 canteiros avançados para apoio às frentes de obra (um As cavas finais ocupam uma área de cerca de 1.950 hectares e consistem em
para usina, um para as pilhas, dois i nerantes para o uma cava principal e 18 cavas satélites, situadas ao norte, noroeste e sul
mineroduto e adutora de filtrado, um para a filtragem de desta cava principal. Estas cavas serão interligadas por acessos e terão um
concentrado e um para a pera ferroviária). comprimento total da ordem de 30 quilômetros entre as suas extremidades.
Ø Central de concreto;

Ø Central de pré-moldado;

Ø Central de asfalto.
O minério bruto extraído da mina é denominado
ROM. Após a extração, o ROM passa pelo processo de
Ÿ Mineroduto beneficiamento, onde são re radas as impurezas, a
fim de assegurar maior qualidade do produto.
O mineroduto será construído por uma linha tronco de 107,75 km com
u lização de tubos, com tamanho médio de 12 metros e diâmetros de 24”
e 26”, que transportará a polpa rica em minério fino, com 33% de água e
67% de sólidos. O sequenciamento das etapas de instalação do
mineroduto contempla:
Ø Serviços de terraplanagem;

Ø Abertura da faixa de servidão de aproximadamente 30 metros;

Ø Abertura das valas e enfileiramento da tubulação;

Ø União das juntas por soldagem e encravamento da tubulação nas


valas;
Ø Cobertura das valas.

Considera-se o mineroduto como uma solução


logís ca segura e ambientalmente viável, se
comparado ao transporte rodoviário e ferroviário,
uma vez que evita a sobrecarga das rodovias, o
consumo de combus veis e a emissão de gases.

Ÿ Preparação das Áreas de Lavra

A preparação das áreas das cavas consiste na remoção dos horizontes Localização das cavas do Projeto Serra da Serpen na
superficiais do solo com o obje vo de acessar as camadas mineralizadas, e
ocorrerá de forma gradual, de acordo com o avanço da lavra. No Projeto Serra da Serpen na está prevista a implantação de cinco pilhas
Parte do material gerado no decapeamento será u lizado para reves r as de estéril, na porção central da ADA, estando aptas a receberem o material
vias de acesso internas e os pá os. estéril e o rejeito gerado. As pilhas previstas são:

CONHECENDO O PROJETO 12
Ø P008A, ocupando uma área de 498.84 ha;

Ø P008B ocupando uma área de 280,50 ha;


Etapa de Desa vação
Ø P009, ocupando uma área de 389,17 ha;

Ø P010C, ocupando uma área de 834,44 ha; Na fase de desa vação e encerramento do Projeto Serra da Serpen na
deverá ser executado o Plano de Fechamento de Mina que busca presumir
Ø P013, ocupando uma área de 429,08 ha. o úl mo cenário da área do empreendimento, sendo, portanto, realizado
considerando a configuração final planejada para os a vos do projeto.
A disposição dos materiais estéreis e de rejeito deverá ser feita por meio de
camadas espessas, formando uma sucessão de plataformas de O Plano de Fechamento de Mina do Projeto Serra da Serpen na foi
lançamento. A estabilidade do aterro será garan da pelo controle da elaborado pela Vale em outubro de 2021. Trata-se de um documento de
largura e do comprimento das plataformas, bem como do espessamento natureza conceitual, cujas ações e a vidades propostas serão aprimoradas
ver cal entre elas. e detalhadas na medida do avanço do conhecimento sobre a área do
empreendimento e do seu contexto socioambiental, além de considerar
Considerando as a vidades de lavra e beneficiamento até a exaustão da
inovações cien ficas e tecnológicas aplicáveis, com foco na
cava, o Projeto Serra da Serpen na prevê a geração de aproximadamente
sustentabilidade.
1,1 bilhão de m3 de estéril e 510 milhões de m3 de rejeito filtrado.

SISTEMAS DE CONTROLE AMBIENTAL

Sistemas de controle ambiental são estruturas que têm como obje vo


evitar ou reduzir o lançamento, para o meio ambiente, de elementos que
possam alterar a qualidade da água, do ar, causar erosão, impactar a fauna
e flora e/ou a vidades econômicas. Os sistemas e ações de controle
ambiental a serem implantados e operados, considerando as a vidades
pra cadas no Projeto Serra da Serpen na são:

Efluentes

As ações de controle desenvolvidas para tratamento e des nação


adequada dos efluentes líquidos têm o intuito de atender a legislação
ambiental aplicável quanto aos padrões exigidos de qualidade de água.

Para tratamento de todo efluente sanitário gerado durante a etapa de


operação será con nuada a operação das Estações Tratamento de Esgoto
(ETE) compactas instaladas na fase de implantação do Projeto Serra da
Serpen na.

Pilhas de disposição de estéril e filtrado previstas

CONHECENDO O PROJETO 13
de drenagem, receberão implantação e manutenção de disposi vos de
Controle de Emissões Atmosféricas drenagem superficial para minimizar o carreamento de resíduos para as
drenagens naturais.

Os controles dos aspectos ambientais relacionados às emissões Os sistemas de drenagem do empreendimento serão construídos de modo
atmosféricas correspondem às seguintes a vidades: a captar, conduzir e descarregar as águas superficiais em lugar apropriado
e seguro, disciplinando o fluxo d'água superficial que aflui aos taludes e às
Ø Supressão de vegetação e abertura de acessos;
plataformas.
Ø A vidades de terraplenagem;
Especificamente em relação as cavas, estas possuirão sistemas adicionais,
Ø Tráfego em acesso não pavimentado. como sumps internos de cava, visto a vazão de drenagem e os sedimentos
carreados dessas estruturas.
Para mi gar a geração de poeira e, consequentemente, a emissão de
par culados durante o tráfego previsto na fase de implantação, está
prevista a aspersão das vias. A periodicidade da aspersão será em função
das condições meteorológicas, considerando-se o grau de insolação,
ventos, umidade do ar e precipitação. Para as emissões geradas pela Sumps são escavações abertas no terreno na forma
combustão dos motores de equipamentos e veículos, serão realizadas de bacias com a função de reter sedimentos levados
manutenções preven vas, além de um programa de monitoramento das pela chuva.
emissões veiculares com uso de metodologia específica.

Na fase de operação, as emissões de par culados gerados nas a vidades


serão controladas e mi gadas por meio do controle de emissões de
par culados no tráfego de veículos, do controle de emissões de
par culados nas pilhas de disposição de estéril e controle de emissões de Controle de Ruído e Vibração
par culados nas frentes de lavra.

A geração de ruído e vibração será decorrente, principalmente, das


a vidades relacionadas a terraplenagem e ao tráfego de equipamentos e
Controle de Erosão veículos nas estradas e acessos.

Como medida de controle, estão previstos adoção de manutenção e


Para o controle de erosões, o Projeto Serra da Serpen na propõe a regulagem adequada de veículos, máquinas e equipamentos e
colocação de blocos de rocha (enrocamento) para preenchimento dos cumprimento dos limites de velocidade máximos estabelecidos pela Vale.
sulcos, ravinas e estruturas para reduzir a energia do fluxo hídrico, e
consequentemente, impedir o avanço da erosão.

Além disso, deverão ser implantadas leiras para direcionamento do fluxo


hídrico nos locais onde a drenagem não ocorre adequadamente. Dessa
forma, é previsto que essas estruturas promovam uma melhor
recomposição vegetal e consequente estabilização superficial dos taludes.

Controle de Sedimentos

Todos os acessos do empreendimento, além de serem munidos de sistema

CONHECENDO O PROJETO 14
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
03 DO MEIO FÍSICO
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 15
ÁREA DE ESTUDO

Para a realização da caracterização do meio sico foram delimitadas Áreas


de Estudo para servirem como referência espacial para os levantamentos.
Essas áreas foram divididas em regional e local e tem como principal
critério de delimitação as bacias hidrográficas dos cursos d'água mais
expressivos, que contém as estruturas do projeto. Na Área de Estudo
Regional (AER) a análise é para um espaço maior, permi ndo entender o
contexto espacial de inserção do projeto, já na Área de Estudo Local (AEL),
foram feitos levantamentos com maior detalhamento, envolvendo
trabalhos de campo. A Área Diretamente Afetada (ADA), como o nome
indica é a área onde ocorrerão todas as alterações relacionadas ao
empreendimento, em torno dessa área foram delimitadas essas áreas de
estudo.

Em relação à ADA, no setor norte está inserida a área prevista para a cava,
pilhas e unidade de tratamento de minério do Projeto Serra da Serpen na,
na porção central ocorrem as estruturas do mineroduto e na porção sul
ocorrem o trecho final do mineroduto e as estruturas de embarque
ferroviário em Nova Era. A AEL é composta pelas bacias hidrográficas no
entorno imediato da ADA. No setor norte, corresponde à margem
esquerda do rio Santo Antônio e às vertentes da margem direita do rio do
Peixe. No setor central, abarca trechos das bacias do rio Tanque e do rio
Preto do Itambé. Na parte sul, abrange parte da bacia do rio Piracicaba,
mas principalmente de seu afluente ribeirão Piçarrão.
A AER é, como já exposto, uma área mais abrangente, composta pela
totalidade das bacias hidrográficas do rio Santo Antônio e seus afluentes,
como o rio do Peixe, o rio Tanque e o rio Preto do Itambé e do rio Piracicaba,
incluindo seus afluentes ribeirão do Peixe, rio da Prata e ribeirão Piçarrão.
Para os temas Qualidade do Ar e Ruído e Vibração, foi delimitada uma Área
de Estudo Única, porque esses atributos são diretamente checados no
território em relação a população nele residente e em sua proximidade
com o projeto. Para apresentação do diagnós co ambiental, a área de
estudo foi setorizada em duas: a (1) Área 1, compreendendo a área
prevista para o complexo minerador, no entorno do município Conceição
de Mato Dentro – MG e a (2) Área 2, que representa a maior parte do
mineroduto que terá como função transportar o minério do Complexo ao
município de Nova Era. Essas áreas abarcam território suficiente para
entendimento da dinâmica da Qualidade do Ar e Ruído e Vibração que
podem se refle r no conjunto de localidades próximas ao projeto previsto.

Por fim, para os estudos espeleológicos foi considerada uma área de


estudo no entorno de 250 metros das estruturas da Área Diretamente
Afetada, visando iden ficar todas as cavidades conforme os limites
mínimos pela legislação brasileira de proteção de cavidades.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 16


Área 1
Área 1

Área 2
Área 2

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 17


terreno, assim, abrindo caminho para as discussões mais detalhadas que
CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL
são realizadas no âmbito local.

A região está inserida na região central de Minas Gerais, entre a linha do


O contexto regional de inserção do projeto tem como obje vo posicionar o equador e o trópico de capricórnio. Os sistemas atmosféricos equatoriais,
empreendimento em relação às principais caracterís cas climatológicas, tropicais e extratropicais comandam o clima regional refle ndo em
hidrológicas e do terreno, foi elaborado para a Área de Estudo Regional caracterís cas marcantes a dois períodos: um seco e um úmido. Encontra-
apresentada anteriormente. Buscou-se relacionar os eixos água, clima e se ainda nas sub-bacias hidrográficas do rio Santo Antônio e do rio
terreno com a intenção de cooperar para o entendimento da base sica do Piracicaba, afluentes do Rio Doce.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 18


O Projeto Serra da Serpen na está inserido, em termos geológicos, sobre o
cinturão de dobras e falhas em rochas da Serra do Espinhaço. A região se 35 350
315,4
enquadra ainda no contexto de vastas extensões de rochas an gas e que 30,6
30 300
cons tuem no contexto do chamado Embasamento Cristalino, onde
ocorrem rochas graní cas e gnáissicas. Neste contexto geológico se 25,5 250
23,8

Precipitação (mm)
25

Temperatura (°C)
desenvolveu um relevo marcado por quatro unidades principais que
expressam a diversidade geológica regional, que correspondem a Serra da 200
Serpen na, Serra do Espinhaço, Depressão da Bacia do Rio Doce e Serras 20
16,9 150
de Itabira. Além dos Afloramentos Rochosos, foram iden ficados quatro
15
pos de solos: Argissolos, Cambissolos, Latossolos e Neossolos. 100
10,8
Verifica-se grande correlação entre os relevos, rochas e solos. Nas áreas 10 50
mais elevadas da Serra do Espinhaço e da Serra da Serpen na áreas mais 6,2
declivosas, predominam os solos pouco desenvolvidos como Neossolos. Já 5 0
nas áreas mais rebaixadas, onde ocorre um relevo ondulado, o qual foi jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
modelado pelos rios Santo Antônio e Piracicaba e seus afluentes, Mês
Precipitação Temp. Média Compensada
predominam solos do po Latossolos e Argissolos, que propiciam usos
Temp. Mínima Temp. Máxima
antrópicos da terra como para pastagem, plan o e silvicultura.

CONDIÇÕES DE TEMPO QUALIDADE DO AR

O clima da região é do po Tropical de Al tude, que é um clima de verões O Diagnós co da Qualidade do Ar da região do Projeto Serra da Serpen na
quentes e com as picas chuvas de verão. É notável a ocorrência de duas foi realizado com base nos dados de concentrações de poluentes
estações bem definidas: uma chuvosa e quente (especialmente nos meses atmosféricos na região de entorno do projeto. O monitoramento foi feito
novembro, dezembro e janeiro), que concentra cerca de 60% da em seis estações automá cas que funcionam 24 horas por dia, coletando
precipitação anual e tem temperaturas médias de 24ºC, e outra seca dados entre 2014 e 2021. Os parâmetros analisados foram Par culas Totais
(especificamente os meses junho, julho e agosto), quando chove apenas em Suspensão, MP10 e MP2,5.
cerca de 10 mm por mês e as temperaturas médias estão em torno de 17°C,
com a temperatura mínima em quase 11°C.

11 c 17 c 24 c

Equipamento de monitoramento instalado na área rural de Conceição do Mato Dentro.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 19


PTS significa Par culas Totais em Suspensão e corresponde aos materiais sólidos e líquidos que ficam
suspensos no ar, podendo ser em forma de poeira, fumaça, fuligem e outros. PM10 é um po de par cula
inalável, com diâmetro inferior a 10 micrômetros e PM2,5 são as par culas respiráveis com diâmetro menor
do que 2,5 micrômetros. Estas são consideradas poluentes da atmosfera. Existem critérios legais que
regulamentam a quan dade dessas par culas no ar e qual valor é considerado prejudicial ao ambiente e a
população (Resolução CONAMA 491/2018).

Monitoramentos:
Estações de Qualidade
do AR - FEAM
Estações Metereológicas
- INMET
Rede de Monitoramento
da VALE - Itabira
Pontos da Campanha
de Monitoramento
2014/2015

Áreas de Estudo::
ADA - Área
Diretamente Afetada
Área de Estudo da
Qualidade do Ar

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 20


Para a Área 1, localizada no entorno da parte central e norte da ADA, o Os dados coletados demostram que todos os pontos de monitoramento
monitoramento demonstrou que na maior parte do período monitorado, estão abaixo do limite recomendado para vibração, não sendo percep vel
as concentrações de par culas encontram-se bem inferiores aos padrões para as pessoas ou causando danos para estruturas. Por outro lado, as
de qualidade do ar estabelecidos na legislação, denotando a boa qualidade medições de ruído demonstraram que alguns pontos ultrapassam os valores
do ar da região estudada. Ocorreram alguns picos de concentração com definidos nas normas técnicas. Os resultados das medições de Ruído
ultrapassagem das normas, mas são representados por eventos isolados e Ambiente (ou Ruído de Fundo) servirão de base para futuras análises de
influenciados por situações meteorológicas ou de emissão muito ruído da operação do empreendimento, quando serão realizadas novas
específicas, como queimadas. Comportamento similar foi encontrado na campanhas de monitoramento que permi rão o cálculo do Ruído Total
Área 2, que corresponde às proximidades de Itabira, no setor sul da ADA. (ruído com influência das operações do empreendimento e ruído ambiente).
Nessa área ocorreram apenas dois casos de ultrapassagem das normas
durante todo o período monitorado. De forma geral, foi possível observar
que as maiores concentrações de poluentes ocorrem entre os meses de
julho e outubro para estas áreas, que correspondem, grosso modo, aos O ruído ambiente é o conjunto de sons já existentes em
meses de baixa precipitação. determinado local. Por exemplo, em uma mata, o ruído
ambiente é composto pelo canto dos pássaros, dos
Dessa forma, infere-se que a Qualidade de Ar sobre a região de interesse grilos, pelo balançar das folhas das árvores... Já no
desse estudo não se apresenta hoje saturada em relação a presença de centro de uma grande cidade, o ruído ambiente é
materiais par culados na atmosfera. É recomendada a iden ficação e composto pelos sons dos automóveis.
controle das condições meteorológicas que causam ultrapassagens nos
padrões de forma ocasional e a presença de fontes emissoras sazonais
como as queimadas.

RUÍDO E VIBRAÇÃO

O ruído pode ser definido como um som indesejável que se propagada em


qualquer meio (ar, água, sólido) que o ouvido humano possa detectar. Para
avaliar os níveis de ruído e vibração já existentes na Área de Estudos foram
u lizados os dados de 20 pontos de monitoramento. 11 desses pontos se
localizam Área 1, próximo das estruturas da mina, enquanto 9 pontos se
localizam na Área 2, representando a região de ocorrência do mineroduto. De
forma geral, os pontos se localizam em áreas de sí os e fazenda, com exceção
de alguns pontos em locais predominantemente residenciais na Área 1.

Monitoramento em área rural Monitoramento na sede de Conceição


do Mato Dentro

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 21


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 22
ROCHAS, RELEVO E SOLOS

Os pos de rochas, as formas de relevo e os solos apresentam intensa relação na formação das paisagens. Dessa forma, estes atributos serão apresentados
de forma associada. Foi possível iden ficar quatro principais associações de rochas, relevos e solos na Área de Estudo Local, apresentadas no mapa a seguir
e na descrição abaixo.

Unidade de Relevo:
Áreas de Deposição de
Sedimentos pelos Rios
Áreas com Relevo
Alterado pela Ação
Humana
Depressão da Bacia do
Rio Doce (DBRD)

Serra da Serpentina (SS)


Serra do Espinhaço (SE)

Áreas de Estudo:
ADA - Área
Diretamente Afetada
AEL - Área de Estudo
Local

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 23


menor resistência ao intemperismo e à erosão, permi ndo assim o
As rochas são decompostas lentamente ao longo de
desenvolvimento de solos mais profundos como os Latossolos, sobre os
milhares e até milhões de anos dando origem aos solos.
quais ocorrem os principais usos agropecuários da terra, como a
Este processo é chamado de intemperismo. Ele é
silvicultura e as pastagens. Predominam nestas áreas morros e colinas de
causado principalmente pela ação das águas, mas
declividade menos acentuada, concentradas principalmente na bacia do
também por ventos, aquecimento e resfriamento das
rio do Peixe e do rio do Tanque. No entorno da região de Santa Maria de
rochas durante o dia e noite o que gera trincas nelas. A
Itabira, presente nesta associação de terreno, são encontradas diversas
liberação de ácidos por microrganismos e pelas raízes
marcas de processos erosivos e movimentos de massa recentes, indicando
das plantas também contribui para o intemperismo.
maior fragilidade ambiental.

A Unidade Serra da Serpen na, onde se instalará o Projeto de mesmo


nome, é composta por rochas muito resistentes ao intemperismo, como o
quartzito e as formações ferríferas bandadas. Há ainda a formação de
cangas, que são materiais mais recentes do ponto de vista geológico e tem
sua origem associada à elevação da concentração de ferro em locais
definidos, formando carapaças resistentes à erosão mecânica. A
resistência destas rochas e da canga à degradação dificulta a formação de
solos espessos nesta área, predominando assim solos rasos, arenosos e
pouco estruturados. As formas de relevo são geralmente de grande
declividade, formando serras e escarpas bem marcadas nas maiores
al tudes da AEL. As formações ferríferas de interesse econômico se Movimentos de massa em áreas de morros
concentram nesta área. A oeste dessa unidade ocorre um trecho com vista
para as encostas da Serra do Espinhaço.
Entremeadas nas demais associações, ocorre a Unidadem as áreas de
deposição de sedimentos pelos rios. Os materiais depositados pelos rios
na área variam de areias a argilas e formam áreas planas, conhecidas como
planícies fluviais ou terraços, que em alguns casos formam degraus no
entorno dos cursos d'água. Em alguns trechos há acumulação de água
durante alguma parte do ano, formando áreas brejosas com solos
acinzentados ou escuros e vegetação adaptada às condições de excesso de
água.

Canga localizada na Serra da Serpen na.

No entorno da Serra da Serpen na ocorrem rochas muito an gas, como


granitos e gnaisses, da Unidade Depressão da Bacia do Rio Doce. Essas
Planície de inundação do rio Preto.
rochas foram formadas pelo resfriamento do magma em grandes
profundidades. Quando expostas na super cie, essas rochas apresentam

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 24


Há, ainda, a associação de terreno relacionada às áreas de maior alteração antrópica. Nestes trechos a alteração humana foi tão intensa que as
caracterís cas iniciais de solos e relevos perderam diversas das suas caracterís cas naturais. São representadas pelas sedes municipais de Conceição do
Mato Dentro e Santa Maria de Itabira, além das áreas de mineração, como o Projeto Minas-Rio a norte da AEL.
Os mapas a seguir apresentam a distribuição das rochas e dos solos na área do projeto.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 25


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 26
CAVERNAS

Ponto muito importante e de grande preocupação é a iden ficação das cavernas e sua importância. Para isso foi realizado um estudo de cavernas
durante 40 meses de trabalho de campo, no período de 12 de março de 2012 a 31 de julho de 2015, efetuados por três equipes. Ao longo desse tempo
foram caminhados no total 2,154km, com foco nas áreas com maior potencial de ocorrência de cavernas. Ao todo foram iden ficadas 94 cavernas na
ADA e em seu entorno de 250 metros, sendo que se prevê a supressão de 49 delas. Essas cavernas estão associadas principalmente às formações
ferríferas encontradas na Serra da Serpen na e apresentam biota e importância hidrológica específica.

Espeleologia:
Cavidades
Caminhamento
Realizado

Área de Estudo:
Área de Estudo da
Espeleologia
ADA - Área
Diretamente Afetada

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 27


ÁGUAS SUPERFICIAIS

A área do empreendimento se localiza nas bacias do rio Santo Antônio e do rio Piracicaba. Na primeira bacia, incluem-se a área de contribuição direta do Rio
Santo Antônio, e as bacias do Rio do Peixe, Rio do Tanque, Rio Guanhães e Rio Preto do Itambé. Na segunda, incluem-se a área de contribuição direta do Rio
Piracicaba, Ribeirão Piçarrão, Córrego Carvalhada, Ribeirão São José e Rio da Prata. Nestas bacias as águas foram avaliadas quanto a quan dade e qualidade.

Estações
Fluviométricas
Estações
Pluviométricas
Sub-bacia:
Sub Bacia do Alto
Santo Antônio
Sub Bacia do Córrego
Carnavalha/Rio Una
Sub Bacia do Ribeirão
São José
Sub Bacia do Rio
Guanhães
Sub Bacia do Rio
Piracicaba
Sub Bacia do Rio
Preto do Itambé
Sub Bacia do Rio
Prata 2
Sub Bacia do Ribeirão
/Rio do Peixe
Sub Bacia do Rio do
Tanque

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 28


Foram analisadas as vazões dos rios, os níveis de precipitação e as taxas de
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
evaporação para realizar o cálculo de balanço hídrico. O balanço hídrico
para a região do empreendimento mostra que os valores de chuvas são
superiores (balanço hídrico posi vo) em relação aos de evapotranspiração
para os meses de novembro a março, enquanto os meses de abril a outubro Com base no po predominante de rocha, no comportamento da rocha
indicam um balanço hídrico nega vo. quanto à capacidade de absorver e de repassar a água para as demais, e,
nas caracterís cas estruturais, as formações rochosas presentes nas áreas
Para a análise da Qualidade das Águas foram analisados 53 parâmetros de estudo foram agrupadas em três pos de aquíferos, conforme
sicos, químicos e biológicos de 41 pontos de amostragem localizados nas apresentado a seguir.
diversas bacias. Os resultados foram condensados no Índice de Qualidade
das Águas (IQA) e no Índice de Estado Trófico (IET), que sinte zam as Zona Aquífera: formada por rochas e materiais que reúnem as
condições de qualidade dos cursos hídricos da área. propriedades hidráulicas de maior capacidade de armazenamento e
condução das águas subterrâneas. Na AEL é composta por Quartzitos,
Foi observado que a maioria dos pontos são classificados com IQA entre Cangas e Formações Ferríferas concentradas na Serra da Serpen na.
Médio e Bom, exceto as sub-bacias do Alto Rio Santo Antônio e do Ribeirão
do Peixe, as quais possuem pontos com IQA Ruim. Sobre o IET a maior parte Zona de Aquíferos Pobres: composta por rochas que reúnem materiais
das sub-bacias estão classificadas entre Mesotrófico e Oligotrófico (entre que possuem média a baixa capacidade de armazenamento e condução de
médio e bom), somente a sub-bacia do Alto Rio Santo Antônio que possui água subterrânea. A maior parte da AEL é composta por essa área,
um ponto de amostragem classificado como Eutrófico, dentre os pontos associada aos Granitos e Gnaisses que acumulam água em suas fendas e
analisados, é o pior. Foi notável que os piores valores foram encontrados fraturas.
nas proximidades de aglomerados urbanos, o que provavelmente está
Zona Não Aquífera: formada por rochas de baixa porosidade e
associado ao lançamento de efluentes nos cursos d'água.
permeabilidade, implicando em aproveitamentos de água que são
consideravelmente pequenos ou nulos. São representados principalmente
por rochas formadas de grãos muito pequenos, que não apresentam
espaço entre eles para armazenar ou conduzir água.
Entendendo melhor estes índices...

O Índice de Qualidade das Águas (IQA) é composto por 9


parâmetros. Alguns deles são químicos (como pH),
outros sicos (como temperatura) e outros biológicos
(como coliformes fecais). Ele varia entre 0 a 100, sendo
que valores próximos a 0 indicam águas de qualidade
muito ruim (impróprias para consumo humano mesmo
após o tratamento convencional) e próximos a 100, águas
de excelente qualidade (que são próprias para consumo
humano após tratamento.

O Índice do Estado Trófico (IET) indica o estado de


eutrofização de um corpo hídrico. Quanto maior o valor
mais eutrofizado. A eutrofização é o aumento na
quan dade de nutrientes na água que pode gerar
desiquilíbrio nos ecossistemas aquá cos, como a
proliferação de algas e bactérias que deixam a água mais
turva, diminuem a entrada de luz solar e esgotam seu
oxigênio. Isso normalmente resulta na morte de peixes e
outros animais.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 29


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 30
USO DAS ÁGUAS

Para a descrição dos usuários das águas superficiais e subterrâneas


presentes na área de estudo u lizaram-se dados de outorgas emi das pelo
Ins tuto Mineiro de Gestão das Águas. A outorga é o instrumento legal que
garante a uma empresa ou pessoa o direito de u lizar os recursos hídricos,
sendo importante destacar que a autorização não torna o usuário
proprietário da água. Os resultados do levantamento de outorgas já existente
no entorno do projeto estão apresentados no quadro síntese a seguir:

24 Superficiais
53 Outorgas
29 Subterrâneas
Uso da Água

149 Superficiais
196 Usos
Insignificantes
47 Subterrâneas

As principais finalidades declaradas pelos solicitantes de outorgas foram


respec vamente consumo humano, dessedentação de animais, irrigação,
consumo industrial, abastecimento público e transposição de corpo de água.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 31


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO 32
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
04 DO MEIO BIÓTICO
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 33
ÁREA DE ESTUDO

Os estudos do meio bió co foram desenvolvidos a par r do levantamento


de dados para dois recortes territoriais: um de abrangência regional (Área
de Estudo Regional), mais amplo; e um de menor abrangência (Área de
Estudo Local).

A delimitação da AER considerou a necessidade de contextualização


integrada da região inserção do projeto e buscou, portanto, caracterizar os
biomas de inserção do empreendimento, a distribuição das fisionomias
vegetais na vas, bem como dos aspectos relacionados à presença de áreas
protegidas e outras áreas de interesse conservacionista.

A AEL, por sua vez, compreende o território situado no entorno da área do


projeto e engloba as áreas que guardam mais relação com o
empreendimento. Para este recorte, os estudos foram ainda mais
detalhados.

Em ambos os casos, as áreas de estudo incluíram trechos de bacias


hidrográficas componentes do alto rio Doce, e suas delimitações levaram
em consideração o arranjo destas bacias, bem como o arranjo dos divisores
hidrográficos.

Os dados secundários são as informações ob das a


par r de estudos que já foram realizados no
passado.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 34


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 35
BIOMAS BRASILEIROS

Em relação aos biomas brasileiros, o projeto e as áreas de estudo estão majoritariamente inseridos dentro dos limites do bioma Mata Atlân ca. Apenas uma
pequena porção a oeste da AER compreende os limites do bioma Cerrado.
A Mata Atlân ca é um hotspot de biodiversidade, e es ma-se que 2,7% de todas as espécies de plantas vasculares consideradas endêmicas no planeta
sejam endêmicas deste bioma (MYERS et al., 2000).

Apesar de originalmente cobrir 150 milhões de hectares no Brasil, o bioma Mata Atlân ca tem sido historicamente alvo de desmatamento e atualmente
possui somente cerca de 17 milhões de hectares (SOS MATA ATLÂNTICA & INPE, 2021). Apesar disto, a cobertura atual de vegetação Atlân ca em Minas
Gerais, de acordo com dados coletados em 2019 e 2020, é es mada em 11,5% de sua área original (SOS MATA ATLÂNTICA & INPE, 2021).
O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro é também um hotspot de biodiversidade, que estendia-se originalmente por cerca de 200 milhões de hectares
(25% do território nacional). De acordo com o levantamento do MapBiomas Coleção 6.0, de toda a extensão original do Cerrado, restam apenas 54,4% com
cobertura de vegetação na va (MAPBIOMAS, 2021).

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 36


ÁREAS PRIORITÁRIAS

As áreas de estudo estão inseridas em áreas consideradas prioritárias para


a conservação da biodiversidade, de acordo com o Atlas da Biodiversidade
de Minas Gerais, elaborado pela Fundação Biodiversitas (Drummond et al.,
2005) e de acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2018).

As Áreas Prioritárias para Conservação são mecanismos


de polí ca pública que ajudam na tomada
de decisão, no planejamento e implantação de
ações como criação de unidades de conservação,
licenciamento, fiscalização e es mulos ao uso
sustentável.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 37


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 38
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 39
RESERVAS DA BIOSFERA As RBs, de forma geral, são subdividas em zonas, que
visam a o mização de esforços e ações necessárias para a
gestão ambiental da região. Esse zoneamento possui três
As Reservas da Biosfera (RB) são unidades de gestão e instrumentos de categorias, caracterizadas abaixo:
conservação ins tuídos pela UNESCO, que tem por finalidade promover a Ÿ Zona núcleo: sua função é a proteção da paisagem
conservação da paisagem e da biodiversidade, a pesquisa e o uso natural e biodiversidade.
sustentável de recursos naturais.
Ÿ Zona de amortecimento: têm por obje vos minimizar
As figuras a seguir apresentam a localização da área de estudo em relação os impactos nega vos sobre esses núcleos e promover
aos limites da RB da Mata Atlân ca e da Serra do Espinhaço. a qualidade de vida das populações da região,
especialmente comunidade tradicionais.
Ÿ Zona de transição: des nam-se prioritariamente ao
monitoramento, à educação ambiental e à integração
da reserva com o ser entorno, onde predominam áreas
urbanas, agrícolas, extra vistas e industriais.o mundo).

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 40


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 41
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

As Unidades de Conservação (UC’s) são áreas protegidas por lei, criadas


com o obje vo de proteger a biodiversidade e as águas. Elas são divididas
em diferentes grupos e podem ser parques, reservas, estações ecológicas,
corredores naturais, entre outros.
A AER do projeto coincide com os limites ou zonas de amortecimento de 48
unidades de conservação. Dentre elas, há UCs de Uso Sustentável (Áreas
de Proteção Ambiental – APA e Reservas Par culares do Patrimônio
Natural – RPPN) e UCs de Proteção Integral (Monumentos Naturais –
MONA, Parques e Reservas Biológicas – RB).

A ADA do projeto não irá interferir em Unidades de Conservação de


Proteção Integral, mas conforme pode ser observado no mapa adiante,
esta área se sobrepõe a Áreas de Proteção Ambiental situadas
principalmente na região do mineroduto.
Além disso, é importante mencionar que o Projeto está próximo ao
Monumento Natural da Serra da Ferrugem, uma unidade de conservação
municipal.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 42


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 43
COBERTURAS VEGETAIS E USO DO SOLO

Ÿ METODOLOGIA
O mapeamento da cobertura vegetal teve por obje vo contextualizar o
estado geral de conservação da Área de Estudo Local - AEL e Área
Diretamente Afetada - ADA do Projeto Serra da Serpen na, bem como
auxiliar na iden ficação de componentes socioambientais potencialmente
vulneráveis aos impactos que podem ser gerados pelo empreendimento.
O mapeamento foi realizado com base em imagens de satélite Worldview,
2020 e mosaico de imagens satélite do programa ArcMap, 2020 e 2021.

Ÿ RESULTADOS - AEL

De acordo com mapeamento de cobertura vegetal e uso do solo elaborado


para a AEL, as formações naturais são mais representa vas, respondendo
por 51% do total da AEL (61.744,21 ha).

Áreas de Reflorestamento de Eucalipto e de desenvolvimento


agropecuário somam 46% da AEL (55.615,12 ha) e áreas não vegetadas
(áreas urbanas, áreas de mineração, estradas e acessos) somam 2% do
total (2.556,33 ha). As demais áreas somam menos de 1% da AEL.
Dentre as classes associadas às formações naturais, destaca-se a Floresta
Semidecidual (45% do total da AEL), seguida pelas formações
campestres/rupestres (4,5% da AEL).

Dentre as áreas antropizadas (áreas não vegetadas e áreas ocupadas por


Reflorestamento e a vidades agropecuárias), destacam-se as pastagens
que ocupam cerca de 40% da AEL.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 44


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 45
Ÿ RESULTADOS - ADA
DIAGNÓSTICO DE FLORA
Em relação à ADA do Projeto Serra da Serpen na, as formações naturais
ocupam a maior parte deste compar mento (54% da ADA), em relação às
demais áreas antropizadas (44%). A classe corpo d’água ocupa apenas Ÿ METODOLOGIA
0,06% da ADA.
Para a elaboração do diagnós co de flora foram consultados diversos
Dentre as classes associadas ao sistema natural, destacam-se a Floresta trabalhos realizados anteriormente na região do empreendimento.
Semidecidual (45%), seguidas por Campo Rupestre sobre Formação Também foram u lizadas informações disponíveis em plataformas virtuais
Ferrífera (6%). A ocupação antrópica está representada principalmente (herbários digitais) e no Banco de Dados de Biodiversidade da VALE
pela Silvicultura/Reflorestamento (26 %) e áreas de Campo (também conhecido como BDBio).
Antrópico/Pastagem (17%).
As informações disponíveis nestas fontes foram então compiladas em uma
base de dados única, que forneceu informações importantes para
diagnos car as espécies da flora potencialmente ocorrentes na região do
Área Total - ADA
Classes de Uso do Solo e Cobertura Vegetal empreendimento.
ha %
Formação Natural 2823,78 53,46% A tabela abaixo apresenta os estudos consultados, o ano em que foram
realizados e a empresa responsável pelo estudo.
Afloramento Rochoso 0,02 0,00%
Campo Cerrado/Cerrado 9,08 0,17%
Campo de Várzea 85,60 1,62% Nome do Estudo Referência
Campo Rupestre Sobre Formação Ferrífera 304,43 5,76% Estudo de Impacto Ambiental Lavra a Céu Aberto
Campo Rupestre Sobre Formação Quartzí ca 1,39 0,03% para Produção de 56 Milhões de Toneladas por
BRANDT, 2007
Candeial 72,66 1,38% Ano, Tratamento de Minério de Ferro e
Infraestrutura de Produção
Floresta Semidecidual 2350,59 44,50%
Estudo de Impacto Ambiental do Projeto
Áreas Não Vegetadas 143,98 2,73% GEONATURE, 2012
Minerário Morro do Pilar
Área Urbana 0,10 0,00%
Estudo de Impacto Ambiental Projeto Serpen na AMPLO, 2015
Mineração e Estruturas Associadas 42,44 0,80%
Vias e Acessos 63,98 1,21% Estudo de Impacto Ambiental Projeto de FERREIRA ROCHA,
Outras Áreas não Vegetadas 37,45 0,71% Extensão da Mina do Sapo 2015
Reflorestamento e Agropecuária 2310,81 43,75%
Cul vo 1,57 0,03% Além deste levantamento de dados mencionado anteriormente, o porte e
Reflorestamento/Floresta Semidecidual 55,40 1,05% a composição da vegetação foram também caracterizados a par r de
informações coletadas anteriormente pela Amplo na região.
Reflorestamento/Silvicultura 1358,23 25,71%
Campo Antrópico/Pastagem 895,60 16,96% Esses levantamentos influíram coletas de dados tanto em áreas florestadas
como em áreas de Campo Rupestre.
Outras Áreas 3,37 0,06%
Corpo D'água 3,37 0,06% Essas informações foram coletadas em parcelas amostrais, que foram
instaladas em campo. Dentro destas parcelas foram registradas as espécies
Total Geral 5281,94 100,00%
e coletados os dados de altura e diâmetro das árvores, o que permi u
entender como é a estrutura da comunidade vegetal da floresta ali
ocorrente.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 46


Campo Rupestre na Área de Estudo do Projeto Serra da Serpen na Áreas florestadas na Área de Estudo do Projeto Serra da Serpen na

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 47


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 48
Ÿ RESULTADOS Em relação aos hábitos predominantes, espécies arbóreas apresentaram
uma maior riqueza de espécies (561 spp.), seguidas por espécies herbáceas
O projeto Serra da Serpen na está inserido em uma região importante não (240 spp.). arbus vas (114 spp.), subarbus vas (78 spp.),
só pelos recursos minerais que ali existem, mas também por ser uma região Lianas/trepadeiras (54 spp.), Palmeiras (10 spp.) e, por fim, bambus (4 spp.).
onde há uma grande heterogeneidade ambiental, ou seja, uma grande
diversidade de solos, formações geológicas, e de fisionomias vegetais.

Dentre estas, destacam-se as formações florestais (representadas pela


Floresta Semidecidual), e as formações campestres (como por exemplo o
Campo Rupestre), além dos campos de várzea, também conhecidos como
áreas brejosas.
Essa heterogeneidade de ambientes, via de regra, reflete também em uma
maior diversidade de espécies da flora, sendo comum encontrar em um
mesmo local espécies picas de formações campestres e também florestais.

Os levantamentos realizados a par r dos dados secundários iden ficou a


ocorrência de 1061 espécies e 140 famílias botânicas.
Do total de espécies registradas no levantamento florís co de dados
A tabela abaixo apresenta uma síntese dos dados ob dos na compilação
secundários, 82 correspondem a espécies vegetais de interesse especial
florís ca realizada para a área de estudo.
por serem consideradas ameaçadas, raras ou endêmicas.
Além destas, foram também registradas quatro espécies de ipê amarelo
(Handroanthus serra folius, Handroanthus ochraceus, Handroanthus
Formação Espécies Famílias Famílias mais ricas - spp. chrysotrichus e Handroanthus vellosoi), pertencentes anteriormente ao
gênero Tabebuia, e o Pequizeiro (Caryocar brasiliense), espécies que de
acordo com a Lei Nº 20.308, de 27 de julho de 2012, foram declaradas de
Formações Fabaceae – 18 spp. preservação permanente, interesse comum e imunes de corte.
Antrópicas 124 40 Asteraceae – 13 spp.
Poaceae – 8 spp.
Ÿ O que é uma espécie ameaçada?
É uma espécie suja população está diminuindo a ponto
de colocá-la em algum grau de risco de existência na
Fabaceae – 105 spp.
Formações 836 125 natureza. Há diferentes listas e diferentes níveis de
Myrtaceae – 71 spp.
Florestais ameaças, uns mais crí cos e outros menos crí cos e,
Lauraceae – 33 spp.
esses níveis de ameaça podem variar em cada estado
brasileiro e no mundo, de acordo com a lista considerada.

Formações Fabaceae – 77 spp. Ÿ O que é uma espécie endêmica?


Abertas 745 119 Asteraceae – 54 spp. É aquela que só ocorre em um determinado local. O
Myrtaceae – 51 spp. endemismo pode ser ocasionado por barreiras sicas,
geográficas ou ecológicas. Existem espécies endêmicas
de um determinado bioma (Mata Atlân ca, Cerrado) ou
de topos de uma ou algumas serras (Serra do Espinhaço,
Cyperaceae – 10 spp. Serra da Man queira ou Serra da Canastra).
Ambientes
45 19 Poaceae – 10 spp.
Hidromórficos Ÿ O que é uma espécie rara?
Thelypteridaceae – 5 spp.
É aquela menos frequente e/ou encontrada em poucas
localidades em um contexto local ou regional.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 49


Lista Internacional 25 espécies

Ameaçadas
Espécies de Interesse para conservação
Lista Nacional 31 espécies

Lista Estadual 41 espécies

Raras 12 espécies

Endêmicas 4 espécies

Do total de espécies vegetais de interesse especial registradas no levantamento de dados já existentes para o território, 49 possuem registro na área do
projeto, sendo também registradas no entorno e nas áreas de estudo. Um total de 33 espécies foram registradas exclusivamente nas áreas de estudo, ou
seja, não correm na área que será interferida pelo projeto.

Por fim, de acordo com Amplo (2015), durante o levantamento florís co realizado na área do Projeto Serpen na, foram coletadas amostras de uma espécie
que posteriormente foi classificada como uma espécie nova para a ciência: Mezilaurus conceicionensis L.C.S.Assis, P.B.Meyer & F.M.Alves, sp. nov..
De acordo com os autores da publicação, a espécie pode ser considerada como Cri camente Ameaçada, frente à sua reduzida área de ocupação e área de
ocorrência, e às reduções do tamanho de suas populações.

Ramo de Mezilaurus Indivíduo de Mezilaurus


conceicionensis. conceicionensis.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 50


DIAGNÓSTICO DE FAUNA E BIOTA AQUÁTICA
AVES

Ÿ METODOLOGIA
Para a elaboração do diagnós co da fauna deste estudo foram consultados ABELHAS
diversos trabalhos que ocorreram na região do empreendimento, desde
2007 até 2015. Também foram u lizados diversos dados existentes
coletados na região do empreendimento até 2022 (banco de dados da
Vale, denominado BDBio). INSETOS VETORES
A grande quan dade de estudos realizados na região do empreendimento
permi u aos pesquisadores compilar um conjunto de dados bastante
robusto que fornecesse as informações necessárias para diagnos car a
potencial fauna local.

Assim, foram analisados os resultados destes estudos e, a par r deles, o


diagnós co de Fauna e de Biota Aquá ca foi elaborado. Os dados ob dos
nestes estudos realizados anteriormente na região são chamados de
“dados secundários”.
Para o diagnós co de Fauna e Biota Aquá ca foram considerados
os mesmos estudos de referência para o diagnós co de Flora. Fonte:Amplo (2015) Fonte:Amplo (2015)

GRUPOS DA FAUNA ESTUDADOS GRUPOS DA BIOTA AQUÁTICA ESTUDADOS

Foram estudados diversos grupos da fauna e da biota aquá ca.Cada grupo


foi estudado por profissionais especialistas naqueles animais. PEIXES

MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE ALGAS

PEQUENOS MAMÍFEROS NÃO VOADORES MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS

MORCEGOS

RÉPTEIS E ANFÍBIOS

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 51


Os estudos consultados envolveram a vidades de campo e, para a coleta As pesquisas em campo sempre devem ser realizadas nos
de dados foram u lizadas diversas métodos para encontro e registro dos locais mais prováveis de se encontrar os animais.
animais. Locais onde a vegetação se encontra mais preservada,
Para o levantamento da fauna terrestre, foi feita a instalação de diferentes geralmente é onde se encontra o maior número de espécies.
armadilhas e, também foram realizadas procuras (denominadas “buscas Um maior número de métodos amostrais também permite o
a vas”) por animais ou por ves gios destes (tocas, ninhos, pegadas, fezes, encontro de um maior número de espécies.
etc) em diversos lugares, buscando amostrar animais vertebrados e
invertebrados. Ÿ RESULTADOS GERAIS
Para o levantamento da biota aquá ca, foram realizadas capturas de A seguir, são apresentados os principais resultados ob dos a par r das
peixes por meio peneiras, arrasto e tarrafas) e, a coleta de água e de análises dos resultados, destacando as principais informações dos grupos
material biológico com a u lização de frascos, redes de filtragem, escovas de fauna terrestre e de biota aquá ca estudados.
(dentre outros equipamentos), também foi realizada em áreas dis ntas
contemplando rios, lagoas, açudes, etc. O quadro abaixo apresenta uma síntese dos registros ob dos
considerando o número total de espécies registradas nos levantamentos
de campo e, também, o número de espécies ameaçadas e endêmicas para
cada grupo da fauna. A seguir, é apresentado o detalhamento destes
dados para cada grupo da fauna estudado.

Riqueza Espécies Espécies


Grupo
Total Ameaçadas Endêmicas
Mamíferos de Médio e 37 13 9
Grande Porte
Pequenos Mamíferos 31 2 9
não Voadores
Quirópteros 37 2 0
Aves 361 12 71
Répteis 56 2 13
An bios 67 0 47
Abelhas 161 2 11
Peixes 71 3 3
Métodos u lizados para captura e registro de animais. Fonte: Amplo, 2015.

Métodos u lizados para captura e registro de animais. Foto: Adriano L. Silveira

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 52


Grupo Número de Táxons Dentre as espécies registradas, treze encontram-se ameaçadas de
ex nção: Pecari tajacu (cateto), Chrysocyon brachyurus (lobo-guará), Puma
Dípteros Vetores 100 concolor (onça-parda), Leopardus gu ulus (gato-do-mato-pequeno),
Algas Peri cas 88 Leopardus pardalis (jagua rica), Lontra longicaudis (lontra), Leopardus
Macroinvertebrados Bentônicos 87 wiedii (gato-maracajá), Tapirus terrestres (anta), Callicebus personatus
(guigó), Aloua a guariba (bugio), Lycalopex vetulus (raposa-do-campo),
Herpailurus yagouaroundi (gato-mourisco) e Sylvilagus brasiliensis (tape ).

O principal mo vo da ameaça a estas espécies é a destruição de seus


hábitats.

Foram registradas nove espécies endêmicas de mamíferos de médio e


grande porte da mata atlân ca e/ou do Brasil. Dentre as espécies
registradas, são consideradas endêmicas da Mata Atlân ca, sete espécies:
Callithrix geoffroyi (mico-de-cara-branca), Callithrix jacchus (mico-de-tufo-
branco), Callicebus nigrifrons (guigó), Callicebus personatus (guigó),
Aloua a guariba (bugio), Sapajus nigritus (macaco-prego) e Guerlinguetus
brasiliensis (esquilo). Ainda sete espécies são consideradas endêmicas do
Brasil: Lycalopex vetulus (raposinha), Callithrix geoffroyi (mico-de-cara-
branca), Callithrix jacchus (mico-de-tufo-branco), Callithrix penicillata
(mico-estrela), Callicebus nigrifrons (guigó), Callicebus personatus (guigó) e
Guerlinguetus brasiliensis (esquilo).
Espécies endêmicas da fauna são aquelas que são
encontradas apenas em uma região, em apenas um
estado / país ou vivem somente em um único po de
vegetação.
Espécies endêmicas da biota aquá ca, geralmente, são
aquelas que vivem em apenas um rio ou bacia
hidrográfica.
Eira barbara (Irara).
Fonte: Amplo (2015)

Espécie ameaçada é uma espécie cuja população está


diminuindo a ponto de colocá-la em algum grau de
risco de existência na natureza. Há diferentes níveis de
ameaças, uns mais crí cos e outros menos crí cos. Puma concolor (onça parda).
Fonte: Amplo (2015)

MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE

Foram registradas, nos estudos consultados, 37 espécies de mamíferos de


médio e grande porte (anta, tatu, gato-do-mato, lobo-guará, etc). Lepardus pardalis (jagua rica) .
Fonte: Amplo (2015)

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 53


PEQUENOS MAMÍFEROS NÃO VOADORES Os gambás possuem uma extrema importância para a
natureza pois atuam como excelentes dispersores de
sementes. Além disso, possuem a função ecológica de
Foram registradas 31 espécies de mamíferos de pequeno porte não controlar a população de diversas espécies de
voadores no Projeto Serra da Serpen na. invertebrados, como escorpiões, por exemplo.

Destas, duas estão classificadas em categorias de ameaça em ao menos


uma das listas oficiais consultadas: Trinomys moojeni (rato-de-espinho) e
Rhipidomys tribei (rato-do-mato).
MORCEGOS
Dentre as espécies registradas de mamíferos de pequeno porte não
voadores, nove são consideradas endêmicas da Mata Atlân ca:
Blarinomys breviceps (rato-do-mato), Didelphis aurita (gambá),
Foram registradas 37 espécies de morcegos na área de estudo do Projeto
Guerlinguetus brasiliensis (esquilo/caxinguelê), Hylaeamys la ceps (rato-
Serra da Serpen na, sendo que duas delas estão ameaçadas de ex nção:
do-mato), Juliomys pic pes (rato-do-mato), Riphidomys tribei (rato-da-
Diaemus youngii (morcego vampiro) e Glyphonycteris sp (morcego).
árvore), Thaptomys nigrita (rato-do-chão), Trinomys elegans (rato-de-
espinho) e Trinomys setosus (rato-de-espinho). No entanto, de um modo Não foram registradas espécies de morcegos endêmicas na área de estudo
geral, as espécies listadas no estudo apresentam ampla distribuição no do Projeto.
território brasileiro.

A grande maioria das espécies de morcegos existentes


se alimenta de frutos e insetos, ou até mesmo do néctar
das flores (morcegos-beija-flor), sendo bem poucas as
espécies hematófagas, ou seja, aquelas que se
alimentam de sangue. Os morcegos também têm uma
importante função ecológica pois muitas espécies são
excelentes polinizadores e dispersores de sementes.

Gracilinanus microtarsus (cuíca).


Fonte: Amplo (2015)

Monodelphis americana (cuíca-de-


três-listras).
Fonte: Amplo (2015) Phyllostomus hastatus (morcego).
Fonte: Amplo (2015)

Didelphis albiventris (gambá). Carollia brevicauda (morcego).


Fonte: Amplo (2015) Fonte: Amplo (2015)

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 54


Gavião-pega-macaco
Sturnira lilium (morcego). (Spizaetus tyrannus).
Fonte: Amplo (2015) Fonte: Amplo (2015)

AS AVES

Papagaio-de-peito-roxo
Foram registradas 361 espécies de aves no diagnós co de fauna do Projeto (Amazona vinacea)
Serra da Serpen na, das quais, 12 estão ameaçadas de ex nção, a saber: Fonte: Amplo (2015)
Odontophorus capueira (uru), Spizaetus tyrannus (gavião-pega-macaco),
Spizaetus ornatus (gavião-de-penacho), Urubi nga coronata (águia-
cinzenta), Pulsatrix perspicillata (murucututu), Ramphastos vitellinus
(tucano-de-bico-preto), Amazona vinacea (papagaio-de-peito-roxo),
Scytalopus iraiensis (tapaculo-da-várzea), Sporophila frontalis (pixoxó),
Sporophila falcirostris (cigarrinha-do-sul), Sporophila ruficollis
(caboclinho-de-papo-escuro) e Sporophila angolensis (curió).
Cigarrinha-do-sul
Também foram registradas, ainda, 71 espécies de aves endêmicas no
(Sporophila falcirostris).
estudo, sendo que 65 são endêmicas da Mata Atlân ca, três espécies Fonte: Amplo (2015)
registradas são consideradas endêmicas do Cerrado, duas são
originalmente consideradas endêmicas da Caa nga e, por fim, uma
espécie também se destaca por ser endêmica dos topos de montanhas do
leste do Brasil. OS ANFÍBIOS E RÉPTEIS

Foram registradas 67 espécies de an bios e 56 espécies de répteis no


As aves sofrem ameaças constantes por redução de diagnós co local do Projeto Serra da Serpen na.
seus hábitats e pela pressão da caça e capturas para
Dentre os répteis, duas espécies estão ameaçadas de ex nção: o cágado-
servirem de alimentação ou para que sejam
da-serra (Hydromedusa maximiliani) uma serpente (Tan lla boipiranga).
domes cadas, geralmente presas em gaiolas.
Foram registradas, também, 13 espécies de répteis endêmicas da Mata
Atlân cas:
Quanto aos an bios foram registradas 47 espécies endêmicas, sendo: 36
da Mata Atlân ca, 09 do Cerrado, 03 do Planalto Meridional da Serra do
Espinhaço, 06 do conjunto Serra do Espinhaço-Quadrilátero Ferrífero e,
por fim, 01 do Quadrilátero Ferrífero.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 55


Também foram registradas 11 espécies de abelhas , sendo oito endêmicas
Foram levantadas quatro espécies de serpentes
da Mata Atlân ca e, três do Cerrado.
venenosas e de importância médica:
Ÿ Crotalus durissus (cascavel);
Ÿ Bothrops jararaca (jararaca-da-mata) ;
Ÿ Bothrops neuwiedi (jararaca-pintada);
Ÿ Micrurus frontalis (coral-verdadeira

Porta do ninho da abelha sem ferrão


Partamona crip ca.
Fonte: Amplo (2015).

Bothrops jararaca
(jararaca-da-mata)
(Foto: Adriano L. Silveira).
Porta do ninho da abelha sem ferrão
Melipona quadrifasciata (mandaçaia).
Fonte: Amplo (2015).

A importância econômica das abelhas como


polinizadoras é grande. Todas as espécies de abelhas
Micrurus frontalis (coral- são depedentes de produtos florais (néctar, pólen,
verdadeira). óleos, resinas, etc), o que faz delas os principais
(Foto: Adriano L. Silveira).
polinizadores, tanto de plantas na vas quanto
cul vadas. Es ma-se que as abelhas sejam responsáveis
por 75% dos requerimentos de polinização das culturas
agrícolas, sendo que cerca de 1300 espécies cul vadas
são dependentes das abelhas para a polinização.

Além da importância como polinizadoras, algumas


abelhas são também u lizadas para produção de mel.
Hydromedusa maximiliani
(cágado-da-serra).
(Foto: Adriano L. Silveira).

AS ABELHAS OS INSETOS VETORES

Foram registradas 161 espécies de abelhas no diagnós co local do Projeto Foi estudado um grupo de mosquitos capazes de transmi r doenças ao ser
Serra da Serpen na. Destas, duas estão ameaçadas de ex nção: Melipona humano que são comumente chamados de “insetos vetores”. Foram
(Michmelia) rufiventris e Partamona ailyae. registradas 100 espécies destes mosquitos no diagnós co local do Projeto
Serra da Serpen na.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 56


Dentre as espécies registradas, destacam-se aquelas que são capazes de
OS PEIXES
transmi r a febre amarela, a leishmaniose e a Chikungunya, pois são
enfermidades mais comuns na região.

Foram registradas 71 espécies de peixes no diagnós co local do Projeto


Serra da Serpen na.
Muitos insetos vetores de doenças se reproduzem em
acúmulos de águas paradas e em poças temporárias ou Três espécies encontram-se ameaçadas de ex nção: Henochilus
permanentes. Desta forma, é necessário atenção ABELHAS
com a wheatlandii (andirá), Pareiorhaphis scutula (cascudinho) e Brycon opalinus
limpeza dos quintais e terrenos de forma a não criar as (pirapi nga).
condições adequadas para proliferação destes
Foram registradas, ainda, três espécies endêmicas. Australoheros
mosquitos.
ipa nguensis (cará), que apresenta distribuição atual conhecida exclusiva
na bacia do rio Doce em diferentes drenagens, Henochilus wheatlandii
(andirá) que apresenta distribuição atual conhecida somente na bacia do
médio rio Santo Antônio e, Pareiorhaphis scutula (cascudinho) que
apresenta distribuição atual conhecida exclusiva na bacia do rio Piracicaba.

Das 71 espécies registradas nos corpos d’água da área de estudo do Projeto


Serra da Serpen na, quatro são reconhecidas como exó cas às drenagens
da região: as lápias Coptodon rendalli e Oreochromis nilo cus), a carpa
(Cyprinus carpio) e o barrigudinho (Poecilia re culata).

Mosquito transmissor de doenças. A presença dessas espécies de peixes exó cos nos corpos d'água da área
Foto: Renato Nogueira Mota estudada pode configurar problemas para fauna na va, pois, espécies
introduzidas são um dos maiores responsáveis pela perda de diversidade
e, muitas vezes, responsáveis pela ex nção local de outras espécies.

Cascudinho (Parotocinclus sp.)


Foto: Fábio Vieira (2015).

Mosquito transmissor de doenças.


Foto: Renato Nogueira Mota

Neoplecostomus sp.
Foto: Fábio Vieira (2015).

Espécies exó cas podem causar impactos significa vos


por compe r e/ou predar as espécies na vas,ABELHAS
Criadora de mosquitos. aumentando o estresse ambiental. Com isso, podem
Foto: Renato Nogueira Mota causar a diminuição na diversidade e populações de
espécies na vas.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 57


COMUNIDADES HIDROBIOLÓGICAS

Foram registrados, ao todo, 88 algas e 87 Macroinvertebrados Bentônicos


no Diagnós co Local do projeto Serra da Serpen na.
A análise dos resultados dos estudos dos macroinvertebrados bentônicos
apontou que a qualidade das águas dos pontos amostrados foi classificadas
em diferentes categorias que variou entre “ruim” à “muito boa”.

As Comunidades Hidrobiológicas estão, aqui definidas,


pelos pequenos organismos que habitam os corpos de
água, sejam eles do reino vegetal ou animal. Fizeram
ABELHAS
parte das comunidades hidrobiológicas estudadas no
Projeto Serra da Serpen na: as algas e os
macroinvertebrados bentônicos.

Os Macroinvertebrados Bentônicos são organismos


aquá cos de hábito bentônico, isto é, que habitam o
fundo de rios e lagos, aderidos a pedras, cascalhos e
folhas ou, enterrados na lama ou areia. São organismos
sensíveis à poluição ou degradação dos ecossistemas
aquá cos. Assim, o estudo destes organismos é
importante para auxiliar na avaliação da qualidade das
águas dos ecossistemas aquá cos de um determinado
local.
Qualidade das Águas nos diferentes pontos amostrados na área de
estudo do Projeto Serra da Serpen na.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 58


SÍNTESE CONCLUSIVA

De forma geral, os resultados encontrados nos estudos apresentaram comunidades da biota com estruturas complexas, marcadas pela presença de
espécies ameaçadas, endêmicas e/ou raras.

Os resultados refletem a heterogeneidade ambiental existente na região com a presença de florestas, campos cerrados, cerrados, campos rupestres, dentre
outros.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO 59


05 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO
MEIO SOCIOECONÔMICO
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 60
ÁREA DE ESTUDO

O presente capítulo foi elaborado com o obje vo de caracterizar aqueles territórios que, de alguma forma, se relacionam com o Projeto Serra da Serpen na
do ponto de vista socioeconômico e cultural.

Os 11 municípios que recebem estruturas do projeto foram estudados a par r de seus dados gerais. Tratam-se dos seguintes territórios: Antônio Dias,
Conceição do Mato Dentro, Carmésia, Dom Joaquim, Itambé do Mato Dentro, Passabém, Morro do Pilar, Nova Era, Santa Maria de Itabira, Santo Antônio do
Rio Abaixo, São Gonçalo do Rio Abaixo.

Também foram detalhadas as caracterís cas de 6 sedes municipais e 37 localidades situadas no entorno do Projeto. As populações destes territórios irão
perceber com mais clareza a manifestação de impactos ambientais, sejam eles nega vos ou posi vos.
Por fim, foram analisados os 205 imóveis rurais que são interferidos pelo Projeto. Deste total, 25 pertencem à Vale e 180 a terceiros.

Para a composição dos estudos foi realizado esforço de consulta e sistema zação de informações secundárias ob das em sí os de internet de ins tuições
públicas e ins tutos de pesquisa consagrados como o IBGE e INEP.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 61


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 62
CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS

A POPULAÇÃO

Conceição do Mato Dentro e Nova Era são os municípios mais populosos,


com es ma va para o ano de 2021 de aproximadamente 17 mil habitantes;
seguidos por Santa Maria de Itabira com população na casa dos 10 mil
habitantes. Os demais territórios têm população inferior a esses valores.

População Total via es ma vas intercensitárias do IBGE e método de Razão Censitária


– 2011 a 2020 – Conceição do Mato Dentro. Fonte: IBGE. INEP Amplo, 2021

Em relação à composição das populações, os municípios ainda apresentam


proporção representa va das áreas consideradas rurais. Apenas Nova Era
apresenta grau de urbanização (GU) com percentual superior à média de
Minas Gerais e do Brasil (acima de 85%). Os demais territórios, incluindo
Conceição do Mato Dentro (68,5% em 2010), apresentaram GU inferior a
75%.

Em relação à distribuição por sexos e faixas etárias foi iden ficada situação
de equilíbrio entre homens e mulheres, além de populações com maior
percentual daqueles considerados em idade a va. Vale a ressalva de que as
População dos Municípios Estudados. Fonte: IBGE taxas nega vas de crescimento populacional dos municípios de menor
porte causadas pelo processo de envelhecimento da população associado
à emigração para centros com maior desenvolvimento, acelere o processo
Para Conceição do Mato Dentro um adendo deve ser feito na medida que a de transição demográfica.
es ma va do IBGE é calculada a par r da relação de crescimento de estado
e município nos úl mos censos demográficos. Desse modo, esta
es ma va não captou o crescimento populacional derivado da
implantação do empreendimento Minas-Rio, da Anglo American, na
A ECONOMIA
úl ma década. Para tal, u lizou-se especificamente para o município o
método razão censitária como uma tenta va de calibragem da
informação. Conforme demonstra gráfico abaixo, as diferenças entre os As Caracterís cas Econômicas dos Municípios foram apresentadas a par r
métodos superaram a casa dos 20% em anos específicos. Sendo assim, dos dados do Produto Interno Bruto, produzidos pelo IBGE para os anos de
atualmente, a população do município estaria entre 20 e 22 mil habitantes. 2010 a 2019.
Os dados apontam relevância para Conceição do Mato Dentro, cuja
produção industrial na úl ma década foi impulsionada pela presença de
um empreendimento minerário de grande porte, o Minas-Rio da Anglo
American. Em uma segunda escala os três municípios de maior porte
populacional: Nova Era, Santa Maria de Itabira e Antônio Dias. Os demais
territórios apresentam produção pequena, com grande influência do
terceiro setor e da própria administração pública.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 63


Produto Interno Bruto de Conceição do Mato Dentro e Demais Municípios da Área de
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. Fonte: Programa Nacional de
Estudo para o Ano de 2019. Fonte: IBGE
Desenvolvimento das Nações Unidas. 2021

O DESENVOLVIMENTO HUMANO A SAÚDE

Em relação à qualidade de vida dos territórios, a principal referência Em relação ao oferecimento de serviços de saúde, dentre os territórios
metodológica trata-se do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal estudados, Conceição do Mato Dentro e Nova Era são aqueles com maior
(IDH-M). O valor do IDH-M varia de 0 a 1, conforme metodologia do IDH. diversidade de estabelecimentos e de profissionais de saúde.
Quanto mais próximo o indicador es ver de um, maior o desenvolvimento
da localidade. Entre 2000 e 2010 os territórios apresentaram evolução visto
que no primeiro ano a maioria deles era enquadrada na pologia de Estabelecimentos de Saúde para os municípios da AER – 2010
desenvolvimento humano baixo ou muito baixo, ao passo que em 2010
alcançaram patamar de médio desenvolvimento. As únicas exceções Unidade Básica Clínica Consultório Hospital
Município Especializada Particular Geral
de Saúde
tratam-se de Morro do Pilar que ainda em 2010 manteve-se com IDH-M Conceição do
inferior a 0,599, considerado baixo, e Nova Era que superou pontuação de 11 3 16 1
Mato Dentro
0,700 alcançando desenvolvimento alto. Para todos os casos, o crescimento Morro do Pilar 3 0 0 0
do indicador foi condicionado pela evolução, sobretudo, da vertente Santo Antônio do 3 0 0 0
longevidade. Ou seja, no avanço técnico e cien fico da área de saúde e no Rio Abaixo
Antônio Dias 7 0 3 0
sucesso das polí cas de saúde pública e saneamento básico dos territórios.
Carmésia 1 0 0 0
Dom Joaquim 2 0 0 1
Itambé do Mato Dentro 1 0 0 0
Nova Era 5 3 21 1
Passabém 1 0 2 1
Santa Maria de Itabira 3 2 4 1
São Sebastião do
1 0 0 0
Rio Preto
Fonte: Ministério da Saúde. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)
/Datasus, 2021.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 64


A EDUCAÇÃO Painel de Indicadores do
Saneamento Básico – 2019

Para a educação pode ser verificada a mesma relação, na medida que


Variáveis
Conceição do Mato Dentro concentra o maior quan ta vo de
Municípios População Atendida com População Total Atendida
estabelecimentos, matrículas e docentes.
Abastecimento de Água pela Rede de Esgoto
Conceição do Mato
58% 63%
Estabelecimentos de Ensino, Dentro
Matrículas e Docentes – 2020 Morro do Pilar 76% Sem informação
Santo Antônio do Rio
Sem informação 50%
Abaixo
Antônio Dias 40% 67%
Variáveis
Municípios Carmésia 71% 50%
Total de Total de Total de
Escolas Matrículas Docentes Dom Joaquim 57% 38%
Conceição do Mato Dentro 26 5.521 327 Itambé do Mato
46% 46%
Dentro
Morro do Pilar 4 639 45
Nova Era 100% 100%
Santo Antônio do Rio Abaixo 3 425 33
Passabém 59% 30%
Antônio Dias 18 1.864 124
Santa Maria de Itabira 53% Sem informação
Carmésia 6 634 101 São Sebas ão do Rio
54% Sem informação
Dom Joaquim 9 1.143 83 Preto
Itambé do Mato Dentro 6 402 28 Fonte: Ministério da Infraestrutura. Sistema Nacional de Informações de Saneamento.
Nova Era 15 3.948 224 2021
Passabém 3 332 23
Santa Maria de Itabira 8 2.329 124
São Sebas ão do Rio Preto 2 331 33 CARACTERIZAÇÃO DAS COMUNIDADES ESTUDADAS
Fonte: Ministério da Educação. 2021

Conforme mencionado na introdução, foram caracterizados os territórios


localizados no entorno do empreendimento. Para a definição dos espaços
O SANEAMENTO BÁSICO a serem incorporados nessa análise foi levado em consideração um raio de
1 km a par r do Plano Diretor e relações com os principais acessos, no caso:
a MG-010, a MG-232 e a MG-229. Nesse contexto, podem ser destacadas
Com o intuito de compreender o contexto do saneamento básico nos duas escalas de análise: a primeira abrange as sedes municipais e a
municípios da área de estudo com interface às estruturas de apoio e segunda são os aglomerados populacionais, sejam eles bairros, distritos ou
escoamento do Projeto foram u lizados os dados do Ministério da localidades.
Infraestrutura para o ano de 2019. O município com os melhores
indicadores, notadamente, é Nova Era, único onde o serviço é universal
tanto para a coleta de água quanto para coleta de esgoto. Em Conceição do
Mato Dentro, no caso do abastecimento, a taxa de cobertura em 2019 se
manteve em torno de 58%, ou seja, pouco mais da metade da população
do município tem acesso ao abastecimento de água da rede geral. Já no
caso do esgotamento sanitário, a taxa de cobertura da rede coletora
correspondeu a cerca de 63,0%. Tal desempenho se deve à extensão do
território conceicionense, além do representa vo percentual de
residentes que se encontram em áreas rurais.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 65


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 66
SEDES MUNICIPAIS SANTO ANTÔNIO DO RIO ABAIXO

Em uma segunda instância pode ser destacada a sede de Santo Antônio do


CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO Rio Abaixo (cerca de 1.000 residentes), localizada a cerca de 3 km do
empreendimento.

A principal referência para fornecimento de mão de obra e insumos será a Nesta sede urbana a gestão do abastecimento de água e des nação do
sede urbana de Conceição do Mato Dentro. A sede também irá suprir as esgotamento é feito pela própria prefeitura. Não há estação de
demandas dos trabalhadores que migrarem para região, diante da rede de tratamento.
serviços estabelecida, em especial, a provisão do sistema de saúde,
Em relação às ins tuições de ensino, destaca-se a Escola Municipal
educação e assistência social.
Professora Luzia Cândida de Andrade Morais e Escola Estadual Professor
Trata-se da sede urbana mais populosa (população superior à 10 mil Madureira de Oliveira.
habitantes) dentre aquelas estudadas. Atualmente, na sede municipal o
Para os estabelecimentos de saúde na sede de Santo Antônio do Rio
serviço de abastecimento de água é de responsabilidade da COPASA
Abaixo, destaca-se o Centro de Saúde Emídio Mar ns Moreira e PSF
(Companhia de Saneamento de Minas Gerais). Os dados sobre
Valdemiro Fallet Bi encourt, além da farmácia SUS.
saneamento disponibilizado pelo Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (SNIS, 2020) apontam a universalização do serviço de
abastecimento de água e rede de esgoto, visto que 100% dos domicílios MORRO DO PILAR
são atendidos. A coleta de resíduos sólidos também a nge todos os
domicílios da sede, bem como o acesso à energia elétrica.
Em relação às ins tuições de ensino, destaca-se: a Escola Estadual São A sede urbana do município de Morro do Pilar (população de
Joaquim, Escola Estadual Daniel de Carvalho, Escola Estadual Mestre aproximadamente 2.500 residentes) localiza-se na parte centro-leste do
Sebas ão Jorge, Escola Estadual Aracy Pedrelina de Oliveira, Escola território municipal. Sua principal referência viária é a MG-232.
Municipal José Aniceto Costa, Escola Municipal Professor João Lima, Escola
Municipal Carolina Otoni, Escola Par cular Colleguium e SENAI de O próprio município é responsável pela gestão do abastecimento de água e
Conceição do Mato Dentro. esgotamento sanitário, com cobertura de aproximadamente 90% segundo
dados do Ministério da Infraestrutura referente ao ano de 2020.
Para os estabelecimentos de saúde na sede de Conceição do Mato Dentro,
destaca-se o Hospital Municipal Imaculada Conceição e a Policlínica Em relação às ins tuições de ensino, destaca-se: a Escola Estadual São
Municipal de Conceição do Mato Dentro. Joaquim, Escola Estadual Intendente Câmara, Escola Estadual Cardeal
Mota e Escola Estadual São Tarcísio.
Para o caso da saúde, Morro do Pilar não conta com Hospital Municipal, e o
atendimento primário se concentra no Centro de Saúde local.

Prefeitura de Conceição do Mato Dentro Igreja Matriz

Igreja em Morro do Pilar

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 67


Hospital Municipal Nossa Senhora das Graças, Unidade Básica de Saúde de
CARMÉSIA
Dom Joaquim ESF Vida Nova, Unidade Básica de Saúde Dom Joaquim PSF
Viver Bem e Rede Municipal de Farmácia de Minas - Unidade Dom
A sede urbana de Carmésia, cuja população é de aproximadamente 1.400 Joaquim.
residentes, localiza-se na porção sul do município e tem como principal
referência viária a MG-232.
Atualmente, na sede urbana a gestão do saneamento básico é de
responsabilidade do SAAE Carmésia (Serviço Autônomo de Água e Esgoto).
A sede municipal conta com Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e de
Tratamento de Água (ETA). Os dados sobre saneamento disponibilizado
pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2020)
apontam que 76% dos domicílios recebem abastecimento de água e 99%
possuem rede de esgoto.

Em relação às ins tuições de ensino, destaca-se: a Escola Municipal Igreja em Dom Joaquim Vista Geral de Dom Joaquim
Cônego Bento, Escola Estadual José Vieira da Silva e a Creche Bem Estar.

Para os estabelecimentos de saúde na sede de Carmésia, destaca-se o


SANTA MARIA DE ITABIRA
Hospital Municipal Nossa Senhora do Carmo.

A sede urbana de Santa Maria de Itabira, com população es mada em


cerca de 6.200 residentes, localiza-se a menos de 1 km do mineroduto e,
por essa razão, foi incluído na área de localidades estudadas.
Atualmente, na sede municipal o serviço de abastecimento de água é de
responsabilidade da COPASA (Companhia de Saneamento de Minas
Gerais) e todos os domicílios são servidos pela rede geral.

Em relação às ins tuições de ensino, destaca-se: a Escola Estadual Trajano


Igreja em Carmésia SAAE e Comércios em Carmésia
Procópio, Escola Estadual Santa Maria e Escola Estadual Doutor Costa.
Ainda presente na sede municipal está a Fundação Francisco de Assis,
ins tuição voltada para cursos e treinamentos de informá ca.
DOM JOAQUIM Para os estabelecimentos de saúde na sede de Santa Maria de Itabira,
destaca-se o Hospital Padre Estevan e Unidade Básica de Saúde Lincoln
Mar ns Moreira.
No caso da sede de Dom Joaquim, cuja população es mada é de cerca de
2.500 residentes, a principal referência viária é a MG-229.

Atualmente, na sede urbana municipal o serviço de abastecimento de água LOCALIDADES


é de responsabilidade da COPASA (Companhia de Saneamento de Minas
Gerais) e percentuais de cobertura alcançaram patamar de universalidade
do atendimento, ou seja, todos os domicílios são cobertos pela rede geral. Com relação aos microterritórios que se relacionam ao empreendimento,
foram contabilizados 37 aglomerados populacionais. De modo geral, os
Em relação às ins tuições de ensino, destaca-se: a Escola Estadual Conêgo
mesmos apresentam traços semelhantes, visto que suas caracterís cas
Bento Ribeiro, Escola Estadual Cris ano Machado e o Centro de Educação
são picas de áreas rurais. São aglomerados com baixa densidade
Infan l Arlinda Viana.
populacional, edificações esparsas e uso do solo do entorno voltado para
Para os estabelecimentos de saúde na sede de Dom Joaquim, destaca-se o a vidades agrossilvipastoris. Por conta do pequeno con ngente

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 68


populacional as mesmas carecem de serviços públicos, obrigando suas Outra localidade importante para a composição da área de estudo local é
populações a buscarem atendimento de saúde e educação, sobretudo, nas São José da Ilha, que assim como a sede de Dom Joaquim, está posicionada
sedes urbanas de referência. as margens da MG-229, via de acesso de relevância de para o Projeto.
Dentre as localidades destaca-se São José do Meloso, que sem dúvida é o Em relação à dinâmica do mineroduto e pera ferroviária, a comunidade
território com maior potencial de interferências pelo fato da localidade Oriente, em Santa Maria de Itabira e o bairro Baixada do Pimenta em Nova
estar pra camente cercada pelo Plano Diretor do empreendimento; a Era, ganham relevância pelo porte populacional e distância em relação às
oeste pelas cavas e a leste pelas pilhas e estruturas industriais, além do estruturas.
inevitável compar lhamento de acessos.

Posto de Saúde de São José do Meloso Igreja São José em São José do Meloso

Informações Socioeconômicas das Localidades Estudadas


Presença de
Sede Urbana de Tipologia de uso do Abastecimento Destinação do
Localidade População Serviço de
Referência solo predominante de Água Esgoto
Uso Público
Formação Florestal, Lançamento em
Conceição do Mato Inferior a 100 Poços
Axupé Agricultura e Não Curso D'água e
Dentro habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Entre 300 e 400
Baixada do Pimenta Nova Era Área urbanizada Sim Rede Geral Rede Geral
residentes
Formação Florestal, Lançamento em
Beira Itambé do Mato Inferior a 100 Poços
Agricultura e Não Curso D'água e
Mar/Cachoeirinha Dentro habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Conceição do Mato Inferior a 100 Poços
Brumado Agricultura e Não Curso D'água e
Dentro habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Carioca Morro do Pilar Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Chácara Morro do Pilar Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Córrego das Inferior a 100 Poços
Passabém Agricultura e Não Curso D'água e
Contendas habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 69


Informações Socioeconômicas das Localidades Estudadas
Presença de
Sede Urbana de Tipologia de uso do Abastecimento Destinação do
Localidade População Serviço de
Referência solo predominante de Água Esgoto
Uso Público
Formação Florestal, Lançamento em
Córrego dos Lopes e Inferior a 100 Poços
Santa Maria de Itabira Agricultura e Não Curso D'água e
Alto Capinal habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Conceição do Mato Inferior a 100 Poços
Córrego dos Morais Agricultura e Não Curso D'água e
Dentro habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Córrego dos
Formação Florestal, Lançamento em
Pinheiros e Córrego Inferior a 100 Poços
Passabém Agricultura e Sim Curso D'água e
da Barra de São habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Vicente
Formação Florestal, Lançamento em
Conceição do Mato Inferior a 100 Poços
Córrego São João Agricultura e Não Curso D'água e
Dentro habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Corrente/Oriente Santa Maria de Itabira Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Conceição do Mato Inferior a 100 Poços
Cristal Agricultura e Não Curso D'água e
Dentro habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Cristal - Santo Formação Florestal, Lançamento em
Santo Antônio do Rio Inferior a 100 Poços
Antônio do Rio Agricultura e Não Curso D'água e
Abaixo habitantes Artesianos
Abaixo Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Cuba Santa Maria de Itabira Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Facadinho Morro do Pilar Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Florença Santa Maria de Itabira Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
São Sebas ão do Rio Inferior a 100 Poços
Gatos Agricultura e Não Curso D'água e
Preto habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Lavrinha Morro do Pilar Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Lajeado Dom Joaquim Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 70


Informações Socioeconômicas das Localidades Estudadas
Presença de
Sede Urbana de Tipologia de uso do Abastecimento Destinação do
Localidade População Serviço de
Referência solo predominante de Água Esgoto
Uso Público
Lançamento em
Conceição do Mato Entre 100 e 200 Formação Florestal, Poços
Meloso Sim Curso D'água e
Dentro habitantes e Silvicultura Artesianos
Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Morro Escuro/Palha Santa Maria de Itabira Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal,
Entre 200 e 300
Oriente Santa Maria de Itabira Agricultura e Sim Rede Geral Rede Geral
habitantes
Pastagem
Formação Florestal, Lançamento em
São Sebas ão do Rio Inferior a 100 Poços
Palestina/Boa Vista Agricultura e Não Curso D'água e
Preto habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Entre 200 e 300 Poços
Picarrão Nova Era Agricultura e Sim Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Ponte de Cimento Morro do Pilar Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Quenta Sol Santa Maria de Itabira Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Conceição do Mato Inferior a 100 Poços
Ribeirão Agricultura e Não Curso D'água e
Dentro habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Itambé do Mato Inferior a 100 Poços
Ribeirão do Quebra Agricultura e Não Curso D'água e
Dentro habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Ribeirão dos Porcos Morro do Pilar Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Santo Antônio do Rio Inferior a 100 Poços
Rio de Peixe Agricultura e Não Curso D'água e
Abaixo habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Rio Preto Morro do Pilar Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Área urbanizada, Lançamento em
Conceição do Mato Entre 200 e 300 Poços
São José da Ilha Agricultura e Sim Curso D'água e
Dentro/Dom Joaquim habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 71


Informações Socioeconômicas das Localidades Estudadas
Presença de
Sede Urbana de Tipologia de uso do Abastecimento Destinação do
Localidade População Serviço de
Referência solo predominante de Água Esgoto
Uso Público
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
São Pedro Santa Maria de Itabira Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Sossoró Santa Maria de Itabira Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Conceição do Mato Inferior a 100 Poços
Sumidouro Agricultura e Não Curso D'água e
Dentro habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar
Formação Florestal, Lançamento em
Inferior a 100 Poços
Vai Vem Santa Maria de Itabira Agricultura e Não Curso D'água e
habitantes Artesianos
Pastagem Fossa Rudimentar

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 72


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 73
CARACTERIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E NATURAL

A área de estudo se caracteriza pela diversidade e complexidade culturais


que envolvem bens culturais protegidos, elementos de relevância cultural
e natural, além de circuitos turís cos. Como exemplo, cita-se a
representa vidade da Estrada Real que perpassa a região.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Queijos comercializados no Mercado
Conceição em Conceição do Mato Dentro Municipal de Conceição do Mato Dentro
Fonte: Prefeitura Municipal de Conceição Fonte: Prefeitura Municipal de Conceição
do Mato Amplo, 2022 do Mato Amplo, 2022
PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO

O artesanato é um forte elemento cultural na região, representado pela


Em um raio de até 5 km de distância a par r do empreendimento, foram produção dos povos Krenak e Pataxó, em Carmésia, e pela produção em
iden ficados 17 sí os arqueológicos, sendo dois referentes ao período palha, iden ficada nos municípios de Morro do Pilar, Santo Antônio do Rio
pré-colonial, enquanto os demais se referem a ocupações posteriores. Abaixo, Itambé do Mato Dentro, Nova Era e Antônio Dias.
Dentre os elementos arqueológicos, foram encontrados: artefatos
lí cos, pinturas rupestres, fábrica de ferro, casarões coloniais, ruínas de
fornos de carvão, rejeitos de blocos de quartzo decorrentes de
mineração; ruínas de engenho e moinho, cerâmica histórica, faiança fina
e muro de pedras.

Artesanato dos indígenas Pataxós Chapéu de palha indaiá.


Fonte: Prefeitura Municipal de Carmésia, Fonte: Ricardo S. Gonçalves / IPHAN, 2011
2018

Painel no sí o Abrigo do Anjo, em Forno de carvão, em Morro do Pilar


Conceição do Mato Dentro Fonte: SCIENTIA, op. cit.: 482. As celebrações e manifestações culturais também se fazem presentes em
Fonte: SPELAYON, 2008: 22. diversos municípios, como a Semana Santa em São Sebas ão do Rio Preto,
a Festa de Agosto, em Passabém, e a Guarda de Congo Nossa Senhora do
Rosário, em Nova Era.

PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E IMATERIAL

Em relação ao Patrimônio Cultural, foram iden ficados diversos


elementos, como casarios, igrejas e estruturas urbanas, além de
Marujada, Congado, Reinado, produção do tradicional Queijo do Serro,
além do artesanato em palha. Nesse contexto, destaca-se o município de
Conceição do Mato Dentro, com um vasto acervo de bens protegidos,
dentre eles, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição e o Modo de
Fazer Queijo registrado pelo IPHAN no ano de 2008.
Guardas do Congo Nossa Senhora do Rosário.
Fonte: Prefeitura Municipal de Nova Era

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 74


Em Itambé do Mato Dentro, são iden ficados diversos elementos culturais
protegidos, dentre eles o Conjunto Arqueológico e Paisagís co da Serra
dos Milagres e o Sí o Natural Paisagís co e Arqueológico da Serra dos
Veados.

Cachoeira do Tabuleiro, em
Conceição do Mato Dentro
Fonte: Prefeitura Municipal de
Conceição do Mato Dentro, 2022.

Vista geral do abrigo onde está localizado o Sí o Natural Paisagís co e


Arqueológico da Serra dos Veados
Fonte: Amplo, 2019
Balneário Lajeado, em Morro do Pilar
Fonte: SECULT MG

PATRIMÔNIO NATURAL

Os municípios de Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Carmésia,


Morro do Pilar, Santo Antônio do Rio Abaixo, São Sebas ão do Rio Preto,
Passabém, Itambé do Mato Dentro e Santa Maria de Itabira integram a
Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço (RBSE), reconhecida
internacionalmente pela UNESCO, em 2005.
Na área de estudo, foram iden ficadas 23 áreas protegidas classificadas
como Unidades de Conservação. Dentre elas, destaca-se o Monumento
Pico do Itacolomi de Itambé, em
Natural Municipal Serra da Ferrugem, em Conceição do Mato Dentro. Itambé do Mato Dentro
Foram iden ficados ainda 106 itens que compõem o patrimônio natural, Fonte: SECULT MG
como cachoeiras, conjuntos paisagís cos, balneários, córregos, formações
naturais e grutas. Dentre eles, destacam-se a Cachoeira do Tabuleiro, o
Balneário Lajeado e o Pico do Itacolomi de Itambé.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 75


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 76
TERRA INDÍGENA E COMUNIDADES TRADICIONAIS

Na área de estudo, foram iden ficadas 51 comunidades tradicionais distribuídos pelos municípios de Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Carmésia,
Morro do Pilar, Santa Maria de Itabira, Nova Era e Antônio Dias. Dentre eles, cita-se a Terra Indígena Fazenda Guarani, em Carmésia. Das comunidades
tradicionais, 12 contam com cer ficação pela Fundação Cultural Palmares, e quatro estão em processo de delimitação do território pelo INCRA.
Destaca-se que os limites do Projeto Serra da Serpen na (Área Diretamente Afetada - ADA) não interfere em comunidades tradicionais.

Terra Indígena e Comunidades Tradicionais iden ficadas na Área de Estudo do Projeto Serpen na
Distância
Item Descrição Município Processo FCP Processo INCRA Regularização da ADA
(Km)
Conceição do Mato
1 São José da Ilha NI NI NA 2,8
Dentro / Dom Joaquim
Conceição do Mato
2 Turco NI NI NA -
Dentro
Conceição do Mato
3 Água Quente NI NI NA -
Dentro
Conceição do Mato
4 Beco NI NI NA 8,0
Dentro
Conceição do Mato
5 Cachoeira da Fumaça NI NI NA -
Dentro
Conceição do Mato
6 NI NI NA 5,0
Dentro
Conceição do Mato
7 Córregos NI NI NA -
Dentro
Conceição do Mato
8 Ferrugem NI NI NA -
Dentro
Conceição do Mato
9 Gondó NI NI NA 9,5
Dentro
Conceição do Mato
10 Mumbuca ou Água Santa NI NI NA 1,0
Dentro
Conceição do Mato
11 Ouro Fino NI NI NA 21,7
Dentro
Conceição do Mato
12 NI NI NA -
Dentro
Conceição do Mato
13 Pereira NI NI NA 3,5
Dentro
Conceição do Mato
14 Pompéu NI NI NA -
Dentro
Conceição do Mato
15 Qua s NI NI NA -
Dentro
Conceição do Mato
16 Santo Antônio do Norte ou Tapera NI NI NA 20,0
Dentro
São Sebas ão do Bom Sucesso ou Conceição do Mato
17 NI NI NA 8,0
Sapo Dentro

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 77


Terra Indígena e Comunidades Tradicionais iden ficadas na Área de Estudo do Projeto Serpen na
Distância
Item Descrição Município Processo FCP Processo INCRA Regularização da ADA
(Km)
Conceição do Mato
18 Taquaril NI NI NA -
Dentro
Conceição do Mato
19 Turco de Cima NI NI NA -
Dentro
Conceição do Mato
20 Parauininha NI NI NA -
Dentro
Conceição do Mato
21 Taparôco NI NI NA -
Dentro
22 Rio Preto de Baixo Morro do Pilar NI NI NA 0,75
23 Carioca Morro do Pilar NI NI NA 0,95
24 Chácara Morro do Pilar NI NI NA 1,6
25 Córrego do Pinduí Morro do Pilar NI NI NA -
26 Lavrinha Morro do Pilar NI NI NA 2,64
27 Facadinho Morro do Pilar NI NI NA 1,16
28 Mata Cavalo Morro do Pilar NI NI NA 11,4
Conceição do Mato
29 São José do Meloso NI NI NA 0,2
Dentro
30 Vieira Morro do Pilar NI NI NA -
31 Florença Santa Maria de Itabira NI NI NA 0,16
32 Itauninha Santa Maria de Itabira NI NI NA 9,6
33 Ponte da Raiz Santa Maria de Itabira NI NI NA 6,8
34 Quilombo Santa Maria de Itabira NI NI NA -
35 Cocais das Estrelas Antônio Dias NI NI NA -
36 Mangorreira Antônio Dias NI NI NA 9,5
37 Queiroz Antônio Dias NI NI NA -
38 Luzia Nova Era NI NI NA 1,7
01420.000989/2006-
39 Barro Preto Santa Maria de Itabira NI NA 2,94
77
01420.000991/2006- 54170.001884/2006-
40 Indaiá Antônio Dias NA 5,0
46 91
01420.000278/2009- 54170.005477/2013-
41 Baú Antônio Dias NA 5,5
45 81
Córrego Cachoeira, Ribeirão e 01420.009699/2013- 54170.005483/2013-
42 Dom Joaquim NA SI
Xambá 18 39
Conceição do Mato 01420.004988/2011- 54170.000339/2012-
43 Buraco, Cubas e Três Barras NA 9,68
Dentro 69 25
Conceição do Mato 01420.103095/2018-
44 Candeias NI NA 20,49
Dentro 71
Conceição do Mato 01420.103107/2018-
45 Unidos de Candeias NI NA SI
Dentro 68
01420.007787/2010-
46 Boa Vista Santa Maria de Itabira NI NA 4,8
32

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 78


Terra Indígena e Comunidades Tradicionais iden ficadas na Área de Estudo do Projeto Serpen na
Distância
Item Descrição Município Processo FCP Processo INCRA Regularização da ADA
(Km)
01420.007788/2010 -
47 Macuco Santa Maria de Itabira NI NA 7,4
87
01420.007786/2010-
48 São José dos Chaves Santa Maria de Itabira NI NA 1,8
98
01420.007800/2010-
49 São Pedro Santa Maria de Itabira NI NA 0,8
53
Conceição do Mato 01420.000205/2007-
50 Taquaral NI NA 2,5
Dentro 91
Decreto nº
51 TI Fazenda Guarani Carmésia NA NA 270, de 13,35
29/10/1991

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO 79


06 IMPACTOS AMBIENTAIS
IMPACTOS AMBIENTAIS 80
IMPACTOS DO MEIO FÍSICO

ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DO AR

O impacto de alteração da qualidade do ar ocorrerá em todas as fases do


Projeto Serra da Serpen na e está associada principalmente aos aspectos
de geração de material par culado, de gases de combustão e de gases de
detonação. Durante a fase de planejamento espera-se a emissão de gases
de combustão de veículos e da emissão de material par culado em vias não
pavimentadas. No entanto, essas a vidades ocorrerão pontualmente e
serão bem distribuídas no tempo e no território.

Durante a implantação ocorrerá maior frequência de fluxo de veículos leves


e pesados, u lização de equipamentos que u lizam derivados de petróleo,
soldagem de estruturas (especialmente do mineroduto), detonações, além
da exposição e desagregação do solo, ocorrendo assim focos de emissão em
quase toda a Área Diretamente Afetada. Na operação ocorrerá intensa
circulação de veículos, perfuração e o desmonte mecânico das rochas e a
disposição de estéril e rejeito nas pilhas, que permite o carreamento de
sedimentos pelo vento. Durante a fase de desa vação serão realizadas
a vidades para reabilitar as áreas afetadas, o que inclui o plan o de
vegetação que diminuirá as áreas de exposição de sedimentos.
De acordo com as condições meteorológicas locais (direção dos ventos) e o
posicionamento previsto para as estruturas do projeto, algumas
comunidades apresentam maior potencial de alterações na qualidade do
ar, destacando-se Córrego dos Morais, Córrego São João, Lajeado, Meloso,
Axupé, sede de Conceição do Mato Dentro, Sumidouro, Brumado, Ribeirão
dos Porcos, Ribeirão, Cristal, Cristal (núcleo Santo Antônio do Rio Abaixo),
Ponte de Cimento, Carioca, Rio Preto, Sede de Santo Antônio do Rio Abaixo
e Morro do Pilar.

Sendo assim, serão executadas ações de controle ambiental para reduzir as


emissões de poluentes atmosféricos, como a umidificação de vias, aspersão
nas pilhas de estéril e rejeito e a manutenção preven va de veículos.

IMPACTOS AMBIENTAIS 81
IMPACTOS AMBIENTAIS 82
ALTERAÇÃO DOS NÍVEIS DE RUÍDO E VIBRAÇÃO

Este impacto provavelmente ocorrerá com maior intensidade nas etapas de


implantação e operação. Os aspectos relacionados a este impacto são a
geração de ruído e a geração de vibrações, desencadeados principalmente
pelas a vidades de operação de equipamentos, veículos, detonações e
desmontes mecânicos.

Durante a implantação, as principais a vidades geradoras de ruído e


vibração se relacionam com o desmonte de rochas, com a passagem de
veículos pesados e com a operação de equipamentos para construção de
estruturas. Na operação, as duas primeiras a vidades citadas também
ocorrerão. Será necessário o uso de detonadores, que gerará ruídos e
vibrações, que serão reduzidos pelo uso de planos pré-estabelecidos e
estarão de acordo com as normas da área. É provável que as comunidades
mais a ngidas sejam aquelas que se localizam no entorno imediato da ADA,
como Conceição do Mato Dentro, Meloso, Santa Maria de Itabira e Nova
Era, as duas primeiras citadas pela proximidade com a lavra, como mostra a
figura a seguir.

Para redução e controle das emissões de ruído e vibração no Projeto serão


implementadas ações por meio do Programa de Gestão dos Níveis Sonoras
e de Vibração.

IMPACTOS AMBIENTAIS 83
IMPACTOS AMBIENTAIS 84
ALTERAÇÃO DA PAISAGEM E DO RELEVO

As principais alterações da paisagem e da dinâmica do relevo ocorrerão durante a implantação e a operação do Projeto Serra da Serpen na, apresentando
efeito reduzido nas demais etapas. As alterações ocorrerão tanto na paisagem que pode ser observada quanto nas funções e dinâmica que cada forma de
relevo apresenta para a paisagem.

Durante a implantação, grande parte da vegetação presenta na ADA será removida para a preparação do terreno para a construção das diversas estruturas.
Os cortes e aterros no terreno, a remoção dos solos e de rochas serão recorrentes. Todos esses processos implicarão em importantes mudanças no arranjo
visual da paisagem, uma vez que as coberturas vegetacionais e as formas de relevo darão lugar às estruturas humanas previstas no projeto. Essas mudanças
afetarão também a circulação da água, que é o principal agente erosivo e modelador das formas de relevo. A tendência é que ocorra maior geração de
escoamento superficial em detrimento da infiltração, o que pode gerar processos erosivos se não houver controles efe vos.
Na fase de operação a construção das pilhas de disposição de estéril e rejeito e os trabalhos de lavra gerarão formas com caracterís cas topográficas,
dis ntas das originais. Na desa vação ocorrerão novas alterações na paisagem, buscando revegetar as áreas e adequar as drenagens afetadas.

Pilha 8A
Bloco diagrama representa vo da paisagem e
Cavas Pilha 8B relevo antes do projeto:
Pilha 9
Conceição do
Mato Dentro
Pilha 10C

Pilha 13
010

229

Pilha 8A
232
Cavas Pilha 8B
232
Pilha 9
Conceição do
Mato Dentro
Pilha 10C

Pilha 13
010

229

232
232

Bloco diagrama representa vo da paisagem


e relevo com o projeto:

IMPACTOS AMBIENTAIS 85
afluentes do rio do Peixe. Apesar disso, vale notar que a água bombeada
ALTERAÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE SOLOS
para o rebaixamento do nível da água subterrânea será lançada nos cursos
que serão afetados, gerando menor impacto na vazão final destes cursos.
Durante a desa vação serão gerados lagos nas áreas da cava por conta da
Este impacto está relacionado aos aspectos de geração de áreas com solos recuperação natural do nível da água subterrânea.
removidos, com remoção de top-soil ou com solo encoberto. Durante a
desa vação, ocorrerá o aspecto de geração de áreas reabilitadas.

Durante a implantação, quase toda a ADA será alvo da remoção de solos ou ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS
do top-soil. Esta remoção está relacionada às a vidades de terraplenagem,
abertura de acessos, decapeamento para preparação da cava, limpeza e
supressão de vegetação nas áreas que receberão as pilhas de disposição de Espera-se as maiores alterações da Qualidade das Águas durante as fases de
rejeito e estéril e instalação do mineroduto. Espera-se, assim, alteração na Implantação e Operação, com destaque para a primeira. Nestas fases
disponibilidade das coberturas pedológicas em cerca de 5300 ha, com ocorrerá a maior geração de solo exposto e a geração de sedimentos. A
re rada de pelo menos 20 milhões de m³ de solos. Essa remoção afetará geração de sedimentos e o aumento da velocidade e concentração do
solos ocupadas por eucaliptais nas áreas colinosas à leste da Serra da escoamento superficial representam as alterações mais importantes, pois
Serpen na e os solos mais rasos que ocorrem em trechos da serra. Durante tendem a ocorrer em quase toda a Área Diretamente Afetada, já que estão
a desa vação será realizada a geração de áreas reabilitadas, que busca relacionados à remoção da vegetação e dos solos para a construção de quase
recuperar a vegetação e os solos na área de estudos. Dessa forma, o Plano todas as estruturas. Se carreados pela chuva, podem implicar em elevação da
de Recuperação de Áreas Degradadas se mostra essencial a longo prazo. turbidez, da carga de sólidos, da cor verdadeira e da condu vidade elétrica,
por exemplo. A maior parte das alterações poderá ocorrer na bacia do Alto rio
Santo Antônio e no rio do Peixe, no entorno da Serra da Serpen na.
ALTERAÇÃO DA DINÂMICA E DISPONIBILIDADE DA ÁGUA Dessa forma, é imprescindível a adoção de sistemas de controle de
sedimentos e de cuidados constru vos para evitar que grande parte dos
sedimentos chegue aos cursos d'água. A geração de resíduos sólidos e
As principais a vidades relacionadas às alterações de dinâmica e efluentes sanitários e oleosos apresenta também uma possibilidade de
disponibilidade da água nesse projeto são o rebaixamento do nível d'água, alteração da qualidade da água, mas a adoção de sistemas de controle e
a supressão de nascentes, a captação de água para uso nos processos do ações ambientais tendem a evitar o contato entre estes contaminantes e os
Projeto, bem como a remoção da vegetação e alteração de propriedades corpos hídricos.
do relevo e dos solos. Na fase de planejamento, considera-se que as
a vidades realizadas não têm potencial para alterar a dinâmica e
disponibilidade hídrica.
ALTERAÇÕES NAS CAVERNAS
Na implantação ocorrerão interferências sicas em cursos d'água e em
nascentes, modificando suas formas e o escoamento de água pelos
terrenos. Haverá também a demanda de água potável (cerca de 24m³/h no
Este impacto considera as seguintes alterações ambientais no
pico) e bruta (cerca de 40m³/h). A previsão é que as captações sejam
patrimônio espeleológico: supressão de cavidades, alteração da
realizadas a fio d'água no rio Piracicaba e no rio São João. Durante a fase de
integridade física e alteração da dinâmica sedimentar e hídrica das
operação haverá necessidade de cerca de 1115 m³/h (média nominal)
cavidades. Nota-se que as principais alterações se darão na implantação
prevista para ser ob da no rio Santo Antônio.
e na operação, quando ocorrerão maiores atividades de maquinários e
No entanto, as principais alterações na dinâmica e disponibilidade hídrica circulação de pessoas.
estão relacionadas ao rebaixamento do nível da água subterrânea
Do total de cavidades, 49 serão suprimidas. Trata-se de um impacto que
necessário para a a vidade de lavra na Serra da Serpen na. Este
não pode ser evitado ou reduzido por conta das restrições locacionais
rebaixamento provavelmente afetará as águas subterrâneas que
das cavas, que precisam estar no local onde há o minério de interesse.
alimentam os cursos d'água e nascentes na área, reduzindo até 27% a
vazão de base para estes cursos em 39 anos de exploração. Os principais Com relação aos impactos de alteração da integridade física e alteração
cursos afetados se localizam na borda leste da Serra da Serpen na e são da dinâmica sedimentar e hídrica, estes poderão ocorrer em 46
cavidades.

IMPACTOS AMBIENTAIS 86
Os impactos relacionados de alteração da integridade física ocorre em
PERDA DE INDIVÍDUOS DA BIOTA
função de geração de vibrações. Os impactos relacionados a alteração
da dinâmica hídrica e sedimentar consiste no incremento de
escoamento hídrico ou de material particulado na cavidade, o que pode
afetar o ecossistema cavernícola pelas alterações físicas nos habitats e Algumas a vidades previstas no empreendimento podem provocar a perda
na alteração da disponibilidade de recursos orgânicos. Para evitar estas de plantas e animais, sendo a principal delas a supressão de vegetação , que
alterações são necessárias ações ambientais comuns a outros impactos, ocorrerá na etapa de implantação do empreendimento. Durante essa
como o controle de vibrações, de geração de material particulado e o a vidade, plantas serão cortadas e removidas da área. Alguns animais
direcionamento adequado das drenagens. escondidos na vegetação podem se machucar e, até mesmo, morrerem
durante esse processo, caso não consigam fugir da área ou serem
resgatados. A remoção da terra nessa mesma área em que vai acontecer a
re rada da cobertura vegetal também pode causar a perda de animais, pois
IMPACTOS DO MEIO BIÓTICO algumas espécies vivem ou passam grande parte do tempo dentro da terra.
Além disso, o trânsito de veículos e máquinas, tanto na implantação como na
operação, podem causar o aumento do risco de atropelamento de animais.
ALTERAÇÃO E/OU PERDA DE HÁBITAT Para reduzir ou compensar este impacto estão previstos os seguintes
Planos e Programas: Programa de Resgate de Flora; Programa de
Prospecção e Avaliação da Distribuição de Espécies de Interesse Especial;
O habitat de um animal ou de uma planta é o local onde eles vivem, se Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; Plano de Monitoramento
alimentam e se reproduzem. da Fauna com Ênfase nas Espécies Ameaçadas; Plano de Monitoramento
da Biota Aquá ca com Ênfase nas Espécies Ameaçadas; Programa de
Para viabilizar o empreendimento planeja-se a re rada de uma área de Monitoramento Da Fauna Atropelada; Programa de Compensação
2823,76 ha de vegetação naturais na vas (incluindo áreas de floresta, Florestal e Ambiental.
candeial e cerrado e rupestres) e; 1413,63 ha de áreas ocupadas por
reflorestamentos, com ou sem a presença de sub-bosque.

Durante a supressão de vegetação ocorre, também, a remoção da terra sob ALTERAÇÃO DAS COMUNIDADES DA BIOTA
a vegetação e, assim, haverá a perda do habitat dos animais e das plantas
que vivem na área que será diretamente interferida e no solo que será
removido. A maior parte da perda de hábitat ocorrerá durante a etapa de A perda de indivíduos da biota juntamente com a alteração e perda de
implantação do empreendimento. Na etapa de operação, espera-se em habitats provocam a “Alteração das Comunidades da Biota”. Perturbações
maior escala, uma alteração dos hábitats causada pelo ruídos, emissões no ambiente geradas pela perda de vegetação ou alteração dos habitats
atmosféricas, tráfego de veículos, e aumento da circulação de pessoas. geram o afugentamento da fauna para outras áreas naturais. Esse
Para reduzir ou compensar este impacto estão previstos os seguintes deslocamento da fauna pode es mular a compe ção entre indivíduos da
Planos e Programas: Programa de Resgate de Flora; Programa de mesma espécie ou de espécies diferentes, causando a perda de indivíduos.
Prospecção e Avaliação da Distribuição de Espécies de Interesse Especial; Ainda, pode causar o aumento exagerado dos indivíduos de uma
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; Plano de Monitoramento determinada espécie e a redução de outras populações, causando assim
da Fauna com Ênfase nas Espécies Ameaçadas; Plano de Monitoramento da alterações nas comunidades da biota que antes viviam ali.
Biota Aquá ca com Ênfase nas Espécies Ameaçadas; Programa de Para reduzir ou compensar este impacto estão previstos os seguintes Planos
Monitoramento Da Fauna Atropelada; Programa de Compensação Florestal e Programas: Programa de Resgate de Flora; Programa de Prospecção e
e Ambiental. Avaliação da Distribuição de Espécies de Interesse Especial; Programa de
Recuperação de Áreas Degradadas; Plano de Monitoramento da Fauna com
Ênfase nas Espécies Ameaçadas; Plano de Monitoramento da Biota Aquá ca
com Ênfase nas Espécies Ameaçadas; Programa de Monitoramento Da
Fauna Atropelada; Programa de Compensação Florestal e Ambiental.

IMPACTOS AMBIENTAIS 87
IMPACTOS DO MEIO SOCIOECONÔMICO ALTERAÇÃO DO FLUXO DE PESSOAS

Para a área de implantação da lavra e estruturas de apoio a alteração do


ALTERAÇÃO DA ACESSIBILIDADE LOCAL fluxo de pessoas é um impacto que tem a previsão de ocorrer nas etapas de
implantação, operação e desa vação. A demanda por mão de obra para o
Projeto Serra da Serpen na provocará movimentos populacionais de
Para a área des nada à implantação da lavra e estruturas de apoio o diferentes naturezas tanto na contratação quanto na desmobilização dos
impacto está previsto para ocorrer na etapa de implantação do trabalhadores, além da atração de pessoas em busca de novas
empreendimento. A alteração da acessibilidade local impactará as oportunidades de emprego e renda. O des no desses migrantes será
condições de circulação em trechos a saber: principalmente Conceição do Mato Dentro, município que será instalada a
maior parte das estruturas do projeto.
Ø Trecho da MG-232 que liga as sedes municipais de Morro do Pilar
e Carmésia Uma ressalva deve ser feita por conta da polí ca de priorização de
contratação de mão de obra local que tende a minimizar os efeitos
Ø Cinco acessos locais dentro de Conceição do Mato Dentro
supracitados.
Ø Acesso local no município de Santo Antônio do Rio Abaixo
Já para os municípios recebedores das estruturas de escoamento e adutora,
Na área onde serão implantadas as estruturas de escoamento, o impacto o impacto ocorrerá nas etapas de implantação e desa vação do
ocorrerá na fase de implantação do empreendimento e poderá provocar empreendimento e decorrerá da demanda de contratação e
paralisações temporárias nos locais de intervenção com fluxo controlado desmobilização de trabalhadores. Diferentemente do contexto da mina,
por "pare e siga". Nessa condição, destaca-se a LMG-130 que conecta Santa para essas áreas o con ngente de mão de obra será substancialmente
Maria de Itabira à Nova Era. menor. Ademais, a caracterís ca das obras, espraiadas em frentes móveis
com a maior parte dos funcionários realizando deslocamentos diários a
par r da sede de Conceição tende a minorar os efeitos desse impacto
ALTERAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRÁFEGO
ALTERAÇÃO DA DEMANDA HABITACIONAL E DA
DEMANDA POR LEITOS DE ESTADIA
Nos municípios onde será implantada a lavra e estruturas de apoio o
impacto alteração das condições de tráfego ocorrerá nas fases de
implantação, operação e desa vação. O impacto irá gerar o aumento do O impacto ocorrerá devido à pressão sobre o mercado imobiliário e
fluxo de veículos e alteração no co diano dos moradores, que terão que hoteleiro em localidades próximas da área da lavra e estruturas de apoio,
conviver com as novas condições de tráfego associado ao Projeto. Das sobretudo na sede urbana de Conceição do Mato Dentro. Ocorrerá durante
rodovias que poderão receber esse aumento de fluxo destaca-se a MG-010 as etapas de implantação e operação do empreendimento, em especial
e a MG-232. pela demanda por mão de obra e fluxo de migrantes. Nesse contexto,
poderão haver mudanças nos valores de aluguel e vagas em hotéis para
Para a área de implantação das estruturas de escoamento e adutora o
eventuais turistas.
impacto ocorrerá nas etapas de implantação e desa vação, nos momentos
de montagem e desmontagem das estruturas. Diferentemente do contexto No contexto da região das estruturas de escoamento do minério e adutora
da mina, o aumento de fluxo será de baixa magnitude com periodicidade o impacto irá ocorrer na implantação com efeito temporário apenas na
intermitente. As vias que poderão sofrer alteração das condições de tráfego demanda por leitos de estadia em hotéis e pousadas. Diferentemente do
serão as rodovias LMG-130, BR-120 e MG-229. cenário da região da mina, essa alteração se dará de maneira intermitente
devido ao caráter das obras, espraiadas em frentes móveis com parte dos
funcionários realizando deslocamentos diários a par r da sede urbana de
Conceição do Mato Dentro.

IMPACTOS AMBIENTAIS 88
ALTERAÇÃO DA DEMANDA POR SERVIÇOS E ALTERAÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS CONSTRUÍDAS
EQUIPAMENTOS PÚBLICOS

O impacto também é causado pelo fluxo de pessoas atraídos pelas


A alteração da demanda por serviços e equipamentos públicos é prevista
oportunidades de emprego durante a etapa de implantação e operação. Na
para as etapas de implantação e operação e ocorrerá, sobretudo, nos
implantação o impacto tende a ser mais evidente, já que o incremento
municípios que abrigarão a lavra e estruturas de apoio, com destaque para
populacional tende a mudar a ro na dos residentes dessas localidades,
Conceição do Mato Dentro. Setores como saúde, educação, segurança,
marcadas, sobretudo, pela tranquilidade e sossego. Na operação, as tensões
assistência social e transporte terão maior demanda diante do aumento do
com a mão de obra terão um efeito reduzido e tendem ao arrefecimento.
número de pessoas que irão migrar para os municípios que receberão a
mina e estruturas de apoio.

Na operação haverá um número menor de trabalhadores envolvidos nas ALTERAÇÃO DA EXPECTATIVA QUANTO À NEGOCIAÇÃO
a vidades do Projeto, além disso, o aumento da capacidade de DE TERRAS
atendimento dos serviços públicos devido aos inves mentos possibilitados
pela arrecadação tributária da exploração mineral, poderá redundar na
minimização dos efeitos do impacto. Na etapa de planejamento, haverá a necessidade de negociação daquelas
propriedades de terceiros que podem ser impactadas pelo Projeto. Nesse
contexto, a veiculação de informações e o próprio processo negocial geram
ALTERAÇÃO DA TAXA DE GRAVIDEZ PRECOCE expecta vas quanto ao desfecho dessa situação, tanto para aqueles
proprietários de imóveis interferidos, quanto para proprietários do entorno.

A demanda por empregos na etapa de implantação é um fator que pode


ocasionar o acréscimo de pessoas do sexo masculino vindas de outras ALTERAÇÃO DA DINÂMICA ECONÔMICA
regiões. As diferenças culturais entre o grupo forasteiro e os locais pode ser
um fator que provoque o aumento dos casos de gravidez precoce nas
localidades receptoras de obras e sedes dos municípios que abrigarão a As a vidades do empreendimento nas etapas de implantação e operação
lavra e estruturas de apoio. A gravidez precoce é um problema de saúde tem papel fundamental na cadeia produ va e geração de tributos, tanto no
pública que causa impactos diretos na saúde da mãe e do recém-nascido, contexto da região da mina, com maiores bene cios a Conceição do Mato
assim como na condição socioeconômica local. Dentro, quanto para a área das estruturas de escoamento.
Na implantação ocorrerá forte impulso na geração de empregos. Vale
destaque para fornecedores locais e o comercio que se aproveitarão de um
ALTERAÇÃO DOS NÍVEIS DE SEGURANÇA PÚBLICA novo mercado consumidor, resultando no fomento de novos negócios. Na
operação o principal efeito econômico se dará pelo incremento das
finanças públicas, sobretudo de Conceição do Mato Dentro, a par r do
O impacto também é causado pelo fluxo de pessoas atraídas pelas recebimento da compensação pela a vidade minerária. Importa
oportunidades de emprego durante a etapa de implantação e operação. Na mencionar que, em menor medida, os demais municípios que receberão
implantação o impacto tende a ser mais significa vo, visto que a demanda as pilhas e estruturas de escoamento também se beneficiarão tendo em
por mão de obra será mais intensa, podendo resultar em tensões com os vista que a nova pactuação de distribuição de Royal es também abrange
moradores locais. Além disso, a maior circulação de renda na cidade e nas esses territórios.
comunidades pode atrair pessoas de índoles diversas, podendo resultar em
aumento nos índices de violência. Esse recurso pode ser conver do em melhorias na qualidade de vida da
população local. Acrescenta-se a essa realidade a remuneração salarial
Na operação, essa situação tende ao arrefecimento, pois os colaboradores com médias mais elevadas e menor rota vidade desses trabalhadores,
serão permanentes em termos de contratação e tendem a criar laços mais visto que os mesmos tendem a residir nos municípios locais, resultando em
profundos e duradouros com a população local, tornando-se integrantes. menor fuga da massa salarial gerada na mineração.

IMPACTOS AMBIENTAIS 89
ALTERAÇÃO DOS NÍVEIS DE EMPREGO, NEGÓCIOS previsto para ocorrer nas etapas de implantação e operação do
E RENDA empreendimento, tanto para região da mina quanto para a região das
estruturas de escoamento e adutora. O impacto ocorre devido à
interferência das estruturas do Projeto em imóveis rurais que já foram
O impacto, nas áreas de cava e estruturas de apoio, ocorrerá nas etapas de adquiridos pela Vale, bem como nos imóveis rurais de terceiros. Para a
implantação, operação e desa vação. O impacto decorre da demanda por análise do impacto, foram consideradas as caracterís cas de cada
mão de obra temporária e permanente necessária para as obras e para a propriedade interferida, áreas produ vas em relação à área total do
operação da mina. Novos empregos possuem um papel importante na terreno, condição do uso e ocupação do solo, interferência em edificações,
economia, na medida que incidem no poder aquisi vo e nível de renda da interceptação de acessos, entre outros aspectos.
população.

Em termos de magnitude, certamente a população de Conceição do Mato


Dentro se beneficiará do maior con ngente de vagas criadas. No caso da ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE INCÔMODOS
região das estruturas de escoamento e adutora, o impacto ocorrerá apenas
na etapa de implantação, não tendo demanda constante de empregos
como na área da mina. A movimentação esperada durante este período é As diversas a vidades do empreendimento têm potencial para a geração de
de expansão de vagas no comércio e serviços, como no setor gastronômico, incômodos diversos à população, alterando assim seu bem estar. Na área de
hotelaria, supermercados atacadistas, entre outros. entorno da Mina, na etapa de implantação, esses incômodos se relacionam
ao aumento do trafego, no acúmulo de poeira e barulho das obras, bem
como em tensões entre moradores das comunidades e pessoas de fora,
ALTERAÇÃO DO QUADRO NOSOLÓGICO além de demandas por serviços públicos. Na operação essa mesma
dinâmica, mesmo arrefecida, tende a ocorrer. Nesta etapa também podem
ocorrer incômodos, mesmo que eventuais, nas comunidades residentes no
entorno do empreendimento. Estes incômodos podem resultar da
A Alteração do Quadro Nosológico ou da saúde pública é um impacto
constatação da presença de poeiras, vibrações, ruídos de detonações e o
previsto para ocorrer nas etapas de implantação e operação. O impacto se
próprio tráfego de veículos nas cercanias do Projeto e das comunidades.
relaciona com a possibilidade das a vidades da implantação e operação
proporcionarem condições para que se manifestem doenças das quais as Na área onde serão implantadas as estruturas de escoamento, durante as
populações das comunidades não conviviam. etapas de implantação e operação, o impacto é diferente em relação ao
apresentado para a área de lavra. Nessa região, os efeitos serão mais
Na implantação essa situação ocorre pela chegada de trabalhadores.
localizados e serão percebidos pelos moradores dos imóveis rurais e
M i g ra n t e s a t ra í d o s p e l a s o p o r t u n i d a d e s o fe r e c i d a s p e l o
comunidades de entorno da estrutura.
empreendimento, que podem trazer para região doenças que não fazem
parte do co diano dos moradores. Já na operação esse contato deverá
permanecer de modo pouco expressivo visto que o fluxo de pessoas deve ALTERAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO PATRIMÔNIO
ser atenuado nessa etapa. Aspectos associados às operações da mina ARQUEOLÓGICO
podem incrementar, localmente, o quadro de doenças respiratórias.
Foram propostas ações ambientais e controles para que se minimizem as
possibilidades mencionadas. Nas etapas de implantação e operação, o empreendimento poderá interferir
no patrimônio arqueológico, por meio das a vidades de supressão vegetal e
movimentação de terra, implicando na descaracterização ou supressão dos
sí os iden ficados.
ALTERAÇÃO NAS CONDIÇÕES DE USO E OCUPAÇÃO DO
SOLO DAS PROPRIEDADES RURAIS AFETADAS PELO
PLANO DIRETOR DO EMPREENDIMENTO

O impacto Alteração nas Condições de Uso e Ocupação do Solo das


Propriedades Rurais interferidas pelo Projeto Serra da Serpen na é

IMPACTOS AMBIENTAIS 90
ALTERAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO PATRIMÔNIO
CULTURAL MATERIAL

Nas etapas de implantação, operação e desa vação são esperadas


alterações nos elementos que cons tuem o patrimônio material. Essas
alterações decorrem de a vidades do empreendimento, como a instalação
das estruturas da mina, causando a supressão e a inu lização de alguns
bens. Em outros casos, são esperadas alterações nos bens em decorrência
do trânsito de veículos, fluxo de pessoas, aumento de poeira e de vibrações.

ALTERAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO PATRIMÔNIO CULTURAL


IMATERIAL

O empreendimento tende a contribuir para que alterações culturais e


socioeconômicas ocorram na região de sua implantação. Dessa forma, nas
etapas de implantação e operação, essas alterações podem influenciar nos
elementos que cons tuem o patrimônio imaterial. Em decorrência da
chegada de outras pessoas à região, podem ocorrer transformações nas
celebrações, festas, manifestações culturais, e também nos modos de
fazer de queijo e artesanato em palha, por exemplo.

ALTERAÇÃO NAS ATIVIDADES TURÍSTICAS

Nas etapas de implantação e operação, em decorrência de aspectos


ambientais que modificam o território e as dinâmicas locais, podem
ocorrer alterações posi vas e nega vas em relação às a vidades turís cas.
Aumento do fluxo de pessoas e da circulação de veículos, assim como as
obras e a operação do empreendimento podem gerar desconfortos que
impactem nega vamente no turismo. Por sua vez, com a atração de novas
pessoas, a região também ganhará mais visibilidade, o que pode
impulsionar o setor.

ALTERAÇÕES DOS MODOS DE VIDA TRADICIONAIS

As a vidades decorrentes do empreendimento, nas etapas de


implantação, operação e desa vação podem alterar os modos de vida,
a ngindo, principalmente, comunidades que apresentem caracterís cas
tradicionais. Nesses casos, a aquisição de propriedades, a circulação de
pessoas de outras regiões, as alterações no patrimônio cultural, dentre
outros fatores, podem impactar as comunidades que se relacionem de
maneira específica com o meio ambiente e com as tradições locais.

IMPACTOS AMBIENTAIS 91
07 ÁREA DE INFLUÊNCIA
ÁREA DE INFLUÊNCIA 92
As áreas de influência demarcam os limites do território no qual se espera
ATRIBUTOS RUÍDO, VIBRAÇÃO E AR
que ocorram os impactos provenientes do desenvolvimento das a vidades
do empreendimento. A Área de Influência Direta (AID) é aquela passível de
ser mais significa vamente afetada pelos impactos posi vos ou nega vos,
enquanto a Área de Influência Indireta (AII) é a área passível de receber os Para as temá cas de ruído, vibração e qualidade do ar, que guardam
impactos menos expressivos. relação com o incômodo associado aos receptores humanos que pode ser
gerado no território, a delimitação da Área de Influência – Direta e Indireta
– foi realizada com base na iden ficação e caracterização dos receptores
existentes na área de inserção, avaliação dos níveis de ruído e vibração e
ÁREA DE INFLUÊNCIA DO MEIO FÍSICO das concentrações de poluentes atmosféricos ob das no diagnós co
ambiental da qualidade do ar, bem como na iden ficação das possíveis
fontes de emissão. Assim, definiu-se quarenta e três comunidades no
A delimitação das áreas de influência para o Meio Físico foi baseada nos entorno da Área Diretamente Afetada com a Área de Influência de ruídos,
resultados ob dos por meio da análise conjunta dos dados do diagnós co vibração e qualidade do ar. Futuramente, o Estudo de Dispersão
ambiental e na avaliação de impacto atrelada. As temá cas do meio sico Atmosférica e o Estudo da Propagação Acús ca podem auxiliar na
apresentam efeitos e relações diversas com o território, sendo assim delimitação da área total de abrangência deste impacto. De toda forma, a
necessária a criação de Áreas de Influência diversas, descritas a seguir. dimensão do impacto nas comunidades rurais e urbanas locais encontra-se
adequadamente apresentado, representando estes os locais de atenção
do empreendedor quanto à aplicação das medidas de controle de impacto
e ainda de seu monitoramento con nuo.
ATRIBUTOS ÁGUAS, RELEVO E SOLOS

Para Águas, Relevos e Solos a delimitação das áreas de influência foi


pautada em critérios de bacias hidrográficas, que representam sistemas
rela vamente fechados e que permitem fácil compreensão das relações de
causa-consequência desencadeadas pelas ações ocorridas em seu interior.

Para a AID, os limites foram similares àqueles definidos para a AEL, com
algumas alterações descritas adiante. Na borda norte, excluiu-se as áreas
antropizadas pela mina da Anglo American. Na borda oeste, delimitou-se
a AID no interflúvio entre a bacia do rio do Peixe e rio Santo Antônio, de
forma a abranger a maior parte das estruturas da ADA. As exceções são a
adutora de água no rio Santo Antônio e o Mineroduto e estruturas de
embarque, os quais veram a área de contribuição direta inserida na AID.
O setor sudeste da AEL também foi re rado da AID, tendo em vista a
ausência de estruturas que causarão impactos expressivos nesta área.
A AII foi delimitada considerando critérios de bacias hidrográficas de
forma mais abrangente, apresentando limites similares à AER, definido à
oeste pelo rio Santo Antônio e à leste pelo rio do Peixe.

ÁREA DE INFLUÊNCIA 93
ÁREA DE INFLUÊNCIA 94
bacias hidrográficas, fragmentos de vegetação na va, relevo, direção dos
ÁREA DE INFLUÊNCIA DO MEIO BIÓTICO
ventos, etc.

Considerando estes atributos, a AID foi delimitada no entorno imediato da


Área Diretamente Afetada (ADA) e, é possível que neste local, os impactos
A delimitação das áreas de influência para o Meio Bió co foi baseada nos advindos do empreendimento incidam com maior intensidade. É na AID
resultados ob dos por meio da análise conjunta dos dados do diagnós co que o empreendedor deverá voltar seus esforços para minimizar os danos
ambiental e na avaliação de impacto atrelada. que poderão ser causados, por meio das ações e programas ambientais
propostos neste EIA. Na AII (região mais afastada da ADA) espera-se que os
Para a delimitação da Área de Influência Direta (AID) e Área de Influência impactos se manifestem de forma indireta, considerando que os mesmos
Indireta (AII), vários atributos foram considerados, como a delimitação de já tenham sido controlados na AID.

ÁREA DE INFLUÊNCIA 95
ÁREA DE INFLUÊNCIA DO MEIO SOCIOECONÔMICO

As Áreas de Influência correspondem às propriedades, territórios e


localidades estudadas que sofreram interferência da dinâmica de
implantação, operação e desa vação do empreendimento.

Neste caso, a Área de Influência Indireta (AII) corresponde aos limites


municipais de Conceição do Mato Dentro; Dom Joaquim; Morro do Pilar;
Carmésia; Santo Antônio do Rio Abaixo; São Sebas ão do Rio Preto; Itambé
do Mato Dentro; Passabém; Santa Maria de Itabira; Nova Era e Antônio Dias.

Para a Área de Influência Direta (AID) foram consideradas as sedes urbanas


de Conceição do Mato Dentro; Dom Joaquim; Morro do Pilar; Carmésia;
Santo Antônio do Rio Abaixo; Itambé do Mato Dentro e as 37 localidades
estudadas, sendo que estas também foram consideradas Área de
Abrangência da Educação Ambiental (ABEA) por conta dos impactos
nega vos associados.

A Área Diretamente Afetada (ADA) corresponde às propriedades que


sofrerão interferência direta do Projeto.

ÁREA DE INFLUÊNCIA 96
ÁREA DE INFLUÊNCIA 97
08 AÇÕES AMBIENTAIS
AÇÕES AMBIENTAIS 98
AÇÕES AMBIENTAIS DO MEIO FÍSICO

PROGRAMA DE GESTÃO DA QUALIDADE DO AR

Este Programa visa propor medidas de controle das emissões atmosféricas


decorrentes do projeto. Será realizado o monitoramento de material
par culado (Par culas Totais em Suspensão e par culas inaláveis MP10 e
MP2,5) e meteorológico nos núcleos populacionais mais susce veis à
alteração da qualidade do ar em função das condições meteorológicas e
das a vidades do Projeto. Os valores ob dos poderão ser comparados com
as normas legais para verificar a eficiência das ações ambientais
preven vas. Essas ações consistem no controle de emissões veiculares por
meio da manutenção preven va de veículos, máquinas e equipamentos de
modo a evitar emissões desnecessárias de gases provenientes da queima
de combus vel. Ademais, outras ações serão realizadas como aspersão de
vias, das cavas e das pilhas com caminhões pipa, controle de velocidade em
vias não pavimentadas e revegetação de taludes.

PROGRAMA DE GESTÃO DOS NÍVEIS SONOROS E


DE VIBRAÇÃO

O programa tem por obje vo principal fornecer diretrizes que irão orientar
o controle e o monitoramento dos valores dos níveis sonoros e de vibração
nos locais considerados como de possível desconforto acús co aos
receptores humanos. Para isso, serão realizadas ações preven vas e
monitoramento de níveis acús cos e de vibração. As ações ambientais
consistem no controle das emissões por meio de manutenção e regulagem
de veículos, máquinas e equipamentos, manutenção de vias de tráfego,
controle de velocidade nos acessos, execução correta do plano de fogo
para detonações, u lização de acessórios para redução de ruídos. O
monitoramento será realizado trimestralmente nos receptores localizados
no entorno do Projeto Serra da Serpen na, possibilitando a comparação
com os valores definidos nas normas legais e a iden ficação de áreas mais
sensíveis às alterações de níveis sonoros e vibracionais.

AÇÕES AMBIENTAIS 99
As ações de mi gação se concentração em resolver os problemas causados
PROGRAMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
por processos erosivos já desencadeados. Podem ser necessárias
estabilizações de estruturas, recomposição de taludes e proteção vegetal,
por exemplo.
Este programa visa conduzir a gestão de resíduos sólidos gerados na fase de
implantação, operação e desa vação do Projeto Serra da Serpen na de
forma a assegurar prá cas adequadas, em conformidade com os requisitos
da legislação per nente e das normas técnicas aplicáveis. Para a ngir este PLANO DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
obje vo, o programa busca atender a ordem de prioridade na gestão de
resíduos sólidos, conforme apresentado no diagrama na sequência.
Este plano tem por finalidade acompanhar os parâmetros sico-químicos
convencionais de qualidade das águas e as variações desses parâmetros,
Não
geração Redução Reu lização Reciclagem Tratamento Rejeito de modo a fornecer dados e informações que remetem a eficiência dos
sistemas de controle ambientais do Projeto, visando garan r a
manutenção da qualidade das águas dos corpos hídricos. Para isso, serão
realizadas três principais ações:
Para bom desenvolvimento do Programa, serão realizadas a vidades de I - O monitoramento da qualidade das águas superficiais acima e
educação ambiental com todos os envolvidos no Projeto. Para a gestão dos abaixo das estruturas do empreendimento, nas bacias do rio
resíduos, será realizada a segregação, coleta sele va, armazenamento Santo Antônio e do rio Piracicaba;
temporário, transporte para a Central de Materiais Descartáveis e
transporte externo para a des nação final adequada. A Vale S.A. II - O controle e monitoramento dos efluentes líquidos (sanitários e
acompanhará e avaliará o Programa, elaborando o inventário de resíduos oleosos) e das estruturas de controle de sedimentos, por meio do
mensalmente. acompanhamento das Estações de Tratamento de Esgoto, de
Efluentes Oleosos e de Fossas Sép cas.
III - Acompanhamento da qualidade das águas subterrâneas por
PROGRAMA DE GESTÃO DE SEDIMENTOS meio de poços, de forma a possibilitar o conhecimento acerca das
caracterís cas destas águas e possíveis alterações nelas causadas.

Este Programa se mostra essencial para minimizar e controlar o aporte de


sedimentos para as drenagens naturais. Assim, tem como obje vo PROGRAMA DE GESTÃO HIDROGEOLÓGICA
apresentar as ações para monitoramento, controle e mi gação de
processos erosivos durante as a vidades do Projeto de forma a manter a
estabilidade da área, por meio de mecanismos para evitar geração de O obje vo desse programa é realizar o monitoramento dos efeitos
sedimentos. hidrogeológicos da a vidade de rebaixamento do nível da água, que é uma
As ações de controle consistem na implantação dos sistemas de drenagem a vidade necessária para a execução da lavra. Para a ngir este obje vo,
superficial e de contenção de sedimentos e na inserção de cobertura vegetal será realizado o monitoramento de vazões de cursos d'água no entorno
no terreno, que permi rá a proteção contra o impacto direto da chuva, o das cavas e do nível d'água subterrânea nas áreas das cavas. Recomenda-
aumento da infiltração e a dispersão da água. O sistema de drenagem busca se também a instalação de uma estação meteorológica, que permi rá o
captar, conduzir e descarregar a água em estruturas de contenção de controle e comparação dos dados de chuva, de vazão de cursos d'água e de
sedimentos, que permi rá a sedimentação e posterior deságue à jusante. nível d'água por meio de uma série histórica.

As ações de monitoramento ocorrerão nos sistemas de drenagem e, de


maneira sistemá ca, em toda a AID do empreendimento. Assim será
possível iden ficar possíveis focos de erosão que podem fornecer
sedimentos para os cursos d'água e a adequação do sistema de drenagem
implantado.

AÇÕES AMBIENTAIS 100


realizando o resgate e des nação adequada destes (quando necessário),
PROGRAMA DE GESTÃO GEOTÉCNICA
minimizando assim os impactos diretos e indiretos sobre a fauna. Os
animais resgatados serão soltos em áreas de soltura previamente
escolhidas. Se necessário, atendimento veterinário estará disponível.
O e programa busca avaliar a integridade sica das principais estruturas do
Projeto (cavas, pilhas e sumps), visando garan r a segurança e a Além disso, visa também reduzir riscos de acidentes de trabalho durante as
manutenção ambiental do território. Para isso, serão realizados a vidades de supressão.
monitoramentos via instrumentos como piezômetros, inclinômetros e
medidores de vazão de saída das estruturas para alertar condições
inseguras, indicando a necessidade de vistorias. O monitoramento também PLANO DE MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE
será feito por inspeção visual mensal na seca e semanal durante as chuvas, COM ÊNFASE NAS ESPÉCIES AMEAÇADAS
buscando iden ficar fendas, processos erosivos em taludes, surgências de
água ou deformações. Em caso de anomalias serão adotadas as devidas
medidas de correção. Esse Plano tem como obje vo mi gar os possíveis impactos do
empreendimento na fauna terrestre.

O monitoramento possibilitará ampliar o conhecimento sobre as


PROGRAMA DE GESTÃO ESPELEOLÓGICA comunidades da fauna da região e detectar possíveis impactos gerados
pelo empreendimento. Caso sejam detectados impactos nega vos sobre a
fauna, os especialistas responsáveis pela execução do Plano deverão
Apresenta os seguintes subprogramas: (I) Resgate Espeleológico, (II) propor medidas para reduzir e, se possível, eliminar os impactos.
Compensação Espeleológica e (III) Controle e Monitoramento Serão u lizadas técnicas de captura e marcação de animais específicas
Espeleológico. O primeiro busca registrar e coletar elementos de interesse para cada grupo da fauna monitorado. Este plano contempla diferentes
cien fico das cavidades que serão suprimidas. O segundo tem como Programas de Monitoramento para os seguintes grupos:
obje vo realizar a compensação referente às 49 cavidades que serão
suprimidas com base no conhecimento atual. O terceiro é mais amplo e
abrange 46 cavidades que não serão suprimidas. Busca-se propor medidas Mamíferos de Médio e Grande Porte
para monitorar essas cavidades, como o registro fotográfico, de qualidade
Pequenos Mamíferos Não Voadores
ambiental e o monitoramento geotécnico por meio de vistorias.
Morcegos

AÇÕES AMBIENTAIS DO MEIO BIÓTICO Répteis e An bios

Aves

PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL E ACOMPANHAMENTO DA Abelhas


SUPRESSÃO PARA SALVAMENTO, RESGATE E DESTINAÇÃO
DA FAUNA Insetos Vetores

O obje vo geral desse programa é minimizar os impactos da supressão


PLANO DE MONITORAMENTO DA BIOTA AQUÁTICA COM
vegetal sobre a flora e sobre a fauna u lizando técnicas de manejo florestal
de impacto reduzido e métodos de afugentamento, resgate e des nação ÊNFASE NAS ESPÉCIES AMEAÇADAS
adequada da fauna.

O programa apresenta metodologias para que a supressão aconteça de Esse Plano tem como obje vo reduzir os possíveis impactos do
forma sistema zada, com um melhor aproveitamento e des nação empreendimento na biota aquá ca.
adequada dos produtos madeireiros, favorecendo a fuga de animais e

AÇÕES AMBIENTAIS 101


O monitoramento possibilitará ampliar o conhecimento sobre as populações ocorrentes e assim definir ações específicas visando a
comunidades da biota da região e detectar possíveis impactos gerados pelo minimizar as possíveis as perdas de indivíduos desta espécie vegetal a
empreendimento. Caso sejam detectados impactos nega vos sobre os serem ocasionadas pela supressão de vegetação, atendendo assim o
ecossistemas aquá cos, os especialistas responsáveis pela execução do Plano disposto no Ar go 11 da lei nº 11.428 de 2006.
deverão propor medidas para reduzir e, se possível, eliminar os impactos.
Serão u lizadas técnicas de captura e marcação de peixes específicas para o
PROGRAMA DE RESGATE DE FLORA
grupo e metodologias próprias para coleta de material biológico das
comunidades hidrobiológicas monitoradas. Este plano contempla diferentes
Programas de Monitoramento para os seguintes grupos: O Programa de Resgate de flora será uma importante ação para mi gação
Peixes dos impactos decorrentes da supressão de vegetação, especialmente
sobre as espécies vegetais consideradas ameaçadas de ex nção, raras ou
Algas endêmicas, à medida em que irá propor ações para o resgate, transplante e
conservação de espécies vegetais ocorrentes nas áreas de intervenção.
Macroinvertebrados Bentônicos
O obje vo geral desse programa é minimizar os impactos sobre a flora
local, principalmente aquele relacionado à perda de indivíduos da biota,
com a realização do resgate de propágulos, indivíduos adultos, sementes,
PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA ATROPELADA
plântulas e produção de mudas, proporcionando a manutenção,
monitoramento e conservação de parte da diversidade de espécies da
flora afetadas nas áreas do Projeto.
Este Programa visa reduzir os riscos de atropelamento de fauna nas
principais vias internas e externas do empreendimento.

O registro sistemá co de animais atropelados nas estradas possibilita PROGRAMA DE COMPENSAÇÃO FLORESTAL E AMBIENTAL
detectar os locais com maior índice de atropelamento de animais, de forma
que medidas para reduzir estes acidentes sejam implementadas. Algumas
medidas que podem ser implementadas para reduzir os atropelamentos O Programa de Compensação Florestal e Ambiental se jus fica pela
incluem: cercamento de trechos das rodovias, implantação de passagens necessidade de cumprimento dos disposi vos legais vigentes e,
de fauna, instalação de placas de alerta sinalizadoras, instalação de principalmente, pela importância ambiental no que diz respeito à proteção
redutores de velocidade dos veículos, dentre outras. e à adequada restauração de ambientes, contribuindo para a melhoria da
relação de conec vidade entre remanescentes de vegetação na va,
através da proteção e recomposição florestal cons tuindo-se, portanto,
PROGRAMA DE PROSPECÇÃO E AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO como um ganho ambiental significa vo.
DE ESPÉCIES DE INTERESSE
O Programa visa, portanto, traçar as diretrizes e procedimentos voltados
ao cumprimento dos requisitos legais vigentes demandados em função da
Durante os levantamento de dados para a área do Projeto Serpen na por interferência causada ao ambiente, pela supressão de vegetação na va,
Amplo (2015), foram coletadas amostras de uma espécie potencialmente incluindo-se as Áreas de Preservação Permanente (APPs).
nova para a ciência, pertencente ao gênero Mezilaurus (Lauraceae). Após
análise do material o botânico especialista concluiu por ser este uma
PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
espécie nova para a ciência: Mezilaurus conceicionensis L.C.S.Assis,
P.B.Meyer & F.M.Alves, sp. nov.

O obje vo desse programa é realizar prospecção de novos indivíduos da Este programa visa estabelecer as principais ações de recuperação a serem
espécie nas áreas de influência do empreendimento, buscando aplicadas às áreas degradadas pela implantação do Projeto Serra da
estabelecer sua distribuição na área como um todo e na área des nada à Serpen na, em decorrência da remoção da cobertura e da camada
implantação do Plano Diretor. A par r das informações ob das, será superior do solo, das a vidades de terraplenagem, da abertura e melhoria
possível realizar avaliação mais detalhada dos possíveis impactos sobre as de acessos, entre outras que possam causar instabilidade dos terrenos.

AÇÕES AMBIENTAIS 102


Assim, o PRAD se caracteriza como uma das medidas de mi gação dos 2) desenvolver ações de educação ambiental para as comunidades
impactos nega vos oriundos da implantação e operação do Projeto. O impactadas, buscando a ampliação da percepção em relação ao
Plano foi elaborado a par r de conceitos e metodologias bem definidas e já empreendimento e visando maior par cipação deste público nas
estabelecidas no mercado. Em linhas gerais o programa irá promover a discussões sobre a potencialização dos impactos posi vos e mi gação dos
cobertura vegetal de áreas por meio do plan o de espécies adequadas e impactos nega vos. Além disso, o PEA busca a promoção da autonomia
técnicas de engenharia e também monitorar as medidas de reabilitação dos grupos sociais envolvidos para a compreensão das necessidades
propostas, buscando garan r o êxito da cobertura vegetal e a estabilidade locais, tanto de atuação individual quanto cole va, em parceria com
das áreas em recuperação. empresas e municípios, compar lhando responsabilidades, na busca de
uma transformação do ambiente comunitário e consequente melhoria da
qualidade de vida.
AÇÕES AMBIENTAIS DO MEIO SOCIOECONÔMICO

PLANO DE NEGOCIAÇÃO

PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL


O Plano de Negociação se faz necessário pela demanda de aquisição de
imóveis sujeitos à interferência direta nas terras pela implantação do
O Programa de Comunicação Social (PCS) se cons tui em um instrumento Projeto Serra da Serpen na e do ressarcimento à terceiros vinculados aos
importante para a comunicação com a comunidade interna e externa do imóveis referente a potenciais perdas e danos decorrentes das fases de
Projeto Serra da Serpen na. O Programa tem a função de permi r o desenvolvimento e implantação do Projeto. Suas diretrizes e trata vas
diálogo com os públicos envolvidos acerca de conteúdos a nentes ao almejam evitar possíveis conflitos e garan r que a viabilização do
empreendimento, suas transformações ao longo do tempo e as questões empreendimento se dê de maneira sa sfatória para as partes envolvidas,
socioambientais relacionadas. preservando ao máximo a integridade da área dos imóveis afetados e, do
mesmo modo, as áreas próximas ao empreendimento.
PROGRAMA DE MONITORAMENTO DOS
INDICADORES SOCIOECONÔMICOS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

O Programa de Monitoramento dos Indicadores Socioeconômicos lida com


um conjunto de dados e informações dos municípios que compõem a Área
Tendo em vista os efeitos centrais da a vidade mineradora nas regiões de
de Influência Direta (AID). Tais informações, que serão con nuamente
atuação, o Programa de Desenvolvimento Territorial busca contribuir com
coletadas e analisadas, permitem avaliar e rastrear alterações nas formas
o planejamento territorial no desenvolvimento de negócios e inicia vas
de interação socioeconômicas nos municípios acompanhados. Dessa
socioeconômicas sustentáveis e alterna vas. O es mulo à diversificação
forma outros programas do Projeto Serra da Serpen na poderão ser
das a vidades econômicas auxilia na redução da dependência financeira
atualizados e mais bem direcionados para seus obje vos.
da região que abriga a a vidade minerária e promove o desenvolvimento
das condições de cidadania local através da aplicação de diversos recursos,
por exemplo, originários da arrecadação tributária, de forma que estes
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
tragam bene cios através da par cipação e engajamento das
comunidades locais e o poder público.
O Programa de Educação Ambiental (PEA) da Vele tem, de uma forma
geral, obje vos circunstanciados:
1) desenvolver ações de educação ambiental para empregados Vale e de
contratadas com atuação no empreendimento, visando ampliar a
percepção sobre os impactos ambientais adversos e a efe va par cipação
para evitá-los e mi gá-los;

AÇÕES AMBIENTAIS 103


PROGRAMA DE GESTÃO DO PATRIMÔNIO
ARQUEOLÓGICO

O programa propõe que sejam realizados estudos e ações de proteção ao


patrimônio arqueológico iden ficado nas áreas impactadas pelo
empreendimento. Dessa forma, será possível ampliar os conhecimentos
sobre a ocupação humana da região ao longo do tempo e conhecer as
transformações ocorridas no espaço. O programa prevê que os órgãos
responsáveis pela gestão do patrimônio arqueológico sejam envolvidos na
definição das a vidades a serem realizadas. São previstos prospecção,
resgate arqueológico, registros fotográficos, elaboração de mapas,
elaboração de relatórios e oficinas de capacitação.

PROGRAMA DE CARACTERIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO


CULTURAL

O programa tem como obje vo promover ações para aprofundamento das


informações acerca do patrimônio cultural, por meio da atualização de
dados, e contato com os órgãos gestores e detentores dos bens. Para isso,
são previstas como ações o levantamento de listas atualizadas dos bens
protegidos, e entrevistas.

PROGRAMA DE CARACTERIZAÇÃO
DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS

O programa busca ampliar as informações relacionadas às comunidades


tradicionais iden ficadas durante os estudos. Para isso, são previstos o
levantamento de dados secundários, levantamento de campo para
localização geográfica das comunidades, e entrevistas com lideranças. O
programa será desenvolvimento por equipe técnica mul disciplinar
envolvendo profissionais preparados para lidar com as complexidades
culturais e com as comunidades.

AÇÕES AMBIENTAIS 104


AS PAISAGENS
09 DO PROJETO
AS PAISAGENS DO PROJETO 105
Para analisar e caracterizar a área de inserção do Projeto Serra da
Serpen na, os ambientes foram divididos em Unidades de Paisagem (UIP),
ou seja, foram observadas a relação entre diversos componentes da
paisagem, como rochas, solos, vegetação etc.

O Ambiente dos Campos

As áreas ocupadas pelos campos são muito presentes na área de estudo.


Essa paisagem é formada em áreas com maiores al tudes, na Serra da Campos ferruginosos
Serpen na e nas proximidades da Serra do Espinhaço, onde ocorrem
rochas de coloração mais escuras associadas à presença de ferro e, Na área do projeto há também campos de cerrado com presença de
também, em rochas de coloração mais acinzentada, conhecidas na região candeias, sendo estas as áreas mais representa vas localizadas no sopé do
como quartzitos. trecho norte da Serra da Serpen na e em algumas áreas de morros e
colinas. A candeia e as vegetações de campo cerrado ocupam
Apesar de serem formações campestres, estes ambientes são dis ntos em principalmente áreas em degradação ou em recuperação, principalmente
termos de algumas espécies de flora e por isso são relevantes o seu em locais de solos pouco desenvolvidos que não permitem o
conhecimento e o papel que desempenham na conservação das espécies armazenamento de água ao longo de todo o ano, e correspondem a uma
da flora regional. Estes ambientes são caracterizados pelos campos com formação com árvores de baixa estatura que ocorrem principalmente nas
vegetação de pequeno porte ou mesmo gramíneas, solos pedregosos e transições entre as áreas de campo e as áreas de floresta.
presença de água em profundidade. A vegetação é adaptada (raízes
profundas, folhas ásperas, por exemplo) para essas condições de alta
exposição solar, vento constante, ocorrência de fogo, pouca Candeia: também popularmente conhecida como
disponibilidade de água. cambará, cambará do mato, cambará guaçú e cambará
de folha grande. É muito u lizada para a fabricação de
cercas e na confecção de telhados e coberturas de
construções, pois possui uma madeira resistente à água
e outras adversidades do ambiente externo. Também
costuma ser u lizada na confecção de rodas d'água,
usada para fins ornamentais e para a composição de
reflorestamentos em áreas degradadas.

Afloramentos rochosos e campos quartzí cos na serra da Serpen na

Áreas de campo cerrado e candeias

AS PAISAGENS DO PROJETO 106


O Ambiente das Florestas

Estes ambientes florestais estão distribuídos em alguns trechos da Serra da


Serpen na, de outras serras de quartzito e nos depósitos de tálus, na
forma de manchas con nuas ao longo da região. Esses ambientes podem
ocorrer tanto em encostas quanto em áreas mais planas, com árvores de
pequeno a grande porte. Já os ambientes de floresta que se concentram
em trechos de morros e colinas estão distribuídos na maior parte da área,
principalmente a leste da serra da Serpen na.

Depósito de tálus: áreas cons tuídas Área de floresta em morros no trecho sul da área de inserção do projeto
predominantemente por grandes blocos rochosos,
originados de rochas situadas em encostas com
fortes declives. Nas cabeceiras de curso d'água, as florestas se mostram mais preservadas
e formam um con nuo que se inicia nas cabeceiras, contornando
nascentes, e acompanham os vales, formando matas ciliares. É comum
que essas áreas apresentem solos profundos, que favorecem o
desenvolvimento desses ambientes com árvores de grande porte. Um
exemplo de um ambiente florestal importante é aquele que ocupa a região
da Estação Ecológica de Fechos.

Solos Profundos: são solos mais an gos e por isso de


modo geral são bem profundos. São observados
principalmente em áreas mais baixas do relevo. São
solos cujo intemperismo é bastante avançado.

Depósito de tálus na Serra do Ferrugem. Em primeiro plano, ocorrem


candeias (em amarelo), enquanto na área marcada em verde ocorrem
florestas nos depósitos de tálus

O Intemperismo é o processo natural de


decomposição ou desintegração de rochas, solos e
seus minerais. É causado pela ação da água, da
temperatura e de agentes biológicos (vegetação e
microrganismos).

Estes ambientes têm grande relevância, pois protegem os cursos de água,


são nichos de todo po de fauna que ocorre na região e favorece a
circulação dela com a devida segurança. Além disso, promovem a
estabilidade dos cursos de água através da proteção da erosão das margens
Floresta na Serra da Serpen na. Nota-se árvores de maior porte
nas áreas mais baixas fluviais e da contenção da erosão que ocorre na região.

AS PAISAGENS DO PROJETO 107


O Ambiente Transformado pelo Homem

Na área de estudo do Projeto Serra da Serpen na, os ambienteis


transformados pelo homem são caracterizados principalmente por áreas
com cul vo de eucaliptos, pastos, por aglomerados rurais, vias, áreas
urbanas ou de mineração.
As áreas de cul vo de eucalipto se concentram principalmente em colinas
à leste da Serra da Serpen na, mas também ao longo da bacia do rio
Piracicaba. Já os ambientes de pastagens ocorrem em áreas de morros de
maior declividade e, em alguns trechos, em áreas de serra. Essas áreas Rio Preto do Itambé em trecho de travessia do mineroduto Minas-Rio.
degradadas ocorrem principalmente relacionadas à exposição do solo por Notar a ausência de vegetação natural e os focos de processos erosivos nas
uso excessivo para pastagem em condições de manejo inadequadas, margens e a falta de proteção do entorno
promovendo um escoamento rápido da água da chuva e aumentando as
chances de surgirem erosões, o que pode impactar também os cursos
d'água.
Vale ressaltar que, embora os eucaliptos não sejam na vos, as suas áreas
de plan o cons tuem-se como ambientes importantes, à medida em que
se comportam como habitats para a fauna, podendo, em alguns casos,
funcionar também como habitats efe vos, pois não são realizadas ações
de manejo com frequência nesse cul vo.

Trecho de morros ocupados por cul vo de milho

As áreas com aglomerados rurais têm predomínio de domicílios


par culares permanentes que se distribuem pelas estradas vicinais, além
de margearem os cursos d'água mais importantes como o rio de Peixe, o rio
Tanque, Santa Antônio e o ribeirão Piçarrão. Já as áreas urbanas
correspondem às sedes municipais de Conceição do Mato Dentro, Santo
Antônio do Rio Abaixo, Santa Maria de Itabira e suas respec vas
localidades/distritos.
As a vidades de mineração na área de inserção do Projeto Serra da
Afluente do córrego Cuiabá com as margens ocupadas por pasto
Serpen na têm como principal ponto notável a Mina da Anglo American,
mas também na bacia do rio Piracicaba, com minas para exploração de
minério de ferro e pedras preciosas de menor porte produ vo.

AS PAISAGENS DO PROJETO 108


10 CONCLUSÃO
CONCLUSÃO 109
A análise técnica realizada pela equipe da AMPLO obje va avaliar a serviços às demandas, e em relação aos aspectos socioculturais,
viabilidade ambiental de implantação e operação do Projeto Serra da como eles não são está cos, observa-se que haverá um processo
Serpen na. Neste contexto, a avaliação da viabilidade ambiental deste de assimilação e, ao mesmo tempo, transformação, que levará,
Projeto, a par r dos resultados dos estudos realizados, permi u a equipe muito possivelmente, a alteração paula na das relações sociais e
técnica chegar às seguintes constatações: culturais anteriormente existentes.
Ø A implantação do Projeto se caracteriza como posi va para o Ø Dentre os ambientes que serão objeto de intervenção destacam-
cenário econômico do município de Conceição do Mato Dentro, se os campos rupestres sobre formações ferríferas, ambientes
tendo em vista a recessão econômica brasileira e mundial. Os q u e a p re s e nta m u m co n j u nto d e fi l t ro s d e o rd e m
fluxos de arrecadação oriundas do CFEM pelos próximos anos edafoclimá cas que resultam em um diversas adaptações e
promoverão efeitos posi vos na região de inserção do Projeto. levam a uma alta especialização da flora local (MESSIAS et al.
Importante ressaltar que a experiência recente em Conceição do 2012, NEGREIROS et al. 2014). São ambientes que denotam
Mato Dentro, que possui um empreendimento de grande porte processos evolu vos e ecológicos específicos (Hopper et al.,
vinculado ao setor minerário instalado e operando, poderá 2016) e que retém importância na biodiversidade e algumas
facilitar o processo de fornecimento de mão de obra, suprindo taxas de endemismo (Silveira et al., 2016). Para compensar o
localmente as demandas por trabalhadores que serão geradas impacto sobre esta pologia, bem como aqueles que incidirão
pelo Projeto Serra da Serpen na. sobre as demais fisionomias na vas, está previsto o Programa de
Compensação Florestal e Ambiental. Destaca-se que nenhuma
Ø Do ponto de vista socioeconômico, o Projeto Serra da Serpen na
Unidade de Conservação é interceptada pela ADA. No entorno
implicará em importantes mudanças no contexto social existente da área do empreendimento são observadas duas unidades de
na região de sua implantação, principalmente no que concerne proteção integral: o Monumento Natural Serra da Ferrugem e a
ao seu tempo de permanência e às dimensões da área a ser Reserva Biológica Municipal Mata do Bispo. Os procedimentos a
interferida. Ressalta-se que as estruturas do Projeto estão serem adotados perante as UCs seguirão todas as determinações
localizadas em 11 municípios no estado de Minas Gerais: estabelecidas na Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000 (“Lei do
Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Morro do Pilar, SNUC”).
Carmésia, Santo Antônio do Rio Abaixo, São Sebas ão do Rio
Preto, Itambé do Mato Dentro, Passabém, Santa Maria de Itabira, Ø Ainda, em relação ao meio bió co, há de se considerar o registro
Nova Era e Antônio Dias. na área de estudo de espécies da flora e fauna ameaçadas, raras
e endêmicas, ocupando os mais variados habitats na paisagem.
Ø Para Conceição do Mato Dentro há uma peculiaridade pelo fato
Os registros do diagnós co mostram que essas espécies não
do território já contar com um empreendimento minerário de estão restritas às áreas que serão interferidas pelo projeto,
grande porte. Nesse caso, os processos desencadeados pela ocupando também ambientes nas áreas de estudo local e
implantação do Projeto Serra da Serpen na, tanto os posi vos regional, com distribuições dis ntas dessas espécies no
q u a nto s o s n e ga vo s , p o d e m exe rc e r re l a çõ e s d e território. Contudo, os efeitos sobre as populações devem ser
cumula vidade e sinergia com aqueles provocados pelo Projeto acompanhados e mi gados pelas ações propostas no âmbito
Minas-Rio, vinculado à Anglo American, e atualmente na deste EIA.
operação de sua terceira expansão (STEP 3). Tal fato é importante
na medida que o território já passou por um processo intenso de Ø A abertura de postos de trabalho, com consequente aumento de
transformação das relações sociais construídas na úl ma trabalhadores na região, poderá acarretar o aumento da pressão
década, e atualmente encontra-se mais preparado para conviver da caça sobre a fauna. Para o impacto associado a este aspecto
com alterações nas dinâmicas sociais e econômica que são estão previstas ações no âmbito do Programa de Educação
provocadas pela chegada de um novo empreendimento, como Ambiental.
no caso da atração de pessoas de outros locais do estado de
Ø O aumento do tráfego de veículos poderá potencializar o impacto
Minas Gerais em busca de oportunidades de emprego e renda.
de perda de indivíduos da fauna, consequência de atropelamentos.
Essas pessoas podem gerar transformações sociais e culturais,
bem como aumento de demandas com consequências para o Para mi gar o impacto estão previstas ações específicas rela vas à
gestão de tráfego, segurança e alerta, bem como a execução do
poder público, a par r do aumento da procura por serviços
públicos, Diante desse cenário, espera-se a adaptação dos Programa de Monitoramento da Fauna Atropelada.

CONCLUSÃO 110
Ø Com a implantação do Projeto, e a consequente supressão de estudados. Na fase de operação, o pico de mão de obra previsto é
vegetação, será efe vada a perda de habitats florestais e de 1.462 pessoas (ano 32 de lavra).
campestres, a perda de indivíduos da flora e a perda de
Ø Em função da localização do projeto, os efeitos serão mais intensos
indivíduos da fauna associada a essas áreas, com reflexos na
e duradouros no município de Conceição do Mato Dentro, que
estrutura das comunidades. Ainda, o maior con ngente
humano, as movimentações de maquinários e veículos, os ruídos abrigará a maior parcela da cava e das estruturas industriais.
e vibrações irão promover o afugentamento de populações de Ø Para viabilizar a implantação do Projeto também será necessária
fauna da área prevista para a implantação do Projeto Serra da a realização de processo de aquisição de terras. Este tem como
Serpen na, que tenderão a se deslocar para ambientes impacto a geração de expecta va de negociação fundiária, visto
adjacentes e/ou próximos menos perturbados, inseridos na área que a área onde se pretende instalar o Projeto Serra da
de influência direta do meio bió co e em seu entorno, Serpen na contempla 205 propriedades, das quais 25 áreas
par cularmente, para as regiões mais conservadas. Esses efeitos pertence a Vale, e 180 área a outros superficiários.
deverão ser acompanhados e mi gados por meio das ações e
programas propostos, em nível conceitual, nesse EIA. Ø Ainda na etapa de implantação deve-se também considerar que
surgirão incômodos oriundos de aspectos relacionados à toda
Ø Ainda nesta etapa, os possíveis processos erosivos que rebatem dinâmica que envolve um empreendimento de mineração, como
na geração de sedimentos, com potencial de alteração da no caso do incremento no tráfego de veículos, aumentos da
dinâmica erosiva, e da qualidade das águas superficiais, em emissão de material par culado, ampliação de fontes de ruídos,
função da exposição de terrenos, e alteração da dinâmica maior circulação de pessoas, entre outros aspectos. A rodovia
superficial, em função da supressão vegetal e terraplenagem, estadual MG-232 terá um trecho afetado pela implantação da
são esperados na área onde se pretende instalar o cava, o que demandará esforços por parte do empreendedor
empreendimento. No entanto, ações de monitoramento, para manter boas condições de circulação de veículos e
controle e mi gação ambiental, bem como de prá cas de circulação para os usuários. Oportunamente o empreendedor
engenharia geotécnica, serão adotadas com o obje vo de entrará em contato com o gestor desta rodovia para discu r as
minimizar tais efeitos. Destaca-se que foram projetados sistemas diretrizes e procedimentos a serem adotados visando a execução
de controle intrínsecos ao projeto para conter impactos na da relocação. Além disso, algumas vias locais também sofrerão
dinâmica erosiva e qualidade das águas superficiais - sistema de interferências para a implantação de estruturas do
drenagem das águas superficiais, sistemas para contenção de empreendimento, alterando a dinâmica de acessibilidade que se
sedimentos, Central de Materiais Descartáveis – CMD, Estação ramificam por comunidades de menor porte e propriedades da
de Tratamento de Esgoto, Separador de Água e Óleo e Estação de área estudada.
Tratamento de Efluentes Oleosos.
Ø Na implantação prevê-se uma alteração na paisagem que
Ø Ainda na fase de implantação serão requisitadas empresas a ngirá uma área de cerca de 5300 hectares, e na operação
prestadoras de serviço de diversos setores da economia, que prevê-se alterações da paisagem especialmente na região das
apoiarão o projeto no fornecimento de insumos, equipamentos, cavas (com a remoção do material de uma área aproximada de
bem como em a vidades constru vas, envolvendo também o 1900 hectares, podendo ocupar em extensão cerca de 30
aumento de demanda por outros setores, como o hoteleiro e quilômetros ao longo da Serra da Serpen na) e nas pilhas (com a
gastronômico. Muitas dessas prestadoras de serviço, a par r da deposição de materiais em cerca de 2360 hectares), implicando
demanda que será gerada, também contratarão outros na deposição de cerca de 1,6 bilhões de m³ de estéril e rejeito ao
trabalhadores, contribuindo para o aumento de renda da longo dos anos de operação e na re rada de cerca de 1,7 bilhões
população dos municípios estudados. Por sua vez, este aumento de toneladas de minério de ferro. Essas alterações têm potencial
da rede dos prestadores de serviço nos municípios envolvidos para serem visualizadas a par r do MONA da Serra da Ferrugem,
redundará no crescimento da arrecadação dos municípios em bem como a par r da rampa de voo livre na serra. Serão ainda
função do pagamento, por exemplo, do Imposto Sobre Serviços visíveis a par r de São José do Meloso e de alguns pontos de Dom
de Qualquer Natureza - ISSQN. Trata-se de um efeito temporário, Joaquim. Na maioria das localidades haverá ainda uma mudança
vinculado especialmente à fase de implantação, quando será em relação ao co diano, com a inserção da movimentação pica
requerido maior número de trabalhadores e prestadores de da mineração no território.
serviços para instalação do empreendimento nos territórios

CONCLUSÃO 111
Ø Para as obras do mineroduto e adutora, no pico da implantação, Ø Os maiores impactos sobre os recursos hídricos em função do
está prevista a demanda de cerca de 400 funcionários que se rebaixamento foram observados naqueles cursos d'água mais
distribuirão nas diversas frentes de obras. Sobre estas, ressalta- próximos em relação às cavas, inclusive com supressão de
se que o planejamento das a vidades fará com que o avanço das nascentes e trechos de leito, dando-se destaque aos córregos do
obras represente deslocamento de con ngentes de Faia, da Rocinha e da Serrinha, e à cabeceira do ribeirão Axupé.
trabalhadores por diferentes áreas dos municípios que abrigarão Ainda com relação aos impactos, ressalta-se que o modelo
essa estrutura. Esses con ngentes de trabalhadores se fixarão numérico não indicou redução de vazões naqueles cursos d'água
temporariamente nos locais que possuam maiores condições de discre zados na vertente oeste da Serra da Serpen na, na bacia
abrigá-los, principalmente nas sedes urbanas municipais, e do rio Santo Antônio.
secundariamente, em comunidades do entorno do mineroduto.
Ø Com a lavra é esperado um impacto direto em 49 cavidades com
Por conta dessas caracterís cas espera-se que os incômodos à
previsão de supressão. Considerando o entorno de 250 metros,
população e eventuais alterações nas relações sociais
oito cavidades serão impactadas em função dos acessos em 38
construídas se manifeste com intensidade inferior ou até mesmo
não ocorra em muitos dos territórios adjacentes à estrutura. cavidades pelas cavas e acessos. Os programas de resgate
espeleológico, de compensação e de controle e monitoramento
Ø Com a operação de lavra prevê-se o rebaixamento do nível foram apresentados e serão ainda detalhados quando da
freá co, cuja modelagem do comportamento esperado foi apresentação do Plano de Controle Ambiental – PCA, na fase de
desenvolvida pela Watergeo (2022). Espera-se impacto direto Licença de Instalação - LI.
em cerca de 32 nascentes inventariadas na área modelada e em
Ø Na operação, a natureza dos impactos ambientais muda devido
cursos d'água do entorno das cavas. Os resultados ob dos a
ao caráter de longo prazo das a vidades e dos aspectos
par r da simulação do máximo rebaixamento (ano 39 de
ambientais esperados. É na operação que os municípios que
exploração) indicam uma redução 2.037 m³/h nas vazões de base
abrigam porções das cavas - Morro do Pilar, Santo Antônio do Rio
dos cursos d'água modelados, que corresponde a uma redução
de aproximadamente 27% em relação à disponibilidade hídrica Abaixo e Conceição do Mato – usufruirão da compensação
financeira pela extração de minério e podem, a par r do
inicial (calibração em regime permanente), de 7.536 m³/h. Os
resultados ob dos para as cavas simuladas pode-se es mar, de montante de tributos que será gerado pelo empreendimento e
repassado aos entes municipais, executar melhorias em serviços
modo conservador, uma redução adicional de aproximadamente
80 m³/h, relacionada ao rebaixamento do nível d'água na região públicos e na infraestrutura que servem aos seus moradores.
Nota-se que esse potencial será mais evidente para o município
das cavas da porção sul, totalizando assim, uma redução total de
de Conceição do Mato Dentro, tendo em vista que mais de 90%
2117 m³/h. Ressalta-se que este possível impacto também
das áreas lavráveis estão em seu território. Contudo, como
poderá ser mi gado com a reposição de água oriunda do
Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo são municípios de
desaguamento destas cavas.
pequeno porte populacional e pouca diversificação econômica,
Ø Adicionalmente, a simulação do rebaixamento do nível d'água na parte significa va de suas arrecadações têm como uma de suas
condição de lavra prevista para o ano 10 de exploração tem-se fontes principais o Fundo de Par cipação dos Municípios. Nesse
por resultado a indica va de uma redução de 349 m³/h na vazão sen do, o valor que será gerado, oriundo da compensação pela
total dos cursos d'água nesta condição, o que corresponde a uma extração minerária, muito possivelmente representará um item
pequena redução de, aproximadamente, 5%, em relação à importante na composição de suas receitas. Do ponto de vista do
situação inicial (7.536 m³/h), antes da lavra sob rebaixamento de emprego, haverá a demanda para contratação 1.462
nível d´água, ob da na calibração. Em contrapar da a este funcionários na etapa de operação. Em função do maior tempo
contexto de redução de vazão em função do rebaixamento do de duração da etapa, esses trabalhadores têm maiores
nível de água, a vidade sem a qual a lavra do minério é inviável, possibilidades de criarem vínculos mais duradouros com os
prevê-se que a disponibilidade hídrica total do sistema territórios que abrigam o empreendimento.
permaneça pra camente constante durante o processo de
Ø Na operação surgem impactos derivados da extração mineral
rebaixamento do nível d'agua, visto que a vazão disponibilizada
resultantes de aspectos da operação de equipamentos, da
pelo processo de desaguamento das cavas poderá ser u lizada
para reposição nos cursos d'água impactados. circulação de veículos e trabalhadores, das detonações e os
efeitos derivados dessas ações, como geração de ruído e

CONCLUSÃO 112
material par culado, que se convertem em incômodos como prevê-se a reabilitação do domínio de implantação e
percebidos especialmente para as populações que residem operação do empreendimento, por meio do desenvolvimento de
próximo ao empreendimento e para a fauna. ações de estabilização sica, química e biológica das áreas, o que
se manifestará de forma posi va sob os meios sico, bió co e
Ø As estruturas de escoamento provocarão interferências à um
socioeconômico.
conjunto de propriedades, provocando alterações em diferentes
escalas a depender de seu traçado e de seu padrão constru vo As relações descritas anteriormente são comuns para o entendimento dos
(se escavado, suspenso, ou no nível do solo). Essas alterações aspectos e impactos ambientais tradicionalmente vinculados à lavra e
também guardarão relação com o porte dos imóveis que serão beneficiamento do minério. E a par r das constatações apresentadas,
afetados, pois as propriedades de menor porte tenderão a sofrer destaca-se ser essencial a adoção de medidas ambientais considerando os
mais significa vamente do que as maiores por falta de meios sico, bió co e socioeconômico, com especial atenção às
alterna vas para desvios no traçado do mineroduto para evitar comunidades mais próximas da área do Projeto. Isto se faz necessário para
áreas com maior importância socioprodu va. Destaca-se que que a materialização do empreendimento não implique em perdas sociais,
antes do início das intervenções previstas, visando minimizar o econômicas e culturais significa vas para segmentos específicos da
impacto referente a alteração da expecta va quando da população, mas sim em ganhos capazes de mudar a dinâmica produ va da
negociação de terras, conforme apresentado no capítulo região, consolidando o cenário de desenvolvimento iniciado com o
referente a avaliação de impactos, será executado o Plano de empreendimento da Anglo American.
Negociação.
Destaca-se que uma comunicação eficiente, rápida e clara, deverá cumprir
Ø Essas interferências deverão ser qualificadas em termos das um papel primordial, garan ndo a integração entre o empreendedor, suas
áreas e dos usos existentes nos imóveis rurais, reconhecendo-se contratadas e a população durante todo o processo, de modo que os
que alterações em porções de terras com usos socioprodu vos incômodos, dúvidas e ques onamentos tenham rápida iden ficação e,
(edificações, cul vos e espaços de recreação) modificarão mais principalmente, rápida resposta e resolu vidade.
intensamente as condições socioeconômicas e culturais de seus
moradores do que em áreas sem essas caracterís cas. É necessário considerar, ainda, os aspectos inerentes ao desenvolvimento
da mineração, onde a geração de alguns impactos é fato concreto. Neste
Ø Na operação do mineroduto observa-se uma demanda sen do, conforme tratado na avaliação dos impactos ambientais, muitas
constante por água e estruturas de bombeamento. Os motores e alterações em alguns atributos ambientais são esperadas e, por este
o próprio bombeamento em si introduzem ruídos que poderão mo vo, um conjunto de ações ambientais estão contempladas no capítulo
afetar às populações localizadas em seu entorno e que podem se deste EIA referente aos programas de controle ambiental.
transformar em incômodos, caso não sejam controlados de
Assim sendo, a equipe técnica da Amplo reconhece a viabilidade do
maneira adequada.
Projeto Serra da Serpen nas condicionada à efe vidade do
Ø Com o fechamento do projeto espera-se a recuperação dos empreendedor na promoção de ações de controle, mi gação, além de
níveis de água, com a formação de lagos na região das cavas, bem medidas compensatórias.

CONCLUSÃO 113
11 EQUIPE TÉCNICA
EQUIPE TÉCNICA 116
EQUIPE TÉCNICA DO PROJETO SERRA DA SERPENTINA

EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL


Profissional Atuação Formação Acadêmica Registro de Classe N° CTF IBAMA
Jackson Campos Coordenação Geral Geógrafo CREA-MG 056633D 248955
Claudio Zillig Godtsfriedt Coordenação Técnica Químico Industrial Não se aplica 278090
Rodolpho Cavanelas Mares Legislação Advogado Não se aplica Não se aplica
Caracterização do
Regina Maia Geógrafa CREA-MG 028691D 5764541
Empreendimento
Rafael Resende de Oliveira PRAD Engenheiro Agrônomo CREA-MG 0136686D 5250532
Laila Gonçalves do Carmo Coordenação Temá ca - MF Geógrafa CREA-MG 0170419D 5687419
Priscila Kelly Moreira Ireno Meio Físico Engenheira Ambiental CREA-MG 300896 7998803
Anderson da Silva Simões Meio Físico Geógrafo CREA-ES 015483/D 2508989
Breno Aguiar Rimulo Meio Físico Engenheiro Civil CREA-MG 2140880 7769548
Fernando César Stochiero Meio Físico Engenheiro Civil CREA-MG 84956D MG 5430751
Rafaela Ferraz Marchi Meio Físico Arquiteta CAU-MG A47719-2 632433
Daniel Machado Facury Meio Físico Geógrafo Não se aplica Não se aplica
Flávio Dayrell Gon jo Coordenação Temá ca - MB Biólogo CRBIO 70943-04/D 1369113
Coordenação Temá ca –
Daniela Costa Bianchini Bióloga CRBIO 44822/04-D 4897825
MB - Fauna
Marco Aurélio Sábato Meio Bió co Biólogo CRBIO 13359-04/D 494746
Érica Daniele Cunha Carmo Meio Bió co Bióloga CRBIO 70489/04-D 4281207
Renato Gregorin Meio Bió co Biólogo CRBIO 44076/04-D 1893318 29
Luiz Gabriel Mazzoni Prata
Meio Bió co Biólogo CRBIO 57741/04-D 2150417
Fernandes
Adriano Lima Silveira Meio Bió co Biólogo CRBIO 44894/04-D 1034566
Roselaini Mendes do Carmo da
Meio Bió co Bióloga CRBIO 44495/04-D 1666164
Silveira
Renato Nogueira Mota Meio Bió co Biólogo CRBIO 30017/04-D 3603634
Fábio Vieira Meio Bió co Biólogo CRBIO 12036/04-D 1007184
Antônio Carlos Beaumord Meio Bió co Oceanógrafo Não se aplica 303905
Natália de Aguiar Campos Meio Bió co Eng. Florestal CREA MG 253764/D 7750565
Inês Cabanilha de Souza Consolidação Eng. Agrônoma CREA PR 123302/D 6077868
Charles Pierre Parreiras Coordenação Temá ca - MS Sociólogo Não se aplica 5543062

EQUIPE TÉCNICA 117


EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL
Profissional Atuação Formação Acadêmica Registro de Classe N° CTF IBAMA
Matheus Henrique Fernandes
Meio Socioeconômico Geógrafo Não se aplica 5334629
Valle
Camilla Oliveira Farias Meio Socioeconômico Cien sta Socioambiental Não se aplica Não se aplica
Antropóloga / Arquiteta
Clara Oliveira Mucida Meio Socioeconômico Não se aplica 6939779
Urbanista
Isabela Fernanda Gomes
Meio Socioeconômico Geógrafa
Oliveira Não se aplica 6772136
Júlio Cesar Tavares de Paiva
Meio Socioeconômico Geógrafo Não se aplica 7526588
Silva
Thiago Augustos de Campos
Meio Socioeconômico Geógrafo Não se aplica Não se aplica
Clemente
Patrícia Carolina Letro de Brito Meio Socioeconômico Historiadora Não se aplica 7380645
Aira Cleide Ferreira Pinto Silva
Geoprocessamento Geógrafa CREA-MG 094840D 6826898
Fernandes
CREA-MG 174664
Carlos Frederico de Souza Lo Drone Geógrafo 5630172
CANAC 109.004

EQUIPE TÉCNICA 118


EQUIPE TÉCNICA 119

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