Petição Defesa de Jair Bolsonaro

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Tribunal Superior Eleitoral

PJe - Processo Judicial Eletrônico

13/09/2022

Número: 0601002-78.2022.6.00.0000
Classe: AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL
Órgão julgador colegiado: Colegiado do Tribunal Superior Eleitoral
Órgão julgador: Corregedor-Geral Eleitoral Ministro Benedito Gonçalves
Última distribuição : 10/09/2022
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Cargo - Presidente da República, Cargo - Vice-Presidente da República, Abuso - De
Poder Econômico, Abuso - De Poder Político/Autoridade, Abuso - Uso Indevido de Meio de
Comunicação Social
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
COLIGAÇÃO BRASIL DA ESPERANÇA (REPRESENTANTE) FERNANDA BERNARDELLI MARQUES (ADVOGADO)
GUILHERME QUEIROZ GONCALVES (ADVOGADO)
EDUARDA PORTELLA QUEVEDO (ADVOGADO)
VICTOR LUGAN RIZZON CHEN (ADVOGADO)
MARIA DE LOURDES LOPES (ADVOGADO)
VALESKA TEIXEIRA ZANIN MARTINS (ADVOGADO)
CRISTIANO ZANIN MARTINS (ADVOGADO)
MARIA EDUARDA PRAXEDES SILVA (ADVOGADO)
MIGUEL FILIPI PIMENTEL NOVAES (ADVOGADO)
MARCELO WINCH SCHMIDT (ADVOGADO)
ANGELO LONGO FERRARO (ADVOGADO)
EUGENIO JOSE GUILHERME DE ARAGAO (ADVOGADO)
GEAN CARLOS FERREIRA DE MOURA AGUIAR
(ADVOGADO)
JAIR MESSIAS BOLSONARO (REPRESENTADO)
WALTER SOUZA BRAGA NETTO (REPRESENTADO)
ANTONIO HAMILTON MARTINS MOURAO
(REPRESENTADO)
FABIO SALUSTINO MESQUITA DE FARIA
(REPRESENTADO)
ANDRE DE SOUSA COSTA (REPRESENTADO)
KESIA NASCIMENTO FERREIRA (REPRESENTADA)
SILAS LIMA MALAFAIA (REPRESENTADO)
LUCIANO HANG (REPRESENTADO)
JULIO AUGUSTO GOMES NUNES (REPRESENTADO)
ANTONIO GALVAN (REPRESENTADO)
JOAO ANTONIO FRANCIOSI (REPRESENTADO)
VANDERLEI SECCO (REPRESENTADO)
RENATO RIBEIRO DOS SANTOS (REPRESENTADO)
VICTOR CEZAR PRIORI (REPRESENTADO)
JACO ISIDORO ROTTA (REPRESENTADO)
LUIZ WALKER (REPRESENTADO)
MARCOS KOURY BARRETO (REPRESENTADO)
GILSON LARI TRENNEPOHL (REPRESENTADO)
Procurador Geral Eleitoral (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
15805 13/09/2022 12:30 2022 - PETIÇÃO DE SANEAMENTO - AIJE - 7 DE Petição de Habilitação
8596 SETEMBRO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO BENEDITO GONÇALVES
DD. CORREGEDOR-GERAL DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL Nº 0601002-78.2022.6.00.0000


RELATOR: Ministro Corregedor Benedito Gonçalves
AUTOR: Coligação Brasil da Esperança
RÉUS: Jair Messias Bolsonaro, Walter de Souza Braga Netto, Antônio Hamilton Martins
Mourão, Fábio Salustino Mesquita de Faria, André de Souza Costa, Kesia Nascimento Ferreira,
Silas Lima Malafaia, Luciano Hang, Júlio Augusto Gomes Nunes, Antônio Galvan, João
Antônio Franciosi, Gilson Lari Trennepohl, Vanderlei Secco, Victor Priori, Renato Ribeiro dos
Santos, Jacó Isidoro Rotta, Luiz Walker e Marcos Koury Barreto.

JAIR MESSIAS BOLSONARO e WALTER DE SOUZA


BRAGA NETTO, já qualificados nos autos do processo em epígrafe, vêm à ilustre
presença de V. Exa., com o respeito e acatamento devidos, por intermédio de seus
advogados (Procurações em anexo), expor e requerer o que segue:

I. SÍNTESE PROCESSUAL

1. Cuida-se de Ação de Investigação Judicial (AIJE) por suposta


prática de abuso de poder político, econômico e uso indevido dos meios de
comunicação. De acordo com a peça vestibular, “as condutas impugnadas foram praticadas
pelos investigados no contexto dos eventos realizados para celebração do bicentenário da independência
da república Federativa do Brasil, no dia 7 de setembro de 2022”.

2. Sob a óptica da acusação, “ao contrário da postura de Chefe do


Estado brasileiro que lhe caberia, Jair Bolsonaro, com o apoio dos demais investigados, valeu-se do
momento como palco de comício eleitoral em benefício de sua candidatura – inclusive, deve-se dizer,
custeado por verbas do estado destinadas ao ato, cuja finalidade foi deturpada pelos investigados”.

Assinado eletronicamente por: MARINA ALMEIDA MORAIS - 13/09/2022 12:30:08 Num. 158058596 - Pág. 1
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Número do documento: 22091312300782900000156746692
3. Em virtude de tais fatos, o Requerente postulou, liminarmente,
a censura dos vídeos do evento (especialmente das redes do Presidente da República
e do canal da TV Brasil), bem como “ao final das investigações e processamento, seja julgada
procedente a presente ação para aplicação das sanções previstas no art. 22, inciso XIV, da Lei
Complementar 64/1990 aos investigados e quantos mais tenham contribuído para os atos abusivos”.

4. Na noite de sábado p.p. (10/09/2022), o Exmo. Min.


Corregedor-Geral do C. TSE, sem oitiva da parte contrária, deferiu parcialmente a
medida liminar, nos seguintes termos, verbis:

Assentada a plausibilidade do direito em decorrência do potencial


favorecimento da campanha do candidato à reeleição pelo vídeo veiculado
no canal de YouTube da TV Brasil e pela utilização de imagens oficiais em
sua propaganda eleitoral, conclui-se também pela urgência da adoção de
medidas que evitem ou mitiguem dano ao processo eleitoral. Na hipótese,
é indispensável a concessão de tutela inibitória que faça cessar os impactos
anti-isonômicos da cobertura do Bicentenário da Independência e do
aproveitamento de imagens oficiais pela campanha do primeiro e do
segundo réus.
Desse modo, defiro parcialmente o requerimento liminar, para conceder a
tutela inibitória antecipada e determinar:
a) seja intimada a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), para que: a.1)
edite o vídeo constante do canal de YouTube da TV Brasil, URL
https://www.youtube.com/watch?v=_w6dF5MosV0, excluindo-se os
trechos entre 17min07seg e 23min28seg; 3h40min24seg e 3h41min24seg;
e 3h44min18seg e 3h44min32seg;
a.2) no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, e até que concluída a edição,
suspenda a veiculação do vídeo citado, sob pena de multa diária de
R$10.000,00, devendo diligenciar pela preservação do conteúdo até
decisão final neste processo;
b) sejam intimados os candidatos Jair Messias Bolsonaro e Walter Souza
Braga Neto para, no prazo de 24 horas, cessar a veiculação de todo e
qualquer material de propaganda eleitoral, em todos os meios, que utilizem
imagens do Presidente da República capturadas durante os eventos oficiais
de comemoração do Bicentenário da Independência, atos realizados em
Brasília/DF e no Rio de Janeiro/RJ no dia 07/09/2022, sob pena de multa
diária de R$10.000,00, devendo ainda se abster de produzir novos
materiais que explorem as citadas imagens.

5. Os Requeridos, ora peticionários, foram intimados do teor da


r. decisão e da inicial na data de ontem (11/09/2022), via WhatsApp.

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6. Sempre com o máximo respeito e acatamento devidos, em que
pesem os esforços empreendidos na inicial e a arquitetura cirúrgica da r. decisão
liminar (que busca preservar o interesse público na cobertura do evento, realizada pela
TV Brasil), é a presente petição para carrear aos autos, à moda de singela contribuição
para fins de debate judicial mais verticalizado, elementos factuais e jurídicos tidos por
relevantes, para o melhor equacionamento da espécie, sobretudo por ocasião da
submissão da quaestio ao elevado descortino do Plenário, para fins de referendo (ou
não!) do respeitável aludido decisum monocrático.

II. PRELIMINARMENTE

II.1. DA NECESSÁRIA INTIMAÇÃO PESSOAL EM AÇÕES DE CASSAÇÃO DE


MANDATO. CIÊNCIA ESPONTÂNEA DOS REQUERIDOS.

7. O que primeiro se destaca é o equívoco adotado, pela Secretaria


Judiciária do Col. TSE, para intimação dos Requeridos via WhatsApp uma vez que, ex
vi do disposto no art. 11, §2º, da RES. TSE. 23.608/2019, os mecanismos céleres e
informais de cientificação não se prestam às ações que possuem o condão de cassar
mandatos, verbis:

§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica às representações submetidas


ao procedimento do art. 22 da Lei Complementar nº 64/1990, nas quais a
citação observará exclusivamente o disposto no Código de Processo Civil.1

8. Realmente, se se trata de ação com potencialidade de cercear


direitos fundamentais de primeira geração, como são os de natureza política (art. 14 e
ss. da CF/88), certamente a citação formal, válida e eficaz, é medida essencial que se
impõe para a validade do processo.

1 Cf. Art. 11. No período de 15 de agosto a 19 de dezembro do ano em que se realizarem as eleições, nos
processos relacionados às respectivas eleições, a citação será realizada, independentemente da data de autuação
do feito: I - quando dirigida a candidata, candidato, partido político, federação de partidos, coligação ou pessoa
indicada no art. 10 desta Resolução, por mensagem instantânea e, frustrada esta, sucessivamente por e-mail,
por correspondência e pelos demais meios previstos no Código de Processo Civil.
II - quando dirigida a pessoa diversa das indicadas no inciso I deste artigo, no endereço físico indicado pela
autora ou pelo autor, nos termos do art. 319 do Código de Processo Civil. § 1º Aplica-se ao inciso I deste
artigo o disposto no art. 12, § 2º, II e III e §§ 3º a 5º, desta Resolução.

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9. Complementar e convergentemente, o art. 13, §6º, da já
mencionada RES. TSE. 23.608/2019 dispõe, em diretriz procedimental cristalina, que
os poderes de procuração arquivada junto a este Tribunal se prestam somente
para ações fundadas no art. 96 da Lei das Eleições2.

10. Deveras, uma disposição que serve como medida de


colaboração entre o jurisdicionado e a Justiça Eleitoral, para atribuir maior celeridade
e transparência nas ações fundadas no art. 96 da Lei das Eleições, não pode ser usada
como ferramenta de lawfare.

11. Mas não é só!

12. Por ocasião da liminar concedida nos autos da


Investigação Judicial nº 0600814-85.2022.6.00.0000 (Rel. Exmo. Min. Mauro
Campbell Marques), que determinou remoção de conteúdo veiculado na TV
Brasil relativa a evento lícito promovido pelo Requerido Jair Messias
Bolsonaro com embaixadores, a intimação dos Representados foi pessoal, não
havendo qualquer razão para tratamento diverso no presente caso.

13. Requer-se, assim, à moda de chamamento do feito à ordem, sem


prejuízo da apuração administrativa do fato e de eventual responsabilização dos
agentes, com o conveniente aperfeiçoamento das rotinas cartorárias judiciárias, seja
considerada a presente manifestação escrita como “ciência inequívoca”, ou seja, como
ato formal e válido de cientificação dos Investigados acerca do processo, haja vista a
imprestabilidade jurídica da citação datada de 11.9.2022.

14. Requer-se, ainda, com vistas a evitar eventuais nulidades e


promover o bom andamento do feito, que se determine a (adequada) intimação
pessoal dos demais Investigados.

2 Cf. Art. 13. É facultado a candidatas, candidatos, partidos políticos, federações de partidos, coligações,
emissoras de rádio e televisão, provedores de aplicações de internet, demais veículos de comunicação e
empresas e entidades realizadoras de pesquisas eleitorais requerer o arquivamento, em meio eletrônico, na
instância de origem, de procuração outorgada a suas advogadas e seus advogados, com poderes gerais para o
foro e para receber citações ( Lei nº 9.504 /1997, art. 6º-A e Lei nº 9.096/1995, art. 11-A, caput e § 8º ). § 1º A
faculdade a que se refere o caput deste artigo é aplicável apenas para fins de representação judicial da (do)
outorgante nas representações fundadas no art. 96 da Lei nº 9.504/1997, nas reclamações e nos pedidos de
direito de resposta.

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II.2. DECISÃO LIMINAR.
- CUMPRIMENTO IMEDIATO DA MEDIDA LIMINAR PELOS REQUERIDOS.
- REMOÇÃO DAS PEÇAS PUBLICITÁRIAS ELEITORAIS COM COMPARTILHAMENTO
DE IMAGENS OFICIAIS RECOLHIDAS NO EVENTO DO DIA 7 DE SETEMBRO.
- NECESSÁRIA DIFERENCIAÇÃO, PARA FINS DE INTELIGIBILIDADE JURÍDICA DO
DECISUM MONOCRÁTICO, ENTRE IMAGENS OFICIAIS (LIGADAS AO DESFILE DO
DIA 7 DE SETEMBRO - BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA), E IMAGENS
CAPTADAS APÓS E/OU AO LARGO DO EVENTO OFICIAL, À GUISA DE ATOS
TÍPICOS LÍCITOS DE CAMPANHA ELEITORAL.
- CISÃO DE FASES: BOLSONARO-PRESIDENTE VS. BOLSONARO-CANDIDATO.

15. O Requerente formulou pedido liminar amplo, sem qualquer


delimitação racional, nos seguintes termos: “que o Investigado Jair Messias Bolsonaro se
abstenha de promover ou utilizar na sua campanha eleitoral quaisquer materiais gráficos, fotografias
ou vídeos, produzidos por ele ou por terceiros, dos atos realizados em Brasília/DF e no Rio de
Janeiro/RJ no dia 7 de setembro de 2022, haja vista serem objeto de investigação de abuso de poder
político, econômico e de uso indevido dos meios de comunicação por este c. TSE”.

16. O Em. Relator, com a habitual presteza, deferiu parcialmente a


medida liminar requestada na inicial, às 22:50 do dia 11 de setembro (sábado),
entendendo, em juízo perfunctório, próprio das tutelas de urgência, que teria havido
a aparente utilização irregular de imagens oficiais dos eventos na propaganda eleitoral.
Daí a ordem judicial correlata para que, verbis:

(a) Fossem readequados os conteúdos disponibilizados pela TV


Brasil, verbis: “seja intimada a Empresa Brasil de Comunicação (EBC),
para que edite o vídeo constante do canal de YouTube da TV Brasil, URL (…)
excluindo-se os trechos entre 17min07seg e 23min28seg; 3h40min24seg e
3h41min24seg; e 3h44min18seg e 3h44min32seg”;

(b) Fosse proibida a utilização da imagem pessoal do


Requeridos captadas durante os eventos de Brasília e Rio de
Janeiro, verbis: “cessar a veiculação de todo e qualquer material de propaganda
eleitoral, em todos os meios, que utilizem imagens do Presidente da República
capturadas durante os eventos oficiais de comemoração do Bicentenário da
Independência, atos realizados em Brasília/DF e no Rio de Janeiro/RJ no dia
07/09/2022”

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17. Os Investigados, como já referido alhures, foram notificados
por este C. TSE via WhatsApp somente às 21:15h do dia 11 de setembro (domingo).

18. Contudo, por respeito institucional a este C. Tribunal, os


Investigados, laborando com máxima boa-fé processual, providenciaram incontinenti a
exclusão da grade de propagandas das peças publicitárias que empregavam, por
qualquer forma, imagens relativas aos atos ocorridos no dia 7 de setembro de 2022.
É dizer: foi adotada medida saneadora ampla! Independentemente da (i) natureza
jurídica das imagens (se relativas à fase oficial do evento, com Bolsonaro enquanto
Presidente da República, ou alusivas à etapa privada daquela jornada diária, com
Bolsonaro enquanto candidato à reeleição) e pouco importando se (ii) as imagens
foram capturadas não só em Brasília ou Rio, mas também em São Paulo, Curitiba,
Campo Grande e Porto Alegre.

19. O cumprimento expandido e espontâneo da liminar – anterior


ao recebimento da intimação (frise-se!) – acabou por implicar vigorosa remoção de
conteúdos publicitários privados, típicos de campanhas eleitorais de magnitude
nacional, que não foram capturados no ínterim dos eventos oficiais e que não foram
captados com aparato da TV Brasil, havidos após o encerramento formal e material
dos desfiles e até mesmo, notadamente, daquelas imagens e sons cedidos por pessoas
comuns e pela empresa responsável pelo marketing político dos Investigados.

20. Assim, como faz prova o anexo e-mail exemplificativo, os


Investigados dispunham de uma inserção em rede de televisão, que seria
veiculada no domingo à noite (bloco 3), contendo cenas dos atos ocorridos
anteriormente, mas optaram, em postura respeitosa e leal, pela não veiculação.

21. A expedita comunicação com as emissoras ocorreu às 13:55 do


11.9, antes mesmo, repita-se, da comunicação oficial deste C. TSE para fins de
cumprimento da liminar.

22. Igualmente, com relação à internet, os Requeridos já


providenciaram – também antes do recebimento da mensagem deste C. TSE – a
remoção de todo e qualquer conteúdo propagandístico com cenas
compartilhadas relativas aos atos de 7 de setembro.

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23. Não obstante isso, calha esclarecer que, desde sempre e
especialmente no dia 7 de setembro p.p., os Investigados fizeram clara diferenciação,
com bordas cirúrgicas limpas, entre os atos oficiais de comemoração do Bicentenário
da Independência e as suas participações políticas em manifestações
espontâneas paralelas, que tradicionalmente ocupam as ruas, pelo menos
desde junho de 2013, como se reconhece na própria petição inicial,
nomeadamente nos parágrafos 75 e 92, verbis:

Com o término do desfile, o Bolsonaro se dirigiu ao trio elétrico


custeado pelos empresários Investigados para realizar o discurso
pelo qual pediu votos no dia 2 de outubro, atacou opositores –
incluindo-se o candidato pela Coligação Representante – e dirigiu-
se exclusivamente a seus eleitores ao trazer assuntos como
descriminalização do aborto, das drogas, “ideologia de gênero” e
Supremo Tribunal Federal.

Há que se ressaltar que, tal como em Brasília/DF, a estrutura


utilizada por Bolsonaro não foi custeada por sua campanha,
mas, sim, pelo investigado Silas Malafaia, conforme amplamente
divulgado na imprensa.

24. A opção pela remoção de todas as publicidades eleitorais,


mesmo daquelas não relativas à fase pública e oficial das comemorações do
Bicentenário da Independência – e que poderiam ser utilizadas por força do teor literal
da r. decisão liminar -, busca, em postura contributiva, ensejar debate franco,
aberto e desinibido, em Plenário, para a conveniente e oportuna fixação de
balizas comportamentais seguras e obsequiosas dos valores tutelados pelas
normas de regência dos prélios eleitorais, alvejando premissas factuais e
jurídicas eclipsadas na petição inicial e na r. decisão liminar, data vênia, quais
sejam:

(a) a possibilidade da utilização de imagens relativas aos atos não oficiais,


consistentes em manifestações civis, ocorridas após o encerramento formal do
desfile cívico-militar, quando não geradas/captadas pela TV Brasil ou outra
emissora pública;

(b) a possibilidade da utilização de gravações realizadas por terceiros, que não


contenham imagens dos Representados, das manifestações ocorridas em
outras cidades, ainda que na mesma data;

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(c) a possibilidade da utilização de gravações realizadas por terceiros, que não
contenham imagens nem tenham sido produzidas pelos Investigados, das
manifestações ocorridas em Brasília e Rio de Janeiro após o encerramento das
atividades oficiais.

25. Longe de consubstanciarem filigranas jurídicas diante de todo o


contexto narrado na inicial, as questões (pontos duvidosos!) acima reveladas
merecem, sim, vertical aferição do Plenário do Eg. TSE, porque estão em jogo valores
constitucionais de elevada envergadura, ligados à liberdade de expressão e de
manifestação política (art. 5º, inc. IV e IX c.c. art. 220 da CF/88).

26. A fixação de métricas comportamentais que tais - notadamente


para Presidente da República, em contexto constitucionalmente assegurado de
reeleição, sem necessidade de desincompatibilização -, se entremostra ainda mais
necessária, relevante, sofisticada e desafiadora.

27. Deveras, em 7 de setembro, o primeiro investigado migrou,


ao longo da jornada diária, fática e juridicamente, da condição de Presidente
da República para a condição de candidato à reeleição. Bolsonaro era e
continua sendo (i) Presidente da República e (ii) candidato à reeleição. E
naquele feriado (quarta-feira), comemorava-se o Bicentenário da
Independência, sim, mas também era dia típico destinado a campanhas
eleitorais, dele e dos demais candidatos, notadamente pela galopante
proximidade da data fixada para o primeiro turno das eleições.

28. A chave hermenêutica para a solução da quaestio está no vigoroso


e disciplinado isolamento dos atos praticados ao longo do dia. E assim foi feito, com
método e racionalidade! Diferentemente do quanto articulado na inicial, não houve
usurpação ilegal, para fins eleitorais, das comemorações do Bicentenário da
Independência. As comemorações do evento cívico, de importância histórica,
ocorreram de forma naturalmente aberta e institucional, com a presença de
autoridades e convidados no palco oficial. Ocorreram desfiles e comemorações
majoritariamente militares, de forma protocolar. E não foram produzidos e
empreendidos, nesta fase, discursos e comportamentos político-eleitorais
típicos de campanhas!

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29. Apenas após o encerramento da agenda oficial – com o término
factual e jurídico do desfile, é que o primeiro Investigado, já sem a faixa
presidencial, se deslocou a pé na direção do público e discursou, na condição de
candidato. Da mesma forma que outros candidatos poderiam ter feito, naquele exato
momento e ao longo de todo o dia!

30. Se, nesta etapa da jornada, abraçou espectadores e subiu em trios


elétricos alugados por terceiros, nada fez de irregular. Se externou seus ideais
políticos, com a verve própria, para pessoas que se mostraram eleitoralmente
interessadas, nada fez de irregular. Se encontrou eco em potenciais eleitores que
permaneceram, voluntariamente, nas vias públicas (bens de uso comum do povo!)
após o encerramento do desfile, nada fez de irregular. Encerradas as comemorações
oficiais, Bolsonaro readquiriu a condição jurídica, constitucional e legalmente
assegurada, de simples candidato ao cargo de Presidente nas eleições de outubro.

31. Preconceitos de lado em relação ao instituto da reeleição, sem


necessidade de desincompatibilização, fato é que a realidade determinou as práticas e
comportamentos levados a efeito pelo primeiro Investigado no dia 7 de setembro
próximo passado.

32. Era inexigível de Bolsonaro conduta jurídica diversa!

33. É necessário reconhecer que a condição de candidato à reeleição


não esvazia o exercício da Presidência da República por Jair Messias Bolsonaro até o
fim de dezembro de 2022. E a condição de Presidente da República não pode
dilacerar a sua condição de candidato.

34. O ponto saliente, a ser inadiavelmente equacionado pelo Col.


TSE, pois, diz com a precisa delimitação das respectivas posturas comportamentais
ao longo daquele dia e de quase todos os dias do ano em curso, sendo certo que
eventual censura judicial, para ser razoável e proporcional, deve recair sobre condutas
vedadas e/ou manifestos abusos de poder com emprego de meios fraudulentos,
ausentes na espécie.

35. Isso não se confunde, por certo, com a realização/participação


passiva e acidental em evento político, no âmbito do qual se comportou, goste-se ou
não, com o máximo respeito à cisão indicada, em uníssono, pela equipe jurídica da
campanha e pelo cerimonial da Presidência da República.

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36. Nos termos do quanto já decidido pelo C. TSE, “o abuso de poder
reclama, para a sua configuração, uma análise pelo critério qualitativo, materializado em evidências
e indícios concretos de que se procedera ao aviltamento da vontade livre, autônoma
e independente do cidadão-eleitor de escolher os seus representantes, sem prejuízo da análise
de um critério quantitativo, condizente com a potencialidade para influenciar
diretamente no resultado das urnas”3.

37. Sem pretensão de adentrar à defesa (exauriente) de mérito, a ser


apresentada em momento próprio, a presente manifestação ambiciona indicar seja
chamado o feito à ordem para que se diferenciem, para fins de incidência das normas
eleitorais proibitivas cogitadas, circunstâncias, momentos e os locais das ocorrências
narradas pela inicial.

38. Pergunta-se: Há diferenciação jurídica nas imagens capturadas


das multidões de São Paulo e de Brasília? E nas imagens das multidões que foram às
ruas em Belo Horizonte ou Rio de Janeiro?

39. Por certo que há um desvalor na utilização de aparato público


oficial, custeado pelo erário, em prol de campanhas eleitorais, mas disso não se trata!
Não foi isso o que aconteceu!

40. Também não se desconhece ou se desrespeita inúmeras matérias


jornalísticas, versões, interpretações e a enorme repercussão negativa que a imprensa
deu ao evento do Sete de Setembro. Contudo, sabe-se bem, a construção do discurso
jornalístico é bem diversa da arquitetura da legítima cognição judicial.

41. Ainda que o bom juiz e o bom jornalista lidem com fatos da
realidade fenomênica, é a interpretação desses fatos e a sua qualificação jurídica, como
“matéria de interesse público” ou “provas judiciais”, que separam o escrutínio técnico dos
dois profissionais.

3 Cf. Ação Cautelarnº 59624, Acórdão, Relator(a) Min. Luiz Fux, Publicação: DJE - Diário da justiça eletrônico,
Tomo 107, Data 02/06/2017, Página 37/40.
No mesmo sentido: “No mérito, é sabido que para se caracterizar o abuso de poder, impõe-se a comprovação,
de forma segura, da gravidade dos fatos imputados, demonstrada a partir da verificação do alto grau de
reprovabilidade da conduta (aspecto qualitativo) e de sua significativa repercussão a fim de influenciar o
equilíbrio da disputa eleitoral (aspecto quantitativo). A mensuração dos reflexos eleitorais da conduta, não
obstante deva continuar a ser ponderada pelo julgador, não constitui mais fator determinante para a ocorrência
do abuso de poder, agora revelado, substancialmente, pelo desvalor do comportamento. (AIJE nº 0601779-
05/DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, de 11.3.2021).

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42. Não por outra razão, este C. TSE já assentou que “notícias
extraídas de jornais e opiniões emitidas por profissionais da imprensa não comprovam que
autoridades governamentais estejam praticando atos de ofício, com desvio ou abuso de autoridade em
benefício de candidato, sendo insuficientes, no caso concreto, para a abertura da investigação judicial”4.

43. Inclusive, ao decidir sobre a tutela cautelar requerida pelo


Partido Democrático Trabalhista - PDT, que buscava instruir ação correlata à
presente, o Exmo. Min. Raul Araújo entendeu que simples matérias jornalísticas não
são evidências suficientes para o desate de investigações que tais (V. Pet. 0600958-
59.6.00.0000, j. 7.9.2022).

44. E como decidido pelo C. TSE, processos que tais, de


investigação judicial eleitoral, demandam não apenas indícios e ilações, mas sim
provas seguras para sua procedência, verbis:

(…) é sabido que para se caracterizar o abuso de poder, impõe-se a


comprovação, de forma segura, da gravidade dos fatos imputados,
demonstrada a partir da verificação do alto grau de reprovabilidade da
conduta (aspecto qualitativo) e de sua significativa repercussão a fim de
influenciar o equilíbrio da disputa eleitoral (aspecto quantitativo). A
mensuração dos reflexos eleitorais da conduta, não obstante deva
continuar a ser ponderada pelo julgador, não constitui mais fator
determinante para a ocorrência do abuso de poder, agora revelado,
substancialmente, pelo desvalor do comportamento.

(…) Emanando todo o poder do povo, compete à Justiça Eleitoral


proteger a vontade popular, e não, substituí-la, razão pela qual a cassação
de mandatos deve ser sempre precedida de minuciosas apuração e
comprovação. Na verdade, sua incidência somente deverá ocorrer quando,
dadas a gravidade e a lesividade das condutas, a legitimidade do pleito
tenha sido tão afetada que outra solução menos gravosa não teria o condão
de restabelecê-la. (AIJE nº 0601779-05/DF, Rel. Min. LUIS FELIPE
SALOMÃO, DJe de 11.3.2021).

45. Basicamente, o Representante se fia na simples existência de


uma inserção de televisão em que o Investigado Jair Bolsonaro aparece, pelo tempo
exato de 2’ (dois segundos), com a faixa presidencial, no evento de Sete de Setembro.

4Representação nº 1283, Acórdão, Relator(a) Min. Cesar Asfor Rocha, Publicação: DJ - Diário de justiça, Data
18/12/2006, Página 186

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46. Todavia, não se pode concordar com a tese segundo a qual essa
simples imagem teria o condão de desequilibrar as eleições, como já decidido pelo C.
TSE na Representação nº 329675, Rel. Min. Herman Benjamin, Dj. 21/11/20175.

47. Imagens como essas (focadas nos candidatos, em populares


presentes nos eventos ou da própria multidão), desde que realizadas após o
encerramento das atividades oficiais, podem ser facilmente capturadas por qualquer
candidato, sem nenhuma distinção de partido, bastando que se dispusessem a estar
próximos de suas bases políticas na data cívica. Reitere-se: desde 2013, as ruas não
têm uma única coloração política. Não são só movimentos sociais e os partidos da
tradicional esquerda que movimentam as massas. Não!

48. Considerando-se a fundamentação da r. decisão liminar –


especialmente quanto à função preventiva das AIJEs, de se evitar danos ao processo
eleitoral que se soma à obrigação do Estado Juiz de se pautar com a mínima
intervenção no debate político-democrático –, requer-se, por medida de justiça, sejam
pontuadas as limitações e a juridicidade da atuação dos Investigados em sua
propaganda eleitoral, atestando-se a possibilidade de utilização de imagens não
oficiais, recolhidas após o encerramento das festividades cívicas em Brasília e em
outras praças (v.g. São Paulo), captadas com meios próprios6, sem os selos da
Presidência da República e do Presidente da República.

49. É o que se espera em meio ao julgamento de referendo da r.


parcial liminar monocrática concedida, sem a oitiva da parte contrária, pelo Em.
Corregedor-Geral.

5 Cf. “Na cena impugnada, cuja duração é de apenas sete segundos, Lula não emite palavras e limita-se a se
aproximar de uma das janelas do Palácio da Alvorada, ao som de acordes musicais. Ressalte-se que o
representado era, à época, Presidente do Brasil e a curtíssima cena o mostra em seu local de trabalho, sem
qualquer participação da candidata Dilma Rousseff. 12. Segue-se narrativa do locutor do programa: "a maior
eleição da história do Brasil. O presidente eleito do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva. Senhor Luiz Inácio Lula da
Silva", e, a posteriori, música com temática de despedida do mandato e ênfase ao apoio à representada Dilma
Rousseff. 13. A partir desse quadro probatório, não se vislumbra uso da coisa pública em favor da candidata,
isto é, na acepção própria do termo, emprego real e efetivo de bens públicos móveis ou imóveis para se
realizarem atos de campanha. (…)”
6 Cf. trecho da r. decisão liminar: “O exercício dessa competência deve se pautar pela mínima intervenção,

atuando de forma pontual para conter a propagação e amplificação de efeitos potencialmente danosos. A fim
de que essa finalidade preventiva possa ser atingida, a análise da gravidade, para a concessão da tutela inibitória,
orienta-se pela preservação do equilíbrio da disputa ainda em curso.”

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II.3. NECESSÁRIA APLICAÇÃO DO ART. 96-B DA LEI DAS ELEIÇÕES E
UNIFICAÇÃO DE AÇÕES CORRELATAS.

50. Por fim, os Investigados não olvidam da existência de diversas


ações sobre o mesmo fato – realização dos eventos oficiais do Sete de Setembro com
alegado proveito eleitoral irregular -, o que impõe a forçosa aplicação do disposto no
art. 96-B, da Lei das Eleições, como forma de otimização dos trabalhos da Justiça
Eleitoral, com a unificação da produção probatória e estabelecimento de um rito
único a ser observado pelos litigantes7.

51. Os Investigados fizeram simples pesquisa no sistema PJE e


perceberam a existência de pelo menos duas outras investigações judiciai (AIJEs) com
similar causa de pedir e idêntico pedido de aplicação exclusiva das penas do art. 22 da
LC 64/90.

52. Veja-se o quadro resumo dos processos distribuídos por


prevenção para o Em. Corregedor-Geral:

Processo Representante Andamento


0600984-57.2022.6.00.0000 Soraya Thronicke Deferida em 11.set liminar de
igual a exarada nestes autos

0600972-43.2022.6.00.0000 Partido Democrático Trabalhista Determinada a manifestação dos


(PDT) Representantes

7 Cf. Art. 96-B. Serão reunidas para julgamento comum as ações eleitorais propostas por partes diversas sobre
o mesmo fato, sendo competente para apreciá-las o juiz ou relator que tiver recebido a primeira.
§ 1º O ajuizamento de ação eleitoral por candidato ou partido político não impede ação do Ministério Público
no mesmo sentido.
§ 2º Se proposta ação sobre o mesmo fato apreciado em outra cuja decisão ainda não transitou em julgado, será
ela apensada ao processo anterior na instância em que ele se encontrar, figurando a parte como litisconsorte no
feito principal.
§ 3º Se proposta ação sobre o mesmo fato apreciado em outra cuja decisão já tenha transitado em julgado, não
será ela conhecida pelo juiz, ressalvada a apresentação de outras ou novas provas.

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53. Igualmente, com fundamento nesses mesmos fatos, este C.
TSE já recebeu duas ações, autuadas erroneamente como “representações”, cujo
fundamento jurídico (causa de pedir remota) consiste em aplicação do art. 73 da Lei
das Eleições. Eis um quadro resumo de ambos os feitos (que aguardam decisão
liminar dos seus Relatores):

Processo Representante Relatoria


0600984-57.2022.6.00.0000 Soraya Thronicke Min. Paulo de Tarso Sanseverino

0600991-49.2022.6.00.0000 Partido Democrático Trabalhista Min. Carmen Lúcia


(PDT)

54. Não se pode olvidar, nesse particular, que a legitimidade para


ações eleitorais é de natureza extraordinária, de modo que a Requerente Coligação
Brasil da Esperança não busca tutelar um direito (inexiste!) próprio, mas sim um
interesse coletivo na lisura e transparência do processo eleitoral.

55. Portanto, sua atuação processual está amparada pela mesma


base jurídica dos demais legitimados ativos (art. 18 NCPC), não havendo fundadas
razões para a diferenciação dos processos e sendo de todo recomendável a unificação
proposta, até para que não haja decisões contraditórias nos planos fático e jurídico.

56. Ademais, o rito e a competência de todas essas ações referidas


(a despeito da errônea distribuição) são os mesmos:

Art. 44. As representações que tenham por causa de pedir as hipóteses


previstas nos arts. 23, 30-A, 41-A, 45, VI, 73, 74, 75 e 77 da Lei n°
9.504/1997 observarão o procedimento do art. 22 da Lei Complementar n°
64/1990 e, supletiva e subsidiariamente, o Código de Processo Civil. (RES.
TSE. 23.608/2019)

Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério


Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao
Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas,
indícios e circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar
uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de
autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação
social, em benefício de candidato ou de partido político, obedecido o
seguinte rito (Lei Complementar 644/90).

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57. Por tais fundamentos, requer-se, ainda com vistas a sanear o
regular prosseguimento do feito, seja aplicada a hipótese do art. 96-B da Lei das
Eleições, unificando-se os processos acima indicados para apresentação de defesa
única, evitando-se a realização de inúmeros atos probatórios com vistas a correta e
visceral elucidação dos mesmos fatos.

III. DO PEDIDO

58. Ex positis, requer-se:

a) inicialmente, seja considerada a presente manifestação como o ato


formal e válido de cientificação dos Representados acerca do
processo, com devolução de prazo para defesa, haja vista a
imprestabilidade jurídica da citação datada de 11.9.2022, via
WhatsApp;

b) Requer-se, outrossim, com vistas a evitar eventuais nulidades


processuais e promover o bom andamento do feito, sejam
determinadas e/ou refeitas as intimações pessoais dos demais
investigados, para apresentação de defesa técnica;

c) Considerada a fundamentação da r. decisão liminar, quanto à função


preventiva das Investigações Judiciais Eleitorais - AIJEs de evitar
danos ao processo eleitoral que se soma à obrigação do Estado Juiz
de se pautar com a mínima intervenção, requer-se sejam
devidamente pontuadas as limitações e a juridicidade da atuação dos
Investigados em sua propaganda eleitoral, com a utilização de
imagens recolhidas após o encerramento do desfile de 7 de setembro
(fase não oficial) em Brasília e em outras praças, captadas com meios
próprios, e sem alusão a Bolsonaro enquanto Presidente da
República;

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d) Com vistas ao saneamento do feito, seja aplicada a hipótese do art.
96-B, da Lei das Eleições, unificando-se todos os processos que
versem sobre os mesmos fatos, conforme indicado anteriormente,
para apresentação de defesa única, evitando-se realização de
inúmeros atos probatórios com vistas a elucidação de uma mesma
questão jurídica.

Em tempo, protesta pela juntada de procuração no prazo legal.

Nestes termos, pede-se e espera-se deferimento.


Brasília, 12 de setembro de 2022.

TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO EDUARDO AUGUSTO VIEIRA DE CARVALHO


OAB/DF 11.498 OAB/DF 17.115

ADEMAR APARECIDO DA COSTA FILHO MARINA ALMEIDA MORAIS


OAB/DF 40.989 OAB/GO 46.407

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