Trab. DE II
Trab. DE II
Trab. DE II
Izanilde Jafet
Quelven Namingano
Salvador Quirimo
Zacarias Zacarias
(Licenciatura em Direito)
Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
Assane Maulana
Izanilde Jafet
Quelven Namingano
Salvador Quirimo
Zacarias Zacarias
Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
ÍNDICE
INTRODUÇÃO.................................................................................................................4
Objectivos......................................................................................................................4
Geral:..........................................................................................................................4
Específicos:................................................................................................................4
Metodologias.................................................................................................................5
1.1 Conceitos............................................................................................................6
1.2 A jazida de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos como bens
públicos..........................................................................................................................7
CONCLUSÃO.................................................................................................................13
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................................15
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho objectiva abordar o tema da alocação de Regime Jurídico dos
Contratos Petrolíferos no Ordenamento jurídico Moçambicano em sentido amplo partir
de uma abordagem lógico-semântica e concertista da interpretação do Direito.
A partir disso, busca-se definir se o regime jurídico dos contratos petrolíferos é regido
por um princípio jurídico e, por isso, sempre deve ser aplicado por meio de ponderação
tendo em vista a realização óptima de todos os interesses em jogo em um dado caso
concreto, ou por uma regra, aplicável por subsunção.
Objectivos
Geral:
Compreender o regime jurídico dos contratos petrolíferos no sistema jurídico
moçambicano.
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Específicos:
Conceituar os contractos de concessão;
Dar a conhecer a natureza jurídica dos contractos de concessão;
Descrever o regime jurídico dos contratos petrolíferos no sistema jurídico
moçambicano.
Metodologias
Para elaboração do presente trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica,
recorrendo se a uso de fontes secundárias, nomeadamente, publicações e livros.
Adicionalmente, faz se o uso de informações obtidas a partir de consultas na internet.
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Na concessão de obras públicas, o parceiro privado assume, pelo menos numa parte
significativa, os custos de execução da obra, vendo remunerado o seu capital e o risco
assumido pela própria exploração durante o período de tempo que as partes julguem
adequado.
utentes, por apoios financeiros concedidos pelo Estado, por eventuais receitas
complementares ou provenientes de terceiros.
1.2 A jazida de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos como bens
públicos
Assim, em relação ao regime jurídico desses bens, os doutrinários estabelecem três
regras básicas:
1. Em relação à propriedade
2. Em relação à exploração de forma ampla:
3. Em relação, especialmente, às actividades relativas ao petróleo e gás natural.
No sentido dado por Marcello Caetano (2007), para quem “o domínio público
corresponderá, pois, ao conjunto dos direitos reais que a Administração Pública tem
por lei sobre o território e seus espaços, coisas próprias nele individualizadas ou bens
alheios, conferidos para serem exercidos no regime peculiar do Direito Público”
Como ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2011), os bens públicos podem ser de uso
comum do povo, de uso especial e dominicais, para concluir que o critério dessa
classificação é o da destinação ou afectação dos bens:
1. Os da primeira categoria são destinados, por natureza ou por lei, ao uso colectivo;
2. Os da segunda ao uso da Administração, para consecução de seus objectivos, como
os imóveis onde estão instalados as repartições públicas, os bens móveis utilizados
na realização dos serviços públicos (veículos oficiais, materiais de consumo, navios
de guerra), as terras dos silvícolas, os mercados municipais, os teatros públicos, os
cemitérios públicos;
3. Os da terceira não têm destinação pública definida, razão pela qual podem ser
aplicados pelo poder público, para obtenção de renda; é
4. O caso das terras devolutas, dos terrenos de marinha, dos imóveis não utilizados pela
Administração, dos bens móveis que se tornem inservíveis Dentro dessa clássica
classificação, parece-nos que as jazidas de petróleo, gás natural e outros
hidrocarbonetos fluidos são bens públicos de uso especial, uma vez que têm uma
destinação pública definida constitucionalmente, qual seja, a exploração e
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aproveitamento de seus potenciais; bem como, sob o seu aspecto jurídico, esses bens
públicos são do domínio público do Estado.
Como define Pinto Ferreira (2009), citando Gross, monopólio estatal é “a deliberada
subtracção de certas actividades privadas das mãos do particular, a fim de colocá-las
sob o controle da nação por motivo de interesse público”.
Assim, a diferença básica entre serviço público e monopólio estatal poderia ser
apontada em relação à natureza da actividade, pois enquanto no primeiro caso a
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público ou de obra pública, ou lhe cede o uso de bem público, para que explore por sua
conta e risco, pelo prazo e nas condições regulamentares e contratuais”
Como ensina Jean Rivero, os contratos administrativos por natureza apresentam alguns
elementos. Assim, uma das partes deve ser pessoa jurídica de direito público. Além
disso, uma de duas possibilidades deve estar presente. Ou o objecto do contrato se liga à
própria execução do serviço público ou o contrato deve conter cláusula exorbitante do
direito comum.
Os primeiros são regidos pelo direito privado, parcialmente derrogados por normas de
direito público.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho (2001), “a Administração age no seu ius
gestionis, com o que a sua situação jurídica se aproxima muito da do particular”.
Cumpre advertir que, excepcionalmente, estes contratos podem conter cláusulas
exorbitantes, desde que estas tenham previsão expressa em lei que derrogue o direito
comum. Entre os contratos privados da Administração, pode-se mencionar a compra e
venda, a locação, e outros.
Caio Tácito (1997) ensina que “a tónica do contrato se desloca da simples harmonia de
interesses privados para a consecução de um fim de interesse público”.
Interessante observação é feita por Alexandre Santos de Aragão (2002), que reputa
natureza privada a estes contratos, mas salienta que esta característica “não impede e, ao
revés, impõe, que possuam cláusulas de ordem pública e de dirigismo estatal, não
apenas quando da sua celebração, como também ao longo da sua execução”.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2002) também sustenta que o contrato em tela incorpora
modalidade de concessão de uso de bem público, sujeitando-se a regime jurídico
publicístico.
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Já segundo Marcos Juruena Villela Souto (2003), tal contrato não é de direito privado,
nem tampouco contrato administrativo, embora seja espécie do género contrato da
administração. Em estudo específico sobre o contrato de concessão de petróleo, defende
que este constitui contrato de intervenção do Estado no domínio económico, ou,
simplesmente, contrato de direito económico, modalidade peculiar que envolve a
criação de um mercado onde antes havia um monopólio. Para o autor, nestes contratos o
poder concedente “não interfere discricionária ou imotivadamente, mas sempre
orientado por critérios técnicos justificados com base nas melhores práticas da indústria
do petróleo”.
Toshio Mukai (1999) afirmou que a reversão, não sendo e não podendo ser aquela
característica da concessão de serviço público, deveria ser entendida como onerosa no
silêncio da Lei, já que o contrato é de direito privado. Contudo, ao nosso sentir, o
preceito está integrado à disciplina publicista que rege o contrato, reflectindo
interpretação a reforçar a harmonia existente entre a norma e o texto constitucional.
Por conseguinte, a nosso pensar, não se afigura possível construção teórica no sentido
de caracterização deste contrato como sendo de direito privado, ao menos nos moldes
em que a doutrina administrativista tradicionalmente o delineia.
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CONCLUSÃO
A mutabilidade é apontada como marca essencial dos contratos administrativos,
especialmente dos contratos de concessão, determinando a possibilidade de modificação
do contrato pelo poder concedente sempre que houver necessidade de adequação das
cláusulas contratuais ao melhor atendimento dos interesses em jogo.
Por esta razão, a viabilidade do contrato não deve prescindir de um constante diálogo
entre a Administração Pública e o concessionário, especialmente em sectores que
apresentam maior complexidade técnica, como é o caso da exploração, desenvolvimento
e produção de petróleo e gás natural.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
Carvalho Filho, José dos Santos (2001). Manual de Direito Administrativo. Rio de
Janeiro, Lumen Iuris, p. 142 e p. 702-703.
____________ (1999). Direito Administrativo. 11ª ed., São Paulo, Atlas, p. 104.
Grotti, Dinorá Adelaide Musetti (2000). Teoria dos Serviços Públicos e sua
Transformação. In Direito Administrativo Econômico, obra coletiva coordenada por
Carlos Ari Sundfeld, São Paulo, Malheiros, p. 42.
Justen Filho, Marçal (2003). Teoria geral das concessões de serviço público. São Paulo,
Dialética, p. 167.