ABORTO
ABORTO
ABORTO
CONCEITO
ABORTO: é a interrupção da gravidez com a conseqüente morte do feto (produto da
concepção). É a privação do nascimento.
A palavra abortamento tem mais sentido técnico que aborto, aquela indica a conduta
de abortar, esta indica o produto da concepção cuja a gravidez foi interrompida.
ESPÉCIES DE ABORTO
A) Natural: - não punível – interrupção espontânea da gravidez;
OBJETIVIDADE JURÍDICA
A tutela penal é a da vida, a vida do feto.
O feto não é pessoa, mas spes personae, é expectativa de ente humano, possui
expectativa de direito. Para efeitos penais é considerada pessoa., tutela-se, então, a
vida humana.
No auto-aborto só há uma tutela penal, cujo o titular é o feto. No aborto provocado
por terceiro, há duas objetividades jurídicas: uma o produto da concepção, outro a
incolumidade física e psíquica da própria gestante.
QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
1) Crime Instantâneo: ocorre a consumação, em um só momento, esgotando-se aí;
2) Crime Material: o tipo descreve a conduta de provocar e o resultado, a morte do
feto, exigindo sua produção;
3) Crime de Dano: uma vez que se consuma com a efetiva, lesão do objeto jurídico
(Não é crime de perigo);
4) Crime de Forma Livre: executado por qualquer meio de ação ou omissão: física,
química, etc..
5) Crime Próprio: auto-aborto - exige da autora uma especial capacidade penal,
contida na condição de gestante (sujeito ativo qualificado). Embora seja crime próprio,
responde por ele não só a gestante, mas também o estranho que porventura dele
participe.
FIGURAS TÍPICAS
Tipos penais do crime de aborto
1) Auto-aborto: CP. ART. 124, 1ª parte; Provocar aborto em si mesma ou consentir
que outrem lho provoque;
2) Fato de a gestante consentir que outrem lhe provoque o aborto: CP. ART. 124, 2ª
parte; Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque;
5) Aborto qualificado pela lesão corporal grave ou morte da gestante: CP. ART. 127
6) Aborto legal:
Necessário: CP. ART. 128,I
Sentimental: CP. ART. 128,II
SUJEITOS DO DELITO
No auto-aborto: a autora: é a gestante;
Aborto provocado por terceiros: o autor pode ser qualquer pessoa;
Exige –se a prova de vida do sujeito passivo imediato, Gravidez: Precisa ser provada.;.
A confissão da gestante não supre a falta da prova; nem simples indícios. A sua morte,
em decorrência da interrupção da gravidez, deve ser resultado direto dos meios
abortivos. . É imprescindível a comprovação da relação causal (CP, art. 13, caput).
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Atinge a consumação, o aborto, com a produção do resultado morte do produto da
concepção, em conseqüência da interrupção da gravidez. Irrelevante se o feto morreu
dentro do útero da mãe ou fora dele. Expulsão do feto: Não é necessária.
Admite-se tentativa quando, provocada a interrupção da gravidez o feto não morre por
circunstâncias alheias a vontade do agente.
Se a gravidez não existe: Crime impossível (CP, art. 17).
Se o feto já estava morto: Crime impossível (CP, art. 17).
AUTO-ABORTO E ABORTO CONSENTIDO – ARTIGO 124
FIGURAS TÍPICAS
A) Provocar o aborto em si mesma: por intermédio de meios executivos químicos,
físicos ou mecânicos, provoca em si mesma a interrupção da gravidez,
causando a morte do feto.
B) Consentir que outrem lhe o provoque: gestante presta consentimento no
sentido de que terceiro lhe provoque aborto.
CONCURSO DE PESSOAS
Há duas posições:
A) é admissível a participação na hipótese em que terceiro induz, instiga ou auxilia
de maneira secundária a gestante a provocar aborto em si mesma.. Se, porém,
o terceiro executar ato de provocação do aborto, não será partícipe do crime do
art. 124 do Código Penal, mas sim autor do fato do art. 126 (provocação do
aborto com consentimento da gestante);
B) o terceiro, ainda que atue como partícipe, induzindo, instigando etc., responde
nos termos do art. 126 do Código Penal.