A Administracao Financeira Nas Empresas
A Administracao Financeira Nas Empresas
A Administracao Financeira Nas Empresas
estudo introdutório
Prof. José Carlos Panegalli 1.
SUMÁRIO
Introdução...................................................................................................................................2
1 Objetivo da função financeira .................................................................................................3
2 A função financeira .................................................................................................................3
3 Decisões financeiras ................................................................................................................4
4 Gestão de fundos .....................................................................................................................6
5 Levantamento e alocação de recursos .....................................................................................7
6 Negócios, atividade, mercado e funções. ................................................................................9
7 Projetos e planos de ação na função financeira .....................................................................10
8 Planejamento financeiro em pequenas empresas ..................................................................11
9 Etapas do planejamento financeiro........................................................................................12
10 Contexto empresarial...........................................................................................................13
11 O gerenciamento de capital .................................................................................................14
12 Relações internas na empresa..............................................................................................15
13 Relações externas na empresa .............................................................................................16
14 Fatos Econômico-financeiros ..............................................................................................16
15 Áreas de conhecimento e dinâmica de trabalho ..................................................................16
16 Informação e processo decisório .........................................................................................17
17 Decisão financeira ...............................................................................................................18
18 A contabilidade na gestão financeira...................................................................................18
19 A análise e controle na gestão dos negócios .......................................................................25
20 Negociações comerciais ......................................................................................................27
21 Capital de giro .....................................................................................................................29
22 Aplicação e captação de recursos ........................................................................................30
23 Atividade econômica ...........................................................................................................32
24 Considerações finais............................................................................................................33
Referências bibliográficas recomendadas ................................................................................34
1
Doutorando en Administración pela UNAM - Universidad Nacional de Misiones, Argentina (inicio 2008); Mestrado em
Administração Gestão Estratégica das Organizações pela UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina (2003).
Especialização em Finanças e Engenharia da Produção pela UFSC- Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil (1980-
1981). Graduado em Administração e Ciências Contábeis pela Universidade Comunitária de Chapecó (1977, 1979) Atualmente
é diretor da empresa Pace Assessoria e Projetos Corporativos e Diretor do IEDUCORP - Instituto de Educação e Consultoria
Corporativa. Tem experiência na área de Administração, Contabilidade e Controladoria, com ênfase em Serviços de Assessoria
em Projetos Empresariais, atuando principalmente nos temas: gestão estratégica, gestão financeira, planejamento e controle
financeiro e orçamentário empresarial, diagnóstico, planejamento e gestão empresarial no processo denominado
PaceFacilitador (de sua autoria), ampliação negócios, viabilidade negócio. Também exerce atividades de Perito Contador na
área Cível / Financeira / Empresarial/Societária.
2
2 A função financeira
A função financeira está ligada às áreas que exigem tomadas de decisões na empresa.
O papel do gerente financeiro vem sofrendo inovações notáveis. Com o atual sistema de
registros contábeis – principalmente com o uso intensivo da informática – a função financeira
4
tem se tornado cada vez mais importante no processo de tomada de decisões – no sentido de
atingir os objetivos da empresa.
Outrora, a função financeira compreendia apenas em gerir a manutenção de registros
das operações, da preparação e emissão de relatórios para o controle das atividades já
executadas, na administração dos recursos de caixa e nos meios para obtenção de recursos
para pagar as contas. As captações de recursos adicionais só faziam parte da função, caso a
disponibilidade não cobrisse as necessidades.
Atualmente, a função rompeu barreiras, evoluiu a ponto de se preocupar com os
objetivos gerais da empresa. Passou também a ter a preocupação de missão e preparação de
relatórios das atividades passadas, para avaliar o impacto no futuro, dos possíveis resultados
das decisões tomadas em todas as áreas. Assim, pode-se classificar os objetivos da
Administração Financeira da seguinte maneira:
a) da formulação de estratégia empresarial para determinar a utilização mais eficiente
dos recursos disponíveis a qualquer momento em investimentos, financiamento e
utilização de lucros;
b) de selecionar as fontes mais adequadas para obtenção de recursos financeiros e
análises da utilização desses recursos;
c) de interagir com as áreas de vendas e compras para definir as políticas mais
adequadas sobre prazos, preços, condições, a fim de adequar o fluxo de recursos
no ciclo operacional da empresa.
3 Decisões financeiras
A Administração Financeira envolve-se em 4 decisões básicas, a saber:
a) decisão de investimento;
b) decisão de financiamento;
c) decisão de distribuição de resultados (dividendos);
d) planejamento e controle da função financeira.
A decisão de investimento, em essência, consiste na alocação de capital a projetos de
investimentos, cujos benefícios serão auferidos no futuro, na condição de risco, onde o
gerente financeiro deve tomar decisões a partir de plano de negócio que determine o risco
calculado, analisando as oportunidades de investimento da empresa, quantificando as
atividades operacionais, o fluxo de caixa e o impacto incremental nos resultados e no
5
lo formalmente, visto que os sócios geralmente querem retirar recursos além do volume que a
empresa é capaz de suportar. A empresa ter lucro econômico, não pressupõe capacidade de
pagamento. Esta área de decisão também conhecida como política de dividendos, se preocupa
com a destinação dada aos recursos financeiros gerados pela própria empresa. O que a
empresa retém de seus lucros, deixando de distribuir, constituí numa das suas fontes de
recursos.
O planejamento e controle da função financeira, em síntese, são área de decisão do
gerente financeiro, de criar sistemas que racionalizem as estruturas da função financeira,
facilitando a tomada de decisões rápidas, com base em informações confiáveis. Hoje, com o
alto índice de informatização das empresas, o Gerente Financeiro deve implementar
procedimentos que oportunizem respostas em tempo real (real time), sobre os negócios da
empresa, sem o que poderá o negócio estar comprometido perante a concorrência e o mercado
que exige: respostas rápidas, entregas rápidas e demonstração de segurança nos controles
financeiros.
4 Gestão de fundos
As Atividades Empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se para a
obtenção de lucro, visam multiplicar recursos financeiros investidos e os proprietários
desejam um retorno compatível com o risco assumido. A Gestão dos fundos movimentados é
feita pela obtenção de recursos e na otimização da aplicação dos fundos.
Os recursos são obtidos para: a) investimentos em bens (Meios de Produção), tais
como: imóveis instalações e equipamentos; b) giro das operações: disponibilidades
financeiras; matérias-primas; mão-de-obra; custos de fabricação; outros gastos operacionais.
O Financiamento das Operações são originadas dos investimentos dos proprietários ou do
lucro retido e, de capital de terceiros, obtido por meio de empréstimos de instituições
financeiras, debêntures, leasing e créditos dos fornecedores.
Os fluxos de pagamentos e recebimentos são irregulares. A empresa pode estar
operando com lucro e enfrentando dificuldades de caixa ou vice-versa, pelas situações tais
como:
a) aumento exagerado das vendas a prazo ou o aumento nos estoques de produtos em
fabricação e prontos, implicará em maior volume de capital de giro;
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d) rentabilidade: grau de êxito econômico obtido pela empresa em relação ao capital nela
investido. Lucro ou prejuízo: åConfrontação da receitas com os custos e despesas
(regime de competência). Rentabilidade das operações: å Lucro operacional / Ativo
operacional. Retorno sobre o investimento: å Lucro líquido / Capital próprio; å
Comparar com taxas de oportunidades;
e) liquidez x rentabilidade: o equilíbrio entre a liquidez adequada e a rentabilidade
satisfatória, constitui-se em desafio constante para a função financeira. Alguns
aspectos são considerados neste tópico: a) recursos ociosos: tesoureiro x controller,
meta da administração financeira, maximização da riqueza dos acionistas/investidores;
b) perspectiva de longo prazo: Investimentos em tecnologia, novos produtos, etc., que
poderão sacrificar o lucro atual em troca de lucros maiores no futuro; c) valor do
dinheiro no tempo; d) retorno do capital próprio: o acionista espera ser remunerado
por dividendos, e principalmente pela valorização de suas ações; e) risco; f)
dividendos;
f) valor de mercado da empresa: valor das ações; valor atual de seus lucros futuros;
g) utilização das informações contábeis: a análise da informação contábil orienta todo o
processo decisório, que constitui o aspecto central da gestão financeira. Avaliar a
situação econômico-financeira. Tomada de decisão. Planos operacionais e de
investimentos;
h) Organização da função financeira: na distribuição das atividades e responsabilidades
podem ser feitas da seguinte forma: Diretor Financeiro: principal executivo da área
financeira; políticas financeiras globais; coordena as atividades do controller e do
tesoureiro. O Tesoureiro (Gerente financeiro): relações externas com banqueiros e
credores; administra o fluxo de caixa; responsável pela liquidez da empresa. O
Controller: envolvimento com todas as áreas; preocupação com a rentabilidade;
Inspetor dos assuntos financeiros (não é auditor).
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DIRETOR DE
FINANÇAS
GERENTE
CONTROLER
FINANCEIRO
1. centros de custos
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2. plano de contas
3. classificação de gastos
4. sistema de custeio
5. informações legais / conciliação de resultados;
6. plano de metas
7. orçamento operacional
8. resultado financeiro
9. classificação de produtos por negócio
10. avaliação de resultados
11. correção das informações econômico-financeiras
12. demonstrativos econômico-financeiros
13. indicadores de gestão
14. planejamento e controle de gastos por centro de custos
15. análise das variações da contribuição marginal
16. ajustes retroativos de resultados
17. projetos de investimentos
18. plano de investimentos
19. orçamento estratégico
20. lucratividade
21. formação de preços
22. apuração de resultados por negócios
23. resultados a reposição
24. sistema de moeda constante
25. monitoramento da concorrência
26. informações diferenciadas por público
27. planejamento de curto prazo.
28. outros...
Sem esgotar o assunto, pois se pode ter idéias importantes e relevantes para o
desenvolvimento de projetos e planos de ação na sua empresa, recomendando-se que seja
feita uma lista de assuntos que podem se tornar projetos ou planos de ação que sejam
necessários desenvolver na organização, independentemente de alguém ter solicitado a
demanda.
Estando seguro da necessidade dos projetos ou planos de ação listados, faça a
apresentação aos seus colegas, seus superiores, seu cliente ou empresário, e discuta uma lista
de prioridades a desenvolver.
10 Contexto empresarial
As empresas atuam em cenários diversos, de acordo com seu ramo de atividade, e que
apresentam variados níveis de dificuldades, bem como uma diversidade de oportunidades. A
conjuntura econômico-social tem características cíclicas e sofre interferências das políticas
governamentais.
A multiplicidade de cenários aliados à instabilidade da conjuntura torna bastante
complexa a administração do empreendimento, ai onde o gestor financeiro tem um papel
relevante no gerenciamento dos negócios.
Quem gerencia as funções financeiras nas empresas deve estar preparado para as
tensões do dia-a-dia das negociações, transações e estratégias inerentes à empresa que
administra, devendo se planejar para que sobre tempo para refletir sobre o papel da sua
empresa no ambiente que atua.
2
Tomiya, Eduardo Heiji et al. Economia e Negócios: Trevisan, Fev-1998. N. 120, p.20.
14
11 O gerenciamento de capital
A evolução natural da humanidade proporciona a evolução das necessidades do ser
humano, que, por sua vez, dão origem ao surgimento de novas necessidades. Atender às
necessidades constitui o objetivo básico que norteia a formação das empresas. O conjunto das
necessidades de uma comunidade forma uma massa de demanda de bens e serviços que
necessita ser atendida. A produção desses bens e a prestação de serviços requerem a união do
capital e do trabalho.
Podemos então conceber uma empresa com o seguinte diagrama:
CAPITAL TRABALHO
PRODUÇÃO DE BENS
E SERVIÇOS
ATENDIMENTO ÀS
NECESSIDADES DA
COMUNIDADE
Direção
Geral
Área Recursos
Comercial Humanos
GESTOR
Planejamento Contabilidade
e controle FINANCEIRO E Auditoria
Área de Área
Produção Administrativa
Área
Jurídica
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INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS
GOVERNO FORNECEDORES
GESTOR
FINANCEIRO
INSTITUIÇÕES CLIENTES
DE CLASSE
ACIONISTAS
14 Fatos Econômico-financeiros
O ambiente de constantes negociações exige decisões rápidas e eficazes. Decidir com
eficácia requer informações precisas e atualizadas da situação interna da empresa, bem como
da conjuntura externa. Daí a importância da amplitude da visão gerencial do gestor financeiro.
Na visão micro o gestor financeiro deve ter pleno domínio da situação interna da
empresa, com informações precisas e atualizadas. Na visão macro deve haver a compreensão
e conhecimento dos fatores externos que podem influenciar as decisões, ou seja, sobre a
conjuntura econômico-financeira.
O gestor financeiro deve Ter o cuidado de fazer sempre uma crítica de sua dinâmica
de trabalho, não podendo se acomodar na simples posição de autorizar gastos, dar assinaturas
em cheques e correr ao banco para cobrir rombos no fluxo de caixa.
Os principais itens que devem constar da dinâmica de trabalho de um gestor
financeiro, podem ser:
̌ Planejamento eficaz do tempo no dia-a-dia;
̌ Discussão, questionamento e proposição de alternativas de investimento;
̌ Planejamento e controle do fluxo financeiro;
̌ Suprimento de recursos;
̌ Aplicação de sobras de recursos.
EMPRESA
CONHECIMENTO
CAPITAL TRABALHO E INFORMAÇÃO
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17 Decisão financeira
Um fornecedor propõe um desconto especial para a venda de um grande lote de
determinado produto.
Que questionamentos podem-se fazer para tomar uma decisão acertada.
QUESTIONAMENTOS MICRO QUESTIONAMENTOS MACRO
O fluxo de caixa permite o montante da Quais as perspectivas do mercado para este
operação? produto?
O produto tem um bom giro? Qual o real motivo de o fornecedor oferecer
esse desconto? Excesso de produção?
Qual a previsão de vendas para os próximos Problema de caixa? Recessão nas vendas?
meses?
Qual o custo da oportunidade? Será que o desconto não é queima de “gordura”
inflacionária no preço?
O desconto é realmente compensador? Qual a previsão de inflação e dos aumentos de
preço deste produto?
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Os demonstrativos financeiros elaborados pela Contabilidade resumem de forma
ordenada a situação patrimonial, econômica e financeira da empresa.
Para o gestor financeiro que participa da gestão do patrimônio, são fundamentais o
entendimento, a interpretação e a análise desses demonstrativos. As informações neles
contidas permitem avaliar a gestão passada e presente, bem como subsidiam as decisões e
estratégias para as gestões futuras.
Os principais demonstrativos são:
Balanço Patrimonial;
Demonstração do Resultado Econômico;
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;
Demonstração do Fluxo de Caixa pelo Método Indireto.
empresa, como também do índice planejado. Essa distorção se confirma quando comparada
ao índice médio do setor, que foi de 0,28. A presente situação caracteriza excesso de recursos
no disponível, o que leva a crer que a empresa não vem colocando os recursos financeiros no
giro do negócio em que atua, por pressuposto.
MÉTODOS DE ANÁLISE
Dois métodos de cálculo são bastante utilizados no processo de análise dos
demonstrativos financeiros.
Análise horizontal: esse método mostra as tendências e evoluções do elemento
analisado, traduzindo seu aspecto dinâmico.
Ex: Analisando as vendas de uma empresa, os registros nos demonstrativos
apresentam os seguintes números.
Discriminação Vendas de 1999 Vendas de 2000 Vendas de 2001
Pela análise horizontal, as vendas de 2000 foram 40% superiores às vendas de 1999.
Em 2001, as vendas superaram em 50% o total de 1999.
Análise vertical: a aplicação mais comum desse método é no cálculo da
participação da parte no todo, ou quando se relacionam elementos entre si, caracterizando-se
como uma análise estática.
Ex: Calculando a participação de cada grupo no total do Ativo:
COMPONENTE DO ATIVO VALORES EM R$ % DE PARTICIPAÇÃO
Circulante 300.000 34,48%
Realizável em Longo Prazo 120.000 13,79%
Permanente 450.000 51,72%
TOTAL DO ATIVO 870.000 100,00%
Para análise vertical, o grupo circulante representa 34,48% do ativo total, o realizável
em longo prazo 13,79% e o permanente 51,72%.
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INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS
Os indicadores, calculados e analisados, contam a história de uma gestão. Por eles
identificam-se os pontos positivos e negativos da estratégia gerencial dos negócios. Os
principais grupos de indicadores econômico-financeiros são:
Índices de liquidez;
Índices de endividamento;
Índices de atividade;
Índices de rentabilidade.
ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Esse grupo mostra a situação de liquidez da empresa, quando se relacionam os
elementos do ativo circulante e do passivo circulante. Os índices são:
̌ LIQUIDEZ IMEDIATA: (LI=D/PC), cujo resultado indica a capacidade de
pagamento imediato das obrigações no circulante.
̌ LIQUIDEZ CORRENTE: (LC=AC/PC), indica a liquidez econômica de curto
prazo para as obrigações no circulante.
̌ LIQUIDEZ SECA: (LS=AC–E/PC), indica a liquidez econômica em curto
prazo, considerando o disponível e os créditos realizáveis em curto prazo.
̌ LIQUIDEZ GERAL: (LG=AC+RLP/PC+ELP), indica a liquidez econômica
em longo prazo.
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
Esse grupo estuda a composição do capital aplicado no negócio, determinando o grau
de endividamento da empresa. Os índices são:
̌ PARTICIPAÇÃO DO CAPITAL DE TERCEIROS: (PCT=PC+ELP/AT),
indica o percentual de capital de terceiros envolvido no negócio. É considerado
normal quando ficar entre 0,35 e 0, 75, ou seja, o capital de terceiros pode
representar no máximo 75% do total do ativo, para dizermos que a empresa
tem uma estrutura de capital adequada.
̌ GARANTIA AO CAPITAL DE TERCEIROS: (GCT=PL/PC+ELP), indica
quanto existe de capital próprio para cada unidade de capital de terceiros. É
considerado normal o resultado entre 0,34 e 1,85.
̌ COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO: (CE=PC/PC+ELP), indica a
proporção de capital de terceiros com vencimento de curto prazo. É
considerado normal o resultado entre 0,40 e 0,75.
ÍNDICES DE ATIVIDADE
Esse grupo estuda os prazos de recebimentos, pagamentos e rotação dos estoques,
analisando, dessa forma, o fluxo de capital de giro da empresa. A correlação entre esses
prazos determina o posicionamento da atividade. Os índices são:
̌ PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DAS VENDAS: (PMRV =
360dias*SALDO MÉDIO DAS DUPLICATAS A RECEBER/TOTAL DAS
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ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Nesse grupo, a gestão é analisada no seu aspecto econômico, procurando identificar a
rentabilidade do negócio. O resultado líquido do exercício é relacionado com diversos
elementos dos demonstrativos, gerando os indicadores que determinarão a eficácia gerencial
dos recursos.
Os principais indicadores são:
̌ TAXA DE RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO: (TRI=LLE/AT), sendo
o AT o ativo total médio e o LLE o lucro líquido do exercício. O indicador
representa a proporção de retorno do investimento total, no exercício.
̌ TAXA DE RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO:
(TRPL=LLE/PL), sendo o PL o Patrimônio Líquido médio do período
analisado. O resultado indica a parcela de retorno do patrimônio líquido
(capital próprio) no exercício que está sendo analisado.
̌ MARGEM DE LUCRO SOBRE VENDAS: ao analisarmos a Demonstração
do Resultado Econômico, o resultado do exercício é evidenciado em três
níveis: bruto, operacional e líquido. Pode-se obter a margem em 3 níveis, à
saber: Margem Bruta MB=LOB/VL, Margem Operacional MO=LO/VL e
Margem Líquida ML=LLE/VL, sendo VL as vendas líquidas, o LOB o Lucro
operacional bruto, o LO o Lucro operacional e LLE o lucro líquido do
exercício.
̌ GIRO DO ATIVO: (GA=VL/AT), ou seja, dividimos as VL vendas líquidas
pelo AT ativo total médio. No ativo total está demonstrado em que foram
aplicados os recursos. Assim sendo, o seu total representa o montante de
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INFRAÇÃO E DEFLAÇÃO
A inflação é um fenômeno econômico que interfere na relação de troca entre bens e
moeda, provocando a redução do poder aquisitivo da moeda. Essa redução é mensurada por
indicadores econômicos que representam a inflação mensal.
No Brasil, existem diversos índices, cada um com critérios, métodos, periodicidade e
abrangência diferentes.
Ao analisarmos o fenômeno, constatam-se os seguintes casos que podem afetar os
negócios.
̌ INFLAÇÃO PRÓPRIA: é a inflação interna da empresa, calculada com base
na evolução dos seus custos e despesas.
̌ INFLAÇÃO LOCAL: indicadores da cidade onde as empresas atuam,
calculadas com base na evolução dos preços nessa praça.
̌ INFLAÇÃO REGIONAL: indicadores da região onde está situada a empresa.
Representa a evolução dos preços ma região pesquisada.
̌ INFLAÇÃO NACIONAL: indicadores médios, apurados com base na
evolução dos preços nas principais capitais e regiões.
A mensuração da inflação pode ser feita desde o campo restrito de observação numa
empresa até uma abrangência nacional.
O fundamental para o gestor financeiro é entender o real significado da inflação e sua
influência nas análises. Como a inflação representa a perda do poder aquisitivo da moeda,
cabe considerar, em sua empresa, o indicador mais coerente com a sua realidade de mercado.
Para inflacionar o preço ou um determinado valor, por exemplo, atualiza-se seu poder
aquisitivo para o momento atual, pelo índice de inflação acumulada no período. Ex: Um preço
ou valor realizado em jan/98 de R$ 15,00 e queremos saber o seu valor atual em Julho/2000,
sendo que houve, um índice de inflação de 28% (jan/98 a jul/2000 hipótese), teremos agora
aquele preço atualizado pela inflação, no valor de R$ 19,20.
Para deflacionar o preço ou um determinado valor, a deflação significa retornar o
valor atual ao poder aquisitivo de época anterior, considerando a inflação acumulada do
período. Ex: Um preço atual (julho/2000) de R$ 22,50 e considerando a inflação acumulada
desde jan/98 em 28% e aplicarmos a equação (Pd = Pa/ia, sendo Pd = preço deflacionado,
Pa=preço atual, ia=inflação) acumulada, temos (Pd = 22,50/(1+0,28) o resultado será um
valor deflacionado de R$ 17, 58, que é o valor do preço em janeiro de 2000).
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PROCESSOS DE CONTROLE
O termo controle, em gestão financeira, tem um significado bem mais amplo do que o
comumente utilizado.
Podemos então, definir as seguintes etapas de controle gerencial:
̌ APURAÇÃO DA REALIDADE: nessa fase as receitas e os gastos são
apurados de forma precisa e correta, apresentando os valores realmente
ocorridos no período. Normalmente estas informações são apuradas pela
CONTABILIDADE REAL. Micro e pequenas empresas também podem adotar
o SISTEMA DE FICHAS ou PLANILHAS de controle de receitas, despesas e
gastos por tipo de ocorrência.
̌ COMPARAÇÃO COM O PROJETADO: os valores reais apurados são
comparados com os objetivos ou metas traçadas no planejamento, indicando as
variações ocorridas.
̌ COMPARAÇÃO COM PERÍODOS ANTERIORES: quando a empresa não
adota o sistema de planejamento, poderá comparar as receitas, despesas e
gastos com os períodos anteriores realizados e ou a sua média, obtendo-se uma
visão da evolução das contas para mais ou para menos. Pode-se comparar
também o realizado com o mesmo período do exercício anterior, com o mês
anterior, com a média dos últimos 12 meses, etc...
̌ LOCALIZAÇÃO DAS DISTORÇÕES: analisando as variações ocorridas
entre o realizado e o planejado ou com a média dos períodos anteriores, são
identificados os casos consideradas distorções, ou seja, aqueles valores cujas
variações ficaram acima do parâmetro de normalidade.
̌ ANÁLISE DAS DISTORÇÕES: os casos considerados como distorções são
analisados detalhadamente, objetivando identificar a origem e a causa das
mesmas.
̌ DECISÃO PARA CORREÇÃO: identificada a causa da distorção, o gestor
financeiro deve tomar providências para correção do fato, evitando, assim, a
repetição dos problemas nos períodos seguintes.
PARÂMETROS DE ANÁLISES
Nos tópicos anteriores, ao realizar as análises vertical e horizontal, verificamos que
podem ser calculados diversos indicadores que subsidiam as decisões. Para uma tomada de
posição sobre determinado indicador é fundamental o conhecimento dos parâmetros.
̌ PARÂMETROS HISTÓRICOS: é constituído pelos dados históricos da
empresa. Podemos comparar o índice encontrado atual com o mesmo índice de
períodos anteriores. Ex: Os dados estatísticos da empresa indicam que, nos
últimos meses, a relação salário e encargos sociais sobre vendas foram, em
média de 8,3%. Comparando-se o índice atual de 8,5%, conclui-se que ficou
um pouco acima da média dos últimos meses.
̌ PARÂMETRO ESTIMADO: trata-se dos dados projetados no planejamento
da empresa, os quais foram colocados como objetivos a serem perseguidos. O
índice atual, calculado com os dados realizados, deve ser comparado com o
projetado para o período. Ex: No planejamento da empresa consta como
objetivo que o total de salários e encargos sociais deverá ser igual a 7,2% das
vendas. Comparando-se com o índice atual de 8,6%, verifica-se que ficou
acima do projetado, ultrapassando-o em 1,4%.
̌ PARÂMETRO DE MERCADO: são os dados coletados na conjuntura,
referentes a empresas do mesmo porte ou do mesmo setor de atuação. Esse
parâmetro é importante pelo seu aspecto macro, pois envolve dados do
ambiente externo à empresa. Ex: Conforme dados conjunturais, nas empresas
do mesmo ramo o percentual de salários e encargos sociais sobre vendas é, em
média, de 5,8%. Comparando-se com o índice atual de 8,6%, observa-se que
está bem acima da média do setor. Assim, pode-se tirar conclusões sobre o
desempenho da gestão em relação ao comportamento médio do setor. Desta
forma, verifica-se que a gestão da empresa quanto à política de pessoal não foi
eficaz. É preciso, então, realizar a análise e a revisão dessa política.
ANÁLISE COMPARATIVA
A principal característica da análise comparativa é o co-relacionamento de valores de
períodos diferentes. Calcula-se a variação entre eles, mostrando sua evolução e tendência.
Na análise comparativa, o fator inflação determina o cálculo de dois tipos de variação.
̌ VARIAÇÃO NOMINAL (VN): relaciona os valores de épocas diferentes, sem
considerar a inflação do período. Ex: O total de vendas em março/2001 foi de
R$ 150.000,00. Em março/2000 o montante de vendas foi de R$ 217.500,00.
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20 Negociações comerciais
O Gestor Financeiro está sempre envolvido em negociações que exigem decisões
rápidas e eficazes. Em certas situações, ele ocupa a posição de comprador e, em outras, a de
vendedor.
Em qualquer das situações, a eficácia da decisão depende do conjunto de informações
gerenciais à disposição, assim como do conhecimento básico dos cálculos financeiros.
ESTUDO DE CASO: Para avaliarmos matematicamente os tópicos que
neste capítulo são discutidos, devemos trabalhar com a PLANILHA –
CASE – NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS – APLICAÇÕES
PRÁTICAS, que faz parte desta apostila.
ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS
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CÁLCULOS FINANCEIROS
As operações de compra e venda envolvem diversos tipos de cálculos financeiros,
além da análise cuidadosa da conjuntura de cada situação.
Nas negociações de compra devemos considerar os seguintes cálculos financeiros:
X Valor presente à vista (VP);
X Prazo médio ponderado da operação;
X A taxa efetiva do acréscimo (à vista x a prazo);
X Taxa equivalente mensal do acréscimo;
X Análise comparativa com o custo de oportunidade;
X Situação com liquidez (recursos disponíveis);
X Situação sem liquidez (sem recursos).
POLÍTICA DE VENDAS
O Gestor Financeiro participa ativamente da política de vendas da empresa,
principalmente no tocante às condições financeiras de vendas (prazos e descontos). Nesse
ponto surgem necessidades, como:
X Definir o prazo médio das vendas;
X Calcular planos de vendas diferentes com prazo médio
equivalente;
X Definir descontos nas vendas, compatíveis com as taxas de
mercado.
As decisões sobre estas questões devem ser tomadas com bastante segurança, pois
coloca em risco a rentabilidade do negócio e podem afetar a liquidez do capital de giro. O
principal subsídio para esse segurança é a aplicação dos cálculos financeiros.
21 Capital de giro
A gestão do capital de giro merece um capítulo específico para estudamos o assunto
de forma aprofundada. Alguns tópicos analisam-se agora como introdução ao tema.
Não é por acaso que o capital de giro é tão lembrado nas negociações. Ele representa a
mola propulsora do ciclo operacional da empresa. Ao mesmo tempo, é o grupo de recursos
que gera o faturamento e rentabilidade da estrutura patrimonial.
Cabe ao Gestor Financeiro manter o equilíbrio ideal dos pontos conflitantes, ou seja,
assegurar a manutenção do ciclo operacional sem comprometer a rentabilidade do negócio.
Na administração do capital de giro é comum, no meio empresarial, ouvirmos frases
como:
̌ Este ramo de negócio exige muito capital de giro;
̌ Precisamos analisar melhor esta opção, pois afetará bastante o capital de giro;
̌ Precisamos obter um empréstimo para capital de giro;
̌ Com este capital de giro, o risco operacional é muito elevado;
̌ Nosso estoque está muito grande, provocando elevação do capital de giro
CAPTAÇÕES
Os recursos necessários para o suprimento de caixa ou para o capital de giro, são
provenientes de 4 opções básicas:
No Fornecedor: ao comprar a prazo, está-se efetuando uma captação para financiar o
estoque. Pode-se utilizar o fornecedor como fonte de captação, atrasando o pagamento das
duplicatas, desde que a taxa de permanência seja compensadora. Isto é claro deve ser
negociado com o fornecedor, para que o título não seja cobrado fora das datas acordadas.
No Cliente: que também pode se transformar numa fonte de captação. Por meio de
descontos, pode-se incrementar o volume de vendas à vista. O desconto deve ser compatível
com as taxas de mercado.
No Sistema Financeiro: as instituições financeiras oferecem várias linhas de crédito
como empréstimos para capital de giro, cheque empresarial, desconto de duplicatas,
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23 Atividade econômica
Ao montar uma empresa comercial ou industrial ou ao analisar a situação de uma
empresa em funcionamento surgem algumas indagações cujas respostas subsidiam a definição
do diagnóstico. Ao montar uma nova empresas, devem atentar às questões, tais como:
♦
♦
Qual a projeção mensal de vendas conforme mercado?
♦
Qual o montante mensal previsto das despesas fixas?
♦
Qual o índice mensal, previsto das despesas variáveis?
Qual o montante de vendas mensal necessário para cobrir os gastos
♦
Qual o total mensal das despesas fixas?
♦
Qual o índice mensal das despesas variáveis?
♦
Qual o montante de vendas que representa o ponto de equilíbrio?
♦
A venda mensal atual está acima ou abaixo desse montante?
♦
Qual o resultado líquido atual (lucro ou prejuízo)?
♦
Qual o índice de lucro líquido desejado?
Quanto a empresa deveria vender por mês para conseguir o lucro
24 Considerações finais
Este texto sobre a gestão financeira nas empresas trata dos temas que norteia o Gestor
Financeiro, sem entrar em detalhes matemáticos, visando transmitir a idéia geral do que
envolve gerir uma empresa sob os aspectos financeiros.
Deverão ser desdobrados com aprofundamento, cada uns dos tópicos e, desenvolvidos
os estudos de casos para a adequada compreensão e assimilação do conhecimento sobre a
gestão financeira, de tal forma que o leitor e participante do curso interiorize os temas
abordados. No decorrer do curso todas estas etapas serão discutidas. Importante a leitura de
textos da área para que se possa conhecer o assunto nas mais diferentes óticas.
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