Ametropias Oculares
Ametropias Oculares
Ametropias Oculares
Ametropias Oculares
(Ocular Ametropias)
Instituto de F
sica de s~
ao Carlos, Universidade de s~
ao Paulo
comum e quebrem as barreiras das diculdades de com- ponsaveis s~ao a cornea, o cristalino e os humores aquoso
preender um pouco das diferentes areas envolvidas para e vtreo; a auto-focalizac~ao, feita pelo cristalino e pelos
que ocorra uma contribuic~ao efetiva. musculos ciliares; o controle da luminosidade interna
Assim, como um recente casamento de areas como feito pela ris e pupila; a detecc~ao, feita pela retina (pe-
essas no Brasil e o da Fsica com a Oftalmologia, o ob- los cones e bastonetes); a transmiss~ao da informac~ao
jetivo desse trabalho e fazer a ponte de comunicac~ao ao cerebro, feita pelo nervo e as vias opticas: e a refri-
entre a oftalmologia basica e a otica da Fsica para que gerac~ao da retina feita pela coroide.
os novos pesquisadores, principalmente alunos de gra- Os elementos essenciais do olho, considerado como
duac~ao, possam ter uma noc~ao elementar da parte de um sistema otico, s~ao mostrados na gura 1.
refrac~ao da Oftalmologia. Portanto, nos itens a seguir, O globo ocular tem forma aproximadamente esferica
306 Liliane Ventura e Jarbas C. C. Neto
e di^ametro em torno de 25mm. E constitudo por uma Grande parte do olho e coberta por uma delicada
membrana dura (cerca de 5/6 do globo ocular) e branca, membrana, denominada retina, que e constituda por -
denominada esclerotica. A parte frontal e mais cur- bras nervosas. Tais bras que se reunem no nervo otico
vada e coberta por uma membrana dura e transparente comecam proximas a minusculas estruturas chamadas
(cerca de 1/6 do globo ocular), chamada cornea, com bastonetes e cones. Ambos recebem a imagem otica e
poder de refrac~ao3 medio de 43,2di. A regi~ao atras da a transmitem ao cerebro, por impulsos semelhantes aos
cornea contem um lquido denominado humor aquoso. eletricos.
A seguir, encontra se a lente cristalina, ou simplesmente Existe uma ligeira depress~ao na retina chamada
o cristalino, que consiste numa capsula contendo uma mancha amarela ou macula lutea. Em seu centro
gelatina brosa, rija na regi~ao central e menos con- existe uma diminuta regi~ao, com cerca de 0,25 mm
sistente nas margens. O ndice de refrac~ao do crista- de di^ametro, denominada fovea centralis, que contem
lino varia de modo crescente do centro para as bordas exclusivamente cones. A vis~ao na fovea e muito mais
(ndice de refrac~ao medio de 1,437), no intuito de cor- ntida do que em outras regi~oes da retina; os musculos
rigir aberrac~oes esfericas. O cristalino e preso por liga- que controlam o olho giram sempre o globo ocular ate
mentos ao musculo ciliar. Atras do cristalino, o olho e que a imagem do objeto para o qual a atenc~ao esta vol-
tada caia na fovea. A regi~ao marginal da retina serve
preenchido por uma subst^ancia gelatinosa transparente
apenas para dar um aspecto geral do campo de vis~ao. A
chamada humor vtreo. Os ndices de refraca~o, tanto fovea e t~ao pequena que ha necessidade de se movimen-
do humor vtreo como do humor aquoso, s~ao aproxi- tar o olho para focalizar distintamente dois pontos t~ao
madamente iguais ao da agua, cerca de 4/3. Como proximos como os do sinal de pontuaca~o denominado
n~ao ha grande diferenca entre os tr^es ndices citados, \dois pontos" (:).
a luz que penetra no olho se refrata principalmente na Na regi~ao em que o nervo otico penetra no globo
cornea. O sistema otico ocular possui um poder de re- ocular n~ao existem bastonetes e nem cones, e as ima-
frac~ao variavel3 entre 58,64di a 70,57di. gens a formadas n~ao podem ser vistas. Essa regi~ao e
denominada ponto cego, cuja exist^encia pode ser consta-
tada por meio da gura 2, fechando-se o olho esquerdo
e olhando-se com o direito para a cruz. Quando o dia-
grama estiver a cerca de 25 cm do olho, a imagem do
quadrado cai no ponto cego e o quadrado desaparece. A
uma dist^ancia menor, o quadrado reaparece, enquanto
o crculo desaparece. A uma dist^ancia ainda menor, o
crculo volta a aparecer.
respondente ao brilho e superior a 100 mil vezes. O cornea e os raios originados em um objeto situado no
mecanismo receptor da retina adapta-se, ele proprio, as innito convergem em um ponto anterior a retina. O
grandes diferencas de quantidade de luz. objeto mais afastado, cuja imagem se forma na retina,
Para que um objeto seja enxergado distintamente, n~ao esta situado no innito ou, em outras palavras, o
sua imagem, formada na retina, deve ser ntida. Se to- ponto remoto se acha a uma dist^ancia nita. Por outro
dos os elementos do olho fossem rigidamente xos em lado, para a acomodac~ao normal, o ponto proximo de
suas posic~oes, apenas os objetos situados a uma certa um olho mope ca mais proximo que o de uma pessoa
dist^ancia formariam imagens ntidas na retina. Entre- com vista normal.
tanto, o olho normal pode focalizar nitidamente objetos
situados a qualquer dist^ancia, desde o innito ate cerca
de 15cm a sua frente. Isso se torna possvel pela ac~ao
do cristalino e do musculo ciliar ao qual ele e ligado.
Quando em repouso, o olho normal e focalizado no in-
nito, isto e, o segundo foco esta sobre a retina. Quando
Figura 3. a) Emetropia; b) Miopia; c) Hipermetropia.
se deseja ver um objeto mais proximo, o musculo ciliar
contrai-se e o cristalino toma uma forma quase esferica.
Esse processo e denominado acomodac~ao visual. Na hipermetropia, o globo ocular e curto; a ima-
A maior e a menor dist^ancias para as quais e possvel gem de um objeto situado no innito se forma atras
a vis~ao distinta s~ao chamadas ponto remoto e ponto da retina. Mediante a acomodac~ao, os raios paralelos
proximo do olho, respectivamente. O ponto remoto poderiam convergir na retina, mas, evidentemente, se a
de um olho normal ca situado no innito. A posic~ao capacidade de acomodac~ao for normal, o ponto proximo
do ponto proximo depende, evidentemente, de quanto estara mais distante que o de um olho normal.
pode ser aumentada a curvatura do cristalino, medi- Os dois defeitos de vis~ao citados s~ao devidos a cau-
ante a acomodac~ao. A variac~ao da acomodac~ao dimi- sas opostas. Na miopia, a converg^encia de um feixe de
nui gradualmente com a idade, a medida que o crista- raios paralelos e demasiadamente grande de modo que
lino perde sua
exibilidade. Por esse motivo, o ponto a imagem se forma antes da retina; na hipermetropia, a
proximo afasta-se gradualmente, a medida que se enve- converg^encia produzida e insuciente. Assim, miopia e
lhece. Esse afastamento do ponto proximo com a idade hipermetropia s~ao fen^omenos relativos (um olho mope
e chamado presbitismo ou presbiopia, n~ao devendo, en- pode possuir dimens~oes axiais normais, porem com alto
tretanto, ser considerado um defeito de vis~ao, ja que se poder de converg^encia do sistema otico, por exemplo).
processa mais ou menos da mesma forma em todos os Ha tambem um outro tipo de ametropia, denomi-
olhos normais. nado afacia, que e a aus^encia do cristalino, tornando o
olho extremamente hipermetrope.
3. Tipos de ametropia O astigmatismo, por sua vez, e um defeito da vis~ao
Existem varios defeitos comuns de vis~ao2 3, devidos
;
geralmente devido a n~ao esfericidade da superfcie da
unicamente a uma relac~ao incorreta entre os diversos cornea; o raio de curvatura dessa superfcie n~ao e o
elementos constitutivos do globo ocular, considerado mesmo em todos os meridianos - assemelha-se a uma
como sistema otico. O olho normal, quando em re- bola de futebol americano (elipsoide), onde os meri-
pouso, forma na retina a imagem de objetos situados dianos de maior e menor curvaturas est~ao a 90 . O
no innito, como na gura 3(a). astigmatismo faz com que seja impossvel, por exem-
Olho ametrope e aquele para o qual o ponto remoto plo, focalizar simultaneamente as barras horizontais e
n~ao esta situado no innito. As duas formas mais sim- verticais de uma janela.
ples de ametropia s~ao a miopia (ou braquiometropia) Assim, o astigmatismoe a condica~o de refraca~o onde
e a hipermetropia. Esses dois defeitos est~ao ilustra- feixes de luz, provenientes de uma fonte luminosa pun-
dos nas guras 3(b) e 3(c). Na miopia, o globo ocular tual situada no innito, paralelamente incidentes em
e muito alongado em relac~ao ao raio de curvatura da diferentes meridianos formam imagens em diferentes
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posic~oes no eixo otico (pontos focais diferentes para de traumatismo ou doenca; e a aus^encia do cristalino
cada meridiano entre 0 e 180 - gura 2.3). resulta tambem num grau acentuado de hipermetropia.
Ha tambem um outro tipo de ametropia, denomi-
nado afacia, que e a aus^encia do cristalino, tornando
o olho extremamente hipermetrope. Miopia, hiperme-
tropia, afacia e astigmatismo s~ao discutidos a seguir
detalhadamente. A acomodac~ao na hipermetropia
3.1 - Hipermetropia3
A hipermetropia e a forma de erro de refrac~ao A hipermetropia e subdividida em varias porco~es
na qual os raios luminosos paralelos s~ao trazidos a um devido a in
u^encia interagente da acomodaca~o visual
foco a uma certa dist^ancia atras da retina, quando o nas medidas. Ela e subdividida em hipermetropia total
olho encontra-se em repouso. (HT), composta pela hipermetropia latente (HL) e pela
Houve epoca em que se aceitava que, na maioria dos hipermetropia manifesta (HM); hipermetropia absoluta
casos de hipermetropia, o defeito fosse axial4 e persiste (HA); e hipermetropia facultativa (HF).
a crenca de que, de fato, o olho hipermetrope tenha um
eixo antero-posterior mais curto do que o normal. En- A HM e a hipermetropia que pode ser medida pelo
tretanto, e possvel que o olho hipermetrope tenha um medico sem a paralisac~ao do musculo ciliar.
comprimento axial maior do que um olho mope, e ainda A contrac~ao do musculo ciliar no ato da acomodac~ao
permanece alguma incerteza quanto a import^ancia re- aumenta o poder de refrac~ao do cristalino, de forma
lativa do comprimento axial e o poder de refrac~ao como a corrigir um certo grau de hipermetropia. Normal-
in
u^encias na causa da hipermetropia. mente, ha um grau apreciavel corrigido pela contraca~o
Via-de-regra, o grau de encurtamento n~ao e grande envolvida no t^onus siologico deste musculo e, con-
e raramente excede 2mm. Cada milmetro de encurta- sequentemente, o grau completo de hipermetropia so
mento representa aproximadamente +3di de alterac~ao e revelado quando este musculo e paralisado pelo uso
na refrac~ao e, por conseguinte, uma hipermetropia de de uma droga como a atropina. Dizemos, assim, que o
mais de +6di e incomum. Graus maiores, entretanto, olho foi cicloplegiado. Desta forma, e possvel medir-se
ocorrem, como nos casos de ate +24di sem qualquer a HT. A variac~ao entre a HM e a HT e a HL.
outra anormalidade patologica ter sido vericada; e,
certamente, nas aberrac~oes patologicas do desenvolvi- Com a atuac~ao total da acomodac~ao visual, a pes-
mento, tais como na microftalmia, este valor pode ser soa hipermetrope e capaz de amenizar este erro de re-
ultrapassado. frac~ao, porem, se o erro e grande e, independentemente
A hipermetropia de curvatura ocorre quando a cur- do esforco da acomodac~ao, o indivduo n~ao consegue
vatura de qualquer das superfcies refringentes e ex- ver o objeto de modo ntido, o grau de hipermetropia
cessivamente pequena. A cornea e a sede habitual da que ainda permanece sem correc~ao e que n~ao pode ser
anomalia e pode mostrar-se achatada congenitamente vencido pela acomodac~ao e a HA. A quantidade de HA
(cornea plana) ou ser resultado de traumatismo ou correspondera ao menor poder da lente corretora a ser
doenca. Um aumento de 1mm no seu raio de cur- prescrita ao paciente.
vatura produz uma hipermetropia de +6di. Nesses Porem, atraves de varios fatores, tais como,
casos, entretanto, e raro que a curvatura permaneca psquicos, sociais, entre outros, o medico pode pres-
esferica e sera produzido quase que invariavelmente um crever uma lente corretora cujo poder de refrac~ao esta
astigmatismo. A hipermetropia de ndice, como de dentro do intervalo entre a e a HM. Este intervalo cor-
habito, manifesta-se na forma de uma diminuic~ao na responde a HF.
refring^encia ecaz do cristalino.
Uma luxac~ao posterior do cristalino tambem causa A seguir, um diagrama-exemplo podera ajudar a
hipermetropia, resultado de uma anomalia cong^enita ou compreender todas estas denominac~oes.
Revista Brasileira de Ensino de Fsica, vol. 17, no. 4, dezembro, 1995 309
tigmatismo inverso (\contra a regra"), com a curvatura 1. astigmatismo simples, onde um dos focos incide
vertical menor do que a horizontal. sobre a retina. O outro foco pode incidir na frente ou
O astigmatismo adquirido tambem se observa com atras da retina, de forma que enquanto um meridiano
frequ^encia. Patologia da cornea resulta em sua deformi- e emetrope, o outro e hipermetrope ou mope. Estes
dade; um exemplo extremo disso e observado na cornea s~ao, respectivamente, designados de astigmatismo hi-
c^onica, embora as in
amac~oes e as ulcerac~oes tenham permetrope simples e mope simples.
o mesmo efeito. 2. astigmatismo composto, onde nenhum dos dois
O astigmatismo de curvatura do cristalino tambem focos localiza-se sobre a retina, porem ambos localizam-
ocorre com grande frequ^encia. Na grande maioria dos se na frente ou atras dela. O estado da refraca~o e
casos, anomalias dessa natureza s~ao pequenas; porem, inteiramente hipermetrope ou inteiramente mope. O
as vezes, como no lenticone, podem ser acentuadas. primeiro e conhecido como astigmatismo hipermetrope
Com frequ^encia, o cristalino e colocado em ligeira composto, e o ultimo como astigmatismo mope com-
obliquidade ou fora dos planos normais do sistema posto.
otico, e isso, provocando um certo grau de descentra- 3.astigmatismo misto, onde um foco localiza-se na
lizac~ao, produz um astigmatismo correspondente; uma frente e outro atras da retina, de forma que a refraca~o
subluxac~ao traumatica do cristalino possui resultados e hipermetrope em uma direc~ao e mope na outra. O
semelhantes. Finalmente, um pequeno grau de astigma- tipo habitual siologico de astigmatismo, onde a curva
tismo dendice ocorre na siologia do cristalino. Este e, vertical e maior do que a horizontal, e denominado de
em geral, discreto, e se deve a pequenas desigualdades astigmatismo direto ou astigmatismo \com a regra"; em
do ndice de reac~ao dos diferentes setores, porem pode caso inverso, trata-se de um astigmatismo indireto ou
ser acentuado, produzindo distorc~ao consideravel. astigmatismo \contra a regra".
Tipos de Astigmatismo
O astigmatismo em que os dois meridianos princi-
pais encontram-se em a^ngulos retos e que e, portanto,
passvel de correc~ao, e denominado de regular. Na
grande maioria desses casos, os meridianos de maior
e menor curvatura est~ao proximos ou realmente verti-
cais e horizontais ou vice-versa. Caso isso n~ao ocorra
desse modo e uma vez que o meridiano maior e o menor
estejam em ^angulos retos, teremos ent~ao um astigma-
tismo regular que denominamos astigmatismo oblquo.
Quando os eixos n~ao se encontram em a^ngulos retos,
mas s~ao cruzados obliquamente, o sistema otico e ainda Figura 7. Classicac~ao do astigmatismo regular: (a) hi-
permetrope composto; (b) hipermetrope simples; (c) misto;
passvel de resoluc~ao numa combinac~ao esferocilndrica, (d) mope simples; (e) mope composto; (f) emetrope.
e a condic~ao pode ser denominada de astigmatismo bi-
oblquo; n~ao e de ocorr^encia muito comum. Sintomas
Quando existem irregularidades na curvatura dos Quando o grau de astigmatismo e apreciavel, visto
meridianos de forma que nenhuma gura geometrica que em nenhuma circunst^ancia o olho e capaz de for-
adere aos mesmos, a condic~ao e denominada astigma- mar uma imagem nitidamente denida sobre a retina,
tismo irregular; n~ao permite sua correc~ao adequada por a diminuic~ao da acuidade visual pode ser bastante con-
oculos. sideravel. Na tentativa de ver claramente, o paciente
tenta focalizar o crculo central de menor confus~ao (vide
Astiguatismo regular item 2.10 - \Crculo de Menor Confus~ao"). A vis~ao
O astigmatismo regular pode ser classicado da se- do astigmata mostra peculiaridades outras que a indis-
guinte maneira (gura 7): tinc~ao, a despeito da forma alongada dos crculos de
Revista Brasileira de Ensino de Fsica, vol. 17, no. 4, dezembro, 1995 313
difus~ao que tem de interpretar. Os crculos tornam-se No entanto, nem todas as supercies s~ao esfericas
alongados, acurvados; um ponto de luz aparece bor- (astigmaticas, gura 9b); aquelas que n~ao s~ao geral-
rado; e uma linha, que consiste numa serie de pontos, mente n~ao formam imagens estigmaticas. Tais su-
aparece como uma sucess~ao de linhas fundidas numa perfcies s~ao denominadas toricas - tipo particular de
imagem borrada. superfcie n~ao esferica (gura 9c).
Imaginemos um indivduo astigmatico focalizando Um cilindro tambem pode ser considerado uma su-
sobre uma linha focal vertical e olhando em duas linhas perfcie torica, porem com r2 innitamente longo (-
retas que cam uma perpendicular a outra (gura 8). gura 10).
Podemos imaginar as linhas compostas de um numero Uma das caractersticas do cilindro e que o feixe de
innito de pontos, cada um dos quais aparecendo na luz que nele incide, proveniente de um ponto, e refra-
sua retina como uma linha vertical curta (ou, mais cor- tado de modo a formar uma linha correspondente, ou
retamente, uma elipse). A linha horizontal, portanto, seja, a cada ponto incidente, ha uma linha refratada
aparece como uma serie de elipses verticais que coales- correspondente. A gura 11 pode melhor ilustrar este
cem numa faixa borrada larga, enquanto que no caso fato.
da linha vertical, as elipses verticais se sobrep~oem, de Podemos observar que a luz, quando incide paralela
modo que toda a linha aparece nitidamente denida, so- ao eixo de revoluc~ao do cilindro, n~ao sofre desvio.
mente com a parte mais superior e a mais inferior das
elipses constituintes se estendendo alem dela, determi-
nando um aspecto borrado e fazendo-a parecer mais
longa do que normalmente e. Inversamente, se a li-
nha focal horizontal for focalizada, as linhas verticais
tornam-se borradas.