02 - Instrumentos Endodônticos

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Instrumentos endodônticos

→ São empregados como agentes mecânicos na instrumentação de canais radiculares. São fabricados de ligas
de aço inoxidável ou níquel-titânio
→ A lima endodôntica é de natureza metálica, multicortante, com arestas ou fios cortantes ao longo de seu corpo
→ Limagem: movimento longitudinal alternado em relação ao eixo do instrumento
→ Alargador endodôntico: instrumento de natureza metálica cuja haste de corte geralmente é cônica, apresenta
certo número de arestas cortantes do longo de sua parte de trabalho
→ Bases de um tratamento endodôntico: limpeza, desinfecção e obturação (não é a restauração – é a última
parte, a blindagem) que é feita com guta percha.
→ Lima Hedstroem: remove a polpa, tem cones invertidos (conformação de cones interpostos permite a polpa
seja agarrada com mais força ou que remova mais dentina do que uma lima tipo K ou uma lima tipo flexofile)
→ Classificação de acordo com Lopes e Siqueira:
• Quanto ao acionamento: manuais (acionados pelo operador) e mecanizados (gates, largo – fixação e
acionamento do instrumento por meio de uma máquina manuseada pelo operador)
• Quanto ao processo de fabricação: torcidos e usinados
• Quanto ao tipo de metal: aço inoxidável (+ comum) ou níquel-titânio
• Quanto ao tipo de movimento: limas e alargadores

→ Padronização ISO: mas nem todos seguem esse padrão, eles são denominados especiais. Para instrumentos
endodônticos mecanizados, não há especificações normativas quanto à fabricação
1. Instrumentos passaram de aço carbono para aço inoxidável (resistência à corrosão) –
a) Não pode ser muito rígido (canais curvos) nem muito flexível (canal precisa ser instrumentado) → foi
necessário mesclar as fases
b) Liga molecular de aço inoxidável aumenta a maleabilidade, dureza e resistência (consequência do
arranjo cristalino e da qualidade das moléculas

2. Divisão em partes: cabo, parte intermediária e parte ativa


a) Instrumentos passam a ter cabo plástico e resistente à
esterilização (16mm de parte ativa e é dividido em cabo,
intermediário e parte ativa) – Trabalha efetivamente a
parte ativa do instrumento e varia em comprimento na
sua parte intermediária
b) Número no cabo: é o valor do primeiro mm de diâmetro
do cabo da lima
c) Conicidade: A cada mm percorrido na parte ativa, o
instrumento aumenta 0,02 em seu diâmetro.
d) Entre um instrumento e outro o diâmetro da ponta ativa
aumenta em 0,05 (para instrumentos da série ISO).

3. 3 séries + a especial: apresentadas mais a frente

Ligas metálicas
→ Materiais obtidos pela fusão de dois ou mais metais e, em alguns casos, por elementos não metálicos
→ Todos os metais e ligas apresentam estrutura cristalina, exceto quando solidificados bruscamente, nesse caso
são amorfos
→ As imperfeições ou defeitos cristalinos exercem grande influência na resistência mecânica na propriedade
elétrica e química do metal ou liga
→ Aço inoxidável:
• Menor memória de forma.
• Ligas de ferro com teores de cromo acima de 12%.
• Cromo em contato com ar ou soluções oxigenadas fornece o caráter protetor da liga (forma-se uma película
de óxido de cromo aderente na superfície, impermeável) – protege o aço contra a maioria dos agentes
agressivos.
• Rápida regeneração (exclusiva do cromo), pode ser aniquilada em ambientes redutores ou na presença
de soluções cloradas.
• Níquel gera influência quando superior a 6% → aumenta resistência ao calor e à corrosão e tenacidade
• Esses instrumentos possuem mais a fase austenítica → resistência à corrosão e à fratura, grande
tenacidade e dureza.
• Fase martensita = responsável pela flexibilidade do instrumento; essas fases dependem do arranjo
cristalino das moléculas desses metais.
→ Liga Níquel-Titânio
• Possui o efeito memória de forma (EMF) e de superelasticidade (SE)
• Memória de forma: capacidade que certos materiais possuem de recuperar grandes deformações não
lineares por meio de um tratamento térmico apropriado, mesmo que parece permanente
• Superelasticidade/pseudoelasticidade: caso particular do EMF, a recuperação da forma acontece
apenas com a retirada da tensão, sem a necessidade do aquecimento → grande diferencial em relação
às ligas de aço inoxidável → são deformados com menores níveis de tensão
• Preparo de um canal radicular curvo: o deslocamento apical é superior com os instrumentos de aço
inoxidável em relação aos de níquel-titânio, pois o aço inoxidável tem maior resistência à deformação
elástica (+rígido)
• Pequeno módulo de elasticidade, grande elasticidade e alta resistência à deformação plástica e à fratura
• Fase R: obtida a partir de resfriamento e aquecimento, o que possibilitou a fabricação de instrumentos N-
Ti por torção → apresentam maior flexibilidade e menor rigidez e maior vida útil em flexão rotativa (Lopes
e Siqueira)
• Liga Ni-Ti M-Wire: presença de martensita, melhora resultados quanto à flexibilidade e à resistência à
fratura por fadiga (Lopes e Siqueira)
• Liga Ni-Ti com memória controlada: controla a memória de forma do material, permite o instrumento
acompanhar a trajetória anatômica do canal, o que reduz o risco de formação de degraus, transporte apical
do canal e perfurações radiculares

Propriedades Mecânicas dos instrumentos endodônticos


→ Associadas ao comportamento dos instrumentos quando submetidos à ação de forças externas
→ Resistência mecânica: quando uma carga é aplicada ao material, a força de ligação de seus átomos se opõe
a este carregamento (propriedade intrínseca – capacidade do material de resistir sem apresentar fratura).
Exemplo: resistência à torção, à tração, à flexão rotativa
→ Força: grandeza vetorial que, aplicada a um corpo, deforma-o ou tende a mudar seu estado de repouso ou
movimento, deve ter direção, sentido e intensidade definidos. Podem ser normais (compressivas – força para
comprimir um corpo – ou trativas - força para alongar um corpo) e cisalhantes (forças na mesma direção, mas
com sentidos opostos; podem causar deformação)
→ Tensão: relação entre a força aplicada em um corpo por unidade de área na qual atua, pode ser normal ou
cisalhante
→ Deformação: quando uma força é aplicada em um corpo impedido de alterar sua posição, a força tende a
deformar o corpo.
→ Deformação elástica: quando a deformação desaparece após a retirada da força aplicada
→ Deformação plástica: quando o corpo permanece deformado após a retirada da força aplicada
→ Elasticidade: propriedade que indica capacidade do material sofrer grandes deformações elásticas, medida
pelo módulo de elasticidade. Quanto menor o módulo de elasticidade, maior é a elasticidade do material
→ Comportamento elástico em torção: deformação quando uma das extremidades é imobilizada e na outra é
aplicada um torque
→ Comportamento elástico na flambagem: deformação elástica quanto o instrumento é submetido ao
carregamento compressivo na direção do seu eixo
→ Comportamento elástico por flexão: flexibilidade é a deformação elástica apresentada pelo instrumento
quando submetido a um carregamento localizado na sua extremidade e na direção perpendicular ao seu eixo
→ forma um arco como na flambagem
→ Efeito mola: capacidade que um instrumento de aço inoxidável dobrado tem de se deformar elasticamente
quando submetido à aplicação de uma força dentro do regime elástico do material (maior para inst. de menor
diâmetro)
→ Limite elástico: é definido como a maior tensão a que um material pode ser submetido de tal modo que retorne
às suas dimensões originais quando a força é removida (maior tensão que se pode aplicar sem que se sofra
deformação plástica)
→ Plasticidade: capacidade do material sofrer grandes deformações permanentes, sem atingir a fratura
→ Maleabilidade: capacidade do material de sofrer grandes deformações plásticas, na compressão em todas as
direções
→ Ductibilidade: capacidade de sofrer grandes deformações permanentes na direção do carregamento sem
atingir ruptura
→ Limite de escoamento: determinado pela tensão máxima acima da qual o material começa a apresentar
deformação plástica permanente com retirada da carga
→ Rigidez: indica a capacidade de o material resistir a carregamentos elásticos sem apresentar deformação
plástica quando submetido a uma tensão não excedente ao limite de escoamento, ou seja, no regime elástico
(quanto maior o módulo de elasticidade, maior a rigidez)
→ Fragilidade: capacidade de um material romper-se com facilidade sem antes deformar. Indica a ausência de
deformações plásticas do material antes de sofrer a ruptura.
→ Tenacidade à fratura: quantidade de energia que um material pode absorver antes da fratura, capacidade do
material resistir a carregamentos
→ Dureza: resistência do material à penetração, à deformação plástica e ao desgaste mecânico. Quanto maior a
dureza, maior a resistência mecânica ao desgaste
→ Limite de resistência: tensão máxima suportada pelo instrumento antes da fratura
→ Encruamento: mecanismo de aumento da resistência mecânica por deformação plástica a frio

Fabricação dos instrumentos endodônticos


→ Instrumentos endodônticos são ferramentas destinadas à
ampliação, limpeza e modelagem de um canal radicular, sendo
fabricados de acordo com os princípios usados na fabricação de
ferramentas denominadas alargadores
→ Torção: máquina prende a ponta do instrumento e o gira à
esquerda. As hastes, que podem ser quadrangular ou triangular,
criam hélices cortantes
• Quanto maior o número de rotações à esquerda, maior será
o número de hélices
• As paredes e arestas laterais de corte da haste piramidal são
dispostas na forma helicoidal com sentido anti-horário,
constituindo a haste de corte helicoidal cônica dos
instrumentos endodônticos
• Arestas ou fios laterais de corte da haste piramidal são origem às hélices, enquanto as paredes dão origem
aos canais helicoidais
→ Usinagem: máquina tem micro fresas que vão cortar/talhar o
instrumento
• Susceptível a fraturas durante a fabricação → ainda se usa esse
processo, pois algumas não tem como torcer a haste → evita-se
usar essa lima em dentes mais atrésicos, posteriores...
• Processo mecânico de usinagem do fio metálico
• Obtenção de arestas ou fios de corte dispostos na forma de hélices
é obtido a partir de superfícies cônicas ou cilíndricas
• Geralmente os instrumentos de Ni-Ti são obtidos por usinagem, em
função da sua superelasticidade
→ Na torção a integridade dos cristais é preservada, enquanto na
usinagem os cristais alinhados na direção da trefilação do fio metálico
são cortados com redução significativa da resistência à fratura por torção
→ Trefilação é a redução da seção transversal de uma barra ou fio puxando-se a peça através de uma ferramenta
com forma de canal convergente

Nomenclatura
→ Cabo: presente nos instrumentos manuais, extremidade
pela qual se empunha um instrumento endodôntico
→ Haste de acionamento: presente nos instrumentos
mecanizados, extremidade para fixação e acionamento
mecânico de um instrumento endodôntico.
→ Corpo: se estende desde o cabo ou haste de acionamento
até a extremidade da ponta
→ Intermediário: parte do corpo que se estende do cabo ou
haste de acionamento até a ponta de trabalho
→ Parte de trabalho: parte do instrumento que se estende
desde a ponta até o término da haste de corte
→ Ponta: extremo do instrumento com perfil cônico
→ Base da ponta: região de passagem da ponta para haste de
corte do instrumento
→ Ângulo da ponta: ângulo sólido formado pelo contorno da ponta
→ Haste de corte: porção da parte de trabalho que se estende da
base da ponta até o intermediário, geralmente a forma é cônica
→ Passo de hélice: distância entre vértices ou cristas de uma
mesma aresta lateral de corte disposta na forma helicoidal ao
longo da direção axial do instrumento
→ Guia radial: superfície cônica em forma helicoidal ou paralela em
relação ao eixo do instrumento imediatamente posterior à aresta
ou fio de corte
→ Largura da guia: largura da guia radial medida
perpendicularmente ao ângulo da hélice ou ao eixo do
instrumento.
→ Núcleo: parte central da haste de corte de um instrumento
compreendida entre o fundo do canal que se estende da ponta até
o fim da haste de corte

Partes dos instrumentos


→ Cabo/haste de acionamento e pelo corpo (intermediário + parte de trabalho)
→ Cabo: parte de um instrumento que se empunha, apresenta forma bicôncava e deve ter de 10mm a 12mm de
comprimento e diâmetro de 3mm; cabos com diâmetros maiores precisa de menos força para girar o inst. no
interior de um canal radicular
→ Haste de acionamento: parte do inst. mecanizado que serve para a sua fixação na cabeça de um contra-
ângulo e seu acionamento por meio de dispositivos mecânicos. É cilíndrica e pode ter comprimento entre 11 e
15mm e diâmetro universal de 2,3mm (possibilita o uso destes instrumentos em contra-ângulo)
→ Intermediário: porção do corpo metálico de um instrumento endodôntico que está localizado entre o
cabo/haste de acionamento e a parte de trabalho. Pode apresentar forma cilíndricas (usinagem), pode
apresentar paredes planas remanescentes da haste piramidal (torção), cone sólido reverso
→ Parte de trabalho: porção do corpo metálico de um instrumento endodôntico projetada para executar o corte
e/ou raspagem das paredes dentinárias internas de um canal radicular
→ Ponta: porção terminal e aguçada da extremidade da parte de trabalho de um instrumento ou ferramenta (guia
de penetração). Fabricada por um processo de usinagem denominado aplainamento
• Pontes cônicas piramidais, em virtude da atividade de corte, mostram-se superiores às pontas cônicas
circulares quando a velocidade de avanço do inst. no interior do canal radicular é comparada
• Pontas cônicas circulares não tem atividade de corte e avançam no interior de um canal radicular atresiado
durante o movimento de alargamento pela compressão e esmagamento da dentina radicular
• Vértices pontiagudos apresentam maior capacidade perfurante (mesmo na forma ponta cônica circular)
• Vértices mais obtusos são mais seguros em relação a desvios e perfurações
→ Haste de corte: segmento da parte de trabalho com forma sulcada na face externa do corpo metálico, que se
estende da base da ponta até o intermediário do instrumento
→ Arestas laterais de corte: o nº de arestas laterais ou fios de corte é identificado por meio da seção reta
transversal da haste de corte do instrumento e pode variar de um a cinco. O sentido das hélices é da direita
para a esquerda. O ângulo da hélice é o ângulo agudo formado pela hélice e pelo plano que contém o eixo do
instrumento. Há três alternativas de passo: passo normal, passo longo e passo curto
• Quanto menor o ângulo da hélice, mais eficiente é a ação de limagem (raspagem) do inst. e menor o
comprimento do passo da hélice
• Passo da hélice = distância entre vértices ou cristas de uma mesma aresta de corte disposta na haste de
corte na forma de hélice, ao longo da direção axial do instrumento
• Nº de hélices = quantidade de filetes ou de guias radiais (roscas) existentes na face externa da haste de
corte de um inst. endodôntico
• O nº de hélices diminui com o aumento do diâmetro e da conicidade da haste de corte, assim como, com
o aumento do passo da hélice de um inst. endodôntico
→ Canal: sulco presente na superfície de uma haste de corte de uma ferramenta; o nº de canais é correspondente
ao nº de arestas ou fios laterais de corte
→ Núcleo: de um inst. de corte é a parte central compreendida entre o fundo do canal, que se estende a base da
ponta até o término da haste de corte, sua forma está relacionada com a seção da haste de corte de um inst.
endodôntico
• Forma do núcleo reflete flexibilidade e profundidade do canal presente na haste de corte do instrumento
→ Seção Reta Transversal: o inst. apresentam seção reta transversal com diferentes perfis. Pode ser o mesmo
ou pode variar ao longo da haste de corte do instrumento
• Plano de referência do instrumento (a): plano obtido entre o eixo longitudinal e a linha que liga o centro do
instrumento ao ponto de referência
• Ponto de referência; ponto que a aresta de corte do inst. efetivamente toca a parede do canal radicular
durante o preparo
• Plano de corte do inst.: plano obtido traçando-se uma tangente ao ponto de referência e a linha que liga
todos os pontos que tocam a parede do canal (perpendicular ao plano de referência)
• Ângulo da aresta ou fio de corte: ângulo interno formado pelas paredes de ataque e de incidência do
instrumento
• Ângulo de incidência ou de folga: ângulo formado pelo plano de corte e a parede de incidência do inst.
• Ângulo de corte: ângulo formado pela soma dos ângulos da aresta de corte e de incidência
• Ângulo de ataque ou de saída de uma ferramenta de corte: ângulo formado pelo plano de referência e a
parede de ataque do instrumento, é considerado positivo quanto a parede de ataque está situada aquém
do plano de referência do instrumento

Dimensões dos instrumentos


→ Comprimento dos instrumentos: o comprimento útil de um instrumento, em mm, é dado pelo comprimento
do corpo, desprezando-se o cabo ou haste de acionamento
→ Representado pela soma dos comprimentos do intermediário e da parte de trabalho
→ Quanto maior o comprimento da parte de trabalho, maior será a flexibilidade (maior possibilidade de manter a
forma original de um canal curvo após a instrumentação)
Diâmetro externo dos instrumentos: o diâmetro da ponta da parte de trabalho de um instrumento
endodôntico é denominado D0
→ Série especial:
• Limas cor de rosa
• 6 – deforma muito rápido; 8 – explora canais mais calcificados; 10 – explora canais de diversas formas,
primeira lima que se coloca no canal
• Foi criada depois da primeira série, pois a lima 15 (menor) não conseguia entrar em um canal radicular
calcificado
• Exemplo: se ela é uma lima 6,
significa que no seu D0
(primeiro diâmetro tem-se
0,06mm)

→ Primeira série: Vai de 15 à 40mm


(aumenta 0,05 de um instrumento
para o outro)
• 1º instrumento: branco 15mm
• 2º instrumento: amarelo 20mm
• 3º instrumento: vermelho
25mm
• 4º instrumento: azul 30mm
• 5º instrumento: verde 35mm
• 6º instrumento: preto 40mm

→ Segunda série: A partir da lima 60 não aumenta mais 0,05, mas sim 0,1. O percentual de aumento de uma
lima 60 para uma 65 é muito pequeno (aprox.: 8%) tornando-se irrisório, por isso preferiu-se aumentar para a
lima 70% (aumento de aprox.: 16%).
• 1º instrumento: branco 45mm
• 2º instrumento: amarelo 50mm
• 3º instrumento: vermelho 55mm
• 4º instrumento: azul 60mm
• 5º instrumento: verde 70mm
• 6º instrumento: preto 80mm

→ Terceira série: utilizada em dentes com rizogênese incompleta

→ A conicidade é de +-0,02mm até o instrumento nº60 e de +-0,04mm até o de nº140


→ Quanto maior o diâmetro em D0, maior será a rigidez, a resistência à flambagem e à fratura por torção
→ Quanto menor o diâmetro em D0, maior será sua flexibilidade e resistência à fratura por fadiga induzida por
flexão rotativa do instrumento
→ Conicidade dos instrumentos: é a relação entre o aumento no diâmetro por unidade de comprimento da
parte de trabalho
• Alguns inst. especiais de Ni-Ti apresentam conicidades variáveis ao longo de sua haste de corte helicoidal,
crescente ou decrescente no sentido da ponta
• Para inst. de mesmo diâmetro em D0, quanto menor a conicidade, maior a flexibilidade e a resistência à
fratura por fadiga, estando o inst. sob flexão rotativa
→ Determinação das conicidades e dos diâmetros: a conicidade constante de um inst. endodôntico é obtida
por meio da diferença entre o diâmetro externo no final e no início de sua parte de trabalho, dividido pelo
comprimento desta.
• O diâmetro em cada ponto da haste de corte é determinado pela projeção da conicidade da respectiva
região da haste de corte

Instrumentos tipo K
→ Fabricados a partir de fios metálicos de aço inoxidável ou de Ni-TI, a forma final dos instrumentos K é obtida
empregando-se a torção ou usinagem
→ Forma bicôncava de 10 a 12mm de comprimento e diâmetro de 3mm na parte bicôncava e nas extremidades
4mm
→ Nos instrumentos K fabricados por torção apresenta três ou quatro paredes planas oriundas da haste piramidal
triangular ou quadrangular; nos por usinagem o intermediário é cilíndrico em toda a sua extensão
→ Ponta pode ser cônica circular ou piramidal, a extremidade da ponta pode ser pontiaguda, obtusa ou truncada
→ Quanto menor o ângulo, maior o comprimento da ponta
→ Pontas cônicas + vértices pontiagudos não devem ser empregados em canais radiculares curvos porque
aumentam a incidência de desvios e perfurações radiculares
→ Pontas cônicas + vértices obtusos facilitam o deslizamento do instrumento nas irregularidades das paredes
dos canais radiculares
→ Pontas em vértices truncados podem favorecer o entupimento e extravasamento de resíduos via apical do
canal radicular quando os inst. são empregados no esvaziamento de canais radiculares (deve ser empregado
apenas após o esvaziamento)
→ Haste de corte é helicoidal cônica com base voltada para o intermediário (constituída pelas arestas de corte e
os canais são dispostos na direção oblíqua ao eixo dos inst. no sentido da direita pra esquerda)
→ Quanto menor o ângulo de corte e mais aguçado o vértice, maior será a capacidade de corte de um inst. K
→ O ângulo de ataque do tipo K é negativo
→ Movimentos de limagem, movimento de alargamento parcial alternado e parcial unidirecional à direita
→ Os instrumentos de seção reta transversal quadrangular (maior resistência ao torque máximo em torção)
apresentam um diâmetro do núcleo maior que o de uma seção reta transversal triangular
→ Instrumentos tipo K fabricados por usinagem apresentam maior número de defeitos de acabamento superficial
do que os produzidos por torção
→ Normalmente a ponta é inativa → guia pelo canal

Limas tipo Hedstroem


→ Fabricadas por usinagem a partir de fios metálicos de aço inoxidável de seção reta transversal circular
→ A parte de trabalho possui 16mm de comprimento mínimo → possui apenas uma aresta lateral de corte
disposta na forma helicoidal com sentido anti-horário (direita para esquerda), sob a forma de pequenos cones
sobrepostos com a base voltada para o cabo do inst.
→ Projetadas para serem acionadas manualmente pelo movimento de limagem → quanto maior a rigidez, maior
a sua eficiência de raspagem
→ Cones superpostos; poder de corte muito grande; produzidos por usinagem; servem para remoção da polpa
e ganhar em lateralidade no canal (raspar/limar o canal); secção transversal circular

Protaper universal
→ São mais elásticas e flexíveis, tem memória de forma
→ São fabricados com liga Ni-Ti
→ Dois tipos especiais de instrumento: modeladores (shapping – Sx, S1, S2) e acabamento (finishing – F1,
F2,...)
→ Conicidades variadas ao longo da haste de corte helicoidal, permitindo que o instrumento trabalhe em uma
área específica do canal durante a instrumentação → permite que o inst. Promova a modelagem de um canal
no sentido coroa-ápice; reduz efeito de rosqueamento do instrumento no interior do canal radicular; permite
obter uma adequada modelagem do canal com poucos instrumentos
→ Manual e mecanizados

Instrumentos endodônticos especiais de ácido inoxidável


→ Lembrar:
Broca: é uma ferramenta de corte na ponta que, com o movimento de rotação abre furos circulares em um
material
Alargador: é uma ferramenta de corte para alargar furos, obter uma superfície lisa, bem acabada, ou tornar
um furo cilíndrico que tenha sido aberto com broca
→ Alargadores Gates-glidden: em forma de chama (gates Nº 1 tem 1 traço na haste de acionamento, a Nº 2
tem 2 traços...)
a) Mecanizados e são empregados no alargamento do segmento cervical
b) Vão do nº 1 ao 6 e possuem parte ativa de 15 a 19mm
c) Fabricados por usinagem, formado por duas hastes de comprimentos diferentes (raio de concordância
= passagem da haste maior para menor, que é progressiva → visa diminuir a concentração de tensão
na região de variação de diâmetros); a haste menor forma o corpo
d) Ponta = formada pela interseção das arestas de corte, é cônica circular com vértice truncado e inativa
e) Quanto menor o ângulo da ponta, mais suave será a passagem da base da ponta para a haste de corte
do instrumento, ou seja, a passagem se faz por meio de uma curva de transição e não por ângulo de
transição
f) A haste de corte é curta e apresenta forma elíptica com três arestas laterais de corte na direção
longitudinal ao eixo do instrumento (impede o efeito de roscamento do instrumento no interior do canal)
e logo a seguir na forma de hélice, as quais não completam uma volta
g) A seção reta transversal apresenta a forma de tríplice V com 3 canais e 3 arestas laterais
h) Instrumentos para o preparo cervical de canais radiculares retos, não se usa em molares, mas sim em
incisivos e caninos
i) Aço inoxidável, rotatórios, colocados no contra ângulo convencional (o giro deve estar para direita, se
estiver para esquerda corta ao contrário)
j) Não criam falsos canais, apenas deslocam o trajeto original do canal lateralmente
k) São montadas no contra-ângulo em baixa rotação
l) Devem ser introduzidas girando no interior do canal, para evitar maiores tensões nas áreas de
concentração de tensão e ultrapassar a resistência à fratura do material
m) O corte da dentina se dá no movimento de giro e penetração no canal em sentido apical
n) Não devem ser pressionadas lateralmente

→ Largo: ponta ativa comprida (em comparação a Gates), serve para fazer desgaste compensatório (preparo
coronário), forma de conveniência, para melhorar o acesso; também não é usada em molares (Porque?
Porque Gates e Largo são indicadas para dentes unirradiculares, pois possuem ponta ativa que poderia
vir a modificar/perfurar o assoalho da câmara pulpar em dentes multirradiculares)
a) São instrumentos mecanizados, montados em contra-ângulos e em baixa rotação
b) Empregados no preparo do segmento cervical do canal
c) Fabricados em aço inoxidável por usinagem
d) Vão do nº1 ao nº 6 e possuem comprimentos úteis de 15mm a 19mm que correspondem ao corpo
e) A passagem da haste maior para menor se faz pelo raio de concordância
f) A ponta possui forma cônica circular, inativa e com o vértice truncado
g) A passagem da ponta para a haste de corte se faz por meio de uma curva de transição
h) As hélices não completam uma volta
i) O comprimento do canal helicoidal é suficiente para permitir a saída do material excisado do interior do canal,
não necessitando serem introduzidos e retirados sucessivamente, diferente da Gates-Glidden
j) O instrumental deve ser introduzido girando na direção do eixo do canal e, a seguir, pressionando lateralmente,
acompanhado de um deslocamento circundante
k) Esses instrumentos não criam falso canal
l) O maior diâmetro do intermediário e comprimento da parte de trabalho faz com que a largo tenha mais
resistência que a gates
m) O atrito e a velocidade dos alargadores Gates e Largo induzem aquecimento transmitido à superfície externa
do dente
n) Cuidados:
• Entra e sai reto
• Colocar o cursor para não passar direto
• Evitar movimentos pendulares

o) Vantagens:
• Maior remoção da contaminação cervical
• Diminuição da tensão dos instrumentos
• Maior controle sobre a parte ativa da lima (pq ela não tá mais tocando nas partes cervicais do canal, dps
que fez a gates, vc tá só no terço apical)
• Maior penetração da sua irrigação

Gates Largo

→ Lima tipo C+: tem forma quadrangular (igual à tipo K), possui ponta ativa (serve para retratamento, pode entrar
onde tem dentina calcificada) → ganha profundidade; lima bem mais rígida, tem parte ativa menor que 16mm
(instrumento especial)
→ Arestas de cortes: guia radial (+ resistência à fratura, pois trabalha mais preso no canal ou menor resistência,
pois ele vai ter um núcleo menor – parte central do instrumento) ou ausência de guia radial
→ Quanto menor o núcleo, mais fácil de fraturar, quanto menor o núcleo mais flexível é o instrumento
→ Secção transversal: o ângulo de corte vai determinar o poder de corte desse instrumento (secção
quadrangular, ou seja, a partir de uma haste quadrangular ela foi torcida e formou um instrumento tipo K).

Flexofile
→ produzido por torção; mais flexível do que a tipo K;
a) A partir da lima 35 ela já começa a ter secção transversal quadrangular (por ser muito calibrosa); de
15mm a 30mm tem boa flexibilidade, a partir de 35mm começa a ser mais rígida, isso quer dizer que
não dá pra fazer molar nem com flexofile, k file e nem com hedstroem, como ela é rígida pode deformar
o canal, vai precisar de níquel e titânio
b) NÃO EXISTE FLEXOFILE DE SEGUNDA SÉRIE (tem a mesma rigidez de uma k file)
c) Indicadas para canais ligeiramente curvos, como ela é muito flexível, ela não ganha em profundidade
→ tem que explorar com a tipo K e depois ganhar lateralidade com a flexofile

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