Paschoal e Tamayo (2008)
Paschoal e Tamayo (2008)
Paschoal e Tamayo (2008)
11-22 11
RESUMO
Este estudo teve como objetivo a construção e a validação de um instrumento para avaliar o bem-estar no trabalho. A
hipótese básica foi de que o bem-estar no trabalho compreende emoções/humores e a percepção de expressividade e
realização pessoal no trabalho. O instrumento inicial foi composto por nove itens de emoções/humores positivos, 13 de
emoções/humores negativos e nove itens de expressividade/realização no trabalho. Era esperado que os itens se
dividissem em três fatores. Participaram da pesquisa 317 trabalhadores de organizações públicas e privadas. Os dados
foram submetidos à análise fatorial com rotação oblíqua. Os três fatores esperados foram encontrados: afeto positivo, com
nove itens; afeto negativo, com 12 itens; realização, com nove itens. Juntos os três fatores explicaram 57,30% da
variância do construto. Os coeficientes de fidedignidade variaram de 0,88 a 0,93. O instrumento apresentou bons
parâmetros psicométricos e tem utilidade em pesquisas científicas e em diagnóstico organizacional.
Palavras-chave: bem-estar, escala de bem-estar no trabalho, validação estatística.
Após a rotação dos fatores, o item 12 de afeto Os resultados encontrados confirmaram que o
(desanimado) apresentou carga nos fatores 1 e 2. bem-estar no trabalho pode ser estruturado a partir
Esse item foi eliminado e, na Tabela 1, só são das dimensões afeto e realização/expressividade.
apresentadas as cargas fatoriais dos itens que foram Tais achados sustentam a idéia de que o contexto de
mantidos. O instrumento ficou composto por três trabalho apresenta-se como um lugar privilegiado
fatores. O primeiro, afeto positivo, com nove itens e de emoções e, fundamentalmente, de realização e
alpha de Cronbach de 0,93, explica 39,97% da de construção da felicidade pessoal. Nem sempre o
variância; o segundo fator, afeto negativo, com 12 trabalho foi considerado sob essa perspectiva. Com
itens e alpha de Cronbach de 0,91, explica 10,98% o aumento da competitividade no mundo dos
da variância; por fim, o fator realização, com nove negócios e das novas demandas do ambiente de
itens e alpha de Cronbach de 0,88, explica 6,34% trabalho, as organizações têm se preocupado em
da variância. Juntos os três fatores explicam valorizar seus empregados e criar as condições
57,30% da variância do construto. necessárias para o seu bom desempenho e
satisfação. A premissa de que o alcance da
DISCUSSÃO felicidade pessoal é possível no trabalho impele os
SOBRE OS AUTORES:
Tatiane Paschoal: mestre em psicologia pela Universidade de Brasília e doutoranda em Psicologia Social, do
Trabalho e das Organizações pela mesma universidade.
Álvaro Tamayo: doutor em psicologia pela Université de Louvain (Bélgica), pesquisador associado ao
Departamento de Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações da Universidade de Brasília e professor na
pós-graduação da Universidade Católica de Brasília. Post-mortem.