02 - Instrumentos Endodônticos
02 - Instrumentos Endodônticos
02 - Instrumentos Endodônticos
→ São empregados como agentes mecânicos na instrumentação de canais radiculares. São fabricados de ligas
de aço inoxidável ou níquel-titânio
→ A lima endodôntica é de natureza metálica, multicortante, com arestas ou fios cortantes ao longo de seu corpo
→ Limagem: movimento longitudinal alternado em relação ao eixo do instrumento
→ Alargador endodôntico: instrumento de natureza metálica cuja haste de corte geralmente é cônica, apresenta
certo número de arestas cortantes do longo de sua parte de trabalho
→ Bases de um tratamento endodôntico: limpeza, desinfecção e obturação (não é a restauração – é a última
parte, a blindagem) que é feita com guta percha.
→ Lima Hedstroem: remove a polpa, tem cones invertidos (conformação de cones interpostos permite a polpa
seja agarrada com mais força ou que remova mais dentina do que uma lima tipo K ou uma lima tipo flexofile)
→ Classificação de acordo com Lopes e Siqueira:
• Quanto ao acionamento: manuais (acionados pelo operador) e mecanizados (gates, largo – fixação e
acionamento do instrumento por meio de uma máquina manuseada pelo operador)
• Quanto ao processo de fabricação: torcidos e usinados
• Quanto ao tipo de metal: aço inoxidável (+ comum) ou níquel-titânio
• Quanto ao tipo de movimento: limas e alargadores
→ Padronização ISO: mas nem todos seguem esse padrão, eles são denominados especiais. Para instrumentos
endodônticos mecanizados, não há especificações normativas quanto à fabricação
1. Instrumentos passaram de aço carbono para aço inoxidável (resistência à corrosão) –
a) Não pode ser muito rígido (canais curvos) nem muito flexível (canal precisa ser instrumentado) → foi
necessário mesclar as fases
b) Liga molecular de aço inoxidável aumenta a maleabilidade, dureza e resistência (consequência do
arranjo cristalino e da qualidade das moléculas
Ligas metálicas
→ Materiais obtidos pela fusão de dois ou mais metais e, em alguns casos, por elementos não metálicos
→ Todos os metais e ligas apresentam estrutura cristalina, exceto quando solidificados bruscamente, nesse caso
são amorfos
→ As imperfeições ou defeitos cristalinos exercem grande influência na resistência mecânica na propriedade
elétrica e química do metal ou liga
→ Aço inoxidável:
• Menor memória de forma.
• Ligas de ferro com teores de cromo acima de 12%.
• Cromo em contato com ar ou soluções oxigenadas fornece o caráter protetor da liga (forma-se uma película
de óxido de cromo aderente na superfície, impermeável) – protege o aço contra a maioria dos agentes
agressivos.
• Rápida regeneração (exclusiva do cromo), pode ser aniquilada em ambientes redutores ou na presença
de soluções cloradas.
• Níquel gera influência quando superior a 6% → aumenta resistência ao calor e à corrosão e tenacidade
• Esses instrumentos possuem mais a fase austenítica → resistência à corrosão e à fratura, grande
tenacidade e dureza.
• Fase martensita = responsável pela flexibilidade do instrumento; essas fases dependem do arranjo
cristalino das moléculas desses metais.
→ Liga Níquel-Titânio
• Possui o efeito memória de forma (EMF) e de superelasticidade (SE)
• Memória de forma: capacidade que certos materiais possuem de recuperar grandes deformações não
lineares por meio de um tratamento térmico apropriado, mesmo que parece permanente
• Superelasticidade/pseudoelasticidade: caso particular do EMF, a recuperação da forma acontece
apenas com a retirada da tensão, sem a necessidade do aquecimento → grande diferencial em relação
às ligas de aço inoxidável → são deformados com menores níveis de tensão
• Preparo de um canal radicular curvo: o deslocamento apical é superior com os instrumentos de aço
inoxidável em relação aos de níquel-titânio, pois o aço inoxidável tem maior resistência à deformação
elástica (+rígido)
• Pequeno módulo de elasticidade, grande elasticidade e alta resistência à deformação plástica e à fratura
• Fase R: obtida a partir de resfriamento e aquecimento, o que possibilitou a fabricação de instrumentos N-
Ti por torção → apresentam maior flexibilidade e menor rigidez e maior vida útil em flexão rotativa (Lopes
e Siqueira)
• Liga Ni-Ti M-Wire: presença de martensita, melhora resultados quanto à flexibilidade e à resistência à
fratura por fadiga (Lopes e Siqueira)
• Liga Ni-Ti com memória controlada: controla a memória de forma do material, permite o instrumento
acompanhar a trajetória anatômica do canal, o que reduz o risco de formação de degraus, transporte apical
do canal e perfurações radiculares
Nomenclatura
→ Cabo: presente nos instrumentos manuais, extremidade
pela qual se empunha um instrumento endodôntico
→ Haste de acionamento: presente nos instrumentos
mecanizados, extremidade para fixação e acionamento
mecânico de um instrumento endodôntico.
→ Corpo: se estende desde o cabo ou haste de acionamento
até a extremidade da ponta
→ Intermediário: parte do corpo que se estende do cabo ou
haste de acionamento até a ponta de trabalho
→ Parte de trabalho: parte do instrumento que se estende
desde a ponta até o término da haste de corte
→ Ponta: extremo do instrumento com perfil cônico
→ Base da ponta: região de passagem da ponta para haste de
corte do instrumento
→ Ângulo da ponta: ângulo sólido formado pelo contorno da ponta
→ Haste de corte: porção da parte de trabalho que se estende da
base da ponta até o intermediário, geralmente a forma é cônica
→ Passo de hélice: distância entre vértices ou cristas de uma
mesma aresta lateral de corte disposta na forma helicoidal ao
longo da direção axial do instrumento
→ Guia radial: superfície cônica em forma helicoidal ou paralela em
relação ao eixo do instrumento imediatamente posterior à aresta
ou fio de corte
→ Largura da guia: largura da guia radial medida
perpendicularmente ao ângulo da hélice ou ao eixo do
instrumento.
→ Núcleo: parte central da haste de corte de um instrumento
compreendida entre o fundo do canal que se estende da ponta até
o fim da haste de corte
→ Segunda série: A partir da lima 60 não aumenta mais 0,05, mas sim 0,1. O percentual de aumento de uma
lima 60 para uma 65 é muito pequeno (aprox.: 8%) tornando-se irrisório, por isso preferiu-se aumentar para a
lima 70% (aumento de aprox.: 16%).
• 1º instrumento: branco 45mm
• 2º instrumento: amarelo 50mm
• 3º instrumento: vermelho 55mm
• 4º instrumento: azul 60mm
• 5º instrumento: verde 70mm
• 6º instrumento: preto 80mm
Instrumentos tipo K
→ Fabricados a partir de fios metálicos de aço inoxidável ou de Ni-TI, a forma final dos instrumentos K é obtida
empregando-se a torção ou usinagem
→ Forma bicôncava de 10 a 12mm de comprimento e diâmetro de 3mm na parte bicôncava e nas extremidades
4mm
→ Nos instrumentos K fabricados por torção apresenta três ou quatro paredes planas oriundas da haste piramidal
triangular ou quadrangular; nos por usinagem o intermediário é cilíndrico em toda a sua extensão
→ Ponta pode ser cônica circular ou piramidal, a extremidade da ponta pode ser pontiaguda, obtusa ou truncada
→ Quanto menor o ângulo, maior o comprimento da ponta
→ Pontas cônicas + vértices pontiagudos não devem ser empregados em canais radiculares curvos porque
aumentam a incidência de desvios e perfurações radiculares
→ Pontas cônicas + vértices obtusos facilitam o deslizamento do instrumento nas irregularidades das paredes
dos canais radiculares
→ Pontas em vértices truncados podem favorecer o entupimento e extravasamento de resíduos via apical do
canal radicular quando os inst. são empregados no esvaziamento de canais radiculares (deve ser empregado
apenas após o esvaziamento)
→ Haste de corte é helicoidal cônica com base voltada para o intermediário (constituída pelas arestas de corte e
os canais são dispostos na direção oblíqua ao eixo dos inst. no sentido da direita pra esquerda)
→ Quanto menor o ângulo de corte e mais aguçado o vértice, maior será a capacidade de corte de um inst. K
→ O ângulo de ataque do tipo K é negativo
→ Movimentos de limagem, movimento de alargamento parcial alternado e parcial unidirecional à direita
→ Os instrumentos de seção reta transversal quadrangular (maior resistência ao torque máximo em torção)
apresentam um diâmetro do núcleo maior que o de uma seção reta transversal triangular
→ Instrumentos tipo K fabricados por usinagem apresentam maior número de defeitos de acabamento superficial
do que os produzidos por torção
→ Normalmente a ponta é inativa → guia pelo canal
Protaper universal
→ São mais elásticas e flexíveis, tem memória de forma
→ São fabricados com liga Ni-Ti
→ Dois tipos especiais de instrumento: modeladores (shapping – Sx, S1, S2) e acabamento (finishing – F1,
F2,...)
→ Conicidades variadas ao longo da haste de corte helicoidal, permitindo que o instrumento trabalhe em uma
área específica do canal durante a instrumentação → permite que o inst. Promova a modelagem de um canal
no sentido coroa-ápice; reduz efeito de rosqueamento do instrumento no interior do canal radicular; permite
obter uma adequada modelagem do canal com poucos instrumentos
→ Manual e mecanizados
→ Largo: ponta ativa comprida (em comparação a Gates), serve para fazer desgaste compensatório (preparo
coronário), forma de conveniência, para melhorar o acesso; também não é usada em molares (Porque?
Porque Gates e Largo são indicadas para dentes unirradiculares, pois possuem ponta ativa que poderia
vir a modificar/perfurar o assoalho da câmara pulpar em dentes multirradiculares)
a) São instrumentos mecanizados, montados em contra-ângulos e em baixa rotação
b) Empregados no preparo do segmento cervical do canal
c) Fabricados em aço inoxidável por usinagem
d) Vão do nº1 ao nº 6 e possuem comprimentos úteis de 15mm a 19mm que correspondem ao corpo
e) A passagem da haste maior para menor se faz pelo raio de concordância
f) A ponta possui forma cônica circular, inativa e com o vértice truncado
g) A passagem da ponta para a haste de corte se faz por meio de uma curva de transição
h) As hélices não completam uma volta
i) O comprimento do canal helicoidal é suficiente para permitir a saída do material excisado do interior do canal,
não necessitando serem introduzidos e retirados sucessivamente, diferente da Gates-Glidden
j) O instrumental deve ser introduzido girando na direção do eixo do canal e, a seguir, pressionando lateralmente,
acompanhado de um deslocamento circundante
k) Esses instrumentos não criam falso canal
l) O maior diâmetro do intermediário e comprimento da parte de trabalho faz com que a largo tenha mais
resistência que a gates
m) O atrito e a velocidade dos alargadores Gates e Largo induzem aquecimento transmitido à superfície externa
do dente
n) Cuidados:
• Entra e sai reto
• Colocar o cursor para não passar direto
• Evitar movimentos pendulares
o) Vantagens:
• Maior remoção da contaminação cervical
• Diminuição da tensão dos instrumentos
• Maior controle sobre a parte ativa da lima (pq ela não tá mais tocando nas partes cervicais do canal, dps
que fez a gates, vc tá só no terço apical)
• Maior penetração da sua irrigação
Gates Largo
→ Lima tipo C+: tem forma quadrangular (igual à tipo K), possui ponta ativa (serve para retratamento, pode entrar
onde tem dentina calcificada) → ganha profundidade; lima bem mais rígida, tem parte ativa menor que 16mm
(instrumento especial)
→ Arestas de cortes: guia radial (+ resistência à fratura, pois trabalha mais preso no canal ou menor resistência,
pois ele vai ter um núcleo menor – parte central do instrumento) ou ausência de guia radial
→ Quanto menor o núcleo, mais fácil de fraturar, quanto menor o núcleo mais flexível é o instrumento
→ Secção transversal: o ângulo de corte vai determinar o poder de corte desse instrumento (secção
quadrangular, ou seja, a partir de uma haste quadrangular ela foi torcida e formou um instrumento tipo K).
Flexofile
→ produzido por torção; mais flexível do que a tipo K;
a) A partir da lima 35 ela já começa a ter secção transversal quadrangular (por ser muito calibrosa); de
15mm a 30mm tem boa flexibilidade, a partir de 35mm começa a ser mais rígida, isso quer dizer que
não dá pra fazer molar nem com flexofile, k file e nem com hedstroem, como ela é rígida pode deformar
o canal, vai precisar de níquel e titânio
b) NÃO EXISTE FLEXOFILE DE SEGUNDA SÉRIE (tem a mesma rigidez de uma k file)
c) Indicadas para canais ligeiramente curvos, como ela é muito flexível, ela não ganha em profundidade
→ tem que explorar com a tipo K e depois ganhar lateralidade com a flexofile