Relatorio

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INSS - Instituto Nacional do Seguro Social PROTOCOLO DE REQUERIMENTO


GET - Gerenciador de Tarefas
Informações da Tarefa
1482033457
Data de entrada: 21/03/2021 - Entidade Conveniada

Dados Básicos

Serviço Status Prioridade


Seguro Defeso - Pescador Artesanal Concluída Normal

Unidade de Protocolo Data de entrada do requerimento Canal de atendimento


SEÇÃO DE RECONHECIMENTO DE DIREITOS 21/03/2021 14:52 Entidade Conveniada
Última atualização
21/01/2022 16:13

Endereço para atendimento:


A tarefa não possui endereço para atendimento externo.

Campos adicionais:

Campo Valor
UF MA
Portaria 85
Defeso 23
Informe o CPF do Representante Legal ou Procurador 018.214.193-40
Você possui inscrição no Registro Geral de Pesca - RGP? B) Não
Você possui protocolo de solicitação de inscrição no Registro Geral de Pesca - RGP? A) Sim
Qual número da inscrição que você realizou a contribuição - CEI? 800060825082
Tipo da Conta: Conta Poupança - PP
Banco 104 – Caixa Econômica Federal
Agência 2063
DV Agência 0
Número da Conta 00103848
DV Conta 7

Interessados

CPF Nome Completo Data Nascimento Nome Completo da Mãe


626.941.833-01 LUCINDALVA RAMOS ROCHA 10/09/1966 NELCY DA SILVA RAMOS

Procuradores / Representantes Legais

CPF Nome Completo Data Nascimento Nome Completo da Mãe


002.781.663-00 ANA CAROLINA AGUIAR COSTA DA FONSECA 27/07/1983 MARIA GORETE AGUIAR COSTA
018.214.193-40 FABRICIA LORENA MELO DURANS 24/01/1987 JOSINEI MELO DURANS

Instituidores
A tarefa não possui instituidores.

Anexos

ID Nome do Arquivo Descrição do Arquivo Tamanho Enviado Por Autenticado?


158376260 LUCINDALVA RAMOS ROCHA 1,57MB 017.849.153-51 - 21/03/2021 14:52 Sim
626.941.833-01.pdf
1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)
220183145 CONSULTAS.pdf 430,08kB 1955085 - 18/11/2021 07:09 Não
1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)
229140885 Acordo Judicial INSS_DPU_União- ACORDO 1,00MB 002.781.663-00 - 21/12/2021 14:18 Sim
MAPA .pdf
1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)
229140906 DECISÕES (1).pdf DECISÕES 89,08kB 002.781.663-00 - 21/12/2021 14:18 Sim

1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)


229140908 Sentença Tipo A (3).pdf SENTENÇA 42,36kB 002.781.663-00 - 21/12/2021 14:18 Sim

1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)

Emitido em: 02/09/2022 22:46


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Anexos

ID Nome do Arquivo Descrição do Arquivo Tamanho Enviado Por Autenticado?


229140907 OAB DRA ANA (3).pdf OAB 330,58kB 002.781.663-00 - 21/12/2021 14:18 Sim

1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)


229141182 ORGINAL.pdf ORIGINAL 800,65kB 002.781.663-00 - 21/12/2021 14:19 Sim

1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)


229141184 PROCURAÇÃO LUCINDALVA RAMOS PROCURAÇÃO 277,82kB 002.781.663-00 - 21/12/2021 14:19 Sim
ROCHA .pdf
1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)
229141183 PETIÇÃO DE REQUERIMENO PETIÇÃO DE REQUERIMENTO 555,82kB 002.781.663-00 - 21/12/2021 14:19 Sim
ASSINADO PELA DR.pdf
1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)
229141185 SIMPLES.pdf SIMPLES 1,96MB 002.781.663-00 - 21/12/2021 14:19 Sim

1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)


234737055 analise.pdf 817,58kB 1784838 - 21/01/2022 16:13 Não
1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)

Você pode conferir a autenticidade do documento em


https://meu.inss.gov.br/central/#/autenticidade
com o código 220902AN07RE72

Emitido em: 02/09/2022 22:46


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Anexo ID: 158376260
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Anexo ID: 158376260
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Despacho (143962405)
Enviado em 27/04/2021 22:59
Unidade: 0950112 - SEÇÃO DE RECONHECIMENTO DE DIREITOS
1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)

Transferência para o Repositório de Tarefas da CEABRD/SRIV.


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Despacho (145109783)
Enviado em 30/04/2021 23:05
1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)

Resultado do (re)processamento SDPA:


Olá pescador!!!

A rotina de batimento automático do SDPA foi realizada com sucesso.


O seu requerimento não está elegível para a regra prevista no §5º do inciso II do art. 5º do Decreto 8.424 de 31 de
março de 2015, sendo necessário apresentar ao INSS os seguintes documentos:

I - documento de identificação oficial;


II - número de inscrição no Cadastro de Pessoa Fí sica - CPF;
III - número do RGP ativo, com licença de pesca na categoria de pescador profissional artesanal;
IV - cópia do documento fiscal de venda do pescado à empresa adquirente, consumidora ou consignatária da
produção, em que conste, além do registro da operação realizada, o valor da respectiva contribuição previdenciária
de que trata o § 7º do art. 30 da Lei nº 8.212, de 1991, ou comprovante do recolhimento da contribuição
previdenciária, caso tenha comercializado sua produção a pessoa física, conforme art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991;
V - comprovante de residência em municí pios abrangidos pela Portaria que declarou o defeso ou nos limí trofes

Também foi(ram) identificado(s) através dos batimentos a(s) seguinte(s) divergência(s):


- CPF NÃO CADASTRADO RGP
- NOTIFICAÇÃO DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS

Para apresentar estes documentos para o INSS e obter mais informações, ligue de segunda a sábado das 07:00h
as 22:00h para o 135, a central de atendimento do INSS, ou acesse o site do INSS pelo link inss.gov.br.
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Despacho (193391549)
Enviado em 17/11/2021 22:19
Unidade: 151509 - DIVISÃO DE ATENDIMENTO
1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)

Transferencia para fila de analise da ELABRD/GEXSLS.


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Despacho (193434906)
Enviado em 18/11/2021 07:08
Unidade: 0950112 - SEÇÃO DE RECONHECIMENTO DE DIREITOS
1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)

NÃO APRESENTOU DOCUMENTOS, NOVA EXIGÊNCIA SERÁ FEITA.


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Despacho (193434960)
Enviado em 18/11/2021 07:09
Unidade: 0950112 - SEÇÃO DE RECONHECIMENTO DE DIREITOS
1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)

Prezado(a) Senhor(a), Para dar andamento ao processo 1482033457, solicitamos o envio eletrônico dos
documentos descritos abaixo: -Produto explorado e Área de atuação declarado no cadastro do RGP incompatíveis
com o defeso requerido.É necessário constar como produto explorado “PEIXE” e área de atuação “LAGO - RIO”
para requerer esse defeso. Caso seja essa área de atuação e produto que seja explorado pelo requerente
regularizar a situação junto ao RGP/MAPA.Caso contrário o requerente está requerendo defeso errado, pois existe
defeso especifico para os demais produtos explorados e áreas de atuação.Para comprimento desta exigência, é
possível a apresentação de um Relatório de Exercício de Atividade Pesqueira assinado e carimbado por servidor do
Escritório Federal da Aquicultura e da Pesca do seu estado devidamente identificado, inclusive com matrícula
SIAPE. O cumprimento de exigência por meio eletrônico é feito diretamente pelo aplicativo ou site do Meu INSS.
Basta digitalizar ou fotografar os documentos originais e anexá-los ao processo. A digitalização ou foto deve ser
colorida e legível, permitindo a correta visualização de todo o documento, inclusive o verso, se for o caso. Após
digitalizados/fotografados e salvos, siga os passos abaixo para anexar no aplicativo ou pelo site MEU INSS: 1. Faça
login no MEU INSS;2. Clique na opção Cumprimento de Exigência;’3. Selecione o requerimento desejado clicando
em cima dele;4. Clique no botão “Anexar arquivo”, depois em “Anexar” e selecione os arquivos que deseja
anexar;5. Clique em “Confirmar”;6. Escreva um comentário no campo “Responda Aqui”;7. Clique em Enviar. Saiba
mais utilizando o link: https://www.youtube.com/watch?v=We1vdKP-dB8 Se preferir, agende o serviço
"Cumprimento de Exigência" para apresentar os documentos em uma Agência da Previdência Social. O
agendamento poderá ser feito pelo Meu INSS (meu.inss.gov.br) ou Central 135 de segunda a sábado, das 7h às
22h (horário de Brasília). O não atendimento desta exigência ou a ausência de manifestação até o dia 20/12/2021
(30 dias de prazo) poderá acarretar desistência do processo, o que não prejudica a apresentação de novo
requerimento pelo interessado, conforme disposto no §9º do art. 678 da IN nº 77, de 2015.
012002343046741 89
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Anexo ID: 220183145

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Despacho (200883346)
Enviado em 21/12/2021 14:07
1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)

ANA CAROLINA AGUIAR COSTA (CPF 002.781.663-00) adicionou ANA CAROLINA AGUIAR COSTA DA
FONSECA (CPF 002.781.663-00) como procurador(a) do processo pelo canal Entidade Conveniada.
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Anexo ID: 229140885
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Anexo ID: 229140885
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Anexo ID: 229140885
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Anexo ID: 229140906
Justiça Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico

11/12/2019

Número: 1012072-89.2018.4.01.3400
Classe: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL
Órgão julgador: 9ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 20/06/2018
Valor da causa: R$ 50.000,00
Assuntos: Concessão
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
DEFENSORIA PUBLICA DA UNIAO (AUTOR)
UNIÃO FEDERAL (RÉU)
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (RÉU)
CONFEDERACAO NACIONAL DOS PESCADORES E
AQUICULTORES (TERCEIRO INTERESSADO)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
63083 19/06/2019 09:53 Decisão Decisão
579
Página 17 de 53
Anexo ID: 229140906

Seção Judiciária do Distrito Federal


9ª Vara Federal Cível da SJDF

PROCESSO: 1012072-89.2018.4.01.3400
CLASSE: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL (65)
AUTOR: DEFENSORIA PUBLICA DA UNIAO

RÉU: UNIÃO FEDERAL, INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

DECISÃO

A Defensoria Pública da União – DPU alega descumprimento por parte do INSS


da decisão de fls. 186/193, que determinou que “a concessão do seguro-defeso pelo INSS,
deverão ser observados todos os demais requisitos legalmente previstos, razão pela qual a
presente decisão apenas possibilita a habilitação dos pescadores que possuam protocolos de
solicitação de Registro Inicial para Licença de Pescador Profissional Artesanal, ainda que
anteriores ao ano de 2014, ao recebimento do benefício, ou seja, apenas se considera que os
mencionados protocolos deverão ser considerados como documento equivalente ao registro a
que se refere o art. 2º, inciso I, da Lei nº. 10.779/2003” (fls. 192).

A fim de comprovar o alegado descumprimento, a DPU juntou o Ofício-Circular nº.


21/DIRBEN/DIRAT/INSS (fls. 422/423), bem como os documentos de fls. 424/541.

Pois bem.

Analisando os documentos colacionados pela DPU, resta claro que o INSS tem
descumprido a decisão que deferiu em parte a tutela de urgência.

Segundo consta do Ofício-Circular nº. 21/DIRBEN/DIRAT/INSS, a Procuradoria


Federal Especializada junto ao INSS teria orientado as agências da autarquia previdenciária a
analisarem os pedidos administrativos de seguro defesa, sem a exigência de registro de pesca
emitido pela Secretaria de Agricultura e Pesca. Em contrapartida, o INSS passou a exigir que os
requisitos previstos pela Lei nº. 10.779/2003 fossem demonstrados pelos segurados por meio de
documentos emitidos pela Secretaria Executiva de Pesca. Confira-se:

“(...)

Assinado eletronicamente por: RENATO COELHO BORELLI - 19/06/2019 09:53:13 Num. 63083579 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19061909531307700000062471162
Número do documento: 19061909531307700000062471162
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Anexo ID: 229140906

Em consulta à Procuradoria Federal Especializada-PFE/INSS (SIPPS


480.076.826) sobre a possibilidade de analisar os requerimentos sem
identificar a espécie explorada, a área de atuação e a forma de atuação,
constou no despacho de resposta o seguinte texto: o juízo deixou claro que
a Autarquia deve levar em consideração os demais quesitos legais para a
concessão/manutenção dos benefícios’.
Neste caso, entendemos que os requerimentos que contenham o protocolo
de solicitação de Registro Inicial para Licença de Pescador Profissional
Artesanal, substituindo o RGP, deverão ter seu status no GET alterado para
‘Exigência’, com a seguinte mensagem:
Para dar prosseguimento à análise de seu requerimento solicitamos
apresentar documento válido que seja possível comprovar o Produto
Explorado, a Área de Abrangência e Forma de Atuação do Pescador.
Entende-se por documento válido aquele emitido pela Secretaria
Executiva da Pesca ou esferas superiores”. (fls. 423, negrito não
original)

Nessa direção, percebe-se que o ofício em epígrafe, assinado pela diretora de


benefícios e pelo diretor de atendimento do INSS, impôs aos pescadores a apresentação de
outros documentos emitidos pela Secretaria Executiva da Pesca, que substituiu a Secretaria de
Agricultura e Pesca, além do Registro de Pesca, cuja exigibilidade foi suspensa pela decisão ID
NUM6832146 (fls. 186/193).

Desse modo, é possível concluir que, estando impedida de exigir o RGP, a


Administração criou novas exigências não previstas em lei, passando a impor aos pecadores que
os documentos elencados pela Lei nº. 10.779/2003 fossem todos emitidos pela SEP, ou órgão
superior. Exigências estas muito mais penosas aos segurados.

Diante do exposto, determino a intimação do INSS, com urgência, para dar


integral cumprimento à decisão ID NUM6832146 (fls. 186/193), ficando afastada a
necessidade de apresentação pelos pescadores de quaisquer documentos emitidos pela
Secretaria Executiva de Pesca ou esferas superiores, para a comprovação de sua condição, para
o requerimento de seguro defeso.

Após a intimação da autarquia previdenciária, promova a Secretaria a intimação


da Confederação Nacional dos Pescadores e Agricultores, para se manifestar sobre a
determinação contida às fls. 403.

Intimem-se.

Brasília-DF.

(datado e assinado eletronicamente conforme certificação abaixo)

Assinado eletronicamente por: RENATO COELHO BORELLI - 19/06/2019 09:53:13 Num. 63083579 - Pág. 2
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19061909531307700000062471162
Número do documento: 19061909531307700000062471162
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Anexo ID: 229140906

Assinado eletronicamente por: RENATO COELHO BORELLI - 19/06/2019 09:53:13 Num. 63083579 - Pág. 3
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19061909531307700000062471162
Número do documento: 19061909531307700000062471162
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Anexo ID: 229140906
Justiça Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico

11/12/2019

Número: 1012072-89.2018.4.01.3400
Classe: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL
Órgão julgador: 9ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 20/06/2018
Valor da causa: R$ 50.000,00
Assuntos: Concessão
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
DEFENSORIA PUBLICA DA UNIAO (AUTOR)
UNIÃO FEDERAL (RÉU)
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (RÉU)
CONFEDERACAO NACIONAL DOS PESCADORES E
AQUICULTORES (TERCEIRO INTERESSADO)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
68321 23/07/2018 18:39 Decisão Decisão
46
Página 21 de 53
Anexo ID: 229140906

Seção Judiciária do Distrito Federal


9ª Vara Federal Cível da SJDF

PROCESSO: 1012072-89.2018.4.01.3400
CLASSE: AÇÃO CIVIL PÚBLICA (65)
AUTOR: DEFENSORIA PUBLICA DA UNIAO
RÉU: UNIÃO FEDERAL, INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

DECISÃO

Trata-se de ação civil pública ajuizada pela DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO – DPU contra a
UNIÃO e o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, em que postula a concessão de tutela de urgência
para que: “a) o INSS recepcione, processe e defira (art. 2º da Lei 10.779/2003), todos os pleitos de concessão do atual
seguro-defeso (2016/2017), bem como, os vindouros pleitos de recebimento de seguros-defesos, desde que ainda em
vigor os efeitos deste pedido antecipatório, que preencham os requisitos exigidos pela Lei Federal nº 10.779 de 25 de
novembro de 2003 (Lei do Seguro Defeso Pescador Artesanal), reconhecendo a ilegalidade e inconstitucionalidade do
art. 3º da Portaria Nº 1.275-SEI, de 26 de julho de 2017, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços-MDIC,
que afastou a aplicabilidade para fins de requerimento de seguro defeso dos registros validados pelo próprio ato
normativo impugnado, bem como do art. 2º da Portaria 2.546/18 da Secretaria de Agricultura e Pesca, na parte em que
restringe temporalmente a validade de protocolos de pesca; b) sejam suspensos os efeitos do art. 3º da Portaria Nº
1.275-SEI, de 26 de julho de 2017, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a fim de que não se restrinja
os direitos decorrentes da validade dos registros outorgados legalmente; c) sejam oportunizados aos pescadores o
processamento de pedidos de registro e fixado prazo que Vossa Excelência repute razoável para a apreciação e
decisão administrativa; d) seja fixado prazo que Vossa Excelência reputar razoável para o INSS comprovar nos autos da
presente ação civil pública o cumprimento de vossa decisão, através de juntada aos autos de Memorando Circular ou
cópia de publicação de ato normativo interno determinando a todas as suas agências o cumprimento da medida” (fls.
26).

Afirma a autora que o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio de sua
Secretaria Nacional de Agricultura e Pesca – SAP, editou a Portaria nº. 1.275, de 27/07/2017, com o fito de suprir
omissão da Administração na emissão de Registro Geral de Atividade Pesqueira – RGP.

Acrescenta que, a despeito de o art. 1º da Portaria nº. 1.275/2017 ter previsto a validação de todos
os registros suspensos ou ainda não analisados, pendentes do Sistema de Registro Geral de Atividade Pesqueira –
SISRGP, para possibilitar o exercício da atividade de pesca, vedou, em seu art. 3º, a emissão de seguro-desemprego
(seguro-defeso), previsto pela Lei nº. 10.779/2003, em favor desses pescadores.

Esclarece que, para a concessão do seguro-defeso, faz-se necessário que o pescador possua o
RGP válido. Sendo assim, não poderia a norma administrativa impedir a concessão do benefício, uma vez preenchidos

Assinado eletronicamente por: LIVIANE KELLY SOARES VASCONCELOS - 23/07/2018 18:39:36 Num. 6832146 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18072318393672500000006810671
Número do documento: 18072318393672500000006810671
Página 22 de 53
Anexo ID: 229140906

os requisitos previstos em lei.

Relata que, posteriormente, a Secretaria de Agricultura e Pesca do Ministério da Indústria, Comércio


Exterior e Serviços editou a Portaria nº. 2.546/2017, publicada em 01/01/2018, limitando a concessão de RGP apenas
para os protocolos de solicitação expedidos a partir de 2014 (art. 2º).

Alega que “uma infinidade de pescadores que pediram nos anos anteriores e ainda aguardam
resposta (a partir de 2009) ficaram descobertos” (fls. 6).

Aduz que, em virtude das normas editadas pela Secretaria de Agricultura e Pesca, o INSS teria
entendido que “quem tem protocolo antes de 2014 não tem direito a acessar benefício previdenciário porque não está
abrangido pela portaria” (fls. 6).

Defende a inexistência de fundamento juridicamente válido para o tratamento desigual conferido aos
pescadores, bem como para a vedação à concessão de seguro-defeso.

Sustenta que as portarias em epígrafe afrontariam o disposto pelo art. 195, §8º, da CF/1988, que
prevê o direito de o pescador artesanal receber os benefícios da seguridade social previstos em lei, o que garantiria o
pagamento do seguro-defeso, previsto pela Lei nº. 10.779/2003, bem como a proteção ao trabalhador em situação de
desemprego involuntário, segundo regra do art. 7º, III, da CF/1988.

O despacho de fls. 136 determinou a oitiva prévia da União e do INSS.

O INSS manifestou-se às fls. 140/170. Como preliminares, arguiu: a) sua ilegitimidade passiva; b) a
ilegitimidade ativa da DPU; c) a impossibilidade de utilização da ACP como sucedâneo de ação direita de
inconstitucionalidade; d) a inadequação da via eleita, por impossibilidade de uso da ACP para a defesa de direitos
individuais homogêneos; e) falta de interesse de agir parcial, ante a revogação da Portaria nº. 1.275/2017 pela Portaria
nº. 2.078/2017. Defendeu, ainda, a imposição de limites territoriais aos efeitos da decisão, e a ausência de requisitos
para a concessão da tutela de urgência.

Manifestação da União às fls. 173/182. Inicialmente, ratificou as preliminares de ilegitimidade ativa


da DPU e de inadequação da via eleita, para a declaração de inconstitucionalidade de norma por meio de ACP, bem
como para a defesa de interesses individuais homogêneos. No mérito, defendeu que as Portarias nº. 1.275/2017 e
2.546/2017 teriam sido editadas pela Secretaria Nacional da Agricultura e Pesca, dentro da discricionariedade
administrativa. Acrescentou que as referidas normas não garantiram a emissão de RGPs aos pescadores, mas apenas
validaram os requerimentos administrativos pendentes de análise. Logo, não poderia a União admitir uma autorização
temporária como se fosse o registro que é previsto em lei como indispensável para a concessão de seguro-defeso.

É o breve relatório.

Decido.

________________Preliminares:
i) Da legitimidade passiva do INSS:

Inicialmente, destaco que a legitimidade do INSS decorre do fato de o pedido da DPU alcançar

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documentação que deverá ser aceita pela autarquia previdenciária como válida, para fins de atendimento de um dos
requisitos necessários para a obtenção de seguro-defeso, pelo segurado pescador, segundo previsão da Lei nº.
10.779/2003.
ii) Da legitimidade ativa da Defensoria Pública da União-DPU:
Acerca do tema, o STF, ao apreciar o RE nº. 733.433/MG, da relatoria do Ministro Dias Toffoli, com
repercussão geral reconhecida, fixou o seguinte entendimento:

Direito Processual Civil e Constitucional. Ação civil pública. Legitimidade da Defensoria


Pública para ajuizar ação civil pública em defesa de interesses difusos. Interpretação do art.
134 da Constituição Federal. Discussão acerca da constitucionalidade do art. 5º, inciso II, da
Lei nº 7.347/1985, com a redação dada pela Lei nº 11.448/07, e do art. 4º, incisos VII e VIII, da
Lei Complementar nº 80/1994, com as modificações instituídas pela Lei Complementar nº
132/09. Repercussão geral reconhecida. Mantida a decisão objurgada, visto que comprovados
os requisitos exigidos para a caracterização da legitimidade ativa. Negado provimento ao
recurso extraordinário. Assentada a tese de que a Defensoria Pública tem legitimidade para a
propositura de ação civil pública que vise a promover a tutela judicial de direitos difusos e
coletivos de que sejam titulares, em tese, pessoas necessitadas.
(DJe de 07/04/2016)

Logo, seguindo entendimento do Pretório Excelso, em recurso extraordinário com repercussão geral
reconhecido, reconheço a legitimidade da Defensoria Pública da União para propor a presente ação civil pública, pois
ainda que não se possa comprovar que todos os pescadores representados são hipossuficientes, a grande maioria
desses trabalhadores integra as camadas mais necessitadas da sociedade.
A esse respeito, transcrevo e precedente do TRF1:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONCURSO PÚBLICO.


TÉCNICO ADMINISTRATIVO. PEDIDO DE EXCLUSÃO DE EXIGÊNCIA DE EXPERIÊNCIA
PROFISSIONAL. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DA DEFENSORIA PÚBLICA DA
UNIÃO. ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ART. 5º, INCISO II DA LEI
7.347/85. ARTS. 5º, LXXIV E 134 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. SENTENÇA
REFORMADA.
1. A ação civil pública, disciplinada pela Lei 7.347, de 24/7/1985, foi introduzida no
ordenamento jurídico com o objetivo de reprimir ou de prevenir danos causados ao meio
ambiente, ao consumidor, a bens e a direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico, por infração à ordem econômica e à economia popular, ou à ordem urbanística,
podendo culminar com a condenação do responsável pelo dano ao pagamento de dinheiro ou
ao cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer.
2. Com a edição da Lei 11.448, de 15/1/2007, foi alterada a redação do artigo 5º da referida
Lei 7.347/85 para incluir a Defensoria Pública no rol dos legitimados para propor ação civil
pública.
3. O Supremo Tribunal Federal já decidiu pela constitucionalidade do referido dispositivo legal,
ao fundamento de ausência de prejuízo institucional ao Ministério Público pelo
reconhecimento da legitimidade da Defensoria Pública para o ajuizamento de ação civil
pública (ADI 3943/DF, Rel. Ministra Carmén Lúcia, Pleno, DJ de 6.8.2015).
4. Nos termos do art. 134 da Constituição Federal, "a Defensoria Pública é instituição

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permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e


instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos
direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais
e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º
desta Constituição Federal".
5. O inciso II do art. 5º da Lei 7.347/85 deve ser interpretado em harmonia com o art. 134 da
CF, que delimita a atuação da Defensoria Pública.
6. No caso dos autos, a Defensoria Pública pretende que seja excluída a exigência constante
do Edital nº 02/2010, referente ao Concurso Público para Técnico Administrativo da IFTO,
relacionada aos candidatos ao cargo de Assistente em Administração e Auxiliar de Biblioteca,
de que comprovem experiência profissional de 12 (doze) meses como requisito para a
inscrição no certame e investidura no cargo.
7. Em recente julgado, ainda não publicado, de relatoria do Ministro Dias Toffoli (RE
733.433/MG), o egrégio Supremo Tribunal Federal assentou entendimento de que "a
Defensoria tem legitimidade ativa para propor ação civil pública na defesa dos
hipossuficientes mesmo quando extrapolar direitos ou interesses por ela tutelados", e
tal legitimidade se estabelece mesmo nos casos em que haja possíveis beneficiados
não necessitados.
8. Ainda segundo o STF, "estando presentes interesses individuais ou coletivos da população
necessitada, haverá a legitimidade ativa da Defensoria Pública para a propositura da ação
civil pública, mesmo nas hipóteses em que extrapolar esse público, ficando claro que, quando
extrapolar, a execução individual será limitada aos necessitados".
9. Apelação a que se dá parcial provimento para anular a sentença e determinar o retorno dos
autos ao Juízo de origem para o regular prosseguimento do feito.
(AC n. 0013062-94.2010.4.01.4300/TO – Relator Desembargador Federal Néviton Guedes –
e-DJF1 de 02/06/2016, grifei)

iii) Da utilização da ação civil pública como sucedâneo de ação direta de inconstitucionalidade:
Embora a DPU defenda que as Portarias SAP nºs. 1275/2017 e 2.546/2017 afrontariam normas
constitucionais, não requer, dentre seus pedidos, a declaração de inconstitucionalidade das referidas normas, mas sim a
declaração de nulidade do art. 3º da primeira portaria, e do art. 1º da segunda.
Do mesmo modo, não busca a parte autora a declaração de inconstitucionalidade do art. 16 da Lei
nº. 7.347/1985, mas apenas que os efeitos da decisão não sejam limitados ao território do Distrito Federal.
Logo, ainda que a alegação de inconstitucionalidade esteja presente como causa de pedir, não
integra os pedidos diretamente formulados pela autora, razão pela qual rejeito a referida preliminar.
iv) Da inadequação da via eleita:
A hipótese dos autos trata da defesa de direitos individuais homogêneos, de uma coletividade de
pessoas determinadas ou determináveis que compartilham prejuízos divisíveis e de origem comum, decorrentes da
mesma situação fática, o que legitima a atuação da Defensoria Pública da União.

Conforme sustentou Teori Zavascki no artigo "O Ministério Público e a Defesa de Direitos Individuais
Homogêneos" (Separata da Revista de Informação Legislativa nº 117/173), "há certos interesses individuais - de
pessoas privadas e de pessoas públicas - que, quando visualizados em seu conjunto, em forma coletiva e impessoal,
têm a força de transcender a esfera de interesses puramente individuais e passar a representar, mais do que a soma de
interesses dos respectivos titulares, verdadeiros interesses da comunidade como um todo”.
Outrossim, é cabível o ajuizamento de ação civil pública para a defesa de direitos individuais
homogêneos, mormente se socialmente relevantes, como é no caso concreto, que alcança uma ampla classe de

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trabalhadores, que supostamente estariam sendo impedidos, tanto de obter documento necessário para o exercício de
atividade econômica de subsistência, quanto de obter benefício assistencial garantido por lei.
Nesses termos, já decidiu o STF:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO


PARA PROMOVER AÇÃO CIVIL PÚBLICA EM DEFESA DOS INTERESSES DIFUSOS,
COLETIVOS E HOMOGÊNEOS. MENSALIDADES ESCOLARES: CAPACIDADE POSTULATÓRIA
DO PARQUET PARA DISCUTI-LAS EM JUÍZO. 1. A Constituição Federal confere relevo ao
Ministério Público como instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis (CF, art. 127). 2. Por isso mesmo detém o Ministério Público capacidade
postulatória, não só para a abertura do inquérito civil, da ação penal pública e da ação civil pública
para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, mas também de outros
interesses difusos e coletivos (CF, art. 129, I e III). 3. Interesses difusos são aqueles que
abrangem número indeterminado de pessoas unidas pelas mesmas circunstâncias de fato e
coletivos aqueles pertencentes a grupos, categorias ou classes de pessoas determináveis,
ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base. 3.1. A
indeterminidade é a característica fundamental dos interesses difusos e a determinidade a
daqueles interesses que envolvem os coletivos. 4. Direitos ou interesses homogêneos são
os que têm a mesma origem comum (art. 81, III, da Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990),
constituindo-se em subespécie de direitos coletivos. 4.1. Quer se afirme interesses coletivos
ou particularmente interesses homogêneos, stricto sensu, ambos estão cingidos a uma
mesma base jurídica, sendo coletivos, explicitamente dizendo, porque são relativos a
grupos, categorias ou classes de pessoas, que conquanto digam respeito às pessoas
isoladamente, não se classificam como direitos individuais para o fim de ser vedada a sua
defesa em ação civil pública, porque sua concepção finalística destina-se à proteção desses
grupos, categorias ou classe de pessoas. 5. As chamadas mensalidades escolares, quando
abusivas ou ilegais, podem ser impugnadas por via de ação civil pública, a requerimento do Órgão
do Ministério Público, pois ainda que sejam interesses homogêneos de origem comum, são
subespécies de interesses coletivos, tutelados pelo Estado por esse meio processual como dispõe
o artigo 129, inciso III, da Constituição Federal. 5.1. Cuidando-se de tema ligado à educação,
amparada constitucionalmente como dever do Estado e obrigação de todos (CF, art. 205), está o
Ministério Público investido da capacidade postulatória, patente a legitimidade ad causam, quando
o bem que se busca resguardar se insere na órbita dos interesses coletivos, em segmento de
extrema delicadeza e de conteúdo social tal que, acima de tudo, recomenda-se o abrigo estatal.
Recurso extraordinário conhecido e provido para, afastada a alegada ilegitimidade do Ministério
Público, com vistas à defesa dos interesses de uma coletividade, determinar a remessa dos autos
ao Tribunal de origem, para prosseguir no julgamento da ação.
(RE 163231, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em 26/02/1997, DJ
29-06-2001 PP-00055 EMENT VOL-02037-04 PP-00737, grifei)

v) Da falta de interesse de agir parcial:


Nesse ponto, assevero que, ainda que a Portaria SAP nº. 1.275/2017 tenha sido revogada pela
Portaria SAP nº. 2.078/2017, o texto de seu artigo 3º foi repetido pelo parágrafo 2º do artigo 4º da Portaria SAP nº.
2.546/2017, razão pela qual subsiste o interesse jurídico quanto ao afastamento da regra obsta a validade automática ao
protocolo de solicitação de registro para fins de concessão de seguro-defeso.
iv) Dos efeitos territoriais das decisões:

O artigo 16 da Lei nº. 7.347/85 determina que “A sentença civil fará coisa julgada ‘erga omnes’, nos

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limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de
provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova
prova”.

Apesar da limitação legal, o STJ tem flexibilizado a interpretação do dispositivo em questão,


estendendo os efeitos da coisa julgada para além dos limites territoriais do órgão prolator, utilizando como critério para a
limitação dos efeitos o alcance do dano e os interesses metaindividuais em discussão.

A esse respeito, colaciono precedentes do STJ:


ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
ABRANGÊNCIA DA SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA.
APLICABILIDADE DO ENTENDIMENTO FIRMADO PELA CORTE ESPECIAL NO
JULGAMENTO DO RESP 1.243.887/PR, REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA.
1. O acórdão recorrido não destoa do entendimento firmado por esta Corte ao apreciar o
REsp 1.243.887/PR, representativo de controvérsia. Na oportunidade, ressaltou-se que a
melhor interpretação a ser conferida ao art. 16 da Lei da ação Civil Pública deve
ponderar sobre os demais preceitos normativos aplicáveis ao caso concreto e
principalmente quanto aos ditames da tutela coletiva estabelecidos no Código de
Defesa do Consumidor.
2. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgInt no REsp 1164450/MG, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado
em 27/06/2017, DJe 30/06/2017)

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. PROCESSUAL CIVIL. ART. 16 DA LEI DA AÇÃO CIVIL


PÚBLICA. AÇÃO COLETIVA. LIMITAÇÃO APRIORÍSTICA DA EFICÁCIA DA DECISÃO À
COMPETÊNCIA TERRITORIAL DO ÓRGÃO JUDICANTE. DESCONFORMIDADE COM O
ENTENDIMENTO FIRMADO PELA CORTE ESPECIAL DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA EM JULGAMENTO DE RECURSO REPETITIVO REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA (RESP N.º 1.243.887/PR, REL. MIN. LUÍS FELIPE SALOMÃO). DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL DEMONSTRADO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ACOLHIDOS.
1. No julgamento do recurso especial repetitivo (representativo de controvérsia) n.º
1.243.887/PR, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, a Corte Especial do Superior Tribunal de
Justiça, ao analisar a regra prevista no art. 16 da Lei n.º 7.347/85, primeira parte,
consignou ser indevido limitar, aprioristicamente, a eficácia de decisões proferidas em
ações civis públicas coletivas ao território da competência do órgão judicante.
2. Embargos de divergência acolhidos para restabelecer o acórdão de fls. 2.418-2.425
(volume 11), no ponto em que afastou a limitação territorial prevista no art. 16 da Lei n.º
7.347/85.
(EREsp 1134957/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, julgado em
24/10/2016, DJe 30/11/2016)

De todo modo, o Distrito Federal é foro nacional, razão pela qual todo o país deve ser considerado
como território de competência do órgão judicante.

________________Mérito:

A Lei nº. 10.779 condiciona a habilitação ao benefício do seguro-desemprego no período de defeso


à apresentação de registro como pescador profissional atualizado no RGP, emitido pela Secretaria de Agricultura e
Pesca – SAP, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, com antecedência mínima de um ano.

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Assim, o pescador depende de um ato estatal para se habilitar ao recebimento de um benefício que
existe para assegurar sua própria subsistência. Ante o caráter do benefício em questão, é de se supor que a
Administração atuará com eficiência na emissão dos respectivos registros. Entretanto, restou plenamente demonstrado
que não foi o que ocorreu, e que a omissão/ineficiência da Administração tem causado aos pescadores prejuízos
irreparáveis, ameaçando sua própria sobrevivência, ao impedir o acesso ao seguro legalmente garantido.

Com efeito, o INSS, em sua manifestação, admite que "devido a dificuldades operacionais na
realização dos cadastramentos de solicitação de Registros de Pescadores, especialmente em virtude de reformas
administrativas que implicavam na modificação de competências, bem como em razão do reduzido quadro de
servidores, diversas ações relativas ao registro ficaram com análise pendente".

Por essa razão, segundo alega, "buscando resguardar a própria subsistência dos pescadores, foi
editada a Portaria de nº 1275, de 26 de julho de 2017, que através de seu Art. 1º, tornou válido os pedidos de registro
ainda não analisados e os suspensos".

Entretanto, não se justifica a restrição prevista no art. 3º da mencionada Portaria. Ao contrário do


que alega a autarquia, impedir a validação do registro para fins de requerimento do seguro-defeso não impede apenas a
concessão automática do benefício. Na verdade, ao deixar de reconhecer como válido o registro para fins de
requerimento do seguro defeso, o dispositivo impede a mera habilitação para o recebimento do benefício. É evidente
que o recebimento em si deverá estar condicionado aos demais requisitos legalmente previstos. Porém, não é razoável
impedir o pescador de se habilitar ao recebimento, em virtude da inexistência de registro válido, quando esse requisito
deixou de ser preenchido em decorrência de omissão estatal, a que não deu causa o pescador.

Por outro lado, também não se justifica o novo critério adotado pela Portaria SAP nº. 2.546/2018,
que estabeleceu novo regramento sobre a matéria, estabelecendo que "seriam válidos os protocolos de solicitação de
Registro Inicial para Licença de Pescador Profissional Artesanal entregues a partir do ano de 2014", além de manter a
restrição relativa ao seguro defeso.

Ora, não faz o menor sentido procurar beneficiar aqueles que aguardam desde o ano de 2014 a
manifestação da Administração, e deixar de atender àqueles que esperam ainda há mais tempo! Sem dúvida, o disposto
no mencionado artigo viola frontalmente o princípio da isonomia. Comprovada a existência de protocolo de solicitação
de Registro Inicial para Licença de Pescador Profissional Artesanal e inexistindo análise por parte da Administração,
resta demonstrada a ilegal omissão estatal, cabendo ao Estado tomar as providências cabíveis para que a mencionada
omissão não impeça o exercício de direitos fundamentais pelos administrados.

Ante o exposto, defiro parcialmente a tutela de urgência, para afastar a aplicação do limite
temporal previsto no art. 2º da Portaria SAP nº. 2.546-SEI/2017, bem como a restrição prevista no art. 4º, §2º, da
mesma portaria.

Assevero que, para a concessão do seguro-defeso pelo INSS, deverão ser observados todos os
demais requisitos legalmente previstos, razão pela qual a presente decisão apenas possibilita a habilitação dos
pescadores que possuam protocolos de solicitação de Registro Inicial para Licença de Pescador Profissional Artesanal,
ainda que anteriores ao ano de 2014, ao recebimento do benefício, ou seja, apenas se considera que os mencionados
protocolos deverão ser considerados como documento equivalente ao registro a que se refere o art. 2º, inciso I, da Lei
nº. 10.779/2003.

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Anexo ID: 229140906

No que tange ao pedido para que "sejam oportunizados aos pescadores o processamento de
pedidos de registro e fixado prazo que razoável para a apreciação e decisão administrativa", observo que este Juízo não
detém elementos no presente momento para fixação do mencionado prazo. Assim, postergo a apreciação deste pedido
para depois da contestação, ocasião em que a União deverá fornecer maiores subsídios sobre a quantidade de pedidos
pendentes e sobre a previsão de prazo para a sua análise.

Fixo prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento da presente decisão.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Citem-se os réus.

Brasília, DF, 23 de julho de 2018.

LIVIANE KELLY SOARES VASCONCELOS


Juíza Federal Substituta

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Anexo ID: 229140907
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Anexo ID: 229140908
Justiça Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico

04/06/2020

Número: 1012072-89.2018.4.01.3400
Classe: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL
Órgão julgador: 9ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 20/06/2018
Valor da causa: R$ 50.000,00
Assuntos: Concessão
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
DEFENSORIA PUBLICA DA UNIAO (AUTOR)
UNIÃO FEDERAL (RÉU)
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (RÉU)
CONFEDERACAO NACIONAL DOS PESCADORES E GUSTAVO MORENO DE MEDEIROS MIRANDA E FIGUEIRO
AQUICULTORES (TERCEIRO INTERESSADO) (ADVOGADO)
LEONARDO TORRES FIGUEIRO (ADVOGADO)
ROGERIO MAYER (ADVOGADO)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
24646 03/06/2020 19:18 Sentença Tipo A Sentença Tipo A
1882
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Anexo ID: 229140908

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Distrito Federal
9ª Vara Federal Cível da SJDF

SENTENÇA TIPO "A"


PROCESSO: 1012072-89.2018.4.01.3400
CLASSE: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL (65)
AUTOR: DEFENSORIA PUBLICA DA UNIAO

RÉU: UNIÃO FEDERAL, INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL


TERCEIRO INTERESSADO: CONFEDERACAO NACIONAL DOS PESCADORES E AQUICULTORES
Advogados do(a) TERCEIRO INTERESSADO: GUSTAVO MORENO DE MEDEIROS MIRANDA E FIGUEIRO -
MS13089, LEONARDO TORRES FIGUEIRO - MS15018, ROGERIO MAYER - MS5901

SENTENÇA

Trata-se de ação civil pública ajuizada pela DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO contra a
UNIÃO e o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, objetivando “declarar a nulidade do art. 3º
da Portaria Nº 1.275-SEI, de 26 de julho de 2017, bem como do art. 2º da Portaria 2.546/18 da Secretaria de
Agricultura e Pesca, na parte em que restringe temporalmente a validade de protocolos de pesca”.

As partes comunicaram a celebração de acordo extrajudicial.

Ante o exposto, HOMOLOGO o acordo pactuado entre as partes e, por consequência, julgo
extinto o processo, com resolução do mérito, com base no art. 487, III, “b”, do CPC.

Sem custas e sem honorários (art. 18, da Lei nº 7.347/85).

Certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Brasília-DF.

(Datado e assinado eletronicamente conforme certificado abaixo)

Assinado eletronicamente por: RENATO COELHO BORELLI - 03/06/2020 19:18:08 Num. 246461882 - Pág. 1
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Número do documento: 20060319180752500000242431065
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Anexo ID: 229140908

Assinado eletronicamente por: RENATO COELHO BORELLI - 03/06/2020 19:18:08 Num. 246461882 - Pág. 2
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20060319180752500000242431065
Número do documento: 20060319180752500000242431065
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Anexo ID: 229141182
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Anexo ID: 229141183

Requerimento de Seguro Defeso 2020/2021.


Requerimento com PROTOCOLO, nos termos da
Portaria SAP nº 2.546-SEI/2017, conforme determinado
na ACP nº 1012072-89.2018.401.3400.

LUCINDALVA RAMOS ROCHA, já qualificado (a) nos autos do


requerimento administrativo em anexo, neste ato representado por seus bastante procurador que
ora subscreve, vem perante o Instituto Nacional do Seguro Social requerer a concessão do
seguro defeso referente ao biênio 2020/2021, pelas considerações de fato e de direito a seguir
exposta a fim de complementar os documento obrigatórios exigidos pela autarquia:

Considerando que o período do defeso no Maranhão fora definido pela


Portaria IBAMA n.º 40, de 18 de outubro de 2005, entre 15º de novembro a 16 de
março. E, por isso, a parte autora suspendeu suas atividades.

Considerandoque um dos requisitos para concessão do benefício é o


Registro como Pescador Artesanal Ativo a mais de 1 ano.

Considerandoque por força Portaria SAP nº 2.546-SEI/20171os


protocolos de solicitação de RGP de Pescador Artesanal tornaram-se documento válido para o
exercício da pesca, verbis: Art. 2º - Ficam validados os protocolos de solicitação de
Registro Inicial para Licença de Pescador Profissional Artesanal

1
Portaria SAP nº 2.546 em anexo.
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Anexo ID: 229141183

entregues a partir do ano de 2014 como documentos de regularização para o


exercício da atividade de pesca.
Destacando-se o fato de que o § 2º, do art 4º, da Portaria limitou o exercício
da profissão no que tange ao recebimento do seguro defeso. É, dizer: conforme a portaria os
pescadores poderiam exercer regularmente suas profissões, mas tal exercício não seria pleno,
haja vista, que não poderiam perceber o seguro defeso. E, em razão disso, a Defensoria Pública
da União propôs a Ação Civil Pública nº 1012072-89.2018.401.3400, onde restou
declarado a ilegalidade da limitação imposta pelo § 2º, art. 4, da Portaria SAP nº
2.546-SEI/2017, conforme integra da decisão em anexo.
Portanto, os protocolos de solicitação de RGP são documentos idôneos a
substituir o próprio registro de pescador nos sistemas coorporativos do órgão da pesca
(SisRGP). E, portanto, também para o INSS.
Tal fato é deveras incontroverso!! E, por isso, o INSS emitiu
oMemorando-Circular nº 26 /DIRBEN/INSS (doc em anexo), exatamente para orientar
os servidores da autarquia quanto a obrigação de cumprir a decisão judicial no sentido de aceitar
o protocolo como documento idôneo, vale destacar o seguinte texto:
O Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, deverá analisar os
requerimentos de Seguro-Desemprego ao Pescador Artesanal –
SDPA utilizando os protocolos de solicitação de Registro Inicial
para Licença de Pescador Profissional Artesanal como documento
de valor probatório semelhante a inscrição efetivada no Registro Geral
de Pesca – RGP, independente do ano de protocolo.
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Anexo ID: 229141183

Considerando ainda que a decisão proferida no bojo da ACP impede que o


INSS exija qualquer outro documento quando o pescador apresentar o protocolo, conforme
delineado acima. Tal afirmativa, inclusive, restou incontroversa no bojo de decisão judicial
proferida na ACP, verbis: “determino a intimação do INSS, com urgência, para dar
integral cumprimento à decisão ID NUM6832146 (fls. 186/193), ficando afastada a
necessidade de apresentação pelos pescadores de quaisquer documentos emitidos
pela Secretaria Executiva de Pesca ou esferas superiores, para a comprovação de
sua condição, para o requerimento de seguro defeso.”
Diante do exposto, pede que o INSS reconheça o direito ao benefício
previdenciário do seguro defeso nos termos da Lei n.º 10.779/03 ao pescador
requerente em face do defeso previsto na Portaria IBAMA n.º 40, de 18 de outubro de 2005, e,
portanto, pague o seguro defeso 2020/2021.

Não menos importante, é destacar que o reconhecimento pelos


servidores do protocolo de requerimento do registro como documento hábil a
preencher o requisito do RGP ATIVO, independente de solicitação de outras
informações aos órgãos, é fruto de decisão judicial.

Portanto, o descumprimento de decisão judicial implica em


consequências de ordem administrativa e penal.

Ou seja: o descumprimento de decisão judicial implica em


improbidade administrativa (art. 11, II, da Lei 8.429 - AgInt no AREsp 1.397.770/MG).
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Anexo ID: 229141183

E, portanto, sujeito a pena demissão do serviço publico (art. 132, IV, da LEI 8.112).
Ademais, também configura crime capitulado no art. 330, do código penal.

Nestes Termos,

Pede e Espera Deferimento.

São Luís, 21 de dezembro de 2021.

Ana Carolina Aguiar Costa da

Fonseca OAB nª 8.899

Flávio Samuel Santos


Pinto OAB nº 8.497
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Anexo ID: 229141184
Fonseca & Pinto
ADVOGADOS ASSOCIADOS

PROCURAÇÃO AD-JUDICIA ET EXTRA

(Conforme decisão do CNJ no PCA flQ 0001464-74.2009.2.00.0000)

Nome: QU 4Zurc&19 ti RÁvn-c'

Nacionalidade:

Profissão:

Estado Civil:

Endereço: fL-1L\ 9d1

CPF: b79/1- 53 01 Telefone:

pelo presente instrumento de procuração, nomeia e constitui seus bastantes procuradores os


advogados Dra. ANA CAROLINA AGUIAR COSTA DA FONSECA, OAB/MA n2 8.899, Dr.
FLÁVIO SAMUEL SANTOS PINTO, OAB/MA n2 8.497 com endereço profissional á Avenida
Colares Moreira, n°7, sala 613, Escritório Fonseca e Pinto Advogados, Ed. Planta Tower,
Renascença II, nesta capital, telefone: (98/3246-3519 a que confere poderes para o foro em
geral e mais os especiais de receber a citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do
pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, pedir a justiça
gratuita e assinar declaração de hipossuficiência econômica (em conformidade com a norma
do art. 105 do NCPC 2015), firmar compromisso, receber e dar quitação de todo e qualquer
valor depositado em conta judicial, junto a qualquer agência bancária, relativo ao pagamento
de Requisição de Pequeno Valor (RPV), Precatório Judicial e Alvará Judicial, podendo, inclusive,
firmar as correspondentes declarações de endereço e de isenção de imposto de renda,
podendo, ainda, substabelecer este em outro mandato, com ou sem reserva de iguais poderes.
Para representação e defesa perante qualquer instituição, em especial perante o INSTITUTO
NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS) para: requerer cópia de processo administrativo,
concessão de benefício previdenciário e/ou assistencial, cadastro nacional de informações
sociais/CNIS (vínculos, recolhimentos e remunerações) e informações relativas a benefícios
concedidos e indeferidos (INFBEN).

São Luís,L de 1 62' de 2020.


S~_ i R v
DIGITAL
OUTORGANTE
Assinatura a rogo/outorgante

Endereço:

Testemunha 1:

Nome:

CPF:

Testemunha 2:

Nome:

CPF:

justusadv1gmaiI.com.
(98) 3246-3519 / (98) 99115-1300
Rua das Andirobas, n°40,salas 1007 e 1008,
Edf. Executive lake'Center, Jardim Renascença
São Luis/MA, CEP: 65075-040
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Anexo ID: 229141185
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Anexo ID: 229141185

LUCINDALVA RAMOS ROCHA

62694183301
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Anexo ID: 229141185
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Anexo ID: 229141185
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Anexo ID: 229141185
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Anexo ID:
SINDICATO DOS PESCADORES (AS) PROFISSIONAIS, ARTESANAIS, MARISQUEIROS E 229141185
CRIADORES DE PEIXE E MARISCO DO MUNICIPIO DE PINHEIRO - MA. SINPAMPI -
MA / FILIADA À FESPEMA
CNPJ: 07.590.329/0001-07 Rua Dom Afonso, nº. 1305 – Alcântara
Fundado em 31/07/2005 – Registrado em 14/09/2005
CEP: 65.200-000 / Pinheiro-Ma.
SINPAMPI “Pescador Consciente Respeita e Preserva o Meio Ambiente”

SINDICATO DOS PESCADORES DE PINHEIRO


DECLARAÇÃO

Eu FABRICIA LORENA MELO DURANS Portador da cédula de Identidade n°


SSP/CE, e CPF N° 018.214.193-40 residente e domiciliado na Rua JOAQUIM
MENDES, nº 374, MATRIZ PINHEIRO/MA, Presidente do Sindicato dos Pescadores de
PINHEIRO (SINPAMPI) ,localizada na Rua DOM AFONSO, 1305, ALCANTARA,
PINHEIRO –MA , declaro para todos os fins decomprovação junto a Secretaria Especial
de Aquicultura e Pesca do Maranhão, que o (a) Sr(a). LUCINDALVA RAMOS
ROCHA, brasileiro (a), pescador(a), inscrito (a) no CPF nº 626.941.833-01 RG nº
000569986966-0 e domiciliado (a) no (a) Rua DEPUTADO AFONSO PAIVA, Nº
340, FLORESTA, Pinheiro – MA CEP 65.200,00, é sócio (a) desta entidade e mantem
seus sustento como profissional exclusivo da atividade pesqueira, através da pesca no Rio
Pericuma e ratificado o que declara o (a) próprio (a) sócio (a), no requerimento em que
solicita seu registro inicial para a licença de Pescador Profissional, que não possui vínculo
empregatício ou outra renda. Ademais, informa que o produto explorado pelo(a)
pescadoro(a) é peixe.

PRESIDENTE

PINHEIRO - MA, 12 DE AGOSTO DE 2021


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Anexo ID: 229141185
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Despacho (205960791)
Enviado em 21/01/2022 16:13
Unidade: 0950112 - SEÇÃO DE RECONHECIMENTO DE DIREITOS
1482033457 - Seguro Defeso - Pescador Artesanal (Tarefa principal)

Indeferido. Não possui RGP ou protocolo de registro inicial assinado e carimbado pela Secretaria da
Pesca/MAPA.Dessa forma, não cumpre os requisitos básicos para fazer jus ao seguro desemprego do pescador
artesanal que é ter o Registro Geral de Pescador ou, em conformidade com a Portaria Conjunta n° 14, ter o
protocolo de registro inicial com, no mínimo, um ano. Requerimento não criado no sistema SD, por falta de
informações básicas para habilitação do benefício que é o n° do RGP e a data da criação.Lei 10.779/2003. § 2o
Para se habilitar ao benefício, o pescador deverá apresentar ao INSS os seguintes documentos: (Incluído pela Lei
nº 13.134, de 2015). I - registro como pescador profissional, categoria artesanal, devidamente atualizado no
Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), emitido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura com antecedência
mínima de 1 (um) ano, contado da data de requerimento do benefício;Caso discorde dessa decisão, poderá ser
agendado recurso à Junta de Recursos da Previdência Social em até 30 dias contados da comunicação.
012312030015637 89
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Anexo ID: 234737055

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Anexo ID: 234737055

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