CDC II O Povo de Deus
CDC II O Povo de Deus
CDC II O Povo de Deus
II — Do povo de Deus
TÍTULO I
DAS OBRIGAÇÕES E DIREITOS DE TODOS OS FIÉIS
LIVRO II
Cân. 208 — Devido à sua regeneração em Cristo, existe entre todos os fiéis
DO POVO DE DEUS verdadeira igualdade no concernente à dignidade e actuação, pela qual todos eles
cooperam para a edificação do corpo de Cristo, segundo a condição e a função
PARTE I próprias de cada um.
Cân. 209 — § 1. Os fiéis têm a obrigação de, com o seu modo de proceder,
DOS FIÉIS manterem sempre a comunhão com a Igreja.
§ 2. Cumpram com grande diligência os deveres que têm para com a Igreja,
Cân. 204 — § l. Fiéis são aqueles que, por terem sido incorporados em Cristo quer universal, quer particular a que pertencem, segundo as prescrições do
pelo baptismo, foram constituídos em povo de Deus e por este motivo se tornaram direito.
a seu modo participantes do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo e, segun- Cân. 210 — Todos os fiéis, segundo a sua condição, devem esforçar-se por
do a própria condição, são chamados a exercer a missão que Deus confiou à Igreja levar uma vida santa e promover o incremento da Igreja e a sua contínua santifica-
para esta realizar no mundo. ção.
§ 2. Esta Igreja, constituída e ordenada neste mundo como sociedade, subsiste Cân. 211 — Todos os fiéis têm o dever e o direito de trabalhar para que a
na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão mensagem divina da salvação chegue cada vez mais a todos os homens de todos
com ele. os tempos e do mundo inteiro.
Cân. 205 — Encontram-se em plena comunhão da Igreja católica neste mundo Cân. 212 — § l. Os fiéis, conscientes da sua responsabilidade, têm obrigação
os baptizados que estão unidos com Cristo no seu corpo visível, pelos vínculos da de prestar obediência cristã àquilo que os sagrados Pastores, como representantes
profissão de fé, dos sacramentos e do governo eclesiástico. de Cristo, declaram na sua qualidade de mestres da fé ou estabelecem como gover-
Cân. 206 — § 1. Estão ligados à Igreja, de modo especial, os catecúmenos, isto nantes da Igreja.
é, aqueles que, por moção do Espírito Santo, com vontade explícita anseiam por § 2. Os fiéis têm a faculdade de expor aos Pastores da Igreja as suas necessida-
ser nela incorporados, e graças a esse desejo, assim como pela vida de fé, esperan- des, sobretudo espirituais, e os seus anseios.
ça e caridade que levam, se unem à Igreja, que já os trata como seus. § 3. Os fiéis, segundo a ciência, a competência e a proeminência de que desfru-
§ 2. A Igreja tem especial solicitude para com os catecúmenos, pois ao con- tam, têm o direito e mesmo por vezes o dever, de manifestar aos sagrados Pastores
vidá-los a viver segundo o Evangelho e ao introduzi-los na celebração dos ritos a sua opinião acerca das coisas atinentes ao bem da Igreja, e de a exporem aos
sagrados, concede-lhes várias prerrogativas, que são próprias dos cristãos. restantes fiéis, salva a integridade da fé e dos costumes, a reverência devida aos
Cân. 207 — § l. Por instituição divina, entre os fiéis existem os ministros Pastores, e tendo em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas.
sagrados, que no direito se chamam também clérigos; os outros fiéis também se Cân. 213 — Os fiéis têm o direito de receber dos sagrados Pastores os auxílios
designam por leigos. hauridos dos bens espirituais da Igreja, sobretudo da palavra de Deus e dos sacra-
§ 2. De ambos estes grupos existem fiéis que, pela profissão dos conselhos mentos.
evangélicos por meio dos votos ou outros vínculos sagrados, reconhecidos e san- Cân. 214 — Os fiéis têm o direito de prestar culto a Deus segundo as prescri-
cionados pela Igreja, se consagram a Deus de modo peculiar, e contribuem para ções do rito próprio aprovado pelos legítimos Pastores da Igreja, e de seguir uma
a missão salvífica da Igreja; cujo estado, embora não diga respeito à estrutura forma própria de vida espiritual, consentânea com a doutrina da Igreja.
hierárquica da Igreja, pertence contudo à sua vida e santidade.
Cân. 215 — Os fiéis podem livremente fundar e dirigir associações para fins
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conhecimento da mesma doutrina, adaptado à capacidade e condição de cada qual. Cân. 233 — § 1. Incumbe a toda a comunidade cristã o dever de fomentar as
§ 2. Têm também o direito de adquirir um conhecimento mais pleno nas ciên- vocações, para que se proveja suficientemente em toda a Igreja às necessidades do
cias sagradas, que se ensinam nas universidades e faculdades eclesiásticas ou nos sagrado ministério; em especial têm este dever as famílias cristãs, os educadores, e
institutos de ciências religiosas, frequentando as respectivas aulas e alcançando os de modo peculiar os sacerdotes, sobretudo párocos. Os Bispos diocesanos, a quem
graus académicos. principalmente incumbe cuidar de promover as vocações, instruam o povo que
§ 3. De igual modo, e observadas as prescrições estabelecidas quanto à idonei- lhes está confiado acerca da importância do ministério sagrado e da necessidade
dade exigida, têm capacidade para receberem da legítima autoridade eclesiástica o de ministros na Igreja, e suscitem e apoiem iniciativas para promover vocações,
mandato para ensinarem as ciências sagradas. especialmente por meio de obras com essa finalidade.
Cân. 230 — § 1. Os leigos do sexo masculino, possuidores da idade e das § 2. Os sacerdotes, e especialmente os Bispos diocesanos, mostrem-se também
qualidades determinadas por decreto da Confêrencia episcopal, podem, mediante solícitos, para que os homens de idade mais madura que se julguem chamados aos
o rito litúrgico, ser assumidos de modo estável para desempenharem os ministérios ministérios sagrados, sejam prudentemente auxiliados com palavras e obras e se
de leitor e de acólito; porém, a colação destes ministérios não lhes confere o direito preparem convenientemente para eles.
à sustentação ou remuneração por parte da Igreja. Cân. 234 — § 1. Conservem-se, onde existirem, e fomentem-se os seminários
§ 2. Os leigos, por deputação temporária, podem desempenhar nas acções li- menores ou outras instituições semelhantes, nos quais, para fomentar as vocações,
túrgicas a função de leitor; da mesma forma todos os leigos podem desempenhar se providencie a que seja ministrada uma especial formação religiosa a par da cul-
as funções de comentador, cantor e outras, segundo as normas do direito. tura humanística e científica; mais, o Bispo diocesano, onde o julgar conveniente,
§ 3. Onde as necessidades da Igreja o aconselharem, por falta de ministros, os providencie à erecção do seminário menor ou instituição similar.
leigos, mesmo que não sejam leitores ou acólitos, podem suprir alguns ofícios, § 2. A não ser que as circunstâncias em certos casos aconselhem outra coisa,
como os de exercer o ministério da palavra, presidir às orações litúrgicas, conferir os jovens que tenham a intenção de ascender ao sacerdócio possuam a formação
o baptismo e distribuir a sagrada Comunhão, segundo as prescrições do direito. humanística e científica, com a qual os jovens se preparam na sua região para os
Cân. 231— § 1. Os leigos, dedicados de forma permanente ou temporária ao estudos superiores.
serviço especial da Igreja, têm obrigação de adquirir a formação requerida para o Cân. 235 — §1. Os jovens que pretendem ascender ao sacerdócio, recebam a
conveniente desempenho do seu múnus, e de o desempenhar consciente, cuidado- formação espiritual conveniente e a preparação para as funções próprias no semi-
sa e diligentemente. nário maior durante todo o tempo da formação, ou, se a juízo do Bispo diocesano,
§ 2. Sem prejuízo da prescrição do cân. 230, § 1, têm direito à honesta remu- as circunstâncias o exigirem, ao menos durante quatro anos.
neração acomodada à sua condição, graças à qual possam prover decentemente § 2. Os que legitimamente residirem fora do seminário, sejam confiados pelo
às necessidades próprias e da família, observadas as prescrições da lei civil; da Bispo diocesano aos cuidados de um sacerdote piedoso e idóneo, que vele para
mesma forma têm o direito a que se proveja convenientemente à sua previdência, que se formem diligentemente na vida espiritual e na disciplina.
segurança social e assistência sanitária. Cân. 236 — Segundo as prescrições da Conferência episcopal, os aspirantes
ao diaconado permanente, sejam formados sobre o modo de cultivar a vida espiri-
TÍTULO III tual e preparados para cumprirem devidamente os deveres próprios dessa ordem:
1.° os jovens, ao menos durante três anos, permanecendo nalguma casa
DOS MINISTROS SAGRADOS OU CLÉRIGOS
apropriada, a não ser que o Bispo diocesano por motivos graves determine outra
coisa;
CAPÍTULO I 2.° os homens de idade mais madura, solteiros ou casados, com uma prepa-
DA FORMAÇÃO DOS CLÉRIGOS ração prolongada por três anos e determinada pela mesma Conferência episcopal.
Cân. 237 — Em cada diocese, onde for possível e conveniente, haja seminário
Cân. 232 — A Igreja tem o dever e o direito próprio e exclusivo de formar maior; de contrário, enviem-se os alunos que se preparam para os ministérios sa-
aqueles que hão-de dedicar-se aos ministérios sagrados. grados para outro seminário, ou erija-se um seminário interdiocesano.
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§ 2. Não se erija seminário interdiocesano sem primeiro se obter a aprovação a ministrar no seminário, adaptadas às necessidades pastorais de cada região ou
da Sé Apostólica, quer para a erecção, quer para os estatutos, e ainda a da Con- província.
ferência episcopal se se tratar de seminário para todo o seu território, ou, no caso § 2. Observem-se em todos os seminários diocesanos ou interdiocesanos, as
contrário, a dos bispos interessados. Normas de que se trata no § 1.
Cân. 238 — § 1. Os seminários legitimamente erectos gozam de personalida- Cân. 243 — Cada seminário tenha também um regulamento próprio, aprovado
de jurídica na Igreja, pelo próprio direito. pelo Bispo diocesano, ou, se se tratar de um seminário interdiocesano, pelos Bispos
§ 2. O reitor representa o seminário em todos os assuntos, a não ser que para interessados, no qual se acomodem as Normas da formação sacerdotal às circunstân-
alguns determinados a autoridade competente estabeleça outra coisa. cias particulares, e se determinem mais pormenorizadamente sobretudo os pontos de
Cân. 239 — § 1. Em cada seminário haja um reitor que o dirija, e, se for con- disciplina relativos à vida quotidiana dos alunos e à ordem de todo o seminário.
veniente, um vice-reitor, um ecónomo e, se os alunos nele seguirem os estudos, Cân. 244 — No seminário, a formação espiritual e a instrução doutrinal dos
também professores, que ensinem as diversas matérias relacionadas entre si de alunos harmonizem-se e orientem-se de tal modo que eles, segundo a índole de
modo conveniente. cada um, juntamente com a maturidade humana adquiram o espírito do Evangelho
§ 2. Em cada seminário haja pelo menos um director espiritual, deixando-se e a união íntima com Cristo.
porém aos alunos a liberdade de se dirigirem a outros sacerdotes, deputados pelo Cân. 245 — § 1. Por meio da formação espiritual, os alunos tornem-se aptos
Bispo para tal múnus. para exercer com fruto o ministério pastoral e formem-se no espírito missionário,
§ 3. Nos estatutos do seminário estabeleçam-se normas, para que na actuação aprendendo que o ministério sagrado, exercido sempre com fé viva e na caridade,
do reitor, sobretudo no respeitante à observância da disciplina, participem também contribui para a santificação própria; aprendam também a cultivar as virtudes mais
os outros superiores, professores e até mesmo os alunos. apreciadas na convivência humana, de forma a atingirem um justo equilíbrio entre
Cân. 240 — § 1. Além dos confessores ordinários, vão ao seminário regular- as qualidades humanas e sobrenaturais.
mente outros confessores, e, salva a disciplina do seminário, seja sempre permitido § 2. Os alunos formem-se de tal maneira que, imbuídos no amor à Igreja de
aos alunos dirigirem-se a qualquer confessor quer no seminário quer fora dele. Cristo, se sintam unidos pela caridade humilde e filial ao Pontífice Romano, suces-
§ 2. Nas decisões acerca da admissão dos alunos às ordens ou do seu despe- sor de Pedro, e se liguem ao Bispo próprio como fiéis cooperadores e laborem com
dimento do seminário, nunca se pode pedir o parecer ao director espiritual e aos os irmãos no trabalho; por meio da vida comum no seminário e pelo cultivo das
confessores. relações de amizade e de convivência com os outros preparem-se para a união fra-
Cân. 241 — § 1. O Bispo diocesano só admita ao seminário maior aqueles terna com o presbitério diocesano, de que serão participantes no serviço da Igreja.
que, pelos seus dotes humanos e morais, espirituais e intelectuais, saúde física e Cân. 246 — § 1. A celebração Eucarística seja o centro de toda a vida do se-
psíquica, e ainda pela vontade recta, sejam julgados aptos para se dedicarem per- minário, de forma que todos os dias os alunos, participando da própria caridade
petuamente aos ministérios sagrados. de Cristo, possam haurir sobretudo desta fonte abundantíssima as forças para o
§ 2. Antes da admissão, os alunos devem apresentar certidão de baptismo e trabalho apostólico e para a sua vida espiritual.
confirmação e os outros documentos que sejam requeridos segundo as prescrições § 2. Formem-se na celebração da liturgia das horas, com a qual os ministros de
das Normas para a formação sacerdotal. Deus, em nome da Igreja, rogam a Deus por todo o povo que lhes está confiado, e
§ 3. Se se tratar da admissão de alguém que tiver sido despedido de outro semi- mesmo por todo o mundo.
nário ou instituto religioso, requer-se ainda o testemunho do respectivo superior, § 3. Promova-se o culto da Santíssima Virgem Maria, mesmo pela recitação do
especialmente acerca dos motivos para a demissão ou saída. rosário mariano, a oração mental e outros exercícios de piedade, graças aos quais
Cân. 242 — § 1. Em cada país haja Normas para a formação sacerdotal estabe- os alunos adquiram o espírito de oração e alcancem a fortaleza da sua vocação.
lecidas pela Conferência episcopal, tendo em conta as normas dadas pela suprema § 4. Habituem-se os alunos a aproximar-se com frequência do sacramento da
autoridade da Igreja; aquelas Normas devem ser aprovadas pela Santa Sé, e ir-se penitência, e recomenda-se que cada qual tenha um director da sua vida espiritual
acomodando às circunstâncias, também com aprovação da Santa Sé, e nelas de- livremente escolhido, ao qual possa abrir confiadamente a sua consciência.
finam-se os princípios mais importantes e as orientações gerais para a formação § 5. Todos os anos os alunos façam exercícios espirituais.
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Cân. 247 — § 1. Preparem-se com a educação conveniente para guardar o jurídicas, aqueles que, exímios nas virtudes, tenham alcançado a láurea doutoral
estado de celibato, e aprendam a considerá-lo como dom especial de Deus. ou a licenciatura nas universidades ou faculdades reconhecidas pela Santa Sé.
§ 2. Dê-se aos alunos a devida informação acerca das obrigações e dos encar- § 2. Procure-se que sejam nomeados professores diferentes para leccionarem
gos próprios dos ministros sagrados da Igreja, sem se lhes ocultar nenhuma das a sagrada Escritura, a teologia dogmática, a teologia moral, a liturgia, a filosofia,
dificuldades da vida sacerdotal. o direito canónico, a história eclesiástica e as outras disciplinas, que se hão-de
Cân. 248 — A formação doutrinal que se deve dar, tem por objectivo que os ensinar segundo o método próprio.
alunos, juntamente com a cultura geral consentânea com as necessidades do lugar § 3. O professor que falte gravemente ao seu dever, seja removido pela autori-
e do tempo, adquiram conhecimentos amplos e sólidos nas disciplinas sagradas, dade referida no § 1.
de modo que, graças à própria fé nelas fundamentada e delas nutrida, possam de- Cân. 254 — § 1. Os professores, ao ensinarem as diversas disciplinas, preocu-
vidamente anunciar a doutrina do Evangelho aos homens do seu tempo, de forma pem-se continuamente com a íntima unidade e harmonia de toda a doutrina da fé,
acomodada à sua capacidade. de tal forma que os alunos sintam que aprendem uma só ciência; para que isto se
Cân. 249 — Nas Normas da formação sacerdotal proveja-se a que os alunos consiga mais adequadamente, haja no seminário quem coordene todos os estudos.
não só aprendam cuidadosamente a língua pátria, mas dominem também a língua § 2. Ensinem-se os alunos de tal modo que eles se tornem aptos para examinar
latina e tenham conhecimentos das línguas estrangeiras que sejam necessárias ou os problemas com investigações apropriadas e método científico; haja, portanto,
úteis à sua formação e ao exercício do ministério pastoral. exercícios, por meio dos quais, sob a orientação dos professores, os alunos apren-
dam a realizar alguns estudos com o seu próprio trabalho.
Cân. 250 — Os estudos filosóficos e teológicos ministrados no seminário
tanto podem realizar-se sucessiva como conjuntamente, segundo as Normas da Cân. 255 — Ainda que toda a formação dos alunos nos seminários prossiga
formação sacerdotal; durem ao menos seis anos completos, mas de modo que às um fim pastoral, ordene-se neles a formação estritamente pastoral, graças à qual
disciplinas filosóficas se dedique o tempo de um biénio completo, e aos estudos os alunos aprendam os princípios e os métodos que, atendendo às necessidades do
teológicos um quadriénio também completo. lugar e do tempo, dizem respeito ao exercício do ministério de ensinar, santificar e
reger o povo de Deus.
Cân. 251 — A formação filosófica, que há-de basear-se no património filosófi-
co perenemente válido e ter em conta também a investigação filosófica dos tempos Cân. 256 — § 1. Instruam-se diligentemente os alunos no que de modo pe-
mais recentes, ministre-se de forma que aperfeiçoe a formação humana, promova culiar diz respeito ao sagrado ministério, sobretudo no exercício da catequética e
a agudeza da inteligência e torne os alunos mais aptos para realizarem os estudos da homilética, no culto divino, especialmente na celebração dos sacramentos, nas
teológicos. relações com os homens, inclusive não católicos ou não crentes, na administração
da paróquia e no desempenho de outros cargos.
Cân. 252 — § 1. A formação teológica, à luz da fé, sob a orientação do Magis-
§ 2. Instruam-se os alunos acerca das necessidades da Igreja universal de modo
tério, seja ministrada de forma que os alunos conheçam integralmente a doutrina
que se mostrem solícitos em promover as vocações, e nos problemas missionários,
católica, baseada na Revelação divina, a tornem alimento da sua vida espiritual e
ecuménicos e outros mais urgentes, incluindo os sociais.
a possam anunciar e defender devidamente, no exercício do ministério.
§ 2. Instruam-se com particular diligência os alunos na sagrada Escritura, de Cân. 257 — §1. Proveja-se à formação dos alunos, de forma que mostrem so-
modo a adquirirem um conspecto geral de toda ela. licitude não só para com a Igreja particular para cujo serviço se incardinarão, mas
§ 3. Haja lições de teologia dogmática, baseadas sempre na palavra de Deus também para com toda a Igreja, e estejam preparados para se dedicarem às Igrejas
escrita, juntamente com a sagrada Tradição, com cujo auxílio os alunos aprendam particulares cujas necessidades graves assim o reclamem.
a penetrar mais intimamente o mistério da salvação, tendo por mestre principal- § 2. Procure o Bispo diocesano que os clérigos, que pretendem transferir-se da
mente a S. Tomás; e também lições de teologia moral e pastoral, direito canónico, sua para uma Igreja particular de outra região, se preparem convenientemente para
liturgia, história eclesiástica, além de outras disciplinas auxiliares e especiais, aí exercerem o ministério sagrado, aprendendo a língua da região, e adquirindo
segundo as prescrições das Normas da formação sacerdotal. conhecimento das suas instituições, condições sociais, usos e costumes.
Cân. 253 — § 1. Só sejam nomeados pelo Bispo ou pelos Bispos interessados, Cân. 258 — Para aprenderem também na prática a arte do apostolado, os alu-
para exercerem o múnus de professores das disciplinas filosóficas, teológicas e nos, durante o curso, sobretudo nas férias, sejam iniciados na prática pastoral com
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3.° o clérigo declare por escrito ao mesmo Bispo diocesano que quer dedi- Cân. 275 — § 1. Os clérigos, uma vez que todos conspiram para a mesma
car-se ao serviço da nova Igreja particular segundo as normas do direito. obra, a saber, a edificação do Corpo de Cristo, estejam unidos entre si pelo vínculo
Cân. 270 — A excardinação só pode ser concedida licitamente por causas justas da fraternidade e da oração, cooperem uns com os outros, segundo as prescrições
como são a utilidade da Igreja ou o bem do próprio clérigo; não pode ser negada a não do direito particular.
ser que existam causas graves; é, porém, permitido ao clérigo, que se julgue agravado § 2. Os clérigos reconheçam e promovam a missão que os leigos, cada um pela
e tenha encontrado um Bispo que o receba, apresentar recurso contra a decisão. sua parte, desempenham na Igreja e no mundo.
Cân. 271 — § 1. Fora do caso de verdadeira necessidade da Igreja particular Cân. 276 — § 1. Os clérigos estão obrigados, por motivo peculiar, a tender à
própria, o Bispo diocesano não negue a licença de transferência aos clérigos que santidade na sua vida, uma vez que, consagrados a Deus por novo título na recepção
saiba estarem preparados e considere aptos a irem para regiões que sofram de da ordem, são os dispensadores dos mistérios de Deus para o serviço do Seu povo.
grave falta de clero, a fim de aí exercerem o ministério sagrado; providencie no § 2. Para poderem adquirir esta perfeição:
entanto a que, por meio dum acordo escrito com o Bispo diocesano do lugar para 1.° antes de mais, desempenhem fiel e esforçadamente os deveres do minis-
onde se dirigem, se determinem os direitos e os deveres desses clérigos. tério pastoral;
§ 2. O Bispo diocesano pode conceder licença aos seus clérigos para se trans- 2.° alimentem a sua vida espiritual na dupla mesa da sagrada Escritura e da
ferirem para outra Igreja particular por prazo determinado, mesmo várias vezes Eucaristia; pelo que, os sacerdotes são instantemente convidados a oferecer diaria-
renovável, mas de forma que esses clérigos continuem incardinados na sua Igreja mente o Sacrifício eucarístico, e os diáconos a participar também quotidianamente
particular própria, e, ao regressarem a esta, gozem dos mesmos direitos que teriam nessa oblação;
se nela tivessem exercido o sagrado ministério. 3.° os sacerdotes e os diáconos que aspiram ao sacerdócio têm a obrigação
§ 3. O clérigo que legitimamente se transferir para outra Igreja particular, de rezar diariamente a liturgia das horas segundo os livros litúrgicos próprios e
permanecendo incardinado na sua própria, pode ser chamado por justa causa pelo aprovados; os diáconos permanentes rezam-na na parte determinada pela Confe-
Bispo diocesano, contanto que se respeitem o acordo celebrado com o outro Bispo rência episcopal;
e a equidade natural; de igual forma, e observadas as mesmas condições, o Bispo 4.° igualmente têm a obrigação de participar nos exercícios espirituais,
diocesano da segunda Igreja particular pode negar ao clérigo por justa causa a segundo as prescrições do direito particular;
licença de prolongar a permanência no seu território. 5.° recomenda-se-lhes que façam regularmente oração mental, se aproxi-
mem frequentemente do sacramento da penitência, honrem com particular vene-
Cân. 272 — O Administrador diocesano não pode conceder a excardinação
ração a Virgem Mãe de Deus e empreguem outros meios de santificação comuns e
ou a incardinação, ou ainda a licença de transferência para outra Igreja particular,
particulares.
a não ser um ano depois da vagatura da sé episcopal e com o consentimento do
colégio dos consultores. Cân. 277 — § 1. Os clérigos têm obrigação de guardar continência perfeita
e perpétua pelo Reino dos céus, e portanto estão obrigados ao celibato, que é um
dom peculiar de Deus, graças ao qual os ministros sagrados com o coração indivi-
CAPÍTULO III so mais facilmente podem aderir a Cristo e mais livremente conseguir dedicar-se
DAS OBRIGAÇÕES E DOS DIREITOS DOS CLÉRIGOS ao serviço de Deus e dos homens.
§ 2. Os clérigos procedam com prudência para com as pessoas, cuja convivên-
Cân. 273 — Os clérigos têm obrigação especial de prestar reverência e obe- cia possa constituir perigo para a obrigação de guardarem continência ou redundar
diência ao Sumo Pontífice e ao Ordinário próprio. em escândalo para os fiéis.
§ 3. Compete ao Bispo diocesano dar normas mais determinadas nesta matéria
Cân. 274 — §1. Só os clérigos podem obter os ofícios para cujo exercício se
e emitir juízo sobre a observância desta obrigação nos casos particulares.
requer o poder de ordem ou o poder de governo eclesiástico.
§ 2. A não ser que os escuse um impedimento legítimo, os clérigos estão obri- Cân. 278 — § 1. Os clérigos seculares têm o direito de se associarem com
gados a aceitar e desempenhar fielmente os cargos que lhes forem confiados pelo outros para alcançarem os fins consentâneos com o estado clerical.
seu Ordinário. § 2. Os clérigos seculares tenham sobretudo em grande apreço aquelas asso-
ciações que, com estatutos aprovados pela autoridade competente, por meio de
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uma regra de vida adaptada e convenientemente aprovada, e do auxílio fraterno, Cân. 283 — § 1. Os clérigos, mesmo que não tenham ofício residencial, não
fomentam a sua santidade no exercício do ministério, e favorecem a união dos se ausentem da sua diocese por tempo notável, a determinar por direito particular,
clérigos entre si e com o seu Bispo. sem licença, ao menos presumida, do Ordinário próprio.
§ 3. Abstenham-se os clérigos de constituir ou participar em associações, cujo § 2. Compete-lhes também a faculdade de gozar todos os anos do devido e
fim e actividades não se possam compaginar com as obrigações próprias do estado suficiente tempo de férias, determinado por direito universal ou particular.
clerical ou possam prejudicar o diligente cumprimento do múnus que lhes foi con- Cân. 284 — Os clérigos usem trajo eclesiástico conveniente, segundo as nor-
fiado pela autoridade eclesiástica competente. mas estabelecidas pela Conferência episcopal, e segundo os legítimos costumes
Cân. 279 — § 1. Os clérigos prossigam os estudos sagrados, mesmo depois dos lugares.
de recebido o sacerdócio, e sigam a doutrina sólida, fundada na sagrada Escritu- Cân. 285 — § 1. Os clérigos abstenham-se inteiramente de tudo o que desdiz
ra, transmitida pelos antepassados e comummente recebida pela Igreja, como é do seu estado, segundo as prescrições do direito particular.
apresentada sobretudo nos documentos dos Concílios e dos Pontífices Romanos, § 2. Evitem ainda o que, não sendo indecoroso, é no entanto alheio ao estado
evitando as novidades profanas de linguagem e a falsamente chamada ciência. clerical.
§ 2. Os sacerdotes, segundo as prescrições do direito particular, depois da or- § 3. Os clérigos estão proibidos de assumir cargos públicos que importem a
denação sacerdotal, assistam às prelecções pastorais que se devem realizar, e, nos participação no exercício do poder civil.
tempos estabelecidos pelo mesmo direito, participem em outras prelecções, reu- § 4. Sem licença do seu Ordinário, não se ocupem da gestão de bens pertencen-
niões teológicas ou conferências, com as quais se lhes oferece ocasião de adquiri- tes a leigos nem de outros ofícios seculares, que tragam consigo o ónus de pres-
rem conhecimentos mais plenos das ciências sagradas e dos métodos pastorais. tar contas; sem consultar o mesmo Ordinário estão proibidos de serem fiadores,
§ 3. Prossigam também no conhecimento de outras ciências, sobretudo daque- mesmo com bens próprios, e abstenham-se de assinar documentos, pelos quais se
las que se relacionam com as ciências sagradas, principalmente na medida em que obriguem, sem especificar a causa, a pagamentos.
aproveitem ao exercício do ministério pastoral.
Cân. 286 — Proíbe-se aos clérigos que, sem licença da legítima autoridade
Cân. 280 — Muito se recomenda aos clérigos alguma forma de vida comum; eclesiástica, exerçam, por si ou por outrem, para utilidade própria ou alheia, nego-
a qual, onde esteja em uso, se há-de conservar quanto possível. ciação ou comércio.
Cân. 281 — § 1. Os clérigos, quando se dedicam ao ministério eclesiástico, Cân. 287 — § 1. Os clérigos promovam e fomentem sempre e o mais possível
merecem uma remuneração condigna com a sua condição, tendo em conta tanto a a paz e a concórdia entre os homens, baseada na justiça.
natureza do seu múnus, como as circunstâncias dos lugares e dos tempos, com a § 2. Não tomem parte activa em partidos políticos ou na direcção de associa-
qual possam prover às necessidades da sua vida e à justa retribuição daqueles de ções sindicais, a não ser que, a juízo da autoridade eclesiástica competente, o exija
cujo serviço necessitam. a defesa dos direitos da Igreja ou a promoção do bem comum.
§ 2. Também se deve providenciar para que desfrutem da assistência social,
Cân. 288 — Os diáconos permanentes não estão sujeitos às prescrições dos
com a qual se proveja convenientemente às suas necessidades, se sofrerem de
cânones 284, 285, §§ 3 e 4, 286, 287, § 2, a não ser que o direito particular deter-
doença, invalidez ou velhice.
mine outra coisa.
§ 3. Os diáconos casados, que se entregarem plenamente ao ministério eclesiás-
tico, merecem uma remuneração com que possam prover à sua sustentação e à da Cân. 289 — § 1. Sendo o serviço militar menos consentâneo com o estado
família; mas aqueles que tiverem remuneração pela profissão civil que exercem ou clerical, os clérigos e os candidatos às ordens sagradas não se alistem nele volun-
exerceram, provejam às suas necessidades e às da família com essas receitas. tariamente, a não ser com licença do seu Ordinário.
§ 2. Os clérigos utilizem as isenções que as leis civis, as convenções e os cos-
Cân. 282 — § 1. Os clérigos cultivem a simplicidade de vida e abstenham-se
tumes lhes concedem, em ordem a não exercerem cargos e serviços públicos civis
de tudo o que tenha ressaibos de vaidade.
alheios ao estado clerical, a não ser que em casos particulares o Ordinário próprio
§ 2. Os bens recebidos por ocasião do exercício do ofício eclesiástico, que lhes
decida outra coisa.
sobejarem depois de providenciarem à sua honesta sustentação e ao cumprimento
dos deveres do próprio estado, procurem empregá-los para o bem da Igreja e em
obras de caridade.
LIV. II — Do povo de Deus 51 52 LIV. II — Do povo de Deus
§ 2. A autoridade eclesiástica competente, se o julgar oportuno, pode também Cân. 308 — Quem tiver sido legitimamente admitido, não seja demitido da as-
erigir associações de fiéis destinadas a prosseguir directa ou indirectamente outros sociação, a não ser por causa justa e em conformidade com o direito e os estatutos.
fins espirituais, cuja consecução não esteja suficientemente assegurada por inicia- Cân. 309 — As associações legitimamente constituídas têm o direito, segundo
tiva dos particulares. as normas do direito e dos estatutos, de promulgar normas peculiares respeitantes
§ 3. As associações de fiéis erectas pela competente autoridade eclesiástica à própria associação, reunir assembleias, designar os dirigentes, oficiais, emprega-
designam-se associações públicas. dos e administradores dos bens.
Cân. 302 — Chamam-se clericais as associações de fiéis que, sob a direcção Cân. 310 — A associação privada, que não for constituída em pessoa jurídica,
de clérigos, assumem o exercício da ordem sagrada e são reconhecidas como tais enquanto tal não pode ser sujeito de obrigações e de direitos; no entanto, os fiéis
pela autoridade competente. nela associados podem conjuntamente contrair obrigações e bem assim adquirir
Cân. 303 — As associações cujos membros, participando no século do espírito e possuir bens como comproprietários e compossuidores; podem exercer estes
de algum instituto religioso e sob a sua alta orientação, levam uma vida apostólica direitos e obrigações por meio de um mandatário ou procurador.
e tendem à perfeição cristã, recebem o nome de ordens terceiras ou outra designa- Cân. 311 — Os membros dos institutos de vida consagrada, que presidirem
ção consentânea. ou assistirem a associações de algum modo vinculadas ao seu instituto, procurem
Cân. 304 — § 1. Todas as associações de fiéis, públicas ou privadas, qualquer que as mesmas associações prestem auxílio às obras de apostolado existentes na
que seja a designação, tenham estatutos próprios, nos quais se determinem o fim diocese, cooperando sob a direcção do Ordinário do lugar, de preferência com as
ou o objectivo social da associação, a sede, o governo, e as condições necessárias associações orientadas para o apostolado na diocese.
para a elas se pertencer, o modo de agir, tendo em atenção as necessidades ou a
utilidade do tempo e do lugar. CAPÍTULO II
§ 2. Adoptem um título ou designação adaptada aos usos do tempo e do lugar,
DAS ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS DE FIÉIS
escolhido de preferência a partir da finalidade que prosseguem.
Cân. 305 — § 1. Todas as associações de fiéis estão sujeitas à vigilância da
autoridade eclesiástica competente, à qual pertence velar para que nelas se man- Cân. 312 — § 1. A autoridade competente para erigir associações públicas é:
tenha a integridade da fé e dos costumes, e cuidar que não se introduzam abusos 1.° para as associações universais e internacionais, a Santa Sé;
na disciplina eclesiástica; por isso, compete-lhe o dever e o direito de as visitar 2.º para as associações nacionais, isto é, para aquelas que pela sua própria
segundo as normas do direito e dos estatutos; estão igualmente sujeitas ao governo erecção se destinam a exercer a actividade em todo o país, a Conferência episcopal
da mesma autoridade, segundo a prescrição dos cânones seguintes. no seu território;
§ 2. Estão sujeitas à vigilância da Santa Sé as associações de qualquer género; 3.° para as associações diocesanas, o Bispo diocesano no seu próprio terri-
e à do Ordinário do lugar as associações diocesanas e também as outras associa- tório, mas não o Administrador diocesano, exceptuadas aquelas associações cujo
ções na medida em que actuem na diocese. direito de erecção foi reservado a outrem por privilégio apostólico.
§ 2. Para a erecção válida na diocese de uma associação ou secção de uma
Cân. 306 — Para alguém gozar dos direitos e privilégios da associação, das
associação, ainda que se faça em virtude de privilégio apostólico, requer-se o con-
indulgências e outras graças espirituais à mesma concedidas, é necessário e sufi-
sentimento do Bispo diocesano dado por escrito; todavia, o consentimento presta-
ciente ter sido, segundo as normas do direito e os estatutos, validamente admitido
do pelo Bispo diocesano para a erecção de uma casa de um instituto religioso vale
nela e não ter sido legitimamente demitido.
também para a erecção na mesma casa ou igreja a esta anexa de uma associação
Cân. 307 — § 1. A admissão dos associados faça-se em conformidade com o própria do mesmo instituto.
direito e os estatutos de cada associação.
Cân. 313 — A associação pública e bem assim a confederação de associações
§ 2. A mesma pessoa pode inscrever-se em várias associações.
públicas, pelo próprio decreto com que é erecta pela autoridade competente, nos
§ 3. Os membros de institutos religiosos podem inscrever-se em associações,
termos do cân. 312, é constituída em pessoa jurídica e recebe a missão, na medida
com o consentimento do seu Superior, segundo as normas do direito próprio.
em que esta se requeira, para prosseguir os fins que ela se propõe realizar em nome
da Igreja.
LIV. II — Do povo de Deus 55 56 LIV. II — Do povo de Deus
Cân. 314 — Os estatutos de qualquer associação pública e a sua revisão ou estatutos sob a direcção superior da autoridade eclesiástica referida no cân. 312, §
alteração carecem da aprovação da autoridade eclesiástica a quem compete a erec- 1, à qual todos os anos deve prestar contas da administração.
ção da associação, nos termos do cân. 312, § 1. § 2. Deve também prestar fielmente contas à mesma autoridade da aplicação
Cân. 315 — As associações públicas podem assumir espontaneamente activi- das ofertas e das esmolas recolhidas.
dades consentâneas com a própria índole, e regem-se nos termos dos estatutos, sob Cân. 320 — § 1. As associações erectas pela Santa Sé só por ela podem ser
a alta direcção da autoridade eclesiástica referida no cân. 312, § 1. suprimidas.
Cân. 316 — § 1. Quem publicamente tiver rejeitado a fé católica ou abando- § 2. Por motivos graves a Conferência episcopal pode suprimir as associações
nado a comunhão eclesiástica ou incorrido em excomunhão aplicada ou declarada, por ela erectas; o Bispo diocesano, as que ele erigiu e também as associações erec-
não pode ser recebido validamente em associações públicas. tas em virtude de privilégio apostólico por membros de institutos religiosos, com
§ 2. Os legitimamente inscritos que tiverem incorrido na situação referida no o consentimento do Bispo diocesano.
§ 1, depois de previamente admoestados, sejam demitidos da associação, obser- § 3. A autoridade competente não suprima uma associação pública sem ter
vados os estatutos da mesma e sem prejuízo do recurso à autoridade eclesiástica ouvido o seu moderador e os outros oficiais maiores.
mencionada no cân. 312, § 1.
Cân. 317 — § 1. Se outra coisa não estiver prevista nos estatutos, compete à CAPÍTULO III
autoridade eclesiástica referida no cân. 312, § 1, confirmar o moderador eleito pela DAS ASSOCIAÇÕES PRIVADAS DE FIÉIS
própria associação pública, ou dar-lhe a instituição quando apresentado, ou no-
meá-lo por direito próprio; a mesma autoridade eclesiástica, ouvidos, quando for
Cân. 321 — Os fiéis dirigem e governam as associações privadas segundo as
conveniente, os oficiais maiores da associação, nomeia o capelão ou o assistente
prescrições dos estatutos.
eclesiástico.
§ 2. A norma estabelecida no § 1 aplica-se também às associações erectas por Cân. 322 — § 1. A associação privada de fiéis pode adquirir personalidade
membros dos institutos religiosos em virtude de privilégio apostólico fora das igre- jurídica por decreto formal da autoridade eclesiástica competente, referida no cân.
jas ou casas próprias; porém, nas associações erectas por membros dos institutos 312.
religiosos em igreja ou casa própria, a nomeação ou confirmação do moderador e do § 2. Nenhuma associação privada de fiéis pode adquirir personalidade jurídi-
capelão compete ao Superior do instituto, em conformidade com os estatutos. ca sem que os seus estatutos tenham sido aprovados pela autoridade eclesiástica
§ 3. Nas associações não clericais, os leigos podem exercer o cargo de modera- referida no cân. 312, § 1; contudo a aprovação dos estatutos não altera a natureza
dor; não se escolha para tal cargo o capelão ou o assistente eclesiástico, a não ser privada da associação.
que nos estatutos se determine outra coisa. Cân. 323 — § 1. Embora as associações privadas de fiéis gozem de autonomia
§ 4. Nas associações públicas de fiéis directamente orientadas para o exercício nos termos do cân. 321, estão no entanto sujeitas à vigilância da autoridade ecle-
do apostolado, não sejam moderadores os que desempenhem cargos directivos em siástica nos termos do cân. 305, bem como ao governo da mesma autoridade.
partidos políticos. § 2. Compete à autoridade eclesiástica, mantendo a autonomia própria das as-
Cân. 318 — § 1. Em circunstâncias especiais, quando razões graves o exigi- sociações privadas, vigiar e procurar que se evite a dispersão de forças e se ordene
rem, a autoridade eclesiástica referida no cân. 312, § 1 pode designar um comissá- ao bem comum o exercício do seu apostolado.
rio que em seu nome dirija temporariamente a associação. Cân. 324 — § 1. A associação privada de fiéis designa livremente o moderador
§ 2. Por causa justa, o moderador de uma associação pública pode ser removi- e os oficiais, de acordo com os estatutos.
do por quem o nomeou ou confirmou, ouvidos não só o próprio moderador, mas § 2. A associação privada de fiéis, se desejar ter algum assistente espiritual,
também os oficiais maiores da associação em conformidade com os estatutos; o pode escolhê-lo de entre os sacerdotes que exerçam legitimamente o ministério na
capelão, porém, pode removê-lo quem o nomeou, nos termos dos cans. 192-195. diocese; o qual, no entanto, necessita da confirmação do Ordinário do lugar.
Cân. 319 — § 1. Se outra coisa não estiver determinada, a associação pública Cân. 325 — §1. A associação privada de fiéis administra livremente os bens
legitimamente erecta administra os bens que possui, em conformidade com os que possui, de acordo com as prescrições dos estatutos, salvo o direito da autorida-
LIV. II — Do povo de Deus 57 58 LIV. II — Do povo de Deus
Igreja, está sempre unido em comunhão com os outros Bispos e mesmo com toda Cân. 339 — § 1. Todos e só os Bispos que sejam membros do Colégio Episco-
a Igreja; tem contudo o direito de, segundo as necessidades da Igreja, determinar pal, têm o direito e o dever de participar no Concílio Ecuménico com voto delibe-
o modo, quer pessoal quer colegial, de exercer este múnus. rativo.
§ 3. Contra uma sentença ou decreto do Romano Pontífice não há apelação § 2. Podem também, alguns, que não possuam a dignidade episcopal, ser cha-
nem recurso. mados a participar no Concílio Ecuménico pela autoridade suprema da Igreja, à
Cân. 334 — No exercício do seu cargo, o Romano Pontífice é assistido pelos qual pertence determinar o papel que lhes cabe no Concílio.
Bispos, que o podem ajudar com a sua cooperação por diversas formas, entre as Cân. 340 — Se acontecer que vague a Sé Apostólica durante a celebração do
quais o Sínodo dos Bispos. Auxiliam-no também os Padres Cardeais, e ainda ou- Concílio, este interrompe-se pelo próprio direito, até que o novo Sumo Pontífice o
tras pessoas e várias instituições segundo as necessidades dos tempos; todas estas mande continuar ou o dissolva.
pessoas e instituições, em nome e por autoridade dele, desempenham a missão Cân. 341 — § 1. Só têm força obrigatória os decretos do Concílio Ecuménico
que lhes foi confiada, para o bem de todas as Igrejas, e em conformidade com as que sejam aprovados, juntamente com os Padres Conciliares, pelo Romano Pontí-
normas definidas no direito. fice, e por ele confirmados e promulgados por seu mandato.
Cân. 335 — Durante a vagatura ou total impedimento da Sé romana, nada se § 2. Necessitam da mesma confirmação e promulgação para terem força obri-
inove no governo da Igreja universal; observem-se as leis especiais formuladas gatória os decretos elaborados pelo Colégio dos Bispos, quando este exerce uma
para tais circunstâncias. acção propriamente colegial por outra forma estipulada ou livremente aceite pelo
Romano Pontífice.
Art. 2
DO COLÉGIO DOS BISPOS CAPÍTULO II
DO SÍNODO DOS BISPOS
Cân. 336 — O Colégio dos Bispos, cuja cabeça é o Sumo Pontífice e de que
são membros os Bispos em virtude da consagração sacramental e em comunhão Cân. 342 — O Sínodo dos Bispos é a assembleia dos Bispos escolhidos das
hierárquica com a cabeça e com os membros do Colégio, e no qual o corpo apos- diversas regiões do mundo, que em tempos estabelecidos se reúnem para fo-
tólico persevera continuadamente, em união com a sua cabeça e nunca sem ela, é mentarem o estreitamento da união entre o Romano Pontífice e os Bispos, para
também sujeito do poder supremo e pleno sobre a Igreja universal. prestarem a ajuda ao mesmo Romano Pontífice com os seus conselhos em ordem
Cân. 337 — § 1. O Colégio dos Bispos exerce de modo solene o poder sobre a preservar e consolidar a incolumidade e o incremento da fé e dos costumes, a
toda a Igreja no Concílio Ecuménico. observância da disciplina eclesiástica, e bem assim ponderar as questões atinentes
§ 2. Exerce o mesmo poder pela acção unida dos Bispos dispersos pelo mundo, à acção da Igreja no mundo.
que como tal tenha sido solicitada ou livremente aceite pelo Romano Pontífice, de Cân. 343 — Compete ao Sínodo dos Bispos discutir acerca dos assuntos a
forma que se torne verdadeiro acto colegial. tratar e expressar os seus desejos; não porém dirimi-los ou fazer decretos acerca
§ 3. Compete ao Romano Pontífice segundo as necessidades da Igreja escolher dos mesmos, a não ser que, em certos casos, lhe tenha sido dado poder deliberativo
e promover as formas como o Colégio dos Bispos há-de exercer colegialmente o pelo Romano Pontífice, a quem neste caso pertence ratificar as decisões sinodais.
seu múnus relativamente à Igreja universal. Cân. 344 — O Sínodo dos Bispos está directamente subordinado à autoridade
Cân. 338 — § 1. Compete exclusivamente ao Romano Pontífice convocar o do Romano Pontífice a quem compete:
Concílio Ecuménico, presidi-lo por si ou por meio de outros, transferir, suspender 1.° convocar o Sínodo, todas as vezes que o julgar oportuno, e designar o
ou dissolver o mesmo Concílio, e aprovar os seus decretos. lugar onde se devem realizar as sessões;
§ 2. Compete também ao Romano Pontífice determinar os assuntos a tratar 2.° ratificar a eleição dos membros que, nos termos do direito peculiar,
no Concílio e estabelecer a ordem a observar nele; aos assuntos propostos pelo devem ser eleitos, e designar e nomear outros membros;
Romano Pontífice os Padres Conciliares podem acrescentar outros, que devem ser 3.° determinar em tempo oportuno os assuntos a tratar, nos termos do direi-
aprovados pelo mesmo Romano Pontífice. to peculiar, antes da celebração do Sínodo;
LIV. II — Do povo de Deus 61 62 LIV. II — Do povo de Deus
res e usufrui dos mesmos direitos, mas goza do direito de precedência desde o dia Cân. 356 — Os Cardeais têm obrigação de colaborar diligentemente com o
da reserva in pectore. Romano Pontífice; por isso, os Cardeais que desempenhem qualquer ofício na Cú-
Cân. 352 — § 1. Ao Colégio dos Cardeais preside o Decano e, quando impe- ria e não sejam Bispos diocesanos, têm obrigação de residir em Roma; os Cardeais
dido, faz as suas vezes o Subdecano; o Decano, ou o Subdecano, não tem poder que sejam pastores de alguma diocese, como Bispos diocesanos, vão a Roma todas
algum de governo sobre os demais Cardeais, mas é considerado como o primeiro as vezes que forem convocados pelo Romano Pontífice.
entre iguais. Cân. 357 — § 1. Os Cardeais, a quem for atribuída por título uma Igreja subur-
§ 2. Vagando o ofício de Decano, os Cardeais com o título de uma Igreja sub- bicária ou uma igreja de Roma, depois de tomarem posse dela, promovam com o
urbicária, e só eles, sob a presidência do Subdecano, se estiver presente, ou do seu conselho e patrocínio o bem das mesmas dioceses e igrejas, mas não têm sobre
mais antigo, elejam um deles para desempenhar as funções de Decano do Colégio; elas poder algum de governo, e de modo nenhum se intrometam nos assuntos res-
apresentem o nome ao Romano Pontífice, ao qual compete aprovar o eleito. peitantes à administração dos bens, à disciplina ou ao serviço dessas igrejas.
§ 3. Pela forma referida no § 2, sob a presidência do Decano, elege-se o Sub- § 2. Os Cardeais, que se encontrem fora de Roma e fora da sua diocese, nas
decano; compete ao Romano Pontífice aprovar também a eleição do Subdecano. coisas que pertencem à sua pessoa estão isentos do poder de governo do Bispo da
§ 4. O Decano e o Subdecano, se não tiverem domicílio em Roma, adquiram- diocese em que estiverem.
-no aí. Cân. 358 — Ao Cardeal, a quem for confiada pelo Romano Pontífice a repre-
Cân. 353 — §1. Os Cardeais em acção colegial auxiliam o Supremo Pastor sentação da sua pessoa nalguma celebração solene ou assembleia, na qualidade de
da Igreja principalmente nos Consistórios, nos quais se reúnem por ordem do Ro- Legado a latere, ou seja como seu alter ego, e também àquele a quem é confiado
mano Pontífice e sob a sua presidência; os consistórios podem ser ordinários ou o desempenho de certo múnus pastoral como seu enviado especial, somente lhe
extraordinários. compete aquilo que lhe foi cometido pelo Romano Pontífice.
§ 2. Para o Consistório ordinário, são convocados todos os Cardeais, ao menos Cân. 359 — Enquanto estiver vaga a Sé Apostólica, o Colégio dos Cardeais
os que se encontrem em Roma, a fim de serem consultados sobre certos assuntos somente goza na Igreja do poder que na lei peculiar lhe é atribuído.
importantes, em regra ocasionais, ou para a realização de alguns actos soleníssi-
mos.
§ 3. Para o Consistório extraordinário, que se celebra quando as necessidades CAPÍTULO IV
peculiares da Igreja ou assuntos mais importantes o aconselharem, são convoca- DA CÚRIA ROMANA
dos todos os Cardeais.
§ 4. Só pode ser público o Consistório ordinário, em que se celebram alguns Cân. 360 — A Cúria Romana por meio da qual o Sumo Pontífice costuma
actos solenes, ou seja, quando, além dos Cardeais, são admitidos Prelados, legados dar execução aos assuntos da Igreja universal, e que desempenha o seu múnus
dos Estados ou outras pessoas para ele convidadas. em nome e por autoridade do mesmo para o bem e serviço das Igrejas, consta da
Cân. 354 — Roga-se aos Padres Cardeais presidentes dos dicastéricos ou das Secretaria de Estado ou Papal, do Conselho para os negócios públicos da Igreja,
outras instituições permanentes da Cúria Romana e da Cidade do Vaticano, que, das Congregações, dos Tribunais, e de outros Organismos, cuja constituição e
ao cumprirem setenta e cinco anos de idade, apresentem a renúncia do ofício ao competência são determinados por lei peculiar.
Romano Pontífice, o qual, ponderadas todas as circunstâncias, providenciará. Cân. 361 — Com o nome de Sé Apostólica ou Santa Sé designam-se neste Có-
Cân. 355 — § 1. Ao Cardeal Decano compete conferir a ordem episcopal ao digo não só o Romano Pontífice, mas ainda, a não ser que por natureza das coisas
Romano Pontífice eleito, se este não estiver ordenado; no impedimento do deca- ou do contexto outra coisa se deduza, a Secretaria de Estado, o Conselho para os
no, esse direito compete ao Subdecano, e no impedimento deste ao Cardeal mais negócios públicos da Igreja, e os demais Organismos da Cúria Romana.
antigo da ordem episcopal.
§ 2. O Cardeal Protodiácono anuncia ao povo o nome do novo Sumo Pontífice
eleito; e, em nome do Romano Pontífice, impõe os pálios aos Metropolitas ou
entrega-os aos seus procuradores.
LIV. II — Do povo de Deus 65 66 LIV. II — Do povo de Deus
requer-se que: consultores, na presença do chanceler da cúria, que consigne o facto em acta, ou,
1.° tenha fé firme, bons costumes, piedade, zelo das almas, sabedoria, pru- nas dioceses erectas de novo, no momento em que fizer a comunicação das mes-
dência e seja eminente em virtudes humanas e dotado das demais qualidades, que mas letras ao clero e ao povo presentes na igreja catedral, consignando o facto em
o tornem apto a desempenhar o ofício; acta o sacerdote mais velho entre os presentes.
2.° goze de boa reputação; § 4. É muito de recomendar que a tomada da posse canónica se faça com um
3.° tenha, ao menos, trinta e cinco anos de idade; acto litúrgico na Igreja catedral na presença do clero e do povo.
4.° tenha sido ordenado presbítero pelo menos há cinco anos; Cân. 383 — § 1. No exercício do seu múnus de pastor, mostre-se o Bispo
5.° tenha adquirido o grau de doutor ou ao menos a licenciatura em sagrada diocesano solícito para com todos os fiéis que estão confiados aos seus cuidados
Escritura, teologia ou direito canónico, num instituto de estudos superiores aprova- qualquer que seja a sua idade, condição ou nação, não só os que habitam no terri-
do pela Sé Apostólica, ou ao menos seja verdadeiramente perito nestas disciplinas. tório, mas igualmente os que nele temporariamente se encontram, fazendo incidir
§ 2. Pertence a Sé Apostólica o juízo definitivo sobre a idoneidade de quem o seu espírito apostólico também sobre aqueles que em virtude das condições de
deve ser promovido. vida não podem usufruir suficientemente dos cuidados pastorais ordinários, e ou-
Cân. 379 — A não ser que se encontre legitimamente impedido, aquele que for trossim sobre aqueles que abandonaram a prática da religião.
promovido ao Episcopado deve receber a consagração episcopal dentro de três me- § 2. Se tiver na sua diocese fiéis de rito diverso, providencie às suas necessida-
ses a partir da recepção das letras apostólicas, e antes de tomar posse do ofício. des espirituais, quer por sacerdotes ou paróquias desse rito, quer por meio de um
Cân. 380 — Antes de tomar posse canónica do ofício, o promovido deve fazer Vigário episcopal.
a profissão de fé e o juramento de fidelidade à Sé Apostólica, segundo a fórmula § 3. Proceda com humanidade e caridade para com os irmãos que não se en-
aprovada pela mesma Sé Apostólica contram em plena comunhão com a Igreja católica, fomentando ainda o ecumenis-
mo, tal como a Igreja o entende.
Art. 2 § 4. Considere ainda que lhe foram confiados no Senhor os não baptizados,
DOS BISPOS DIOCESANOS para que também para eles resplandeça a caridade de Cristo, da qual o Bispo deve
ser testemunha em relação a todos.
Cân. 384 — O Bispo diocesano acompanhe com peculiar solicitude os presbí-
Cân. 381 — § 1. Ao Bispo diocesano, na diocese que lhe foi confiada, compete
teros, os quais ouça como colaboradores e conselheiros, defenda os seus direitos
todo o poder ordinário, próprio e imediato, que se requer para o exercício do seu
e procure que cumpram devidamente as obrigações próprias do seu estado, e se
múnus pastoral, com excepção das causas que, por direito ou por decreto do Sumo
encontrem à disposição deles os meios e as instituições de que careçam para fo-
Pontífice, estejam reservados à suprema ou a outra autoridade eclesiástica.
mentar a vida espiritual e intelectual; procure ainda que se proveja, nos termos do
§ 2. No direito equiparam-se ao Bispo diocesano os que presidem a outras
direito, à sua honesta sustentação e assistência social.
comunidades de fiéis referidas no cân. 368, se da natureza das coisas ou das pres-
crições do direito não se deduzir outra coisa. Cân. 385 — O Bispo diocesano fomente o mais possível as vocações para
os diversos ministérios e para a vida consagrada, dedicando cuidado especial às
Cân. 382 — § 1. O Bispo promovido não pode ingerir-se no exercício do
vocações sacerdotais e missionárias.
ofício que lhe foi confiado, antes de ter tomado posse canónica da diocese; pode
porém exercer os ofícios que tinha na mesma diocese no momento da promoção, Cân. 386 — § 1. O Bispo diocesano está obrigado a propor e a ilustrar as
sem prejuízo do prescrito no cân. 409, § 2. verdades da fé, que se devem crer e aplicar aos costumes, pregando pessoalmente
§ 2. A não ser que se encontre legitimamente impedido, o promovido ao ofício de com frequência; vele também por que se observem cuidadosamente as prescrições
Bispo diocesano deve tomar posse canónica da sua diocese, dentro de quatro meses dos cânones atinentes ao ministério da palavra, sobretudo acerca da homilia e for-
a partir da recepção das letras apostólicas, se ainda não tiver sido consagrado Bispo; mação catequética, de tal modo que toda a doutrina cristã a todos seja ministrada.
se já o tiver sido, dentro de dois meses a contar da recepção das mesmas. § 2. Preserve com firmeza e com os meios apropriados a integridade e a unida-
§ 3. O Bispo toma posse canónica da diocese no momento em que, por si ou de da fé, reconhecendo porém a justa liberdade no prosseguimento da investigação
por procurador, apresentar na própria diocese as letras apostólicas ao colégio dos das verdades.
LIV. II — Do povo de Deus 71 72 LIV. II — Do povo de Deus
Cân. 387 — O Bispo diocesano, lembrado da obrigação que tem de dar exem- e esforce-se por que em toda ela, ou nos distritos particulares da mesma, sejam
plo de santidade na caridade, humildade e simplicidade de vida, esforce-se com coordenadas sob a sua orientação todas as obras de apostolado, salvaguardada a
todo o empenho por promover a santidade, segundo a vocação própria de cada índole própria de cada uma.
um, e já que é o principal dispensador dos mistérios de Deus, empenhe-se sempre § 2. Insista na obrigação que têm os fiéis de exercer o apostolado, segundo a
em que os fiéis confiados aos seus cuidados cresçam na graça pela celebração dos condição e a aptidão de cada um, e recomende-lhes que participem e ajudem as
sacramentos e conheçam e vivam o mistério pascal. várias obras de apostolado, segundo as necessidades do lugar e do tempo.
Cân. 388 — § 1. O Bispo diocesano, depois de tomar posse da diocese, deve Cân. 395 — § 1. O Bispo diocesano, ainda que tenha coadjutor ou auxiliar,
aplicar a Missa pelo povo que lhe foi confiado, todos os domingos e demais dias está obrigado à lei de residência pessoal na diocese.
de preceito na sua região. § 2. Para além do caso da visita ad Sacra Limina, ou dos Concílios, do Sínodo
§ 2. O Bispo diocesano, nos dias referidos no § 1, deve celebrar e aplicar pes- dos Bispos, da Conferência episcopal em que deva participar, ou de outra obri-
soalmente a Missa pelo povo; mas se estiver legitimamente impedido aplique-a gação que lhe haja sido legitimamente confiada, pode ausentar-se da diocese por
nos mesmos dias por meio de outrem, ou noutros dias por si próprio. causa justa não mais de um mês, quer contínuo quer interpolado, contanto que
§ 3. O Bispo, a quem foram confiadas outras dioceses além da sua, mesmo a fique acautelado que a diocese não sofra dano com a sua ausência.
título de administração, satisfaz a esta obrigação, aplicando uma única Missa por § 3. Não se ausente da diocese nos dias de Natal, Semana Santa e Ressurreição
todo o povo que lhe está confiado. do Senhor, Pentecostes e Corpo e Sangue de Cristo, a não ser por causa grave e
§ 4. O Bispo que não tiver cumprido a obrigação referida nos §§ 1-3, aplique urgente.
logo que possa pelo povo todas as Missas que omitiu. § 4. Se o Bispo tiver estado ilegitimamente ausente para além de seis meses, o
Cân. 389 — Presida frequentemente na Igreja catedral ou em outra Igreja da Metropolita comunique o facto à Sé Apostólica; e o mesmo faça o sufragâneo mais
sua diocese à celebração da santíssima Eucaristia, principalmente nas festas de antigo, se se tratar do Metropolita.
preceito e outras solenidades. Cân. 396 — § 1. O Bispo está obrigado a visitar todos os anos a diocese no
Cân. 390 — O Bispo diocesano pode celebrar pontificais em toda a sua dioce- todo ou em parte, de tal modo que ao menos de cinco em cinco anos visite toda
se; não porém fora da diocese própria sem consentimento expresso ou pelo menos a diocese por si ou, se estiver legitimamente impedido, pelo Bispo coadjutor, ou
razoavelmente presumido do Ordinário do lugar. pelo auxiliar, ou pelo Vigário geral ou episcopal, ou por um outro presbítero.
§ 2. Pode o Bispo escolher os clérigos que prefira por acompanhantes e auxi-
Cân. 391 — § 1. Compete ao Bispo diocesano governar a Igreja particular que
liares na visita, reprovado qualquer privilégio ou costume contrário.
lhe foi confiada, com poder legislativo, executivo e judicial, segundo as normas do
direito. Cân. 397 — § 1. À visita episcopal ordinária estão sujeitas as pessoas, as ins-
§ 2. O poder legislativo exerce-o o próprio Bispo; o poder executivo quer por si tituições católicas, as coisas e os lugares sagrados, que se encontram dentro dos
quer pelos Vigários gerais ou episcopais, segundo as normas do direito; o poder ju- limites da diocese.
dicial quer por si quer pelo Vigário judicial e juízes, segundo as normas do direito. § 2. Os membros dos institutos religiosos de direito pontifício e suas casas
pode o Bispo visitá-los apenas nos casos expressos no direito.
Cân. 392 — § 1. Devendo preservar a unidade da Igreja universal, está o Bis-
po obrigado a promover a disciplina comum de toda a Igreja e por isso a urgir a Cân. 398 — O Bispo efectue a visita pastoral com a devida diligência; evite
observância de todas as leis eclesiásticas. ser pesado ou oneroso a alguém em despesas supérfluas.
§ 2. Vigie por que não se introduzam abusos na disciplina eclesiástica, particu- Cân. 399 — § 1. O Bispo diocesano está obrigado a apresentar de cinco em
larmente no concernente ao ministério da palavra, à celebração dos sacramentos e cinco anos um relatório ao Sumo Pontífice sobre o estado da diocese que lhe está
sacramentais, ao culto de Deus e dos Santos, e ainda à administração dos bens. confiada, segundo a forma e o tempo determinados pela Sé Apostólica.
Cân. 393 — Em todos os negócios jurídicos da diocese, é o Bispo diocesano § 2. Se o ano determinado para a apresentação do relatório coincidir no todo
quem a representa. ou em parte com os dois primeiros anos de governo da diocese, pode o Bispo por
esta vez abster-se da elaboração e apresentação do relatório.
Cân. 394 — § 1. O Bispo fomente na diocese as várias formas de apostolado,
Cân. 400 — § 1. O Bispo diocesano, vá a Roma no ano em que está obrigado
LIV. II — Do povo de Deus 73 74 LIV. II — Do povo de Deus
a apresentar o relatório ao Sumo Pontífice, se de outro modo não houver sido § 2. O Bispo auxiliar toma posse do ofício, quando apresentar ao Bispo dioce-
decidido pela Sé Apostólica, a fim de venerar os sepulcros dos Bem-aventurados sano as letras apostólicas da nomeação, com a presença do chanceler da cúria, que
Apóstolos Pedro e Paulo, e apresente-se ao Romano Pontífice. consigne o facto em acta.
§ 2. O Bispo satisfaça pessoalmente à referida obrigação, a não ser que se en- § 3. Mas se o Bispo diocesano estiver totalmente impedido, basta que o Bispo
contre legitimamente impedido; neste caso, satisfaça à mesma, mediante o coad- coadjutor, ou o Bispo auxiliar apresente as letras apostólicas de nomeação ao co-
jutor, se o tiver, ou auxiliar, ou ainda por um sacerdote idóneo do seu presbitério, légio dos consultores, na presença do chanceler da cúria.
que resida na diocese. Cân. 405 — § 1. O Bispo coadjutor e o Bispo auxiliar têm obrigações e direi-
§ 3. O Vigário apostólico pode satisfazer a esta obrigação, mediante um pro- tos que são determinados pelas prescrições dos cânones seguintes e pelas letras de
curador, mesmo que este resida em Roma; o Prefeito apostólico não está sujeito a nomeação.
esta obrigação. § 2. O Bispo coadjutor e o Bispo auxiliar, referido no cân. 403, § 2, assistem ao
Cân. 401 — § 1. Roga-se ao Bispo diocesano, que tiver completado setenta e Bispo diocesano em todo o governo da diocese, e substituem-no na sua ausência
cinco anos de idade, que apresente a renúncia do ofício ao Sumo Pontífice, o qual ou impedimento.
providenciará depois de examinadas todas as circunstâncias. Cân. 406 — § 1. O Bispo coadjutor e o Bispo auxiliar, referido no cân. 403,
§ 2. Roga-se instantemente ao Bispo diocesano que, em virtude da sua precária § 2, sejam constituídos vigários gerais pelo Bispo diocesano; além disso, o Bispo
saúde ou outra causa grave, se tenha tornado menos apto para o desempenho do diocesano confie-lhes, de preferência a outros, o que em virtude do direito requer
seu ofício, que apresente a renúncia. mandato especial.
Cân. 402 — § 1. O Bispo, cuja renúncia ao ofício tiver sido aceite, mantém o § 2. Se nas letras apostólicas não tiver sido determinada outra coisa, e sem pre-
título de emérito da sua diocese e pode conservar nela residência, se o desejar, a juízo do prescrito no § 1, o Bispo diocesano constitua o auxiliar ou os auxiliares
não ser que, em certos casos, em virtude de circunstâncias especiais, a Sé Apostó- seus Vigários gerais ou ao menos Vigários episcopais, dependentes somente da sua
lica providencie de outro modo. autoridade ou da do Bispo coadjutor ou do Bispo auxiliar referido no cân. 403, § 2.
§ 2. A Conferência episcopal deve procurar que se proveja à conveniente e Cân. 407 — § 1. Para que se fomente o mais possível o bem presente e futuro
digna sustentação do Bispo que renuncia, tendo em consideração a obrigação pri- da diocese, o Bispo diocesano, o coadjutor e o Bispo auxiliar referido no cân. 403,
mária a que está sujeita a própria diocese que serviu. § 2, consultem-se mutuamente nos assuntos de maior importância.
§ 2. O Bispo diocesano, na apreciação dos assuntos de maior importância, so-
Art. 3 bretudo de índole pastoral, consulte os Bispos auxiliares de preferência a outros.
DOS BISPOS COADJUTORES E AUXILIARES § 3. O Bispo coadjutor e o Bispo auxiliar, já que foram chamados a partilhar
da solicitude do Bispo diocesano, exerçam de tal modo as suas funções, que pro-
cedam com este em harmonia de acção e de espírito.
Cân. 403 — § 1. Quando as necessidades pastorais da diocese o aconselharem,
sejam constituídos, a pedido do Bispo diocesano, um ou vários Bispos auxiliares; Cân. 408 — § 1. O Bispo coadjutor e o Bispo auxiliar, não impedidos por justo
o Bispo auxiliar não goza de direito de sucessão. motivo, estão obrigados, todas as vezes que tiverem sido solicitados pelo Bispo
§ 2. Em circunstâncias mais graves, mesmo de índole pessoal, ao Bispo dioce- diocesano, a realizar os pontificais e as outras funções, a que o Bispo diocesano
sano pode ser dado um Bispo auxiliar com faculdades especiais. está obrigado.
§ 3. A Santa Sé, se lhe parecer mais oportuno, por própria iniciativa pode no- § 2. O Bispo diocesano não confie habitualmente a outrem os direitos e as
mear um Bispo coadjutor, também com faculdades especiais; o Bispo coadjutor funções episcopais que o Bispo coadjutor ou o auxiliar puderem exercitar.
goza do direito de sucessão. Cân. 409 — § 1. Vagando a sé episcopal, o Bispo coadjutor torna-se imediata-
Cân. 404 — § 1. O Bispo coadjutor toma posse do ofício, quando apresentar mente Bispo da diocese para a qual fora constituído, contanto que já tenha tomado
as letras apostólicas da nomeação, por si ou por procurador, ao Bispo diocesano e posse legitimamente.
ao colégio dos consultores, com a presença do chanceler da cúria, que consigne o § 2. Vagando a sé episcopal, o Bispo auxiliar, se outra coisa não tiver sido
facto em acta. ordenada pela autoridade competente, enquanto o novo Bispo não tiver tomado
LIV. II — Do povo de Deus 75 76 LIV. II — Do povo de Deus
posse da sé, mantém todos e apenas os poderes e faculdades que tinha com a sé Cân. 415 — Se o Bispo diocesano for proibido de exercer o seu múnus por
plena, como Vigário geral ou Vigário episcopal; mas, se não tiver sido designado uma pena eclesiástica, o Metropolita ou, na sua falta ou se do mesmo se tratar, o
para o múnus de Administrador diocesano, exerça o seu mesmo poder, conferido mais antigo dos sufragâneos na promoção recorra imediatamente à Santa Sé, para
pelo direito, sob a autoridade do Administrador diocesano, que preside ao governo ela providenciar.
da diocese.
Cân. 410 — O Bispo coadjutor e o Bispo auxiliar, tal como o próprio Bispo Art. 2
diocesano, têm obrigação de residir na diocese; dela não se ausentem, a não ser DA SÉ VAGA
por breve tempo, excepto por motivo do cumprimento dum dever fora da diocese
ou por motivo de férias, que não se prolonguem por mais de um mês.
Cân. 416 — Vaga a sé episcopal por morte do Bispo diocesano, por renúncia
Cân. 411 — No concernente à renúncia do ofício, aplicam-se ao Bispo coad- aceite pelo Romano Pontífice, por transferência e por privação intimada ao Bispo.
jutor e auxiliar as prescrições dos câns. 401 e 402, § 2.
Cân. 417 — Mantêm o seu valor todos os actos realizados pelo Vigário geral
ou pelo Vigário episcopal, até ao momento em que tiveram notícia certa da morte
CAPITULO III do Bispo diocesano; e da mesma forma os que foram realizados pelo Bispo dio-
DA SÉ IMPEDIDA E DA SÉ VAGA cesano ou pelo Vigário geral ou episcopal até ao momento em que tiveram notícia
certa dos mencionados actos pontifícios.
Art. 1 Cân. 418 — § 1. No prazo de dois meses a partir da notícia certa da transferên-
DA SÉ IMPEDIDA cia, o Bispo deve dirigir-se para a diocese ad quam e dela tomar posse canónica; a
partir do dia da tomada de posse da nova diocese, vaga a diocese a qua.
§ 2. A partir da notícia certa da sua transferência até à tomada de posse canóni-
Cân. 412 — Por sé episcopal impedida entende-se a sé cujo Bispo diocesano,
ca da nova diocese, o Bispo transferido na diocese a qua:
por motivo de cativeiro, desterro, exílio ou incapacidade, se encontra totalmente
1.° tem o poder de Administrador diocesano e fica vinculado às obrigações
impossibilitado de se ocupar do múnus pastoral da diocese, sem poder comunicar
deste, cessando todo o poder do Vigário geral ou episcopal, sem prejuízo do cân.
sequer por carta com os diocesanos.
409, § 2.
Cân. 413 — § 1. Impedida a sé, o governo da diocese, a não ser que a Santa 2.° recebe a remuneração integral própria do ofício.
Sé tenha providenciado de outro modo, compete ao Bispo coadjutor, se o houver;
Cân. 419 — Vagando a sé, o governo da diocese até à constituição do Admi-
na sua falta ou impedimento, a algum Bispo auxiliar ou Vigário geral ou episcopal
nistrador diocesano, é devolvido ao Bispo auxiliar, e, se houver vários, ao mais
ou a outro sacerdote, salvaguardada a ordem das pessoas estabelecida no elenco
antigo na promoção; na falta de Bispo auxiliar, ao colégio dos consultores, a não
que deverá ser organizado pelo Bispo diocesano imediatamente depois de tomar
ser que a Santa Sé haja providenciado de outro modo. Quem assim assumir o
posse da diocese; este elenco, que deve ser comunicado ao Metropolita, renove-se
governo da diocese, convoque sem demora o colégio competente para eleger o
ao menos de três em três anos, e seja guardado sob segredo pelo chanceler.
Administrador diocesano.
§ 2. Se não houver Bispo coadjutor ou este estiver impedido e não se encontrar
o elenco referido no § 1, compete ao colégio dos consultores eleger um sacerdote Cân. 420 — No vicariato ou prefeitura apostólica, vagando a sé, assume o
que governe a diocese. governo o Pró-Vigário ou o Pró-Prefeito nomeado apenas para este efeito pelo
§ 3. Quem tiver assumido o governo da diocese nos termos dos §§ 1 ou 2, co- Vigário ou Prefeito logo após a tomada de posse, a não ser que outra coisa tenha
munique quanto antes à Santa Sé o impedimento da sé e que assumiu o ofício. sido determinada pela Santa Sé.
Cân. 414 — Quem quer que, nos termos do cân. 413, tiver sido chamado a Cân. 421 — § 1. Dentro de oito dias a contar da recepção da notícia da vaga-
exercer interinamente o múnus pastoral, no exercício desse múnus na diocese goza tura da sé, o colégio dos consultores deve eleger o Administrador diocesano, que
do mesmo poder que por direito compete ao Administrador diocesano, mas apenas governe interinamente a diocese, sem prejuízo do prescrito no cân. 502, § 3.
durante o tempo em que a sé se encontrar impedida. § 2. Se por qualquer motivo o Administrador diocesano não tiver sido eleito
legitimamente dentro do prazo prescrito, a sua nomeação devolve-se ao Metropo-
LIV. II — Do povo de Deus 77 78 LIV. II — Do povo de Deus
lita, e se estiver vaga a própria Igreja metropolitana ou a metropolitana e a sufra- Cân. 430 — § 1. O múnus de Administrador diocesano cessa com a tomada de
gânea simultaneamente, ao Bispo sufragâneo mais antigo na promoção. posse da diocese pelo novo Bispo.
Cân. 422 — O Bispo auxiliar e, na sua falta, o colégio dos consultores infor- § 2. A remoção do Administrador da diocese é reservada à Santa Sé; a renúncia
mem quanto antes a Sé Apostólica acerca da morte do Bispo, e do mesmo modo o que porventura ele fizer, deve ser apresentada em forma autêntica ao colégio com-
Administrador diocesano eleito acerca da sua eleição. petente para a eleição, e não carece de aceitação; no caso de remoção, renúncia ou
falecimento do Administrador diocesano, eleja-se outro Administrador diocesano
Cân. 423 — § 1. Eleja-se um só Administrador diocesano, reprovado o costu-
nos termos do cân. 421.
me contrário; de outra forma, a eleição é inválida
§ 2. O Administrador diocesano não seja simultaneamente ecónomo; por isso,
se o ecónomo da diocese for eleito Administrador, o conselho para os assuntos
económicos eleja provisoriamente outro ecónomo. TÍTULO II
Cân. 424 — O Administrador diocesano seja eleito nos termos dos câns. DOS AGRUPAMENTOS DAS IGREJAS PARTICULARES
165-178.
Cân. 425 — § 1. Só pode ser validamente eleito para o múnus de Administra- CAPÍTULO I
dor diocesano o sacerdote que tenha completado trinta e cinco anos de idade e não
DAS PROVÍNCIAS ECLESIÁSTICAS
tenha sido já eleito, nomeado ou apresentado para a mesma sé, que se encontra
vaga. E DAS REGIÕES ECLESIÁSTICAS
§ 2. Eleja-se para Administrador diocesano um sacerdote que seja eminente em
doutrina e prudência. Cân. 431 — § 1. Para se promover uma acção pastoral comum às diversas
§ 3. Se as condições prescritas no § 1 não tiverem sido observadas, o Metro- dioceses vizinhas, de acordo com as condições das pessoas e dos lugares, e se
polita ou, se a própria Igreja metropolitana se encontrar vaga, o Bispo sufragâneo fomentar mais convenientemente as relações mútuas dos Bispos diocesanos, as
mais antigo na promoção, reconhecida a veracidade do caso, designe por esta vez Igrejas particulares mais próximas agrupem-se em províncias eclesiásticas delimi-
o Administrador; os actos daquele que tiver sido eleito contra as prescrições do § tadas por um certo território.
1 são nulos pelo próprio direito. § 2. Não haja no futuro como regra dioceses isentas; por isso todas as dioceses
Cân. 426 — Quem, durante a vagatura da sé, antes da eleição do Adminis- e as outras Igrejas particulares existentes dentro do território de alguma província
trador diocesano, governar a diocese, goza do poder que o direito reconhece ao eclesiástica devem pertencer a esta província eclesiástica.
Vigário geral. § 3. Compete exclusivamente à autoridade suprema da Igreja, ouvidos os Bis-
Cân. 427 — § 1. O Administrador diocesano tem as obrigações e goza do pos interessados, constituir, suprimir ou alterar as províncias eclesiásticas.
poder do Bispo diocesano, excluindo o que por sua natureza ou por direito se Cân. 432 — § 1. Na província eclesiástica gozam da autoridade, nos termos do
exceptua. direito, o concílio provincial e o Metropolita.
§ 2. O Administrador diocesano obtém o poder ao aceitar a eleição, sem que se § 2. A província eclesiástica tem personalidade jurídica pelo próprio direito.
requeira a confirmação de alguém, salvo a obrigação referida no cân. 833, n.° 4. Cân. 433 — § 1. Se a utilidade o aconselhar, sobretudo nas nações onde for
Cân. 428 — § 1. Durante a vagatura da sé nada se inove. maior o número de Igrejas particulares, as províncias eclesiásticas mais vizinhas,
§ 2. Aqueles que administram interinamente a diocese estão proibidos de fa- sob proposta da Conferência episcopal, podem ser agrupadas pela Santa Sé em
zer qualquer coisa que de algum modo possa prejudicar a diocese ou os direitos regiões eclesiásticas.
episcopais; especificamente eles estão proibidos, e bem assim outros quaisquer, de § 2. A região eclesiástica pode ser erecta em pessoa jurídica.
subtrair ou destruir, por si ou por outrem, quaisquer documentos da cúria diocesa- Cân. 434 — Compete à assembleia dos Bispos da região eclesiástica fomentar
na ou neles modificar seja o que for. na região a cooperação e a acção pastoral comum; no entanto, os poderes outor-
Cân. 429 — O Administrador diocesano está obrigado a residir na diocese e a gados nos cânones deste Código à Conferência episcopal não competem àquela, a
aplicar a Missa pelo povo nos termos do cân. 388. não ser que alguns lhe tenham sido concedidos de forma especial pela Santa Sé.
LIV. II — Do povo de Deus 79 80 LIV. II — Do povo de Deus
de este se encontrar legitimamente impedido, exerça o múnus de pró-presidente, e 1.° elaborar o relatório de todos os actos e decretos da assembleia plenária
bem assim constitua, nos termos dos estatutos, o secretário geral. da Conferência e ainda de todos os actos do conselho permanente de Bispos, e
§ 2. O presidente da Conferência e bem assim o pró-presidente, no caso de enviá-los a todos os membros da Conferência, e redigir as outras actas de que for
aquele se encontrar legitimamente impedido, preside não só às assembleias gerais encarregado pelo presidente da Conferência ou pelo conselho permanente.
da Conferência episcopal mas também ao conselho permanente. 2.° remeter às Conferências episcopais das regiões vizinhas as actas e os
Cân. 453 — As assembleias plenárias da Conferência episcopal convoquem- documentos que a Conferência em assembleia plenária ou o conselho permanente
se ao menos uma vez por ano e ainda todas as vezes que circunstâncias peculiares decidam enviar às mesmas.
o exijam, de acordo com as prescrições dos estatutos. Cân. 459 — § 1. Fomentem-se as relações entre as Conferências episcopais,
Cân. 454 — § 1. Pelo direito nas assembleias plenárias da Conferência episco- particularmente com as mais vizinhas, a fim de se promover e assegurar o maior
pal têm voto deliberativo os Bispos diocesanos e os equiparados em direito e ainda bem.
os Bispos coadjutores. § 2. Quando as Conferências estabelecerem actividades e planos que assumam
§ 2. Os Bispos auxiliares e os demais Bispos titulares que pertençam à Confe- uma forma internacional, deve ouvir-se a Sé Apostólica.
rência episcopal têm voto deliberativo ou consultivo, conforme as prescrições dos
estatutos da Conferência; salvo que só os referidos no § 1 têm voto deliberativo
quando se trata da elaboração ou modificação dos estatutos.
TÍTULO III
Cân. 455 — § 1. A Conferência episcopal apenas pode fazer decretos gerais
DO ORDENAMENTO INTERNO DAS IGREJAS PARTICULARES
nos casos em que o prescrever o direito universal ou quando o estabelecer um
mandato peculiar da Sé Apostólica por motu proprio ou a pedido da própria Con-
ferência. CAPÍTULO I
§ 2. Os decretos referidos no § 1, para serem validamente feitos em assembleia DO SÍNODO DIOCESANO
plenária, devem ser aprovados ao menos por dois terços dos votos dos Prelados
pertencentes à Conferência com voto deliberativo, e só adquirem força obrigatória
Cân. 460 — O sínodo diocesano é a assembleia de sacerdotes e de outros fiéis
quando forem legitimamente promulgados após a revisão pela Sé Apostólica.
escolhidos no seio da Igreja particular, que prestam auxílio ao Bispo diocesano,
§ 3. O modo de promulgação e o prazo a partir do qual os decretos começam a
para o bem de toda a comunidade diocesana, segundo as normas dos cânones se-
vigorar são determinados pela própria Conferência episcopal.
guintes.
§ 4. Nos casos em que nem o direito universal nem o mandato peculiar da Sé
Apostólica tiverem concedido à Conferência episcopal o poder especial referido Cân. 461 — § 1. Em cada Igreja particular celebre-se o sínodo diocesano
no § 1, mantém-se íntegra a competência de cada Bispo diocesano, e nem a Con- quando, a juízo do Bispo diocesano e ouvido o conselho presbiteral, as circunstân-
ferência nem o seu presidente podem agir em nome de todos os Bispos a não ser cias o aconselharem.
que todos e cada um hajam dado o consentimento. § 2. Se o Bispo tiver o cuidado de várias dioceses, ou se tiver o cuidado de
uma como Bispo próprio e de outra como Administrador, pode convocar um único
Cân. 456 — Concluída a assembleia plenária da Conferência episcopal, o pre-
sínodo diocesano para todas as dioceses que lhe estão confiadas.
sidente envie à Sé Apostólica o relatório dos actos da Conferência e bem assim os
decretos, não só para que aquela deles tome conhecimento mas também para ela Cân. 462 — § 1. O sínodo diocesano convoca-o somente o Bispo diocesano, e
poder rever os decretos, se os houver. não aquele que preside interinamente à diocese.
§ 2. Ao sínodo diocesano preside o Bispo diocesano, o qual, para cada uma das
Cân. 457 — Compete ao conselho permanente de Bispos cuidar que se prepa-
sessões do sínodo, pode delegar o Vigário geral ou o Vigário episcopal a fim de
rem os assuntos a tratar na assembleia plenária da Conferência, e que se executem
desempenhar este ofício.
devidamente as decisões tomadas na assembleia plenária; compete-lhe ainda levar
a bom termo as demais tarefas que, nos termos dos estatutos, lhe forem confiadas. Cân. 463 — § 1. Para o sínodo diocesano devem ser convocados como mem-
bros do sínodo, e estão obrigados a tomar parte nele:
Cân. 458 — Compete ao secretariado geral:
1.° o Bispo coadjutor e os Bispos auxiliares;
LIV. II — Do povo de Deus 85 86 LIV. II — Do povo de Deus
Cân. 485 — O chanceler e demais notários podem ser removidos do seu ofício dos os documentos com valor histórico.
livremente pelo Bispo diocesano, mas não pelo Administrador diocesano, a não § 3. Para poderem ser consultados ou retirados os actos e documentos referidos
ser com o consentimento do colégio dos consultores. nos §§ 1 e 2, observem-se as normas estabelecidas pelo Bispo diocesano.
Cân. 486 — § 1. Todos os documentos respeitantes à diocese ou às paróquias,
devem ser guardados com o maior cuidado. Art. 3
§ 2. Instale-se em cada cúria, em lugar seguro, o arquivo ou cartório diocesa- DO CONSELHO PARA OS ASSUNTOS ECONÓMICOS E DO ECÓNOMO
no, onde se guardem, dispostos na ordem devida e diligentemente fechados, os
documentos e escrituras relativos aos assuntos diocesanos não só espirituais mas
também temporais. Cân. 492 — § 1. Constitua-se em cada diocese um Conselho para os assuntos
§ 3. Dos documentos que se encontram no arquivo faça-se um inventário ou económicos, ao qual preside o próprio Bispo diocesano ou o seu delegado, e que
catálogo com um breve resumo de cada um. se componha ao menos de três fiéis, nomeados pelo Bispo, que sejam verdadeira-
mente peritos em assuntos económicos e em direito civil, e notáveis pela integrida-
Cân. 487 — § 1. O arquivo deve estar fechado, e somente tenham chave o de de vida.
Bispo e o chanceler; a ninguém é lícito o acesso a ele, a não ser com licença do § 2. Os membros do conselho para os assuntos económicos sejam nomeados
Bispo ou simultaneamente do Moderador da cúria e do chanceler. por cinco anos; decorrido este prazo, podem ser reconduzidos por outros períodos
§ 2. Todos os interessados têm o direito de receber por si ou pelo seu procura- de cinco anos.
dor uma cópia autêntica ou fotocópia dos documentos que por natureza são públi- § 3. Do conselho de assuntos económicos são excluídas as pessoas consanguí-
cos e que pertencem ao estado da sua pessoa. neas ou afins do Bispo até ao quarto grau.
Cân. 488 — Não é lícito retirar documentos do arquivo, a não ser apenas por Cân. 493 — Além das funções ao mesmo atribuídas no Livro V, Dos bens tem-
breve tempo e com o consentimento do Bispo, ou simultaneamente do Moderador porais da Igreja, compete ao conselho para os assuntos económicos, preparar to-
da cúria e do chanceler. dos os anos, segundo as indicações do Bispo diocesano, o orçamento das receitas
Cân. 489 — § 1. Haja na Cúria diocesana outro arquivo secreto, ou pelos e despesas, que se prevêem para a administração de toda a diocese no ano seguinte
menos no arquivo comum um armário ou cofre absolutamente fechado à chave, e, no fim do ano, aprovar as contas das receitas e despesas.
que não possa ser removido do lugar, onde se guardem com o maior cuidado os Cân. 494 — § 1. Em cada diocese, ouvidos o colégio dos consultores e o con-
documentos que devem ser conservados sob segredo. selho para os assuntos económicos, o Bispo nomeie um ecónomo, que seja verda-
§ 2. Destruam-se todos os anos os documentos de causas criminais em matéria deiramente perito em assuntos económicos e notável pela sua inteira probidade.
de costumes, cujos réus tiverem morrido ou que tenham terminado com sentença § 2. O ecónomo seja nomeado por cinco anos, mas decorrido este prazo pode
condenatória há dez anos, conservando-se um breve sumário do facto com o texto ser nomeado para outros quinquénios; durante o ofício não seja removido sem
da sentença definitiva. causa grave a avaliar pelo Bispo, depois de ouvidos o colégio dos consultores e o
Cân. 490 — § 1. Somente o Bispo tenha a chave do arquivo secreto. conselho para os assuntos económicos.
§ 2. Vagando a sé, não seja aberto o arquivo ou o armário secreto, a não ser, em § 3. Compete ao ecónomo, segundo as normas estabelecidas pelo conselho
caso de necessidade, pelo próprio Administrador diocesano. para os assuntos económicos, administrar os bens da diocese, sob a autoridade do
§ 3. Não se retirem documentos do arquivo ou do armário secreto. Bispo, e com as receitas da diocese satisfazer as despesas autorizadas pelo Bispo
Cân. 491 — § 1. Procure o Bispo diocesano que se guardem diligentemente ou por outros pelo mesmo legitimamente deputados.
também os actos e os documentos dos arquivos das igrejas catedrais, colegiadas, § 4. No fim do ano, o ecónomo deve apresentar ao conselho para os assuntos
paroquiais e de outras existentes no seu território, e se façam inventários ou catá- económicos as contas das receitas e despesas.
logos em dois exemplares, um dos quais se guarde no próprio arquivo e o outro no
arquivo diocesano.
§ 2. Procure também o Bispo diocesano que haja na diocese um arquivo histó-
rico e que sejam diligentemente guardados no mesmo e sistematicamente ordena-
LIV. II — Do povo de Deus 91 92 LIV. II — Do povo de Deus
CAPÍTULO III ouça-o nos assuntos de maior importância, mas só necessita do seu consentimento
DO CONSELHO PRESBITERAL E DO COLÉGIO DOS CONSULTORES nos casos expressamente determinados pelo direito.
§ 3. O conselho presbiteral nunca pode agir sem o Bispo diocesano, ao qual com-
pete exclusivamente o cuidado de divulgar o que foi decidido, nos termos do § 2.
Cân. 495 — § 1. Em cada diocese constitua-se o conselho presbiteral, isto é,
um grupo de sacerdotes que seja uma espécie de senado do Bispo e represente o Cân. 501 — § 1. Os membros do conselho presbiteral designem-se pelo tempo
presbitério, ao qual compete auxiliar o Bispo no governo da diocese nos termos do determinado nos estatutos, mas de forma que todo ou parte do conselho se renove
direito, para se promover o mais possível o bem pastoral do povo de Deus que lhe dentro de cinco anos.
foi confiado. § 2. Vagando a sé, cessa o conselho presbiteral, e as suas competências são
§ 2. Nos vicariatos e nas prefeituras apostólicas constitua o Vigário ou o Prefei- desempenhadas pelo colégio dos consultores; dentro de um ano depois da tomada
to um conselho composto ao menos por três presbíteros missionários cujo parecer de posse, o Bispo deve constituir de novo o conselho presbiteral.
ouça, mesmo por carta, nos assuntos mais importantes. § 3. Se o conselho presbiteral não desempenhar o múnus que lhe está confiado
para o bem da diocese, ou dele abusar gravemente, o Bispo diocesano, depois de
Cân. 496 — O Conselho presbiteral possua estatutos próprios aprovados pelo consultar o Metropolita, ou, se se tratar da sé metropolitana, o Bispo sufragâneo
Bispo diocesano, tendo em consideração as normas publicadas pela Conferência mais antigo na promoção, pode-o dissolver; mas dentro de um ano deve constituí-
episcopal. -lo de novo.
Cân. 497 — No concernente à designação dos membros do Conselho presbi- Cân. 502 — § 1. De entre os membros do Conselho presbiteral sejam livre-
teral: mente nomeados pelo Bispo diocesano alguns sacerdotes, em número não inferior
1.° cerca de metade seja livremente eleita pelos próprios sacerdotes, nos a seis nem superior a doze, que formem durante cinco anos o colégio dos consulto-
termos dos cânones seguintes e dos estatutos; res, ao qual competem as funções determinadas pelo direito; terminados os cinco
2.° alguns sacerdotes, nos termos dos estatutos, devem ser membros natos, anos, continuará a exercer as suas funções até que se constitua novo colégio.
os quais pertencem ao conselho em razão do ofício que lhes foi confiado; § 2. Ao colégio dos consultores preside o Bispo diocesano; no impedimento
3.° o Bispo diocesano pode nomear livremente alguns membros. ou vagatura da sé, aquele que ocupar interinamente o lugar do Bispo ou, se ainda
Cân. 498 — § 1. Gozam do direito de eleição, com voz activa e passiva para a não tiver sido constituído, o sacerdote do colégio dos consultores mais antigo na
constituição do Conselho presbiteral: ordenação.
1.° todos os sacerdotes seculares incardinados na diocese; § 3. A Conferência episcopal pode determinar que as funções do Colégio dos
2.° os sacerdotes seculares não incardinados na diocese, e os sacerdotes consultores sejam cometidas ao cabido catedralício.
membros de algum instituto religioso ou de uma sociedade de vida apostólica, § 4. No vicariato e na prefeitura apostólica as funções do colégio dos consulto-
residentes na diocese e que nela exerçam algum ofício em favor da mesma. res competem ao conselho da missão referido no cân. 495, § 2, a não ser que pelo
§ 2. Na medida em que os estatutos o prevejam, pode o mesmo direito de elei- direito esteja determinada outra coisa.
ção ser concedido a outros sacerdotes que na diocese tenham domicílio ou quase-
-domicílio.
CAPÍTULO IV
Cân. 499 — O modo de eleger o Conselho presbiteral deve ser determinado
DOS CABIDOS DE CÓNEGOS
pelos estatutos de tal forma que, quanto possível, os sacerdotes do presbitério
estejam representados, tendo em consideração sobretudo os diversos ministérios e
as várias regiões da diocese. Cân. 503 — O cabido de cónegos, quer catedralício quer de colegiada, é o co-
Cân. 500 — § l. Compete ao Bispo diocesano convocar o Conselho presbite- légio de sacerdotes, que têm o dever de celebrar as funções litúrgicas mais solenes
ral, presidi-lo e determinar os assuntos a tratar ou aceitar as propostas apresentadas na igreja catedral ou colegiada; além disso compete ao cabido catedralício desem-
pelos membros. penhar as funções que lhe são confiadas pelo direito ou pelo Bispo diocesano.
§ 2. O conselho presbiteral goza apenas de voto consultivo; o Bispo diocesano Cân. 504 — É reservada à Sé Apostólica a erecção, a alteração ou a supressão
do cabido catedralício.
LIV. II — Do povo de Deus 93 94 LIV. II — Do povo de Deus
Cân. 505 — Cada cabido, quer catedralício quer de colegiada, tenha os seus § 3. Compete ao Bispo diocesano estabelecer normas certas, pelas quais se
estatutos, votados por um acto capitular legítimo e aprovados pelo Bispo diocesa- harmonizem devidamente as obrigações pastorais do pároco e as funções próprias
no; estes estatutos não se modifiquem nem sejam ab-rogados, sem a autorização do cabido, e com as quais se evite que o pároco possa servir de impedimento aos
do mesmo Bispo diocesano. capitulares e o cabido às funções paroquiais; os conflitos, se os houver, dirima-os
Cân. 506 — § 1. Os estatutos do cabido, salvaguardadas sempre as leis da o Bispo diocesano, o qual procure em primeiro lugar que se atenda conveniente-
fundação, determinem a própria constituição do cabido e o número de cónegos; mente às necessidades pastorais dos fiéis.
estabeleçam o que deve ser realizado pelo cabido e por cada um dos cónegos, para § 4. As esmolas que são dadas à igreja simultaneamente paroquial e capitular,
o culto divino e para o ministério; regulamentem as reuniões em que se tratem presumem-se terem sido dadas à paróquia, a não ser que conste outra coisa.
assuntos do cabido e, salvaguardadas as prescrições do direito universal, estabele-
çam as condições requeridas para a validade e liceidade dos actos. CAPÍTULO V
§ 2. Nos estatutos determinem-se também os emolumentos não só fixos, mas a DO CONSELHO PASTORAL
receber por ocasião do cumprimento das funções; e, atendendo às normas da Santa
Sé, quais sejam as insígnias dos cónegos.
Cân. 511 — Em cada diocese, na medida em que as circunstâncias pastorais o
Cân. 507 — § 1. Entre os cónegos haja um que presida ao cabido, e constitu-
aconselharem, constitua-se o conselho pastoral, ao qual pertence, sob a autoridade
am-se outros ofícios nos termos dos estatutos, atendendo também aos usos vigen-
do Bispo, investigar e ponderar o concernente às actividades pastorais da diocese
tes na região.
e propor conclusões práticas.
§ 2. Podem confiar-se a clérigos não pertencentes ao cabido outros ofícios com
os quais prestem auxílio aos cónegos, nos termos dos estatutos. Cân. 512 — § 1. O conselho pastoral é constituído por fiéis que se encontrem
em plena comunhão com a Igreja católica, quer clérigos quer membros dos institu-
Cân. 508 — § 1. O cónego penitenciário da igreja catedral ou da igreja cole-
tos de vida consagrada, quer sobretudo leigos, designados pelo modo determinado
giada, em virtude do oficio tem a faculdade ordinária, que não pode delegar a ou-
pelo Bispo diocesano.
trem, de absolver no foro sacramental das censuras latae sententiae não declaradas
§ 2. Os fiéis escolhidos para o conselho pastoral sejam de tal modo selecciona-
nem reservadas à Sé Apostólica, em toda a diocese também os estranhos à diocese
dos que, por meio deles, toda a porção do povo de Deus, que constitui a diocese,
e os diocesanos mesmo fora do território da diocese.
esteja representada, tendo em consideração as diversas regiões da diocese, as con-
§ 2. Onde não houver cabido, o Bispo diocesano escolha um sacerdote para
dições sociais e as profissões e ainda a parte que cada um exerce no apostolado
desempenhar esta função.
individualmente ou em conjunto com outros.
Cân. 509 — § 1. Compete ao Bispo diocesano, depois de ouvido o cabido, não § 3. Para o conselho pastoral não se escolham senão fiéis de fé firme, de bons
porém ao Administrador diocesano, conferir todos e cada um dos canonicatos, não costumes e notáveis pela prudência.
só na Igreja catedral mas também na igreja colegiada, revogado qualquer privilé-
Cân. 513 — § 1. O conselho pastoral é constituído para um prazo determinado,
gio contrário; compete ainda ao Bispo confirmar o eleito pelo próprio cabido para
segundo as prescrições dos estatutos dados pelo Bispo.
presidir ao mesmo.
§ 2. Ao vagar a sé, o conselho pastoral cessa nas suas funções.
§ 2. O Bispo diocesano confira os canonicatos apenas a sacerdotes notáveis pela
doutrina e integridade de vida, que tenham exercido com louvor o ministério. Cân. 514 — § 1. Compete ao Bispo diocesano, segundo as necessidades do
apostolado, convocar o conselho pastoral, que tem apenas voto consultivo, e pre-
Cân. 510 — § 1. Não voltem a unir-se paróquias a um cabido de cónegos;
sidi-lo; também lhe compete exclusivamente tornar público aquilo de que se tratou
aquelas paróquias que ainda se encontram unidas a algum cabido, sejam separadas
no conselho.
deste pelo Bispo diocesano.
§ 2. Seja convocado ao menos uma vez por ano.
§ 2. Na igreja que for simultaneamente paroquial e capitular, designe-se um
pároco escolhido de entre os capitulares ou não; este pároco está obrigado a todos
os deveres e goza de todos os direitos e faculdades que, nos termos do direito, são
próprios do pároco.
LIV. II — Do povo de Deus 95 96 LIV. II — Do povo de Deus
CAPÍTULO VI Cân. 520 — § 1. Uma pessoa jurídica não seja pároco; mas o Bispo dioce-
DAS PARÓQUIAS sano, não porém o Administrador diocesano, com o consentimento do Superior
DOS PÁROCOS E DOS VIGÁRIOS PAROQUIAIS competente pode entregar uma paróquia a um instituto religioso clerical ou a uma
sociedade clerical de vida apostólica, erigindo-a até numa igreja do instituto ou da
sociedade, com a condição de que um só sacerdote seja o pároco da paróquia, ou,
Cân. 515 — § 1. A paróquia é uma certa comunidade de fiéis, constituída se o serviço pastoral for confiado a vários solidariamente, o moderador a que se
estavelmente na Igreja particular, cuja cura pastoral, sob a autoridade do Bispo refere o cân. 517, § 1.
diocesano, está confiada ao pároco, como a seu pastor próprio. § 2. A entrega da paróquia referida no § 1 pode fazer-se perpetuamente, ou por
§ 2. Compete exclusivamente ao Bispo diocesano erigir, suprimir ou alterar tempo determinado; num e noutro caso, faça-se mediante um contrato por escrito,
paróquias, o qual não as erija ou suprima, nem as altere notavelmente, a não ser celebrado entre o Bispo diocesano e o Superior competente do instituto ou socie-
depois de ouvido o conselho presbiteral. dade, no qual, expressa e cuidadosamente se determine, entre outras coisas, o que
§ 3. A paróquia legitimamente erecta goza pelo próprio direito de personalida- respeita ao trabalho a realizar, às pessoas que ao mesmo hão-de ser dedicadas e aos
de jurídica. assuntos económicos.
Cân. 516 — § 1. Se outra coisa não for determinada pelo direito, à paróquia Cân. 521 — § 1. Para que alguém seja assumido validamente como pároco,
equipara-se a quase-paróquia, que é uma certa comunidade de fiéis na Igreja requer-se que esteja constituído na sagrada ordem do presbiterado.
particular, confiada a um sacerdote como a pastor próprio e que, em virtude de § 2. Seja, além disso, notável pela sã doutrina e probidade de costumes, zelo
circunstâncias peculiares, ainda não foi erecta em paróquia. das almas, e dotado das outras virtudes, e goze ainda daquelas qualidades que pelo
§ 2. Onde certas comunidades não possam ser erectas em paróquias ou quase- direito universal ou particular se requerem para tomar a seu cuidado a paróquia de
-paróquias, providencie o Bispo diocesano de outro modo ao serviço pastoral das que se trata.
mesmas. § 3. Para que a alguém possa ser conferido o ofício de pároco, deve constar
Cân. 517 — § 1. Onde as circunstâncias o exigirem, pode a cura pastoral de com certeza da sua idoneidade pelo modo determinado pelo Bispo diocesano,
uma paróquia ou simultaneamente de várias paróquias ser confiada solidariamente mesmo por meio de um exame.
a vários sacerdotes, desde que um só deles seja o moderador da cura pastoral, o Cân. 522 — Importa que o pároco goze de estabilidade, e por isso seja nomeado
qual oriente a acção conjunta, e desta seja responsável perante o Bispo. por tempo indeterminado; só pode ser nomeado pelo Bispo diocesano por um prazo
§ 2. Se em virtude da falta de sacerdotes, o Bispo diocesano julgar que a parti- determinado, se isto tiver sido admitido pela Conferência episcopal, mediante decreto.
cipação no exercício da cura pastoral da paróquia deva ser confiada a um diácono
Cân. 523 — Sem prejuízo do prescrito do cân. 682, § 1, compete ao Bispo
ou a outra pessoa que não possua o carácter sacerdotal, ou a uma comunidade de
diocesano a provisão do ofício de pároco, e por livre colação, a não ser que alguém
pessoas, constitua um sacerdote que, dotado dos poderes e das faculdades de páro-
possua o direito de apresentação ou de eleição.
co, oriente o serviço pastoral.
Cân. 524 — O Bispo diocesano confira a paróquia que se encontra vaga àquele
Cân. 518 — A paróquia, em regra geral seja territorial e englobe todos os
que, ponderadas todas as circunstâncias, sem acepção de pessoas, julgar idóneo
fiéis de um território determinado; onde porém for conveniente, constituam-se
para desempenhar o cuidado paroquial da mesma; para fazer um juízo da sua
paróquias pessoais, determinadas em razão do rito, da língua, da nação dos fiéis de
idoneidade ouça o vigário forâneo e faça as investigações convenientes, ouvidos
algum território, ou até por outra razão.
ainda, se for oportuno, alguns presbíteros e fiéis leigos.
Cân. 519 — O pároco é o pastor próprio da paróquia que lhe foi confiada,
Cân. 525 — Enquanto a sé se encontrar vaga ou impedida, pertence ao Admi-
e presta a cura pastoral à comunidade que lhe foi entregue, sob a autoridade do
nistrador diocesano ou outrem que interinamente governe a diocese:
Bispo diocesano, do qual foi chamado a partilhar o ministério de Cristo, para que,
1.° conceder a instituição ou a confirmação aos presbíteros que tiverem
em favor da mesma comunidade, desempenhe o múnus de ensinar, santificar e
sido legitimamente apresentados ou eleitos para a paróquia;
governar, com a cooperação ainda de outros presbíteros ou diáconos e com a ajuda
2.° nomear párocos, se já houver decorrido um ano desde que a sé se encon-
de fiéis leigos, nos termos do direito.
tra vaga ou impedida.
LIV. II — Do povo de Deus 97 98 LIV. II — Do povo de Deus
Cân. 526 — § 1. O pároco tenha apenas a cura pastoral de uma só paróquia; trabalhe ainda por que os cônjuges e os pais perseverem no cumprimento dos pró-
em virtude da falta de sacerdotes ou por outras circunstâncias, pode ser confiada prios deveres, e fomente o incremento da vida cristã na família.
ao mesmo pároco a cura de várias paróquias vizinhas. § 2. O pároco reconheça e promova a parte própria que os fiéis leigos possuem
§ 2. Reprovado o costume contrário e revogado qualquer privilégio contrário, na missão da Igreja, fomentando as associações dos mesmos fiéis para fins religio-
na mesma paróquia haja um só pároco ou moderador em conformidade com o cân. sos. Coopere com o Bispo próprio e com o presbitério da diocese, esforçando-se
517, § 1. também por que os fiéis tenham cuidado da comunhão paroquial, e bem assim
Cân. 527 — § l. Quem foi promovido à cura pastoral da paróquia, obtém-na e por que se sintam membros não só da diocese mas também da Igreja universal, e
está obrigado a exercê-la a partir do momento da tomada de posse. participem ou sustentem as obras destinadas a promover a mesma comunhão.
§ 2. Salvaguardado o modo sancionado pela lei particular ou por costume legí- Cân. 530 — Ao pároco são confiadas do modo especial as funções seguintes:
timo, quem dá a posse ao pároco é o Ordinário do lugar ou o sacerdote pelo mesmo 1.° a administração do baptismo;
delegado; todavia, por causa justa, pode o mesmo Ordinário dispensar deste modo; 2.° a administração do sacramento da confirmação àqueles que se
neste caso, a notificação da dispensa feita à paróquia equivale à tomada de posse. encontram em perigo de morte, nos termos do cân. 883, n.° 3;
§ 3. O Ordinário do lugar determine com antecedência o prazo dentro do qual 3.° a administração do Viático e da unção dos doentes, sem pre-
se deve tomar posse da paróquia; decorrido inutilmente este prazo, a não ser que juízo do prescrito no cân. 1003, §§ 2 e 3, e bem assim dar a bênção apostólica;
tenha obstado justo impedimento, pode declarar que a paróquia se encontra vaga. 4.° a assistência aos matrimónios e a bênção das núpcias;
Cân. 528 — § l. O pároco está obrigado a providenciar para que a palavra de 5.º a realização dos funerais;
Deus seja integralmente anunciada a todos os que residem na paróquia; por isso pro- 6.° a bênção da fonte baptismal no tempo pascal, a condução das
cure que os fiéis leigos sejam instruídos nas verdades da fé, sobretudo pela homilia procissões fora da Igreja, e bem assim as bênçãos solenes também fora da igreja;
que se deve fazer todos os domingos e festas de preceito, e pela instrução catequé- 7.° a celebração com maior solenidade da Eucaristia nos domin-
tica, e fomente as actividades pelas quais se promova o espírito evangélico, mesmo gos e festas de preceito.
no respeitante à justiça social; tenha peculiar cuidado com a educação católica das Cân. 531— Ainda que outrem haja desempenhado algum múnus paroquial, as
crianças e dos jovens; esforce-se sumamente por que, associando a si também o tra- ofertas que por esta ocasião recebe dos fiéis entregue-as ao fundo paroquial, a não
balho dos fiéis, a mensagem evangélica chegue igualmente àqueles que se tiverem ser que conste da vontade contrária do oferente no que respeita às ofertas volun-
afastado da prática da religião ou que não professem a verdadeira fé. tárias; ao Bispo diocesano, ouvido o conselho presbiteral, compete estabelecer as
§ 2. Vele o pároco por que a santíssima Eucaristia seja o centro da assembleia prescrições com que se providencie ao destino destas ofertas e ainda à remunera-
paroquial dos fiéis; trabalhe para que os fiéis se alimentem pela devota celebra- ção dos clérigos que desempenhem esse múnus.
ção dos sacramentos e que de modo especial se aproximem com frequência dos Cân. 532 — Em todos os assuntos jurídicos o pároco representa a paróquia,
sacramentos da santíssima Eucaristia e da penitência; esforce-se de igual modo nos termos do direito; vele por que os bens da paróquia sejam administrados nos
ainda por que os mesmos sejam levados à prática da oração também em família, e termos dos câns. 1281-1288.
tomem parte consciente e activa na sagrada liturgia, que o pároco, sob autoridade
Cân. 533 — § 1. O pároco está obrigado a residir na casa paroquial junto
do Bispo diocesano, deve orientar na sua paróquia, e na qual está obrigado a vigiar
à igreja; em casos particulares porém, se houver justa causa, pode o Ordinário
para que subrepticiamente se não introduzam abusos.
do lugar permitir que resida noutro local, sobretudo numa casa comum a vários
Cân. 529 — § 1. Para desempenhar com zelo o ofício de pastor, esforce- presbíteros, contanto que se providencie devida e convenientemente ao perfeito
-se o pároco por conhecer os fiéis confiados ao seu cuidado; para isso, visite as desempenho das funções paroquiais.
suas famílias, partilhando sobretudo das suas preocupações, angústias e lutos e § 2. A não obstar uma razão forte, é lícito ao pároco, por motivo de férias,
confortando-os no Senhor e, se tiverem faltado em quaisquer pontos, corrija-os ausentar-se da paróquia todos os anos no máximo por um mês inteiro contínuo ou
prudentemente; auxilie com grande caridade os doentes, particularmente os que descontínuo; neste tempo de férias não se contam os dias, que, uma vez por ano, o
estão próximos da morte, confortando-os solicitamente com os sacramentos e pároco dedicar ao retiro espiritual; o pároco porém, para que possa ausentar-se da
encomendando a Deus as suas almas; dedique particular cuidado aos pobres, aos paróquia para além de uma semana, tem de dar conhecimento do facto ao Ordiná-
aflitos, aos solitários e aos emigrantes e aos que padecem dificuldades especiais; rio do lugar.
LIV. II — Do povo de Deus 99 100 LIV. II — Do povo de Deus
§ 3. Compete ao Bispo diocesano estabelecer normas pelas quais se assegure o qual se rege pelo direito universal e pelas normas dadas pelo Bispo diocesano,
que, durante a ausência do pároco, se providencie ao cuidado da paróquia por meio e em que os fiéis, escolhidos segundo as mesmas normas, auxiliem o pároco na
de um sacerdote, munido das faculdades devidas. administração dos bens da paróquia, sem prejuízo do prescrito no cân. 532.
Cân. 534 — § l. O pároco, após a tomada de posse da paróquia, está obrigado Cân. 538 — § 1. O pároco perde o ofício por remoção ou transferência efec-
todos os domingos e dias festivos de preceito na sua diocese, a aplicar a Missa pelo tuada pelo Bispo diocesano nos termos do direito, por renúncia apresentada por
povo que lhe foi confiado; aquele porém que estiver ilegitimamente impedido des- causa justa pelo próprio pároco e, para ser válida, aceite pelo mesmo Bispo, e bem
ta celebração, aplique-a nos mesmos dias por meio de outrem ou em outros dias, assim pelo decurso do prazo, se, de acordo com as prescrições do direito particular
por si próprio. referido no cân. 522, tiver sido constituído por período determinado.
§ 2. Nos dias referidos no § l, o pároco que tiver o cuidado de várias paróquias § 2. O pároco, que for membro de um instituto religioso ou incardinado numa
está obrigado a aplicar apenas uma Missa por todo o povo que lhe está confiado. sociedade de vida apostólica, é removido nos termos do cân. 682, § 2.
§ 3. O pároco que não tenha satisfeito à obrigação a que se alude nos §§ 1 e 2, § 3. Pede-se ao pároco que, ao completar setenta e cinco anos de idade, apre-
aplique o mais breve possível pelo povo todas as Missas que houver omitido. sente a renúncia do ofício ao Bispo diocesano, o qual, ponderadas todas as circuns-
Cân. 535 — § 1. Em cada paróquia haja os livros paroquiais, a saber: o livro tâncias da pessoa e do lugar, decida sobre se a mesma deva ser aceite ou protelada;
dos baptismos, dos matrimónios, dos óbitos e outros, de acordo com as determina- tendo em consideração as normas estabelecidas pela Conferência episcopal, deve
ções da Conferência episcopal ou do Bispo diocesano; procure o pároco que estes o Bispo diocesano providenciar ao conveniente sustento e habitação do pároco que
mesmos livros sejam cuidadosamente preenchidos e diligentemente guardados. renuncia.
§ 2. No livro dos baptismos, averbem-se também a confirmação e aquelas Cân. 539 — Quando vagar a paróquia, ou o pároco estiver impedido de exer-
circunstâncias que acompanham o estado canónico dos fiéis, em razão do matri- cer o múnus pastoral na paróquia, por motivo de cativeiro, exílio ou expulsão,
mónio, salvaguardado o prescrito no cân. 1133, em razão da adopção, bem como incapacidade ou doença, ou por outra causa, seja quanto antes constituído pelo
a recepção de ordens sacras, a profissão perpétua emitida num instituto religioso e Ordinário do lugar um administrador paroquial, isto é, um sacerdote que supra as
ainda a mudança de rito; e refiram-se sempre estes averbamentos nas certidões do vezes do pároco, nos termos do cân. 540.
baptismo. Cân. 540 — § 1. O administrador paroquial tem os mesmos deveres e goza dos
§ 3. Tenha cada paróquia um selo próprio; as certidões relativas ao estado mesmos direitos que o pároco, a não ser que pelo Ordinário do lugar outra coisa
canónico dos fiéis, tal como todos os actos que possam ter valor jurídico, sejam tenha sido determinada.
assinados pelo próprio pároco ou seu delegado, e munidos com o selo paroquial. § 2. Ao administrador paroquial não é lícito fazer nada que possa causar pre-
§ 4. Em cada paróquia haja um cartório ou arquivo onde se guardem os livros juízo aos direitos do pároco ou vir a tornar-se nocivo para os bens paroquiais.
paroquiais, juntamente com as cartas dos Bispos e demais documentos que, pela § 3. O administrador paroquial, depois de terminar o múnus, preste contas ao
sua necessidade ou utilidade, se devem conservar; o pároco tenha o cuidado de pároco.
não deixar cair em mãos de estranhos toda esta documentação, que deve ser
Cân. 541 — § 1. Enquanto a paróquia estiver vaga ou o pároco impedido de
examinada pelo Bispo diocesano ou pelo seu delegado, por ocasião da visita ou
exercer o seu múnus pastoral, antes da constituição do administrador paroquial,
noutra oportunidade.
assuma interinamente o governo da paróquia o vigário paroquial e, se forem vá-
§ 5. Guardem-se também com diligência os livros paroquiais mais antigos, de
rios, o mais antigo dos mesmos na nomeação; e, se não houver vigários, o pároco
acordo com as prescrições do direito particular.
determinado pelo direito particular.
Cân. 536 — § 1. Se, a juízo do Bispo diocesano, ouvido o conselho presbiteral, § 2. Quem tiver assumido o governo da paróquia, nos termos do § 1, informe
for oportuno, constitua-se em cada paróquia o conselho pastoral, presidido pelo páro- imediatamente o Ordinário do lugar da vagatura da paróquia.
co, e no qual os fiéis, juntamente com aqueles que por força do ofício participam no
Cân. 542 — Os sacerdotes aos quais, nos termos do cân. 517, § 1, se confia
cuidado pastoral da paróquia, prestem a sua ajuda na promoção da acção pastoral.
solidariamente alguma paróquia ou várias paróquias simultaneamente:
§ 2. O conselho pastoral tem apenas voto consultivo, e rege-se pelas normas
1.° devem ser dotados das qualidades referidas no cân. 521;
estabelecidas pelo Bispo diocesano.
2.° sejam nomeados ou instituídos nos termos do prescrito nos câns. 522 e
Cân. 537 — Em cada paróquia haja um conselho para os assuntos económicos, 524;
LIV. II — Do povo de Deus 101 102 LIV. II — Do povo de Deus
3.° obtêm a cura pastoral apenas a partir da tomada de posse; o moderador Cân. 548 — § 1. As obrigações e os direitos do vigário paroquial, para além
dos mesmos é empossado nos termos do prescrito no cân. 527, § 2; para os demais dos mencionados nos cânones deste capítulo, são determinados pelas constituições
sacerdotes do grupo porém a profissão de fé, legitimamente emitida, substitui a diocesanas e pela carta de nomeação, dada pelo Bispo diocesano, e mais especifi-
tomada de posse. cadamente pelo mandato do pároco.
Cân. 543 — § 1. Cada um dos sacerdotes, aos quais é confiada solidariamente § 2. Se outra coisa não for expressamente determinada na carta de nomeação
a cura paroquial de alguma paróquia ou de várias paróquias simultaneamente, está dada pelo Bispo diocesano, o vigário paroquial está obrigado em razão do ofí-
obrigado, de acordo com o regulamento pelos mesmos estabelecido, a desempe- cio a ajudar o pároco no exercício de todo o ministério paroquial, exceptuada a
nhar os deveres e as funções de pároco que se referem nos câns. 528, 529 e 530; aplicação da Missa pelo povo, e ainda, se for necessário, nos termos do direito, a
a faculdade de assistir aos matrimónios tal como todos os poderes de dispensar substituir o pároco.
concedidos pelo próprio direito ao pároco, competem a todos, embora se devam § 3. O vigário paroquial exponha regularmente ao pároco os trabalhos pasto-
exercer sob a direcção do moderador. rais em perspectiva e os já assumidos, para que o pároco e o vigário ou vigários,
§ 2. Todos os sacerdotes pertencentes ao grupo: conjugados os esforços, possam providenciar à cura pastoral da paróquia, da qual
1.° estão obrigados à residência; são simultaneamente responsáveis.
2.° estabeleçam de comum acordo um regulamento segundo o qual um Cân. 549 — Na ausência do pároco, a não ser que o Bispo diocesano tenha
deles celebre a Missa pelo povo, nos termos do cân. 534; providenciado de outro modo nos termos do cân. 533, § 3, e a não ser que tenha
3.º em assuntos jurídicos o moderador representa a paróquia ou o conjunto sido constituído um administrador paroquial, observem-se as prescrições do cân.
de paróquias que foram confiadas ao grupo. 541, § 1; neste caso, está o vigário obrigado a todos os deveres do pároco, excep-
Cân. 544 — Quando deixar o ofício algum sacerdote do grupo, a que se refere tuada a obrigação de aplicar a Missa pelo povo.
o cân. 517, § 1, ou o moderador do grupo, ou quando algum dos mesmos se tornar Cân. 550 — § 1. O vigário paroquial está obrigado a residir na paróquia, ou,
inábil para exercer o múnus pastoral, não fica vaga a paróquia ou paróquias cuja se foi constituído simultaneamente para diversas paróquias, numa delas; todavia,
cura está confiada ao grupo; cumpre porém ao Bispo diocesano nomear outro o Ordinário do lugar pode, por justa causa, permitir que resida noutro lugar, prin-
moderador; mas antes de este ser nomeado pelo Bispo, desempenha o múnus o cipalmente numa casa comum a vários presbíteros, contanto que o cumprimento
sacerdote do mesmo grupo mais antigo na nomeação. das funções pastorais não sofra por isso nenhum detrimento.
Cân. 545 — § 1. Quando for necessário ou oportuno para que a cura pastoral § 2. Procure o Ordinário do lugar que entre o pároco e os vigários, onde tal for
da paróquia seja devidamente desempenhada, podem ser associados ao pároco um possível, se desenvolva o costume da vida comum na residência paroquial.
ou vários vigários paroquiais, como cooperadores do pároco e participantes da sua § 3. No atinente ao tempo de férias, goza o vigário paroquial do mesmo direito
solicitude que, sob a sua autoridade, de comum acordo e trabalho, prestem auxílio que o pároco.
ao mesmo no ministério pastoral. Cân. 551 — Quanto às oblações que, por ocasião do ministério pastoral, os
§ 2. O vigário paroquial pode ser constituído quer para prestar serviço no cum- fiéis oferecem ao vigário, observem-se as prescrições do cân. 531.
primento de todo o ministério pastoral e, portanto, a favor de toda a paróquia, ou Cân. 552 — O vigário paroquial, por justa causa, pode ser removido pelo Bis-
para determinada parte desta, quer para determinado grupo de fiéis, ou para se de- po diocesano ou pelo Administrador diocesano, sem prejuízo do prescrito no cân.
dicar à execução de um ministério determinado em diversas paróquias ao mesmo 682, § 2.
tempo.
Cân. 546 — Para alguém ser nomeado validamente vigário paroquial requer- CAPÍTULO VII
-se que esteja constituído na sagrada ordem do presbiterado.
DOS VIGÁRIOS FORÂNEOS
Cân. 547 — Quem livremente nomeia o vigário paroquial é o Bispo diocesa-
no, depois de ouvir, se o julgar oportuno, o pároco ou os párocos das paróquias
para as quais é constituído, e bem assim o vigário forâneo, sem prejuízo do pres- Cân. 553 — § 1. O vigário forâneo, também chamado vigário da vara ou ar-
crito no cân. 682, §1. cipreste ou por outra forma, é o sacerdote posto à frente da vigararia forânea ou
arciprestado.
LIV. II — Do povo de Deus 103 104 LIV. II — Do povo de Deus
§ 2. A não ser que outra coisa esteja estabelecida no direito particular, o vigário CAPÍTULO VIII
forâneo é nomeado pelo Bispo diocesano, ouvidos, a seu prudente juízo, os sacer- DOS REITORES DE IGREJAS E DOS CAPELÃES
dotes que, na vigararia em causa, exercem o ministério.
Cân. 554 — § 1. Para o ofício de vigário forâneo, que não está unido ao ofício Art. 1
de pároco de determinada paróquia, escolha o Bispo um sacerdote que, pondera- DOS REITORES DE IGREJAS
das as circunstâncias do lugar e do tempo, considere idóneo.
§ 2. Nomeie-se o vigário forâneo por tempo determinado, estabelecido pelo Cân. 556 — Com o nome de reitores de igrejas designam-se aqui os sacerdo-
direito particular. tes, aos quais é confiado o cuidado de alguma igreja, que não seja paroquial nem
§ 3. Por justas causas, o Bispo diocesano, a seu prudente juízo, pode remover capitular, nem anexa a alguma casa de uma comunidade religiosa ou de uma so-
livremente o vigário forâneo. ciedade de vida apostólica, para que nela celebre os ofícios.
Cân. 555 — § 1. O vigário forâneo para além das faculdades que legitima- Cân. 557 — § 1. O reitor da igreja é nomeado livremente pelo Bispo dioce-
mente lhe forem atribuídas por direito particular, tem o dever e o direito de: sano, salvo o direito de eleição ou apresentação, que pertença a alguém; neste
1.° promover e coordenar a actividade pastoral comum na vigararia; caso, compete ao Bispo diocesano confirmar ou instituir o reitor.
2.° velar por que os clérigos do seu distrito levem uma vida consentânea § 2. Ainda que a igreja pertença a algum instituto religioso clerical de direito
com o próprio estado e por que cumpram diligentemente os seus deveres; pontifício, compete ao Bispo diocesano instituir o reitor apresentado pelo Superior.
3.° providenciar para que as funções religiosas se celebrem segundo as § 3. O reitor de uma igreja, que estiver unida a um Seminário ou outro colégio
prescrições da liturgia sagrada, se observem com cuidado o decoro e a limpeza das regido por clérigos, é o reitor do seminário ou do colégio, a não ser que o Bispo
igrejas e das alfaias sagradas, sobretudo na celebração eucarística e na guarda do diocesano outra coisa tenha determinado.
santíssimo Sacramento, se preencham fielmente e guardem devidamente os livros Cân. 558 — Salvo o prescrito no cân. 262, não é lícito ao reitor realizar as
paroquiais, se administrem com cuidado os bens eclesiásticos, e se conserve com funções paroquiais referidas no cân. 530, ns. 1-6 na igreja que lhe está confiada, a
a devida diligência a residência paroquial. não ser com o consentimento, ou, se for o caso, com a delegação do pároco.
§ 2. Na vigararia que lhe foi confiada, o vigário forâneo:
1.° empenhe-se por que os clérigos, de acordo com as prescrições do direito Cân. 559 — O reitor pode realizar celebrações litúrgicas, mesmo solenes, na igre-
particular, assistam, nos tempos determinados, às prelecções, reuniões teológicas ja que lhe está confiada, salvaguardadas as legítimas leis da fundação e desde que, a
ou conferências, nos termos do cân. 279, § 2; juízo do Ordinário do lugar, de modo nenhum prejudiquem o ministério paroquial.
2.° procure que sejam assegurados os auxílios espirituais aos presbíteros do Cân. 560 — O Ordinário do lugar, onde o julgar oportuno, pode mandar ao
seu distrito, e mostre-se especialmente solícito para com aqueles que se encontrem reitor que celebre na sua igreja determinadas funções, mesmo paroquiais, a favor
em situações mais difíceis ou angustiados com problemas. do povo, e ainda que ela esteja aberta a certos grupos de fiéis para aí realizarem
§ 3. O vigário forâneo, quando souber que os párocos do seu distrito se encon- celebrações litúrgicas.
tram gravemente doentes, procure que não careçam dos auxílios espirituais e ma- Cân. 561 — Sem licença do reitor ou de outro superior legítimo, a ninguém é
teriais, e que se celebrem dignamente os funerais dos que faleceram; providencie lícito na igreja celebrar a Eucaristia, administrar os sacramentos ou realizar outras
ainda por que, quando eles se encontrarem doentes ou falecerem, não desapareçam funções sagradas; esta licença, porém, seja dada ou negada nos termos do direito.
nem sejam desencaminhados os livros, documentos, alfaias sagradas e demais coi- Cân. 562 — O reitor da igreja, sob a autoridade do Ordinário do lugar e sal-
sas pertencentes à Igreja. vaguardados os estatutos legítimos e os direitos adquiridos, está obrigado a vigiar
§ 4. O vigário forâneo tem a obrigação de, segundo as determinações do Bispo por que na igreja se celebrem dignamente as sagradas funções, segundo as normas
diocesano, visitar as paróquias do seu distrito. litúrgicas e as prescrições dos cânones, se cumpram fielmente os encargos, se
administrem diligentemente os bens, se providencie à conservação e decoro das
alfaias e dos edifícios sagrados, e nada se faça que não seja inteiramente conforme
com a santidade do lugar e a reverência devida à casa de Deus.
LIV. II — Do povo de Deus 105 106 LIV. II — Do povo de Deus
PARTE II — Da constituição hierárquica da Igreja PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
Cân. 563 — Por justa causa, o Ordinário do lugar, a seu prudente arbítrio, pode
remover do ofício o reitor da igreja, sem prejuízo do prescrito no cân. 682, § 2.
PARTE III
Art. 2
DOS INSTITUTOS DE VIDA CONSAGRADA
DOS CAPELÃES E DAS SOCIEDADES DE VIDA APOSTÓLICA
Cân. 564 — Capelão é o sacerdote, a quem se confia de modo estável o cui- SECÇÃO I
dado pastoral, ao menos parcial, de alguma comunidade ou grupo peculiar de fiéis, DOS INSTITUTOS DE VIDA CONSAGRADA
que deve exercer segundo as normas do direito universal ou particular.
Cân. 565 — A não ser que o direito determine outra coisa, ou a alguém perten- TÍTULO I
çam legitimamente direitos especiais, o capelão é nomeado pelo Ordinário do lugar, NORMAS COMUNS A TODOS OS INSTITUTOS
ao qual compete também instituir o que for apresentado, ou confirmar o eleito.
DE VIDA CONSAGRADA
Cân. 566 — § 1. O capelão deve estar munido de todas as faculdades que o
bom cuidado pastoral requer. Além das faculdades, que lhe forem concedidas por
direito particular ou por delegação especial, o capelão em razão do ofício goza da Cân. 573 — § 1. A vida consagrada pela profissão dos conselhos evangélicos é
faculdade de ouvir confissões dos fiéis confiados ao seu cuidado, de lhes pregar a forma estável de viver pela qual os fiéis, sob a acção do Espírito Santo, seguindo
a palavra de Deus, de lhes administrar o Viático e a unção dos doentes e ainda de a Cristo mais de perto, se consagram totalmente a Deus sumamente amado, para
conferir o sacramento da confirmação aos que se encontrem em perigo de morte. que, dedicados por um título novo e peculiar à Sua honra, à edificação da Igreja
§ 2. Nos hospitais, prisões e nas viagens marítimas, o capelão tem ainda a e à salvação do mundo, alcancem a perfeição da caridade ao serviço do Reino de
faculdade, a exercer somente nestes lugares, de absolver das censuras latae sen- Deus e, convertidos em sinal preclaro na Igreja, preanunciem a glória celeste.
tentiae não reservadas nem declaradas, sem prejuízo do prescrito no cân. 976. § 2. Assumem livremente esta forma de viver nos institutos de vida consagra-
da, canonicamente erectos pela autoridade competente da Igreja, os fiéis que, por
Cân. 567 — § 1. O Ordinário do lugar não proceda à nomeação do capelão de
votos ou outros vínculos sagrados, de acordo com as próprias leis dos institutos,
uma casa de instituto religioso laical, senão depois de consultar o Superior, a quem
professam observar os conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência e
compete o direito de, ouvida a comunidade, propor determinado sacerdote.
pela caridade, a que os mesmos conduzem, se unem de um modo especial à Igreja
§ 2. Ao capelão compete celebrar ou orientar as funções litúrgicas; mas não lhe
e ao seu mistério.
é permitido ingerir-se no governo interno do instituto.
Cân. 574 — § 1. O estado dos que em tais institutos professam os conselhos
Cân. 568 — Constituam-se, na medida do possível, capelães para aqueles que,
evangélicos pertence à vida e à santidade da Igreja, e consequentemente por todos
em razão das suas condições de vida, não podem desfrutar do cuidado ordinário
deve ser fomentado e promovido na Igreja.
dos párocos, como são os emigrantes, os refugiados, os nómadas e os marítimos.
§ 2. A este estado são chamados por Deus de um modo especial certos fiéis
Cân. 569 — Os capelães militares regem-se por leis especiais. para que desfrutem na vida da Igreja deste dom peculiar e, segundo o fim e o espí-
Cân. 570 — Se estiver anexa à sede da comunidade ou do grupo uma igreja rito do instituto, sirvam à missão salvífica da mesma.
não paroquial, o capelão seja o reitor dessa igreja, a não ser que o cuidado da co- Cân. 575 — Os conselhos evangélicos, fundados na doutrina e exemplo de
munidade ou da igreja exija outra coisa. Cristo Mestre, são dom divino que a Igreja recebeu do Senhor e pela Sua graça
Cân. 571 — No exercício do múnus pastoral, o capelão mantenha o devido sempre conserva.
entendimento com o pároco. Cân. 576 — Pertence à autoridade competente da Igreja interpretar os con-
Cân. 572 — No concernente à remoção do capelão, observem-se as prescri- selhos evangélicos, ordenar a prática dos mesmos com leis e consequentemente
ções do cân. 563. constituir com aprovação canónica formas estáveis de viver e bem assim, pela
LIV. II — Do povo de Deus 107 108 LIV. II — Do povo de Deus
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
sua parte, procurar que os institutos cresçam e floresçam segundo o espírito dos § 2. Tal código é aprovado pela autoridade competente da Igreja e só com o
fundadores e as sãs tradições. consentimento da mesma se pode alterar.
Cân. 577 — Há muitos institutos de vida consagrada na Igreja, que possuem § 3. Neste código harmonizem-se convenientemente os elementos espirituais e
dons diferentes, segundo a graça que lhes foi dada: seguem, com efeito, mais de jurídicos; todavia não se multipliquem as normas sem necessidade.
perto a Cristo que ora, que anuncia o Reino de Deus, que faz o bem aos homens, § 4. As demais normas estabelecidas pela autoridade competente do instituto
que convive com eles no mundo, cumprindo sempre a vontade do Pai. sejam convenientemente coligidas noutros códigos, que podem ser revistos e con-
venientemente adaptados de acordo com as exigências dos lugares e dos tempos.
Cân. 578 — Por todos devem ser fielmente conservados a intenção e os pro-
pósitos dos fundadores sobre a natureza, fim, espírito e índole do instituto sancio- Cân. 588 — § 1. O estado de vida consagrada, por sua natureza, não é clerical
nados pela autoridade eclesiástica competente, e bem assim as suas sãs tradições; nem laical.
todas estas coisas constituem o património do mesmo instituto. § 2. Denomina-se instituto clerical o que, em razão do fim ou objectivo deter-
minado pelo fundador ou em virtude da legítima tradição, se encontra sob o go-
Cân. 579 — Os Bispos diocesanos, cada qual no seu território, podem erigir,
verno de clérigos, assume o exercício da ordem sagrada, e como tal é reconhecido
por decreto formal, institutos de vida consagrada, contanto que tenha sido consul-
pela autoridade da Igreja.
tada a Sé Apostólica.
§ 3. Chama-se instituto laical aquele que, reconhecido pela autoridade da Igreja
Cân. 580 — A agregação de um instituto de vida consagrada a outro é re- como tal, por sua natureza, índole e fim tem um múnus próprio, determinado pelo
servada à autoridade competente do instituto agregador, salvaguardada sempre a fundador ou pela tradição legítima, que não inclui o exercício da ordem sagrada.
autonomia canónica do instituto agregado.
Cân. 589 — De direito pontifício é o instituto de vida consagrada que foi
Cân. 581 — Pertence à autoridade competente do instituto, segundo as cons- erecto pela Sé Apostólica ou aprovado por decreto formal da mesma; de direito
tituições, dividir o instituto em partes, como quer que estas se designem, erigir diocesano, aquele que tendo sido erecto pelo Bispo diocesano, não obteve da Sé
novas, unir as já erectas ou circunscrevê-las de outro modo. Apostólica o decreto de aprovação.
Cân. 582 — As fusões e uniões de institutos de vida consagrada são exclusi- Cân. 590 — § 1. Os institutos de vida consagrada, uma vez que estão dedica-
vamente reservadas à Sé Apostólica; à mesma são igualmente reservadas as con- dos de uma maneira particular ao serviço de Deus e de toda a Igreja, encontram-se
federações e federações. por uma razão peculiar sujeitos à autoridade suprema da mesma.
Cân. 583 — As alterações nos institutos de vida consagrada que afectam os § 2. Todos e cada um dos seus membros estão obrigados a obedecer ao Sumo
pontos aprovados pela Sé Apostólica, não se podem fazer sem licença da mesma. Pontífice, como a seu Superior supremo, mesmo em razão do vínculo sagrado de
Cân. 584 — Suprimir um instituto pertence exclusivamente à Sé Apostólica, a obediência.
quem também é reservado decidir acerca dos seus bens temporais. Cân. 591 — Para melhor se providenciar ao bem dos institutos e às necessida-
Cân. 585 — Suprimir partes do instituto pertence à autoridade competente do des do apostolado, pode o Sumo Pontífice, em virtude do seu primado em toda a
mesmo Instituto. Igreja, tendo em vista a utilidade comum, isentar os institutos de vida consagrada
da autoridade dos Ordinários do lugar e subordiná-los exclusivamente a si mesmo
Cân. 586 — § 1. Reconhece-se a cada um dos institutos a justa autonomia de
ou a outra autoridade eclesiástica.
vida, sobretudo de governo, graças à qual gozem na Igreja de disciplina própria e
possam salvaguardar integralmente o seu património, a que se refere o cân. 578. Cân. 592 — § 1. Para melhor se fomentar a comunhão dos institutos com a Sé
§ 2. Compete aos Ordinários dos lugares conservar e defender esta autonomia. Apostólica, todos os Moderadores supremos enviem à Sé Apostólica, pelo modo e
no tempo por esta determinados, um breve relatório acerca do estado e da vida do
Cân. 587 — § 1. A fim de guardar mais fielmente a própria vocação e identi-
instituto.
dade de cada um dos institutos, no código fundamental ou constituições de cada
§ 2. Promovam os Moderadores de cada instituto a divulgação dos documentos
instituto devem conter-se, além daquelas coisas que no cân. 578 se ordena sejam
da Santa Sé que dizem respeito aos membros que lhes foram confiados, e velem
observadas, as normas fundamentais concernentes ao governo do instituto e à dis-
pelo seu cumprimento.
ciplina, à incorporação e formação dos membros, e ainda ao objecto próprio dos
vínculos sagrados. Cân. 593 — Sem prejuízo do preceituado no cân. 586, estão os institutos de
LIV. II — Do povo de Deus 109 110 LIV. II — Do povo de Deus
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
direito pontifício imediata e exclusivamente subordinados ao poder da Sé Apostó- Cân. 602 — A vida fraterna, própria a cada um dos institutos, pela qual todos
lica no respeitante ao governo interno e à disciplina. os membros se reúnem em Cristo como que numa família peculiar, estabeleça-se
Cân. 594 — O instituto de direito diocesano, sem prejuízo do cân. 586, perma- de tal modo que sirva de auxílio mútuo a todos para que cada um possa cumprir a
nece sob o especial cuidado do Bispo diocesano. própria vocação. Pela comunhão fraterna, enraizada e fundamentada na caridade,
os membros do instituto sirvam de exemplo na reconciliação universal em Cristo.
Cân. 595 — § 1. Compete ao Bispo da sede principal aprovar as Constituições e
confirmar as alterações nelas legitimamente introduzidas, exceptuadas aquelas em que Cân. 603 — § 1. A Igreja, além dos institutos de vida consagrada, reconhece
a Sé Apostólica tiver tido intervenção, e ainda tratar dos assuntos mais importantes que a vida eremítica ou anacorética, pela qual os fiéis por meio de um mais estrito
dizem respeito a todo o instituto e superam o poder da autoridade interna, consultados apartamento do mundo, do silêncio na solidão, da oração assídua e da penitência,
os demais Bispos diocesanos, se o instituto se tiver propagado a várias dioceses. consagram a sua vida ao louvor de Deus e à salvação do mundo.
§ 2. O bispo diocesano pode conceder dispensas das constituições em casos § 2. O eremita é reconhecido pelo direito, como devotado a Deus numa vida
particulares. consagrada, se professar publicamente os três conselhos evangélicos, por meio de
voto ou outro vínculo sagrado, nas mãos do Bispo diocesano e observar uma regra
Cân. 596 — § 1. Os Superiores e os capítulos dos institutos têm sobre os seus
própria de viver sob a orientação do mesmo.
membros o poder estabelecido pelo direito universal e pelas constituições.
§ 2. Porém, nos institutos religiosos clericais de direito pontifício dispõem Cân. 604 — § 1. A estas formas de vida consagrada acresce a ordem das vir-
também do poder eclesiástico de governo para o foro tanto externo como interno. gens, as quais, emitindo o santo propósito de seguir mais de perto a Cristo, são
§ 3. Ao poder referido no § 1 aplicam-se as prescrições dos câns. 131, 133 e consagradas a Deus pelo Bispo diocesano segundo o rito litúrgico aprovado, se des-
137-144. posam misticamente com Cristo Filho de Deus e se dedicam ao serviço da Igreja.
§ 2. As virgens podem associar-se para observarem mais fielmente o seu pro-
Cân. 597 — § 1. Qualquer católico, dotado de recta intenção, que possua as
pósito e, com auxílio mútuo, realizarem o serviço da Igreja, consentâneo com o
qualidades requeridas pelo direito universal e próprio, e não esteja abrangido por
seu próprio estado.
algum impedimento, pode ser admitido num instituto de vida consagrada.
§ 2. Ninguém pode ser admitido sem a preparação conveniente. Cân. 605 — A aprovação de novas formas de vida consagrada é exclusiva-
mente reservada à Sé Apostólica. Esforcem-se os Bispos diocesanos por discernir
Cân. 598 — § 1. Cada instituto, tendo em consideração a índole e os fins pró-
novos dons de vida consagrada confiados à Igreja pelo Espírito Santo, e ajudem
prios, determine nas suas constituições o modo como se devem observar os conse-
os seus promotores a expressarem o melhor possível os seus propósitos, e prote-
lhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência, segundo a sua forma de vida.
jam-nos com estatutos apropriados, sobretudo com a aplicação das normas gerais
§ 2. Todos os membros dos institutos, porém, devem não só observar fiel e
contidas nesta parte.
integralmente os conselhos evangélicos mas também orientar a vida segundo o
direito próprio do instituto e deste modo tender à perfeição do seu estado. Cân. 606 — O que se estabelece relativamente aos institutos de vida consagra-
da e aos seus membros, vale com igual direito para um e outro sexo, a não ser que
Cân. 599 — O conselho evangélico de castidade assumido por causa do Reino
do contexto ou da natureza das coisas se deduza outra coisa.
dos céus, que é sinal do mundo futuro e fonte de fecundidade mais abundante no
coração indiviso, importa a obrigação da continência perfeita no celibato.
Cân. 600 — O conselho evangélico de pobreza à imitação de Cristo, que sendo
rico, por nossa causa se tornou pobre, para além de uma vida pobre na realidade e TÍTULO II
em espírito, laboriosamente vivida em sobriedade e alheia à riqueza da terra, im- DOS INSTITUTOS RELIGIOSOS
porta a dependência e limitação no uso e disposição dos bens segundo as normas
do direito próprio de cada instituto.
Cân. 607 — § 1. A vida religiosa, enquanto consagração da pessoa toda, mani-
Cân. 601 — O conselho evangélico de obediência, assumido em espírito de fé
festa na Igreja um admirável consórcio estabelecido por Deus, sinal da vida futura.
e de amor no seguimento de Cristo obediente até a morte, obriga à submissão da
Deste modo o religioso consuma a sua doação plena como sacrifício oferecido a
vontade aos legítimos Superiores, que fazem as vezes de Deus, quando mandam
Deus, pelo qual toda a sua existência se torna contínuo culto de Deus na caridade.
segundo as próprias constituições.
LIV. II — Do povo de Deus 111 112 LIV. II — Do povo de Deus
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
§ 2. Instituto religioso é a sociedade em que os membros emitem segundo o di- § 2. O Moderador de uma casa autónoma é, pelo direito, Superior maior.
reito próprio votos públicos perpétuos ou temporários mas que, decorrido o prazo, Cân. 614 — Os mosteiros de monjas associados a algum instituto masculi-
devem ser renovados, e vivem a vida fraterna em comum. no têm um modo de vida próprio e um governo de acordo com as constituições.
§ 3. O testemunho público a dar pelos religiosos a Cristo e à Igreja importa Determinem-se de tal modo os direitos e obrigações recíprocos, que a associação
aquela separação do mundo que é própria da índole e do fim de cada instituto. possa favorecer o bem espiritual.
Cân. 615 — O mosteiro autónomo que, além do próprio Moderador, não
CAPÍTULO I possuir outro Superior maior, nem se encontrar de tal modo associado a algum
DAS CASAS RELIGIOSAS E DA SUA ERECÇÃO E SUPRESSÃO instituto de religiosos, que o Superior do mesmo goze em tal mosteiro de verda-
deiro poder determinado pelas constituições, é confiado, nos termos do direito, à
peculiar vigilância do Bispo diocesano.
Cân. 608 — A comunidade religiosa deve habitar numa casa legitimamente
constituída sob a autoridade do Superior designado nos termos do direito; cada Cân. 616 — § 1. A casa religiosa legitimamente erecta pode ser suprimida pelo
casa possua ao menos um oratório, onde se celebre e conserve a Eucaristia para Moderador supremo nos termos das constituições, depois de consultado o Bispo
ser verdadeiramente o centro da comunidade. diocesano. Quanto aos bens da casa suprimida providencie o direito próprio do
instituto, salvaguardadas as vontades dos fundadores e dos benfeitores e os direi-
Cân. 609 — § 1. As casas do instituto religioso são erectas pela autoridade
tos legitimamente adquiridos.
competente, de acordo com as constituições, depois de previamente obtido por
§ 2. A supressão da casa única de um instituto compete à Santa Sé, a quem
escrito o consentimento do Bispo diocesano.
também fica reservado nesse caso dispor dos bens.
§ 2. Para se erigir um mosteiro de monjas requer-se também licença da Sé
§ 3. Suprimir a casa autónoma, referida no cân. 613, pertence ao capítulo geral,
Apostólica.
a não ser que as constituições determinem de outra forma.
Cân. 610 — § 1. A erecção das casas faz-se, tendo em consideração a utilidade § 4. Suprimir um mosteiro autónomo de monjas compete à Sé Apostólica, sem
da Igreja e do instituto, e asseguradas as condições que se requerem para os seus prejuízo do prescrito nas constituições no atinente aos bens.
membros viverem devidamente a vida religiosa, de acordo com os fins e o espírito
próprios do instituto.
CAPÍTULO II
§ 2. Não se erija casa alguma, sem que se possa prudentemente julgar que será
possível providenciar às necessidades futuras dos seus membros. DO GOVERNO DOS INSTITUTOS
Cân. 611 — O consentimento do Bispo diocesano para erigir uma casa religio-
sa de algum instituto importa o direito de: Art. l
1.° levar uma vida segundo a índole e os fins próprios do instituto; DOS SUPERIORES E CONSELHOS
2.° exercer as actividades próprias do instituto, nos termos do direito, sal-
vaguardadas as condições apostas ao consentimento; Cân. 617 — Os Superiores desempenhem o seu múnus e exerçam o seu poder
3.° para os institutos clericais, possuírem igreja, sem prejuízo do cân. 1215, § segundo as normas do direito universal e próprio.
3, e exercitarem os ministérios sagrados, observadas as normas do direito aplicáveis.
Cân. 618 — Os Superiores exerçam em espírito de serviço o seu poder, recebi-
Cân. 612 — Para uma casa religiosa ser destinada a actividades apostólicas do de Deus mediante o ministério da Igreja. Dóceis portanto à vontade de Deus no
diversas daquelas para que foi constituída, requer-se o consentimento do Bispo exercício do seu múnus, governem os súbditos como filhos de Deus, promovendo,
diocesano; não porém se se tratar de alteração que, salvaguardadas as leis da fun- com reverência à pessoa humana, a sua obediência voluntária, ouçam-nos de bom
dação, unicamente diga respeito ao regime interno e à disciplina. grado e fomentem a colaboração deles para o bem do instituto e da Igreja, sem
Cân. 613 — § 1. A casa religiosa de cónegos regulares e de monges sob o prejuízo da sua autoridade para decidir e ordenar o que se deve fazer.
governo e cuidado do próprio Moderador é autónoma (sui iuris), a não ser que as Cân. 619 — Os Superiores dediquem-se diligentemente ao seu ofício e, em união
constituições estabeleçam outra coisa. com os religiosos que lhes foram confiados, esforcem-se por edificar a comunidade
LIV. II — Do povo de Deus 113 114 LIV. II — Do povo de Deus
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
fraterna em Cristo, na qual, de preferência a tudo mais, se busque e ame a Deus. Ali- Cân. 626 — Os Superiores ao conferirem os ofícios e os religiosos nas elei-
mentem, pois, os religiosos frequentemente com a palavra de Deus e induzam-nos à ções observem as normas do direito universal e próprio, abstenham-se de qualquer
celebração da liturgia sagrada. Sirvam-lhes de exemplo no exercício das virtudes e na abuso e de acepção de pessoas e, tendo diante dos olhos apenas a Deus e o bem do
observância das leis e das tradições do próprio instituto; provejam convenientemente instituto, nomeiem ou elejam aqueles que no Senhor julguem ser verdadeiramente
às suas necessidades pessoais, tratem e visitem com solicitude os doentes, corrijam dignos e aptos. Nas eleições abstenham-se ainda de procurar votos quer directa
os inquietos, consolem os pusilânimes e sejam pacientes para com todos. quer indirectamente tanto para si próprios como para outros.
Cân. 620 — São Superiores maiores os que governam todo o instituto, ou uma Cân. 627 — § 1. Nos termos das constituições, tenham os Superiores um con-
província deste, ou uma parcela equiparada à mesma, ou uma casa autónoma, e selho próprio, cuja colaboração devem utilizar no exercício do seu múnus.
ainda os seus vigários. Assemelham-se a estes o Abade Primaz e o Superior da § 2. Para além dos casos prescritos no direito universal, o direito próprio de-
congregação monástica, que no entanto não possuem todo o poder que o direito termine os casos em que os Superiores, para agirem validamente, necessitam do
universal atribui aos Superiores maiores. consentimento ou do conselho que se há-de solicitar nos termos do cân. 127.
Cân. 621 — A união de várias casas que, sob o mesmo Superior, constitui uma Cân. 628 — § 1. Os Superiores, que são designados pelo direito próprio do
parte imediata do mesmo instituto, erecta canonicamente pela autoridade legítima, instituto para este múnus, visitem nos tempos estabelecidos as casas e os religiosos
recebe o nome de província. que lhes foram confiados, de acordo com as normas do mesmo direito próprio.
Cân. 622 — O Moderador supremo tem poder sobre todas as províncias, casas § 2. É direito e dever do Bispo diocesano visitar, mesmo no concernente à
e religiosos do instituto e deve exercê-lo segundo o direito próprio; os demais disciplina religiosa:
Superiores têm-no dentro dos limites do seu ofício. 1.° os mosteiros autónomos referidos no cân. 615;
2.° cada uma das casas do instituto de direito diocesano situadas no seu
Cân. 623 — Para os religiosos serem validamente nomeados ou eleitos para o
território.
cargo de Superior, requer-se um período conveniente depois de emitida a profis-
§ 3. Os religiosos tratem confiadamente com o visitador, ao qual estão obri-
são perpétua ou definitiva no instituto, a determinar pelo direito próprio, ou, se se
gados a responder segundo a verdade, na caridade; a ninguém é lícito afastar os
tratar de Superiores maiores, pelas constituições.
religiosos desta obrigação seja por que modo for ou impedir de outro modo a
Cân. 624 — § 1. Os Superiores sejam constituídos para um determinado e finalidade da visita.
conveniente período de tempo de acordo com a natureza e necessidade do insti-
Cân. 629 — Os Superiores residam cada um na sua própria casa e dela não se
tuto, a não ser que para o Moderador supremo e para os Superiores de uma casa
ausentem a não ser nos termos do direito próprio.
autónoma as constituições permitam outra coisa.
§ 2. O direito próprio providencie com normas adequadas para que os Superio- Cân. 630 — § 1. Reconheçam os Superiores aos religiosos a liberdade devida
res, constituídos para um período definido, não permaneçam por longo tempo sem no concernente ao sacramento da penitência e à direcção da consciência, salva-
interrupção em cargos de governo. guardada porém a disciplina do instituto.
§ 3. Podem, no entanto, durante o seu múnus ser removidos do ofício ou trans- § 2. Os Superiores sejam solícitos, nos termos do direito próprio, para que se
feridos para outro por causas estabelecidas no direito próprio. encontrem à disposição dos religiosos confessores idóneos aos quais eles se pos-
sam confessar com frequência.
Cân. 625 — § 1. O Moderador supremo do instituto seja designado mediante
§ 3. Nos mosteiros de monjas, nas casas de formação e nas comunidades laicais
eleição canónica nos termos das constituições.
mais numerosas haja confessores ordinários, aprovados pelo Ordinário do lugar,
§ 2. Às eleições do Superior do mosteiro autónomo, referido no cân. 615, e
depois de ouvidos os pareceres da comunidade, sem que exista contudo obrigação
do Moderador supremo do instituto de direito diocesano preside o Bispo da sede
de a eles se apresentarem.
principal.
§ 4. Os Superiores não ouçam as confissões dos súbditos, a não ser que estes
§ 3. Os demais Superiores sejam constituídos nos termos das constituições; de
espontaneamente o peçam.
tal modo, porém, que, se forem eleitos, necessitam da confirmação do Superior
§ 5. Os religiosos aproximem-se com confiança dos Superiores, aos quais
maior competente; se, porém, forem nomeados pelo Superior, faça-se uma ade-
podem livre e espontaneamente abrir a sua alma. Estão porém os Superiores proi-
quada consulta prévia.
bidos de induzi-los por qualquer modo a manifestar-lhes a consciência.
LIV. II — Do povo de Deus 115 116 LIV. II — Do povo de Deus
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
Cân. 635 — § l. Os bens temporais dos institutos religiosos, como bens ecle-
Art. 2 siásticos que são, regem-se pelas prescrições do Livro V, Dos bens temporais da
DOS CAPÍTULOS Igreja, a não ser que se determine expressamente outra coisa.
§ 2. Os institutos estabeleçam normas adequadas sobre o uso e administração dos
bens, pelas quais se fomente, defenda e manifeste a pobreza que lhes é própria.
Cân. 631 — § 1. O capítulo geral que, nos termos das constituições, tem a
autoridade suprema no instituto, constitua-se de tal modo que, representando todo Cân. 636 — § l. Em cada instituto e, de modo semelhante, em cada provín-
o instituto, se torne o verdadeiro sinal da unidade do mesmo na caridade. Com- cia governada por um Superior maior, haja um ecónomo, distinto do Superior e
pete-lhe principalmente: defender o património do instituto, referido no cân. 578, constituído segundo as normas do direito próprio, que administre os bens sob a
e promover a renovação adequada de acordo com o mesmo, eleger o Moderador direcção do respectivo Superior. Nas comunidades locais constitua-se igualmente,
supremo, tratar dos principais assuntos e bem assim elaborar normas, às quais quanto possível, um ecónomo distinto do Superior local.
todos estão obrigados a obedecer. § 2. No tempo e pelo modo estabelecidos pelo direito próprio, os ecónomos e
§ 2. Nas constituições determine-se a composição e o âmbito do poder do os demais administradores prestem contas à autoridade competente da administra-
capítulo; o direito próprio determine além disso a ordem a observar na celebração ção efectuada.
do capítulo, particularmente no concernente às eleições e ao modo de tratar dos Cân. 637 — Os mosteiros autónomos, referidos no cân. 615, devem apresentar
assuntos. contas da sua administração ao Ordinário do lugar uma vez por ano; além disso o
§ 3. De acordo com as normas determinadas no direito próprio, não só as Ordinário do lugar tem o direito de tomar conhecimento da administração econó-
províncias e as comunidades locais, mas ainda qualquer religioso pode enviar mica da casa religiosa de direito diocesano.
livremente ao capítulo geral os seus desejos e sugestões. Cân. 638 — § l. Pertence ao direito próprio determinar, dentro do âmbito do
Cân. 632 — O direito próprio determine com precisão os assuntos perten- direito universal, os actos que excedam o fim e o modo da administração ordinária,
centes aos outros capítulos do instituto e às demais assembleias semelhantes, a e bem assim estabelecer as condições necessárias para se realizarem validamente
saber, quanto à sua natureza, autoridade, composição, modo de proceder e data da os actos de administração extraordinária.
celebração. § 2. Além dos Superiores, realizam ainda validamente despesas e actos jurídi-
Cân. 633 — § l. Os órgãos de participação ou consulta exerçam fielmente o cos de administração ordinária, dentro dos limites do seu ofício, os oficiais que no
múnus que lhes foi confiado nos termos do direito universal e próprio, e expri- direito próprio para tal são designados.
mam, cada um a seu modo, o cuidado e a participação de todos os religiosos pelo § 3. Para a validade de uma alienação e de qualquer negócio em que a condição
bem de todo o instituto ou o da comunidade. patrimonial da pessoa jurídica se possa tornar pior, requer-se licença dada por es-
§ 2. Na constituição e uso destes meios de participação e de consulta observe- crito pelo Superior competente com o consentimento do seu conselho. Se contudo
-se uma sábia discrição, e o seu modo de actuação seja conforme com a índole e se tratar dum negócio que exceda a soma determinada pela Santa Sé para cada
fim do instituto. região, ou de ex-votos oferecidos à Igreja, ou de coisas preciosas pela sua arte ou
história, requer-se também licença da mesma Santa Sé.
§ 4. No caso de mosteiros autónomos, referidos no cân. 615, e de institutos de
Art. 3
direito diocesano, é ainda necessário consentimento do Ordinário do lugar presta-
DOS BENS TEMPORAIS E SUA ADMINISTRAÇÃO do por escrito.
Cân. 639 — § 1. Se a pessoa jurídica tiver contraído dívidas e obrigações, mesmo
Cân. 634 — § 1. Os institutos, províncias e casas, como pessoas jurídicas que com licença dos Superiores, ela própria está obrigada a responder pelas mesmas.
são pelo próprio direito, têm capacidade para adquirir, possuir, administrar e alie- § 2. Se um religioso com licença do Superior as tiver contraído sobre os seus
nar bens temporais, a não ser que nas constituições esta capacidade se exclua ou bens, o próprio deve responder por elas; se, porém, tiver realizado o negócio do
coarcte. instituto por ordem do Superior, é o instituto que deve responder.
§ 2. Evite-se todavia toda a espécie de luxo, de lucro imoderado e acumulação § 3. Se um religioso as tiver contraído sem licença dos Superiores, ele próprio
de bens. deve responder, e não a pessoa jurídica.
LIV. II — Do povo de Deus 117 118 LIV. II — Do povo de Deus
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
§ 4. Mantenha-se todavia que em todo o tempo pode ser movida uma acção contra Cân. 644 — Os Superiores não admitam ao noviciado clérigos seculares sem
aquele que aumentou o seu património em consequência de um contrato celebrado. primeiro terem consultado o Ordinário dos mesmos, nem os endividados que não
§ 5. Não permitam os Superiores religiosos que se contraiam dívidas, a não ser sejam capazes de saldar as dívidas.
que haja a certeza de, com as receitas habituais, se poderem pagar os juros e, den- Cân. 645 — § l. Antes de serem admitidos ao noviciado, devem os candidatos
tro de um tempo não muito longo, mediante uma legítima amortização, restituir-se apresentar o certificado do baptismo e da confirmação e ainda de estado livre.
o capital. § 2. Se se tratar da admissão de clérigos e daqueles que tiverem sido admiti-
Cân. 640 — Os institutos, tendo em consideração os distintos lugares, esfor- dos noutro instituto de vida consagrada, numa sociedade de vida apostólica, ou
cem-se por dar testemunho de algum modo colectivo de caridade e pobreza e, na num seminário, requer-se, além disso, o testemunho respectivamente do Ordiná-
medida dos seus recursos, contribuam com os seus próprios bens para as necessi- rio do lugar, ou do Superior maior do instituto ou da sociedade, ou do reitor do
dades da Igreja e o sustento dos pobres. Seminário.
§ 3. O direito próprio pode exigir outros testemunhos acerca da idoneidade
requerida nos candidatos e da ausência de impedimentos.
§ 4. Os Superiores, se lhes parecer necessário, podem pedir ainda outras infor-
CAPÍTULO III mações, mesmo sob segredo.
DA ADMISSÃO DOS CANDIDATOS
E DA FORMAÇÃO DOS MEMBROS Art. 2
DO NOVICIADO E FORMAÇÃO DOS NOVIÇOS
Art. l
DA ADMISSÃO AO NOVICIADO
Cân. 646 — O noviciado, com que se inicia a vida no instituto, destina-se a
que os noviços conheçam mais profundamente a vocação divina e também a pró-
Cân. 641 — O direito de admitir ao noviciado pertence aos Superiores maio- pria do instituto, experimentem o modo de viver do instituto, informem a mente e
res, nos termos do direito próprio. o coração com o espírito deste, e se comprovem os seus propósitos e idoneidade.
Cân. 642 — Os Superiores, com vigilante cuidado, só admitam aqueles que, Cân. 647 — § 1. A erecção, a transferência e a supressão da casa do noviciado
além da idade requerida, possuam saúde, índole apropriada e suficientes quali- façam-se por decreto, dado por escrito, do Moderador supremo do instituto, com o
dades de maturidade para abraçar a vida própria do instituto; esta saúde, índole consentimento do seu conselho.
e maturidade sejam comprovadas, se tanto for necessário, por especialistas, sem § 2. Para o noviciado ser válido, deve fazer-se na casa para tal devidamente
prejuízo do prescrito no cân. 220. designada. Em casos particulares e a modo de excepção, por concessão do Mo-
Cân. 643 — § 1. É invalidamente admitido ao noviciado: derador supremo com o consentimento do seu conselho, pode o candidato fazer o
1.° quem ainda não tiver completado dezassete anos de idade; noviciado em outra casa do instituto, sob a orientação de um religioso experimen-
2.° o cônjuge, durante o matrimónio; tado que faça as vezes do mestre de noviços.
3.° o que se encontrar actualmente ligado por vínculo sagrado a § 3. Pode o Superior maior permitir que o grupo dos noviços resida, por perío-
algum instituto de vida consagrada ou estiver incorporado nalguma sociedade de dos de tempo determinados, noutra casa do instituto por ele designada.
vida apostólica, sem prejuízo do prescrito no cân. 684; Cân. 648 — § 1. Para o noviciado ser válido, deve abranger doze meses na
4.° quem entrar no instituto induzido por coacção, medo grave ou própria comunidade do noviciado, sem prejuízo do prescrito no cân. 647, § 3.
dolo, ou aquele que o Superior recebeu de igual modo induzido; § 2. Para completar a formação dos noviços, podem as constituições, para além
5.° quem tiver ocultado a sua incorporação em algum instituto de do tempo referido no § l, estabelecer um ou vários períodos de exercício apostóli-
vida consagrada ou em alguma sociedade de vida apostólica. co fora da comunidade do noviciado.
§ 2. O direito próprio pode estabelecer outros impedimentos para a validade da § 3. O noviciado não ultrapasse dois anos.
admissão, ou impor condições. Cân. 649 — § 1. Sem prejuízo das prescrições do cân. 647, § 3 e do cân. 648,
LIV. II — Do povo de Deus 119 120 LIV. II — Do povo de Deus
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
§ 2, a ausência da casa de noviciado que ultrapasse três meses contínuos ou des- idoneidade, pode o Superior maior prorrogar o tempo de provação nos termos do
contínuos, torna o noviciado inválido. A ausência que ultrapasse quinze dias, deve direito próprio, mas não para além de seis meses.
ser suprida.
§ 2. Com licença do Superior maior competente, a primeira profissão pode ser Art. 3
antecipada, mas não por mais de quinze dias. DA PROFISSÃO RELIGIOSA
Cân. 650 — § 1. A finalidade do noviciado exige que os noviços sejam forma-
dos sob a direcção do mestre segundo as normas de formação determinadas pelo
direito próprio. Cân. 654 — Pela profissão religiosa os membros assumem com voto público a
§ 2. O governo dos noviços é reservado exclusivamente ao mestre, sob a auto- observância dos três conselhos evangélicos, consagram-se a Deus pelo ministério
ridade dos Superiores maiores. da Igreja e são incorporados no instituto com os direitos e deveres determinados
pelo direito.
Cân. 651 — § 1. O mestre de noviços seja um membro do instituto, professo
de votos perpétuos e legitimamente designado. Cân. 655 — A profissão temporária emita-se por tempo determinado no direito
§ 2. Se for necessário, podem dar-se cooperadores ao mestre, que lhe estejam próprio, de tal modo que não seja mais breve que um triénio nem mais longo do
subordinados quanto à orientação do noviciado e o modo de formação. que um sexénio.
§ 3. À formação dos noviços destinem-se membros do instituto diligentemente Cân. 656 — Para a validade da profissão temporária requer-se que:
preparados que, não impedidos por outros encargos, possam desempenhar o seu 1.° quem a vai emitir, tenha completado ao menos dezoito anos;
múnus com fruto e de modo estável. 2.° tenha sido feito o noviciado validamente;
Cân. 652 — § 1. Compete ao mestre e aos seus cooperadores discernir e com- 3.° tenha havido a admissão livremente feita pelo Superior com o voto do
provar a vocação dos noviços, e formá-los gradualmente para virem a levar a vida seu conselho nos termos do direito;
de perfeição própria do instituto. 4.° seja expressa e emitida sem coacção, medo grave ou dolo;
§ 2. Levem-se os noviços a cultivar as virtudes humanas e cristãs; pela oração 5 ° seja recebida pelo legítimo Superior pessoalmente ou por outrem.
e abnegação de si próprios introduzam-se numa via mais plena de perfeição; ins- Cân. 657 — § 1. Decorrido o período para o qual a profissão foi emitida, o
truam-se na contemplação do mistério da salvação e na leitura e meditação das religioso que espontaneamente o pedir e for julgado idóneo, seja admitido à reno-
Escrituras sagradas; preparem-se para prestar culto a Deus na liturgia sagrada; vação da profissão ou à profissão perpétua; de contrário, saia do instituto.
aprendam o modo de levar uma vida consagrada a Deus e aos homens em Cristo § 2. Se parecer oportuno, pode o período da profissão temporária ser prorroga-
por meio dos conselhos evangélicos; informem-se acerca da índole e espírito, do do pelo Superior competente de acordo com o próprio direito, de tal modo porém
fim e disciplina, da história e vida do instituto, e imbuam-se do amor para com a que a totalidade do tempo em que o religioso se encontra vinculado pelos votos
Igreja e os sagrados Pastores. temporários não ultrapasse nove anos.
§ 3. Os noviços, cônscios da própria responsabilidade, colaborem de tal modo § 3. A profissão perpétua pode ser antecipada por causa justa, mas não por mais
activamente com o mestre, que correspondam com fidelidade à divina graça da de três meses.
vocação. Cân. 658 — Além das condições já referidas no cân. 656, ns. 3, 4 e 5 e outras
§ 4. Procurem por sua parte os membros do instituto cooperar na obra da for- acrescentadas pelo direito próprio, para a validade da profissão perpétua requer-se:
mação dos noviços com o exemplo de vida e a oração. l.º ao menos vinte e um anos completos;
§ 5. O tempo de noviciado referido no cân. 648, § 1 seja consagrado propria- 2.º a prévia profissão temporária, ao menos por um triénio, salvo o prescrito
mente à formação, e por isso não se ocupem os noviços em estudos e actividades no cân. 657, § 3.
que não contribuam directamente para esta formação.
Cân. 653 — § l. O noviço pode abandonar livremente o instituto; e por sua vez
a autoridade competente do instituto pode despedi-lo.
§ 2. Terminado o noviciado, se o noviço for julgado idóneo, seja admitido à
profissão temporária; de contrário, seja despedido; se restar dúvida acerca da sua
LIV. II — Do povo de Deus 121 122 LIV. II — Do povo de Deus
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
seus bens, faça essa renúncia, quanto possível, em forma válida também pelo di- lica informada por espírito religioso.
reito civil antes da profissão perpétua, que valha a partir do dia em que emitir a § 2. A actividade apostólica proceda sempre da íntima união com Deus, e deve
profissão. O mesmo faça o professo de votos perpétuos que, nos termos do direito confirmá-la e fomentá-la.
próprio, com a licença do seu Moderador supremo, queira renunciar parcial ou § 3. A actividade apostólica, que se exerce em nome e por mandato da Igreja,
totalmente aos seus bens. realize-se em comunhão eclesial.
§ 5. O professo que, pela natureza do instituto, tiver renunciado plenamente Cân. 676 — Os institutos laicais, tanto de homens como de mulheres partici-
aos seus bens, perde a capacidade de adquirir e possuir, e por conseguinte os actos pam no múnus pastoral da Igreja mediante as obras de misericórdia espirituais e
contrários ao voto de pobreza realiza-os invalidamente. Os bens que lhe advierem corporais, e prestam aos homens os mais diversos serviços; por isso permaneçam
depois da renúncia, revertem para o instituto nos termos do direito próprio. fielmente na graça da sua vocação.
Cân. 669 — § 1. Os religiosos, em sinal da sua consagração e em testemunho Cân. 677 — § 1. Os Superiores e os religiosos mantenham fielmente a missão
de pobreza, tragam o hábito do instituto, confeccionado segundo o direito próprio. e as obras próprias do instituto; contudo adaptem-nas com prudência, tendo em
§ 2. Os religiosos clérigos dum instituto, que não tenha hábito próprio, adop- consideração as necessidades dos tempos e lugares, e utilizando até meios novos e
tem o trajo clerical nos termos do cân. 284. oportunos.
Cân. 670 — O instituto deve subministrar aos religiosos tudo o que, nos ter- § 2. Os institutos que tiverem unidas algumas associações de fiéis auxiliem-nas
mos das constituições, é necessário para alcançarem o fim da sua vocação. com especial cuidado, a fim de que sejam impregnadas do genuíno espírito da sua
Cân. 671 — O religioso não aceite cargos e ofícios fora do próprio instituto família religiosa.
sem licença do legítimo Superior. Cân. 678 — § 1. No concernente à cura de almas, ao exercício público do culto
Cân. 672 — Os religiosos estão obrigados às prescrições dos câns. 277, 285, divino e às demais obras de apostolado, os religiosos estão sujeitos ao poder dos
286, 287 e 289; os religiosos clérigos estão ainda obrigados às prescrições do cân. Bispos, a quem estão obrigados a prestar devoto respeito e reverência.
279, § 2; nos institutos laicais de direito pontifício, a licença referida no cân. 285, § 2. No exercício externo do apostolado os religiosos estão também sujeitos
§ 4, pode ser concedida pelo Superior maior próprio. aos Superiores próprios e devem permanecer fiéis à disciplina do instituto; e, se
tanto for necessário, os próprios Bispos não deixem de urgir esta obrigação.
§ 3. Importa que os Bispos diocesanos e os Superiores religiosos procedam de
CAPÍTULO V comum acordo na programação das obras de apostolado dos religiosos.
DO APOSTOLADO DOS INSTITUTOS
Cân. 679 — Por causa gravíssima, o Bispo diocesano pode proibir que um
membro de um instituto religioso resida na diocese, se o seu Superior maior, de-
Cân. 673 — O apostolado de todos os religiosos consiste em primeiro lugar no pois de avisado, negligenciar tomar providências, comunicando, porém, o caso
testemunho da sua vida consagrada que estão obrigados a fomentar com a oração imediatamente à Santa Sé.
e a penitência. Cân. 680 — Entre os vários institutos e ainda entre estes e o clero secular,
Cân. 674 — Os institutos que se dedicam integralmente à vida contemplativa fomente-se uma cooperação ordenada, e também a coordenação de todas as obras
ocupam sempre uma parte relevante no Corpo místico de Cristo: na verdade, ofe- e actividades apostólicas, sob a orientação do Bispo diocesano, e salvaguardada a
recem a Deus o sacrifício exímio de louvor, enriquecem com ubérrimos frutos de índole, o fim de cada instituto e as leis da fundação.
santidade o povo de Deus, movem-no com o exemplo e dilatam-no com misteriosa Cân. 681 — § l. As obras confiadas aos religiosos pelo Bispo diocesano estão
fecundidade apostólica. Por essa razão, e muito embora sejam urgentes as necessi- sujeitas à autoridade e direcção do mesmo, sem prejuízo do direito dos Superiores
dades do apostolado activo, os membros destes institutos não podem ser chamados religiosos nos termos do cân. 678, §§ 2 e 3.
para auxiliarem com o seu trabalho nos vários ministérios pastorais. § 2. Nestes casos, faça-se por escrito uma convenção entre o Bispo diocesano
Cân. 675 — § l. Nos institutos que se consagram às obras de apostolado, a e o Superior competente do instituto, na qual, entre outras coisas, se determine
actividade apostólica pertence à sua própria natureza. Seja por isso a totalidade da expressamente e com precisão o que respeita à obra a realizar, aos religiosos que
vida dos seus membros impregnada de espírito apostólico, e toda a acção apostó- nela se hão-de ocupar, e à parte económica.
LIV. II — Do povo de Deus 125 126 LIV. II — Do povo de Deus
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
Cân. 682 — § l. Se se tratar de conferir a um religioso algum ofício ecle- Cân. 685 — § l. Até à emissão da profissão no novo instituto, os votos conti-
siástico na diocese, quem o nomeia é o Bispo diocesano, sob a apresentação ou ao nuam a subsistir, mas suspendem-se os direitos e obrigações que o religioso tinha
menos com o assentimento do Superior competente. no instituto primitivo; a partir do início da provação está o mesmo obrigado à
§ 2. O religioso pode ser removido do ofício que lhe foi conferido, ao arbítrio observância do direito próprio do novo instituto.
quer da autoridade que lho conferiu, avisado o Superior religioso, quer do Superior, § 2. Pela profissão no novo instituto, o religioso incorpora-se neste, ao mesmo
avisado quem lho conferiu, sem que se requeira o consentimento da outra parte. tempo que cessam os votos, os direitos e as obrigações precedentes.
Cân. 683 — § 1. Por ocasião da visita pastoral e ainda em caso de necessidade,
o Bispo diocesano pode visitar por si mesmo ou por outrem as igrejas e os orató- Art. 2
rios que os fiéis habitualmente frequentam, as escolas e as demais obras de religião DA SAÍDA DO INSTITUTO
e de caridade quer espirituais quer temporais confiadas aos religiosos; não porém
as escolas que estejam abertas exclusivamente aos alunos próprios do instituto.
§ 2. Se porventura tiver notado alguns abusos, e depois de avisado em vão o Cân. 686 — § 1. Com o consentimento do seu conselho, pode o Moderador
Superior religioso, pode o mesmo Bispo pessoalmente providenciar por autorida- supremo, por causa grave, conceder ao religioso professo de votos perpétuos o
de própria. indulto de exclaustração, não porém para além de três anos, com o consentimento
prévio do Ordinário do lugar em que ele deve residir, se se tratar de um sacerdote.
Prorrogar o indulto ou concedê-lo para além de um triénio, está reservado à Santa
CAPÍTULO VI Sé ou, se se tratar de instituto de direito diocesano, ao Bispo diocesano.
DA SEPARAÇÃO DOS MEMBROS DO INSTITUTO § 2. Compete exclusivamente à Santa Sé conceder o indulto de exclaustração a
monjas.
Art. 1 § 3. A pedido do Moderador supremo, com o consentimento do seu conselho,
DA PASSAGEM A OUTRO INSTITUTO por causas graves e observadas a equidade e a caridade, a exclaustração pode ser
imposta pela Santa Sé ao religioso dum instituto de direito pontifício, ou pelo Bis-
po diocesano ao religioso de um instituto de direito diocesano.
Cân. 684 — § l. O religioso de votos perpétuos não pode transitar do próprio
Cân. 687 — O religioso exclaustrado considera-se exonerado das obrigações
para outro instituto religioso, a não ser por concessão do Moderador supremo de
que se não possam harmonizar com a nova condição da sua vida, e permanece sob
cada um dos institutos e com o consentimento dos respectivos conselhos.
a dependência e o cuidado dos seus Superiores e também do Ordinário do lugar,
§ 2. Concluída a provação, que se deve prolongar ao menos por três anos, pode
sobretudo se se tratar de clérigo. Pode usar o hábito do instituto, a não ser que
o religioso ser admitido à profissão perpétua no novo instituto. Mas se o religioso
outra coisa esteja estabelecida no indulto. Carece todavia de voz activa e passiva.
se recusar a emitir esta profissão ou não for admitido pelos Superiores competen-
tes a emiti-la, regresse ao primitivo instituto, a não ser que tenha obtido indulto de Cân. 688 — § 1. Quem, terminado o tempo da profissão, quiser sair do institu-
secularização. to, pode abandoná-lo.
§ 3. Para que o religioso possa transitar de um mosteiro autónomo para outro § 2. Quem, num instituto de direito pontifício, durante a profissão temporária, por
mosteiro do mesmo instituto, federação ou confederação, requer-se e basta o con- causa grave, pedir para deixar o instituto, pode obter do Moderador supremo, com o
sentimento do Superior maior de ambos os mosteiros e do capítulo do mosteiro consentimento do seu conselho, o indulto de saída do instituto; porém nos institutos
que o recebe, salvaguardados os outros requisitos estabelecidos pelo direito pró- de direito diocesano e nos mosteiros referidos no cân. 615, para a validade do indulto
prio; não se exige nova profissão. requer-se a confirmação do Bispo do lugar da casa a que o religioso pertence.
§ 4. O direito próprio determine o tempo e o modo da provação que deve ante- Cân. 689 — § 1. Concluída a profissão temporária, se houver causa justa, pode
ceder a profissão do religioso no novo instituto. o religioso ser excluído da profissão subsequente pelo Superior maior competente,
§ 5. Para que o trânsito se faça para um instituto secular ou para uma sociedade ouvido o seu conselho.
de vida apostólica, ou destes para um instituto religioso, requer-se a licença da § 2. A enfermidade física ou psíquica, contraída mesmo depois da profissão,
Santa Sé, cujas ordens se devem observar. que, a juízo dos especialistas, torne o religioso, referido no § 1, inapto para viver a
LIV. II — Do povo de Deus 127 128 LIV. II — Do povo de Deus
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
vida do instituto, constitui causa para não o admitir à renovação da profissão ou à Cân. 695 — § 1. Deve ser demitido o religioso que tiver cometido os delitos
profissão perpétua, a não ser que a enfermidade haja sido contraída em virtude da referidos aos cans. 1397, 1398 e 1395, a não ser que, tratando-se dos delitos men-
negligência do instituto ou de trabalho realizado no mesmo. cionados no cân. 1395, § 2, o Superior julgue que a demissão não é inteiramente
§ 3. Se o religioso, durante o período dos votos temporários, cair em demência, necessária e que de outro modo se pode prover suficientemente à emenda do reli-
não pode ser demitido, mesmo que não possa emitir nova profissão. gioso, à restituição da justiça e à reparação do escândalo.
Cân. 690 — § 1. Quem, concluído o noviciado ou depois da profissão, tiver § 2. Nestes casos, o Superior maior, depois de coligidas as provas acerca dos
legitimamente saído do instituto, pode ser readmitido pelo Moderador supremo factos e da imputabilidade, notifique o religioso a demitir acerca da acusação e das
com o consentimento do seu conselho sem a obrigação de repetir o noviciado; provas, dando-lhe a faculdade de se defender. Enviem-se ao Moderador supremo
competirá ao mesmo Moderador determinar a provação consentânea que anteceda todas as actas, assinadas pelo Superior maior e pelo notário, juntamente com as
a profissão temporária e o tempo dos votos que deve preceder a profissão perpétua, respostas do religioso dadas por escrito e por ele assinadas.
nos termos dos câns. 655 e 657. Cân. 696 — § 1. Pode ainda o religioso ser demitido por outras causas, con-
§ 2. Tem a mesma faculdade o Superior do mosteiro autónomo com o consen- tanto que sejam graves, externas, imputáveis e juridicamente comprovadas, como
timento do seu conselho. são: desprezo habitual das obrigações da vida consagrada; violações reiteradas dos
Cân. 691 — § 1. O professo de votos perpétuos não peça o indulto para aban- vínculos sagrados; desobediência pertinaz às legítimas prescrições dos Superiores
donar o instituto, sem causas gravíssimas ponderadas perante Deus; dirija a sua em matéria grave; escândalo grave procedente de modo culpável de agir do religio-
petição ao Moderador supremo do instituto, que a transmitirá à autoridade compe- so; pertinaz defesa ou difusão de doutrinas condenadas pelo magistério da Igreja;
tente juntamente com o seu voto e o do seu conselho. adesão pública a ideologias infeccionadas de materialismo e ateísmo; ausência
§ 2. Nos institutos de direito pontifício o indulto desta natureza é reservado ilegítima referida no cân. 665, § 2, prolongada por seis meses; e outras causas de
à Sé Apostólica; nos institutos de direito diocesano pode concedê-lo também o semelhante gravidade, porventura determinadas pelo próprio direito do instituto.
Bispo da diocese na qual se situa a casa a que o religioso pertence. § 2. Para a demissão do religioso de votos temporários bastam ainda causas de
menor gravidade estabelecidas no direito próprio.
Cân. 692 — O indulto de saída, legitimamente concedido e notificado ao reli-
gioso, importa pelo próprio direito a dispensa dos votos e de todas as obrigações Cân. 697 — Nos casos referidos no cân. 696, se o Superior maior, ouvido o seu
que procedem da profissão, a não ser que no acto da notificação seja rejeitado pelo conselho, considerar dever iniciar-se o processo de demissão:
religioso. 1.° colija ou complete as provas;
2.° admoeste o religioso por escrito ou em presença de duas tes-
Cân. 693 — Se o religioso for clérigo, o indulto não se concede antes de ele
temunhas com a cominação explícita de ulterior demissão, se não se emendar,
encontrar um Bispo que o incardine na sua diocese ou ao menos o receba a título
depois de lhe ter sido claramente apresentada a causa da demissão e dada a plena
experimental. Se for recebido a título experimental, decorridos cinco anos se o
faculdade de se defender; se a admoestação não for bem sucedida, decorridos pelo
Bispo não o tiver recusado, pelo próprio direito é incardinado na diocese.
menos quinze dias, proceda a segunda admoestação;
3.° se também esta admoestação não for bem sucedida e o Supe-
Art. 3 rior maior com o seu conselho se tiver convencido de que consta suficientemente
DA DEMISSÃO DOS RELIGIOSOS da incorrigibilidade e que a defesa do religioso foi insuficiente, decorridos inutil-
mente quinze dias após a última admoestação, envie ao Moderador supremo todas
Cân. 694 — § 1. Deve considerar-se demitido do Instituto pelo mesmo facto o as actas assinadas pelo próprio Superior maior e pelo notário, acompanhadas das
religioso que: respostas do religioso por ele mesmo assinadas.
1.° tenha abandonado notoriamente a fé católica; Cân. 698 — Em todos os casos referidos nos câns. 695 e 696 permanece sem-
2.° tenha contraído ou atentado matrimónio, mesmo só civilmente. pre inalterado o direito de o religioso comunicar com o Moderador supremo e de
§ 2. Nestes casos, o Superior maior com o seu conselho, sem demora, depois lhe apresentar directamente a sua defesa.
de coligidas as provas, emita uma declaração do facto, para que juridicamente Cân. 699 — § 1. O Moderador supremo com o seu conselho, que para a vali-
conste da demissão. dade deve constar ao menos de quatro membros, proceda colegialmente com toda
LIV. II — Do povo de Deus 129 130 LIV. II — Do povo de Deus
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
a ponderação ao exame das provas, dos argumentos e da defesa, e, se por votação julgue não se poderem harmonizar com a sua condição.
secreta assim for decidido, lavre o decreto de demissão, expressando nele para a Cân. 706 — O religioso acima referido:
validade ao menos sumariamente as razões de direito e de facto. 1.° se pela profissão houver perdido o domínio dos bens, possui o uso, o
§ 2. Nos mosteiros autónomos, referidos no cân. 615, decretar a demissão com- usufruto e a administração dos bens que lhe advierem; o Bispo diocesano porém
pete ao Bispo diocesano, a quem o Superior apresente as actas examinadas pelo e os demais a que se refere o cân. 381, § 2, adquirem a propriedade para a Igreja
seu conselho. particular; os outros para o instituto ou para a Santa Sé, consoante o instituto for
Cân. 700 — O decreto de demissão só tem valor depois de confirmado pela ou não capaz de possuir;
Santa Sé, à qual ele deve ser enviado com todas as actas; se se tratar de um ins- 2.° se pela profissão não tiver perdido o domínio dos bens, recupera o uso,
tituto de direito diocesano, a confirmação compete ao Bispo da diocese em que o usufruto e a administração dos que possuía; os que depois lhe advierem, adquire-
está situada a casa a que o religioso pertence. Para a validade, o decreto deve -os plenamente para si;
indicar o direito que o demitido tem de, no prazo de dez dias contados depois 3.° num e noutro caso, dos bens, que não lhe advierem em atenção à pessoa,
de recebida a notificação, recorrer para a autoridade competente. O recurso tem deve dispor segundo a vontade dos oferentes.
efeito suspensivo. Cân. 707 — § 1. O Bispo religioso emérito pode escolher a sede da sua resi-
Cân. 701 — Por demissão legítima cessam automaticamente os votos e ainda dência mesmo fora das casas do seu instituto, a não ser que de outro modo tenha
os direitos e obrigações que procedam da profissão. Todavia, se o religioso for sido providenciado pela Sé Apostólica.
clérigo, não pode exercer as ordens sagradas enquanto não encontrar Bispo que o § 2. Quanto à sua conveniente e digna sustentação, se tiver servido a alguma
receba depois de uma conveniente provação na diocese, nos termos do cân. 693, diocese, observe-se o cân. 402, § 2, a não ser que o próprio instituto queira pro-
ou ao menos lhe permita o exercício das ordens sagradas. videnciar à sua sustentação; caso contrário, providencie a Sé Apostólica de outro
Cân. 702 — § 1. Aqueles que saírem legitimamente ou houverem sido demiti- modo.
dos legitimamente de um instituto religioso, nada podem exigir deste por qualquer
trabalho nele prestado. CAPÍTULO VIII
§ 2. Contudo, o instituto observe a equidade e a caridade evangélica para com DAS CONFERÊNCIAS DOS SUPERIORES MAIORES
quem dele se separa.
Cân. 703 — Em caso de grave escândalo exterior ou de gravíssimo prejuízo
Cân. 708 — Os Superiores maiores podem com vantagem associar-se em
iminente para o instituto, pode o religioso ser imediatamente expulso da casa re-
conferências ou conselhos para que, conjugando as forças, trabalhem quer para
ligiosa pelo Superior maior ou, se houver perigo na demora, pelo Superior local
atingirem mais plenamente o fim de cada instituto, salvaguardados sempre a auto-
com o consentimento do seu conselho. O Superior maior, se for necessário, trate
nomia e o espírito próprio de cada um, quer para tratar dos assuntos comuns, quer
de instaurar o processo de demissão nos termos do direito, ou remeta o caso para
para estabelecerem a conveniente coordenação e cooperação com as Conferências
a Sé Apostólica.
episcopais e mesmo com cada um dos Bispos.
Cân. 704 — No relatório referido no cân. 592, § 1, a enviar à Santa Sé, faça-se
Cân. 709 — As conferências dos Superiores maiores tenham estatutos aprova-
menção dos religiosos que, por qualquer forma, foram separados do instituto.
dos pela Santa Sé, pela qual exclusivamente podem ser erectas também em pessoa
jurídica e sob cuja orientação suprema permanecem.
CAPÍTULO VII
DOS RELIGIOSOS ELEVADOS AO EPISCOPADO
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
conheçam com mais exactidão a sua vocação divina e a própria do instituto e se Cân. 728 — Concedido legitimamente o indulto de saída, cessam todos os
exercitem no espírito e modo de viver do mesmo. vínculos e bem assim os direitos e as obrigações provenientes da incorporação.
§ 2. Os candidatos sejam convenientemente formados para viver a vida de Cân. 729 — Um membro do instituto é demitido segundo as normas dos câns.
acordo com os conselhos evangélicos e aprendam a dirigi-la integralmente para o 694 e 695; as constituições determinem além disso as outras causas de demissão,
apostolado, utilizando aquelas formas de evangelização que mais correspondam contanto que sejam proporcionalmente graves, externas, imputáveis e juridica-
ao fim, espírito e índole do instituto. mente comprovadas, e observe-se o modo de proceder estabelecido nos câns. 697-
§ 3. Determinem-se nas constituições o modo e a duração, não inferior a dois -700. Ao demitido aplica-se o prescrito no cân. 701.
anos, desta provação, antes de os candidatos assumirem inicialmente os sagrados
Cân. 730 — Para um membro de um instituto secular transitar para outro ins-
vínculos no instituto.
tituto secular, observem-se as prescrições dos câns. 684, §§ 1, 2, 4 e 685; mas para
Cân. 723 — § 1. Decorrido o tempo de provação inicial, o candidato que for que o trânsito se faça para um instituto religioso ou para uma sociedade de vida
considerado idóneo, assuma os três conselhos evangélicos, confirmados por vín- apostólica ou deles para um instituto secular, requer-se licença da Sé Apostólica a
culo sagrado, ou abandone o instituto. cujas prescrições se deve obedecer.
§ 2. Esta primeira incorporação, que se prolongará ao menos por cinco anos,
nos termos das constituições seja temporária.
§ 3. Decorrido o tempo desta incorporação, o membro que for considerado
idóneo seja admitido à incorporação perpétua ou à definitiva, isto é, com vínculos
temporários que se renovem sempre. SECÇÃO II
§ 4. A incorporação definitiva equipara-se à perpétua no concernente a certos
DAS SOCIEDADES DE VIDA APOSTÓLICA
efeitos jurídicos a estabelecer nas constituições.
Cân. 724 — § 1. A formação posterior aos vínculos sagrados assumidos ini-
cialmente deve ser devidamente prolongada de acordo com as constituições. Cân. 731 — § 1. Assemelham-se aos institutos de vida consagrada as socie-
§ 2. Os membros do instituto sejam progressivamente formados nas coisas dades de vida apostólica, cujos membros, sem votos religiosos, prosseguem o fim
divinas e humanas; os Moderadores do instituto porém preocupem-se seriamente apostólico próprio da sociedade e, vivendo em comum a vida fraterna, de acordo
com a sua formação espiritual contínua. com a própria forma de vida, tendem, pela observância das constituições, à perfei-
ção da caridade.
Cân. 725 — Pode o instituto associar a si, por um vinculo determinado nas
§ 2. Entre elas há sociedades, cujos membros assumem os conselhos evangéli-
constituições, outros fiéis, que se esforcem por atingir a perfeição cristã segundo o
cos mediante um vínculo determinado pelas constituições.
espírito do instituto e participem na missão do mesmo.
Cân. 732 — O que se prescreve nos câns. 578-597 e 606, aplica-se às socieda-
Cân. 726 — § 1. Decorrido o tempo da incorporação temporária, pode um
des de vida apostólica, salvaguardada a natureza de cada sociedade; às sociedades
membro abandonar livremente o instituto ou, havendo causa justa, ser excluído da
referidas no cân. 731, § 2, aplicam-se ainda os câns. 598-602.
renovação dos vínculos sagrados pelo Moderador maior, ouvido o seu conselho.
§ 2. Se um membro de incorporação temporária o pedir espontaneamente, por Cân. 733 — § 1. A erecção de uma casa e a constituição de uma comunidade
causa grave pode obter do Moderador maior, com o consentimento do seu conse- local pertencem à autoridade competente da sociedade, com o consentimento pré-
lho, o indulto de saída. vio, dado por escrito, do Bispo diocesano, o qual deve ser também consultado para
a supressão da mesma.
Cân. 727 — § 1. Um membro incorporado perpetuamente que queira abandonar
§ 2. O consentimento para erigir uma casa importa o direito de possuir ao me-
o instituto, ponderada seriamente a realidade perante o Senhor, peça através do Mo-
nos um oratório, em que se celebre e conserve a santíssima Eucaristia.
derador supremo licença à Sé Apostólica para sair, se o instituto for de direito ponti-
fício; de contrário, ao Bispo diocesano, tal como se determine nas constituições. Cân. 734 — O governo da sociedade é determinado pelas constituições, obser-
§ 2. Se se tratar de um clérigo incardinado no instituto, observe-se o prescrito vados, segundo a natureza de cada sociedade, os câns. 617-633.
no cân. 693. Cân. 735 — § 1. A admissão, provação, incorporação e formação dos mem-
LIV. II — Do povo de Deus 135 136 LIV. II — Do povo de Deus
PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica PARTE III — Dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica
bros são determinadas pelo direito próprio de cada sociedade. derador supremo, com o consentimento do seu conselho, o indulto de saída da so-
§ 2. No respeitante à admissão na sociedade, observem-se as condições estabe- ciedade, com a cessação dos direitos e obrigações que procedam da incorporação,
lecidas nos câns. 642-645. sem prejuízo do prescrito no cân. 693, a não ser que pelas constituições tal esteja
§ 3. O direito próprio deve determinar as normas para a provação e formação, reservado à Santa Sé.
acomodadas ao fim e à índole da sociedade, particularmente no aspecto doutrinal, Cân. 744 — § 1. Também ao Moderador supremo, com o consentimento do
espiritual e apostólico, de forma que os membros, reconhecendo a sua vocação seu conselho, está do mesmo modo reservado conceder licença a um membro
divina, se preparem convenientemente para a missão e vida da sociedade. definitivamente incorporado de transitar para outra sociedade de vida apostólica,
Cân. 736 — § 1. Nas sociedades clericais os clérigos incardinam-se na própria mantendo-se entretanto suspensos os direitos e as obrigações da sociedade pró-
sociedade, a não ser que as constituições estabeleçam outra coisa. pria, sem prejuízo do direito de regressar antes da incorporação definitiva na nova
§ 2. No concernente às normas para os estudos e para a recepção das ordens, sociedade.
observem-se as normas dos clérigos seculares, sem prejuízo do § 1. § 2. Para transitar para um instituto de vida consagrada ou deste para uma so-
Cân. 737 — A incorporação importa da parte dos membros obrigações e direi- ciedade de vida apostólica, requer-se a licença da Santa Sé, a cujas prescrições se
tos definidos nas constituições e, da parte da sociedade, o cuidado de conduzir, de deve obedecer.
acordo com as constituições, os seus membros ao fim da própria vocação. Cân. 745 — O Moderador supremo, com o consentimento do seu conselho,
Cân. 738 — § 1. No concernente à vida interna e à disciplina da sociedade, pode conceder a um membro definitivamente incorporado o indulto de viver fora
todos os membros se encontram subordinados aos Moderadores próprios, nos ter- da sociedade, mas não para além de três anos, ficando entretanto suspensos os
mos das constituições. direitos e as obrigações que se não possam harmonizar com a nova condição;
§ 2. Estão também sujeitos ao Bispo diocesano no concernente ao culto público, permanece no entanto sob o cuidado dos Moderadores. Se se tratar de clérigo,
à cura de almas e demais obras de apostolado, tendo em conta os câns. 679-683. requer-se além disso o consentimento do Ordinário do lugar, onde haja de residir,
§ 3. As relações de um membro incardinado na diocese com o seu Bispo pró- sob cujo cuidado e dependência também permanece.
prio são determinadas pelas constituições ou por convenções particulares. Cân. 746 — Para a demissão dum membro definitivamente incorporado obser-
Cân. 739 — Os membros, para além das obrigações a que se encontram sujei- vem-se os câns. 694-704 com as devidas adaptações.
tos enquanto membros, de acordo com as constituições, estão submetidos às obri-
gações comuns dos clérigos, a não ser que da natureza da matéria ou do contexto
das palavras conste outra coisa.
Cân. 740 — Os membros devem residir numa casa ou comunidade legitima-
mente constituída e observar a vida comum, nos termos do direito próprio, pelo
qual também se regem as ausências da casa ou da comunidade.
Cân. 741 — § l. As sociedades e, a não ser que as constituições outra coisa
estipulem, as suas partes e casas, são pessoas jurídicas e, enquanto tais, capazes de
adquirir, possuir, administrar e alienar bens temporais, nos termos das prescrições
do Livro V, Dos bens temporais da Igreja, dos câns. 636, 638 e 639 e bem assim
do direito próprio.
§ 2. Nos termos do direito próprio, são também os seus membros capazes de
adquirir, possuir, administrar bens temporais e deles dispor, mas tudo o que aos
próprios advier, em atenção à sociedade, é adquirido para a sociedade.
Cân. 742 — A saída e a demissão dum membro ainda não incorporado defini-
tivamente regulam-se pelas constituições da sociedade.
Cân. 743 — Um membro definitivamente incorporado pode alcançar do Mo-