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Escola de Vida

2018
248 páginas
Título: Escola de Vida - Livro

Conteúdo
Douglas Pereira, Otoniel Ferreira, Gláucio Lira

Revisão:
Amanda Fernandes

Projeto Gráfico
Lukas Castro e Wesley Oliveira

Diagramação
Lukas Castro

Editorial
Janeiro de 2015 - 1ª Edição
Novembro de 2018 - 2ª Edição

Agradecimentos
Equipe COM.TV - Comunicação Nova Vida em Éden

Direitos Reservados
Proibida a reprodução total ou parcial deste trabalho sem
autorização por escrito de seus editores.

Impresso no Brasil
Escola de Vida
Nova Vida em Éden
MÓDULO 1

1. 5.
A fé na prática 8 Paracleto 57

2. 6.
Transformação da mente 25 Levados pelo Espírito 68

3. 7.
Autoridade espiritual 33 Nova identidade 80

4. 8.
Crescendo espiritualmente 44 Princípios bíblicos para a família 96
MÓDULO 2

1. 5.
Santi cação 116 Oração e caz 182

2. 6.
Fruti cando 139 Aprendendo sobre o zelo 195

3. 7.
Dinheiro: um assunto espiritual 146 Testemunho exterior 213

4. 8.
A Nova Aliança 170 Sozo: a cura te pertence 227
CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA MÓDULO 1

A fé na prática
1) INTRODUÇÃO

Hb 10.38: “todavia, O MEU JUSTO VIVERÁ PELA FÉ; e, se retroceder, nele


não se compraz a minha alma”.

A partir do momento que uma pessoa se torna nova criação de Deus, sendo
chamada de filho de Deus, começa uma nova vida (2Co 5.17). Com a nova
vida, vem também novos conceitos, direitos e deveres. Uma nova maneira
de viver, e o escritor aos hebreus afirma que aquele que se tornou justo,
justificado, necessita viver de agora em diante pela fé.

Viver pela fé não é se utilizar de uma ferramenta chamada fé sempre que


entender conveniente, viver pela fé é um estilo de vida, um jeito novo de se
viver, uma roupagem nova que flui do interior, por isso, torna-se vital com-
preender os conceitos relativos à fé, do tipo: como vem a fé? Como alimento
a fé? Atitudes práticas que destroem ou alimentam a fé e ao fi nal de tudo
estar convicto de que SEM FÉ É IMPOSSÍVEL AGRADAR A DEUS.

I) A FÉ

Em quatro passagens, Rm 1.16-17; Gl 3.11; Hb 10.38 e Hc 2.4 está regis-


trado “O JUSTO VIVERÁ PELA FÉ”. No original (grego e hebraico) o termo
“viver pela” signifi ca: aquilo que dá origem a algo. Em outras palavras a fé é
a origem, o manancial de nossas vidas. A fé não é um acessório ou adereço,
mas algo fundamental. Desta forma, o justo constrói a sua vida a partir da
fé.

A fé é tão importante que Paulo afi rmou em Rm 14.23 que tudo o que


não provém de fé é pecado.

É pela fé que se recebe:

JUSTIFICAÇÃO

A pessoa justifi cada é aquela declarada isenta de qualquer culpa. Quando


alguém está sendo acusado em juízo e recebe uma sentença de absolvição

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA

ele é declarado inocente, ou seja, justifi cado. Todas as pessoas que nasce-
ram de novo em Cristo Jesus são consideradas justas diante do Pai. A nossa
justificação não vem por merecimento, mas através da graça, mediante a fé.

Rm 3.23-28: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;


Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há
em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu
sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes
cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça
neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que
tem fé em Jesus. Onde está logo o motivo da vanglória? É excluída. Por qual
lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é
justificado pela fé sem as obras da lei”.

SALVAÇÃO

Como somos salvos? Pela graça. A salvação do homem foi estabelecida na


cruz do calvário por Jesus Cristo. É um fato espiritual estabelecido, um direi-
to garantido na “Constituição Divina” para qualquer pessoa. Jesus morreu
por todos! Qual é a diferença então do salvo e do não salvo? É que o salvo
creu e se apropriou do seu “direito de resgate” pela fé.

Jo 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna”.

1Tm 2.3-6: “Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,
que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da
verdade. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os ho-
mens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de reden-
ção por todos, para servir de testemunho a seu tempo”.

PROMESSAS DE DEUS

A bíblia está repleta de afirmações feitas pelo próprio Jesus onde disse: “a
tua fé te salvou; a tua fé te curou”. (Lc 18.40-42; Lc 7.47-50; Lc 17.19; Mc
10.52). A fé é a chave que acessa o poder de Deus. Este princípio é válido
para que vivamos qualquer uma de suas promessas e também para que
possamos cumprir nossas obrigações como servos de Deus.

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CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA MÓDULO 1

Faz-se necessário, então, entender os conceitos relativos à fé da forma


como a palavra de Deus os apresenta, e não como talvez o intelecto humano
entende ser o certo. Sendo assim, examinar as escrituras é importantíssimo
para uma boa e exata compreensão deste assunto.

A FÉ É A CHAVE QUE ACESSA O PODER DE DEUS

1) DEFINIÇÃO
Hb 11.1: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a
prova das coisas que se não veem”.

“FÉ É A CERTEZA E A CONVICÇÃO”. (fundamento e prova). A palavra


certeza no original grego (HUPOSTASIS) significa fundamento, suporte,
substância, segurança, realidade. A palavra convicção no original grego
(ELEGHOS) significa prova, evidência. A fé não é uma mensagem. É uma
forma de viver.

A fé é a substância (tipo específico de material com propriedades unifor-


mes; realidade, solidez; natureza essencial, a parte mais importante). A fé
também é a evidência (são fatos que dão base a alguma coisa, a informação
que estabelece um fato). A fé é a realidade, solidez, a parte mais importante
de coisas que se esperam, a informação que tende a estabelecer aquilo que
não podemos ver.
A fé é uma realidade, um fundamento. É um pilar que estabelece nosso
desenvolvimento espiritual. O chão para os nossos pés. A gravidade puxa
tudo para baixo, mas a fé como fundamento nos empurra para cima. Com
ela nunca afundaremos.

2) CARACTERÍSTICAS DA FÉ
A fé possui algumas características de modo a torná-la menos mística e
mais real nas vidas dos que creem.

Tangível (perceptível)
Nos textos, é perceptível que tanto Jesus como Paulo viram a fé deles. O
que isso quer dizer? Que a fé pode ser vista através da maneira de viver de
uma pessoa;

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA

Mt 9.1-2: “E, entrando no barco, passou para o outro lado, e chegou à sua
cidade. E eis que lhe trouxeram um paralítico, deitado numa cama. E Jesus,
vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo, perdoados te
são os teus pecados”.

Pode ser medida

Jesus podia reconhecer a fé e diagnosticar o seu tamanho e intensidade.

Mt 8.25-26: “E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizen-


do: Senhor, salva-nos! que perecemos. E ele disse-lhes: Por que temeis,
homens de pequena fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o
mar, e seguiu-se uma grande bonança”.

Mt 14.30-31: “Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir


para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me! E logo Jesus, estendendo
a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?”

Pode crescer ou não

Rm 12.3: “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós
que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com mode-
ração, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um”.

A carreira da fé se começa com a mesma medida de fé para todos os filhos


de Deus. O texto de Romanos esclarece que Deus repartiu para cada filho
seu a mesma medida de fé. O artigo utilizado é definido (a). Se fosse in-
definido (uma) signifi caria uma variação na distribuição da fé por parte de
Cristo. Deus dá a todos os seus filhos a mesma medida inicial de fé. Nós
somos responsáveis pela administração desta medida.

A fé vem de Deus e todos recebem a mesma medida. A diferença está no


seu uso, quanto mais se exercita, mais ela cresce. Tiago já havia alertado
para não ser ouvinte negligente, mas operoso praticante.

Lc 7.1-9: Jesus reconheceu que havia uma grande fé.

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CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA MÓDULO 1

Como a fé cresce? Por ouvir a Palavra de Deus, na comunhão com Ele e


no uso da fé recebida.

3) ELEMENTOS DA FÉ
Conhecer os elementos da fé proporciona uma robustez daquilo que já se
possui, pois, a cada nova informação agregada, o entendimento amadurece
para uma fé equilibrada e sadia, não vivendo de forma deficiente, nem nos
extremos que não trazem o resultado bíblico e por consequência geram fi -
lhos frustrados com Deus por esperar algo que Deus nunca prometeu. Logo,
é imprescindível adentrar na riqueza de detalhes que a palavra de Deus traz.
Seguem alguns elementos da fé.

a) Crer na Palavra

Acreditar, dar crédito total a ela. A bíblia é a Palavra de Deus. Ler a bíblia é
o mesmo que ouvir Deus falando. Ela não pode ser interpretada intelectual-
mente, pois ela é espírito e vida e, portanto, só pode ser entendida espiritu-
almente. Crer é uma convicção firme que produz reconhecimento da verdade
divina. Fé envolve adesão, pois é um estilo de vida, um plano de longo prazo.
Fé é a firme convicção, forte crença de que a Palavra de Deus é absoluta-
mente verdadeira. Fé envolve agarrar-se firmemente ao que você crê.

Crer nas promessas de Deus significa saber que a realidade pode ser altera-
da ou modificada através do poder da Palavra. É importante permanecermos
firmes na Palavra até que o milagre e a ação de Deus sejam concretizados.

Crer nas promessas de Deus não signifi ca negar


a realidade. Precisamos reconhecer a realida-
de, mas não podemos nos conformar com ela.
A realidade espiritual comanda a realidade natural!

b) Confiar na Palavra

Nossa confiança é demonstrada pelas nossas atitudes. A criança que chega


à borda de uma piscina e vê alguém que confia, joga-se dentro da água, não
tem medo. Confi ar é ter a certeza de que Deus não vai falhar.

Lc 5.1-6: “Sob a tua palavra lançarei as redes”.

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA

Pedro demonstrou confi ança em Jesus, não somente quando disse que lan-
çaria as redes ao mar novamente, mas quando efetivamente as lançou.

c) Depender da Palavra

Significa render-se totalmente a ela, ou seja, ceder ao direito ou poder


dela. Se eu dependo do meu trabalho eu estarei lá faça sol ou faça chuva.
Depender da Palavra é não ser autônomo nos aspectos gerais da vida, ou
seja, não agir sem a orientação dela. É errado procurar a Deus apenas quan-
do as coisas estão ruins. Isso não é depender.

Pedro, na pesca milagrosa, depois que creu e confiou, passou a depender de


Cristo, aguardando o resultado da sua Palavra.

d) Obedecer a Palavra

Significa submeter-se totalmente à Palavra. Quem crê obedece. Sem sub-


missão é impossível servir a Deus. Em Lucas 5.1-6, tem como ponto chave
dessa narrativa a atitude de submissão de Pedro à ordem de Cristo. Sem
isso, Jesus poderia estar disposto a efetuar o milagre, mas ele não aconte-
ceria, caso Pedro não se submetesse à Sua Palavra.

Muitas pessoas deixam de receber as bênçãos somente por falta de uma


atitude de obediência à Palavra de Deus. Pedro era um pescador expe-
riente. Ele sabia que pelo fato de não ter pescado nada durante a noite
inteira não haveria condições de pegar peixes pela manhã. Essa era a
lógica, o raciocínio técnico, o que diziam as circunstâncias. Mas ele não
deu atenção as informações do mundo natural, ele obedeceu.

4) COMO RECEBEMOS A FÉ

Rm 10.17: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”.

A fé vem pelo ouvir a pregação da Palavra. A fé tem como fonte direta a


Palavra de Deus. A fé não vem pelo jejum ou boas obras ou mesmo pela ora-
ção, mas pelo ouvir a Palavra. O verbo ouvir no grego (AKOE) signifi ca não
somente a capacidade de ouvir, mas o entendimento daquilo que se ouviu.
Reter o que foi ouvido. Aceitar, concordar.

Através dos exemplos a seguir, é possível identificar como a fé é recebida:

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CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA MÓDULO 1

a) Cornélio e sua casa

At 10.1-6; At 11.13-14: “E havia em Cesaréia um homem por nome


Cornélio, centurião da coorte chamada italiana, Piedoso e temente a Deus,
com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo
orava a Deus. Este, quase à hora nona do dia, viu claramente numa visão
um anjo de Deus, que se dirigia para ele e dizia: Cornélio. O qual, fixando
os olhos nele, e muito atemorizado, disse: Que é, Senhor? E disse-lhe: As
tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus;
Agora, pois, envia homens a Jope, e manda chamar a Simão, que tem por
sobrenome Pedro. Este está com um certo Simão curtidor, que tem a sua
casa junto do mar. Ele te dirá o que deves fazer... E contou-nos como vira
em pé um anjo em sua casa, e lhe dissera: Envia homens a Jope, e manda
chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro, O qual te dirá palavras
com que te salves, tu e toda a tua casa”.

• Pedro pregou o evangelho;


• Cornélio e sua casa ouviram a palavra;
• A fé foi gerada no coração;
• Creram e foram salvos.

b) Paulo e Barnabé

At 14.7-10: “E ali pregavam o evangelho (Paulo e Barnabé). E estava as-


sentado em Listra certo homem leso dos pés, coxo desde o ventre de sua
mãe, o qual nunca tinha andado. Este ouviu falar Paulo, que, fi xando nele
os olhos, e vendo que tinha fé para ser curado, Disse em voz alta: Levanta-
te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou”.

Como vem a fé para receber a cura? Ouvindo o evangelho de Cristo. Aquele


homem foi curado porque ouviu a pregação da Palavra e isso despertou a
fé em seu coração.

O apóstolo Paulo fez 3 coisas:

1º) Pregou o evangelho;


2º) Percebeu a fé;
3º) Ordenou que o homem levantasse.

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA

O homem também fez 3 coisas:

1º) Ouviu a pregação. Ouvir é uma decisão. O diabo não quer que as
pessoas ouçam e escute o que está sendo pregado;
2º) Ele teve fé para ser curado;
3º) Ele levantou e andou.

Aquele homem não foi curado por algum poder especial vindo de Paulo,
mas porque ouviu a palavra e isso gerou fé em seu coração, após, ele agiu
no sentido da sua fé que mobilizou o poder e a atuação de Deus em seu
favor. Ele obteve o que ele ouviu e creu e agiu.

5) COMO LIBERAR A FÉ

A fé é liberada através da nossa confissão e revelada através das ações.


A fé que existe no fi lho de Deus necessita ser evidenciada e as maneiras
de se fazer isso são através da confissão, e em muitos casos utilizando-se
também de ações.

PALAVRAS – AÇÕES

a) A Confissão da Fé

Mc 11.22-25: “E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus;


Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-
te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará
aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito. Por isso vos digo que todas
as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis. E, quando es-
tiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que
vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas”.

Através do texto de Mc 11.23 em diante, é possível perceber como o dizer


tem papel fundamental no caminho da fé. Falar no mundo espiritual tem seu
peso. E Jesus chama a atenção dos discípulos para terem a fé de Deus, ou, a
fé do tipo de Deus. Em Gênesis 1, Deus começa a nos ensinar como ele age.
Ele cria tudo apenas com o poder da sua Palavra. Deus falou e aconteceu.

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CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA MÓDULO 1

Sl 33.6-9: “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército de-
les pelo espírito da sua boca. Ele ajunta as águas do mar como num montão;
põe os abismos em depósitos. Tema toda a terra ao Senhor; temam-no todos
os moradores do mundo. Porque falou, e foi feito; mandou, e logo apareceu”.

Is 55.11: “Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não
voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo
para que a enviei”.

Esta fé que fala e age é a FÉ DO TIPO DE DEUS. A fé real afeta o com-


portamento de quem crê (personalidade, costumes, hábitos), afeta o
que sai de sua boca e seus objetivos de vida.

2Co 4.13: “E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito:
Cri, por isso falei; nós cremos também, por isso também falamos”.

Confissão não é simplesmente dizer alguma coisa. Mas é uma apropriação,


uma aceitação, uma identifi cação com aquilo que se diz. Confi ssão é a ex-
pressão daquilo que seu espírito crê. Tiago sabia que nossa fé era liberada
através da nossa confissão (do que falamos).

Quando falamos com fé, crendo no


que estamos falando, segundo a
vontade de Deus, o milagre acontece.

O que falamos tem poder

Tg 3.1-12: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que
receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas.
Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para tam-
bém refrear todo o corpo. Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para
que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo. Vede também
as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se vi-
ram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que
as governa. Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de
grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A
língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta
entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso [...]

16
MÓDULO 1 CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA

[...] da natureza e é inflamada pelo inferno. Porque toda a natureza, tanto


de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar,
se amansa e foi domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode
domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha
mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os ho-
mens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede bênção
e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. Porventura
deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?
Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira fi-
gos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce”.

II. O que devemos ou não confessar

Sua boca pode te conduzir para o BEM ou para o MAL, você é quem escolhe
o caminho a seguir.

Confessando a Palavra de Deus:

• Em Cristo, recebi perdão de todos os meus pecados. (1Jo 1.7-9; Ef 1.7);


• Em Cristo, sou filho de Deus. (Jo 1.12,13; 1Pe 1.23);
• Em Cristo, sou uma nova criatura. (2Co 5.17);
• Tenho vida abundante. (Jo 10.10);
• Em Cristo, estou livre da maldição da lei. (Gl 3.13);
• Em Cristo sou fortalecido no Senhor. (Ef 6.10);
• Maior é Aquele que está em mim, do que o que está no mundo (1Jo 4.4);
• Sou abençoado. (Dt 28.1-14);
• Sou santo. (Rm 1.7);
• Tudo posso em Jesus Cristo. (Fl 4.13);
• Em Cristo sou mais que vencedor. (Rm 8.37; Ap 21.7);
• Estou morto para o pecado. (Rm 6.2,11);
• Sou amado de Deus com amor eterno. (Jr 31.3);
• Estou crucificado com Cristo. (Gl 2.20);
• Sou sal da terra e luz do mundo. (Mt 5.13.14);
• Sou embaixador de Cristo. (2Co 5.20);
• Sou nascido de Deus e o mal não pode tocar-me (1Jo 5.18);
• Sou herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo (Rm 8.17);
• Estou reconciliado com Deus. (2Co 5.18);
• Estou curado pelas feridas de Jesus. (Is 53.4,5; Mt 8.16,17; 1Pe 2.24);
• Sou membro da família de Deus. (Ef 2.19);
• Tenho acesso direto ao Pai. (Ef 2.18);
• Sou a menina dos olhos de Deus. (Sl 178; Zc 2.8);
• Estou livre da condenação. (Rm 8.1);

17
CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA MÓDULO 1

• Sou a justiça de Deus em Cristo Jesus. (2Co 5.21);


• Tenho a paz de Deus que excede a todo entendimento. (Fl 4.7);
• Sempre triunfo em Cristo. (2Co 2.14);
• Sou um com Cristo. (1Co 6.17; Jo 17.21-23);
• Em Cristo tenho vida eterna. (Jo 5.24);
• Tenho a mente de Cristo. (1Co 2.16).

Não Devemos Confessar:

Palavras torpes, maledicências e mentiras - Cl 3.8: “Mas agora, despo-


jai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das
palavras torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros, pois que já vos
despistes do velho homem com os seus feitos”;

Palavras de desencorajamento - Nm 13.25-33: “E eles voltaram de es-


piar a terra, ao fi m de quarenta dias. E caminharam, e vieram a Moisés e a
Arão, e a toda a congregação dos filhos de Israel no deserto de Parã, em
Cades; e deram-lhes notícias, a eles, e a toda a congregação, e mostraram-
-lhes o fruto da terra. E contaram-lhe, e disseram: Fomos à terra a que nos
enviaste; e verdadeiramente mana leite e mel, e este é o seu fruto. O povo,
porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades fortificadas e mui
grandes; e também ali vimos os filhos de Enaque. Os amalequitas habitam
na terra do sul; e os heteus, e os jebuseus, e os amorreus habitam na mon-
tanha; e os cananeus habitam junto do mar, e pela margem do Jordão. Então
Calebe fez calar o povo perante Moisés, e disse: Certamente subiremos e a
possuiremos em herança; porque seguramente prevaleceremos contra ela.
Porém, os homens que com ele subiram disseram: Não poderemos subir
contra aquele povo, porque é mais forte do que nós. E infamaram a terra que
tinham espiado, dizendo aos fi lhos de Israel: A terra, pela qual passamos a
espiá-la, é terra que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos
nela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigantes, fi lhos de
Enaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafa-
nhotos, e assim também éramos aos seus olhos”;

Dúvidas no que diz respeito à bíblia - Gn 3.1-4: “Ora, a serpente era mais
astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E
esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore
do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim co-
meremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus:
Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpen-
te disse à mulher: Certamente não morrereis”;

18
MÓDULO 1 CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA

Ofensas ao próximo - Pv 6.16-19: “Estas seis coisas o Senhor odeia, e a


sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que der-
ramam sangue inocente, O coração que maquina pensamentos perversos,
pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere
mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos”.

b) AÇÕES - a fé sem obras é morta

Tiago 2.14-18: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé,
e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã
estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, E algum de vós
lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as
coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé,
se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e
eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei
a minha fé pelas minhas obras”.

O alerta dado com relação à fé é que em muitos casos a confissão precisará


estar acompanhada de ações à altura da fé, senão essa fé estará morta em
si mesma. Aquele que crê age, faz, se move, dá o primeiro passo.
Existem muitos exemplos bíblicos de homens e mulheres que agiram, e não
somente confessaram, e galgaram o milagre.

• Abraão iria sacrificar Isaque – Gn 22;


• Calebe quando acreditou que possuiria a terra que Deus havia lhe pro-
metido – Js 14;
• Pedro quando andou sobre as águas - Mt 14.22-36.

A ação necessita ser proporcional a fé,


caso contrário, não obterá resultados.

Crer somente não é suficiente. O mundo está cheio de pessoas que dizem
crer em Deus, mas não agem segundo sua crença (são supersticiosos, só
vão à igreja para cumprir um ritual religioso, mas não são transformados
pela palavra que ouvem).

19
CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA MÓDULO 1

Tg 2.21-26: “Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas


obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a
fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.
E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso
imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. Vedes então que
o homem é justifi cado pelas obras, e não somente pela fé. E de igual modo
Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu
os emissários, e os despediu por outro caminho? Porque, assim como o
corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta”.

A fé sem ação correspondente é vazia. A fé e as ações têm que operar jun-


tas. Jesus identificava (via, discernia) fé nas pessoas através das ações e das
palavras das pessoas (Lc 7.1-9; 5.17-20; Mt 9.1-2).

III) PASSOS IMPORTANTES PARA DESENVOLVERMOS A NOSSA FÉ

a) Aproprie-se das promessas de Deus - quando ouvimos a Palavra de


Deus é muito importante crer que já recebemos. É preciso receber pela fé
aquilo que cremos. Quem se apropria pela fé das promessas de Deus tem
que começar a falar e agir de acordo com o que se crê;

b) Agir de acordo com a Palavra de Deus - O Cristão age baseado naquilo


que crê. Crer somente não é sufi ciente. O mundo está cheio de pessoas que
dizem crer em Deus, mas não agem segundo sua crença (são supersticiosos,
só vão à igreja para cumprir um ritual religioso, mas não são transformados
pela palavra que ouvem);

Confesso que sou próspero, mas


vivo ansioso e preocupado.
Confesso que Deus me protege,
mas tenho medo de sair de casa.
Confesso que sou curado, mas fico
lamentando minha enfermidade...

Hb 11.8: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar


que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.”

20
MÓDULO 1 CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA

Nem toda derrota que sofremos vem do diabo, mas simplesmente por falta
de alinhamento entre confi ssão de fé e ações correspondentes. A fé sem
ação correspondente é vazia. A fé e as ações têm que operar juntas.

c) Crer na Bíblia e não nos sentimentos ou na visão: A fé não pode estar


baseada naquilo que se vê ou se escuta, mas naquilo que diz a bíblia.

2Co 5.7: “Porque andamos por fé, e não por vista”.

IV) FÉ MENTAL X FÉ DO CORAÇÃO.

a) Fé mental (natural)
É um produto da mente, é a fé que crê naquilo o que se vê, no que já foi rece-
bido (fé do tipo de Tomé). Concordância intelectual, consentimento mental e
fé natural funcionam, muitas vezes, como uma espécie de substituto para a
fé do coração (às vezes ela é tão parecida com a fé genuína que muitos não
conseguem diferenciá-las). O homem natural (incrédulo) não consegue ter
fé naquilo que não possa ser percebido pelos cincos sentidos (visão, tato,
audição, olfato e paladar).

A concordância mental diz: “Sei que a Palavra de Deus é verdadeira, sei que
Deus promete me curar e responder minha oração, mas, não sei o porquê
não tenho ainda a resposta do meu pedido”, concorda, mas não consegue
receber.”

Não cremos porque entendemos, mas


porque a bíblia diz e pronto. Só vive-
mos a Palavra quando ela sai da mente
e entra no coração (revelada por Deus).

A característica da fé mental é ser manipulada pelas informações que o


mundo natural fornece.

b) Fé espiritual (do coração)

Produto do espírito, tipo a fé de Abraão que creu nas palavras de Deus até
que elas deixassem de serem promessas e passassem a ser uma realidade
viva. É fundamentada em algo que Deus disse, seja por sua palavra escrita
ou fala ao coração.

21
CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA MÓDULO 1

Rm 4.16-22: “Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de


que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da
lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós,
(Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí) perante aquele
no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifi ca os mortos, e chama as coisas
que não são como se já fossem. O qual, em esperança, creu contra a es-
perança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que
lhe fora dito: Assim será a tua descendência. E não enfraquecendo na fé,
não atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase
cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. E não
duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé,
dando glória a Deus, E estando certíssimo de que o que ele tinha prometi-
do também era poderoso para o fazer. Assim isso lhe foi também imputado
como justiça”.

Deus falou a Abraão pela primeira vez sobre um filho quando este tinha
75 anos. Não havia ninguém que pudesse lhe ensinar sobre Deus. Sara, já
idosa, era estéril desde a juventude e entre o pronunciamento da promessa
e sua concretização, foram 25 anos. A passagem de Romanos informa que
Abraão não duvidou por incredulidade, mas creu, não olhou para as informa-
ções do mundo natural, mas se firmou na palavra que Deus havia proferido.

A característica da fé espiritual é ser


firmada nas palavras fornecidas por Deus.

Existe uma grande diferença entre crer com o coração e concordar com
as informações que recebemos. A fé bíblica consiste em agarrar as pro-
messas (as coisas que se esperam) e trazê-las para a dimensão da nossa
realidade. A fé genuína (fé espiritual, bíblica, do coração, do tipo de
Abraão), não duvida da habilidade de Deus em realizar aquilo que Ele
prometeu realizar.

V – FATORES QUE MINAM A FÉ

Além de entender como a fé vem, é preciso saber também como ela pode ir
embora. Paulo explica a Timóteo para combater o bom combate da fé, indi-
cando que se existe combate, existem adversários.

22
MÓDULO 1 CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA

1 Tm 6.12:  “Combate o bom combate da fé. Conquista a vida eterna, para


a qual foste chamado e fizeste aquela nobre profissão de fé perante muitas
testemunhas”.

Se existe uma luta da fé é


porque existem inimigos!

Seguem alguns fatores que minam a fé de muitos fi lhos de Deus:

A falta de conhecimento da Palavra de Deus – (Os 4.6): Conhecer a pa-


lavra de Deus é fundamental para não ser enganado em diversas questões
que se apresentam todos os dias diante dos filhos de Deus;

Falta de perseverança na Confissão de Fé - (Hb 10.23; Rm 10.10; Pv


10.11): Quando e confessa a Palavra de Deus e crer, deve se manter até o
milagre ter sido realizado;

Não Agir à altura da Palavra de Deus – (Mt 7.24-27) A fé real age. Quando se
decidi andar pela fé, alguma ação é necessária para que a fé seja manifestada;

Não entender o direito usar o nome de Jesus – (Jo 16.23-24) Toda auto-
ridade, todo poder que estavam em Jesus estão no seu nome e Ele mesmo
deu esse nome a igreja;

O sentimento de Desvalorização ou Desmerecimento ou Indignidade –


(1Co 6.20) Se a bíblia diz que fomos comprados por alto preço, como posso
dizer que não valho nada? O merecimento não é mérito nosso, mas como
qualquer presente, seria uma imensa desfeita recusar as bênçãos de Deus.
Jesus que nos faz dignos e justos diante de Deus. Quando Deus nos olha,
nos vê em Cristo, por isso nos aceita;

Substituir a verdadeira fé por Esperança ou por Consentimento Mental


- A fé genuína crê em Deus agora, não no futuro. Quando alguém diz “Creio
que Deus me curará, creio que Ele ouvirá a minha oração algum dia”, isto é
esperança, e não fé. Porque está adiando a resposta para o futuro. Fé é para
o tempo presente. A sua benção já está disponível no campo espiritual, mas
você precisa dela no campo físico. A sua fé é que dá substância a isto. A fé
modifica situações e a esperança não. A fé genuína crê em Deus agora, não
no futuro;

23
CAPÍTULO 1 - A FÉ NA PRÁTICA MÓDULO 1

A Dúvida, A Incredulidade e o Medo – (Tg 16-7; Mc 6.5-6) DÚVIDA é


crer apenas por algum tempo e pode ser entendido como inconstância;
INCREDULIDADE é não crer em momento algum e MEDO é crer na coisa
errada.

24
MÓDULO 1 CAPÍTULO 2 - TRANSFORMAÇÃO DA MENTE

Transformação da mente
Rm 12. 2: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos
pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus”.

I) INTRODUÇÃO

Primeiramente precisamos entender que renovação de mente, para os cris-


tãos não é algo opcional. Quando nos tornamos novas criaturas, muitas coi-
sas mudam em nossa vida, principalmente, nossa mente.

Ser nova criatura, implica ter uma mente renovada.

Precisamos também saber que, nós, não podemos renovar a nossa mente
de forma eficaz, com o nosso próprio esforço. Isso signifi ca que é uma obra
do Espírito Santo de Deus. Embora seja uma obra de Deus, nós é que deci-
dimos se queremos ou não ter uma mente e, consequentemente, uma vida
renovada. Uma vida na plenitude de Deus.

II) A RENOVAÇÃO DA MENTE

a) O que é Renovação de Mente?

Renovação significa, sem dicionários, tornar novo. Então, podemos dizer


que renovação de mente, nada mais é do que, despejar pensamentos velhos
para adotar pensamentos novos. Quando a Bíblia fala: “Eis que tudo se fez
novo”, o tudo inclui nossa maneira de pensar e agir.

2) Para Que Renovar a Mente?

Por vários motivos, mas o principal é para que experimenteis a boa, per-
feita e agradável vontade de Deus. A Bíblia diz que os pensamentos de
Deus são mais altos que os nossos, e a vontade d’Ele, é diferente da nossa.
Precisamos aceitar a vontade de Deus acima da nossa para viver em novi-
dade de vida (Rm 6.4).

25
CAPÍTULO 2 - TRANSFORMAÇÃO DA MENTE MÓDULO 1

Nossos pensamentos antes de sermos cristãos eram pecaminosos e con-


sequentemente, nossa vida era pecaminosa, por isso devemos substituí-los
por novos e melhores pensamentos. Enquanto estivermos aqui, nunca va-
mos parar de pecar, mas somos livres pra decidir viver uma vida de santi-
dade e obediência diante de Deus. Para ter a mente de Cristo (1Co 2.16).

Paulo fala que o homem carnal não compreende as coisas espirituais de


Deus, por isso precisamos da obra do Espírito Santo em nosso entendimen-
to para que possamos compreender as coisas espirituais de Deus.

3) Como Renovar a Mente?

Agora que já sabemos que a renovação de mente e vida é uma obra de


Deus, e já sabemos também sua importância, basta saber como podemos
deixar que Deus faça isso em nós. Deus age de muitas maneiras em nossas
vidas. Deus não é limitado e o que Ele puder usar pra abençoar nossas vi-
das, Ele vai usar. A chave para ter uma vida renovada é ter o coração aberto
para os ensinamentos de Deus.

Deus, para nos ensinar algo novo, e renovar nosso entendimento, usa sua
Palavra. Seja através da pregação da palavra, outras pessoas, livros, Músicas
inspiradas na Bíblia, etc.

Mas os esforços de Deus, pra nos ensinar algo novo serão inúteis se o nosso
coração permanecer duro e fechado para a sua obra. Para evitar que Deus
fale conosco e passarmos despercebidos e perder uma oportunidade de re-
novar nossa mente, há alguns bons hábitos que nos ajudam a ter uma vida
renovada:

a) Ler a Bíblia com frequência (Sl 119). O ideal é todo dia. Mas ler por ler
não basta, é necessário que permitamos sermos moldados por ela;

b) Ter um bom tempo de oração (1Ts 5.17). Oração é você falando com
Deus. Mas Ele não gosta de monólogos, e quando falamos com Ele, Ele sem-
pre nos responde prontamente. Nossa vida com Deus é um relacionamento,
e como qualquer relacionamento, quanto mais tempo você passar com a
pessoa que você está se relacionando, mais intimidade haverá;

c) Ler bons livros. Também com frequência. É uma forte arma que Deus
ama usar para transformar nosso entendimento;

26
MÓDULO 1 CAPÍTULO 2 - TRANSFORMAÇÃO DA MENTE

d) Conversar com as pessoas de confiança sobre a Palavra. Isso nos aju-


da sair da caixinha de nosso mundo particular. Conversar com pessoas pode
ser uma experiência fascinante. As pessoas sempre têm algo a nos ensinar.
Há pessoas que pensam diferente de você, mas não discuta com ela. Ouça
o que ela tem a dizer e se ela te perguntar explique seu ponto de vista sem
ofensas e com respeito.

Renovação da mente e da vida é algo que


acontece diária e constantemente.

III) OS SEGREDOS DE UMA ALMA (PSUCHE) PRÓSPERA

Como é sabido, o homem é um ser espiritual porque foi formado segundo a


imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27; Gn 2.7). Segundo a Palavra de
Deus (1Ts 5.23), o homem possui uma natureza tríplice: ele é um ser espiri-
tual que possui uma alma e habita num corpo.

1º) Pneuma (Espírito): é quem nasce de novo. Intuição / Consciência é a


parte do homem que se comunica com Deus.

2º) Psuche (Alma / mente): deve ser renovada com a Palavra. Intelecto,
Sensibilidade, Emoções, Afeições, Desejos, vontades e Sentimentos.

3º) Soma (Corpo): Deve ser mortificada. Visão, Audição, Tato, Paladar e
Olfato.

A Palavra psuche, no grego, aparece 105 vezes no Novo Testamento, sendo


traduzida às vezes por oração, vida, alma (1Ts 5.23) ou mente. Deus criou
a alma e o corpo para serem mediadores da expressão do espírito humano.
Para uma pessoa mudar o rumo da sua vida são necessárias duas coisas:

- Nascer de novo: se tornar nova criatura, espiritualmente viva!


- Mudar a condição da sua alma / psuche: através da renovação da mente
com a Palavra de Deus.

3 Jo 2, 3: “Amado, acima de tudo faço votos por tua prosperidade e saú-


de, assim como é próspera a tua alma. Pois fiquei sobremodo alegre pela
vinda de irmãos e pelo seu testemunho da tua verdade, como tu andas
na verdade”.

27
CAPÍTULO 2 - TRANSFORMAÇÃO DA MENTE MÓDULO 1

A QUALIDADE DO SEU PENSAMENTO HOJE PODE SEMEAR UMA


COLHEITA FUTURA PRÓSPERA OU MISERÁVEL!

A alma é a chave para o pregresso na vida espiritual, mental, física, finan-


ceira e de relacionamentos com pessoas, pois as decisões são tomadas na
alma (mente, emoções, vontade). A mente é o gatilho de todas as ações! O
verdadeiro progresso para uma condição de alma próspera começa com uma
atitude de mudança nos conceitos e paradigmas de pensamentos (mente):

• Paradigmas de como viver;


• Paradigmas de comportamentos;
• Paradigmas de educação;
• Conceitos errados sobre Deus e Sua vontade;
• Conceitos errados sobre salvação.

SEM MUDANÇAS DE PENSAMENTO NÃO HÁ TRANSFORMAÇÃO!

3Jo 1.3 mostra que não é possível ter uma alma próspera sem o envolvi-
mento com a Verdade. É impossível alcançar uma alma próspera à parte da
Palavra de Deus. Autoajuda, hábitos religiosos e coisas desse tipo não tem
poder.

Quando a Palavra de Deus se torna parte da sua alma mudanças começam


a ocorrer em você. Qualquer mudança genuína e duradoura exige a incor-
poração da Palavra de Deus como fundamento. Nós somos o produto dos
pensamentos que retemos. Por isso, precisamos escolher bem os pensa-
mentos que vamos reter.

• Pensamentos: geram ações (atitudes, comportamentos, palavras);


• Ações: geram hábitos;
• Hábitos: determinam o caráter;
• Caráter: direciona a sua vida.

Uma alma próspera tem uma MENTE constantemente renovada com a


Palavra de Deus, sua Vontade alinhada / ajustada à VONTADE de Deus e
suas EMOÇOES em equilíbrio / controle.

Rm 12. 2: “E não vos conformeis (moldeis) com este século (pensamen-


to), mas transformai-vos (metamorphoo) pela renovação da vossa mente
(entendimento), para que experimenteis qual seja a boa e perfeita vonta-
de de Deus”.

28
MÓDULO 1 CAPÍTULO 2 - TRANSFORMAÇÃO DA MENTE

IV) OS INFLUENCIADORES DA NOSSA MENTE

Viver neste mundo é viver sob constante influência. O mundo ao nosso re-
dor, mesmo consciente disso ou não exerce uma influência grande sob as
nossas mentes. É preciso tomar ciência dos influenciadores da nossa mente
para que possamos desenvolver uma alma próspera e sadia em todas as
áreas.

Estes influenciadores podem limitar tremendamente aquilo que Deus dese-


ja que sejamos e, consequentemente, tudo que envolve nossa vida. Estes
influenciadores podem interferir no nosso progresso natural e espiritual,
bem como no desenvolvimento do nosso potencial. De modo geral, tudo
que exerce influência sobre a nossa mente está enquadrado em quatro ca-
tegorias: A dieta de informações; O cultivo de relacionamento; O ambiente
em que vivemos e A cultura e a tradição popular.

1) A dieta de Informações: A maior influência sobre a nossa alma (mente,


sensibilidade, vontade) é a dieta de informação sobre a nossa mente. Nunca
estaremos vivendo acima da informação que recebemos!

Alguém disse que “seremos os mesmos daqui a cinco anos, exceto por duas
coisas: pelos livros que lemos e pelas pessoas com quem nos associamos”.
É preciso desenvolver uma consciência sobre a formação espiritual da nossa
vida porque dela dependerá se teremos uma alma próspera.

Desenvolver uma alma próspera é um processo que requer tempo. É nosso


dever também selecionar a qualidade da informação que irá contribuir para
o desenvolvimento de uma alma próspera. A mente não é automaticamente
recriada quando nos tornamos novas criaturas como o nosso espírito. Por
isso, é preciso aprender a cuidar dela! Não se entregue a tudo que você vê
ou ouve. Podemos controlar o que entra pelos nossos olhos e ouvidos.

A mente foi designada para ser renovada com a Palavra de Deus para que
possamos ser transformados dia após dia! Se tudo que a nossa mente re-
cebe é lixo (propagandas da TV, notícias, conselhos de rádios etc.), não
podemos esperar desenvolver um pensamento equilibrado, motivado, vivo,
destemido, conquistador e com a visão de Deus! A nossa mente é sensível a
qualquer tipo de informação!

É importante ter cuidado porque a informação que passa para a nossa mente
pode nos construir ou destruir! Pode acrescentar ou roubar vida, fé e ânimo!

29
CAPÍTULO 2 - TRANSFORMAÇÃO DA MENTE MÓDULO 1

A informação trazida à sua mente e armazenada em você determinará o

Pv 23. 6-7: “Não aceite a refeição de um hospedeiro invejoso, nem deseje


as iguarias que lhe oferece; pois ele só pensa nos gastos. Ele lhe diz: Coma
e beba! Mas não fala com sinceridade.”

tipo de pessoa que você se tornará!


1º) Dos pensamentos que continuamente temos;
2º) Da imaginação retida;
3º) Das memórias do passado que escolhemos lembrar.

“Nossos piores amigos e nossos piores inimigos são os


pensamentos que retemos sobre nós mesmos.” Dr. Frank Crane.

Rm 10.11: “Porquanto a Escritura diz: todo aquele que n’Ele crê não
será confundido”.

Mentes confusas são a tônica do mundo em que vivemos. Se a mente é con-


fusa, imagine a qualidade da alma formada.

“A alma é mais vulnerável do que o estômago porque ela pode


ser envenenada sem sentir dor de imediato.” H. McInnes

Devemos nos afastar de coisas que exerçam efeito negativo sobre a nossa
alma (mente), tais como certos materiais de leitura, certos programas de TV,
programas de rádio e lugares. Selecione a sua “dieta”. Receber a informação
errada somente cria uma barreira em nossa mente para receber a Verdade!

Tudo aquilo que recebemos como informação e cria um obstáculo, uma bar-
reira para que recebamos a Verdade, torna-se um pensamento errado. E se
pensamos errado, vamos crer de maneira erra. Automaticamente, a nossa
confi ssão será errada! Não produziremos o poder de Deus na nossa vida! É
necessário, mesmo que a nossa carne não goste, CENSURAR o que vemos
e ouvimos como informação para a nossa mente.

Muitas pessoas não sabem que são controladas pelo espírito desse mundo
através de mente. Simplesmente se entregar a uma disposição carnal de

30
MÓDULO 1 CAPÍTULO 2 - TRANSFORMAÇÃO DA MENTE

não fazer nada com a mente já é um sintoma de que esta pessoa está con-
trolada pelo pensamento deste mundo. Sua mente desempenha importante
papel em viver uma vida vitoriosa! Mas quem a está controlando?

2) O cultivo de Relacionamento

2 Co 6. 14: “Não se ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que


têm em comum a justiça e a maldade? Ou que comunhão pode ter a luz
com as trevas?”

Pv 13. 20: “Aquele que anda com os sábios será cada vez mais sábio, mas
o companheiro dos tolos acabará mal.”

Sl 1: “Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita
a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Ao
contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e
noite. É como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no
tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera! Não
é o caso dos ímpios! São como palha que o vento leva. Por isso os ímpios
não resistirão no julgamento, nem os pecadores na comunidade dos jus-
tos. Pois o Senhor aprova o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios
leva à destruição!”

1 Co 15. 33: “Não se deixem enganar: “as más companhias corrompem


os bons costumes.”

3) O Ambiente em que Vivemos:

Sl 1: “...nem se assenta na roda dos escarnecedores...”.

31
CAPÍTULO 2 - TRANSFORMAÇÃO DA MENTE MÓDULO 1

Gn 13.5-13: “Ló, que acompanhava Abrão, também possuía rebanhos


e tendas. E não podiam morar os dois juntos na mesma região, porque
possuíam tantos bens que a terra não podia sustentá-los. Por isso sur-
giu uma desavença entre os pastores dos rebanhos de Abrão e os de Ló.
Nessa época os cananeus e os ferezeus habitavam aquela terra. Então
Abrão disse a Ló: Não haja desavença entre mim e você, ou entre os seus
pastores e os meus; afi nal somos irmãos! Aí está a terra inteira diante de
você. Vamos nos separar! Se você for para a esquerda, irei para a direita;
se for para a direita, irei para a esquerda. Olhou então Ló e viu todo o vale
do Jordão, todo ele bem irrigado, até Zoar; era como o jardim do Senhor,
como a terra do Egito. Isto se deu antes do Senhor destruir Sodoma e
Gomorra. Ló escolheu todo o vale do Jordão e partiu em direção ao Leste.
Assim os dois se separaram: Abrão fi cou na terra de Canaã, mas Ló mu-
dou seu acampamento para um lugar próximo a Sodoma, entre as cidades
do vale. Ora, os homens de Sodoma eram extremamente perversos e pe-
cadores contra o Senhor.”

4) A Cultura e a Tradição Popular ou Religiosa

Lv 20. 23: “E não andeis nos costumes das nações que eu expulso de dian-
te de vós, porque fi zeram todas estas coisas; portanto fui enfadado deles.”

Cl 2. 18: “Não permitam que ninguém que tenha prazer numa falsa humil-
dade e na adoração de anjos os impeça de alcançar o prêmio. Tal pessoa
conta detalhadamente suas visões, e sua mente carnal a torna orgulhosa.”

Ef 4. 14: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em


roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com as-
túcia enganam fraudulosamente”.

32
MÓDULO 1 CAPÍTULO 3 - AUTORIDADE ESPIRITUAL

Autoridade espiritual
I) INTRODUÇÃO

Lc 10.19: “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e


sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano”.

Ef 1. 19-23: “E qual a suprema grandeza do seu poder para conosco,


os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que operou
em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar-se à sua
direita nos céus, muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e
domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também
no vindouro; e sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser
cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja, que é o seu corpo, o comple-
mento daquele que cumpre tudo em todas as coisas.”

Em qualquer área da vida, o conhecimento sobre aquela área é que fará a


diferença entre o sucesso e o fracasso. Se existe qualquer pessoa possui-
dora de uma herança valiosa, mas não tem conhecimento dessa herança,
jamais ela poderá desfrutar desse bem. No entanto, ao tomar conhecimento
do que possui, ela se apropriará de seu bem e desfrutará para seu próprio
deleite. A própria palavra de Deus afirma que sem o conhecimento o povo
perece (Os 4.6). Sendo assim, necessário é entender qual a mensagem de
Jesus com relação à autoridade espiritual que os filhos possuem. O que essa
autoridade signifi ca? Qual a sua fonte? Entender o histórico de doação da
autoridade ao homem, a perda dessa autoridade e como Jesus a recuperou
para aqueles que são lavados com o sangue do cordeiro;

Tal ensinamento é o diferencial entre progredir, se fortalecendo em Deus,


ou sucumbir diante dos desígnios de satanás. Deus deseja que seus filhos
vivam plenamente tudo aquilo que Jesus conquistou na cruz, pois, é nosso
direito, é nossa herança.

Temos uma autoridade e


necessitamos conhecê-la, utilizá-la!

33
CAPÍTULO 3 - AUTORIDADE ESPIRITUAL MÓDULO 1

II) A AUTORIDADE ESPIRITUAL

Lc 10. 19: “Eis que vos dei autoridade para pisar serpentes e escorpiões,
e sobre todo o poder do inimigo; e nada vos fará dano algum”.

Ef 2.6: “Nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas
regiões celestes em Cristo Jesus”.

Ef 1.19-23: “E qual a suprema grandeza do seu poder para conosco, os


que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que operou em
Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar-se à sua di-
reita nos céus, muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e
domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também
no vindouro; e sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser
cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja, que é o seu corpo, o comple-
mento daquele que cumpre tudo em todas as coisas”.

1) O que é Autoridade Espiritual

O dicionário Aurélio define autoridade como: Direito legalmente estabele-


cido de se fazer obedecer; a pessoa que tem esse direito; valor pessoal,
importância ou Autorização. Em outras palavras, autoridade é o poder que
foi delegado.

A autoridade espiritual é o poder delegado por Jesus para representa-lo na


Terra perante pessoas, potestades malignas e circunstâncias da vida. Nossa
autoridade é delegada por Cristo e é exercida pela fé no nome de Jesus.

Mt 28. 18 / Mc 16. 15-18: “Então, Jesus aproximou-se deles e disse:


“Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. E disse-lhes: “Vão pelo
mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas. Quem crer e for
batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Estes sinais
acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão demônios; fa-
larão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno
mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e
estes fi carão curados”.

34
MÓDULO 1 CAPÍTULO 3 - AUTORIDADE ESPIRITUAL

2) A delegação da autoridade ocorre quando nos tornamos filhos

Possuir tal autoridade no nome de Jesus acontece a partir do momento que


alguém se torna filho de Deus, se torna uma nova criatura; significa dizer
que não importa o tempo que uma pessoa tem de fi lha, ela possui a mesma
autoridade daquela pessoa que tem mais tempo no reino de Deus, tendo
consciência disso ou não.

A partir do momento que se torna filho (Jo 1.12; 2Co 5.17), tal pessoa passa
a ser o corpo de Cristo (1Co 12.12,27; 1Co 6.17) e estamos assentados com
Cristo nos lugares celestiais a direita de Deus

Ef 2.6: “Nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas
regiões celestes em Cristo Jesus”.

Com uma pouca noção de história, entenderemos que se sentar ao lado


direito do rei é sinal de autoridade.

Passamos a ser filhos – Adquirimos


autoridade como filhos de Deus;
Além de fi lhos somos o corpo de Cristo;
Estamos assentados a destra de Deus –
Destra é posição de autoridade;
Não somos mais escravos do diabo,
somos reis e sacerdote.

III) ENTENDENDO A AUTORIDADE ESPIRITUAL


a) A autoridade no mundo natural

Trazendo para a prática o entendimento de autoridade, um bom exemplo


para clarificar esse conceito é observar como se procede no mundo natu-
ral essa dinâmica. Quando um guarda municipal recebe a incumbência de
representar o Município nas ruas para manter a ordem nas áreas que são
de sua responsabilidade, a este guarda é direcionada uma autoridade de
representar o Município. Ao exercer essa autoridade, as pessoas reconhe-
cem que aquele guarda está investido de um poder legal e suas ordens são
obedecidas. Se ele levanta a mão para os carros pararem, estes param. Não

35
CAPÍTULO 3 - AUTORIDADE ESPIRITUAL MÓDULO 1

porque exista uma força física naquele guarda capaz de parar os veículos,
mas sim, porque existe uma autoridade legalmente constituída e reconheci-
da perante à sociedade;

b) A autoridade Espiritual

Assim como no mundo natural, no mundo espiritual a dinâmica de delegação


da autoridade é a mesma. Quem delega a autoridade no mundo espiritual é
Jesus (Lc 10.19 – “Eis que vos dou autoridade”), e os filhos de Deus são os
detentores dessa autoridade e no mundo espiritual existe o reconhecimento
por parte das trevas de quem possui e de quem não possui tal autoridade
e quando um filho de Deus a coloca em prática, observa-se obediência por
parte dos demônios, pois, reconhece-se ali um poder legalmente investido.

Espíritos malignos e o reconhecimento da autoridade

Em Lucas 10.19 está registrado que Jesus deu autoridade legal sobre es-
corpiões e serpentes, estes termos utilizados por Jesus não tinha o intuito
de serem entendidos de forma literal, eles são termos representativos para
o diabo e suas hostes. Os demônios reconhecem uma autoridade espiritu-
al legalmente investida, da mesma forma que reconhecem quando ela não
existe. Em atos 19.13-16 encontra-se o relato de homens que tentaram
exercer uma autoridade que não possuíam, mas o que eles não sabiam é
que os espíritos malignos reconhecem que possui e quem não possui uma
autoridade legalmente constituída.

At 19.13-16: “E alguns judeus, exorcistas ambulantes, tentaram invocar


o nome do Senhor Jesus sobre possessos de espíritos malignos, dizendo:
Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega. Os que faziam isto eram
sete fi lhos de um judeu chamado Ceva, sumo sacerdote. Mas o espírito
maligno lhes respondeu: Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós,
quem sois? E o possesso do espírito maligno saltou sobre eles, subjugan-
do a todos, e, de tal modo prevaleceu contra eles, que, desnudos e feridos,
fugiram daquela casa”.

Os demônios disseram:

“Conheço Jesus” – Jesus tinha o reconhecimento como sendo o detentor de


toda a autoridade espiritual (Mt 28.18; Mc 16.15-18);

“Sei quem é Paulo” - Paulo era investido da autoridade espiritual (Atos


9.1-18 – a conversão de Paulo) e os demônios atestaram isso ao afirmar que

36
MÓDULO 1 CAPÍTULO 3 - AUTORIDADE ESPIRITUAL

sabiam quem Paulo era;

“Mas vós, quem sois?” – Quando alguém não é investido de autoridade,


este fato não passa despercebido no mundo espiritual e aquelas pessoas
foram envergonhadas pelos demônios por que lhe faltavam o conhecimento
de que a autoridade não está no falar, mas sim, no fato de reconhecermos
Jesus como o detentor de toda a autoridade e nos rendermos a Ele.

JESUS – A FONTE DE TODA AUTORIDADE

Mt 28.18: “toda autoridade me foi dada no céu e na terra”. Após ressusci-


tar recebe novamente toda a autoridade que possuíra antes de “descer do
céu”, quando Ele se esvaziou da sua glória.

Mc 16.19: “Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e
assentou-se à direita de Deus”.

Depois de dar instruções aos seus discípulos volta para o céu e se assenta
a direita de Deus.

Ef 2.6: “Nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas
regiões celestes em Cristo Jesus”.

Jesus recebeu toda autoridade ao ressuscitar e assentou a direita (Hb 1.13)


com Deus Pai. Em apocalipse 1.18b, o Apóstolo João registra que Jesus pos-
sui as chaves da morte e do inferno. A chave representa autoridade, repre-
senta poder, posição de comando. Jesus possui todo o poder, Ele não possui
algum poder, ou parte do poder, Ele possui TODO O PODER, TODA A
AUTORIDADE.

Ao ressuscitar Deus exaltou Jesus sobremaneira e lhe deu o nome que está
acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos
céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é
Senhor (Fp 2.9-11). Jesus detém em si a autoridade máxima e aqueles que
reconhecem-no como Senhor passam a possuir autoridade no nome d’Ele.

37
CAPÍTULO 3 - AUTORIDADE ESPIRITUAL MÓDULO 1

Quando a igreja obtiver a revelação de quem é em Cristo, se erguerá e fará as


obras de Cristo, pois a autoridade que pertence a Cristo, também pertence
aos membros individuais do corpo de Cristo.

IV) HISTÓRICO DA PERDA E RECONQUISTA DA AUTORIDADE

Adão repassa a autoridade a Satanás

Originalmente, Deus fez a terra e sua plenitude, dando a Adão o domínio


sobre todas as obras de suas mãos. Em outras palavras, Adão que era per-
feito e sem pecado, era o dono desse mundo, e, portanto, exercia autoridade
sobre ele.

Gn 1. 26: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a


nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos
céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se
move sobre a terra”.

Adão, ao ser enganado pelo diabo, cometeu alta traição se vendendo a sa-
tanás. Este, por intermédio de Adão, tornou-se o “deus deste século” - 2Co
4.4. Por isso a bíblia nos diz que “o mundo jaz no maligno” – 1 Jo 5.19. A pa-
lavra jaz é usada em sepulturas, pois significa está ali sem condições de sair.

Adão não tinha o direito moral de cometer traição, mas tinha o direito legal
de fazê-lo.

Lc 4.5-7: “E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num mo-


mento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei
a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o
a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu”.

Agora satanás tem o direito de estar aqui e ser o deus deste mundo até
que o “contrato de Adão” expire. Satanás tem o direito legal de reinar sobre
aqueles que não estão na condição de nova criatura e, portanto, não perten-
cem ao corpo de Cristo (Ef 2.1-2).

Jesus retoma a autoridade

Mt 28.18: “Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a


autoridade no céu e na terra”.

38
MÓDULO 1 CAPÍTULO 3 - AUTORIDADE ESPIRITUAL

Jesus veio como homem, sujeito as mesmas paixões e tentações, mas di-
ferente do 1º Adão, Jesus, o 2º Adão, venceu e não pecou, morreu na cruz
levando consigo o pecado de toda a humanidade (Is 53.3-5) e após supor-
tar as dores e herdou todas as coisas. Com isso, foi lhe dado um nome que
está acima de todo o nome, e todos devem se dobrar perante Jesus Cristo.

Jesus disse: ”É ME DADO TODO O PODER” – A palavra poder pode fa-


cilmente ser traduzida por autoridade, Jesus tem todo o poder e toda a
Autoridade.

Ap 1.18b: “...E tenho as chaves da morte e do inferno” - A chave repre-


senta autoridade.

Atos de Jesus:

• Morreu na cruz sem pecar;


• Cancelou o escrito da dívida que era contra a humanidade – Cl 2.14-15;
• Nos tirou do poder das trevas – Cl 1.13;
• Nos reconciliou com o Pai – 2Co 5.17-21;
• Nos tornou embaixadores de Seu Reino – 2Co 5.20ª;
Nos delegou autoridade – Lc 10.19; Ef 1.19-23; 2.6.

Como Ele herdou todas as coisas, nós também herdamos, pois, somos her-
deiros e coerdeiros com Cristo (Rm 8.17).

V) EXERCENDO A AUTORIDADE DELEGADA

Toda e qualquer autoridade que possa ser exercida sobre a Terra deve ser
feita por meio da igreja, pois Jesus não está aqui em pessoa, em seu corpo
físico. A igreja é quem o representa.

At 3. 6: “Disse-lhe Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho,
isso te dou; em nome de Jesus Cristo, o nazareno, anda.”

Pedro entendeu que, apesar de não possuir prata e ouro, possuía algo mais
valioso, uma autoridade no nome de Jesus que era capaz de aniquilar o
sofrimento daquele homem e libertá-lo e cheio de fé e ousadia assim o fez.

39
CAPÍTULO 3 - AUTORIDADE ESPIRITUAL MÓDULO 1

A autoridade é para ser utilizada

Jesus delegou a autoridade a todos os filhos de Deus no intuito que esta


fosse colocada em prática. No exemplo de Pedro, em Atos 3.6, percebemos
que a oportunidade havia aparecido e Pedro como representante de Jesus
não hesitou em desempenhar com destreza essa missão, para isso, Pedro
utilizou-se da autoridade em o nome de Jesus.

Outro Apóstolo que nos ensina a esse respeito é Paulo em Atos 16.16-18;
neste episódio, uma mulher possuía um espírito de adivinhação e fi cou por
alguns dias rodeando Paulo, mas em determinado momento Paulo se impôs
com tremenda autoridade espiritual e expulsou aquele demônio.

At 16.16-18: “Aconteceu que, indo nós para o lugar de oração, nos saiu ao
encontro uma jovem possessa de espírito adivinhador, a qual, adivinhan-
do, dava grande lucro aos seus senhores. Seguindo a Paulo e a nós, cla-
mava, dizendo: Estes homens são servos do Deus Altíssimo e vos anun-
ciam o caminho da salvação. Isto se repetia por muitos dias. Então, Paulo,
já indignado, voltando-se, disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, eu
te mando: retira-te dela. E ele, na mesma hora, saiu”.

O crente é chamado para exercer sua autoridade nas questões em que


o Diabo está interferindo. A igreja não tem de orar a Deus Pai acerca do
Diabo, mas tem que exercitar a autoridade que lhe pertence. O menor crente
no Corpo de Cristo tem tanto poder sobre o Diabo como qualquer outro.

A autoridade é exercida pela fé

Mt 17. 14-21: “Quando chegaram onde estava a multidão, um homem


aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se diante dele e disse: Senhor, tem mi-
sericórdia do meu fi lho. Ele tem ataques e está sofrendo muito. Muitas
vezes cai no fogo ou na água. Eu o trouxe aos teus discípulos, mas eles não
puderam curá-lo. Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa, até
quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam-
me o menino. Jesus repreendeu o demônio; este saiu do menino e, desde
aquele momento, ele fi cou curado. Então os discípulos aproximaram-se de
Jesus em particular e perguntaram: Por que não conseguimos expulsá-lo?
Ele respondeu: Por que a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro
que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão
dizer a este monte: Vá daqui para lá, e ele irá. Nada lhes será impossível.
Mas esta espécie só sai pela oração e pelo jejum”.

40
MÓDULO 1 CAPÍTULO 3 - AUTORIDADE ESPIRITUAL

Os discípulos não puderam expulsar aquele demônio por causa da


sua pequena fé. Eles tinham autoridade, mas não criam nela. Embora
Jesus tenha dito que o motivo deles não expulsarem o demônio tenha
sido a falta de fé e que existem demônios que só saem com jejum e
oração, sabemos que a fé não vem através pelo jejum e oração, mas
pelo ouvir a Palavra. No entanto, a fé é fortalecida através do jejum
e oração.

Através do jejum e oração somos fortalecidos em fé, fortalecemos o


nosso espírito, vencemos a carne e a opressão do diabo.

• O jejum mortifica a carne;


• Enquanto a oração edifica e alimenta o espírito.

Com a fé fortificada eu consigo


exercer autoridade sobre as situações!

Exercendo a autoridade pela família

Mc 5.22-24, 35-43: “Eis que se chegou a ele um dos principais da sinago-


ga, chamado Jairo, e, vendo-o, prostrou-se a seus pés e insistentemente
lhe suplicou: Minha fi lhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela,
para que seja salva, e viverá. Jesus foi com ele. Grande multidão o seguia,
comprimindo-o. Falava ele ainda, quando chegaram alguns da casa do
chefe da sinagoga, a quem disseram: Tua fi lha já morreu; por que ainda
incomodas o Mestre?
Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não
temas, crê somente. Contudo, não permitiu que alguém o acompanhasse,
senão Pedro e os irmãos Tiago e João. Chegando à casa do chefe da sina-
goga, viu Jesus o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito.
Ao entrar, lhes disse: Por que estais em alvoroço e chorais? A criança não
está morta, mas dorme. E riam-se dele. Tendo ele, porém, mandado sair
a todos, tomou o pai e a mãe da criança e os que vieram com ele e entrou
onde ela estava. Tomando-a pela mão, disse: Talitá cumi!, que quer dizer:
Menina, eu te mando, levanta-te! Imediatamente, a menina se levantou e
pôs-se a andar; pois tinha doze anos. Então, fi caram todos sobremaneira
admirados.  Mas Jesus ordenou-lhes expressamente que ninguém o sou-
besse; e mandou que dessem de comer à menina”.

41
CAPÍTULO 3 - AUTORIDADE ESPIRITUAL MÓDULO 1

O caso de Jairo, e poderia ser acrescentado também o caso do centurião,


Mt 8.5-13, trazem princípios que se corretamente entendidos somarão para
viver uma fé na plenitude para toda a família. Ambos os casos tratam de
alguém que necessitava de intervenção divina e que alcançou tal benção
pela fé de um terceiro. Não foi a fé do doente que os curou, mas sim a fé
daqueles que foram até Jesus. A fé que havia ali era a de Jairo por sua filha
que estava quase falecendo.

“Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não
temas, crê somente”.

Portanto, é possível concluir, com base nos casos citados, que existem cer-
tas circunstâncias que um familiar pode exercer fé pelo outro, basta haver
alguém crendo de forma eficaz. Lembrando que a autoridade é exercida pela
crença, então, é possível exercer autoridade por alguém da família.

V) CUIDADO PARA NÃO PERDER A AUTORIDADE


O exemplo bem conhecido de Sansão remete a ideia de que alguém pode
estar em uma determinada posição e perdê-la. No reino de Deus, constante-
mente é preciso estar em vigilância. As recomendações são para vigiar e orar.

1Pe 5.8-9: “Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao


redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. Resistam-
lhe, permanecendo fi rmes na fé, sabendo que os irmãos que vocês têm em
todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos”.

Temos declaradamente um inimigo, Pedro afirma que ele é nosso adversário,


e quer destruir, afinal, seu propósito principal é matar, roubar e destruir. Estas
informações não tem o intuito de amedrontar, mas informar no sentido de
estar alerta e não ignorar os desígnios do maligno.

Em efésios 6.10-18, Paulo esclarece sobre a existência de uma luta contra


as forças espirituais da maldade, ou seja, as trevas estarão a todo instante
tentando armar ciladas para que os filhos de Deus venham cometer o mesmo
erro de desobediência que Adão cometeu e com isso serem penalizados pelo
distanciamento do Deus vivo. Com esse distanciamento, ocorre consequen-
temente, a perda da autoridade.

42
MÓDULO 1 CAPÍTULO 3 - AUTORIDADE ESPIRITUAL

Passos para manter-se em Deus:

• Submetam-se a Deus – Tg 4.7;


• Resistam ao diabo – Tg 4.7; 1Pe 5.8-9; Ef 6.13;
• Não deis lugar ao diabo – Ef 4.27;
• Estejam alerta através da vigilância e da oração – Mt 26.41;
• Fortaleçam-se no Senhor – Ef 6.10-18.

O diabo não pode se opor a uma ordem de autoridade dada por um filho
legitimamente constituído, mas ele pode atacar de outras maneiras, visando
minar as forças, e uma vez tendo sucesso, ele encontrará a brecha que pre-
cisa para invadir e prevalecer

O diabo só pode tocar na vida de uma pessoa


se Deus permitir, ou se a própria pessoa
permitir. Mas como filhos de Deus, estaremos
vigilantes e em oração, e ao menor sinal de
intromissão maligna, ergueremos as vozes com
autoridade e repreenderemos o adversário.
EXERÇA SUA AUTORIDADE.

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CAPÍTULO 4 - CRESCENDO ESPIRITUALMENTE MÓDULO 1

Crescendo Espiritualmente
I) INTRODUÇÃO

Ef 4.13: “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conheci-


mento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura
da plenitude de Cristo”.

1Pe 2.2: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o


leite racional, não falsifi cado, para que por ele vades crescendo”.

Crescer espiritualmente é uma necessidade de todo o filho de Deus. Mais do


que uma necessidade é um dever, pois, existe uma proposta de crescimento
criada por Deus, em que nas suas escrituras Ele definiu os estágios desse
crescimento, alertou para não sofrer o raquitismo espiritual, mostrou como
Ele se importa que cresçamos, visando um desenvolvimento do espírito até
que todos cheguem à medida da estatura de Cristo, a perfeita Varonilidade.

A vida com Deus é uma vida de progresso, nunca se para, nesta caminhada
ou se anda em direção ao crescimento ou regride em tudo aquilo que já havia
sido conquistado.

II) UMA PROPOSTA DE CRESCIMENTO

A NATUREZA TRÍPLICE DO HOMEM

Antes de falar da proposta divina que haja um crescimento para todos os


seus filhos, faz-se necessário esclarecer, mesmo de forma sintética, a natu-
reza tríplice do homem.

Apesar de essa conceituação na ciência ganhar outros termos, a bíblia afirma


que o ser humano é composto de espírito, alma e corpo.

Deus criou o homem - Gn 2.7: “E formou o Senhor Deus o homem do pó


da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito
alma vivente”.

44
MÓDULO 1 CAPÍTULO 4 - CRESCENDO ESPIRITUALMENTE

Gn 2.15-17: “E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden


para o lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo:
De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhe-
cimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela
comeres, certamente morrerás.”

Fomos feitos a imagem e semelhança de Deus e Deus é espírito! Somos uma


extensão da pessoa de Deus, seres espirituais. Portanto: O homem é um
espírito que possui uma alma e habita em um corpo.

Paulo esclarece que o homem é feito de três partes distintas, porém inter-
dependentes.

1Ts 5.23: “E o mesmo Deus de paz vos santifi que em tudo; e todo o vosso
espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis
para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”

2Co 4.16: “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem ex-
terior (alma e corpo) se corrompa, o interior (espírito), contudo, se renova
de dia em dia”.

Paulo descreve em ordem de prioridade: espírito, alma e corpo.

O espírito precisa da alma e do corpo para expressar-se. A divisão que fa-


zemos é apenas por uma questão didática: O homem completo é formado
pelos três! A divisão é feita por uma questão didática. No céu estaremos
completos inclusive com o corpo, sendo que transformado.

A ascensão da Carne sobre o espírito - Originalmente, Deus criou o ho-


mem para que o seu espírito vivesse em equilíbrio com sua alma e corpo.
O pecado (desobediência) trouxe o desequilíbrio humano, fazendo com que
a alma e o corpo assumissem agora o controle da vida do homem, o que
denominamos como a carne. Ao pecar, o homem, que foi criado para viver
como um ser espiritual (um ser influenciado pelo espírito), passou a viver
como um ser carnal (um ser influenciado pela alma e corpo). A alma assumiu
o lugar de autoridade que pertencia ao espírito humano.

45
CAPÍTULO 4 - CRESCENDO ESPIRITUALMENTE MÓDULO 1

Retorno do equilíbrio - Agora, com o espírito regenerado, o homem que


vive em Deus necessita crescer no espírito até que chegue a um estado de
maturidade espiritual, disciplinando a alma e o corpo para se readequarem a
essa nova vida no espírito e entrar no plano de crescimento que Deus deseja
a todos os seus filhos – no crescimento no espírito.

O PLANO É CRESCER

1Pe 2.2: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o


leite racional, não falsifi cado, para que por ele vades crescendo”.

Hb 5.12-13: “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda neces-


sitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos
das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não
de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não
está experimentado na palavra da justiça, porque é menino”.

Ef 4.11-15: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas,
e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo
o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edifi cação
do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao co-
nhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura
completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes,
levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens
que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade
em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”.

Utilizando-se como base os textos supracitados, é possível identificar a ideia


de que havia uma proposta para os cristãos daquelas igrejas de crescimen-
to. Quando é usada expressões do tipo: “para que por ele vades crescendo”,
“Porque, devendo já ser mestres pelo tempo”, “porque é menino”, “...até que to-
dos cheguemos..., a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
para que não sejamos mais meninos inconstantes”, é possível perceber que
eles deveriam estar em um estágio de vida e não estão.

O que precisa ser entendido é que para o filho de Deus não há opção de viver
uma vida sem propósito, Deus deseja que todo seu filho entre no “programa” de
crescimento espiritual para que viva de forma sadia e plena a caminhada cristã.

46
MÓDULO 1 CAPÍTULO 4 - CRESCENDO ESPIRITUALMENTE

III) ESTÁGIOS DO CRESCIMENTO

A linguagem bíblica utilizada para explorar a área de crescimento espiritual


é de comparação da vida cristã com a vida natural do ser humano. Os após-
tolos utilizam-se de expressões como bebê, menino, homem maduro, no in-
tuito de fazer-se entender nos assuntos de cunho espiritual que não podem
ser observados com os olhos naturais. Sendo assim, segue de forma básica
ao menos dois estágios identifi cados nos registros bíblicos estudados.

Menino espiritual, ou Bebê espiritual, ou ainda Criança em Cristo

1Pe 2.2: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o


leite racional, não falsifi cado, para que por ele vades crescendo”.

Ser uma criança espiritual é estar no início da caminhada cristã, é uma nova
criatura (2Co 5.17), tudo se fez novo, coisas novas, uma vida nova que se
inicia em Cristo, é o seu segundo nascimento, o primeiro foi o nascer carnal-
mente na forma biológica e o segundo foi o nascer espiritual, sendo regene-
rados pelo Espírito Santo, ou seja, gerados de novo.

Ao comparar o início da trajetória espiritual de uma pessoa recém-conver-


tida com a vida de uma criança no mundo natural o Apóstolo Pedro idealiza
mostrar que assim como no mundo natural, as crianças possuem suas ne-
cessidades e perigos que lhes são peculiares por causa da idade e por isso
deve ser redobrada a atenção.

1Jo 2.12: “Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são per-
doados, por causa do seu nome”.

A despeito de outra significação para este versículo, o Apóstolo João dá


orientações pontuais utilizando-se de vocativos como filhinhos, jovens e
Pais para aconselhar de acordo com o momento da vida espiritual de cada
um. O termo Filhinhos seria comparado a uma criança na fé, neste período
da vida é muito comum o erro, por isso, para as pessoas que se encontram
nesta fase, o conselho dado é: os vossos pecados são perdoados.

Pontos a serem considerados como alerta quando se está no estágio de


criança espiritual:

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CAPÍTULO 4 - CRESCENDO ESPIRITUALMENTE MÓDULO 1

Necessitam de um responsável – Toda criança necessita ser acompanha-


do por alguém com mais experiência, se assim não for, corre o risco de a
própria criança agir de forma que lhe traga prejuízo (Gl 4.1,2; Hb 5.12-14);

Por não serem maduras, tendem a agir muito pela emoção – Nesse es-
tágio é muito comum que a criança haja com traços fortes de carnalidade,
pois, está no início da caminhada cristã, está começando a aprender a con-
trolar seu ímpeto carnal (1Co 3.1,2);

O alimento é o leite – nessa idade o alimento adequado é o leite, alimento


líquido que não fará mal a criança. É nessa fase que se aprende os rudimen-
tos básicos do evangelho, para depois, quando estiver maduro, aprender os
assuntos mais complexos (1Co 3.1,2; Hb 5.12-14; 1Pe 2.2);

Ser levado por ventos de doutrinas – É comum uma criança espiritual ficar
sedenta por ensinamentos de Cristo e buscam incansavelmente por mais e
mais, no entanto, não tem a maturidade para discernir o bom conteúdo do
conteúdo ruim, com isso, muitos se perdem logo no início;

Ser criança é uma etapa e não o fim – O alerta vai com o intuito de mostrar
que muitos não saem desse estágio, quando já deveriam ter saído há muito
tempo. Ser uma criança espiritual tem o seu tempo, mais o intuito é amadu-
recer (1Co 3.1-2; Hb 5.12-14).

As etapas da vida cristã estão aí para serem conquistadas, AVANCE!!!

HOMEM MADURO, A PERFEITA VARONILIDADE

Ef 4.11-15: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas,
e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo
o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação
do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao co-
nhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura
completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes,
levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens
que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em
amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.”

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 4 - CRESCENDO ESPIRITUALMENTE

Alcançar o estágio da maturidade cristã deve ser o objetivo de todo o fi lho


de Deus. Quando ainda somos meninos em Cristo, ainda estamos nos rudi-
mentos básicos do evangelho, e não há nada de errado em se estar nessa
fase. No entanto, o projeto é galgar um novo patamar espiritual, crescer a tal
ponto de chegar na maturidade espiritual.

Um menino na fé não pode cumprir muitos ofícios que Deus tem para a vida
dele, mas o crente espiritual, como Paulo chama em 1Co 3, tem condições
de assumir compromissos mais profundos, pois, já está se relacionando com
questões sólidas.

Hb 5.12-13: “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda neces-


sitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos
das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não
de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não
está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.”

O escritor aos hebreus faz uma contraposição entre menino x mestre (ho-
mem maduro) evidenciando que pelo tempo que se passou já deviam ter
saído da condição de meninos e estarem na condição de mestre, homens
maduros.

1 Jo 2.13: “Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe


desde o princípio.”

O Apóstolo João ao dizer “pais” não está simplesmente escrevendo àqueles


que possuem filhos carnais, mas está fazendo referência a um estágio da
vida cristã em que nele possuiremos filhos na fé e nesse estágio é comum
ter um conhecimento de Deus com mais precisão, ele afirma: “porque co-
nheceis aquele que existe desde o princípio”.

Nesta fase devemos ter um conhecimento de Deus mais sólido, mais pro-
fundo de Deus.

Alguns motivos para desejar chegar na plenitude da maturidade cristã:

É o propósito de Deus para a vida de seus filhos – independente de qual-


quer outro motivo que possa existir, o simples fato de saber que Deus de-
seja que se cresça é o suficiente para que um filho objetive isso como meta
para sua vida pessoal (Jo 14.21);

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CAPÍTULO 4 - CRESCENDO ESPIRITUALMENTE MÓDULO 1

O alimento é sólido – As insondáveis riquezas de Cristo estão neste mundo


para serem compartilhadas com os filhos de Deus. No estágio primário os
rudimentos básicos é que são a base inicial que darão a estrutura espiritual.
Mas com o advento da maturidade cristã, o Espirito Santo começa a liberar
entendimento em assuntos mais complexos, alimento sólido, verdades mais
profundas. Paulo em 1Co 3.1-2 afirma que ele gostaria de ter fala como a
espirituais, falar com pessoas maduras, mas não pôde por conta da imaturi-
dade daquele povo (Hb 5.12-14);

Possibilidade de ajudar os irmãos – Quando se é maduro na fé, é mais


provável a ajuda eficaz a um irmão na fé. Sendo criança, a probabilidade de
a carne influenciar negativamente é muito grande, correndo o risco de am-
bos sucumbirem com entendimentos carnais. Um exemplo prático seria um
aconselhamento na área conjugal em que um dos cônjuges necessita de pa-
lavras confortadoras após ter sido traído. É muito comum um crente carnal
proferir palavras que vão contra o princípio cristão, e em vez de promover a
reconciliação, alimenta a separação;

Não é levado por ventos de doutrinas – Um crente espiritual costuma dis-


cernir os vários ensinos que tem acesso. Ele averígua a fonte de onde emana
aquela doutrina, conferindo nas escrituras e com o Espírito Santo (Ef 4.11-15;

Tem domínio sobre a carne – As questões que caracterizam um crente espi-


ritual é também ser conhecido como aquele que sempre tem um impulso pelo
Espírito e não pela carne, tendo atitudes espirituais e não carnais (1Co 3.1-2).

III) ESPÍRITO HUMANO DESENVOLVIDO = CRESCIMENTO ESPIRITUAL

A queda do homem, no Éden, fez com que fossemos controlados por nossa
alma (intelecto, emoções) perdendo a consciência da natureza espiritual.
Depois que nasceu de novo, nosso espírito pode ser treinado, educado, as-
sim como nossa mente o faz. Mas não formamos, treinamos ou educamos
o nosso espírito da noite para o dia. Leva algum tempo de treinamento em
cima das práticas disciplinares mencionadas a seguir, até que o tenhamos
com um guia seguro.

a) Alimento que produz o Crescimento

1Pe 2.2: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o


leite racional, não falsifi cado, para que por ele vades crescendo”.

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 4 - CRESCENDO ESPIRITUALMENTE

Hb 5.12-13: “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda neces-


sitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos
das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não
de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não
está experimentado na palavra da justiça, porque é menino”.

Esses textos nos mostram que a Bíblia é o alimento SÓLIDO e o LEITE


dependendo de quem ouve.

Ef 4. 11-15: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas,
e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo
o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edifi cação
do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhe-
cimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura com-
pleta de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados
em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com
astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor,
cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”.

O crescimento espiritual não está ligado ao tempo de crente, mas ao dese-


jo, ardor e busca a Deus. Chegar ao pleno conhecimento da verdade não é
saber de tudo, pois isso é impossível! É deixar de sermos meninos agitados
de um lado para outro ou um adulto que não possa comer alimento sólido,
levado por doutrinas estranhas.

b) Leitura, Estudo, Meditação, Prática e Prioridade à Palavra

Sl 1.1-2: “Bem-Aventurado o homem que não anda segundo o conselho


dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na
roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na
sua lei medita de dia e de noite”.

Sl 39.3: “Esquentou-se-me o coração dentro de mim; enquanto eu medi-


tava se acendeu um fogo; então falei com a minha língua”;

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CAPÍTULO 4 - CRESCENDO ESPIRITUALMENTE MÓDULO 1

Tg 1. 22-25: “E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes,


enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da pa-
lavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho
o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se
esquece de como era. Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da
liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor
da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito”.

A Leitura nos informa sobre Jesus. O Estudo nos forma em relação a Jesus
e a Meditação nos conforma à imagem e semelhança de Jesus. Jo 14.6: “Eu
sou a verdade...”. A verdade e o Espírito Santo andam juntos. Cheio de um,
é estar cheio do outro.

Nós é quem devemos nos encher da Verdade revelada e não da letra morta:

Mt 4. 4: “Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão vi-


verá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. At 16. 14:
“E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de
Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para
que estivesse atenta ao que Paulo dizia”.

At 16.14: “E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da


cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o
coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia”.

A palavra MEDITAR no hebraico (HÂGÂH/ SIYACH) significa: murmurar,


ponderar, imaginar, ruminar, falar, estudar, considerar, conservar con-
sigo mesmo. Meditar é ler uma passagem bíblica ou alguns versículos e
ficar pensando repetidas vezes sobre eles, como se estivesse “ruminado”,
até que eles se tornem parte de você. O modo pelo qual alimentamos nosso
espírito (coração) é renovado nossa mente com a palavra de Deus. A pala-
vra de Deus entra no nosso espírito através da nossa mente. A meditação
transfere as palavras bíblicas da mente para o espírito, transformando-as
em verdades espirituais reveladas.

Js 1.8: “Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e
noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está
escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem-sucedido”.

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 4 - CRESCENDO ESPIRITUALMENTE

É meditando na Palavra que aprendemos a fazer prosperar o nosso cami-


nho. Deus não ensinou a Josué as táticas de guerra, nem a armar embosca-
das para seus inimigos. Deus disse: “medite na minha palavra de dia e de
noite e pratique este conhecimento revelado”! E só. Isso porque conheci-
mento revelado é capaz de nos dar a vitória em qualquer área da nossa vida.

Marilyn Hickey (missionária americana que escreveu vários livros), defi nin-
do meditação disse: é a quantidade de leitura que fazemos, o tempo e o
vigor que dedicamos a falar a Palavra, o quanto e como nós a seguimos e
nos deixamos guiar por ela. Meditar passa pelos processos de MEMORIZAR,
uma conseqüência da reflexão na Palavra. PERSONIFICAR, fazendo com
que a Palavra faça parte da sua vida e ESPIRITUALIZAR, agindo e reagin-
do com a Palavra. A meditação também opera como um ato de separação,
excluindo de nosso espírito a descrença e trazendo à tona toda a nossa fé!

Meditar passa pelos processos de MEMORIZAR, uma consequência da re-


flexão na Palavra. PERSONIFICAR, fazendo com que a Palavra faça parte da
sua vida e ESPIRITUALIZAR, agindo e reagindo com a Palavra. A meditação
também opera como um ato de separação, excluindo de nosso espírito a
descrença e trazendo à tona toda a nossa fé.

Alguns passos práticos para a meditação:

• Aplique a Palavra a você pessoalmente;


• Permita que o Espírito Santo torne aquela palavra uma realidade no
seu coração;
• Pondere cuidadosamente como aquela palavra se aplica à sua vida;
• Considere como a palavra mudará a sua situação;
• Coloque-se em concordância com o que a Palavra diz a seu respeito;
• Veja a você mesmo como Deus te vê;
• Comece a confiar integridade da Palavra.

Tg 1.22-25: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes.”

Tiago nos alerta a colocar em prática tudo que foi visto da Palavra. Se algo
estiver de acordo com a Palavra, aja; caso contrário, não faça.

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CAPÍTULO 4 - CRESCENDO ESPIRITUALMENTE MÓDULO 1

c) Obedecer instantaneamente a voz do espírito humano

À medida que damos ao nosso espírito recém-nascido o privilégio de medi-


tar na Palavra de Deus, executando-a na prática e colocando-a em primeiro
lugar, nosso espírito se tornará forte e a voz interior da nossa consciência se
tornará uma orientação segura;

Jo 16.13-15: “Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará
em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que ti-
ver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de
receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu;
por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”.

O Espírito, que habita em nós, passará ao nosso espírito todo entendimento


necessário sobre a palavra de Deus.

d) Maturidade está ligada a INDEPENDÊNCIA E RESPONSABILIDADE

É responsabilidade da criança depender dos pais em tudo até chegar a ida-


de certa adulta. É responsabilidade dos pais dar aos seus filhos a indepen-
dência quando chegar a hora. Um pai que leva seu filho de 25 anos no colo
não é amor é irresponsabilidade.

A dependência traz muletas para fé: O homem de Deus ora e Deus respon-
de, cura. Inicialmente o pai escolhe tudo para o fi lho (roupa), mas a medida
que o tempo passa o pai (maduro) começa a deixar o filho escolher sozinho.
O pastor, líder, pais devem carregar no colo por um tempo, não a vida toda.

V) ESTAGNAÇÃO NO CRESCIMENTO OU RAQUITISMO ESPIRITUAL

Ser raquítico, significa não ter se desenvolvido completamente da forma


esperada. Tendo em vista que há uma expectativa por parte de Deus que
cresçamos, quando isso não acontece, muitos prejuízos são observados na
vida daquela pessoa.

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 4 - CRESCENDO ESPIRITUALMENTE

Hb 5.12-13: “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda neces-


sitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos
das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não
de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não
está experimentado na palavra da justiça, porque é menino”.

O versículo anterior relata o episódio de crente que pelo tempo decorrido


não se desenvolveu da forma que era esperada, o escritor afirma: “já deviam
ser mestres”. No entanto, continuavam sem desenvolver-se, o que configura
um raquitismo espiritual. Um dos prejuízos advindos deste não desenvolvi-
mento é a forma como a pessoa passa a ser conhecida, como crente carnal
(1Co 3.1-2).

Quando um crente está na fase de menino no espírito, as ações carnais que


ocasionalmente ocorrem são amenizadas pelo entendimento que pelo tem-
po que essa pessoa tem de convertida, é normal aquele tipo de atitude. No
entanto, quando decorre o tempo e a mesma pessoa continua a apresentar
os mesmos comportamentos do início, então o termo pejorativo crente car-
nal passa a ser o adjetivo a ser utilizado para identificar aquele crente.

Em Efésios 4 Paulo clarifica o entendimento que estar como me-


nino é por período determinado, até chegar o estágio de ma-
turidade, a estatura da perfeita varonilidade. Deus crer que
cresçamos na graça, no conhecimento, o que proporciona-
rá consequentemente um crescimento no espírito.

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CAPÍTULO 4 - CRESCENDO ESPIRITUALMENTE MÓDULO 1

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 5 - PARACLETO: A TERCEIRA PESSOA DA TRINDADE

Paracleto
I) INTRODUÇÃO

At 1.8: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e


sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaria e até aos confi ns da terra.”

A regeneração da humanidade no espírito através do Espírito Santo, o tor-


nar-se nova criação (2Co 5.17), é o começo de uma nova trajetória de vida.
Ao render-se a Jesus Cristo como seu Senhor, o homem passa a ser morada
de Deus e integrante na missão de representar o reino celestial, e para viver
essa nova vida, coisas novas, regras novas, desafios novos, Deus planejou
que todo homem que vier a crer, receba do Espírito Santo poder sobre si
para que possa ser testemunha fi el das insondáveis riquezas de Cristo.

Nessa esteira, o homem regenerado que creu no batismo com o Espírito


Santo é cheio da plenitude de Deus e passa a contar com uma poderosa fer-
ramenta de edificação pessoal, uma linguagem sobrenatural de oração que
promove uma relação mais viva com a terceira pessoa da Trindade, sendo
um parceiro do consolador nessas orações.

II) A PROMESSA DO BATISMO

O Batismo no Espírito Santo é um acontecimento necessário para todo


crente que viverá durante o período bíblico chamado de “últimos dias”. Deus
planejou que seus fi lhos vivam os últimos dias com os recursos e benefícios
da oração em línguas, e cheios da plenitude de Deus, advindos do Batismo
no Espírito Santo.

Deus prometeu que derramaria o seu Espírito sobre todos

Jl 2.28-29: “Acontecerá que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne;


vossos fi lhos e vossas fi lhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vos-
sos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei
o meu Espírito naqueles dias”.

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CAPÍTULO 5 - PARACLETO: A TERCEIRA PESSOA DA TRINDADE MÓDULO 1

Em Atos 2, durante a descida do Espírito Santo, independente se a mani-


festação sobrenatural tenha sido o Falar ou o Ouvir, nem todos entende-
ram, pois alguns achavam que os discípulos estavam embriagados. Pedro,
então, parou de falar em línguas, pois o crente tem tal controle, e começou
a explicar em seu idioma os versículos do profeta Joel (At 2. 14-15). Atos
2 marcou o início do cumprimento da promessa, pois antes disso ninguém
havia falado em línguas.

Joel disse “Naqueles dias...”. Vivemos nesses dias! Atos diz que “nos últimos
dias derramarei...”. De Atos até hoje estamos vivendo nos “últimos dias”. Se
o dia de Pentecostes foi o primeiro dia em que crentes receberam o Espírito
Santo, com a evidência bíblica de falar em outras línguas, então, aquele foi
o primeiro dia dos últimos dias.

Jesus também promete a vinda do Espírito

Jesus durante seu ministério falou outras várias vezes aos seus discípulos a
respeito da descida do Espírito Santo (isso está registrado no livro de João),
mas depois de ressuscitado durante os 40 dias que ficou na Terra falando
assuntos concernentes ao reino, ordenou aos discípulos que dessem conti-
nuidade ao seu trabalho que era ensinar, pregar, expulsar demônios, curar
enfermos. Porém, eles estavam proibidos de fazer isso ou mesmo de sair de
Jerusalém antes de serem cheios do espírito Santo.

Lc 24.49: “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai”.

At 1.4-5: “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem


de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de
mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis
batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.”

Obs.: Utilizam-se, equivocadamente, esse versículo para afirmar que devemos


esperar e que Deus quiser, ele nos batizará. Mas o texto é claro: Jesus está
falando para aqueles discípulos esperarem em Jerusalém e por pouco tempo.

A promessa é cumprida

Finalmente em Atos 2 Ele cumpre a promessa. Termina a expectativa. O


Espírito Santo é enviado. Nós já nascemos debaixo do cumprimento da pro-
messa, não precisamos esperar por nada, se nascemos de novo, já podemos

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 5 - PARACLETO: A TERCEIRA PESSOA DA TRINDADE

ser batizados no Espírito Santo.

At 2.1-12: “Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num


só lugar. De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte,
e encheu toda a casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia
línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos
fi caram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, con-
forme o Espírito os capacitava. Havia em Jerusalém judeus, tementes a
Deus, vindos de todas as nações do mundo. Ouvindo-se este som, ajun-
tou-se uma multidão que fi cou perplexa, pois cada um os OUVIA falar em
sua própria língua. Atônitos e maravilhados, eles perguntavam: “Acaso não
são galileus todos estes homens que estão falando? Então, como os ou-
vimos, cada um de nós, em nossa própria língua materna? Partos, medos
e elamitas; habitantes da Mesopotâmia, Judéia e Capadócia, Ponto e da
província da Ásia, Frígia e Panfília, Egito e das partes da Líbia próximas a
Cirene; visitantes vindos de Roma, tanto judeus como convertidos ao juda-
ísmo; cretenses e árabes. Nós os ouvimos declarar as maravilhas de Deus
em nossa própria língua! Atônitos e perplexos, todos perguntavam uns aos
outros: Que signifi ca isto?”

O Espírito que fora prometido por Deus é para todos quantos são filhos.
Ora, se Deus prometeu, certamente é porque ele desejava dar o que fora
prometido. Deus quis, planejou e fez questão de gerar expectativa ao longo
dos anos de que um dia o seu Espírito habitaria o coração do homem e o seu
poder estaria sobre todos aqueles que n’Ele cressem.

Quando Jesus mencionou a vinda do Espírito Santo ele disse: Jo 14.16-17:


“O Pai vos dará outro Consolador, afim de que esteja para sempre convos-
co, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, vós o conheceis,
porque ele habita convosco e estará em vós.”.

III) O BATISMO

O que é o batismo no Espírito Santo;

O batismo no Espírito Santo é o revestimento com poder, conforme Atos


1.8, dado pelo Espírito Santo a todos os filhos de Deus que creem nessa
promessa. Pode-se entender também como uma capacitação sobrenatural
para que seja exercido o ofício de ser testemunha de Jesus Cristo de uma

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CAPÍTULO 5 - PARACLETO: A TERCEIRA PESSOA DA TRINDADE MÓDULO 1

forma mais completa.

Essa experiência, além de proporcionar um revestimento com poder, dispo-


nibiliza uma ferramenta de edificação pessoal que é a oração em línguas.

At 1.8: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre


vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia
e Samaria, e até aos confi ns da terra”.

A diferença entre a obra da salvação e o batismo no Espírito Santo

A obra da salvação acontece quando o homem reconhece Jesus Cristo como


seu salvador e a partir deste momento o Espírito Santo passa a habitar den-
tro do homem. É uma relação interior com um Deus que habita dentro de
nós. Este é o primeiro passo nessa caminhada como filho de Deus.

Ez 36.25-26: “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um


espírito novo; e tirarei da vossa carne coração de pedra, e vos darei um
coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis
nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis”.

Porém, a obra da salvação não se confunde com o batismo no Espírito Santo.


Esta experiência é posterior ao novo nascimento.

Na passagem a seguir, Pedro e Paulo nos ensinam a respeito da necessida-


de dessa experiência de um Deus sobre nós, o batismo no Espírito Santo.

At 8.6-8: “Muitos em Samaria deram ouvidos a Filipe, que os evangeliza-


va, e iam sendo batizados, tanto homens como mulheres. De fato, espíritos
imundos eram expulsos, paralíticos e coxos eram curados e houve grande
alegria naquela cidade”.

Observe, porém, que a despeito desta maravilhosa experiência cristã, eles


ainda não tinham sido batizados no Espírito Santo. Quando os apóstolos,
que estavam em Jerusalém, ouviram que Samaria tinha recebido a Palavra
de Deus, enviaram para lá Pedro e João para que orassem por eles para que
recebessem o Espírito Santo! Por que isso? Porque o Espírito não havia ain-
da descido sobre nenhum deles.

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 5 - PARACLETO: A TERCEIRA PESSOA DA TRINDADE

At 8.14-17: “Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que


Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. Os
quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito
Santo (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram
batizados em nome do Senhor Jesus). Então lhes impuseram as mãos, e re-
ceberam o Espírito Santo.”

At 19.1-6: “Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo pas-


sado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discí-
pulos, perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando
crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos
que existe o Espírito Santo. Então, Paulo perguntou: Em que, pois, fostes
batizados? Responderam: No batismo de João. Disse-lhes Paulo: João rea-
lizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que
vinha depois dele, a saber, em Jesus. Eles, tendo ouvido isto, foram batiza-
dos em o nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio so-
bre eles o Espírito Santo; e tanto f alavam em línguas como profetizavam”.

O batismo no Espírito Santo não é uma


opção para a vida cristã, é uma necessidade.

O Batismo no Espírito Santo é para todos os que creem;

Deus não faz distinção entre seus filhos, a experiência do Batismo no Espírito
Santo foi disponibilizada para todos aqueles que creem. A partir do momen-
to que nos tornamos fi lhos, basta crer e então será cheio do Espírito Santo.
As Escrituras testemunham claramente que nunca foi plano divino conce-
der a regeneração do espírito humano sem o subsequente revestimento de
poder; ou seja, as Escrituras ensinam que é desejo de Deus que as pessoas
que nasçam de novo, sejam batizadas no Espírito Santo. No tópico anterior,
foi abordado como Pedro e Paulo orientaram àqueles que nasciam de novo
a receberem o batismo e Jesus já havia afi rmado que todos os que crerem
falarão novas línguas.

Mc 16.17: “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsa-
rão os demônios; falarão novas línguas.”

Quando Pedro fala a respeito de Jesus para a casa de Cornélio, todos os que
ali estavam receberam o Espirito Santo SOBRE (Batismo no Espírito Santo).

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CAPÍTULO 5 - PARACLETO: A TERCEIRA PESSOA DA TRINDADE MÓDULO 1

At 10.44-47: “E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo
sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão,
todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do
Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios.Porque os ouviam
falar línguas, e magnificar a Deus. Respondeu, então, Pedro: Pode alguém
porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que tam-
bém receberam como nós o Espírito Santo?”.

Qual a condição para o Batismo no Espírito Santo?


Resposta: nascer de novo e crer.

At 2.38: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja ba-


tizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o
dom do Espírito Santo”.

Recebendo o Batismo no Espírito Santo

Ef 1.3: “Depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salva-


ção, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito prometido”.

Gl 3.14: “Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus


Cristo, a fi m de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido”.

A vida cristã é vivida pela fé, e o Batismo no Espírito Santo também vem
pela fé. Não uma fé mística, mas uma fé que nasça com a pregação da
Palavra, assim como é para recebermos a salvação, a cura, etc.

Segue abaixo uma sequência prática do que devemos saber para receber o
Batismo com o Espírito Santo:

1. Crer que a promessa do Espírito já foi cumprida no Pentecoste - Portanto


é para você hoje. Depende de você receber – At 2-4;

2. Recebemos pela graça através da fé e não porque merecemos ou es-


tamos preparado - A única condição prévia que você precisa é estar salvo

62
MÓDULO 1 CAPÍTULO 5 - PARACLETO: A TERCEIRA PESSOA DA TRINDADE

e crer. Se já é salvo não precisa esperar mais nada - Mc 16-17; At 2.4; At


19.1-7.

3. É bíblico receber o batismo pela imposição de mãos – At 8.14-17;

4. Nós é quem falamos em línguas, o Espírito Santo concede e nos inspira


- Portanto, devemos nos encher de fé e abrir a boca e falar as línguas que o
Espírito Santo tem concedido ao nosso coração – At 2.4.

A evidência do Batismo no Espírito Santo é o falar em línguas

Os relatos a seguir evidenciam algo que foi comum nas três experiências
– todos falaram em outras línguas. Embora, em uma houve também profe-
cia; em outra, magnificavam a Deus, o ponto em comum é que falavam em
outras línguas. Logo, pode-se concluir que quando há o batismo no Espírito
Santo, necessariamente haverá o falar em línguas. E mesmo na experiência
de Paulo (At 9.1718) em que não é registrado que falou em línguas, é sabido
que Paulo falava em línguas, conforme 1Co 14.18.

• Atos 2.4 – Os discípulos são batizados;


• Atos 10.44-47 – A casa de Cornélio é batizada;
• Atos 19.1-7 – Os crentes de Éfeso são batizados.

Existe uma relação em ser cheio do Espírito Santo e falar. Quando Deus
vem sobre o homem, Ele o capacita para a obra da pregação da palavra.

Ensinamentos Errados

As muitas experiências de homens de Deus no recebimento do Batismo no


Espírito Santo, muitas vezes, acabam por atrapalhar seus ouvintes de recebe-
rem a mesma graça, pois, aquela experiência se torna o referencial, o modelo
de como deve acontecer esse evento. No entanto, nosso parâmetro deve ser o
que as escrituras registram e não a experiência pessoal. Foi observado que a
experiência de At 2.4 foi uma, a de At 10.44-47 outra, e a de At 19.1-17 outra.

Independente da experiência extra que alguém possa ter, o que não pode faltar
é o falar em línguas como a evidência do batismo, e não se guiar por experiên-
cias alheias.

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CAPÍTULO 5 - PARACLETO: A TERCEIRA PESSOA DA TRINDADE MÓDULO 1

Abaixo, seguem algumas frases muitas vezes utilizadas por muitas pessoas
no entendimento de como imaginam que chegará ao batismo no Espírito
Santo:

• Acreditam que uma bola de fogo irá consumi-los até o ponto de serem
possuídos pelo Espírito Santo;

• Alguns entendem que o Espírito Santo irá tomá-los e falar em línguas


pela pessoa – Não, Espírito Santo concede as línguas, e o homem que vo-
caliza os sons;

• Dar glória cada vez mais alta, que chega uma hora que Deus vai te en-
cher – É pela fé, e não pelo volume da voz;

• Não está preparado – A única preparação que a bíblia registra é ser nas-
cido de novo e crer nessa promessa;

• Acreditam alguns que essa experiência não é para si – Passar pelo batis-
mo no Espírito Santo é para todos os que se tornaram filhos.

IV) A LINGUAGEM SOBRENATURAL DE ORAÇÃO –


O FALAR EM LÍNGUAS

Orar em línguas é uma questão de Fé

1Co 14.2,4: “Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a
Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. O que fala
em outra língua a si mesmo se edifi ca, mas o que profetiza edifi ca a igreja”.

Toda a abordagem dada por Paulo para a igreja de Coríntios com relação aos
dons foi em um primeiro instante para organizar a atuação nos dons e nesta
esteira ele aproveita para disciplinar os vários tipos línguas. As línguas para
interpretação, línguas para testemunho ao incrédulo e o dom de línguas, este
último que adquirimos no ato do batismo e que será diferenciado no tópico
Línguas para interpretação x dom línguas.

Ao tratar do dom de língua, e que denominamos como a linguagem sobrenatu-


ral de oração, Paulo ensina que este presente dado por Deus é uma ferramenta
poderosa para edificação.

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 5 - PARACLETO: A TERCEIRA PESSOA DA TRINDADE

• Quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus – Esta-
mos falando com Deus;
• O que fala em outra língua a si mesmo se edifica – É uma ferramenta
de edificação;
• Em espírito fala mistérios – em outra versão, segredos divinos.

Então, todas as vezes em que um filho de Deus se propõe a passar tempos


orando em outras línguas, ele está falando com Deus e se edificando.

O que diferencia esta oração de qualquer ritual de outras


religiões é a fé da pessoa que ora, a fé de que ao fazer isso,
ela crê que está conversando com Deus e falando segredos divinos.

1Co 14.18, 28: “Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais
do que todos vós”, “Mas, não havendo intérprete, fi que calado na igreja,
falando consigo mesmo e com Deus”.

Os versos supracitados trazem a ideia de algo que era rotineiro na vida Paulo, a
oração em línguas; e também é percebido um incentivo no sentido que se man-
tenha uma vida de oração. Ao organizar o comportamento dentro da igreja ele
diz: esteja calado se não há intérprete, falando consigo mesmo e com Deus.
Ou seja, não fale alto na igreja para não atrapalhar o culto, sussurre palavras
com Deus.

Se na igreja o crente deve sussurrar para não atrapalhar o culto, em


casa ele deve ficar bem à vontade na sua intimidade com seu Pai.

Propósito de orar outras línguas

Orar em outras línguas tem seu propósito. Deus não daria algo a seus filhos
sem propósito, para tudo Ele tem um fim proveitoso, e não é diferente com
o falar em línguas.

Edificação Pessoal

1Co 14.4: “O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que
profetiza edifi ca a igreja.

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CAPÍTULO 5 - PARACLETO: A TERCEIRA PESSOA DA TRINDADE MÓDULO 1

A tônica que gira em torno dos dons é uma edificação de terceiros, a igreja é
edificada, mas quando está sendo abordado o dom de línguas, a linguagem
sobrenatural de oração, a edificação é pessoal. Logo, o filho de Deus tem a
sua disposição a qualquer momento, em qualquer lugar uma ferramenta de
edificação pessoal que contribuirá para seu crescimento espiritual.

Edificação da Fé

Jd 1.20: “Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima,


orando no Espírito Santo”.

Orar em outras línguas é orar no Espírito Santo. Afinal, em Atos 2.4 diz que
o Espírito Santo quem concede as línguas, e se o filho de Deus está orando
algo que foi concedido pelo Espírito Santo, ele está orando no Espírito Santo,
ou segundo a vontade do Espírito Santo e essa oração edifica a fé. Ela não
substitui a fé, ela fortalece a fé que se precisa para vencer os desafios.

Orar segundo a vontade do Espírito Santo

Rm 8.26-27: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa


fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito
intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que
sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a von-
tade de Deus é que ele intercede pelos santos”.

Nós não sabemos orar como convém é a afirmação de Paulo aos crentes
de Roma. Uma das maiores dificuldades dos filhos de Deus é orar segundo
a vontade de Deus. João afirmou que se pedirmos alguma coisa segundo a
sua vontade, ele nos ouve e Deus não deixaria seus filhos na incapacidade
humana vivendo neste mundo vil, Ele deixou a oração em línguas que pro-
porciona orar segundo a Sua vontade, orando no Espírito Santo, neste mo-
mento cumpre-se o que está registrado em Rm 8.26-27, Ele está ajudando
aos filhos de Deus em suas fraquezas pois não sabem orar como convém.

Dar bem graças a Deus

1Co 14.16-17: “E, se tu bendisseres apenas em espírito, como dirá o in-


douto o amém depois da tua ação de graças? Visto que não entende o que
dizes; porque tu, de fato, dás bem as graças, mas o outro não é edifi cado”.

66
MÓDULO 1 CAPÍTULO 5 - PARACLETO: A TERCEIRA PESSOA DA TRINDADE

No ensinamento dado por Paulo é extraído muitas verdades significativas


para a vida cristã e uma delas é o dar bem graças a Deus. Ao disciplinar o
falar em outras línguas ele afi rma que:

porque tu, de fato, dás bem as graças;

Ser grato para com Deus deve ser comportamento de todo o crente em
Cristo Jesus. Na denominada oração do Pai nosso, Jesus ensina a agradecer
dando o amém pelas coisas que Deus tem feito e fará. Na oração em línguas,
Paulo afirma que dá-se graças com perfeição, de maneira eficaz, reforçando
a importância em se ter uma vida prática de oração em outras línguas.

Diferença entre o dom de línguas e as línguas para Interpretação

LÍNGUAS PARA
DOM DE LÍNGUAS
INTERPRETAÇÃO

Somente é dado a quem


Todos que são filhos e
o Espírito Santo quer;
que creem tem acesso;

Edifica-se a si mesmo; Edifica a terceiros;

O homem fala a Deus; Deus fala com o homem;

Entra em ação a qualquer Somente quando o Espírito


hora e em qualquer lugar. Santo define ser necessário.

Assim como cada filho de Deus precisou crer, pois, lhe foi outorgado uma
medida de fé (Rm 12.3), mas nem por isso ele está dotado do DOM DA FÉ,
assim também, todos quantos passaram pelo batismo foram presenteados
com uma linguagem sobrenatural de oração, e também, nem por isso esta
pessoa está dotada das línguas para interpretação.

67
CAPÍTULO 6 - LEVADOS PELO ESPÍRITO MÓDULO 1

Levados pelo Espírito


I) INTRODUÇÃO

Paracleto: Nome dado ao Espírito Santo em alguns trechos dos evangelhos.


Pessoa que defende e protege alguém; mentor. Aquele que consola ou con-
forta; aquele que encoraja e reanima.

Velho Testamento: Deus Pai tratava com o homem;


Ministério terreno de Jesus: o próprio tratava com o homem;
Novo Testamento: Espírito Santo trata diretamente conosco.

Jo 14.16-17: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de


que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não
pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele
habita convosco e estará em vós”.

É de fundamental importância saber que o Espírito Santo, a terceira pessoa


da trindade, é quem está agindo aqui na Terra nessa dispensação. Deus
tratou com o homem no passado, após, Jesus encarnou e andou entre os
homens. Já o ministério do Espírito Santo é dentro do homem, no interior,
fazendo-nos morada Sua.
Esse relacionamento é a base para viver a vontade de Deus Pai em sua ple-
nitude, pois, o Espírito Santo tem a função precípua de nos guiar, falando o
que de Deus nos for enviado.

Jo 14.12-15: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis supor-
tar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a
verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e
vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de rece-
ber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por
isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”.

Rm 8.14: “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses
são filhos de Deus”.

68
MÓDULO 1 CAPÍTULO 6 - LEVADOS PELO ESPÍRITO

Todos que passaram pelo novo nascimento devem estar sujeitos ao dire-
cionamento do Espírito. Agora, existe uma maneira nova de conduzir a sua
vida, deixando Deus ser o guia nessa nova jornada, e o Espírito Santo esta-
rá diariamente para orientar a cada passo dado, conduzindo por caminhos
planos e perfeitos.

II) PARA SERMOS GUIADOS POR DEUS PRECISAMOS:

1) Saber que a voz de Deus é uma direção

Quando Deus fala: perdoe, ame, sede santos, obedeça, não é apenas uma
voz, mas uma direção.

Jo 10.16: “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também
me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho
e um Pastor”.

Se Jesus é o cabeça e nós o corpo , Quem comanda?

2) Saber que devemos escolher certo

Is 48.17: “Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o


Senhor teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que
deves andar”.

O relacionamento de Deus com o homem nunca foi e nunca será pela impo-
sição. O homem tem livre arbítrio para escolher o caminho que quer seguir,
mas os filhos entendem que para escolher o certo, é necessário ir na direção
que a voz do Pai está guiando. Ser bem-sucedido não é uma questão de
sorte (onde nasceu, as oportunidades que tiveram, etc.), mas uma questão
escolha. Se escolher seguir a direção de Deus será bem-sucedido.

69
CAPÍTULO 6 - LEVADOS PELO ESPÍRITO MÓDULO 1

Gn 13.8-11: “E disse Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e
entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos. Não está
toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim; e se escolheres a es-
querda, irei para a direita; e se a direita escolheres, eu irei para a esquerda.
E levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda
bem regada, antes do Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como
o jardim do Senhor, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar. Então
Ló escolheu para si toda a campina do Jordão, e partiu Ló para o oriente, e
apartaram-se um do outro”.

Abraão abriu mão do seu direito de escolha. Ló escolheu baseado no que


viu, no que achava, no humano, no natural. Ló terminou mal e Abraão com
as bênçãos do Senhor.

Gn 24.1: “E Era Abraão já velho e adiantado em idade, e o Senhor havia


abençoado a Abraão em tudo”.

3) Saber reconhecer sua voz e obedecê-la

Jo 10.2-5: “Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A
este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às
suas ovelhas, e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas,
vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas
de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não co-
nhecem a voz dos estranhos”.

Lc 24.15,27,32: “E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo


perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles. E, co-
meçando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se
achava em todas as Escrituras. E disseram um para o outro: Porventura não
ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando
nos abria as escrituras”?

Os discípulos de Emaús demoraram a reconhecer a voz de Jesus e perderam


a melhor parte. Sem proximidade, o máximo que o homem consegue é a
religiosidade.

70
MÓDULO 1 CAPÍTULO 6 - LEVADOS PELO ESPÍRITO

Vejamos algumas atitudes que promovem a proximidade:

a) Manter um coração humilde

Tg 4.6,10: “Antes, ele dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos so-
berbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos perante o Senhor, e ele
vos exaltará”.

Is 14.12-14: “Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva!


Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias
no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o
meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do Norte.
Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo”.

A soberba e o orgulho expulsaram lúcifer do céu.

b) Manter viva uma vida de oração

1Ts 5.17: “Orai sem cessar” - Oração requer continuidade!

Cl 4.2: “Perseverai em oração, velando nela com ação de graças”

Oração requer perseverança!

1Jo 5.14: “E esta é a confi ança que temos nele, que, se pedirmos alguma
coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve”.

Nossa oração é sempre ouvida. Oração não é um ato religioso, mas um ato
de intimidade e relacionamento com ele! Em oração eu falo, ouço de Deus o
que é necessário a minha vida e atendo a sua direção. Eu consigo ouvir Deus
quando eu gasto tempo na sua presença.

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CAPÍTULO 6 - LEVADOS PELO ESPÍRITO MÓDULO 1

c) Manter-se afastado da atração e do pensamento desse mundo

Mc 4.18-19: “E outros são os que recebem a semente entre espinhos, os


quais ouvem a palavra; Mas os cuidados deste mundo, e os enganos das
riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e
fica infrutífera”.

O fascínio desse mundo concorre com a Palavra deixando-a infrutífera. Uma


vez que o nosso espírito está cheio de Deus a carne fica fraca.

d) Manter-se disposto a perseverar até o fim

No direcionamento de Deus, muitas vezes, ocorrerão difi culdades, mas a


vitória é certa! Jesus aprendeu a obedecer pelas coisas que sofreu (Hb 5.8).

1 Co 16.8-9: “Ficarei, porém, em Éfeso até ao Pentecostes; Porque uma


porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários”.

Foi Deus quem abriu a porta, mesmo com os adversários. Deus


deu a terra de Canaã ao povo de Israel, mas eles tiveram que lutar.
Perseverar é um estilo de vida, é uma escolha, uma decisão.

Lc 8.15: “E a que caiu em boa terra, esses são os que, ouvindo a palavra,
a conservam num coração honesto e bom, e dão fruto com perseverança”.

Hb 12.1: “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão
grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado
que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que
nos está proposta”.

III) MANEIRAS DE SERMOS ORIENTADOS PELO ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo pode falar com o homem de diversas formas, em voz audí-
vel, por sonhos, visão, revelação, impressão no coração pela Palavra. Sendo
assim, precisamos estar atento à voz do Espírito. A seguir, maneiras de ser-
mos orientados pelo Espírito:

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 6 - LEVADOS PELO ESPÍRITO

1) Pela Palavra

Esta é a maneira primária, a principal, a mais segura e a mais importante de


sermos orientados por Deus.

Jo 14.6: “Eu sou a verdade...”.

A verdade (Palavra, Verbo, Jesus) e o Espírito Santo andam juntos. Estar


cheio de um, é está cheio do outro. Nós é quem devemos nos encher da
Verdade revelada e não da letra morta.

2Tm 3.14-17: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que


foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, E que desde a tua
meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a
salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente
inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para ins-
truir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente
instruído para toda a boa obra”.

É primeiramente na Palavra que encontramos orientação em áreas


como: Relacionamento conjugal, Dinheiro, Saúde, Orientação Ministerial,
Motivação, etc.

2) Testemunho interior

É a concordância entre o nosso espírito e o Espírito Santo. Não é uma sen-


sação física. É um senso ou percepção espiritual. Uma paz e certeza diante
de uma decisão a ser tomada.

Rm 8.16: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos
de Deus”.

Os dois testemunham, asseguram, confirmam juntos. É a segunda maneira de


sermos orientados. É a que ocorre com mais frequência no Novo Testamento.
Quando Nascemos de Novo, o Espírito Santo testifica-nos que somos filhos de
Deus (Rm 8.14). Não é algo que se sabe por escrito ou falado, mas no íntimo.

À medida que andamos com Deus, em muitas ocasiões, saberemos algo no ín-
timo (no nosso espírito), através do testemunho interior, que a nossa mente não
sabe. Nosso espírito capta informações do Espírito Santo que habita em nós.

73
CAPÍTULO 6 - LEVADOS PELO ESPÍRITO MÓDULO 1

Se Deus que agora mora no meu coração precisa mandar alguém me enviar um
recado é porque estamos brigados ou Ele está falando e eu não estou ouvindo.

At 27.1-25: “Por isso Paulo os advertiu: Senhores, vejo que a nossa via-
gem será desastrosa e acarretará grande prejuízo para o navio, para a car-
ga e também para as nossas vidas, mas o centurião cria mais no piloto e
no mestre, do que no que dizia Paulo, porque esta mesma noite o anjo de
Deus, de quem eu sou, e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não
temas; importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos
quantos navegam contigo. Portanto, ó senhores, tende bom ânimo; porque
creio em Deus, que há de acontecer assim como a mim me foi dito”.

Primeiro Paulo teve orientação pelo Testemunho Interior, depois é que lhe
apareceu um anjo. Talvez o anjo tenha aparecido para que o restante da
tripulação do navio pudesse crer nas palavras de Paulo. Muitas vezes o tes-
temunho interior está presente e clamando para ser compreendido e não o
reconhecemos. Desconsideramos o testemunho interior. Queremos orien-
tação na dimensão dos sentidos, andar pelo nosso intelecto e perdemos o
sobrenatural que está ali o tempo todo.

Quando nosso espírito fica conectado a um plano inferior e não damos ou-
vido a ele, perdemos a oportunidade de receber a orientação divina na sua
forma mais simples e rotineira: o testemunho interior. Se nós, cristãos,
apenas parássemos para orar quando “percebemos” algo no nosso íntimo
e para checar com o nosso espírito o que está acontecendo, sem dúvida,
teríamos mais sucesso nos assuntos do nosso dia a dia.

O testemunho interior é tão sobrenatural quanto à direção dada por visões.


Muitas pessoas, por estarem buscando somente o espetacular, estão per-
dendo o sobrenatural que está presente todo o tempo.

3) A voz do nosso espírito

Nosso eu (espírito) falará conosco mediante uma voz mansa e tranquila: a


consciência. Esta é a voz interior.

Rm 9.1: “Em Cristo digo a verdade, não minto, testemunhando comigo, no


Espírito Santo, a minha própria consciência...”.

74
MÓDULO 1 CAPÍTULO 6 - LEVADOS PELO ESPÍRITO

O homem interior, que é o nosso espírito, possui uma voz, da mesma forma
que o homem exterior. Esta voz interior é o que chamamos de consciência.
Se, somos novas criaturas, nossa consciência é um guia seguro.

1 Jo 3.20-21: “Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é


Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas. Amados, se o
nosso coração não nos condena, temos confiança par a com Deus”.

Esta voz, tanto pode nos orientar, como aprovar, ou reprovar atitudes e con-
dutas. Quando nascemos de Novo e, portanto, temos a vida e a natureza
de Deus em nós, nossa consciência não permitirá que façamos as coisas de
qualquer maneira. A nossa consciência funciona como uma luz de trânsito,
dando um sinal verde ou vermelho para prosseguirmos ou pararmos. Ao
violarmos nossa consciência, podemos feri-la. Se constantemente a violar-
mos, ela pode com o tempo se cauterizar.

1 Tm 4.1-2: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos


apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a dou-
trinas de demônios; Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo
cauterizada a sua própria consciência...”.

Sendo nova criatura, nossa consciência é também um


sinal de alerta ao pecado. Ninguém precisa nos dizer
quando pecamos porque nossa consciência já o sabe.

4) A voz o Espírito Santo

É semelhante a voz da consciência. É o Espírito Santo falando diretamente


conosco, no nosso espírito.

Jo 16.13: “Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará
em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que
tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir”.

O Espírito Santo fala ao nosso espírito aquilo que Ele ouve do Pai e de Jesus.
Essa divisão é apenas didática, pois Ele usa o testemunho interior, a voz da
consciência e também a voz de autoridade do próprio Espírito Santo. Ele nos
mostrará coisas que estão por vir para te preparar, encorajar, orientar.

75
CAPÍTULO 6 - LEVADOS PELO ESPÍRITO MÓDULO 1

At 19.21; 20.22-24: “Depois dessas coisas, Paulo decidiu no espírito ir


a Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia. Ele dizia: Depois de
haver estado ali, é necessário também que eu vá visitar Roma. Agora, com-
pelido pelo Espírito, estou indo para Jerusalém, sem saber o que me acon-
tecerá ali, senão que, em todas as cidades, o Espírito Santo me avisa que
prisões e sofrimentos me esperam. Todavia, não me importo, nem consi-
dero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente puder
terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou,
de testemunhar do evangelho da graça de Deus”.

5) Formas espetaculares de sermos guiados por Deus

Deus nos guia hoje da mesma forma que guiava os cristãos no Novo
Testamento. Ele não mudou. Deus continua usando formas espetaculares
como Sonhos, Visões, Anjos, Profecias para nos conduzir a sua vontade.

Os registros indicam que a forma espetacular de Deus guiar os cristãos


da igreja primitiva não acontecia frequentemente (Pode observar no Novo
Testamento), ao contrário, na vida de muitos deles parece acontecer uma ou
duas vezes. Nós não escolhemos a maneira que Deus nos conduzirá. Ele é
quem decide COMO e QUANDO. Temos o Espírito Santo habitando dentro
de nós, na maior parte do tempo ele fala diretamente conosco, portanto, não
precisamos buscar outros meios espetaculares, o que precisamos é aprender
a ouvi-lo.

a) Visões - Jesus apareceu a Paulo em uma visão espiritual. Quem estava


com Paulo não viu, pois não era físico.

At 9.3-8: “E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco,


subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ou-
viu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse:
Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito,
disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e
entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. E os homens, que
iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém.
E Saulo levantou-se da terra, e, abrindo os olhos, não via a ninguém. E,
guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco”.

76
MÓDULO 1 CAPÍTULO 6 - LEVADOS PELO ESPÍRITO

Enquanto orava, Cornélio teve uma visão aberta, pois viu claramente um
anjo de Deus se aproximando.

At 10.2-3: “Piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia
muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus. Este, quase à hora
nona do dia, viu claramente numa visão um anjo de Deus, que se dirigia
para ele e dizia: Cornélio.”

At 10.9-19: “E no dia seguinte, indo eles seu caminho, e estando já perto


da cidade, subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta. E tendo
fome, quis comer; e, enquanto lho preparavam, sobreveio-lhe um arreba-
tamento de sentidos, E viu o céu aberto, e que descia um vaso, como se
fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, e vindo para a terra. No
qual havia de todos os animais quadrúpedes e répteis da terra, e aves do
céu. E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come. Mas Pedro
disse: De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum
e imunda. E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Deus
purificou. E aconteceu isto por três vezes; e o vaso tornou a recolher-se ao
céu. E estando Pedro duvidando entre si acerca do que seria aquela visão
que tinha visto, eis que os homens que foram enviados por Cornélio para-
ram à porta, perguntando pela casa de Simão. E, chamando, perguntaram
se Simão, que tinha por sobrenome Pedro, morava ali. E, pensando Pedro
naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três homens te buscam”.

Pedro entrou em Êxtase, ou Transe ou Arrebatamento dos Sentidos, e viu o


céu aberto com os animais para ele matar e comer. E ouvia claramente uma
voz lhe dando instruções. Nem Pedro e nem Cornélio pediram a Deus para
ter visões. Deus foi quem decidiu usar essa maneira de se comunicar.

No episódio de Pedro e Cornélio, Atos 10, Deus falou de pelo menos de três
formas diferentes:

• VISÃO (At 10. 3,11);


• TESTEMUNHO INTERIOR (At 10.19);
• E pela PALAVRA (At 10.33).

77
CAPÍTULO 6 - LEVADOS PELO ESPÍRITO MÓDULO 1

Talvez Deus tenha usado a Visão porque pelo Testemunho Interior Pedro
não ouviria, pois mesmo com a visão ele rebateu por três vezes e ainda ficou
duvidando. Deus insistiu em falar com Pedro, pois ele era o líder da igreja
primitiva e a posição dele era importante para a pregação para os gentios.

b) Sonhos - Nem todos os sonhos são de Deus. Podemos ter sonhos natu-
rais, setas do diabo em nossas mentes (1Sm 28.8-14 - Feiticeira que disse
a Saul que Samuel havia falado dentre os mortos e lhe dava instruções) e os
sonhos espirituais vindos de Deus.

Quando temos sonhos espirituais, temos convicção que vem de Deus e não
ficamos com dúvida. O sonho fica no nosso coração. Como nos casos de
Daniel, Nabucodonosor, Belsazar, Faraó, José. Normalmente ele vem confir-
mar algo que já estávamos buscando. Esse método de Deus nos guiar não
é uma superstição.

• Sonhar com cobra é traição;


• Sonhar que perdeu um dente: um parente vai morrer;
• Sonha com uma grávida: vai ganhar um presente;
• Sonhar com dinheiro é sinal de pobreza;
• Sonhar com peixes é sinal de dinheiro;
• Sonhar com água muito limpa são lágrimas;
• Sonhar com um cemitério é sinal de herança.

c) Revelações e Profecias - Temos que entender a diferença entre os pro-


fetas no Velho Testamento, o dom ministerial de profeta e o dom espiritual
de profecia.

Como fica a situação do profeta agora? No Novo Testamento continua exis-


tindo visões, sonhos, revelações, profecias, mas o profeta na Nova Aliança é
diferente dos profetas da Antiga. No Velho Testamento eles eram o porta-voz
de Deus na Terra, cuja mensagem é advertir, aconselhar, repreender, predizer.

Nenhuma decisão poderia ser tomada sem consulta-los. Porém hoje nós
somos guiados diretamente pelo Espírito Santo. Se Deus que agora mora
no meu coração precisa mandar alguém me enviar um recado é porque es-
tamos brigados ou Ele está falando e eu não estou ouvindo.

Paulo ensina que os profetas falam e os outros julgam (examinam). Quando


o profeta fala não é Deus quem está falando, pois ninguém pode julgar o
que Deus fala. O profeta fala o que Deus manda falar, mas não é Deus quem

78
MÓDULO 1 CAPÍTULO 6 - LEVADOS PELO ESPÍRITO

está falando. Os dons são perfeitos, mas os crentes que falam não. Quando
Deus me manda falar algo, falo com o meu idioma, meu sotaque, do meu
jeito. O profeta não fi ca sobre um transe evangélico, mas sim, em um estado
de completa consciência.

Havia uma grande diferença entre PROFETAS e SACERDOTES:

• Os profetas eram como canais onde Deus falava com o povo;


• Já os sacerdotes, eram pessoas separadas por Deus para sacrificar a
Ele em favor do povo;
• O homem falava com Deus através do sacerdote;
• Deus falava com o homem através do profeta;
• O profeta falava em nome do próprio Deus. Ele era apenas um men-
sageiro, enquanto que Deus era o autor da mensagem. Esse ofício se
encerrou com João Batista.

Lc 16.16: “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o


reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele”.

DEIXE O SENHOR SER O GUIA DE SUA VIDA.

79
CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE MÓDULO 1

Nova Identidade
I) INTRODUÇÃO

2 Co 5. 17-21: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as


coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto provém
de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu
o ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a
palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de
Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de
Cristo, que vos reconcilieis com Deus. Àquele que não conheceu pecado,
o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”.

Saber quem somos e conhecer nossas características, limitações, virtudes, etc.


é muito importante quando levamos em consideração as leis que governam o
mundo natural. Uma pessoa em condição normal não pularia de um penhas-
co, pois, tem a informação de que não possui a habilidade de voar, habilidade
dos pássaros, logo, esta informação lhe preserva física. Quando é levado em
consideração o mundo espiritual, saber quem somos é mais importante ainda.
Saber que existe um Deus e um adversário que luta contra os seres humanos, e
que este se encontra entre dois reinos e esta pessoa precisa se posicionar, faz
com que este assunto torne-se vital para uma caminhada cristã bem sucedida.

Quando um pecador se arrepende e entrega sua vida a jesus Cristo, neste mo-
mento ocorre o milagre da regeneração no espírito, o homem sendo religado a
Deus. Com isso, ganhamos uma nova identidade, uma nova filiação, passamos
a pertencer a um outro reino, adquirimos direitos e deveres, passamos a ser um
com o Pai, e o Consolador passa habitar em nós.

Agora, como Nova Criatura, é preciso saber quem somos, o que podemos, o
que temos em relação a Deus; é preciso saber quem somos em relação ao pró-
ximo, ao diabo e a nós mesmos. Importante também saber quem éramos, para
que não mais vivamos na mesma prática e voltemos ao antigo estado.
Temos agora a mesma posição que Jesus tem para com Deus, ou seja, a de fi-
lho e que estamos inseridos no corpo de Cristo. Cristo que veio substituir Adão
que nos deixou uma herança genética do pecado; Jesus, por outro lado, nos
deixou a herança de filho, nos remiu do pecado e nos transportou para o seu
reino, trazendo justificação.

80
MÓDULO 1 CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE

II) A VELHA CRIATURA

A ideia de nova criatura nos remete ao pensamento que existiu uma velha
criatura. Só se fala que existe algo novo, quando é colocado em comparação
com algo velho. A velha criatura teve seu nascimento quando Adão pecou
no Éden, desobedecendo a Deus e levando em si mesmo a consequência do
erro cometido

Gl 4. 4-6: “Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu


Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da Lei, a fi m de redimir os que
estavam sob a Lei, para que recebêssemos a adoção de fi lhos. E, porque
vocês são fi lhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao coração de vocês,
e ele clama: “Aba, Pai”.

A partir daí, Adão passou a ser o primeiro e ascendente de toda uma raça
que veio a ser denominada de pecadores. Todos os homens descendem de
Adão, com isso, carregam em si o “código genético” do pecado, herança
proveniente da desobediência. O ser humano nasce com sua espiritualidade
morta, afastado de Deus e inimigo de Deus no entendimento (Rm 5.10).

1 Co 15. 21-22 “Visto que a morte veio por meio de um só homem, também
a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. Pois da mesma
forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivifi cados.”

1) Características da velha criatura

Ef 2.1-3: “Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos


quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo
e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que
vivem na desobediência”.

Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as von-


tades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os
outros, éramos por natureza fi lhos da ira.

Uma espiritualidade morta – Ef 2.1

Ao falar de espiritualidade morta, não se pode confundir esta morte com a


morte natural. A morte espiritual provém da desobediência de Adão a Deus
no Jardim do Éden que, ao desobedecer, não morreu fisicamente logo em

81
CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE MÓDULO 1

seguida; Mas perdeu a condição de relacionamento que havia com Deus, foi
separado da vida de Deus. Ao criar o homem, Deus soprou do seu próprio
Espírito no homem, e foi criado um vínculo entre o homem e Deus. Com a
chegada do pecado, este vínculo foi desfeito, o que chamamos de morte
espiritual.

Jo 3.5,6: “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele


que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O
que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito”.

Satanás as tem sob seu domínio – Ef 2.2

independente se uma pessoa é muito boa, presta caridades, doa aos orfa-
natos, sempre esta pessoa estará sob a influência de um ser espiritual, seja
Deus ou os espíritos malignos. Segundo podemos observar no verso citado
anteriormente, todos os seres humanos necessitam de uma regeneração
no espirito, religar sua conexão com Deus, caso contrário, ela viverá sob a
influência da malignidade.

2 Co 4.4: “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos


incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de
Cristo, que é a imagem de Deus”.

Satisfaz as vontades da carne - Ef 2.3

A velha criatura não tem compromisso com Deus, com isso, a carnalidade do
homem é infl amada, somado o fato de que o nosso adversário se empenha
incansavelmente para leva-lo cada vez mais para longe da possibilidade de
conhecer seu redentor. O pecado gera os seus prazeres, ao ponto de pren-
der a pessoa em um costume de vida para satisfazer esses desejos carnais.

É importante frisar que a carta aos efésios foi escrita a um grupo de con-
vertidos que estavam se esquecendo de manter um novo comportamento
retornando a antigas práticas da qual eles tinham sido libertos.

82
MÓDULO 1 CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE

Cl 2.12-15: “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes


pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. E, quando
vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos
vivifi cou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo
riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de al-
guma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na
cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e
deles triunfou em si mesmo”.

Vivíamos no Reino das Trevas – Cl 1.13

A vida de antes estava longe da luz, por isso, Cristo nos transportou para o
reino do filho do seu amor. Interessante notar que em At 10.38 informa que
Cristo curou a todos os oprimidos do diabo, fazendo referência ao fato de
que aquelas pessoas estavam sendo cativas pelo diabo, e jesus as tirou do
seu império, de seu domínio e transportou para seu reino.

III) O NOVO NASCIMENTO

O novo nascimento é uma transformação de natureza, em que o pecador


reconhece a justifi cação já conquistada por Jesus na cruz e se torna justo
pelo sangue de Cristo.

Quando o homem reconhece a Jesus Cristo como seu Senhor, e arrependi-


do decide deixar Deus fazer morada em seu coração, no mesmo instante,
esta pessoa passa por uma transformação no seu interior, não sendo mais
a mesma pessoa de antes. O poder sobrenatural e vivificador do Espírito
Santo muda o homem interior.

Esta promessa do novo nascimento foi proferida pelo profeta Ezequiel:

Ez 36.26, 27: “Dar-vos-ei CORAÇÃO NOVO e porei dentro de vós


ESPÍRITO NOVO; tirarei de vós o CORAÇÃO DE PEDRA e vos darei
CORAÇÃO DE CARNE. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que an-
deis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis”. 

83
CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE MÓDULO 1

A RECRIAÇÃO DO ESPÍRITO DO HOMEM

1 Pe 1.23: “Pois fostes regenerados não duma semente corruptível, mas


pela palavra de Deus, semente incorruptível, viva e eterna”.

A transformação ocorrida no ato da salvação é no espírito do homem atra-


vés da palavra de Deus que é uma semente incorruptível. É Sabido que
Jesus é a palavra (Jo 1.1,14) e quando o homem deixa Jesus o transformar,
o espírito humano é recriado, de acordo com 2Co 5.17. A ideia de nova cria-
tura deste último versículo que Paulo escreve aos coríntios é o surgimento
de algo que nunca existiu, algo novo, gerados novamente ou como Pedro
afirma, regenerados no espírito.

Jesus ao conversar com Nicodemos expõe a necessidade do homem nascer


de novo, não da carne, mas do espírito, vejamos:

Jo 3.3-7: “Jesus replicou-lhe: Em verdade, em verdade te digo: quem não


nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus. Nicodemos perguntou-
-lhe: Como pode um homem renascer, sendo velho? Porventura pode tor-
nar a entrar no seio de sua mãe e nascer pela segunda vez? Respondeu
Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do
Espírito não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é
carne, e o que nasceu do Espírito é espírito. Não te maravilhes de que eu
te tenha dito: Necessário vos é nascer de novo”.

O espírito do homem estava sem vida, morto espiritualmente e carecia des-


sa obra redentora. A recriação do homem é um milagre sobrenatural que
devemos agradecer ao nosso Deus todos os dias, pois Ele nos tirou o cora-
ção de pedra e nos deu um novo coração, um coração de carne. E a neces-
sidade de transformação no interior do homem se dá porque o nosso rela-
cionamento com Deus é no espírito, a fé é no espírito, conforme a palavra
de Deus nos ensina:

• Deus é espírito e a adoração é pelo espírito – Jo 4.24;


• A semente de Deus é plantada no espírito – Mt 13.1-8;
• É com o espírito que se crê – Rm 10.10;
• A oração em línguas edifica o espírito do homem e pelo espírito fala
mistérios a Deus – 1Co 14.2,4;

84
MÓDULO 1 CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE

• O amor de Deus foi derramado no espírito – Rm 5.5;


• As coisas de Deus se discernem espiritualmente – 1Co 2.14;
• A realidade espiritual é tão, ou mais, real que a natural – 2Rs 6.15-17.

A ALMA E O CORPO NÃO SÃO RECRIADOS


Rm 12.1-2: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apre-
senteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que
é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas
sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que ex-
perimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”.

É importante salientar que a regeneração ocorrida não abrange a alma e o


corpo. O texto de 1Ts 5.23 nos ajuda e compreender como o homem é forma-
do, espírito, alma e corpo. Sendo que a alma e o corpo continuam os mesmos
e precisam passar por uma nova construção, agora balizados pelos princípios
espirituais. Nesta carta aos romanos Paulo nos ensina a subjugar o corpo e
transformar a mente. A velha criatura sempre tentará tomar o lugar que sem-
pre foi seu, por isso a importância de mortificar as obras da carne.

Cl 3.5: “Mortifi cai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a
fornicação, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a
avareza, que é idolatria”.

Quanto ao velho homem, que quer tentar reviver através da nossa carne, a
ordem é que devemos nos despir dele (Ef 4.22-24; Cl 3.9-10).

Ef 4.22-24: “Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho ho-


mem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis
no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo
Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”.

ZOE – A VIDA DE DEUS NOS É DADA

Jo 10.10b: “...eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.”

Ef 2.1: “E vos vivifi cou, estando vós mortos em ofensas e pecados”.

85
CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE MÓDULO 1

A vivificação a qual se refere a Palavra de Deus é a própria vida de Deus


sendo repassada para o homem. O termo vida em Jo 10.10 no original gre-
go é ZOE, que significa a própria vida de Deus. Este não se confunde com
a palavra grega BIOS que se refere à vida natural do homem ou biológica.

De tudo que Deus fez, somos os únicos gerados pela própria vida de Deus.
Temos a natureza de Deus.

2Pe 1.4: “Pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes
promessas, para que por elas vos torneis co- participantes da NATUREZA
DIVINA, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo…”.

IV) A NOVA CRIATURA

Considerando que agora temos o espírito recriado pelo Espírito Santo, de-
pois de ter recebido a palavra da verdade em nossos corações, recebendo a
ZOE de Deus, nos tornamos uma nova criatura, com uma nova identidade,
novos comportamentos. Adquirimos direitos e deveres, tendo como objeti-
vo agora viver de modo digno do Senhor. O intuito de conhecermos quem
somos, o que possuímos, etc., é para que não sejamos mais os mesmos e
deixemos a velha criatura mortificada.

Cl 1.10: “E tudo isso, com o propósito de que possais viver de modo dig-
no do Senhor, agradando-lhe plenamente, frutifi cando em toda boa obra,
crescendo no conhecimento de Deus”.

Ef 4.22-24: “no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do


VELHO HOMEM (velha maneira de viver, maus hábitos), que se corrompe
segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vos-
so entendimento, e vos revistais do NOVO HOMEM (nova maneira de vi-
ver), criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade”. 

CARACTERÍSTICAS DA NOVA CRIATURA

Meditar na Palavra de Deus – “Não deixe de falar as palavras deste Livro


da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente
tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você
será bem-sucedido” (Js 1.8);

86
MÓDULO 1 CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE

Dedicar tempo em oração – “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento
e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê
em secreto, te recompensará publicamente” (Mt 6.6);

Andar pela Fé – Quando mudamos a nossa realidade de vida, mudamos


a nossa maneira de viver. Antes considerávamos em primeiro lugar as in-
formações que nossos sentidos recebiam e vivíamos por ela; agora, nosso
objetivo primário é viver através do que nosso Pai nos orienta, através de
sua Palavra e do Espírito em nosso espírito, vivendo assim, pela fé, como
está escrito: “o justo viverá pela fé...”(Hb 10.38a);

Viver pelo espírito – “Se vivemos pelo Espírito, andemos de igual modo sob
a direção do Espírito (Gl 5.25). Nosso objetivo agora é considerar o Espírito
Santo que habita em nós e tem a missão de nos conduzir (Jo 16.13);

Andar em amor - “Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de


Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1 Jo 4. 7);

Ter temor a Deus - “Obedeçam aos mandamentos do Senhor, o seu Deus,


andando em seus caminhos e dele tendo temor” (Dt 8. 6);

Tratar com paciência aqueles que não conhecem a Deus - “Ao servo do
Senhor não convém brigar, mas, sim, ser amável para com todos, apto para
ensinar, paciente. Deve corrigir com mansidão os que se lhe opõem, na es-
perança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-os ao co-
nhecimento da verdade, para que assim voltem à sobriedade e escapem da
armadilha do diabo, que os aprisionou para fazerem a sua vontade” (2 Tm
2. 24-26);

Responder aos problemas diferentemente do mundo - no pensar, no fa-


lar, no sentir, no agir.

Posicionar-se com relação às promessas - “Pois o Filho de Deus, Jesus


Cristo, pregado entre vocês por mim e também por Silvano e Timóteo, não
foi sim e não, mas nele sempre houve sim; pois quantas forem as promessas
feitas por Deus, tantas têm em Cristo o sim. Por isso, por meio dele, o Amém
é pronunciado por nós para a glória de Deus” (2 Co 1. 19-20);

Perdoar uns aos outros - “Tomem cuidado. Se o seu irmão pecar, repreen-
da-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe. Se pecar contra você sete vezes
no dia, e sete vezes voltar a você e disser: ‘Estou arrependido’, perdoe-lhe”
(Lc 17. 3-4);

87
CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE MÓDULO 1

Saber que está em um processo de crescimento espiritual – 1Pe 2.1; 1Co


3.1,2; Hb 5.12-14

V) QUEM SOMOS EM CRISTO

Agora que somos Nova Criatura precisamos saber quem somos em relação
a Deus, ao próximo, ao diabo e a nós mesmos. Temos agora a mesma posi-
ção que Jesus tem para com Deus, ou seja, a de filho e que estamos inseri-
dos no corpo de Cristo.

Infelizmente, a despeito de toda revelação da Palavra de Deus através do


Espírito Santo, uma boa parte do povo de Deus ainda vive sérios conflitos a
respeito de sua identificação espiritual. Ao serem questionados sobre quem
são dizem: “Eu sou um pobre, coitado e miserável pecador...”. Errado! Somos
filho de Deus! E Cristo pagou um alto preço por nossas vidas.

As pessoas que sabem sua posição de filho de Deus sempre se enxergarão


como Deus as vê, ou seja, justas; andarão em amor e no espírito. Pensarão
corretamente, viverão sem dar atenção às preocupações. Resistirão ao dia-
bo e suas acusações. Terão à sua disposição o favor sobrenatural de Deus.

Somos justiça de Deus

Jesus veio ao mundo como carne para nos dar vida (Jo 10.10), destruir as
obras do diabo (1Jo 3.8), salvar os perdidos (Lc 19.10), restaurar ao homem
a sua posição original, aproximando-o de Deus pela graça. Pecado é o direito
de nascimento do homem. Justiça é o direito do seu novo nascimento.
A igreja tem a necessidade de saber quem ela é. A tarefa do diabo é que se-
jamos ignorantes quanto a nossa nova realidade. Uma das coisas que mais
colocam os cristãos em escravidão é a falta de conhecimento da justiça. O
apóstolo Paulo mostrou quem nós somos através das epístolas.

O tema central delas é a justiça através da fé, mencionada mais de 100 vezes.
Precisamos ser ensinados a respeito da Justiça para que possamos aprovei-
tar todos os seus benefícios. Conhecemos muito sobre o pecado, mas quase
nada sobre a graça e a justiça de Deus. Conhecemos sobre o nosso nascimen-
to natural, mas quase nada sobre o nosso nascimento espiritual.

88
MÓDULO 1 CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE

É importante conhecermos sobre a justiça de Deus porque é a chave mes-


tra que abre todas as portas para que as promessas de Deus se concreti-
zem em nossas vidas. Porque é o fundamento onde nossa fé é construída.
Porque é onde compreendemos o verdadeiro amor de Deus. A vida é um
ensaio geral. Passaremos mais tempo do outro lado da morte (na eternida-
de) do que aqui. A terra é um lugar de preparação, a pré-escola, o vestibular
para a nossa vida na eternidade.

a) O que é ser justiça de Deus?

É o ato soberano de Deus através do qual Ele declara justo o pecador (sem
culpa, inocente, santo); É um presente de Deus, o dom gratuito do perdão,
concedido pela sua Graça, através do sacrifício de Jesus no calvário. É o
direito ou a habilidade de me colocar na presença do Pai, sem o senso de
culpa, sem a consciência do pecado, como se o pecado nunca tivesse exis-
tido, livre acesso ao Pai.

É o que eu realmente sou aos olhos de Deus; É a nossa nova herança espiri-
tual em Jesus Cristo; É receber de volta a natureza que Adão havia perdido;
É ser nova criação por dentro. É ser livre da escravidão eterna do pecado
(morte espiritual); É ter a liberdade de permanecer na presença de Deus
sem nenhum sentimento de culpa, medo ou inferioridade.

É ter o direito de viver com saúde, em paz, cheio do Espírito Santo e alegria;
É ser perdoado de todo pecado e iniquidade; É ser reconciliado com Deus de
forma a viver em comunhão com Ele.

b) Verdades sobre a justiça de Deus

A Justiça é a chave mestra que abre todas as portas para que as promessas
de Deus se concretizem na nossa vida.

O cristão que não tem consciência da Justiça de Deus é uma pessoa fraca,
cheia de dúvidas, inconstante e insegura, sempre indo e voltando como a
onda do mar. Todo o plano de salvação é construído com base nela. Se qui-
sermos viver na alegria da salvação e nas promessas que temos em Cristo,
temos que aprender muito bem sobre a Justiça de Deus.

Quem merece a justiça de Deus? Na verdade, ninguém merece, pois não é


o que eu faço que me torna justo, mas o que Jesus fez. Nada temos em nós
que nos conceda favor aos olhos de nosso Pai Celestial, mas através da
graça somos justifi cados.

89
CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE MÓDULO 1

GRAÇA: favor além do que se possa crer e merecer, favor imerecido, favor
em abundância. É como se Jesus dissesse: “agora que você está livre da
culpa e da dívida por seus pecados, deixe-me levá-lo até minha casa para
reabilitá-lo, vesti-lo, cuidar e fazer de você alguém de valor”.

Rm 6. 14: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estás
debaixo da lei e sim da graça”.

A graça é um grande telhado. Estamos protegidos das tempestades da cul-


pa e da vergonha. Nenhuma condenação pode nos atingir e nenhum ato nos
condenar.

c) Quem tem direito a justiça de Deus?

Todos os que creem e recebem Jesus como Senhor e Salvador (Rm 3.21-
26; Rm 4.25; Rm 5.1; 2Co 5.7, 21). A Bíblia nos chama de justos. O homem
justo pode até não saber que ele é justo, ele pode não crer que é justo, ele
pode não tirar proveito disso, mas tal fato é verdade de qualquer forma. Da
mesma maneira que recebo a Salvação, o Espírito Santo, a Cura, pela fé,
apoiados na graça de Deus.

Tt 3. 3-7: “Porque também nós éramos noutro tempo insensatos,


desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites,
vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros. Mas
quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para
com os homens, Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas
segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da
renovação do Espírito Santo, Que abundantemente ele derramou sobre
nós por Jesus Cristo nosso Salvador; Para que, sendo justifi cados pela
sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna”.

É importante saber que a Justiça de Deus não é um processo, mas algo ins-
tantâneo na vida daquele que crê. Não crescemos em Justiça. Nunca serei
mais justos do que sou agora ou de quando aceitei a Jesus. Eu cresço na
revelação da justiça.

Justiça não é: A nossa própria justiça, nem tem a ver com a maneira como
agimos; também não é um sentimento. É um fato, uma verdade.

90
MÓDULO 1 CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE

d) Como andar na justiça de Deus?

Não precisamos fazer nada para nos tornar justos, além de crer, mas temos
que fazer alguma coisa para andarmos nesta justiça. Uma vez que ela é ob-
tida será preciso observarmos sua preservação e manutenção. O que é ma-
nutenção? É fazer com que algo permaneça em um lugar onde possa operar
no seu potencial máximo. Existem dois tipos de manutenção: a corretiva e
a preventiva.

Manutenção corretiva (quanto nós pecamos): O nosso recurso quando


isso acontece é o arrependimento e a confissão.

1Jo 1.9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fi el e justo para nos
perdoar os pecados, e nos purifi car de toda a injustiça”.

1Jo 2.1: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e,
se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”.

Manutenção preventiva: como não pecar (Deus deseja que andemos


prioritariamente neste tipo de manutenção).

Para que a manutenção preventiva funcione perfeitamente precisamos


saber que:

Que andar em amor é o caminho sobremodo excelente e o caminho para


a vitória - Porque toda a lei se cumpre em um só preceito: Amar como fo-
mos amados Ef 5.1-2; Gl 5.14; 1Co 13). Nada estará completa sem Amor.
Atos de amor na prática é a condição primordial para se viver a vida pela
qual Jesus veio nos trazer e ofertar vida abundante;

Que sou justo e, portanto não devo permanecer pecando - Rm 6.1-2,


6-7 está escrito que já morremos para o pecado e que o velho homem já
foi crucificado. Rm 6.18; 1Jo 3.9, Éramos escravos do pecado, mas já fomos
totalmente libertos e ele não tem mais domínio sobre nós;

A carnalidade ocorre quando o cristão age deliberadamente segundo os


desejos da carne, de sua vontade, recusando-se teimosamente a reconhe-
cer o erro e decidindo andar em desacordo com a Palavra. Desta forma a
desobediência se torna um estilo de vida.

91
CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE MÓDULO 1

Que o nosso passado não existe mais - Satanás sempre irá nos lembrar
de nossos pecados do passado, sempre irá nos acusar, nos condenar, dirá
que não somos dignos nem merecedores da graça de Deus, nos fará sentir
inferiores, com culpa todo o tempo, impuros, etc;
Devemos nos posicionar da forma correta, não permitindo que ele nos acu-
se, pois temos base na Palavra para agir assim (Rm 8.1; Fp 3.13-14).

Que a verdadeira consciência da justiça nos leva a viver uma vida de


obediência e santificação Hb 12.14; Rm 6.22; 1Ts 4.3; 2Ts 5.23; 1Pe
1.15-16 - O diabo entende as vantagens que eu tenho quando me torno
justiça de Deus, então para os incrédulos, ele cega o entendimento sobre a
Verdade (2Co 4.4). Para os crentes ele rouba a Palavra do coração, impe-
dindo que ele creia (Lc 8.12). Se a redenção é para todos, os benefícios e
privilégios também o são.

5) Benefícios da justiça de Deus:

a) Paz: O resultado da justiça é paz (Is 32.17; Rm 5.1; 14.17; Ef 2.14).

b) Acesso ao Pai: perfeita comunhão com o Pai, o propósito inicial de Deus.


Não somos mais pecadores, ou seja, não vivemos mais na prática do pecado,
agora somos filhos, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo (Hb 11.7).

c) Reinamos como reis em vida: Rm 5.17; Ap 5.8-10; Rm 5.3 - reis coman-


dam, possuem domínio e autoridade; aprendemos a lidar com as tribulações.

d) Vida sem temor: Is 54.14-17.

e) Habitamos nas alturas: Is 33.15-16; Ef 2.6.

f) Alegria: Is 61.10.

g) Restituição: da natureza de Deus; do relacionamento com Ele, da falta de


culpa; do domínio; da saúde; da alegria; da segurança.

h) O Espírito Santo habita dentro de nós. Devemos lhe dar liberdade para
nos ensinar e guiar a toda a verdade. A vida cristã é uma vida maravilhosa-
mente ativa quando o Espírito Santo é quem faz as obras de Cristo em nós
e através de nós.

92
MÓDULO 1 CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE

Deus nos vê em uma perspectiva diferente daquela que nos vemos. Ele não
nos enxerga como criaturas fracas, impotentes e pecadoras. Ele nos vê ves-
tidos de justiça, calçados com os sapatos da paz, usando toda a armadura
de Deus e manejando a espada do Espírito que é a Palavra do Senhor. É
assim que devemos nos enxergar.

Quando temos a revelação perfeita sobre a justiça – a consciência da jus-


tiça e seus benefícios podemos andar em sabedoria, num novo patamar de
vida, produzindo os frutos da justiça: crescimento espiritual porque estamos
edificados sobre a fé e na obra redentora de Jesus (Ef 2.19-22; Ef 4.15-16).

2) Somos filhos De Deus

A condição que agora ocupamos é a de filho diante de Deus e como filhos


temos herança, temos promessas e o cuidado do nosso Pai (Mt 7.11).

1 Jo 3.1: “Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: sermos
chamados fi lhos de Deus, o que de fato somos! Por isso o mundo não nos
conhece, porque não o conheceu

Jo 1.12-13: “Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome,
deu-lhes o direito de se tornarem fi lhos de Deus, os quais não nasceram
por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade
de algum homem, mas nasceram de Deus”. 

3) Somos embaixadores de Cristo

2 Co 5.20: “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como


se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos
reconcilieis com Deus”.

Temos a missão de representar a Cristo nesta Terra. Nós estamos no mun-


do, mas não somos do mundo, pertencemos a um reino celestial e nossa pá-
tria é celestial, e como embaixador devemos demonstrar as características
do local que pertencemos.

93
CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE MÓDULO 1

4) Somos coerdeiros com Cristo

Rm 8.17: “Se somos fi lhos, então, também somos herdeiros; herdeiros


de Deus e co-herdeiros com Cristo, se realmente participamos dos seus
sofrimentos para que, da mesma maneira, participemos da sua glória”.

É importantíssimo saber que Jesus Cristo veio ser o primeiro dos fi lhos para
ser modelo para os demais (Hb 1.6). Cristo herdou as promessas e foi o elo
entre nós e Deus, tornando-nos participantes nessa herança (Hb 1.2, 4).
Logo, é imprescindível que conheçamos quais são essas promessas e o que
elas representam para aqueles que são filhos de Deus.

5) Somos templo do Espírito Santo

1Co 6.19: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo,
que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos”?

1Co 3.17b: “porque o templo de Deus, que sois vós, é santo”.

Na antiga aliança, Deus era adorado no Tabernáculo construído,  o templo


era o local onde Deus habitava, no sentido de que sua presença se manifes-
tava de tal forma que todo o templo enchia-se com a nuvem de sua glória.
Agora nós somos templo do Espírito Santo; a presença viva de Deus está
em nós de forma especial, somos consagrados a Deus, santos, dedicados a
andar nos caminhos do Senhor e conservar puro o corpo que foi comprado
por alto preço por Cristo (1Co 6.20).

VI) O QUE POSSUÍMOS

Os 4.6: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento”.

Necessitamos conhecer o que possuímos em Cristo para que vivamos de


acordo com o que Deus nos preparou, não podemos ter uma vida destruída,
quando está a nossa disposição as mais ricas bênçãos do Senhor. Se Ele
prometeu, vai se cumprir, basta nos apoiarmos em suas promessas, pois
quem prometeu é fiel.

94
MÓDULO 1 CAPÍTULO 7 - NOVA IDENTIDADE

Possuímos todo o poder que necessitamos para vencer nesta vida - 1Jo 4.4;

Autoridade no Nome de Jesus que é o poder delegado por Deus aos seus
filhos - Recebemos essa autoridade como herança quando nascemos de
novo e nos tornamos nova criatura - Mt 28.18-20; Lc 10.19-21;

A vida eterna - 1Jo 5.11-13; Jo 3.65. No céu teremos a vida eterna sob um
outro aspecto que ainda não compreendemos, mas a vida eterna não está
restrita ao período que moraremos eternamente com o Senhor, ela já come-
çou, de uma outra forma, mas já possuímos a vida de Deus em nós que é
Jesus Cristo;

Temos Herança - Gl 4.7. Como filhos de Deus temos direitos adquiridos por
Jesus que nos foi repassado, sendo assim, precisamos estar cientes de quais
direitos a Palavra de Deus se refere;

Possuímos a cura - 1Pe 2.24; Is 53.4,5. Um dos benefícios da redenção e


remissão dos nossos pecados foi que Jesus conquistou na cruz a redenção
do nosso corpo e alma, por isso, temos o direito a tomar posse de uma cura
sempre que formos atados por uma enfermidade;

Refrigério ou Descanso, Paz – Fp 4.7; Hb 4.10-11; Is 64.4; Sl 116.7; Sl 4.8;

Prosperidade – Js 1.8; Sl 1.6; Em Cristo nós temos o direito à prosperidade.


A prosperidade pertence aos fi lhos de Deus. A bíblia nos garante, por isso
é nosso. No entanto, a prosperidade a que se refere a Bíblia não se trata de
ficar rico, embora, alguns possam chegar a enriquecer-se fi nanceiramente,
mas o conceito bíblico de prosperidade é você observar a palavra de Deus
e andar nela, estar no centro da vontade de Deus, e então todas as outras
coisas Deus suprirá;

Somos tudo o que a bíblia diz que somos. Temos tudo


o que a bíblia diz que temos. Podemos tudo o que
a bíblia diz que podemos. O que não podemos é vi-
ver distante da realidade que Deus deseja que viva-
mos e que Jesus se sacrificou para que tivéssemos.
Assuma seu lugar de filho, herdeiro e coerdeiro com
Cristo, somos morada de Deus, habitação do Pai, nas-
cidos e regenerados no espírito, NOVA CRIAÇÃO.

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CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA MÓDULO 1

Princípios Bíblicos
para a família
I) INTRODUÇÃO

Gn 2. 18-24: “Então o Senhor Deus declarou: Não é bom que o homem


esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda. Depois
que formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, o
Senhor Deus os trouxe ao homem para ver como este lhes chamaria; e o
nome que o homem desse a cada ser vivo, esse seria o seu nome. Assim
o homem deu nomes a todos os rebanhos domésticos, às aves do céu e
a todos os animais selvagens. Todavia não se encontrou para o homem
alguém que o auxiliasse e lhe correspondesse. Então o Senhor Deus fez
o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma
das costelas, fechando o lugar com carne. Com a costela que havia tirado
do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a trouxe a ele. Disse então o
homem: Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será
chamada mulher, porque do homem foi tirada. Por essa razão, o homem
deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne”.

Uma família nos padrões de Deus, um casamento que permaneça até que a
morte separe os cônjuges, um relacionamento amistoso entre pais e filhos,
são valores que não podem ser perdidos ou esquecidos. A sociedade foi to-
mando um rumo de afastamento aos padrões de Cristo, até porque, o mun-
do jaz no maligno. Hoje, no mundo chamado pós-moderno, o que prevalece
é o individualismo, consumismo e hedonismo.

Existe uma supervalorização do relativismo. Fala-se em não se criar laços


sólidos. O casamento é mais um negócio com caráter de festividade do que
uma aliança real entre o homem e a mulher. Pais e filhos não observam o
respeito mútuo, e muitas vezes, dentro da própria família cristã é observado
tais comportamentos. A igreja tem de ser parâmetro. Uma fonte influencia-
dora para as demais famílias.

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA

II) RESGATANDO OS VALORES NO LAR

Lc 15.8-9: “Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma
dracma, não acende a candeia, e não varre a casa, buscando com diligên-
cia até encontrá-la? E achando-a, reúne as amigas e vizinhas, dizendo:
Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu havia perdido”.

Esta parábola pode ser entendida, além de outras explicações, como algo
que tem valor e que foi perdido dentro de nossas casas. A dracma valia o
salário por um dia de trabalho. Fala também de alguém que perdeu algo de
valor dentro de casa, mas não se acomodou, mas se esforçou para encontrar
o que foi perdido.

Passos para resgatar os valores do Lar

• Análise do estado que se encontra nossa família -


• Levantamento dos pontos positivos e negativos identificados;
• Ações corretivas.

2) Relacionamento Conjugal

Ef 5.22: “Vós, mulheres, submetei-vos a vossos próprios maridos, como


ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo
é a cabeça da igreja: e ele é o Salvador do corpo. Portanto, assim como a
igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a
seus próprios maridos. Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como tam-
bém Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, a fi m de a
santifi car, e a purifi car com a lavagem da água, pela palavra, para apre-
sentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer
coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos
amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a
sua mulher, ama-se a si mesmo. Pois até agora ninguém odiou a sua pró-
pria carne; antes a nutre e preza, como também o Senhor à igreja; porque
somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos. Por isso
deixará o homem a seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os
dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu falo em referência a
Cristo e à igreja. Todavia, que cada um de vós, particularmente, ame a sua
própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie a seu marido”.

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CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA MÓDULO 1

O casamento possui valor inestimável para Deus, sendo certo que é inclusi-
ve utilizado para simbolizar a relação de Cristo e sua igreja. A Bíblia utiliza a
relação entre Cristo e a igreja como padrão a ser seguido na relação matri-
monial. Então, para o Senhor, o casamento possui um alto padrão de exce-
lência. Deus espera que marido e esposa espelhem com sua união e amor o
tipo de relacionamento que existe entre Cristo e sua igreja.

a) Deveres das Esposas


Em um relacionamento existem direitos e deveres a serem observados, logo,
é necessário averiguar o que as escrituras dizem com relação aos deveres
do marido e da esposa com relação ao casamento.

1º) Dever de submissão:

Conforme o padrão bíblico expresso em Ef 5.22, Cl 3.18 e 1Pe 3.1, as espo-


sas devem ser submissas a seus maridos.
Mas, O que quer dizer submissão?

A palavra “submissão” que foi traduzida do original grego é “hupotasso”, e


significa:

• Organizar sob, subordinar;


• Sujeitar, colocar em sujeição;
• Sujeitar-se, obedecer;
• Submeter ao controle de alguém;
• Render-se à admoestação ou conselho de alguém;
• Obedecer, estar sujeito.

E, de acordo com o Léxico de Strong, ainda há uma importante observação


acerca do uso desta palavra na época: Um termo militar grego que significa
organizar [divisões de tropa] numa forma militar sob o comando de um líder.
Em uso não militar, era uma atitude voluntária de ceder, cooperar, assumir
responsabilidade, e levar uma carga. Por esse motivo, Há quem intérprete
submissão como estar sobre a mesma missão. A esposa estaria debaixo
da mesma missão de seu esposo, que é agradar a Deus. A submissão da
esposa a seu esposo é bem explicada pela seguinte metáfora: quando duas
pessoas montam um cavalo, uma deve estar mais na frente que outra.

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA

Assim como os filhos devem honra aos pais, e isto traz bênçãos sobre suas
vidas (Ef 6.1-3), também a esposa deve respeito ao seu marido (Ef 5.33) e
isto também trará bênçãos sobre sua vida!

Características da submissão:

Ser submissa ao marido é ato que exibe submissão a Cristo - A submis-


são tem a ver com 1Co 11.3 e versículo 23 desse capítulo. Jesus é o cabeça
do homem e o homem é o cabeça da mulher;

A submissão é algo salutar - É bom para a mulher ter ao seu lado um ma-
rido que exerce seu papel de cabeça, porque viver debaixo da proteção do
marido, o líder dentro do lar, é uma vida de segurança.

Submissão fala de respeito, de


reverenciar, não difamar, não envergonhar!

2º) Dever da esposa de ser ajudadora, conselheira, encorajadora:

Destacaremos, como dever da esposa, a responsabilidade de ser uma aju-


dadora de seu marido, uma vez que esta é a primeira menção que o próprio
Criador faz acerca de seu papel no matrimônio.

Gn 2.18: “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só;
far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”.

Isso não apenas reforça o fato de que a liderança do lar pertence ao homem
na condição de cabeça, como também ressalta a importância da mulher no
contexto matrimonial.

Ao reconhecer que o homem precisava de uma ajudadora,


Deus definiu não apenas a incapacidade do homem de
fazer tudo sozinho como também revelou que não havia
ninguém mais qualificada para exercer este papel de
ajudadora do que a mulher. Em outras palavras, Deus
estava declarando que a mulher tem algo a oferecer
para o andamento do lar que o homem não possui.

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CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA MÓDULO 1

3º) Ajudando na tomada de decisões:

Embora muitos maridos não entendam isto, Deus criou a mulher para aju-
dá-lo em tudo, até no governo do lar – obviamente não usurpando sua au-
toridade, mas contribuindo com a sugestão de bons conselhos. Precisamos
desenvolver no lar a visão de equipe.

Nabal e sua intransigência - Se Nabal tivesse ouvido sua mulher Abigail,


não teria experimentado o fim trágico que teve por ser tão intransigente
(1Sm 25.37,38).

Pilatos e sua humildade em ouvir a esposa - Sua mulher mandou dizer-


-lhe: Não te envolvas com esse justo; porque hoje, em sonho, muito sofri por
seu respeito” (Mt 27.19).

O papel de ajudadora da mulher é mais do que participar na distribuição de


tarefas. Envolve também, além da função de conselheira, o aspecto de enco-
rajadora. O marido não pode edificar seu lar sozinho, isso é algo muito claro
na Palavra de Deus:  “A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata,
com as próprias mãos, a derriba” (Pv 14.1).

Algo que a mulher, na condição de ajudadora, deve entender é que ela tem
uma grande capacidade de edificar ou derrubar sua casa.

Matthew Henry afirmou: “A mulher foi feita de uma costela tirada do lado
de Adão; não de sua cabeça para governar sobre ele, nem de seu pé para ser
pisada por ele; mas de seu lado, para ser igual a ele, debaixo de seu braço
para ser protegida, e perto de seu coração para ser amada”.

4º) Deveres sexuais no casamento

1Co 7.3-6: “O marido pague à mulher o que lhe é devido, e do mesmo


modo a mulher ao marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu pró-
prio corpo, mas sim o marido; e também da mesma sorte o marido não
tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não vos ne-
gueis um ao outro, senão de comum acordo por algum tempo, a fi m de vos
aplicardes à oração e depois vos ajuntardes outra vez, para que Satanás
não vos tente pela vossa incontinência. 6. Digo isto, porém, como que por
concessão e não por mandamento”.

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA

Obs.: O termo: “o que é devido”, que em algumas traduções dizem, a devida


benevolência são palavras que representam um eufemismo para relações
sexuais. O contexto dessa declaração mostra que aquilo que é devido ao
marido pela mulher e vice-versa é principalmente uma razoável e satisfató-
ria relação sexual.

Faz parte dos deveres conjugais o dever de manter relações sexuais.

Deus mandou suprir esta necessidade de seu cônjuge. Negligenciar a inti-


midade é dar brecha para que o inimigo entre num casamento.

b) Deveres dos Esposos

1º) O marido deve ser o cabeça do lar

Ef 5.22: “Vós, mulheres, submetei-vos a vossos próprios maridos, como


ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo
é a cabeça da igreja: e ele é o Salvador do corpo. Portanto, assim como a
igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a
seus próprios maridos”.

Ser cabeça do lar é estar atento aos deveres de líder do lar e procurar cum-
prir. Quando o homem se exime de suas responsabilidades, acontece uma
anomalia, pois, a família fi ca sem o líder natural e a mulher precisa assumir
o papel.

1Co 11.3: “Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo ho-
mem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo”.

A importância do assunto é destacada na expressão usada pelo apóstolo:


“quero que saibais que”. Não podemos ignorar os princípios divinos para o
funcionamento da família e um deles é o homem como governador de seu lar.

Ef 5.23: “Porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o


cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo”.

101
CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA MÓDULO 1

2º) Autoridade abençoadora

A Bíblia faz uma clara distinção entre a autoridade e o autoritarismo, que po-
demos defi nir como sendo o uso errado (ou abuso) da autoridade. Segundo
o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, autoritário é alguém que se
firma numa autoridade forte, ditatorial; dominador, impositivo. Assim como
Deus é o cabeça de Cristo e Cristo o cabeça do homem (1Co 11.3), com
o exercício de uma autoridade abençoadora e não dominadora ou ditato-
rial, assim também deve ser o exercício da autoridade do marido no lar. O
Senhor Jesus ensinou-nos que os valores do Reino de Deus são diferentes
dos valores deste sistema mundano e dos da nossa inclinação carnal.

Ele claramente advertiu-nos a não buscar dominar aos outros e nem tam-
pouco usarmos de autoridade para sermos servidos; pelo contrário, Ele nos
ensinou a exercer uma liderança servidora:

Mc 10.42-45: “Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes:


Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos
sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas
entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre
vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será
servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.

Portanto, o principal papel do homem


como cabeça do lar é servir sua mulher
(e depois, também, aos seus filhos).

3º) O governo espiritual do lar

Ser o cabeça do lar envolve conduzir não apenas as questões naturais da


vida familiar, mas também (e principalmente) o governo espiritual do lar. Ao
falar sobre as qualificações necessárias para quem deseja o episcopado,
o apóstolo Paulo fala sobre a importância de, antes de desejar governar a
casa de Deus, governar bem a própria casa.

1Tm 3.3,4: “E que governe bem a própria casa, criando os fi lhos sob dis-
ciplina, com todo o respeito pois, se alguém não sabe governar a própria
casa, como cuidará da igreja de Deus?”.

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA

Ao dar as mesmas orientações a Tito, o apóstolo deixa claro que os filhos


não devem apenas ser bem educados por seus pais, mas devem ser crentes.
Esta característica revela uma família que é governada espiritualmente.

Tt 1.5,6: “Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem


as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros,
conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só
mulher, que tenha fi lhos crentes que não são acusados de dissolução, nem
são insubordinados”.

O chefe de família deve conduzir sua casa no temor do Senhor. Isto não é
missão apenas de um candidato ao ministério, mas de todo cristão, porque
o ministro deve servir de exemplo, dele é requerido o modelo que os demais
cristãos devem seguir (1Tm 4.11).

4º) O homem deve amar a sua esposa:

Ef 5.25: “Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo


amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, a fi m de a santifi car, e
a purifi car com a lavagem da água, pela palavra, para apresentá-la a si
mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa seme-
lhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar a suas
próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher,
ama-se a si mesmo. Pois até agora ninguém odiou a sua própria carne;
antes a nutre e preza, como também o Senhor à igreja”.

O fato de que o homem deve tomar a mesma posição para com a sua esposa
que Cristo tem para com sua igreja, infere-se que o amor do homem devido
a sua mulher deve ir além de um sentimento, mas deve chegar a um estágio
em que o sacrifício pessoal será sempre válido se for para fazer a esposa
feliz.

• Amar é mais do que sentir algo. É decidir doar-se! Se o amor (em espe-
cial o conjugal) fosse algo meramente espontâneo – como é o conceito de
paixão que muitos possuem – não haveria a necessidade de recebermos
uma ordem divina acerca de amar a esposa;

• Se Deus ordenou (e então somos obrigados a obedecer) amar é porque


podemos fazer isto por escolha, por decisão;

103
CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA MÓDULO 1

John Stott afirmou: “O amor cristão não é vítima de nossas emoções, mas
servo de nossa vontade”.

Charles Stanley disse: “Quando um homem ama sua esposa corretamente


ela se torna mais do que ele sonhou e muito além do que ele merece”.

Jesus a si mesmo se entregou pela igreja. O amor, portanto, é uma entrega


sacrificial, uma doação de si mesmo. Este é o conceito bíblico do amor. Jean
Anouilh afirmou: “O amor é, acima de tudo, a doação de si mesmo”. Porém,
as Sagradas Escrituras já ensinavam esta verdade muito tempo antes.

O amor também tem a ver com a atitude de respeitar, de tratar bem -


“Maridos, amai a vossas mulheres, e não as trateis asperamente” (Cl 3.19);

O apóstolo Pedro ensinou sobre a atitude de consideração e honra que o


marido deve ter para com a sua esposa: “Maridos, vós, igualmente, vivei a
vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a
vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois,
juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrom-
pam as vossas orações” (1 Pe 3.7).

5º) O homem deve ser o protetor de sua esposa:

Quando Deus criou o homem e o estabeleceu no Éden, deu-lhe duas fun-


ções: lavrar e guardar o jardim. 

Gn 2.15: “Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do


Éden para o lavrar e guardar”.

Portanto, concluímos que, mesmo antes de criar a mulher e instituir a famí-


lia, o Criador definiu o papel do homem como provedor do lar (quem lavra o
jardim para dele extrair o sustento) e protetor de sua família (quem guarda
de qualquer ameaça o jardim).

• Proteção Espiritual - O marido deve proteger sua esposa (e fi lhos) e co-


meça pela responsabilidade de exercer devidamente seu papel de governo
espiritual e estender cobertura de oração pela sua casa. Também envolve o

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA

papel de ensinar sua casa a andar na Palavra de Deus e, assim, protegê-los


da influência do mundo e do pecado (Dt 6.7 e 1Co 14.35);

• Proteção Emocional - Se o marido deve amar a esposa como Cristo


amou a Igreja (Ef 5. 25), cuidar da esposa como Cristo cuida da Igreja (Ef 5.
29), então a lógica leva a concluir que não há como ignorar o fato de que, se
Jesus protege a Sua Igreja (Mt 16. 18), maridos devem proteger suas espo-
sas e a proteção emocional é amar e dar apoio nos diversos momentos de
instabilidade emocional que a mulher passa.

6º) O homem deve ser o provedor de sua esposa:

O homem deve ser o provedor das necessidades da mulher (e de toda a


sua casa).

Ef 5.28-30: “Assim também os maridos devem amar a sua mulher como


ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque nin-
guém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como
também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo”.

Ao falar de alimentar e cuidar da esposa, o apóstolo Paulo não está falando


que o homem tenha que cozinhar ou dar a comida na boca de sua esposa.
Fala do seu papel de trazer ao lar a provisão como uma expressão de seu
cuidado por ela. A mulher, quando ainda solteira, tinha na pessoa de seu pai,
o provedor. No entanto, quando um casal contrai a aliança nupcial, estão (os
dois) deixando pai e mãe para unir-se e tornarem-se uma só carne (Gn 2. 24).
Salvo raríssimas exceções, em situações realmente imprevistas e temporá-
rias, nenhum casal deveria depender financeiramente dos pais. É necessário
que haja autonomia e o homem tem o papel principal nessa provisão.

Pv 24.27: “Cuida dos teus negócios lá fora, apronta a lavoura no campo e,


depois, edifi ca a tua casa”. Ou “Não construa a sua casa, nem forme o seu
lar até que as suas plantações estejam prontas e você esteja certo de que
pode ganhar a vida”.

A omissão (deliberada) do cuidado natural de provisão para com a família é um


pecado muito grave: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmen-
te dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (1Tm 5.8).

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CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA MÓDULO 1

c) O Casamento e o Amor:

A necessidade de sermos amados por nosso cônjuge está na essência dos an-
seios conjugais. No âmago da nossa existência há o desejo de sermos amados.
O casamento foi idealizado para atingir essa necessidade de intimidade e de
amor. Por esse motivo os antigos registros bíblicos dizem que o homem e a
mulher tornam-se uma só carne. Isso não significa que as pessoas perderão
suas identidades, quer dizer que ambos entrarão nas vidas um do outro, de
forma íntima e profunda.

Ef 5. 25: “Maridos, cada um de vós amai a vossa esposa, assim como


Cristo amou a sua Igreja e sacrifi cou-se por ela, 33. Portanto, cada um de
vós amai a sua esposa como a si mesmo, e a esposa trate o marido com
todo o respeito”.

O caminho escolhido por Deus para que tenhamos uma família nos seus mol-
des é o amor. Este é o dever não só dos esposos, mas também de todos os
cristãos. O amor é fruto do Espírito e expressa diretamente a natureza e cará-
ter divino, ou seja, é o produto do desenvolvimento espiritual. É preciso nascer
de novo para receber e repassar este tipo de amor.

O matrimônio considerado como símbolo das relações entre Deus e o seu povo
atravessa a bíblia inteira. A analogia nupcial quase desde o principio fica su-
bentendida na própria ideia de uma aliança. Os discursos de Jesus estão reple-
tos de analogias nupciais.

O Tanque de amor: Muitas vezes maridos e mulheres chegam num estágio


do relacionamento que acreditam não haver mais jeito de conviver, e afirmam
que o amor acabou e que tudo o que viveram já chegou ao fim.

Manter cheio o “tanque de amor” do casamento é


tão importante quanto manter o nível do ó leo em
um automóvel. Levar um casamento com o “tan-
que de amor” vazio pode ser até mais difícil do
que tentar dirigir um carro sem combustível.

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA

3) Relacionamento entre pais e fi lhos

Ml 4.2-6: “Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da
justiça, trazendo salvação nas suas asa. Ele converterá o coração dos pais
aos fi lhos e o coração dos fi lhos a seus pais, para que eu não venha e fi ra
a Terra com maldição.”

Podemos dizer que os pais são os maiores influenciadores dos filhos. As mar-
cas deixadas pelo relacionamento com os pais, sejam marcas boas ou ruins,
podem perdurar uma vida inteira. Muitas pessoas guardam mágoas e comple-
xos porque tiveram pais abusivos, autoritários. Sofreram abusos físicos e emo-
cionais. Ouviram palavras depreciativas e cresceram acreditando nelas. Muitos
até carregam uma visão distorcida de Deus, porque tiveram um pai abusivo ou
omisso. Carregam para a vida Cristã uma visão equivocada de Deus. Tem até
mesmo dificuldades de chamar Deus de pai

É por isso que precisamos viver o modelo divino para a família, pois uma
visão familiar distorcida significa uma revelação incompleta de Deus em
nosso íntimo.

a) Deveres dos pais em relação aos filhos

1º) Provisão de sustento

Mt 7.9: “Ou qual dentre vós é o homem que, se seu fi lho lhe pedir pão, lhe
dará uma pedra? 10. Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente? Se vós,
pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos fi lhos, quanto mais
vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhes pedirem”?

1Tm 5.8: “Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua
família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo”.

Trata-se de um dever elementar de provisão de sustento, educação, saúde. Os


pais devem apreender a investir no futuro de seus filhos, que são flechas em
sua aljava. Mesmo que custe, invista no futuro do seu filho.

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CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA MÓDULO 1

2º) Ensinar os caminho do Senhor e da vida

Pv 22.6: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando


envelhecer não se desviará dele”.

É dever dos pais ensinar a criança e o adolescente o caminho que deve


andar. Ensinar a ser um indivíduo honesto, bom, justo, educado. Ensinar o
caminho do Senhor. Ensinar a Bíblia. Ensinar com o exemplo. Dar bom tes-
temunho diante dos fi lhos.

Os filhos não prestarão tanta atenção às palavras quanto às atitudes. As


palavras convencem, mas o exemplo arrasta.

Atitudes inspiradoras:

• Orar com seus filhos e na frente dos seus filhos;


• Ler a Bíblia com eles;
• Estabelecer um culto doméstico;
• Invoque a Deus no seu lar e instrua seus filhos nas escrituras, cante
louvores com eles;
• Ministre sobre a vida do seu filho, você tem autoridade espiritual so-
bre seus filhos. Profetize bênçãos na vida dele.

3º) Correção e disciplina

Há diversos versículos bíblicos que nos ensinam a disciplinar, colocar limites


e repreender nossos filhos enquanto têm idade para aprender.

Pv 19.18: “Disciplina teus fi lhos enquanto eles têm idade para aprender;
não cooperes para a morte deles”.

Pv 23.13: “Não hesites em disciplinar a criança; ainda que precises cor-


rigi-la com a vara, ela não morrerá. Castiga-a, tu mesmo, com a vara, e
assim a livrarás do Sheol”.

A disciplina é um ato de amor. Pv 13.24: “Quem se nega a disciplinar e re-


preender seu fi lho não o ama; quem o ama de fato não hesita em corrigi-lo”.

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MÓDULO 1 CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA

Pv 29.15,17: “A vara da disciplina e as palavras da repreensão dão sa-


bedoria, mas o jovem abandonado à sua própria sorte envergonhará sua
mãe. Corrige o teu fi lho, e ele te dará descanso; trará delícias para ti”.

Ef 6.4: “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos fi lhos, mas criai-os na
disciplina e admoestação do Senhor”.

O verbo criar no grego é ektrepho e significa cuidar, nutrir e criar. Fala da obri-
gação de criar os filhos dentro do caminho cristão.

• Disciplina - é a tradução do verbo paidaia, que poderia ser traduzido


como punição, inclusive física. Mas aqui a melhor interpretação é que dis-
ciplina inclui a educação, como sendo tudo que concorre para o desenvol-
vimento mental, moral e do caráter da criança. Mas como diz o texto, essa
educação é no Senhor, ou seja, tem natureza espiritual;

• Admoestação - no grego, nouthesia - instrução por meio de palavras. A


correção e disciplina devem ser com equilíbrio, regadas a amor e compreen-
são. A disciplina abusiva e a repreensão desmedida geram a ira da criança e
adolescente ou geram desânimo e amargura.

Correção não é:

• Espancar ou ferir ou matar os filhos com palavras que machucam;


• Descontar suas frustrações nos filhos, problemas no emprego, pro-
blemas conjugais.

Cl 3.21: “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem
desanimados”.

Esse verbo irritar vem significar a aplicação de uma constante e irritante disci-
plina, o que leva os filhos a sentirem que nada que façam é capaz de agradar
seus pais, pelo que deixam de tentar, desanimam.

Para que não fiquem desanimadas - o verbo desanimar é tradução do verbo


grego athumeo. O termo básico é thumos significa alma, coração, vida, co-
ragem, espírito. Mediante a disciplina severa demais, ou diante de restrições
irrazoáveis os filhos chegam a perder a coragem, a vida, o ânimo.

109
CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA MÓDULO 1

Uma criança frequentemente irritada pela severidade exagerada ou pela injus-


tiça, adquire uma atitude de resignação, ela aceita por fora, mas na primeira
oportunidade ela fará totalmente o contrário do que foi forçada pelos pais.

Ef 6.4: “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos fi lhos, mas criai-os na
disciplina e admoestação do Senhor”.

Não devem os pais provocar a ira dos filhos, por meio de um tratamento abu-
sivo, violento. Também os pais provocam a ira dos filhos quando negam às
crianças seus desejos justos, dizendo não, quando poderiam dizer sim.

4º) Exercer o fruto do Espírito no relacionamento com os filhos

Muitas pessoas tentam ser bons cristãos, manter um bom relacionamento


com todos, mas falham com seus filhos. Diante do menor erro da criança, alte-
ram a voz, perdem a mansidão, a paciência. Gritam, agridem. Existem pessoas
naturalmente ásperas com seus filhos, com uma predisposição à agressivida-
de. Devemos apresentar o fruto do Espírito principalmente com nossa família.

É nosso teste diário manter a paz, paciência, o amor, a alegria, a bondade, a


benignidade, a mansidão, o domínio próprio, fidelidade. Se você apresentar o
fruto do espírito em todos os aspectos com os membros de sua família, não há
como errar. Seu lar será repleto de amor, alegria, paz.

5º) suporte emocional

Numa escala de prioridade, o suporte emocional é o que de mais importante


os pais podem fornecer a seus filhos. Deus faz isso conosco o tempo todo. Nos
fala em sua palavra que está conosco, que não precisamos ter medo.

Is 41.10: “Por isso não temas, porque estou contigo; não te assustes, por-
que sou o teu Deus; Eu te fortaleço, ajudo e sustento com a mão direita
da minha justiça”. Assim devemos fazer com nossos fi lhos, fornecendo
segurança, proteção e amor.

Fazer a criança se sentir segura, protegida, amada. Dar afeto, carinho físico e
por meio de palavras de elogio e encorajamento. Dar colo, abraço, beijo.

110
MÓDULO 1 CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA

É importante demonstrar apreciação e carinho aos filhos, uma vez que o pró-
prio Jesus ouviu do Pai Celeste a frase: “Tu és meu filho amado, em quem me
comprazo” (Mt 3.17). Portanto, o cuidado dos pais em relação aos filhos deve
ser de uma forma mais abrangente do que somente provisão material.

Sl 127. 3: “Quanto a seus fi lhos, eles são herança do SENHOR: o fruto do


ventre é um presente de Deus. Como fl echas na mão do guerreiro são os
fi lhos nascidos na sua juventude. Bem-aventurado o homem cuja aljava
deles está repleta! Será respeitado até mesmo por seus inimigos quando
pleitear com eles junto às portas da cidade”.

Os filhos são como flechas - podem ir mais longe, alcançar o que não alcança-
mos. Devemos encorajar nossos filhos a avançar.

6º) proteção sem superproteção

Sl 127.4,5:“Como flechas na mão do valente, assim são os fi lhos da moci-


dade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão
confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta”.

Isto fala de filhos literais ajudando um pai a se proteger; neste sentido, pode-
mos vê-los como parte da defesa diante do inimigo e como uma família deve
aprender a lutar junta.

É Preciso aprender a criar e liberar os filhos para a vida. O que um valente


(outra versão usa o termo guerreiro) fazia com uma flecha? Ele a atirava para
longe de si. Ele a lançava para atingir um alvo.

]Pais naturalmente possuem um instinto superprotetor. Às vezes, os pais in-


terferem na escolha de relacionamentos (amizade, namoro) como se estivés-
semos escolhendo alguém para eles próprios. Às vezes, planejam a vida pro-
fissional dos filhos querendo compensar suas próprias frustrações.

O valente atira suas flechas visando acertar um alvo. Como pais, precisamos
ajudar nossos filhos a entenderem sua vocação e aptidões profissionais. Os
pais devem ajudar seus filhos a entender seu alvo a ser alcançado e, em acor-
do com eles, lança-los em direção a este alvo.

111
CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA MÓDULO 1

Hb 12.9: “Além disto, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos
corrigirem, e os olhávamos com respeito; não nos sujeitaremos muito mais
ao Pai dos espíritos, e viveremos? Pois aqueles por pouco tempo nos cor-
rigiam como bem lhes parecia, mas este, para nosso proveito, para sermos
participantes da sua santidade Na verdade, nenhuma correção parece no
momento ser motivo de gozo, porém de tristeza; mas depois produz um
fruto pacífi co de justiça nos que por ele têm sido exercitados”.

b) Deveres dos filhos em relação aos pais:

1º) honrar pai e mãe:

Ef 6.1: “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, porquanto isto é justo.


Honra a teu pai e tua mãe; este é o primeiro mandamento com promessa,
para que vivas bem e tenhas vida longa sobre a terra”.

Cl 3.20: “Vós, fi lhos, obedecei em tudo a vossos pais; porque isto é agra-
dável ao Senhor”.

A palavra obedecei no original do grego é upakouo, que quer dizer seguir,


estar sujeito a, obedecer.

A obediência é exigida em tudo que seja justo, moral, correto. Até mesmo em
questões indiferentes, em que não há conteúdo de certo e errado. Mas não se
é exigida obediência em relação a questões que são contra a Bíblia.

Mas claro que os pais devem manter uma conduta razoável e não impedir a
satisfação dos desejos de seus filhos, pois à medida que os pais são justos e
bons, os filhos desejam prestar obediência por amor.

A palavra honra é tradução do termo grego “timão”, que quer dizer dar um
preço a, valorizar, estimar. Inclui também a idéia de reverência;

Honrar significa não tratar com aspereza, com grosseria. Tratar com apreço,
com respeito. Honrar pai e mãe é o quinto mandamento do decálogo e que
possui uma promessa adjacente a ele que é a promessa de longevidade.

112
MÓDULO 1 CAPÍTULO 8 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A FAMÍLIA

Mesmo que os pais sejam incrédulos, cometam erros, ainda devemos honrá-
-los. Não abra a boca para expor os erros de seus pais, para desrespeitá-los.

Filhos de Noé:

Gn 9.20: “Noé, era cultivador, e foi o primeiro a plantar uma vinha. Bebeu do
vinho que havia feito, embriagou-se e ficou dentro da sua tenda. Cam, pai de
Canaã, notou que seu pai estava nu e foi contar aos dois irmãos que estavam
do lado de fora. Então Sem e Jafé tomaram uma capa, levantaram-na sobre
os próprios ombros e, andando de costas para não verem a nudez do pai,
cobriram-no. Quando Noé acordou da sua embriaguez, soube do que Cam,
seu filho mais jovem, havia feito. Então esbravejou Noé: “Maldito seja Canaã!
Escravo de escravos será para seus irmãos”. 26. E acrescentou: “Bendito seja
o SENHOR, o Deus de Sem! E seja Canaã seu escravo. Que Deus amplie o
território de Jafé; habite ele nas tendas de Sem, e seja Canaã seu escravo”!

Cam foi amaldiçoado, pois viu seu pai nu, numa posição de vulnerabilidade e não
o encobriu, mas o expôs. Diferente dos seus Irmãos que não ousaram olhar para
o pai nu, mas cobriram-lhe com uma capa. Isso fala de desonrar seu pai, expor
seu defeito sua fraqueza. Fala de desprezo, de dar pouca importância ao seu pai.

2º) Dever de filhos adultos - fornecer cuidado e sustento aos seus pais:

1Tm 5.4,8: “Todavia, se alguma viúva tiver filhos ou netos, que estes apren-
dam primeiramente a colocar a sua religião em prática, zelando por sua
própria família e retribuindo os bens recebidos de seus pais e avós, pois isso
é agradável diante de Deus. Se alguém não cuida dos seus e especialmente
dos de sua família, tem negado a fé e é pior que um incrédulo”.

Existem várias dimensões de cuidado familiar: espiritual, emocional e físico.


Embora o texto de nossa refl exão se refira, basicamente, ao cuidado mate-
rial e físico, de trazer suprimento aos familiares (1Tm 5.4,16), oferecendo
moradia, roupas e alimento, as Escrituras ensinam também sobre o cuidado
espiritual (Ef 6.4; 1Tm 5.4,5), e também reconhecem a importância do cui-
dado emocional.

Se alguém não cuida dos seus, isto é, de seus


familiares, de seus parentes, tem negado a pró-
pria fé, sendo pior do que um incrédulo. Porque
muitos incrédulos cuidam de seus parentes.

113
CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO MÓDULO 2

Santificação
I) INTRODUÇÃO

Santificação é tornar-se semelhante a cristo! Santificação é uma obra pro-


gressiva da parte de Deus e do homem que nos torna cada vez mais livres
do pecado e semelhantes a Cristo em nossa vida presente.

É impossível, ou praticamente impossível, separarmos o processo de san-


tificação do processo de renovação da mente, ou seja, onde encontrarmos
qualquer versículo no NT falando sobre renovação da mente, isto estará
falando sobre santifi cação. Da mesma forma que a sua salvação não vem de
obras, a santifi cação também não.

A santifi cação vem da renovação da sua mente na palavra, portanto, não


é um processo externo, não são as atitudes que provocarão mudanças in-
ternas. É, na verdade, um processo mediante a meditação na palavra, que
acontece no interior e reflete em coisas exteriores.

“Santificação é o lado prático da renovação da mente”.

A renovação da mente é o ato de você sentar, ler, meditar e buscar a reve-


lação. A santificação é pegar aquilo que a palavra te mostrou e colocar em
prática. Quando você coloca em prática o que a palavra te diz, você sai do
ambiente da meditação e revelação e transforma essa revelação numa rea-
lidade de vivência no dia a dia. Isso é a genuína santificação.

Cl 1. 9-12: “Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos,
não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno co-
nhecimento da sua vontade em toda a sabedoria e entendimento (discer-
nimento) espiritual; a fi m de viverdes de modo digno do Senhor, para o
seu inteiro agrado, frutifi cando em toda boa obra e crescendo no pleno
conhecimento de Deus; sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a
força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria,
dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança
dos santos na luz”.

116
MÓDULO 2 CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO

• “Pleno conhecimento da sua vontade...” – não somente para que sai-


bamos o que fazer, mas também para sermos o que é requerido, isto é,
conhecer, seguir e ser. As melhores bênçãos de Deus não são coisas, são
direções que Ele nos dá.

• “Em toda a sabedoria e entendimento espiritual...” - isto é dado pelo


Espírito. Devemos aprender a pensar e agir conforme faz o próprio Deus,
com base em sua sabedoria e discernimento, o que é espiritualmente trans-
mitido através da comunhão com o Espírito Santo.

• “Viverdes...” - no grego a palavra literalmente usada é andar. “Andar


de modo digno do Senhor...”. Aquele que anda de maneira digna de Cristo,
segue o seu exemplo. Nossa conduta deve estar de acordo com nossa co-
munhão com Cristo, que professamos diante dos homens.

• “Poder...” - esse poder tem como seu objetivo o cumprimento daquilo


que o vs. 10 nos ordena: “andar de maneira digna do Senhor; agradá-lo
em todo nosso procedimento; ser frutífero em toda a forma de boas obras;
crescer no conhecimento de Deus”.

Nós não adivinhamos a vontade de Deus, nós descobrimos qual a Sua von-
tade, mediante a Sua palavra. Viver de modo digno é aplicar, na prática,
aquilo que você meditou e viveu. Este é o lado prático da santifi cação.

II) O QUE É A SANTIDADE?

1. Santificação posicional não é um processo onde pessoas se esforçam


para se tornarem santos. Já somos santos em Cristo Jesus! A nossa identi-
dade está n’Ele.

A Santificação posicional é a condição da nova natureza que adquirimos em


Cristo, que pertence a Deus, o termo traduzido por santifi cação não con-
tém agregado a si elementos como moralidade, comportamento e caráter
os quais as pessoas se esforçam para se tornarem santos.

Quando foi criado, o homem era participante da vida que há em Deus, sendo
perfeito, santo, irrepreensível e inculpável.

117
CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO MÓDULO 2

Gn 2.7, 26: “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe


soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma viven-
te. Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a
nossa semelhança...”.

Estas características pertinentes ao homem Adão foram conferidas pela na-


tureza concedida por Deus e não por questões morais, comportamentais
ou de religiosidade. Crer em Cristo é a única exigência para que o homem
passe a pertencer a Deus, ou seja, santifi cado para uso exclusivo d’Ele, se-
parado para um propósito específico.

Não é esforço humano ou reverencia religiosa que santifica o homem


diante de Deus, antes o que santifica é: que creiais naquele que Ele en-
viou, ou seja, crer em Cristo Jesus como único Senhor e Salvador!

Os judeus entendiam que Deus exigia e merecia ser reverenciado por meio
da religiosidade e moralidade, tanto que criaram segundo seus corações
inúmeras regras e mandamento religioso como forma de se aproximarem
de Deus.

No entanto, o zelo não mudou a condição deles diante de Deus.

Rm 10.1-4: “Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica


a Deus a favor deles são para que sejam salvos. Porque lhes dou tes-
temunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento.
Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a
sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus. Porque o fi m da lei é
Cristo, para justiça de todo aquele que crê”.

Não adianta um caráter impecável, uma moral intocável, um comportamen-


to exemplar, uma religiosidade rigorosa, etc., nenhum destes elementos faz
o homem aceitável diante de Deus. Por quê? Porque a obra de Deus é per-
feita e completa. Não há como o homem retocar a obra de Deus. Somente
através da obra redentora da cruz do calvário!

A obra realizada na Regeneração faz com que os homens passem à con-


dição de santos, irrepreensíveis, inculpáveis e participantes da glória e da
natureza de Deus.

118
MÓDULO 2 CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO

2Pe 1.4: “Pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui gran-
des promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza
divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo”.

Ou seja, a obra da cruz realizada por Deus é perfeita.

Cl 1.22: “Agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante sua
morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis”.

Em Cristo habita corporalmente a plenitude da divindade, aqueles que crê-


em recebem a plenitude de Deus em Cristo. Regeneração plena, Justificação
plena e Santifi cação plena.

a) Diferenças entre a justificação e a santificação:

JUSTIFICAÇÃO SANTIFICAÇÃO

Posição Legal Condição interna

De uma vez por todas Continua por toda a vida

Obra inteiramente de Deus Nós cooperamos

Perfeita nesta vida Não perfeita nesta vida

Maior em alguns do
A mesma em todos os cristãos
que em outros

119
CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO MÓDULO 2

João ao falar da plenitude de Deus em seus fi lhos: “Todo aquele que confes-


sar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus” (1Jo 4.15).
Caso alguém tenha dúvidas quanto à natureza herdada em Cristo, perceba
que, tal qual Cristo é, somos nós também neste mundo (1Jo 4.17).

O curso normal na vida do cristão envolve contínuo crescimento na santifi -


cação, e essa é uma questão para a qual a Palavra nos encoraja a dar aten-
ção e por ela demonstrar zelo.

Lv 11.44: “Porque eu sou o SENHOR vosso Deus; portanto vós vos santi-
fi careis, e sereis santos, porque eu sou santo”.

SANTO em Hebraico é QADOWSH (pronúncia, cadósh), H6918: Separado,


preparado, dedicado, purificado. Essencialmente significa perfeição, no sen-
tido de inteireza, plenitude, completude e totalidade. É a vida abundante
que extravasa de Deus.

Exemplo de “santificado”, “separado”, dedicado para um propósito.

1Sm 1.22, 28: “Ana, porém, não subiu e disse a seu marido: Quando for
o menino desmamado, levá-lo-ei para ser apresentado perante o Senhor
e para lá fi car para sempre. Pelo que também o trago como devolvido ao
Senhor, por todos os dias que viver; pois do Senhor o pedi. E eles adora-
ram ali o Senhor”.

b) Santidade é o adjetivo que antecede a todos os outros atributos de Deus:

O amor de Deus é um santo amor. É o amor completo e irrestrito de Deus


que flui do Seu coração até o coração dos homens – amor ágape.

A justiça de Deus é uma santa justiça. É o hábito de agir corretamente que


flui naturalmente daquele que vive em harmonia com Deus, e que é incapaz
de agir de outra forma.

A alegria de Deus é uma santa alegria. É o prazer puro que acompanha cada
expressão do Seu amor e de Sua bondade.

120
MÓDULO 2 CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO

c) Santidade é a nossa Identidade:

Como eu me torno santo? Quando eu me associo com a santidade de Deus


por meio de Cristo Jesus. “Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito
com ele” (1Co 6.17). A minha posição em Cristo Jesus, me torna santo.

Dt 7.6: “Porque tu és povo santo ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu


Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os
povos que há sobre a terra”.

1Co 1.2: “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santifi cados em
Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam
o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”.

Paulo não vê o que eles fazem, mas o que são! O que você faz não é impor-
tante em si somente, mas também como você vive, que é fruto de SER. Na
igreja de Coríntios, a falta de santidade está bem evidente:

1Co 11.17, 18: “Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos louvo, porquan-
to vos ajuntais não para melhor, e sim para pior. Porque, antes de tudo,
estou informado haver divisões entre vós quando vos reunis na igreja; e
eu, em parte, o creio”.

- Contexto histórico da igreja de Corinto:

A igreja de Corinto desceu a forma alarmante quanto ao seu nível moral


e espiritual. Estouraram divisões amargas; permitiram os vícios mais baixo
entre eles (Cap 5, 6 e 9); abusaram da liberdade cristã (Cap 8 e 10); deixa-
ram-se influenciar por mestres legalistas, que ensinavam de modo contrário
a Paulo (cap 9); corromperam as formas cristãs de adoração, agindo de for-
ma ultrajante, até mesmo quando da participação da Ceia do Senhor, co-
mendo em excesso, deixando-se embriagar-se e negligenciando os pobres
da igreja, que ficavam famintos e esquecidos.

Além disso, os crentes de Corinto se mostravam ativos no uso dos dons es-
pirituais; no entanto, abusavam desses dons, criando a desordem nos cultos
(cap 12 e 14). Também surgiram falsas doutrinas entre eles, sendo tolerados
os falsos mestres, sobretudo aqueles que pervertiam o ensino acerca da res-
surreição (cap 15). Esses se tornaram os graves vícios da igreja de Corinto.

121
CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO MÓDULO 2

A cidade era infame por sua sensualidade e prostituição sagrada. A prin-


cipal divindade da cidade era Afrodite (vênus), deusa do amor licencioso e
milhares de prostitutas profissionais serviam no templo dedicado à sua ado-
ração. O espírito da cidade apareceu na igreja e explica o tipo de problemas
que as pessoas enfrentavam.

d) Santidade nos leva a um chamado:

1Pe 2.9-10: “Mas vós sois a geração eleita (eklegomai, tem a ver com ser
separada, escolhida para alguém, para ofi cializar algo), o sacerdócio real,
a nação santa, o povo adquirido (“propriedade exclusiva” em grego aqui,
“eis”, tem o sentido de “para”), para que anuncieis as virtudes daquele
que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, que em outro
tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis al-
cançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia”.

Ser “SANTIFICADO” é ser “SEPARADO”.


A ênfase da nossa santificação não é ser separado
DE alguma coisa, mas ser separado PARA alguém!

Hb 3.1: “Por isso, irmãos santos, participantes da vocação celestial, con-


siderai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confi ssão”.

Considerar, aqui, em grego é katanoéo (pronúncia, catanoêo), Considerar


atentamente, contemplar, perceber, observar, entender, fi xar os olhos ou
mente sobre.

Você tentar fazer santificação por obras (com o sentido de tornar-se santo)
é a mesma coisa que alcançar a salvação por obras... É pela graça, mediante
a fé, pela renovação da mente na palavra.

III) O PROCESSO DE SANTIFICAÇÃO

- Santificação progressiva é o processo de adaptação de realidades já


existentes (ou seja, com base no que já somos em Cristo), pelo qual vamos
nos tornando mais e mais semelhantes a Jesus em tudo o que fazemos.
Somos santificados de duas maneiras:

122
MÓDULO 2 CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO

1. Inicialmente por Deus: mediante a redenção que há em Cristo Jesus


através do Seu sangue. Aqui, a santificação é tratada como um ato único.
Deus nos separa para o Seu próprio prazer. Um filho de Deus é estimado
como estando em Cristo, eternamente limpo e aceito no amado.

Ef 1.6: “Para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratui-
tamente no Amado”.

Rm 3.22-26: “Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos


os que crêem; porque não há distinção, Pois todos pecaram e carecem da
glória de Deus, Sendo justifi cados gratuitamente, por sua graça, mediante
a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue,
como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter
Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente co-
metidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente,
para ele mesmo ser justo e o justifi cador daquele que tem fé em Jesus”.

Neste sentido, todos os crentes são chamados de  santos. Somos o que
somos espiritualmente falando, pela  posição  na qual Deus nos colocou:
Posição de salvos / Posição de fi lhos / Posição de Justos / Posição de santos.

Ef 1.1: “Aos santos que vivem em Éfeso e fi éis em Cristo Jesus”.

1Co 6.11: “Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes
santifi cados, mas fostes justifi cados em o nome do Senhor Jesus Cristo
e no Espírito do nosso Deus”. Haveis sido lavados, santifi cados, justifi -
cados... em Cristo. Paulo refere-se aos cristãos como “todos os que são
santifi cados”.

A santificação posicional é baseada na morte de cristo.

Hb 10.10: “Temos sido santifi cados mediante a oferta do corpo de Cristo”.

2. Continuamente por nós mesmos através Palavra de Deus: Aqui, santi-


ficação é tratada como um processo. Devemos então concordar com o Pai,
à medida que diariamente nos separamos para o Seu propósito e serviço.

123
CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO MÓDULO 2

O papel que desempenhamos na santificação é tanto passivo, pelo qual de-


pendemos de que Deus nos santifi que, como ativo, pelo qual nos esforça-
mos para obedecer a Deus e dar os passos que aumentarão a nossa san-
tificação. O papel passivo que desempenhamos na santifi cação é visto em
vários textos que nos encorajam a confiar em Deus.

Rm 6.13; 12.1; 8.13: “Oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mor-


tos. Apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.
Se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis”.

Neste mesmo texto o papel ativo que devemos desempenhar é indicado.


Aqui Paulo reconhece que é “pelo Espírito” que somos capazes de fazer
isso. Mas também diz que devemos fazê-lo. Não é ao Espírito Santo que se
ordena a mortificação dos feitos do corpo, mas sim aos cristãos!

Ef 5.25-27: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a


igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santifi casse, tendo-a
purifi cado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a
si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante,
mas santa e sem defeito”.

A vontade de Deus é o crescimento e a maturidade do seu povo, mas há um


processo, e esse processo é chamado santificação progressiva. Nossa vida
é uma jornada contínua dividida em três grandes fases: Salvação, Batismo
no Espírito Santo e Maturidade.

• Santificação experimental: Também podemos chamar este processo


de Santificação Experimental. No sentido posicional, ninguém é mais san-
to  que os demais, mas no aspecto  vivencial  é bastante correto falar que
determinada pessoa está desenvolvendo sua salvação mais do que outra,
ou já alcançou um nível de maturidade maior que outra.

Na santificação posicional, Deus já separou para si mesmo todo aquele que


crê em Cristo; agora, na santifi cação progressiva, é a vez do cristão se sepa-
rar para Deus, para ser usado por Ele. Devemos compreender que cresce-
mos em santifi cação e não, que crescemos até alcançar a santifi cação.

A santificação progressiva, continua por toda a vida. É um progresso con-


tínuo. Todas as exortações bíblicas sobre crescimento espiritual, são perti-
nentes a esta faceta progressiva e experimental da santificação. Paulo fala
aos filipenses: “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não

124
MÓDULO 2 CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO

só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desen-


volvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua
em vós o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fl 2. 12-13).

Paulo está dizendo que a obediência é o modo pelo qual eles “desenvolvem
a própria salvação” querendo dizer que eles “desenvolvem” a concretização
dos benefícios da salvação na vida cristã. Há muitos aspectos nesse papel
ativo que devemos desempenhar na santifi cação.

1º) Seguir a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Hb 12.14:


“Segui a paz com todos e a santifi cação, sem a qual ninguém verá o Senhor...”.

2º) Obedecer a vontade de Deus, que é a nossa santificação. 1Ts 4.3:


“Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da
prostituição”.

3º) Fugir da impureza. 1 Co 6.18; 2Co 7.1: “Fugi da impureza. Qualquer


outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que
pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. Tendo, pois, ó amados,
tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do
espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus”.

Toda impureza – No grego temos a palavra ‘molusmos’, que significa ‘conta-


minação’. A forma verbal, ‘moluno’, significa ‘macular’, ‘fazer impuro’, ‘sujar’.
Esse vocábulo é frequentemente empregado na Septuaginta para indicar a
idolatria.

4º) Não se associar com incrédulos. 2Co 6.14: “Não vos ponhais em julgo
desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a
justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?”.

5º) Renovando nossa mente na Palavra de Cristo. Rm 12.2: “E não vos


conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus”.

O aspecto progressivo da santifi cação é o que a Bíblia chama de “o aperfei-


çoamento da santifi cação”.

Ef 4.12: “Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho


do seu serviço, para a edifi cação do corpo de Cristo...”.

125
CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO MÓDULO 2

O fato de sermos em Cristo Jesus, santos, não significa que já alcançamos a


maturidade, perfeição, o ponto mais alto ou que carimbamos o passaporte!

Mt 7.21-23: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos
céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos,
naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos pro-
fetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu
nome não fi zemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nun-
ca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”.

1Co 6.9: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus?
Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efe-
minados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados,
nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus”.

Uma vez que Cristo nos libertou e nos fez santos Nele, todo nosso viver
deve refletir santidade, principalmente nas pequenas coisas e sobretudo
quando não estamos sendo vistos por pessoas.

Estar em Cristo é uma bênção, mas não é o suficiente! Ser nova criatura
é uma bênção, mas não é suficiente! Muitos dirão que fizeram muitas
coisas em “nome de Jesus” e ficarão de fora. Conservar a santidade atra-
vés das nossas ações diárias e dos nossos hábitos nos levará a produzir
frutos dignos para a glória do Pai.

1Pe 1.15-16: “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós tam-
bém santos em todo o vosso procedimento; porquanto está escrito: Sereis
santos, porque eu sou santo”.

3. Quem está trabalhando em nossa santificação?

1º) Deus pai: É vontade de Deus, o Pai, que Seus filhos sejam santificados!

1Ts 4.3, 7; 5.23-24: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santifi cação,
que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o
próprio corpo em santifi cação e honra... Porquanto Deus não nos chamou
para a impureza, e sim para a santifi cação. O mesmo Deus da paz vos
santifi que em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo, sejam conservados
íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o
que vos chama, o qual também o fará”.

126
MÓDULO 2 CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO

2º) Deus filho: Um dos grandes nomes redentores de Jeová (no qual todos
se cumprem em Jesus Cristo) é JEOVÁ M´KADDESH, ou “O Senhor que san-
tifica” (Ex 31.13; Lv 20.7-8; Hb 2.10).

A santifi cação verdadeira não é o conhecimento de uma doutrina, mas um


relacionamento com uma pessoa que é a santifi cação.

1Co 1.30: “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da
parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santifi cação, e redenção”.

O papel de Deus filho, Jesus Cristo, na santifi cação é, primeiro, que ele con-
quistou nossa santificação para nós. Portanto, Paulo podia dizer que Deus
fez com que Cristo se nos tornasse “sabedoria, e justiça, e santificação, e
redenção” (1 Co 1. 30). Além disso, no processo de santifi cação, Jesus é
nosso exemplo, porque corremos a carreira da vida “Olhando fi rmemente
para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hb 12.2).

Pedro diz “Também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo


para seguirdes os seus passos” (1Pe 2.21). Também João diz: “Aquele que
diz que permanece Nele, esse deve também andar assim como ele andou”
(1Jo 2.6).

3º) Deus Espírito Santo: O Espírito do Senhor aplica o poder santificador


de Deus no crente (Rm 8.2,13; Gl 5.17-23; 2Ts 2.13; 1Pe 1.2).

É Deus Espírito Santo quem atua dentro de nós para nos transformar e
nos santifi car, dando-nos maior santidade na vida. Pedro fala da santifi -
cação do Espírito (1 Pe 1. 2: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai,
em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de
Jesus Cristo...”), assim como também Paulo (2 Ts 2. 13: “Entretanto, deve-
mos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque
Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santifi cação do
Espírito e fé na verdade...”).

Se crescemos na santificação, andamos “no Espírito” e somos “guiados


pelo Espírito”.

Gl 5.16-18: “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis a concu-


piscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito,
contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que,
porventura, seja do vosso querer. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não
estais na lei”.

127
CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO MÓDULO 2

Rm 8.14: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são fi lhos
de Deus”.

Isto é, somos cada vez mais susceptíveis aos desejos e às orientações do


Espírito Santo em nossa vida e caráter.

O Espírito Santo é o espírito da santidade e produz santidade dentro de nós.

4º) Palavra de Deus: É a água que nos purifica! Jo 17.17: “Santifica-os na


verdade, a tua palavra é a verdade”.

4. O que santificação progressiva não é?

1º) Um processo automático de mudança instantânea.

Sl 1.1-3: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ím-


pios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda
dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua
lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de
águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha;
e tudo quanto ele faz será bem-sucedido”.

1Ts 5.22: “Fugi da aparência do mal”.

Podemos ligar o processo de santificação com o crescimento de uma ár-


vore: É um processo que leva tempo até que outros possam gozar do seu
fruto (caráter).

Fl 2.19-22: “Espero, porém, no Senhor Jesus, mandar-vos Timóteo, o mais


breve possível, a fi m de que eu me sinta animado também, tendo conhe-
cimento da vossa situação. Porque a ninguém tenho de igual sentimento
que, sinceramente, cuide dos vossos interesses; pois todos eles buscam o
que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus. E conheceis o seu caráter
provado, pois serviu ao evangelho, junto comigo, como fi lho ao pai.

O caráter de Timóteo é um caráter provado e aprovado. O que produz esse


caráter é o processo de santificação, e caráter é fruto do espírito. Se não
renovarmos a mente na palavra, não estaremos regando a semente para
produzir frutos.

128
MÓDULO 2 CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO

Seu caráter é um testemunho da vida de Deus, que atrai outros para mais
perto Dele. O fruto é para outros e a glória é de Deus.

Cristo em você é para o benefício de outros. Saúde em você é para


benefício de outros. Prosperidade em sua vida é para benefício de
outros. produzir frutos então é a prática de ser um abençoador!

Jo 15.1-10: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo


ramo que, estando em mim (é possível estar em Cristo e não produzir o
caráter do Espírito Santo), não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto
limpa, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela pala-
vra que vos tenho falado; permanecei em mim, e eu permanecerei em vós.
Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na
videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu
sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse
dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não per-
manecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o
apanham, lançam no fogo e o queimam. Se permanecerdes em mim, e as
minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos
será feito. Nisto é glorifi cado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim
vos tornareis meus discípulos. Como o Pai me amou, também eu vos amei;
permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, perma-
necereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os man-
damentos de meu Pai e no seu amor permaneço”. Discípulos são aqueles
que PERMANECEM. E isto fala de continuidade.

Jo 8.31-32: “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós
permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos;
e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

Que frutos são esses que produzimos? São os frutos do processo de santi-
ficação, a saber, o fruto do espírito (Gl 5.22-23). O fruto do espírito é o fru-
to (resultado) da comunhão do Espírito Santo com o espírito humano, que
produz nele o caráter de Cristo. É a vida de Deus trabalhando no homem,
para que o homem como discípulo seja reconhecido como tal, influencian-
do pessoas de forma eficaz, de forma que suas palavras sejam suportadas
pelo caráter de Cristo dentro dele.

2º) Meramente mudança de aparência: A aparência exterior muda por-


que o coração muda. É de dentro para fora.

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CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO MÓDULO 2

Mt 7.15-20: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam


disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus
frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou
fi gos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém
a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos
maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz
bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os
conhecereis”.

Não resistimos e nem vencemos o inferno com a “aparência” de


santidade, mas com a prática gerada por uma vida santa.

IV) O QUE DEVEMOS ENTENDER SOBRE A SANTIFICAÇÃO


(ASPECTOS PRÁTICOS)?

1. A verdadeira santificação é a da Palavra:

Jo 17.17: “Santifi ca-os na verdade, a tua palavra é a verdade”.

Santificação (viver em santidade) não é fruto de um esforço


exacerbado que eu faço para vencer a tentação e o pecado.
Santificação é o resultado natural da Palavra
habitando, enchendo o meu coração.

Você pode fazer promessas, votos, torturar o seu próprio corpo na tentativa
de vencer o pecado (seja a homossexualidade, a gula, o adultério, o mau
gênio, a inveja, etc.). É líquido e certo que você voltará ao ponto de partida,
caso não faça da Palavra a sua base de santificação.

Importante: Veja bem: eu só conseguirei me considerar realmente morto


para o pecado, se eu meditar nessa porção da Palavra de modo persistente,
consistente, de modo que meu espírito seja fortalecido e minha mente re-
novada nessa verdade.

Limite-se a viver de modo religioso, e a sua carne vai fazer de você “gato e
sapato”. Veja bem: todos nós vivemos nosso tempo de lua de mel com Jesus.
Mas o tempo passa, o dia a dia vai nos chamando de volta para a terra, e de
repente nos pegamos em atitude pecaminosa.

130
MÓDULO 2 CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO

Como um abismo chama outro abismo, entramos na roda-viva do “peco –


peço perdão”. Então, depois de duvidar um pouco da realidade da autenti-
cidade da sua conversão, alguém lhe diz que você precisa orar mais e com
mais fervor. As coisas parecem melhorar por um tempo, mas tudo acaba por
voltar a estaca zero.

Um novo conselho lhe diz para ler mais a Bíblia, mas como não sabe como
fazê-lo, começa em Gênesis, e para decepcionado em Levítico ou Números.
Uma pregação na TV “fala ao seu coração”: jejum é a solução. Então, 5 kg a
menos, cansado e irritado pelas privações, você constata que o resultado
foi somente físico.

Alguém lhe traz uma nova solução: assista a mais cultos (tantos quan-
tos puder, até mesmo em igrejas diferentes). Leia mais livros evangélicos.
Aumentar suas ofertas. Participar de correntes. Entrar para o grupo de
evangelismo. Mudar a maneira de se vestir. Orar no monte...

Porque tudo isso tem resultado de pouco ou nenhum alcance? Porque


tudo isso foca em técnicas e obrigações, ao invés de te conduzir para o
exercício da fé na obra e no poder de Jesus.

Só há um caminho para a verdadeira santificação: a meditação na Palavra.


Em doses homeopáticas, dia após dia. A meditação em doses homeopáticas
da Palavra dá tempo para o Espírito Santo trazer revelação abrangente ao
nosso espírito e isso veremos na disciplina crescendo espiritualmente.

• Para crescer na santificação devemos nos dedicar a:

1º) Leitura e meditação da Palavra: Sl 1.2: “...ao contrário, sua satisfação


está na lei do Senhor, e nessa lei medita de dia e de noite”. Mt 4. 4: “Jesus
respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda pala-
vra que procede da boca de Deus”.

2º) Oração: Ef 6.18; Fl 4.6: “Com toda oração e súplica, orando em todo o
tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por
todos os santos”.

3º) Adoração: Ef 5.18-20: “E não os embriagueis com vinho, no qual há


dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, en-
toando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais,
Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso
Senhor Jesus Cristo”.

131
CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO MÓDULO 2

4º) Testemunho: Mt 28.19-20: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as


nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensi-
nando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado...”.

5º) Comunhão cristã: É algo que ocorre na comunidade. Somos admoesta-


dos: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao
amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de
alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia
se aproxima” Hb 10.24-25.

Juntos, os cristãos são “edificados casa espiritual” para serem “sacerdócio


santo”. 1 Pe 2.5: “Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edi-
ficados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes
sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo”.

Juntos se consolam uns aos outros e edifi cam-se reciprocamente. 1 Ts 5.11:


“Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como
também estais fazendo”.

Quando Paulo diz “Andeis de modo digno da vocação a que fostes chama-
dos” Ef 4.1. está dizendo que se deve viver de modo especial em comuni-
dade. “Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-
-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar
a unidade do Espírito no vínculo da paz” Ef 4.2-3.

Quando isso acontece, o Corpo de Cristo funciona como um todo unificado,


com cada parte trabalhando convenientemente de modo que a santificação
conjunta efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.

Ef 4.5-6: “Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai,


o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”.

1Co 12.12-26; Gl 6.1-2: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma fal-


ta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-
-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e,
assim, cumprireis a lei de Cristo”.

132
MÓDULO 2 CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO

É interessante que o fruto do Espírito inclui muitas coisas que edifi cam a
comunidade (“amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fi -
delidade, mansidão, domínio próprio”, Gl 5.22-23), enquanto as obras da
carne destroem a comunidade (“prostituição, impureza, lascívia, idolatria,
feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções,
invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas” Gl 5.19-21).

2. Santificação nos conduz a andar na graça do Senhor:

• Andar na graça é buscar a Deus de todo o coração. Andar na lei é ob-


servar nosso momento devocional particular, com o objetivo de fugir de um
sentimento de culpa por não tê-lo feito.

• Andar na graça é buscar meios para que a Palavra de Deus habite rica-
mente em nosso coração. Andar na lei é ler uma passagem bíblica só para
fazer uma marca na folha do “plano de leitura bíblica anual”.

• Andar na graça é ser obediente à voz do Espírito Santo. Andar na lei é


obedecer uma lista de regras religiosas criadas pelo homem.

• Andar na graça é preocupar-se em estar aos pés de Jesus, ouvindo e


aprendendo, como fez Maria, irmã mais nova de Lázaro. Andar na lei é preo-
cupar-se em fazer coisas para Jesus (muitas vezes coisas que Ele nem sequer
pediu que fizéssemos), como tentou fazer Marta, irmã mais velha de Maria.

• Andar na graça implica viver pela fé, guiado pelo Espírito de Deus. Por
isso é que eu insisto em dizer que cristianismo não é religião! Cristianismo
é relacionamento genuíno com o Deus vivo apresentado pela Bíblia, encar-
nado em Jesus Cristo, e revelado pelo Espírito Santo aos que crêem. A vida
cristã deve ser vivida com base numa convivência, e não em regras.

Nosso relacionamento com Deus aumenta sobre os prin-


cípios (não as regras) da Sua Palavra, no amor e
no compromisso que temos para com Ele.

Ef 5.18: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas en-
chei-vos do Espírito”. No original o verbo encher está numa forma chama-
da presente contínuo. Literalmente signifi ca estar sendo continuamente
cheio do Espírito Santo.

133
CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO MÓDULO 2

Mas o que isso significa? Se imaginarmos o oposto, alguém que esteja sen-
do cheio de todo tipo de pecado, que resultado isso produziria? Uma vida
cheia de malícia, cobiça, avareza, inveja, soberba, mentira, roubos, traições,
etc. Por outro lado, alguém que busque estar sendo cheio do Espírito vai
transbordar o fruto do Espírito.

Mas como me encher do Espírito Santo? Pela santifi cação, que vem pelo
meditar na Palavra. À medida que crescemos em santidade, crescemos em
conformidade à imagem de Cristo, e cada vez mais a beleza de seu caráter
é vista em nossa própria vida.

3. O que fazer com as tentações e provações?

Primeiramente é preciso derrubar um mito: Deus não nos tenta, não nos
conduz para a tentação nem precisa que sejamos tentados para nos testar.
Muitos alegam que Deus nos conduz para situações de tentação, com base
na experiência de Jesus, relatado em Mateus 4, Marcos 1, Lucas 4 (assim
alegam que se o Espírito conduziu Jesus para ser “tentado” ou “provado”,
não será diferente conosco). Em primeiro lugar, é preciso entender o porquê
deste episódio:

1Jo 2.1,12,15-16: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não
pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus
Cristo, o Justo; Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são
perdoados, por causa do seu nome. Não ameis o mundo nem as coisas
que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele;
porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscên-
cia dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do
mundo”. O texto fala sobre o perdão dos pecados dos santos e a origem
das tentações e do mal que há no mundo.

• A concupiscência (a cobiça) da carne. A concupiscência dos olhos. A


soberba da vida (a ostentação dos bens).

• Apelos de sensualidade fora dos propósitos de Deus. Prostituição, sexo


descompromissado, homossexualidade, pedofi lia, etc. Gula, a preguiça, en-
fim, os apelos para satisfazer a carne.

• Cobiça, avareza, orgulho e arrogância.

134
MÓDULO 2 CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO

Agora compare a tentação de Adão e a de Jesus e veja que em essência,


esse episódio foi emblemático, porque Jesus foi tentado nas mesmas áreas
que Adão, só que numa dimensão ainda mais forte.

Gênesis 3. 6 Lucas 4

“árvore boa para se comer” 4. 2-3 (satisfação da carne)

“agradável aos olhos” 4. 5-8 (desejo de ter, mandar)

“árvore desejável para


4. 9-13 (orgulho, soberba)
dar entendimento”

Hb 4.14-16: “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo


sacerdote que penetrou os céus, conservemos fi rmes a nossa confi ssão.
Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das
nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa se-
melhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confi adamente,
junto ao trono da graça, a fi m de recebermos misericórdia e acharmos
graça para socorro em ocasião oportuna”.

Portanto, a tentação de Jesus não indica que o Espírito Santo nos conduzirá
para as tentações, mas que: tendo Jesus vencido onde Adão perdeu, isso
abriu uma nova dimensão no mundo espiritual (a dimensão dos capacitados
pelo Espírito para vencer as tentações e o pecado).

Essa revelação se completa com o que diz em Tg 1.12-15: “Bem-aventurado


o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter
sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que
o amam. Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus
não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário,
cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz.
Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado,
uma vez consumado, gera a morte”.

135
CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO MÓDULO 2

É importante que nós saibamos que nesse mundo somos como os salmões,
que nadam contra a correnteza dos rios. Somos novas criaturas, livres da cor-
rupção, da podridão moral que há no mundo devido à ganância e à ambição.
Mas ainda assim precisamos vigiar para não sermos levados pelas filosofias
mundanas, que seduzem pela aparência, pelo intelectualismo, pela sutileza.

Se quisermos andar na dimensão dos que são capacitados para vencer as


tentações e o pecado, precisamos nos conscientizar da necessidade de re-
novarmos a nossa mente nos princípios da Palavra, pela meditação, para
que possamos experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.

V) O ADVERSÁRIO DO PROCESSO DE SANTIFICAÇÃO (RM 6.1-23)

Será que é possível vivermos todos os dias de um modo que seja totalmen-
te agradável a Deus? Usando o exemplo de uma prova de Triatlo, é preciso
desenvolver clareza para observar o que é necessário para ser um campeão,
perseverança para ir fazendo os ajustes necessários ao longo do tempo sem
desanimar, e um compromisso com a excelência para melhorar dia após dia,
descartando o inútil e o imprestável.

Com isso em mente, Paulo nos diz em Romanos 6 que é possível viver uma
vida de santidade. Já fomos declarados santos; é isso o que somos em Cristo.
Mas precisamos da experiência do viver em santidade. E o grande adversário
é o pecado. Muitos de nós têm batalhado com o pecado e a dificuldade de vi-
ver em santidade. Algumas lições que precisamos saber sobre este assunto:

1º) Se o seu foco for vencer o pecado, você já perdeu: Você não pode
alterar a força do pecado, não pode evitar ser tentado, não pode mudar a
Satanás; tudo o que você pode fazer é mudar a si mesmo.

De acordo com a Bíblia, você já possui tudo o que é necessário para vencer o
pecado, o diabo, as tentações.

2Pe 1.3: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas
as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo
daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude”.

2º) Não fique fazendo esforços para vencer o pecado; esforce-se para
entender que você está morto para o pecado:

136
MÓDULO 2 CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO

Rm 6.11: “Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas


vivos para Deus, em Cristo Jesus”. Esforce-se para entender que você é
Nova Criatura, liberto do jugo do pecado, servo da justiça.

Rm 6.17-18: “Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado,


contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes
entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça”.

Não foque na grandeza da força do inimigo, mas na força com


que Deus pode te capacitar para vencer qualquer barreira.

3º) Peça a Deus clareza para enxergar e entender o que te falta:

Ef 1.16-19: “Não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas
minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da
glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhe-
cimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é
a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança
nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cre-
mos, segundo a efi cácia da força do seu poder”.

4º) Seja persistente: Santificação é um processo de longo prazo. Não de-


sista em hipótese alguma. Não se culpe pelas falhas e erros. Use-os como
feedback (aprendizado) para crescer.

5º) Tenha um compromisso com a santificação: Aprenda a descartar o


que é inútil e imprestável e a agregar os valores da Palavra de Deus.

Em Cristo, Deus nos vê santos (separados do sistema deste mundo, das


garras e do domínio do diabo e do pecado; nova criatura; reconciliados com
Ele através de Cristo; assentados com Cristo em lugares celestiais; mais que
vencedores, co-herdeiros com Cristo; um só espírito com Ele; representan-
tes legítimos do Senhor sobre a terra).

Tudo isso e muito mais, foi feito por Deus a nosso favor, em um único ato que
se dividiu em duas partes: a morte e ressurreição de Jesus CristoPortanto,

137
CAPÍTULO 1 - SANTIFICAÇÃO MÓDULO 2

toda essa gama de bênçãos nos é concedida gratuitamente (não por nosso
mérito). A SANTIDADE é mérito de Deus, concedida a mim, que jamais pos-
suí mérito que fosse suficiente para alcançar tal graça.

Agora... a SANTIFICAÇÃO é mérito meu! Rm 6.11-14: “Assim também vós


considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.
Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obe-
deçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao
pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como
ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instru-
mentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não
estais debaixo da lei, e sim da graça”.

138
MÓDULO 2 CAPÍTULO 2 - FRUTIFICANDO

Frutificando
Jo 15.1-8: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo
ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele
poda, para que dê mais fruto ainda. Vocês já estão limpos, pela palavra
que lhes tenho falado. Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês.
Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira.
Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim. Eu
sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu
nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa algu-
ma. Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado
fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados. Se
vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em
vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido. Meu Pai é glorifi ca-
do pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos”.

I) INTRODUÇÃO

A fi nalidade de uma árvore frutífera é dar fruto. E a qualidade desses frutos


é que vai definir se a árvore é boa ou ruim. Um dos propósitos da presença
do Espírito Santo habitando na vida do cristão é torná-lo frutífero na ex-
pressão da imagem de Deus.

Sl 1.1-3: “Feliz o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos
escarnecedores”.

Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de
noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual
dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer
prosperará. Dar fruto está diretamente ligado a dar ouvidos à Palavra de
Deus e não aos conselhos dos ímpios.

139
CAPÍTULO 2 - FRUTIFICANDO MÓDULO 2

II) DESENVOLVIMENTO

Na bíblia encontramos pelo menos três tipos de frutos que o cristão deve
produzir: fruto do Espírito, fruto de arrependimento e fruto de louvor. Nessa
aula falaremos apenas do fruto do Espírito.

1. Frutos do Espírito

Note que Paulo fala no singular, mostrando que não são vários frutos, mas
apenas um.

Gl 5.22-23: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, ama-


bilidade, bondade, fi delidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas
coisas não há lei”.

O fruto do Espírito é um conjunto de características da personalidade de


Deus! Em todos os sentidos, o fruto do Espírito é a imagem de Jesus.

O fruto do Espírito é ainda, o caráter de Deus fl uindo em nós.


Consequentemente, é a unção de Deus fluindo em nós. Ele é mais do que
um equipamento opcional na vida cristã e uma lista de qualidades que o
cristão deve possuir. Fomos feitos a imagem e semelhança de Deus, portan-
to nosso espírito precisa dar frutos.

Seria ilógico e sem sentido a personalidade divina vir morar em nós e con-
tinuarmos a manifestar as características de nossa própria personalidade
natural sem que esta personalidade divina se manifesta na prática, no dia-
-a-dia, moldando e modificando nossa personalidade natural. Ser influen-
ciado pelo Espírito Santo é permitir que a personalidade de Deus exerça
comando em nossa vida!

Mt 7.19-23: “Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada
ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos conhecereis. Nem todo o que me
diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a von-
tade de meu Pai, que estás no céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me:
Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, em
teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fi zemos muitos
milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos
de mim, os que praticais a iniquidade”.

140
MÓDULO 2 CAPÍTULO 2 - FRUTIFICANDO

No texto acima, Jesus faz uma séria advertência: de que adianta o PODER
dos dons, sem o CARÁTER do fruto?

Muitos vivem buscando as manifestações dos dons, esquecendo-se de pa-


ralelamente buscar um padrão moral de ações, palavras e condutas con-
dizentes com a vida no Espírito. As pessoas preferem os dons do Espírito
porque são espetaculares. Mas o fruto é tão espetacular quanto os dons. E,
na verdade, é o fruto que mantém nossas vidas longe dos fracassos.

Outro ponto importante é permanecermos em equilíbrio espiritual. Ou seja,


algumas pessoas dizem assim: “aquela igreja não tem poder!”, como se o
poder fosse exclusivamente a manifestação dos dons. O poder é a Palavra
de Deus, Veja:

1Co 1.18: “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se per-


dem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus”.

Rm 1.1: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de


Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também
do grego”.

Os dons seguem e confi rmam a Palavra de Deus. Ela é a autoridade máxima


no nosso meio. O fruto do Espírito é consequência da presença e obra do
Espírito de Deus EM NÓS, no nosso espírito. É responsável pela formação
do caráter Cristão! Os dons do Espírito é consequência da vinda do Espírito
Santo SOBRE NÓS. São úteis para o serviço ao próximo!

a) Amor: No original grego, temos a palavra ÁGAPE, que é o amor perfeito


que Deus tem por nós. No texto de 1Co 13 temos uma descrição detalhada
do amor ágape em ação.

1Co 13.1-5: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não
tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda
que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhe-
cimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor,
nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o
meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá.
O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se
orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente,
não guarda rancor.”

141
CAPÍTULO 2 - FRUTIFICANDO MÓDULO 2

1Co 13.6-8: “O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a
verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca
perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conheci-
mento passará.”

Conscientemente escolhemos ser pacientes, benigno, não ter


ciúmes, não se envaidecer, não se orgulhar, não é inconve-
niente, não procura seus interesses. Tudo sofre, espera e
suporta! Fomos chamados para amar dessa forma a todos.

Jo 13.35: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes


amor uns aos outros”.

Rm 8. 38-39: “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a


vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do
porvir, nem poder, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra cria-
tura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso
Senhor”. Ef 5. 2: “E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se en-
tregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave”.

b) Alegria: Vem da palavra CHARA, que significa regozijar-se. A alegria


cristã, entretanto, não é uma emoção artificial! Não circunstancial, antes, é
uma ação do Espírito Santo no espírito do homem.

Esta alegria é a confi ança em Deus e a manifestação de estarmos vivos em


Cristo! No Sl 51.12: “Restituiu-me a alegria da Tua salvação...”. Davi pede
a Deus de volta a alegria perdida pela atuação do pecado não confessado.
A alegria, que veio com a nossa salvação, continuará por toda a nossa vida
e, no final, nos acompanhará quando entrarmos no céu e fomos morar pra
sempre com o Senhor, o Rei da Glória.

Hc 3.17-18: “Porque ainda que a fi gueira não fl oresça, nem haja fruto na
vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produ-
zam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e
nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no
Deus da minha salvação”.

Ne 8.10: “Porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não


vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força”.

142
MÓDULO 2 CAPÍTULO 2 - FRUTIFICANDO

c) Paz: EIRENE é a palavra grega traduzida como paz que significa muito
mais do que ausência de guerra. Foi por meio da cruz que Deus estabeleceu
a paz.

Cl 1.20: “É que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio
dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra,
quer nos céus”.

Ef 2.13-16: “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe,
fostes aproximados pelo sangue de Cristo. Porque ele é a nossa paz, o
qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que es-
tava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na
forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo
homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus,
por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade”.

A verdadeira paz envolve muito mais do que uma tranquilidade íntima.


Antes trata-se de uma qualidade espiritual, produzida pela reconciliação,
pelo perdão dos pecados.

d) Longanimidade: É sinônimo de paciência. No grego é MAKROTHUMIA,


que pode ser desmembrada em duas outras:

MAKROS: que significa longo em tempo ou distância.


THUMOS: que significa temperamento.

O que quer dizer ter um temperamento paciente? Significa ter capacidade


de ver as coisas pelo final, ou seja, ver as situações já resolvidas pelo poder
de Deus! Quando a Bíblia fala sobre esperar em Deus, ela está referindo-se
a esta capacidade de enxergarmos as situações já resolvidas em nome de
Jesus! Nossa fé também é exercida pela paciência! A paciência é o pilar da
verdadeira sabedoria: “O longânimo é grande em entendimento, mas o que
é de espírito impaciente mostra a sua loucura” (Pv 14.29).

É uma virtude de Deus que precisamos adquirir.

Ex 34.6: “E passou diante de Moisés, proclamando: Senhor, Senhor, Deus


compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fi delidade”.

143
CAPÍTULO 2 - FRUTIFICANDO MÓDULO 2

Hb 10.35-36: “Não abandoneis, portanto, a vossa confi ança; ela tem


grande galardão. Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para
que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa”.

e) Benignidade: Em grego é CHRESTOTES, que quer dizer gentileza, bon-


dade, excelência moral.

A benignidade de Deus atinge aqueles que confiam n’Ele, mesmo enfren-


tando adversidades. Ela alcança o homem que deposita em Deus sua es-
perança. A benignidade nos induz a tratar as pessoas do modo como Deus
nos tem tratado como em 1Pe 2.3: “Se é que tendes a experiência de que o
Senhor é bondoso”.

Jr 31.3: “Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com


amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí”.

f) Bondade: Essa palavra no grego é AGATHOS, que tem um significado


amplo: é uma bondade repleta de generosidade. Isto é aplicável aos vários
ângulos da vida do homem. Este tipo de comportamento abomina as ati-
tudes mesquinhas, até mesmo quando se trata das questões financeiras.
Devemos cultivar um coração generoso, aberto, desejoso de dar, atendendo
a bondade generosa de Deus.

Sl 23.6: “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos


os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias”.

g) Fidelidade / Fé: No original grego, a palavra é PISTIS, e significa crença,


convicção, confi ança e constância na salvação, fé, afirmação de segurança,
lealdade e fi delidade. Do contexto do livro de Gálatas, estas ideias precisam
ser incluídas como um único pensamento, uma vez que fidelidade significa
um ato de compromisso a alguém ou alguma atividade.

Sl 33.4: “Pois a palavra do Senhor é verdadeira; ele é fiel em tudo o que faz”.

2Co 5.7: “Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos”.

144
MÓDULO 2 CAPÍTULO 2 - FRUTIFICANDO

h) Mansidão: A palavra grega para manso é PRAOS e tem o sentido de espíri-


to disciplinado, em conformidade com a Palavra de Deus quando confrontado.

O melhor entendimento sobre mansidão são as palavras força e brandura


combinada e em ação. É importante salientar que mansidão não é ser uma
pessoa inerte, dependente e boba. Jesus era manso, conforme Sua descri-
ção em Mt 11.29: “...porque sou manso (...) de coração”.

No entanto, Ele expulsou os cambistas do templo com rigor e determinação,


demonstrando ação perfeita, no momento certo.

1Tm 6.11: “Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a
justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão”.

i) Domínio Próprio / Temperança: A palavra no grego é EGKRATEIA, que


significa autocontrole. Nos dias de hoje, as pressões, os apetites da nossa
carne são grandes e insistentes, exercendo grande influência sobre nossas
vidas. Mas, ao andarmos no Espírito, estes apetites carnais se submeterão à
força libertadora do Espírito Santo, que habita em nós, quando O reconhe-
cermos e pedirmos auxílio.

2Pe 1.5-7: “Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a


virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao
domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a
fraternidade; e à fraternidade o amor”.

145
CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL MÓDULO 2

Dinheiro: um
assunto espiritual
Fl 4.19: “O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo
com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus”.

I) INTRODUÇÃO

A dificuldade em se falar sobre o assunto está na rápida associação mental que


fazemos com o dinheiro. Como se estudar sobre prosperidade fosse apenas
descobrir na Bíblia os meios para se “barganhar” e extrair dinheiro de Deus. O
propósito deste estudo vai muito além desta diminuta percepção mental, e até
mundana, de associar prosperidade abundância de dinheiro. Mas, a reflexão
que faremos é no sentido de despertar nosso entendimento espiritual em rela-
ção à grande realidade que nos envolve dia e noite: o Reino de Deus.

É preciso mais profundidade no entendimento desta belíssima condição: filhos


vivendo no Reino de seu pai. Esta condição nos faz lembrar a parábola do filho
pródigo, em Lc 15, quando o irmão mais velho , mesmo no convívio com o pai,
mostra, através de suas palavras (Versículos 29-31), desconhecimento na lei
que regia aquela casa: “filho, tudo o que é meu (do Pai) é teu.”.

Um ponto revelador nesta passagem é desconhecimento da ampla suficiência


que o filho mais velho poderia ter usufruído. Seu direito passou despercebido.
Fomos chamados não só para crer, mas também para conhecer. O apóstolo
Pedro afirma isto no Evangelho de Jo 6.69 “E nós temos crido e conhecido que
tu és o Santo de Deus”. Não basta só crer, porque até os demônios creem (Tg
2.19); é preciso conhecer sobre a condição de viver no Reino.

1. Definições

Não existe na Bíblia definição sobre o que é prosperidade, mas o contexto bí-
blico geral nos mostra ser esta a condição ou o estado daqueles que estão em
aliança com o Senhor, daqueles que temem o Seu Nome. Podemos dizer, ainda
que prosperidade é o fruto do conhecimento de Deus e de Sua vontade para o
homem posto em prática.

146
MÓDULO 2 CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL

Significado: A palavra prosperar no dicionário significa ter bom êxito; enrique-


cer; desenvolver-se, melhorar. Uma vez que nos tornamos novas criaturas, o
estado de prosperidade, com todo o seu potencial, já se instalou em nós.

3Jo 1.2-4: “Amado, acima de tudo faço votos por tua prosperidade e saú-
de, assim como é prospera a tua alma. Pois fi quei sobremodo alegre pela
vinda de irmãos e pelo seu testemunho da tua verdade (Palavra), como
tu andas na verdade (Palavra). Não tenho maior alegria do que esta, a de
ouvir que meus fi lhos andam na verdade (Palavra).”

O apóstolo João, ao fazer votos pela prosperidade e saúde de Gaio, já sabia


que sua alma era próspera. O segredo de uma alma (mente e pensamentos)
próspera é que ela anda na luz da revelação da Palavra de Deus, que é a
verdade. Sua vontade deve estar em sintonia com a vontade de Deus, que
é a Sua Palavra. Uma alma próspera traz cativo qualquer pensamento con-
trário à Palavra de Deus (2Co 10.4-5) e não se deixa dominar por qualquer
pensamento humano que seja contrário ao pensamento divino.

“Nunca teremos uma qualidade de vida acima do en-


tendimento e do conhecimento que possuímos.”

A vontade de Deus para o homem já está revelada em Sua Palavra e todos


vivem ou usufruem do grau de conhecimento que possuem a respeito dessa
vontade. E aqui está o perigo: de permanecermos numa limitação incons-
ciente pelo desconhecimento da Palavra de Deus sobre a vontade dEle, isto
é, vivermos sobre partes desta verdade (Palavra de Deus), inconscientes de
outras tão importantes quanto as que já vivemos!

Podemos ser Novas Criaturas, por exemplo, testemunhando de Jesus e


orando pelas pessoas e não sermos ainda batizados com o Espírito Santo.
Ou então, sermos novas criaturas, batizados com o Espírito Santo, testemu-
nhando e Jesus orando por outros e vivendo debaixo de uma enfermidade
que escraviza.

“Não fomos chamados para viver com partes da


Verdade, mas sim com a totalidade da Verdade já reve-
lada a nós pelas Escrituras. Isso é prosperidade!”

147
CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL MÓDULO 2

2. As leis naturais e espirituais

Existem leis que governam nossa existência: leis do mundo espiritual e do


mundo natural. As leis naturais regem os acontecimentos do mundo físico.
Por exemplo, nós não flutuamos porque existe uma força natural chamada
gravidade que nos puxa para baixo (a lei da gravidade).

Mas esta lei pode ser manipulada. O avião utiliza-se de sua aerodinâmica
acrescida à velocidade que o faz voar, contrariando a lei natural da gravida-
de pela lei da sustentação (o ar). Mas, para que funcione, é preciso primei-
ramente conhecer a lei da gravidade. A lei da gravidade não foi removida,
mas a lei da sustentação prevaleceu nesta situação. Assim também é como
o mundo espiritual; ele sempre prevalecerá sobre o mundo natural quando
conhecemos suas leis e as praticamos.

Entenda que as leis do mundo espiritual são mais poderosas do que as leis
físicas. A Constituição espiritual (Bíblia) deu luz (nascimento) à lei física na-
tural. Deus que é Espírito (Jo 4. 24), criou tudo que existe (o mundo natural e
suas leis) com a força espiritual da sua Palavra. Quando estas leis espirituais
que governam a prosperidade financeira são postas em prática pela força
da fé, elas funcionarão e prevalecerão sobre a visão econômica e financeira
deste mundo.

O sistema de Deus (Reino de Deus), através de Sua Palavra, é altamente


organizado e apto para suprir todas as necessidades do ser humano, inclu-
sive as fi nanceiras (Sl 54.4; 55.22; Fp 4.19). Em contra partida, é também
completamente oposto ao sistema do mundo no gerenciamento da vida do
homem. Entre os dois sistemas, a diferença está na base do funcionamento:

1º) O sistema do mundo é baseado no raciocínio lógico e natural, condizente


com a observação dos sentidos físicos. Seu slogan é “vendo e acreditando”;

2º) Já o Reino de Deus, é baseado tão somente e absolutamente na Palavra


de Deus e seu slogan é: “acreditando e vendo”. Nossa natureza carnal rejeita
este tipo de funcionamento porque não é lógico.

“Não limite a abundância de Deus somente ao que você


vê ou compreende com sua mente natural”.

148
MÓDULO 2 CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL

3. A Aliança que possuímos com Deus nos garante a prosperidade.

Esta aliança que Deus estabeleceu conosco é o fundamento de nossa fé,


pois somos, por direito, seus filhos e coerdeiros de Seu Reino. O Deus Todo
Poderoso se comprometeu conosco mediante uma Aliança que garante a sa-
tisfação de todas as nossas necessidades. Esta aliança é a garantia de nossa
herança. É um contrato, um pacto legal de compromisso entre nós e Deus.

“Tudo que Deus faz é segundo a Sua Aliança;


e a Sua Aliança é a Sua Palavra”!

Muitos cristãos desconhecem a posse de sua herança como filhos legíti-


mos de Deus e vivem como indigentes espirituais ignorando este fato.
Prosperidade não é fruto de um pedido a Deus, mas sim do conhecimento
(da Palavra) exercido na prática. Quando colocamos a palavra de Deus em
primeiro lugar, tornando-a nossa autoridade final, a prosperidade será o
resultado. Uma vez que a aliança foi confirmada para sempre através de
Jesus Cristo, e sendo a prosperidade parte desta Aliança, este estado de ser
próspero nos pertence hoje.

II) O TRABALHO É UMA BENÇÃO

Sabemos que prosperidade vai muito além de ter dinheiro, ela está ligada ao
bem estar, harmonia, paz de espírito, felicidade, desenvolvimento intelectu-
al, emocional. Nesse tópico falaremos da prosperidade financeira: dinheiro.

Para estudarmos sobre esse assunto é necessário entender que o filho de


Deus, feito a sua imagem e semelhança, tem abundância nesta vida. Não
faz sentido Deus criar o mundo inteiro com todos os seus recursos naturais
para que seus filhos vivam na miséria. Em Genesis, vemos que antes de
Deus criar o homem, Ele cria todos os recursos naturais para que ele viva e
viva bem. O homem foi criado no sexto dia, após Deus ter feito o Éden com
tudo dentro.

A título de curiosidade, na Bíblia temos um total 31102 versículos, destes:

• 215 falam de fé.


• 218 falam de salvação.
• 500 falam de oração.
• 2085 falam de dinheiro.

149
CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL MÓDULO 2

Isso não significa que o dinheiro seja mais importante, mas talvez, seja esse
o assunto que o homem mais tenha dificuldades. O crente acha que ser
espiritual é viver pobre, sem dinheiro ou vai para o outro extremo, ser es-
piritual é ser rico como Abraão. Jesus contou inúmeras parábolas, tirando a
parábola de Lázaro e o rico, foram 39 ao todo; e dessas, 19 estão relaciona-
das ao dinheiro (48%).

No Novo Testamento temos duas coisas que precisamos fugir: curiosamen-


te o Diabo não é uma delas. Quanto ao diabo temos que resisti-lo firme na
fé: “Sujeitai-vos a Deus. Resisti ao diabo e ele fugirá de vos”, Tg 4.7. Quem
foge é o Diabo.

• 1 Co 6.18: “Fugi da impureza”;


• 1 Co 10.14: “Fugi da idolatria”.

A questão é: o que é idolatria?

Porque se for se prostrar diante de uma imagem e adorá-la, não preciso me


preocupar. Nós nos orgulhamos de não fazer isso. O Novo testamento traz
um novo conceito para esse termo:

“Avareza é idolatria”. Ninguém se prostra diante de uma imagem, mas que-


rer fi car rico, mesmo que por meios lícitos como trabalho, é um caminho
perigoso para cairmos na avareza.

Deus não é contra o crente ter dinheiro, ser abundante em tudo que tem, ser
próspero financeiro; da mesma forma que não é contra o homem gostar de
mulher, do sexo. Isso é não é errado. O problema é que do mesmo modo que
o desejo sexual pode se tornar um pecado, o desejo por alcançar a prospe-
ridade financeira também pode ser.

Assim como devemos fugir da impureza e não do sexo, te-


mos que fugir da avareza e não do dinheiro.

Alguns equivocadamente afiram que o filho de Deus necessita fazer voto


de pobreza, porque existiram homens do passado que agiram assim (os
franciscanos). Isso não é Bíblico. Jesus nunca deixou de fazer nada (viagem,
abençoar alguém) por falta de dinheiro. Recursos financeiros são uma ben-
ção de Deus para os seus fi lhos.

150
MÓDULO 2 CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL

Ag 2.8: “Minha é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor”.

Prata e ouro era o dinheiro da época, não existia papel moeda. Em outras pa-
lavras Deus está dizendo: meu é o dinheiro. Há muito tempo o papel moeda
representava as riquezas em ouro que um país possuía. Então a riqueza era
medida através da quantidade de ouro que o país possuía.

Uma tradução mais moderna para Ageu 2.8 seria: “Meu é o Real e o Dólar”.
Toda riqueza e todo o dinheiro pertence ao Senhor. Sai dele para nos abençoar.

Prosperidade é a ausência de necessidade.

A pior miséria é aquela em que as pessoas não apreciam a limpeza, a ar-


rumação, a organização, a beleza, a qualidade, o conforto. Infelizmente, a
bagunça, a sujeira, a desorganização está dentro da pessoa. Mesmo que a
pessoa não possua muitos recursos, mas é limpa, organizada, correta, edu-
cada, cuida bem da sua casa, dos seus filhos, mostra uma característica que
expressa a natureza de Deus, afinal fomos feitos a sua imagem.

“O pior inimigo da liberdade é o escravo que se sente satisfeito”.

Muitos escravos que viviam dentro das casas e eram bem tratados para a
época, estavam satisfeitos naquela condição e, portanto não queriam a li-
berdade. Na prosperidade é a mesma coisa, muitos filhos não avançam por
estarem satisfeitos com a condição que possuem.

É preciso abrirmos nossos corações e mentes para as oportunidades da


vida. Devemos estar preparados com os estudos, treinamentos, pois o ho-
mem “colhe o que planta”. Se não deixaremos de experimentar a boa, per-
feita e agradável vontade de Deus.

1. A maneira número 1 de prosperarmos financeiramente é trabalhando

Trabalhar é uma benção de Deus. As pessoas querem os frutos do trabalho,


mas o trabalho que dá os frutos também deve ser desejado.

Deus estabeleceu princípios que são válidos para todas as pessoas. O tra-
balho é o princípio bíblico estabelecido por Deus para a prosperidade finan-
ceira. As leis bíblicas funcionam para todos que as aplicam, mesmo os que
não são crentes, assim como as leis da física ou da matemática.

151
CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL MÓDULO 2

a) A confiança no Homem

Ao criar tudo, Deus deixou o homem no comando do Jardim do Éden, deu a


ele domínio sobre todas as coisas. Como somos semelhantes a Ele e a Ele
pertence todo o domínio, nós também dominaremos.

Gn 1.26-28: “Tenha ele domínio...”.

Gn 2.5: “Não havia nascido nada porque Deus não fez chover e o homem
não cultivou”.

Mesmo antes da queda, tanto Deus quanto o homem tinham seus papéis.
Colocar responsabilidade da prosperidade, do fruto, nas mãos de Deus é
tolice. Quer prosperar? Faça a sua parte, pois Deus faz a d’Ele.

Gn 2.15: “E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden


para o lavrar e o guardar”. Trabalhar não é maldição! Ele fazia parte da
criação antes da queda: “E viu Deus que tudo era bom”.

Gn 2.19: “Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo o animal


do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como
lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi
o seu nome”.

Deus confiava no homem que ele criou e deu a ele a responsabilidade de


nomear toda a criação. Deus fica vendo como o homem vai liderar as coisas.
Nem todos os momentos de nossas vidas temos que esperar Deus fazer, pois
existem situações que esperamos por Deus, enquanto Deus espera por nós.
Temos um conceito errado de trabalho, achamos que só o remunerado que
conta, mas uma mãe que cuida do próprio filho, cozinha, arruma a casa, está
trabalhando e muito. Adão estava cultivando a terra, estava trabalhando.

b) Leis universais do trabalho

As coisas boas que Deus fez é para todos, justos e injustos. A lei natural
criada por Deus que governa o fi nanceiro neste mundo é a lei do trabalho,
logo, prosperidade financeira encontra aqueles estudam, trabalham, fazem

152
MÓDULO 2 CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL

horas extras. O sol nasce para todos, Deus não faz acepção de pessoas.

Mt 5.45: “O sol nasce para todos”.

At 17.25: “...Deus dá a todos vida, respiração e tudo mais”.

c) A responsabilidade do homem em trabalhar

Gn 3.19 não nos diz que o trabalho é uma maldição pro-


veniente do pecado, mas que a partir do pecado o ho-
mem passou a se cansar. O cansaço é que é a maldição.

Como temos visto, Deus delegou ao homem o cultivo da terra, o domínio


sobre todas as coisas. Era para que o homem administrasse tudo o que foi
criado. É possível perceber que uma responsabilidade foi deixada nas mãos
dos homens e ela não pode ser negligenciada. O homem tem a responsabi-
lidade de trabalhar, de fazer a sua parte.

Um texto popular, porém pouco compreendido é o de Js 1.8:

“Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite,
para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito;
porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido”.

O texto é bem claro ao identificar quem fará o caminho prosperar. Não diz:
“Leia a Bíblia e Eu (DEUS) farei prosperar o teu caminho”; mas: “Leia a Bíblia
e então tu (JOSUÈ) é que vai fazer o seu caminho prosperar”. Ouvindo os
conselhos contidos na Palavra.

Um erro comum do homem tem sido trocar as responsabilidades em mui-


tos momentos. Afirmações que parecem ser espirituais, mas que mostram
ignorância quanto à responsabilidade que lhe é devida. Em momentos que
é atribuição do homem se movimentar, este atribui a Deus a ação e se es-
conde através de falsa espiritualidade, como:

• “Estou esperando Deus agir”;


• “Deus está no controle;
• “Existe tempo para tudo”, etc.

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CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL MÓDULO 2

Sl 1.1-3: “Feliz o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos
escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei me-
dita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros
de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e
tudo quanto fi zer prosperará”.

Novamente vemos a expressão que atribui ao homem a responsabilidade de


fazer algo.

“e tudo quanto fizer prosperará”.

E se ele não fizer nada? A lei universal da semeadura responde a essa questão.

O que o homem plantar, isso ele colherá. Gl 6.7b

Se não plantar nada, nada colherá.

Diga: Eu vou fazer prosperar o meu caminho. Isso não é orgulho ou autosu-
ficiência, mas é o mesmo que dizer: eu acredito, sigo e aceito os conselhos
de Deus. A Bíblia diz que temos que aprender até com as formigas. Isso nos
mostra que podemos aprender com as pessoas que estão a nossa volta, que
estão prosperando, devemos observar como fazer.

d) Aprendendo com as formigas

Tendo em vista que o trabalho é algo digno diante de Deus, foi nos deixada
uma advertência de aprendizado. A capacidade intelectual criada no homem
por Deus o faz compreender e assimilar conhecimento em diversas áreas e
através de diversos meios. O homem possui uma capacidade de observação
que o faz diferente de todos os outros animais criados por Deus.

Sendo assim, Deus nos deixa como exemplo de trabalho as formigas, para
que, ao notarmos sua capacidade de trabalho, empenho nas suas empreita-
das, possamos nos inspirar e nos doar ao trabalho.

154
MÓDULO 2 CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL

Pv 6. 6-11: “Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela


e seja sábio! Ela não tem nem chefe, nem supervisor, nem governante, e
ainda assim armazena as suas provisões no verão e na época da colhei-
ta ajunta o seu alimento. Até quando você vai fi car deitado, preguiçoso?
Quando se levantará de seu sono? Tirando uma soneca, cochilando um
pouco, cruzando um pouco os braços para descansar, a sua pobreza o
surpreenderá como um assaltante, e a sua necessidade lhe virá como um
homem armado”.

e) Entendendo a responsabilidade de trabalhar, mas mantendo a con-


fiança em Deus

Dt 8.10-20: “Depois que tiverem comido até fi carem satisfeitos, louvem


ao Senhor, o seu Deus, pela boa terra que lhe deu. Tenham o cuidado de
não se esquecer do Senhor, do seu Deus, deixando de obedecer aos seus
mandamentos, às suas ordenanças e aos seus decretos que hoje lhes or-
deno. Não aconteça que, depois de terem comido até fi carem satisfeitos,
de terem construído boas casas e nelas morado, de aumentarem os seus
rebanhos, a sua prata e o seu ouro, e todos os seus bens, o seu coração
fi que orgulhoso e vocês se esqueçam do Senhor, do seu Deus, que os tirou
do Egito, da terra da escravidão. Ele os conduziu pelo imenso e pavoro-
so deserto, por aquela terra seca e sem água, de serpentes e escorpiões
venenosos. Ele tirou água da rocha para vocês, e o sustentou no deserto
com maná, que os seus antepassados não conheciam, para humilhá-los e
prová-los, a fi m de que tudo fosse bem com vocês. Não digam, pois, em
seu coração: A minha capacidade e a força das minhas mãos ajuntaram
para mim toda esta riqueza. Mas, lembrem-se do Senhor, do seu Deus,
pois é ele que lhes dá a capacidade de produzir riqueza, confi rmando a
aliança que jurou aos seus antepassados, conforme hoje se vê. Mas se
vocês se esquecerem do Senhor, do seu Deus, e seguirem outros deuses,
prestando-lhes culto e curvando-se diante deles, asseguro-lhes hoje que
vocês serão destruídos. Por não obedecerem ao Senhor, ao seu Deus, vo-
cês serão destruídos como o foram as outras nações que o Senhor des-
truiu perante vocês”.

No texto acima, Deus faz uma advertência ao povo que está prestes a entrar
na terra prometida (um símbolo da prosperidade, terra que emana leite e mel).

Deus fala dos cuidados que se deve ter antes de alcançar a prosperidade.
Vimos várias vezes que somos nós que alcançamos nossa prosperidade, mas
aqui parece haver um contraponto, pois não temos que confiar na nossa força.

155
CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL MÓDULO 2

Mas, logo à frente, Deus explica:

Lembre-se de Deus, pois é Ele que te dar força para adquiri-


res as riquezas, ou seja, eu vou adquirir com a força de Deus!

Reconhecer que estudou, se esforçou, trabalhou não é errado, mas se esque-


cer da parte de Deus é. Não se esqueça d’Ele. Ele que dá a todos a vida, a
respiração. O problema está na atitude do coração que deixa Deus de lado. Se
nos esquecermos d’Ele, pereceremos.

III) AMOR AO DINHEIRO: RAIZ DE TODOS OS MALES

1Tm 6.9-12: “Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em


laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem
os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de to-
dos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram
a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas
coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.
Peleja a boa peleja da fé, apodera-te da vida eterna, para a qual foste cha-
mado, tendo já feito boa confi ssão diante de muitas testemunhas”.

Paulo alerta Timóteo a respeito dos perigos que advém do relacionamento


com o dinheiro. A busca pelas riquezas é um caminho com muitas tentações e
desejos nocivos e loucos, que pode se revelar, na verdade, um amor excessivo
pelo dinheiro, o que produzirá muitos males.

a) Um novo deus

O apego excessivo ao dinheiro pode se revelar um amor incondicional, po-


dendo chegar a um extremo em que Deus se torna substituível e o dinheiro
torna-se um novo deus.

Jesus alertou também desse perigo no evangelho de Mateus, explicando que


quando somos devotos de algo, na verdade estamos sendo servos.

Mt 6.24: “Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará


o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir
a Deus e ao Dinheiro”.

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MÓDULO 2 CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL

A bíblia não diz que ter riquezas é perigoso, mas que amar sim. Aos olhos
de Deus, ter casas, carros, dinheiro, não é problema, pois ele mesmo disse:
“Depois de adquirirem essas coisas...”.

O problema é como vai fi car o nosso coração depois.

Foi isso que Jesus disse: Não se pode adorar a dois Senhores, a Deus e as
riquezas, pois o dinheiro pode se tornar o Senhor de nossas vidas. Tudo que
faço é em função do dinheiro, de ganhar mais dinheiro. Ao invés de trabalhar
para viver eu vivo para trabalhar. Isso é um tipo de vida que Deus reprova.
Se atentarmos aos conselhos de Deus em relação às riquezas, deixaremos de
servir as riquezas e passaremos a servir a Deus com as riquezas.

Lc 12.13-15: “Alguém da multidão lhe disse: Mestre, dize a meu irmão


que divida a herança comigo. Respondeu Jesus: Homem, quem me desig-
nou juiz ou árbitro entre vocês? Então lhes disse: Cuidado! Fiquem de so-
breaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste
na quantidade dos seus bens”.

Um homem na multidão vendo que Jesus era alguém justo, honesto, pede um
conselho a Ele sobre um problema familiar de herança. Mas Jesus disse: “O
que eu tenho a ver com isso? Quem me constituiu juiz sobre vocês?

Além disso, Jesus detectou no coração daquele homem uma ganância e ava-
reza e devido a isso fez uma advertência. Herança é uma coisa devida. Mas
Jesus estava mais preocupado com o coração daquele homem do que com
a herança em si. Jesus chamou isso de AVAREZA, mesmo sendo um direito.

IV) CONTENTANDO-SE COM O QUE POSSUI

Hb 13.5: “Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com


o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: Nunca o deixarei, nunca o
abandonarei”.

1Tm 6.7-8: “Pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos
levar; por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com
isso satisfeitos”.

157
CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL MÓDULO 2

Está claro que temos duas opções: A avareza ou o contentamento. Ou você


está feliz ou triste. Nunca o avarento está contente. Ele fica triste com o que
não tem. Esse problema surge quando olhamos para as coisas dos outros.
Portanto podemos ficar contentes: vida, saúde, roupa, casa, o que comer.
Alguma coisa temos para sermos gratos a Deus. O avarento não tem grati-
dão, mas ganância e cobiça.

A gratidão é a característica do homem que consegue viver bem com o que


tem. Estar contente aos olhos da Bíblia signifi ca entender que Deus que
cuida, proveu, até o momento, tudo o que necessitamos.

Paulo reforça esse entendimento de contentar-se com o que tem, na


carta aos filipenses.

Fl 4.11-13: “ Não digo isto por causa de necessidade, porque já aprendi


a contentar-me com as circunstâncias em que me encontre. Sei passar
falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas
estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto
em ter abundância, como em padecer necessidade. Posso todas as coisas
naquele que me fortalece”.

Paulo aprendeu a viver contente em todas as circunstâncias. Portanto, é


possível. Cristo nos fortalece para enfrentarmos as difi culdades se esse for
o caso ou para enfrentar a prosperidade se esse for o caso. As pessoas não
se afastam apenas com a pobreza, mas também com as riquezas.

V) SENDO SENHOR DO DINHEIRO ATRAVÉS DA GENEROSIDADE

Pv 11.25: “A alma generosa prosperará e aquele que atende também


será atendido”.

DEFINIÇÃO: A generosidade é a qualidade de quem ama dar.

Nosso relacionamento com o dinheiro deve ser de domínio e não de domi-


nado. O dinheiro não pode e não deve comandar-nos. Uma forma de anali-
sarmos como tem sido nossa conduta com relação a essa questão é obser-
var quão generosos nós temos sido.

O filho de Deus deveria ser por natureza mais generoso que qualquer outro
povo. A generosidade está no nosso DNA espiritual, pois, nosso Pai é ge-

158
MÓDULO 2 CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL

neroso, então devemos ser homens e  mulheres generosos. Quando surge


uma necessidade, nós como cristãos deveríamos ser os primeiros a tomar a
iniciativa de ajudar. Ofertar, contribuir, deve ser tão natural para nós como
orar, louvar e ler a Palavra de Deus. O verdadeiro fi lho de Deus está sempre
atento a oportunidades para abençoar os outros.

1. A bem-aventurança do dar

At 20.35: “Em tudo o que fi z, mostrei-lhes que mediante trabalho árduo


devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus,
que disse: ‘Há maior felicidade em dar do que em receber’”.

Este princípio de eu é melhor dar do que receber vai de encontro às leis


naturais deste mundo. O pensamento secular é reter para que consiga ter.
Mas, no Reino de Deus, a dinâmica de prosperidade financeira é quanto
mais se dá, mais se tem.

Ocorre que quando se contabiliza o retorno, o secularista pensa monetaria-


mente, pois, o dinheiro é senhor deles. O fi lho de Deus tem seu retorno não
necessariamente em valores monetários, e muitas vezes, aparentemente
nem retorno tem. Mas isso não é visto como prejuízo, porque quando um
filho de Deus se propõe a enveredar por esse caminho de dar, o seu prazer
está somente em dar e seu retorno é ver o necessitado sendo atendido.

Além do mais, deve existir uma alegria em dar.

1Co 9.7: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com


pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria”. 

a) Há recompensa em dar

Embora o princípio de dar não se apoie na recompensa, mas simplesmente


no amor generoso de ajudar, existe sim recompensa para aqueles que se
propõem a seguir esse caminho e não podemos rejeitar as afi rmações bíbli-
cas relativas a essas recompensas.

159
CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL MÓDULO 2

• Pv 11.25: “O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio


receberá”;
• Pv 22.9: “Quem é generoso será abençoado, pois reparte o seu pão com
o pobre”;
• Mt 10.42: “E, se alguém der mesmo que seja apenas um copo de água
fria a um destes pequeninos, porque ele é meu discípulo, eu asseguro que
não perderá a sua recompensa”;
• Pv11.24: “Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas;
outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza”;

b) Sintetizando

Além das recompensas prometidas na Palavra de Deus, seus fi lhos são ge-
nerosos porque acreditam:

• Que ajudar ao necessitado é sua missão;


• Que alegria de quem dá é proporcionada quando se dá com o coração;
• Que é dando que se recebe;
• Que ser doador é um mandamento;
• Que ao doar, mostramos que não somos governados pelo que temos;
• Que dar aos pobres, é uma maneira de emprestar a Deus.

VI) DÍZIMOS E OFERTAS

Nm 18.20-26: “Disse ainda o Senhor a Arão: Você não terá herança na


terra deles, nem terá porção entre eles; eu sou a sua porção e a sua he-
rança entre os israelitas. Dou aos levitas todos os dízimos em Israel como
retribuição pelo trabalho que fazem ao servirem na Tenda do Encontro.
De agora em diante os israelitas não poderão aproximar-se da Tenda
do Encontro, caso contrário, sofrerão as consequências do seu pecado
e morrerão. É dever dos levitas fazer o trabalho na Tenda do Encontro e
assumir a responsabilidade pelas ofensas contra ela. Este é um decreto
perpétuo pelas suas gerações. Eles não receberão herança alguma entre
os israelitas. Em vez disso, dou como herança aos levitas os dízimos que
os israelitas apresentarem como contribuição ao Senhor. É por isso que
eu disse que eles não teriam herança alguma entre os israelitas. O Senhor
disse depois a Moisés: Diga o seguinte aos levitas: Quando receberem dos
israelitas o dízimo que lhes dou como herança, vocês deverão apresentar
um décimo daquele dízimo como contribuição pertencente ao Senhor”.

160
MÓDULO 2 CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL

OBS.: Levitas não é quem canta ou toca ou que fazem parte do ministério
de louvor. Mas todos os descendentes da tribo de Levi. Eram os responsá-
veis por todo o trabalho na casa do Senhor: limpar, recepcionar, deixar a
tenda da revelação em plena ordem, cabendo a Arão e seus filhos a parte
dos sacrifícios. Os levitas não teriam herança, uma porção de terra, pois o
próprio Deus seria a sua herança.

OBS: Os dízimos eram uma oferta e os levitas também tinham que ofertar
com seus dízimos, seria o dízimo dos dízimos e esta oferta era dirigida a
Arão e seus filhos.

A diferença básica entre o dízimo do Velho para


o Novo Testamento é que no Velho o povo era
obrigado a dar voluntariamente e no Novo não.

1. O Dízimo

Na Nova Aliança, dizimamos como Abraão. Ele dizimou pelo menos 430
anos antes da Lei. Quando Abraão voltou da guerra e foi resgatar seu sobri-
nho Ló, ele deu dízimo de tudo a Melquisedeque.

A única coisa que Melquisedeque fez foi aparecer, pegar o dinheiro e sumir.
Ele é tão famoso, mas tente se lembrar de pelo menos 3 feitos dele? Não
tem. O dízimo que Abraão deu foi antes da Lei, ele não era obrigado a fa-
zer isso, como não somos hoje, mas ele o fez por devoção (Abraão, Izaque,
Jacó). O dízimo não foi criado na Lei. Muito provavelmente o dízimo era
ensinado de pai para filho por gerações e, portanto, veio de Abraão até nós
nos dias de hoje. Melquisedeque só é compreendido plenamente no Novo
testamento, pois no Velho testamento só temos 4 versículos que falam dele
(Gn 14. 18-20; Sl 110.4).

161
CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL MÓDULO 2

Hb 7.1-17: “Esse Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus


Altíssimo, encontrou-se com Abraão quando este voltava, depois de der-
rotar os reis, e o abençoou; e Abraão lhe deu o dízimo de tudo. Em pri-
meiro lugar, seu nome signifi ca “rei de justiça”; depois, “rei de Salém” quer
dizer “rei de paz”. Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípio de
dias nem fi m de vida, feito semelhante ao Filho de Deus, ele permanece
sacerdote para sempre. Considerem a grandeza desse homem: até mesmo
o patriarca Abraão lhe deu o dízimo dos despojos! A lei requer dos sacer-
dotes dentre os descendentes de Levi que recebam o dízimo do povo, isto
é, dos seus irmãos, embora estes sejam descendentes de Abraão. Este
homem, porém, que não pertencia à linhagem de Levi, recebeu os dízimos
de Abraão e abençoou aquele que tinha as promessas. Sem dúvida algu-
ma, o inferior é abençoado pelo superior. No primeiro caso, quem recebe
o dízimo são homens mortais; no outro caso é aquele de quem se declara
que vive. Pode-se até dizer que Levi, que recebe os dízimos, entregou-
-os por meio de Abraão, pois, quando Melquisedeque se encontrou com
Abraão, Levi ainda estava no corpo do seu antepassado. Se fosse possível
alcançar a perfeição por meio do sacerdócio levítico ( pois em sua vigência
o povo recebeu a lei ), por que haveria ainda necessidade de se levantar
outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e não de Arão? Pois
quando há mudança de sacerdócio, é necessário que haja mudança de
lei. Ora, aquele de quem se dizem estas coisas pertencia a outra tribo, da
qual ninguém jamais havia servido diante do altar, pois é evidente que o
nosso Senhor descende de Judá, tribo da qual Moisés nada fala quanto a
sacerdócio. O que acabamos de dizer fi ca ainda mais claro, quando apa-
rece outro sacerdote semelhante a Melquisedeque, alguém que se tornou
sacerdote, não por regras relativas à linhagem, mas segundo o poder de
uma vida indestrutível. Pois sobre ele é afi rmado: “Tu és sacerdote para
sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”.

“Na terra são homens que recebem, mas no céu é Deus”.

162
MÓDULO 2 CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL

1Co 9.1-12: “Não sou livre? Não sou apóstolo? Não vi Jesus, nosso
Senhor? Não são vocês resultado do meu trabalho no Senhor? Ainda que
eu não seja apóstolo para outros, certamente o sou para vocês! Pois vo-
cês são o selo do meu apostolado no Senhor. Esta é minha defesa diante
daqueles que me julgam. Não temos nós o direito de comer e beber? Não
temos nós o direito de levar conosco uma esposa crente como fazem os
outros apóstolos, os irmãos do Senhor e Pedro? Ou será que apenas eu e
Barnabé não temos o direito de deixar de trabalhar para termos sustento?
Quem serve como soldado às suas próprias custas? Quem planta uma vi-
nha e não come do seu fruto? Quem apascenta um rebanho e não bebe do
seu leite? Não digo isso do ponto de vista meramente humano; a Lei não
diz a mesma coisa? Pois está escrito na Lei de Moisés: “Não amordace o
boi enquanto ele estiver debulhando o cereal”. Por acaso é com bois que
Deus está preocupado? Não é certamente por nossa causa que ele o diz?
Sim, isso foi escrito em nosso favor. Porque “o lavrador quando ara e o
debulhador quando debulha, devem fazê-lo na esperança de participar
da colheita”. Se entre vocês semeamos coisas espirituais, seria demais
colhermos de vocês coisas materiais? Se outros têm direito de ser sus-
tentados por vocês, não o temos nós ainda mais? Mas nós nunca usamos
desse direito. Pelo contrário, suportamos tudo para não colocar obstáculo
algum ao evangelho de Cristo”.

Esse é um dos melhores textos do Novo Testamento que versam sobre dízi-
mos. Trata-se de uma defesa de Paulo aos coríntios. Na carta aos coríntios
ele fala de vários assuntos. E no capítulo 9 ele trata especificamente sobre
sua indignação com eles por não contribuírem fi nanceiramente.

a) A legalidade em ser sustentado pelos dízimos

1Co 9.13-14: “Vocês não sabem que aqueles que trabalham no templo
alimentam-se das coisas do templo, e que os que servem diante do altar
participam do que é oferecido no altar? Da mesma forma o Senhor orde-
nou àqueles que pregam o evangelho, que vivam do evangelho”.

Nesses dois versos Paulo trata da justificativa da entrega dos dízimos por
parte dos coríntios e o recebimento por ele (Paulo) ou por outro ministério
qualquer que trabalhe por tempo integral (Apóstolos, Profetas, Pastores,
Mestres e Evangelistas). Paulo faz uma revelação da vontade de Jesus
quanto a quem prega o evangelho, que viva do evangelho. Segundo Paulo o
próprio Jesus havia dito isso. Em 1 Coríntios 9, Paulo faz referência a Nm 18:

163
CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL MÓDULO 2

“Vocês não sabem...”. Paulo está fazendo uma pergunta retórica. Não é uma
revelação exclusiva de Paulo, é um conhecimento público! Todos deveriam
conhecer.

Nm 18.21-26: “Dou aos levitas todos os dízimos em Israel como retribui-


ção pelo trabalho que fazem ao servirem na Tenda do Encontro. De agora
em diante os israelitas não poderão aproximar-se da Tenda do Encontro,
caso contrário, sofrerão as consequências do seu pecado e morrerão. É
dever dos levitas fazer o trabalho na Tenda do Encontro e assumir a res-
ponsabilidade pelas ofensas contra ela. Este é um decreto perpétuo pelas
suas gerações. Eles não receberão herança alguma entre os israelitas. Em
vez disso, dou como herança aos levitas os dízimos que os israelitas apre-
sentarem como contribuição ao Senhor. É por isso que eu disse que eles
não teriam herança alguma entre os israelitas”. O Senhor disse depois a
Moisés: “Diga o seguinte aos levitas: Quando receberem dos israelitas o
dízimo que lhes dou como herança, vocês deverão apresentar um décimo
daquele dízimo como contribuição pertencente ao Senhor”.

Nesse texto ele fala 5 vezes da herança dos ministros, 3 vezes do serviço
que fazia com que eles merecessem a herança e 2 vezes que o dízimo deve
ser dado como oferta, ou seja, voluntariamente. Os levitas não podiam ter
outra fonte de renda, pois tinham que confiar na generosidade do povo de
Deus. Nós não saímos da Lei para ficarmos sem Lei. O que aconteceu na
Nova Aliança é que a Lei saiu das taboas de pedra e foram escritas em nos-
sos corações. Não estamos sem Lei para com Deus, mas estamos debaixo
da Lei de Cristo.

“Temos uma Lei, que é a principal: a Lei da liberdade!”.

A Bíblia não fala contra a Lei, mas contra quem não cumpre a Lei. A Lei de
Moisés foi consumada em Cristo na cruz, mas as verdades, a essência da Lei
continua sendo vivida na Nova Aliança: Não matarás, Não roubarás, honra a
teu pai e a tua mãe. Paulo está falando no Novo Testamento a respeito dos
dízimos da mesma forma que era falado no Velho Testamento.

• Partilhar os bens materiais com quem proporciona os espirituais

164
MÓDULO 2 CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL

Rm 15.26-27: “Pois a Macedônia e a Acaia tiveram a alegria de contri-


buir para os pobres dentre os santos de Jerusalém. Eles tiveram prazer
nisso, e de fato são devedores a eles. Pois se os gentios participaram das
bênçãos espirituais dos judeus, devem também servir aos judeus com
seus bens materiais”.

Os crentes da macedônia são devedores dos crestes de Jerusalém, pois eles


se tornaram participantes dos valores espirituais dos judeus. Paulo mantém
o princípio da troca dos bens espirituais pelos materiais.

Gl 6.6: “O que está sendo instruído na palavra partilhe todas as coisas


boas com quem o instrui”.

Para Paulo era normal você abençoar materialmente quem te instrui


espiritualmente.

Rm 13.5-6: “Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades,


não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por
questão de consciência. É por isso também que vocês pagam imposto, pois
as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho”.

Esse texto embora trate de outro contexto, utiliza o mesmo princípio. Paulo
faz um paralelo. Se Jesus disse que quem prega o evangelho que viva dele e
sabendo que Jesus vivia o que ensinava é de se esperar que em algum mo-
mento de sua vida ele deixa a marcenaria e viva das ofertas. Jesus tinha uma
bolsa de dinheiro, Ele sustentava 12 discípulos, pois recebia muitas ofertas.

b) Jesus era sustentado por quem contribuía

A música cantada no Natal nos faz ter uma concepção equivocada da con-
dição financeira de Jesus: “Pobrezinho nasceu em Belém”.

Desde o nascimento de Jesus, Deus mandou reis O presentearem. Ele nunca


passou necessidade financeira. Se o dinheiro acabasse Jesus sabia que até
da boca de um peixe sairia o dinheiro.

Lc 8.1-3: “Depois disso Jesus ia passando pelas cidades e povoados pro-


clamando as boas novas do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele, e
também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e
doenças: Maria, chamada Madalena, de quem haviam saído sete demônios;
Joana, mulher de Cuza, administrador da casa de Herodes; Susana e muitas
outras. Essas mulheres ajudavam a sustentá-los com os seus bens”.

165
CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL MÓDULO 2

Várias mulheres ricas abençoaram o ministério de Jesus. Se não fosse as-


sim como Ele sairia de cidade em cidade levando consigo 12 homens?

A igreja está aqui por causa de homens fiéis que ofertam e dizimam, que se
permitem ser guiados por Deus nessa área.

Por que Deus não manda dinheiro do céu?

Deus até poderia mandar esse dinheiro, mas percebemos que Deus trabalha
através de corações generosos que deixam influenciar pelos mandamentos
de Deus.

c) O motivo de entregar os dízimos

2Co 9.7: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com
tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”.

Embora o versículo supracitado esteja relacionado à ofertas, princípio é o


mesmo: se faz algo para Deus, precisa necessariamente ser com um cora-
ção voluntarioso.

O motivo pelo qual um filho de Deus entrega os dízimos deve ser porque
acredita que Deus é quem supre todas as suas necessidades e tem suprido
tudo de verdade, logo, seu coração se torna agradecido a Deus e o sinal de
agradecimento é externado com a entrega voluntária da décima parte de
sua renda.

Este motivo não é o único, além desse, existem outros princípios que o filho
de Deus deve se guiar como o fato de ser nova criatura e querer ver o cres-
cimento do Reino de Deus, porque ouviu o chamado do Espírito Santo, tem
recebido d’Ele ensinamento, conselho, crescimento espiritual.

Quando somos generosos, doamos, abençoamos, além de nos prote-


ger da avareza, da ganância por nos desprendermos periodicamente de
um valor proporcional ao que Deus nos dá força para conseguir, contri-
buímos para o crescimento do Reino de Deus! Quando ofertamos pela
motivação certa, não para receber algo em troca, mas porque amamos
o Senhor, nos interessamos pela sua obra... a Bíblia diz que o Senhor
suprirá todas as nossas necessidades em glória!

166
MÓDULO 2 CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL

Se você estiver dando porque quer receber algo em troca, então é melhor
não dar. Não precisa. Você vai perder seu tempo. Quer receber seu dinhei-
ro de volta? Invista na bolsa de valores, empreste a alguém com juros. Se
der na igreja não, espere receber nada em troca, faz por amor ao Reino e
com intuito de patrocinar o evangelho. Esse deve ser o sentimento.

2. A Oferta

2Co 9.7: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com
tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”.

Quando relacionamos os assuntos dízimos e ofertas, uma coisa necessita


ser esclarecida: o dízimo é estipulado o percentual que o cristão irá entre-
gar: a décima parte; A oferta, porém, não está relacionado a um percentual
determinado, e sim, com a disponibilidade de seu coração em dar.

a) A oferta da viúva

Lc 21.1-4: “Jesus viu algumas pessoas ricas colocando suas ofertas na


caixa de contribuições do templo. Viu também uma viúva pobre colocando
lá duas moedas pequenas.  Então, disse: —Digo a verdade a vocês: Esta
viúva pobre deu mais do que todos os outros.  Todas as outras pessoas
fi zeram as suas ofertas dando do dinheiro que tinham sobrando; ela, po-
rém, na sua pobreza, deu tudo o que tinha para viver”.

No episódio descrito em Lc 21.1-4 é explorada exatamente a quantidade de


dinheiro doado no momento do ofertório. Dois opostos aparecem na nar-
rativa, ricos e uma viúva muito pobre. Ao ofertarem, os ricos tiram de suas
finanças valores vultosos e com certeza vultosos o bastante para chama-
rem a atenção do povo, assim como chamou a atenção de Jesus. Mas assim
como no antigo testamento as ofertas alçadas ao tabernáculo eram ofertas
voluntariosas, assim continuavam a ser nos tempos de Jesus.

A viúva, uma mulher paupérrima, desembolsa daquilo que não tinha, tudo
o que possuía e põe no gazofilácio. Este ato chamou a atenção do mestre
Jesus, pois, os fariseus se orgulhavam em público de serem ofertantes, e de
outras obras mais; No entanto, Jesus já havia repreendido alguns fariseus
pelo fato de que com a boca o honravam, mas em seus corações não havia
temor ao Senhor.

167
CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL MÓDULO 2

A viúva ao se achegar para ofertar, ela primeiramente já havia ofertado em


seu coração, e essa oferta é a requerida por Deus em qualquer situação.

Em continuidade a esse assunto, reflita a respeito dessa passagem, de como


Davi e seus liderados ofertaram de forma generosa ao Senhor, com um co-
ração voluntarioso.

1Cr 29.1-15: “Então o rei Davi disse a toda a assembleia: Meu fi lho
Salomão, e só ele, foi quem Deus escolheu. Mas ele é jovem e inexperiente
e a tarefa é grande, pois o palácio não será feito para homens, mas para o
Senhor Deus. Forneci grande quantidade de recursos para o trabalho do
templo do meu Deus: ouro, prata, bronze, ferro e madeira, bem como ônix
para os engastes, e ainda turquesas, pedras de várias cores e todo tipo
de pedras preciosas, e mármore. Além disso, pelo meu amor ao templo do
meu Deus, agora entrego das minhas próprias riquezas, ouro e prata para
o templo do meu Deus, além de tudo o que já tenho dado para este santo
templo. Ofereço, pois, cento e cinco toneladas de ouro puro de Ofi r e du-
zentos e quarenta e cinco toneladas de prata refi nada, para o revestimen-
to das paredes do templo, para o trabalho em ouro e em prata, e para todo
o trabalho dos artesãos. Agora, quem hoje está disposto a ofertar dádivas
ao Senhor? Então os chefes das famílias, os líderes das tribos de Israel, os
comandantes de mil e de cem, e os ofi ciais encarregados do trabalho do
rei ofertaram espontaneamente. Para a obra do templo de Deus eles de-
ram cento e setenta e cinco toneladas de ouro e dez mil moedas de ouro,
trezentas e cinquenta toneladas de prata, seiscentas e trinta toneladas
de bronze e três mil e quinhentas toneladas de ferro. Quem tinha pedras
preciosas deu-as para o depósito dos tesouros do templo do Senhor, cujo
responsável era Jeiel, o gersonita. O povo alegrou-se diante da atitude
de seus líderes, pois fi zeram essas ofertas voluntariamente e de coração
íntegro ao Senhor. E o rei Davi também encheu-se de alegria. Davi lou-
vou o Senhor na presença de toda a assembleia, dizendo: Bendito sejas,
ó Senhor, Deus de Israel, nosso pai, de eternidade a eternidade. Teus, ó
Senhor, são a grandeza, o poder, a glória, a majestade e o esplendor, pois
tudo o que há nos céus e na terra é teu. Teu, ó Senhor, é o reino; tu estás
acima de tudo. A riqueza e a honra vêm de ti; tu dominas sobre todas as
coisas. Nas tuas mãos estão a força e o poder para exaltar e dar força a
todos. Agora, nosso Deus, damos-te graças, e louvamos o teu glorioso
nome. Mas quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos
contribuir tão generosamente como fizemos? Tudo vem de ti, e nós ape-
nas te demos o que vem das tuas mãos. Diante de ti somos estrangeiros
e forasteiros, como os nossos antepassados. Os nossos dias na terra são
como uma sombra, sem esperança.

168
MÓDULO 2 CAPÍTULO 3 - DINHEIRO: UM ASSUNTO ESPIRITUAL

1Cr 29.16-17: “Ó Senhor, nosso Deus, toda essa riqueza que ofertamos
para construir um templo em honra do teu santo nome vem das tuas mãos,
e toda ela pertence a ti. Sei, ó meu Deus, que sondas o coração e que te
agradas com a integridade. Tudo o que dei foi espontaneamente e com
integridade de coração. E agora vi com alegria com quanta disposição o
teu povo, que aqui está, tem contribuído. Ele [Davi] reinou quarenta anos
em Israel: sete anos em Hebrom e trinta e três em Jerusalém. Morreu em
boa velhice, tendo desfrutado vida longa, riqueza e honra”.

c) Qual o valor deve ser ofertado?

2Co 9.7: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com
tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”.

O valor é o proposto em seu coração, e desde que não haja pesar e tristeza
na hora de contribuir, pois Deus ama quem dá com alegria. Em nenhum
momento é estipulado o percentual monetário a ser ofertado como manda-
mento, o princípio da oferta no Reino de Deus sempre foi e sempre será o
da voluntariedade. Quando um filho de Deus crê nos princípios cristãos, sua
crença deve leva-lo à revelação que a área financeira também necessita de
um coração aberto da mesma forma que foi preciso para a salvação.

d) As ofertas são para Deus

Fl 4.18-19: “Recebi tudo, e o que tenho é mais que sufi ciente. Estou am-
plamente suprido, agora que recebi de Epafrodito os donativos que vocês
enviaram. Elas são uma oferta de aroma suave, um sacrifício aceitável e
agradável a Deus. O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de
acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus”.

Paulo deixa claro que as ofertas foram para ele. Mas em seguida diz que
Deus recebeu a oferta. A oferta foi dada a Paulo, mas Deus toma como pes-
soal e disse que ele supriria todas as necessidades do ofertante.

Em todas as ocasiões em que os filhos de Deus vão ofertar algo, existe a ne-
cessidade de estar enraizado em seu espírito o princípio de que a oferta não
está sendo feita para o homem e sim para Deus. Ainda que tal homem ve-
nha escandalizar o nome de Jesus Cristo posteriormente, o coração do filho
doador precisa ser firmado na verdade de que seu ato voluntarioso não foi
feito baseado na crença de que Deus é quem recebe os valores ali ofertados.

169
CAPÍTULO 4 - A NOVA ALIANÇA MÓDULO 2

A nova aliança
Jr 31. 31-34: “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança
nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança
que fi z com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da
terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os
haver desposado, diz o Senhor. Mas esta é a aliança que farei com a casa
de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu in-
terior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão
o meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um
a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão,
desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a
sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”.

I) INTRODUÇÃO

Deus criou o homem de forma única soprando do seu próprio Espirito. Com
isso, a humanidade obteve uma natureza divina, uma ligação com Deus sin-
gular, que diferenciava até da dos anjos. No entanto, o homem desobedece
a Deus e a consequência foi um distanciamento, mudança de natureza e
mergulho nas trevas. Com o intuito de reconciliar o homem a Si, Deus arqui-
teta o plano da salvação do homem, uma operação que envolveria a morte
de Seu próprio filho.

E no Seu plano, ficou estabelecido que ainda na Terra o homem seria re-
generado no espírito e passaria da morte para a vida, e esse período ficou
conhecido como A NOVA ALIANÇA.

II) PERÍODOS ATÉ A NOVA ALIANÇA

Objetivando uma melhor compreensão do período que o homem percorreu


com sua natureza caída até ser regenerado através do sacrifício de Jesus
Cristo na cruz do calvário, utilizaremos de alguns termos como dispensa-
ções ou alianças que ajudam a compreender melhor.

O termo Dispensação significa um período de tempo em que o individuo


é experimentado quanto a sua obediência a alguma revelação especial da
vontade de Deus (1Co 9.17; Ef 1.10; 3.2; 1Co 1.25).

170
MÓDULO 2 CAPÍTULO 4 - A NOVA ALIANÇA

O termo Aliança, Pacto ou Concerto ocorre com frequência tanto no Novo


quanto no Antigo Testamento e é utilizado para indicar o relacionamento
entre Deus e os homens (Jr 33.20,25), entre os homens (Gn 21.22-32) e
entre nações (Ex 34.12,15). É empregado para coisas temporais e eternas.

Uma Aliança condicional tem seu acontecimento futuro e incerto, pois a


efi cácia da aliança depende do comportamento das partes, como sabemos
que Deus vela por sua palavra para cumprir, fi ca então a observância do
cumprimento por parte do homem. Nesta aliança, algumas obrigações ou
condições devem ser satisfeitas pelo homem antes que tenha que cumprir
o que prometeu.

Já na Aliança Incondicional, o acontecimento é futuro e certo. O cumpri-


mento do acordado depende exclusivamente daquele que propôs a aliança,
Deus; portanto, o que foi prometido é soberanamente concedido com base
na autoridade e integridade de Deus.

A seguir, foram detalhados alguns períodos que entendemos serem impor-


tantes, ainda que possa haver outros, até o cumprimento da promessa de
instituir A Nova Aliança:

• Dispensação da Inocência / Aliança Edênica - Em Gn 1.28, O homem


foi colocado em um ambiente perfeito, sujeito a uma lei simples e adverti-
do das consequências da desobediência. Nesta Dispensação, que foi da
criação até o primeiro pecado, ou seja, a expulsão do homem do jardim do
Éden. O homem tinha uma perfeita comunhão com Deus e foi dotado de
inteligência perfeita e capacidade para poder administrar o mundo. Nesta
dispensação foi feita a promessa escatológica da destruição de Satanás (Gn
3.15). Foi firmada com o homem no Éden e condicionou a vida humana no
estado de inocência;

• Dispensação da Consciência / Aliança Adâmica - A Segunda Dispen-


sação que foi de Adão ao Dilúvio, abrangendo um período de aproximada-
mente 1656 anos. Ao ser expulso do Éden, o homem passou a experimentar
o bem e o mal, sua consciência foi despertada. A Aliança Adâmica incluía as
maldições proferidas contra a humanidade por causa do pecado de Adão e
Eva, assim como a provisão de Deus para esse pecado (Gn 3.15). Foi nessa
aliança que Deus apresenta pela primeira vez a promessa de um Redentor;

• Dispensação do Governo Humano / Aliança Noética - Esta Dispensa-


ção, foi do dilúvio até o chamado de Abraão, envolvendo um período 427
anos. Foi nessa dispensação que o homem começou a se organizar em so-

171
CAPÍTULO 4 - A NOVA ALIANÇA MÓDULO 2

ciedades (Babel, Assur, Mizraim), prevalecendo a lei do mais forte. Foi uma
aliança incondicional entre Deus e Noé (especificamente) e Deus e a hu-
manidade (em geral). Depois do dilúvio, Deus prometeu à humanidade que
nunca mais destruiria toda a vida na Terra com um dilúvio (Gn 9). Deus deu
o arco-íris como sinal da aliança, a promessa de que toda a terra nunca mais
teria um dilúvio e um lembrete de que Deus pode e vai julgar o pecado (2
Pe 2.5).

• Dispensação Patriarcal / Aliança Abraâmica - A duração desta Dis-


pensação foi de 430 anos, considerada também a Dispensação da Promes-
sa, que terminou quando Israel tão facilmente aceitou a Lei de Moisés, Ex
19.8. Começa aqui a História da Redenção. Dela surge uma ideia vaga pelo
tempo, Gn 3.15. Agora, 1963 anos após a criação e a queda do homem, ou
seja, 427 anos após o Dilúvio, num mundo que desenfreadamente aderiu-
-se a idolatria e a maldade. Foi aí que houve por objetivo a recuperação e a
redenção do gênero humano.
Neste pacto, Deus prometeu muitas coisas para Abraão. Ele pessoalmente
prometeu que faria o nome de Abraão grande (Gn 12.2), que Abraão teria
inúmeros descendentes físicos (Gn 13.16), e que ele seria o pai de uma
multidão de nações (Gn 17.4-5). Deus também fez promessas a respeito de
uma nação chamada Israel. Na verdade, os limites geográficos da aliança
com Abraão são mencionados em mais de uma ocasião no livro de Gênesis
(Gn 12.7; 13.14-15; 15.18-21). Uma outra provisão na Aliança Abraâmica
é que as famílias do mundo seriam abençoadas através da linhagem física
de Abraão (Gn 12.3; 22.18). Esta é uma referência ao Messias, que viria da
linhagem de Abraão.

• Dispensação da Lei / Aliança Mosaica - A Dispensação da Lei teve uma


duração de 1430 anos: do Êxodo do Egito até a Crucificação de Cristo. A
Aliança Mosaica era uma aliança condicional que ou trazia bênção direta de
Deus pela obediência ou maldição direta de Deus pela desobediência sobre
a nação de Israel.

Uma parte da Aliança Mosaica (Ex 20) eram os Dez Mandamentos e o resto
da Lei, que continha mais de 600 comandos, cerca de 300 negativos e 300
positivos. A Lei apresentava aspecto Moral, Civil e Cerimonial ou Religioso.
Ela tinha dois propósitos: Aumentar a consciência do pecado e conduzir o
homem a Cristo.

172
MÓDULO 2 CAPÍTULO 4 - A NOVA ALIANÇA

• Dispensação da Graça / A Nova Aliança - Também chamada de Dis-


pensação Eclesiástica. A palavra-chave é: Graça. Sua duração começa com
a crucificação de Cristo e vai até a sua segunda vinda (o Arrebatamento). A
Nova Aliança é um pacto feito primeiro com a nação de Israel e, no fi m das
contas, com toda a humanidade. Na Nova Aliança, Deus promete perdoar os
pecados, transformar nosso coração de pedra em carne, derramar o Espírito
sobre toda a carne e haverá um conhecimento universal do Senhor. Estamos
vivendo sob essa Aliança, portanto será ela que estudaremos a fundo nessa
aula.

• Dispensação do Reino - Também chamado de Dispensação do Governo


Divino, será o governo teocrático novamente na Terra, em que o próprio
Cristo reinará por mil anos, juntamente com a igreja triunfante.
Sua duração, o próprio título indica, terá mil anos, seu início se dará com
a manifestação de Cristo na segunda etapa de sua segunda vinda a terra
(Arrebatamento), Ap 19.11-21, e fi ndará com a instalação do grande Trono
Branco, Ap 20.11-15.

• Aliança Milênica - O plano redentor de Deus para com o homem termina


com o cumprimento dos mil anos de paz sobre a Terra, que serão seguidos
do Juízo Final e a volta à eternidade.

III) A NOVA ALIANÇA

Jr 31. 31-34: “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança
nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança
que fi z com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da
terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os
haver desposado, diz o Senhor. Mas esta é a aliança que farei com a casa
de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu in-
terior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão
o meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um
a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão,
desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a
sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”.

Quando Deus institui a lei para o povo de Israel, foi no intuito de preparar
a chegada da Nova Aliança. A lei é a sombra do que viria, a Graça. Sendo
assim, Deus objetivava trazer o homem para uma condição única.

173
CAPÍTULO 4 - A NOVA ALIANÇA MÓDULO 2

Hb 8.6-13: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente,


quanto é mediador de uma melhor aliança que está confi rmada em
melhores promessas. Porque, se aquela primeira fora irrepreensível,
nunca se teria buscado lugar para a segunda. Porque, repreendendo-os,
lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, Em que com a casa de Israel e
com a casa de Judá estabelecerei uma nova aliança, n ão segundo a alian-
ça que fiz com seus pais No dia em que os tomei pela mão, para os tirar da
terra do Egito; Como não permaneceram naquela minha aliança, Eu para
eles não atentei, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que depois daqueles
dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei as minhas leis no seu
entendimento, E em seu coração as escreverei; E eu lhes serei por Deus, E
eles me serão por povo; e não ensinará cada um a seu próximo, Nem cada
um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhece-
rão, Desde o menor deles até ao maior. Porque serei misericordioso para
com suas iniquidades, E de seus pecados e de suas prevaricações não me
lembrarei mais. Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o
que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar”.

1. Tínhamos uma natureza pecaminosa

1Co 15. 21-22: “Visto que a morte veio por meio de um só homem, também
a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. Pois da mesma
forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivifi cados”.

Rm 5.12-14: “Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mun-


do por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a
todos os homens, porque todos pecaram; pois antes de ser dada a lei, o
pecado já estava no mundo. Mas o pecado não é levado em conta quando
não existe lei. Todavia, a morte reinou desde o tempo de Adão até o de
Moisés, mesmo sobre aqueles que não cometeram pecado semelhante à
transgressão de Adão, o qual era um tipo daquele que haveria de vir”.

Deus arquitetou regenerar o homem, reconciliando-o consigo mesmo (2Co


5.18) e uma das primeiras coisas foi transformar a natureza caída do ho-
mem, dando-lhe a natureza novamente de Deus, isso porque o homem se
encontrava em um condição deplorável, e ainda se encontra todos aqueles
que não reconhecem jesus como Senhor.

A herança espiritual do homem em Adão foi a natureza pecaminosa (morte).


Adão e Eva foram os responsáveis por transferir a natureza caída que ad-

174
MÓDULO 2 CAPÍTULO 4 - A NOVA ALIANÇA

quiriram ao desobedecerem ao senhor.

Essa natureza pecaminosa nos distanciava de Deus, e não fomos criados


para vivermos distantes de Deus; e quanto mais distantes ficamos, mais
características opostas a Deus adquirimos. Relacionamos a seguir alguns
pontos da posição que homem sem Deus, sem ser regenerado, ocupa:

• Por natureza filhos das trevas - Ef 2. 1-3: “Éramos por natureza filhos
da ira”, (eufemismo para filho do diabo). O destino da natureza pecaminosa
é o Hades (separação de Deus). Quem morre fisicamente, com a natureza
pecaminosa vai viver longe de Deus no Hades.

• Estão nas trevas – Cl 1.13 – A carta de Paulo a condição do homem an-


tes de ser transportados para o reino de Cristo, estão nas trevas;

Vive de acordo com a vaidade dos seus próprios pensamentos – Ef 4.18:


“entenebrecidos no seu próprio entendimento,,,”. Somos seres inteligen-
tes, mas nossa vida depende de um comando do Espírito Santo (Rm 8.14),
quando vivemos de acordo com nossos próprios interesses, mostramos que
estamos distantes de Deus;

• Dominados pelo pecado – Rm 6.14: “O pecado não terá domínio sobre


vós...” – Ocorre que essa verdade é para aqueles que estão em Cristo Jesus.
Obviamente, quem não está, acontece o oposto – o pecado terá o domínio;

• Condenados à morte – 2Ts 1.7-9: “E a vós, que sois atribulados, des-


canso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os
anjos do seu poder, Com labareda de fogo, tomando vingança dos que não
conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor
Jesus Cristo; Os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, longe da face
do Senhor e da glória do seu poder” – Existe um juízo para todos, os que
estão com Deus e para os que não estão.

175
CAPÍTULO 4 - A NOVA ALIANÇA MÓDULO 2

2. O sacrifício Necessário para a Nova Aliança

Hb 10.1-12: “Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a ima-
gem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continua-
mente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.
Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purifi cados uma
vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado. Nesses
sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados, Porque é
impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados. Por isso,
entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, Mas corpo me
preparaste; Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram.
Então disse: Eis aqui venho(No princípio do livro está escrito de mim),Para
fazer, ó Deus, a tua vontade. Como acima diz: Sacrifício e oferta, e ho-
locaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os
quais se oferecem segundo a lei). Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó
Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual
vontade temos sido santifi cados pela oblação do corpo de Jesus Cristo,
feita uma vez. E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e
oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar
os pecados; Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício
pelos pecados, está assentado à destra de Deus”.

O homem com sua natureza pecaminosa necessitava oferecer sacrifícios


por seus pecados, sacrifícios esses que não removiam o pecado – Hb 10.4:
“Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados”
Hb 10:11: “E assim todo sacerdote aparece cada dia, ministrando e ofere-
cendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados”
– Era necessário um outro sacrifício, o próprio fi lho de Deus.

Jo 3.16: “porque Deus deu o seu único fi lho...”

Is 53.10: “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quan-


do a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade,
prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão”.

O plano de Deus para ser concretizado, precisava de um sacrifício e Jesus


Cristo se ofereceu para levar sobre si todo o pecado do homem. Nada do
que o homem fizesse seria suficiente para reverter sua condição, a única
saída: o sangue puro de Cristo, sem pecado.

176
MÓDULO 2 CAPÍTULO 4 - A NOVA ALIANÇA

Hb 9.14: “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se


ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purifi cará as vossas consciências
das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?”

Jo 1.29: João Batista faz uma declaração comum de um sacerdote durante o


sacrifício de um animal: “Eis o cordeiro do ... nome da pessoa ... que encobre
os pecados da sua família”.

• Jesus assumir a forma de Homem (Fl 2.6-7);

• Levar sobre si os nossos pecados (1Pe 2.24; Is 53.5, 7, 9, 12);

• Morrer na cruz em nosso lugar (Sl 31.5; Hb 7.27);

• Ir ao inferno em nosso lugar (Ef 4. 9-10);

• Vencer, com isso, a morte e o pecado (Ap 1. 18);

• Jesus Cristo se torna pecado por nós – 2Co 5.21a: “Aquele que não co-
nheceu pecado, o fez pecado por nós...”;

• Jesus carregou sobre si os nossos pecados – Is 53.

• Ressuscitar como o primogênito, ou seja, o primeiro com essa nova na-


tureza (Cl 1. 18).

• Finalmente restaurar nosso acesso ao Pai (Hb 10. 19-22).

Resumindo: Cl 1.13-20: “Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos
transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção,
a saber, o perdão dos pecados. Ele é a imagem do Deus invisível, o primo-
gênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e
na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou
autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de
todas as coisas, e nele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja;
é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a
supremacia. Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude,
e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão
na terra quanto as que estão no céu, estabelecendo a paz pelo seu sangue
derramado na cruz”.

177
CAPÍTULO 4 - A NOVA ALIANÇA MÓDULO 2

3. O Novo Nascimento

Jo 3.3-7: “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo


que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode,
porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nas-
cer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é
nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te
maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo”.

1Pe 1.23: “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da


incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre”.

Uma mudança de natureza era necessária, o homem precisa recuperar a


vida de Deus que havia perdido, e necessário era nascer de novo, não na
carne, mas no espírito. O novo nascimento é receber a própria vida de Deus,
tendo seus pecados perdoados, e sendo reconciliado com Deus. O homem
em fi na comunhão com Deus novamente.

Desde a criação da humanidade a intenção de Deus era de se relacionar


conosco (Gn 3. 8)! Por isso, nos fez diferente de toda sua criação anterior,
fomos feito conforme sua imagem e semelhança (Gn 1. 26)! Agora, nascidos
de novo do Espírito e justificados temos paz com Deus (Rm 5.1).

a) O novo nascimento é no espírito

Esse novo nascimento acontece no espírito. Como bem explicou Jesus a


Nicodemos, não é um nascimento natural, da carne, mas sim um nascimento
no espírito do homem. Sabemos que o homem é um ser trino, espírito, alma
e corpo (1Ts 5.23). A alma do homem não nasce de novo, e nem seu corpo,
mas somente seu espírito e somos gerados novamente pelo Espírito Santo.

178
MÓDULO 2 CAPÍTULO 4 - A NOVA ALIANÇA

Rm 8.9-11: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que


o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de
Cristo, esse tal não é dele. E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade,
está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça.
E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita
em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivifi -
cará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita”.

b) Recebemos a Vida de Deus

Jo 10:10b: “eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância”.

No original grego, a palavra vida de João 10.10 não se refere a uma vida
biológica; Mas sim, uma vida de Deus. Então, quando Jesus afirmou que veio
dar vida, Ele está dizendo que veio dar a própria vida de Deus ao homem,
transformando sua natureza pecaminosa em uma natureza divina.

A transformação acontece no espírito do homem, que passa a ser santuário


do Deus altíssimo. Sendo agora templo do Espírito Santo (1Co 6.19).

c) O Arrependimento

Para que o pecador encontre a transformação de sua natureza é necessário


um arrependimento de seus pecados. Quando Pedro pregou em Jerusalém,
no histórico acontecimento do pentecoste, os pecadores, constrangidos em
seus corações indagaram sobre o que fazer e Pedro respondeu a respeito
do arrependomento.

At 2.37-38: “E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e per-


guntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos?
E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em
nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do
Espírito Santo”.

Mc 16.15-16: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho


a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer
será condenado”.

179
CAPÍTULO 4 - A NOVA ALIANÇA MÓDULO 2

4. Uma Nova Vida

2Co 5.17: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas
velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.

Todo aquele que reconhece Jesus como Senhor e se arrepende de seus pe-
cados, tem sua natureza transformada, recebe a vida de Deus, e passa ser
habitação de Deus. Em outras palavras, se torna uma nova criatura. Quando
analisamos a carta aos coríntios, e procuramos no original buscar a essência
do vocábulo utilizado para o termo nova criatura, percebemos que se trata
de algo que nunca existiu anteriormente.

Ou seja, Deus cria algo novo dentro de nós, movendo tudo o que não pres-
tava, e de fato recebemos um espírito novo.

Ez 36.26-27: “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um


espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um
coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis
nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis”.

5. Benefícios da Nova Aliança

Toda aliança tem os deveres e direitos. Deus ao fazer uma nova aliança com
o homem o eleva de posição e traz benefícios inimagináveis. A seguir vere-
mos alguns desses benefícios:

• Estamos assentados com Cristo nas regiões celestes – Ef 2.6;


• Fomos feitos nova criatura – 2Co 2.17;
• Somos templo do Espírito Santo – 1Co 6.19;
• Fomos justificados – Rm 3.24; 5.18;
• Temos o amor de Deus em nossos corações – Rm 5.5;
• Somos embaixadores de Cristo – 2Co 5.20.

IV) CONCLUSÃO

180
MÓDULO 2 CAPÍTULO 4 - A NOVA ALIANÇA

A Nova só começou depois que Jesus ressuscitou, foi ordenado a sacerdote,


sentou-se a direita de Deus e o Espírito Santo entrou em nós. Essa é a Nova
Aliança: O homem no céu e o céu no homem! Uma Aliança eterna, o homem
representado por Jesus a direita de Deus e Deus representado pelo Espírito
Santo dentro do homem.

Quando estudamos a respeito da morte e ressurreição de Jesus, estamos


estudando sobre o que Ele fez por nós! Entendendo isso falaremos como o
apóstolo Paulo (Apóstolo que teve revelações como nenhum outro):

• Eu estou crucificado com Cristo;


• Eu fui sepultado com Ele;
• Eu ressuscitei com Jesus;
• Eu fui elevado aos céus;
• Eu estou assentado à direita de Deus em Cristo Jesus.

Só Jesus, o Messias, perfeito, sem pecado, poderia fazer o sacrifício perfeito


e redimir toda a humanidade. Ele é o autor e consumador da nossa fé. Ele
inaugurou a Nova Aliança.

181
CAPÍTULO 5 - ORAÇÃO EFICAZ MÓDULO 2

Oração eficaz
I) INTRODUÇÃO

1Ts 5.17: “Orai sem cessar”.

Orar é se comunicar com o único Deus, através de Jesus Cristo e com a aju-
da do Espírito Santo. A oração é expressa de várias formas e em diferentes
contextos, para isso, precisamos conhecer a Palavra de Deus e suas orien-
tações para que tenhamos uma vida plena em Deus através de um contato
diário com nosso Senhor.

A partir do momento que entendemos que oração não é um lugar de obriga-


ção e sofrimento, passamos a desfrutar de um lugar secreto que fará toda a
diferença na caminhada cristã. Nenhum filho de Deus pode dizer que vive a
plenitude da vontade de Deus se não separa tempo para conversar com Ele.

Os tempos de inércia chegaram ao fim, hoje


começa a caminhada de oração.

A seguir relacionamos algumas frases de Deus e que foram reconhecida-


mente como homens de oração:

• “Parece  que  Deus  é  limitado  por  nossa vida  de  oração  - que  Ele nada
pode fazer  em  prol  da  humanidade  a  não ser  que  alguém lhe peça”, John
Wesley;

• “A oração é uma arte que só o Espírito Santo pode nos ensinar”, Charles
Spurgeon;

• “Ame o mundo através da oração. A oração é a oportunidade de trans-


formar minutos e horas em recompensas eternas”, Wesley Duewel;

• “A grande tragédia da vida não são as orações não respondidas, mas as


que não foram feitas”, F. B. Meyer;

• “A oração não somente muda as coisas, mas também nos transforma”,


Maldwyn Edwards;

182
MÓDULO 2 CAPÍTULO 5 - ORAÇÃO EFICAZ

• “A oração é o encontro da sede de Deus e da sede do homem”, Agosti-


nho de Hipona;

• “Na oração, é melhor ter um coração sem palavras do que palavras sem
um coração”, John Bunyan;

• “A oração fará o homem parar de pecar, ou o pecado o seduzirá a parar


de orar”, John Bunyan;

• “Sempre que Deus tenciona exercer misericórdia para com seu povo, a
primeira coisa que faz é levá-lo a orar”, Matthew Henry;

1. “A oração é um instrumento poderoso não para fazer com que a vontade


do homem seja feita no céu, mas para fazer com que a vontade de Deus seja
feita na terra”, Robert Law;

• “Atualmente estou tão ocupado que não posso passar menos de quatro
horas por dia na presença de Deus”, Martinho Lutero.

II) O DEVER DE ORAR E PERSISTIR

Lc 18.1: “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sem-


pre, e nunca desfalecer”.

1Ts 5.17: “Orai sem cessar”.

Jesus, ao ensinar seus discípulos, deixa com clareza uma ordem a qual não de-
vemos negligenciar: Orar é um dever.

Algumas coisas são opcionais quando estudamos a Palavra de Deus, porém,


outras são obrigatórias para quem deseja ser discípulo de Jesus. Ao contar a
parábola do Juiz iníquo, o primeiro versículo começou com um mandamento, um
imperativo da vontade de Deus que é orar como um mandamento e não como
opção. O vocábulo utilizado no verso supracitado é “O DEVER”. Orar é uma obri-
gação de todos aqueles que desejam viver a plenitude do evangelho, além disso,
o próprio Jesus observou este mandamento enquanto esteve entre os homens.

183
CAPÍTULO 5 - ORAÇÃO EFICAZ MÓDULO 2

1. Jesus, nosso modelo de homem de oração

Os evangelhos registram inúmeros momentos em que Jesus se separava para


estar a sós com o Pai. Ele entendia que seu ministério dependia de um contato
diário e exclusivo com seu Pai. A cada registro encontrado é possível perceber
como Jesus era aplicado e disciplinado em separar tempo para estar com Deus
e mesmo quando muitas pessoas necessitavam serem atendidas, Ele não dei-
xou substituiu o momento que para Ele era sagrado.

Mt 26.36: “Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani,


e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar”.

Mc 1.35: “De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se,


saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde fi cou orando”.

2. A persistência na oração

Lc 18.1-8: “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar


sempre, e nunca desfalecer, Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz,
que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela
mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me jus-
tiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas
depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os ho-
mens. Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para
que enfi m não volte, e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que
diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam
a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?
Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do
homem, porventura achará fé na terra?”.

Neste episódio de Lc 18.1-8, além do dever de orar, Jesus fala a respeito


da persistência na oração. Falando a respeito de que quando esperamos
algo de Deus, não devemos desistir, sabendo que Deus nos responderá.
A oração deve ser constante, mesmo que os momentos da vida comecem
a ficar agitados. Um dos maiores desafios atualmente é manter uma vida
de oração e muito por conta do ativismo que tem sido presente na vida de
muitos crentes.

184
MÓDULO 2 CAPÍTULO 5 - ORAÇÃO EFICAZ

Jesus tinha tudo para não persistir em oração, sempre existiam muitas pes-
soas para serem atendidas, mas jamais Ele substituiu a oração para atender
as pessoas.

Para essa compreensão, Ele conta a parábola da viúva e do Juiz iníquo que
muitos tem confundido os papéis ali representado.

• O objetivo central que Jesus trouxe foi falar sobre o dever de orar
sempre e não desfalecer, conforme verso 1;

• O juiz ali citado é mal e iníquo, diferente do nosso Deus que é bom e
nos quer bem;

• A viúva teve que implorar ao Juiz que era iníquo, nossa relação com
Deus é de Pai para filho, logo, não iremos implorar, pois, nosso Pai, ao
contrário, deseja ouvir nossas orações e nos abençoar (Sl 116.1-2; Mt
7.7-11; Lc 11.5-13);

• A fé em buscar em Deus e perseverar deve existir para que o resul-


tado seja alcançado – verso 8.

III) ORAÇÃO - UM LUGAR DE REFRIGÉRIO

Fp 4.6-7: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas pe-
tições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica,
com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus”.

A inquietação é um sintoma que demonstra que alguém está sendo envolvido


por uma situação a ponto de esquecer-se das promessas de Seu Deus e en-
trar em uma esfera totalmente humana de posicionamento. Ao ser envolvido
pelas circunstâncias, ficamos cativos em nossa maneira de ver e acreditar,
logo, nossos lábios confessarão a fé que se encontra, uma fé sem Deus.

O inimigo de nossas almas sabe bem como desestabilizar a fé daqueles que


estão crendo em Deus, ele opera na sugestão dos pensamentos.

2Co 11.3: “Entretanto, receio que, assim como a serpente enganou Eva
com sua astúcia, também a vossa mente seja de alguma forma seduzida e
se afaste da sincera e pura devoção a Cristo”.

185
CAPÍTULO 5 - ORAÇÃO EFICAZ MÓDULO 2

A mente é um campo precioso para satanás e ele utiliza as informações para


desfocar o crente. Quando começamos a focar nas circunstâncias, passamos a
não olhar mais para as promessas de Cristo e então entramos em desespero.

Na carta aos Filipenses, Paulo explica esse processo de desestabilização


do crente:

“Não estejais inquietos por coisa alguma”

Ao levantar essa questão, fica evidente que alguns estavam inquietos por
alguma coisa. Assim como, hoje, muitos não conseguem um lugar de paz, de
refrigério, pois, alguma coisa está trazendo inquietação.
Paulo não ordena somente não se inquietar, mas ele diz como devemos fa-
zer quando formos atacados, o caminho é:

• Entrar em oração;
• Apresentar a Deus as petições;
• Agradecer crendo que Ele já ouviu;
• Então encontraremos a paz em Deus e nela está o refrigério.

Jesus nos ensinou na prática a orientação de Paulo nos momentos em que


passou por tentação, muito antes de Paulo escrever a carta aos filipenses.

Mt 26.36-44: “Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado


Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou
além orar. E, levando consigo Pedro e os dois fi lhos de Zebedeu, começou
a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então lhes disse: A minha alma
está cheia de tristeza até a morte; fi cai aqui, e velai comigo. E, indo um
pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo:
Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu
quero, mas como tu queres. E, voltando para os seus discípulos, achou-os
adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comi-
go? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito
está pronto, mas a carne é fraca. E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai
meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua
vontade. E, voltando, achou-os outra vez adormecidos; porque os seus
olhos estavam pesados. E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez,
dizendo as mesmas palavras”.

A tentação é uma força que nos puxa em direção àquilo que sentimos desejo
atraente a ponto de irmos ao encontro de tal desejo, mas sabendo que não
podemos fazê-lo. A tentação pode se dar de muitas formas, mas sempre com

186
MÓDULO 2 CAPÍTULO 5 - ORAÇÃO EFICAZ

finalidade de quebrarmos um mandamento de Cristo.

Momentos antes de ir à cruz, Jesus começou a entristecer-se. Porém, Ele sabia


que precisava cumprir o seu chamado de redimir o homem e não poderia deixar
aquela tristeza pará-lO. Acompanharemos o caminho que Jesus fez através dos
próprios versículos registrados por Mateus:

• Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar;


• começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então lhes disse: A
minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo;
• E, indo segunda vez, orou;
• E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez

O texto de Paulo aos filipenses diz para apresentar a Deus as petições e Jesus não
fez isso uma vez, mas sim três vezes. Em momentos de apuros, não podemos con-
fiar em nossas mentes e forças humanas, devemos colocar tudo diante de Deus.

Jesus deixa-nos uma advertência: “Vigiai e orai, para que não


entreis em tentação”. O conselho de Cristo é vigie e ORE.

IV) A ORAÇÃO NO ESPÍRITO E A NA MENTE

1Co 14.14-15: “Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito


ora bem, mas o meu entendimento fi ca sem fruto. Que farei, pois? Orarei
com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o
espírito, mas também cantarei com o entendimento”.

1. A ORAÇÃO NO ESPÍRITO (LÍNGUAS):

É a oração no Espírito Santo e pode consistir de louvor e adoração, inter-


cessão etc. É um meio sobrenatural de edificarmos a nós mesmos e nos
comunicarmos com Deus.

a) É uma edificação pessoal

1Co 14.4: “O que fala em língua desconhecida edifi ca-se a si mesmo”.

187
CAPÍTULO 5 - ORAÇÃO EFICAZ MÓDULO 2

Orar em línguas deve ser uma prática de edifi cação pessoal na vida cristã.
Paulo orienta que ele mesmo falava em línguas mais que todos os membros
da igreja de coríntios (1Co 14.18) e ainda incentiva a falar em línguas, mas
quando estivesse na igreja, ele mandava ficar calado, na verdade, ao final do
verso ele diz, pode falar, mas fale consigo mesmo e com Deus (1Co 14.28).

Podemos verificar a importância dessa prática quando analisamos a palavra


grega para EDIFICAR no versículo acima que é a mesma de Jd 20: “Vós,
porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no espírito
santo”.

A palavra é  OIKODOMEO,  que significa:  Promover crescimento em sa-


bedoria, em amor, em graça, em santidade, em poder, em felicidade e em
bênçãos. Também tem a conotação de carregar ou abastecer.

Um exemplo bom para entendermos é quando a bateria de nosso celular


está baixa, corremos para carregá-la, edifi cá-la ou abastecê-la. Quando ora-
mos em línguas estamos “recarregando” no espírito.
  
b) Estamos falando com Deus e falamos mistérios

1Co 14.2: “Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens,
senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios”.

A oração em línguas, ao ser feita, deve ter como fundamento a crença de


que, embora não estejamos entendendo as palavras ditas por nossa própria
boca, estamos conversando com Deus. Em nosso momento de intimidade
com Deus, orando em línguas, deve existir a crença de que estamos falando
com Deus, para que então se caracterize que estamos orando em línguas.

2. A ORAÇÃO EM NOSSA PRÓPRIA LÍNGUA OU ORAÇÃO MENTAL:

Como vimos anteriormente, a oração em línguas desconhecida edifica nosso


espírito, homem interior, mas a nossa mente fica infrutífera, então devemos
também orar com a nossa mente.

As recomendações para este tipo de oração são sempre no sentido de nos-


sa mente estar consciente daquilo que a Palavra de Deus diz. Em Rm 12.2,
Paulo nos orienta a renovar nossa mente na palavra de Deus.

Nossa mente é um campo fértil para as investidas de satanás, lançando


seus venenos, querendo fazer em nossa mente fortalezas de incredulidade,

188
MÓDULO 2 CAPÍTULO 5 - ORAÇÃO EFICAZ

medo, insegurança (2Co 11.3). Devemos renovar nossa mente em Deus e


orar em cima disso, e então teremos a paz que excede a todo entendimento.

V) TIPOS DE ORAÇÃO

1. A Oração de Intercessão

Um intercessor é alguém que pede por outra pessoa (normalmente pelo


não salvo). É importante lembrar que este é apenas mais um entre os vários
tipos de oração. A intercessão não está incluída como um dos dons ministe-
riais de Ef 4.11-12. A igreja precisa de pessoas que intercedam:

• Contra as forças do mal que se levantam – At 12. 5-7; Ef 6.12-18;


• Em favor de outros – 1Tm 2.1-4; 2Co 1.11;
• Com a ajuda do Espírito – Rm 8.26-27.

2. A Oração da Fé

Tg 5.15. “E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se


houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”.

A oração da fé é a arma contra as investidas do diabo. Por isso, precisamos


estar atentos ao que está escrito, e então nos posicionarmos em fé. Muitas
são as investidas malignas contra as nossas vidas: doença, depressão, de-
sânimo, etc., em todas elas, Deus espera que façamos igual Cristo disse ao
diabo: está escrito.

Sendo assim, a oração da fé tem como princípio básico, saber das promes-
sas que Cristo nos permitiu ter acesso com sua morte na cruz. Se há alguém
enfermo, precisamos saber que Cristo Levou sobre si as nossas enfermida-
des, então a oração da fé salvará o enfermo. Para fazer a oração da fé:

• Conheça as promessas;
• Creia – Mc 11.23-25;
• Entre na batalha da oração contra o mal – Ef 6.10-18;
• 4º) Regozije com a vitória, mesmo ainda vendoa mudança – Fp 4.7; Ef 6.18.

189
CAPÍTULO 5 - ORAÇÃO EFICAZ MÓDULO 2

3. A Oração de Louvor / Agradecimento / Ação de Graças

Ef 5.19-20: “Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais;


cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; Dando sempre gra-
ças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”.

A oração de louvor e agradecimento é a forma como demonstramos a Deus


que estamos crendo n’Ele e que receberemos aquilo que empenhamos na
ORAÇÃO DA FÉ.

Reparemos o verso de Fp 4.6: “Não estejais inquietos por coisa alguma;


antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela
oração e súplica, com ação de graças”.

Ações de graças é o resultado de um gozo sobrenatural advindo de uma


oração confiante de que Deus a ouviu. Neste momento, damos glórias a
Deus, pois, cremos que Ele nos ouviu e assim será feito. Não precisamos ver
para sentir-se alegre, nos alegramos em Deus antes de vermos o resultado.
Assim, com essa atitude de dar graças a Deus mesmo antes de ver o resul-
tado, evidenciamos uma fé genuína.

Precisa crer que já recebeu para ter, por isso, deve ficar alegre antes de
ter recebido.

Mc 11. 23-24: “Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a
este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração,
mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito. Por
isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber,
e tê-las-eis.”

Ef 1.3: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos aben-
çoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo”.

4. O PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA

É quando duas ou mais pessoas oram juntas em comum acordo a respeito


de algo, como está escrito:

190
MÓDULO 2 CAPÍTULO 5 - ORAÇÃO EFICAZ

Mt 18.19-20: “Também vos digo que, se dois de vós concordarem na


terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu
Pai, que está nos céus”.

Deve ser um pedido em harmonia com a palavra de Deus. Se Deus discorda,


não importa quantas pessoas concordem, não vai se cumprir. Podemos ver
isso na prática em Atos 12.3-7, a Igreja orou de forma audível, unânime. Um
dos segredos da Igreja primitiva é que eles eram unidos, havia concordância,
e Pedro foi liberto como resultado dessa concordância na oração.

At 12.4-7: “E, havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-o


a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apre-
sentá-lo ao povo depois da páscoa. Pedro, pois, era guardado na prisão;
mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus. E quando Herodes es-
tava para o fazer comparecer, nessa mesma noite estava Pedro dormindo
entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da por-
ta guardavam a prisão. E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplande-
ceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro na ilharga, o despertou, dizendo:
Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias”.

5. ORAÇÕES QUE NOS INSPIRAM

Agora vejamos na Bíblia algumas orações que foram atendidas por Deus, e
que devem servir de inspiração em nossos momentos com Deus.

a) A Oração de Ana

1Sm 1.9-20: “Após terem comido e bebido em Siló, estando Eli, o sacer-
dote, assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do SENHOR, le-
vantou-se Ana, e, com amargura de alma, orou ao SENHOR, e chorou
abundantemente. E fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos, se be-
nignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e
da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um fi lho varão, ao SENHOR o
darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará na-
valha. Demorando-se ela no orar perante o SENHOR, passou Eli a obser-
var-lhe o movimento dos lábios, porquanto Ana só no coração falava; seus
lábios se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma; por isso, Eli a teve
por embriagada  e lhe disse: Até quando estarás tu embriagada? Aparta
de ti esse vinho! Porém Ana respondeu: Não, senhor meu! Eu sou mulher
atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho
derramando a minha alma perante o SENHOR.”

191
CAPÍTULO 5 - ORAÇÃO EFICAZ MÓDULO 2

1Sm 1.16-20: “Não tenhas, pois, a tua serva por fi lha de Belial; porque
pelo excesso da minha ansiedade e da minha aflição é que tenho falado
até agora. Então, lhe respondeu Eli: Vai-te em paz, e o Deus de Israel te
conceda a petição que lhe fi zeste.  E disse ela: Ache a tua serva mercê
diante de ti. Assim, a mulher se foi seu caminho e comeu, e o seu semblan-
te já não era triste. Levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o
SENHOR, e voltaram, e chegaram a sua casa, a Ramá. Elcana coabitou
com Ana, sua mulher, e, lembrando-se dela o SENHOR,  ela concebeu e,
passado o devido tempo, teve um fi lho, a que chamou Samuel, pois dizia:
Do SENHOR o pedi”.

b) A Oração de Neemias

Ne 1.4-11: “Quando ouvi essas coisas, sentei-me e chorei. Passei dias


lamentando, jejuando e orando ao Deus dos céus. Então eu disse: Senhor,
Deus dos céus, Deus grande e temível, fi el à aliança e misericordioso com
os que o amam e obedecem aos seus mandamentos, que os teus ouvidos
estejam atentos e os teus olhos estejam abertos para ouvir a oração que
o teu servo está fazendo dia e noite diante de ti em favor de teus servos,
o povo de Israel. Confesso os pecados que nós, os israelitas, temos come-
tido contra ti. Sim, eu e o meu povo temos pecado contra ti. Agimos de
forma corrupta e vergonhosa contra ti. Não temos obedecido aos manda-
mentos, aos decretos e às leis que deste ao teu servo Moisés. Lembra-te
agora do que disseste a Moisés, teu servo: “Se vocês forem infi éis, eu os
espalharei entre as nações, mas, se voltarem para mim, e obedecerem aos
meus mandamentos e os puserem em prática, mesmo que vocês estejam
espalhados pelos lugares mais distantes debaixo do céu, de lá eu os reu-
nirei e os trarei para o lugar que escolhi para estabelecer o meu nome”.
Estes são os teus servos, o teu povo. Tu os resgataste com o teu grande
poder e com o teu braço forte. Senhor, que os teus ouvidos estejam aten-
tos à oração deste teu servo e à oração dos teus servos que têm prazer
em temer o teu nome. Faze que hoje este teu servo seja bem sucedido,
concedendo-lhe a benevolência deste homem. Nessa época, eu era o co-
peiro do rei”.

192
MÓDULO 2 CAPÍTULO 5 - ORAÇÃO EFICAZ

c) A Oração do Rei Ezequias

2Rs 19.15-19: “E Ezequias orou ao Senhor: “Senhor, Deus de Israel, que


reina em teu trono, entre os querubins, só tu és Deus sobre todos os rei-
nos da terra. Tu criaste os céus e a terra. Dá ouvidos, Senhor, e vê; ouve
as palavras que Senaqueribe enviou para insultar o Deus vivo. É verdade,
Senhor, que os reis assírios fizeram de todas essas nações e seus ter-
ritórios um deserto. Atiraram os deuses delas no fogo e os destruíram,
pois não eram deuses; eram apenas madeira e pedra moldadas por mãos
humanas. Agora, Senhor nosso Deus, salva-nos das mãos dele, para que
todos os reinos da terra saibam que só tu, Senhor, és Deus”.

d) A Oração da Igreja Primitiva

At 4.23-31: “Uma vez soltos, procuraram os irmãos e lhes contaram quan-


tas coisas lhes haviam dito os principais sacerdotes e os anciãos. Ouvindo
isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor,
que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há; que disseste por inter-
médio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: Por que se
enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? Levantaram-
se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e
contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade
contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos,
com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu
propósito predeterminaram; agora, Senhor, olha para as suas ameaças e
concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua pa-
lavra,  enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e prodígios por
intermédio do nome do teu santo Servo Jesus. Tendo eles orado, tremeu
o lugar onde estavam reunidos; todos fi caram cheios do Espírito Santo e,
com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.”

e) A Oração do Pai Nosso

Mt 6.9-13: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus,
santifi cado seja o teu nome;  venha o teu reino; faça-se a tua vontade,
assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e per-
doa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos
devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois
teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!”.

193
CAPÍTULO 5 - ORAÇÃO EFICAZ MÓDULO 2

f) A Oração de Paulo

Ef 1.17-23: “Por essa razão, desde o dia em que o ouvimos, não deixamos
de orar por vocês e de pedir que sejam cheios do pleno conhecimento
da vontade de Deus, Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o
glorioso Pai, lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhe-
cimento dele. Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam
iluminados, a fi m de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os
chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável
grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação
da sua poderosa força. Esse poder ele exerceu em Cristo, ressuscitando-o
dos mortos e fazendo-o assentar-se à sua direita, nas regiões celestiais,
muito acima de todo governo e autoridade, poder e domínio, e de todo
nome que se possa mencionar, não apenas nesta era, mas também na que
há de vir. Deus colocou todas as coisas debaixo de seus pés e o designou
como cabeça de todas as coisas para a igreja, que é o seu corpo, a plenitu-
de daquele que enche todas as coisas, em toda e qualquer circunstância”.

Ef 3.16-21: “Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça
no íntimo do seu ser com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo
habite em seus corações mediante a fé; e oro para que vocês, arraigados
e alicerçados em amor, possam, juntamente com todos os santos, com-
preender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer
o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam
cheios de toda a plenitude de Deus. Àquele que é capaz de fazer infi ni-
tamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o
seu poder que atua em nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus,
por todas as gerações, para todo o sempre! Amém!”.

Cl 1. 9-14: “Com toda a sabedoria e entendimento espiritual. E isso para


que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-
-lo, frutifi cando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus e
sendo fortalecidos com todo o poder, de acordo com a força da sua glória,
para que tenham toda a perseverança e paciência com alegria, dando gra-
ças ao Pai, que nos tornou dignos de participar da herança dos santos no
reino da luz. Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transpor-
tou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber,
o perdão dos pecados”.

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MÓDULO 2 CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO

Aprendendo sobre zelo


1Sm 15.22: “É melhor obedecer do que sacrifi car”.

I) FIDELIDADE E OBEDIÊNCIA

1Sm 15.7-23: “E Saul atacou os amalequitas por todo caminho desde Havilá
até Sur, a leste do Egito. Capturou vivo Agague, rei dos amalequitas, e ex-
terminou o seu povo. Mas Saul e o exército pouparam Agague e o melhor
das ovelhas e dos bois, os bezerros gordos e os cordeiros. Pouparam tudo
que era bom, mas a tudo que era desprezível e inútil destruíram por comple-
to. Então o Senhor falou a Samuel: Arrependo-me de ter constituído a Saul
rei, pois ele me abandonou e não seguiu as minhas instruções. Samuel ficou
irado e clamou ao Senhor toda aquela noite. De madrugada Samuel foi ao
encontro de Saul, mas lhe disseram: Saul foi para o Carmelo, onde ergueu um
monumento em sua própria honra e depois foi para Gilgal. Quando Samuel o
encontrou, Saul disse: O Senhor o abençoe! Segui as instruções do Senhor.
Samuel, porém, perguntou: Então que balido de ovelhas é esse que ouço
com meus próprios ouvidos? Que mugido de bois é esse que estou ouvindo?
Respondeu Saul: Os soldados os trouxeram dos amalequitas; eles pouparam
o melhor das ovelhas e dos bois para o sacrificarem ao Senhor seu Deus,
mas destruímos totalmente o restante. Samuel disse a Saul: Fique quieto!
Eu lhe direi o que o Senhor me falou esta noite. Respondeu Saul: Diga-me.
E Samuel disse: Embora pequeno aos seus próprios olhos, você não se tor-
nou o líder das tribos de Israel? O Senhor o ungiu como rei sobre Israel e o
enviou numa missão, ordenando: ‘Vá e destrua completamente aquele povo
ímpio, os amalequitas; guerreie contra eles, até que os tenha eliminado. Por
que você não obedeceu ao Senhor? Por que se lançou sobre os despojos e
fez o que o Senhor reprova? Disse Saul: Mas eu obedeci ao Senhor! Cumpri
a missão que o Senhor me designou. Trouxe Agague, o rei dos amalequitas,
mas exterminei os amalequitas. Os soldados tomaram ovelhas e bois do des-
pojo, o melhor do que estava consagrado a Deus para destruição, a fim de
os sacrificarem ao Senhor seu Deus, em Gilgal. Samuel, porém, respondeu:
Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em
que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a
submissão é melhor do que a gordura de carneiros. Pois a rebeldia é como o
pecado da feitiçaria, e a arrogância como o mal da idolatria. Assim como você
rejeitou a palavra do Senhor, ele o rejeitou como rei”.

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CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO MÓDULO 2

Nesse texto Deus deixa claro a sua ordem de prioridade. Jamais confunda
fidelidade e obediência com bajulação. Nosso exemplo é o Senhor Jesus,
que serviu por opção e não por imposição.

Jo 10.17-18: “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a
reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a
dou. Tenho a autoridade para entregar e também para reavê-la. Este man-
damento recebi de meu Pai”.

“Fidelidade e obediência devem estar incorporadas ao nos-


so caráter. Integridade, honra, fidelidade, lealdade, perse-
verança e honestidade refletem o caráter de Cristo”.

Os filhos de Deus devem se mostrar espirituais através do seu caráter e


não pelo jeito de falar (voz alterada para orar ou pregar) ou vestimenta (vai
à praia de terno, por exemplo). Quando Jesus foi batizado, Deus declarou
estar satisfeito com Ele. Não somente porque dedicou anos à oração e
ao estudo bíblico, mas também porque passou a vida a honrar seus pais
(Maria e José).

Existem muitas pessoas querendo pregar e ensinar nas igrejas, querendo


fazer campanhas evangelísticas e realizar milagres que não pegam suas
contas ou respeitam a família. Muitos querem uma oportunidade para li-
derar setores na igreja, mas não querem se disciplinar ou trabalhar nos
bastidores da igreja, onde ninguém vê ou valoriza. Não é um bom liderado
e quer liderar.

Nós podemos ver estes princípios funcionando na vida de Davi, Deus não
o ungiu rei até que ele aprendesse a cuidar das ovelhas de seu pai de for-
ma consistente e responsável, chegando mesmo a arriscar sua vida quan-
do necessário.

“Deus procura por caráter, não por talentos”.

Se quisermos reinar com Cristo sobre o mundo, temos que aprender, em


primeiro lugar, a reinar sobre nós mesmos. Pv 16. 32: “Melhor é o que tarda
em irar-se do que o poderoso, e o que controla o seu ânimo do que aquele
que toma uma cidade”.

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MÓDULO 2 CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO

“Nossa fidelidade nas coisas naturais traz


revelação das coisas espirituais”.

É errado pensar que as coisas naturais (como lavar um carro, a louça, lavar
e passar roupa, pagar as contas, estudar e etc.) não têm mais importância
somente porque vamos nos envolver com a coisas espirituais. O trabalho
espiritual não vai acontecer até que estejamos produzindo frutos nas áreas
naturais nas nossas vidas. 1Co 15.44-46: “Semeia-se corpo natural, ressus-
citará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. Mas
não é primeiro o espiritual, senão o natural; depois o espiritual”.

“O natural vem primeiro, depois o espiritual. Nossas experiências no


natural são uma parábola que descortinam as verdades espirituais”.

1. Obediência e fidelidade trazem oportunidades:

1Sm 17.17, 32-37: ‘’Disse Jessé a Davi, seu fi lho: Leva, peço-te, para teus
irmãos uma efa deste trigo tostado e estes dez pães e corre a levá-los
ao acampamento, a teus irmãos. (...) Davi disse a Saul: Não desfaleça o
coração de ninguém por causa dele; teu servo irá e pelejará contra o fi lis-
teu. Porém Saul disse a Davi: Contra o fi listeu não poderás ir para pelejar
com ele; pois tu és ainda moço, e ele, guerreiro desde a sua mocidade.
Respondeu Davi a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai;
quando veio um leão ou um urso e tomou um cordeiro do rebanho, eu saí
após ele, e o feri, e livrei o cordeiro da sua boca; levantando-se ele contra
mim, agarrei-o pela barba, e o feri, e o matei. O teu servo matou tanto
leão como o urso; este incircunciso fi listeu será como um deles, porquanto
afrontou os exércitos do Deus vivo. Disse mais Davi: o Senhor me livrou
das garras do leão e das do urso; ele me livrará das mãos deste fi listeu.
Então, disse Saul a Davi: Vai-te, e o Senhor seja contigo’’.

Antes de enfrentar ao gigante Golias, Davi teve de enfrentar um leão e um


urso para proteger as ovelhas de seu pai natural. Você tem de enfrentar os
“leões” naturais antes de encarar os ‘’leões espirituais’’. Fidelidade nas coi-
sas naturais é o que traz novas oportunidades!

197
CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO MÓDULO 2

Mt 25.23: “Sede fi el no pouco e no muito te colocarei”.

Nós temos que aprender a diferenciar entre o ser dirigido pelo Espírito e o
ser obediente, fazendo o que devemos fazer, quando estamos debaixo de
autoridade. Aquela jornada na qual Davi foi enviado era apenas uma entre-
ga em domicílio, mas a fi delidade e obediência transformaram aquela sim-
ples viagem na oportunidade de ser promovido ao posto de herói nacional
de Israel. Quando a oportunidade chegou, ele não tremeu, porque já havia
sido treinado antes com leão e o urso.

2. Obediência e fidelidade trazem vitória:

A sua atitude de fi delidade e obediência naquilo que Deus entregou em


suas mãos é o que traz a vitória. Muitas pessoas querem ser vitoriosas sobre
os demônios, sobre os principados e potestades, mas não são capazes de
ajudar seu cônjuge ou pais com as tarefas diárias e comuns ou não querem
assumir as tarefas pequenas e pouco populares da igreja. Mas veja que a
fidelidade de Davi nas coisas naturais e simples é que o colocou na condição
de vitorioso naquela luta.

3. Obediência e fidelidade são o que traz promoção:

Saul era bonito, poderoso, talentoso, habilidoso, querido e admirado, mas


não era uma pessoa fiel e obediente. Saul por ter se mostrado como alguém
em que não se podia confiar, desobediente e irresponsável, Deus tomou sua
coroa. Em contrapartida, a fidelidade e a obediência de Davi foram os crité-
rios usados por Deus para ungi-lo como o novo rei de Israel.

4. Tenha um procedimento exemplar:

1 Pe 2. 11-12: “Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos


no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra
a alma. Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, naquilo em
que eles os acusam de praticarem o mal, observem as boas obras que vo-
cês praticam e glorifi quem a Deus no dia da sua intervenção”.

Pague suas contas em dia: caso não possa procure a pessoa de direito,
explique as coisas e seja honesto. Mostre honra, fidelidade, diligência e res-
ponsabilidade, porque estas coisas é que revelam o amor de Deus em ação.
Saiba de uma coisa: se você não gosta de fazer coisas naturais, você não
gostará de fazer coisas que servirão a Deus. Mas se você for fiel nas coisas

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MÓDULO 2 CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO

naturais, o Espírito Santo irá revelar grandes coisas no campo espiritual.

5. Jesus é o nosso maior exemplo de obediência:

- Positivo:

Rm 5.19: “Logo, assim como por meio da desobediência de um só homem


muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência de
um único homem muitos serão feitos justos”.

1Pe 1.14: “Como fi lhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que
tínheis anteriormente na vossa ignorância”.

1Pe 1.1-2: “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos de Deus, peregri-
nos dispersos no Ponto, na Galácia, na Capadócia, na província da Ásia
e na Bitínia, escolhidos de acordo com a pré-conhecimento de Deus Pai,
pela obra santifi cadora do Espírito, para a obediência a Jesus Cristo e a
aspersão do seu sangue: Graça e paz lhes sejam multiplicadas”.

Hb 5.8: “Embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo
que sofreu”.

- Negativo:

Cl 3.6: “É por causa dessas coisas que vem a ira de Deus sobre os que
vivem na desobediência”.

Ef 5.6: “Ninguém os engane com palavras tolas, pois é por causa dessas
coisas que a ira de Deus vem sobre os que vivem na desobediência”.

6. Somos servos de quem prestamos obediência. Este é um principio espiritual!

Rm 6.16: “Não sabem que, quando vocês se oferecem a alguém para lhe
obedecer como escravos, tornam-se escravos daquele a quem obedecem:
escravos do pecado que leva à morte, ou da obediência que leva à justiça”?

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CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO MÓDULO 2

7. As bênçãos que vêm da obediência:

Dt 28.1-14: “Se atentamente ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo


cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te ordeno, o
Senhor, Teu Deus, te exaltará sobre as nações da terra. Se ouvires a voz
do Senhor, teu Deus, virão sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos:
Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo. Bendito o fruto do
teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais, e as crias das
tuas vacas e das tuas ovelhas. Bendito serás ao entrares e bendito, ao sa-
íres. O Senhor fará que sejam derrotados na tua presença os inimigos que
se levantarem contra ti; por um caminho, sairão contra ti, mas, por sete
caminhos, fugirão da tua presença. O Senhor determinará que a bênção
esteja nos teus celeiros e em tudo o que colocares a mão; e te abençoa-
rá na terra que te dá o Senhor, teu Deus. O Senhor te constituirá para si
em povo santo, como te tem jurado,quando guardares os mandamentos
do Senhor, teu Deus, e andares nos seus caminhos. E todos os povos da
terra verão que és chamado pelo nome do Senhor e terão medo de ti. O
Senhor te dará abundância de bens fruto do teu ventre, no fruto dos teus
animais e no fruto do teu solo, na terra que o Senhor, sob juramento a teus
pais, prometeu dar-te. O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para
dar chuva à tua terra no seu tempo e para abençoar toda obra das tuas
mãos; emprestarás a muitas gentes, porém tu não tomarás emprestado.
O Senhor te porá por cabeça e não por cauda; e só estarás em cima e não
debaixo, se obedeceres aos mandamentos do Senhor, teu Deus, que hoje
te ordeno, para os guardar e cumprir. Não te desviarás de todas as pala-
vras que hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda, seguindo
outros deuses, para os servires”.

II) SUBMISSÃO E AUTORIDADE

Pra exercer a autoridade, nunca seja tão autoritário a ponto de ser arrogante
e nunca seja tão “humilde” a ponto de ser inferior. Seja equilibrado!

1. Humildade x Orgulho:

a) O orgulho pensa a respeito de si mesmo além do que deveria:

Pv 25.6-7: “Não te glorieis na presença do rei, nem te ponhas no meio


dos grandes; porque melhor é que te digam: Sobe para aqui!, do que seres
humilhado diante do príncipe...”.

200
MÓDULO 2 CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO

Rm 12.3: “Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós
que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com mode-
ração, segunda a medida da fé que Deus repartiu a cada um”.

b) O orgulho exige atenção para si, a humildade deseja exaltar o próximo:

Fl 2.3: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade;
cada um considere os outros superiores a si mesmo”.

c) O orgulho traz decepção:

Gl 6.3: “Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si
mesmo se engana”.

d) Humildade é o que nos leva a reconhecer a realidade:

1Co 3.5-6: “Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem
crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei, Apolo
regou; mas o crescimento veio de Deus”.

e) Humildade é dependência completa do Pai:

Jo 5.19-20: “Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo


que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir
fazer o Pai; porque tudo o que este fi zer, o Filho também semelhantemen-
te o faz. Porque o Pai ama o Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e maiores
obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis”.

“O orgulho pode ser religioso, radical, social ou


pessoal, mas qualquer um destes nos levará à decepção”.

201
CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO MÓDULO 2

• É pecado. Pv 21.4: “Olhar altivo, coração orgulhoso, a lâmpada dos per-


versos são pecado”.

• É maligno. Pv 16.5: “O Senhor detesta os orgulhosos de coração. Sem


dúvida serão punidos”.

• Traz contenda. Pv 13.10: “Da soberba só resulta a contenda, mas com


os que se aconselham se acha a sabedoria”.

• Traz desgraça. Pv 11.2: “Quando vem o orgulho, chega a desgraça, mas


a sabedoria está com os humildes”.

• Destruição. Pv 16.18-19: “O orgulho vem antes da destruição; o espí-


rito altivo, antes da queda. Melhor é ter espírito humilde entre os oprimidos
do que partilhar despojos com os orgulhosos”.

2. Prática da submissão:

Js 1.1-9: “Sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do Senhor, que este


falou a Josué, fi lho de Num servidor de Moisés, dizendo...”.

Josué era serviçal de Moisés (shorati): estava pronto pra servir Moisés dia e
noite, a qualquer hora, com qualquer tipo de serviço. O resultado da atitude
de Josué, aprendizado e experiência, fez dele o substituto de Moisés.

3) Diferentes níveis de Autoridade:

1º) Deus (Pai, Filho e Espírito Santo):

Deus é soberano! A soberania de Deus pode ser definida com a Sua lei (pa-
lavra) em operação. Ser obediente a Deus é ser obediente à Sua Palavra. É
também ser obediente à voz do Espírito Santo.

Gl 2.1-2: “Catorze anos depois, subiu outra vez a Jerusalém com Barnabé,
levando também a Tito. Subi em obediência a uma revelação; e lhes expus
o evangelho que prego entre os gentios, mas em particular aos que pare-
ciam de maior infl uência, para, de algum modo, não correr ou ter corrido
em vão”.

202
MÓDULO 2 CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO

At 5.29: “Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer


antes a Deus do que aos homens”!

Mt 7.21: “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos
céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus”.

2º) A Palavra de Deus que é a verdade:

Jo 17.17: “Santifi ca-os na verdade; a tua palavra é a verdade”.

1Pe 1.22: “Tendo purifi cado a vossa alma, pela vossa obediência à verda-
de, tendo em vista o amor fraternal não fi ngindo, amai-vos, de coração,
uns aos outros ardentemente”.

Você é responsável diante de Deus por responder corretamente às situa-


ções da vida, baseando nos princípios da Palavra! Isso é Autogoverno (do-
mínio próprio).

3º) Consciência que é o nosso próprio espírito:

A consciência do cristão nascido de novo é uma voz confi ável, pois é a voz
de um espírito nascido de novo, que esta em união com o espírito de Deus.
Nossa consciência deve ser mantida pura! Permanecer na Palavra é a única
maneira de fazermos isso, pois a Palavra nos purifi ca.

Rm 9.1: “Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no


Espírito Santo, a minha própria consciência”.

Rm 8.16: “O próprio Espírito testifi ca com o nosso espírito que somos


fi lhos de Deus”. Os dois testifi cam juntos!

203
CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO MÓDULO 2

4º) Família:

Ef 5.22-33; 6.1-4: “As mulheres sejam submissas ao seu próprio mari-


do, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como tam-
bém Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.
Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também como a mulher
seja submissa ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também
Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a san-
tifi casse, tendo-a purifi cado por meio da lavagem de água pela palavra,
para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos
devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si
mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a ali-
menta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos
membros do seu corpo. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe
e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este
mistério, mas eu me refi ro a Cristo e à igreja. Não obstante, vós, cada um
em particular ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite
ao marido. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento
com promessa), para que te vá bem e sejas de longa vida sobre a terra. E
vós, pais, não provoqueis vossos fi lhos à ira, ma criai-os na disciplina e na
admoestação do Senhor”.

5º) Igreja:

Hb 13.17: “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque ve-


lam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que
o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil”.

6º) Autoridade Civis: Professor em sala de aula, motorista no ônibus, Chefe


no trabalho, Policial ou qualquer outro trabalhado exercendo sua função.

Um grande problema que nossa sociedade enfrenta hoje é a falta de reco-


nhecimento de autoridade, logo não a respeita!

1Pe 2.13-14: “Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor,


quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por
ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam
o bem”.

204
MÓDULO 2 CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO

Rm 13.1: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque


não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem
foram por ele instituídas”.

“Se você não conseguir se submeter a homens a quem


vê, não se submeterá a Deus a quem não vê”!

Submissão e obediência no reino de Deus, em todos os níveis, é uma deci-


são que se toma por fé. O limite da submissão é a Palavra de Deus.

4) Exemplos de insubmissão e suas consequências:

1º) Lúcifer:

Ez 28.11-15: “Filho do homem, erga um lamento a respeito do rei de Tiro


e diga-lhe: Assim diz o Soberano Senhor: Você era o modelo de perfeição,
cheio de sabedoria e de perfeita beleza. Você estava no Éden, no jardim
de Deus; todas as pedras preciosas o enfeitavam: sárdio, topázio e dia-
mante, berilo, ônix e jaspe, safi ra, carbúnculo e esmeralda. Seus engastes
e guarnições eram feitos de ouro; tudo foi preparado no dia em que você
foi criado. Você foi ungido como um querubim guardião, pois para isso eu
o determinei. Você estava no monte santo de Deus e caminhava entre as
pedras fulgurantes. Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em
que foi criado até que se achou maldade em você”.

Is 14.12-15: “Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, fi lho da alvo-
rada! Como foi atirado à terra, você, que derrubava as nações! Você que
dizia no seu coração: Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das es-
trelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia, no ponto mais
elevado do monte santo. Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei
como o Altíssimo. Mas às profundezas do Sheol você será levado, irá ao
fundo do abismo”!

Lc 10.18: “E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu”.

205
CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO MÓDULO 2

Ap 9.1; 20.10: “E o quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que
do céu caiu na terra. E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de
fogo e enxofre”.

O trecho de Isaias 14.12, alude a queda de Satanás! Esse texto está ligado
a Lc 10.18 e Ap 9. 1. Historicamente, porém, a referência é a derrocada dos
poderes pagãos e seus líderes. Os tiranos que se opunham a Israel, como o
rei da Babilônia, aspiravam ser como os deuses, e se julgavam representan-
tes dessas divindades.

Na história do Universo nunca houve, nem haverá, traição maior. A criatura


que representava a mais magnifi cente obra de seu Criador ressentiu-se de
que sua glória era apenas emprestada, de que o papel que lhe estava desti-
nado era o de tão somente refletir a infinita majestade do Deus que lhe deu
o fôlego da vida. Dessa maneira, nasceu no coração de o desprezível impul-
so da rebelião. Em Isaías e Ezequiel, a menção da rebelião de Lúcifer apare-
ce abruptamente num contexto que não trata, especificamente, de Satanás.

Esse fato levou muitos estudiosos da Bíblia a rejeitar a ideia de que as pas-
sagens se referem a uma rebelião luciferiana e a insistir que elas focalizam
exclusivamente os governantes humanos das nações pagãs às quais são
dirigidas. Apesar disso, é preferível entender que Isaías e Ezequiel propo-
sitalmente queriam levar os leitores para além dos crimes de reis humanos,
guiando-os até a percepção do grande arquétipo do mal e da rebelião, o
próprio Satanás.

Essas passagens incluem descrições que, mesmo levando em conta a incli-


nação ao exagero por parte de governantes da Antiguidade, não poderiam
ser atribuídas a qualquer ser humano. O emprego da primeira pessoa do
singular (por exemplo: “Eu subirei...”; “exaltarei o meu trono...”; “me assenta-
rei...”)  refletiria um nível de ostentação indicativo de insanidade, caso fosse
proferido por um mero ser humano, mesmo em se tratando de um dos mo-
narcas pagãos babilônicos, que a si mesmos divinizavam.

Qual rei de Tiro poderia ser descrito como  “cheio de sabedoria e formosura...
Perfeito... nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado...” (Ez 28.12, 15)?

Além disso, a Bíblia ensina explicitamente que a perversidade do mundo


visível é influenciada e animada por um domínio povoado por espíritos ca-
ídos, invisíveis (Dn 10. 12-13; Ef 6.12), e que, em sua campanha traiçoeira
e condenável de frustrar os propósitos do Deus verdadeiro, esses espíritos
maus são dirigidos por Satanás, o “deus deste século” (2 Co 4.4).

206
MÓDULO 2 CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO

• A pessoa de Satanás: Ele foi o ser mais exaltado de toda a criação (Ez


28.13,15), a mais grandiosa das obras de Deus, um ser celestial radiante,
que refletia da maneira mais perfeita o esplendor de seu Criador. Assim,
ele apropriadamente era chamado de Lúcifer. Essa palavra vem de uma raiz
hebraica que significa “brilhar”, sendo usada unicamente como título para
referir-se à estrela de maior brilho e cujo resplendor mais resiste ao nasci-
mento do Sol.

• Seu lugar:  Ezequiel afirmou que esse anjo exaltado estava “no Éden,
jardim de Deus” (Ez 28.13). Aqui, a referência não é ao Éden terreno que
Satanás invadiu para tentar a humanidade, mas à sala do trono em que
Deus habita em absoluta majestade e perfeita pureza (Is 6; Ez 1). Ezequiel
28 também chama esse lugar de “monte santo de Deus”, onde Lúcifer an-
dava “no brilho das pedras” (v. 14). Essas descrições não são apropriadas
ao Éden terreno, mas adequadas à sala do trono de Deus, conforme repre-
sentações em outros lugares da Escritura.

• Sua posição:  Satanás é denominado  “querubim da guarda ungido”


(Ez 28.14).  Querubins representam a mais alta graduação da autoridade
angélica, sendo seu papel guardar simbolicamente o trono de Deus (compa-
re os querubins esculpidos flanqueando a arca da aliança – o trono de Javé
– no Tabernáculo ou Templo, Ex 25.18-22; Hb 9.5; Gn 3.24; Ez 10.1-22).

Lúcifer foi ungido (consagrado) por sentença deliberada de Deus


(Ez 28.14: “te estabeleci”) para a tarefa indizivelmente santa de guardar o
trono do todo-glorioso Criador. Ele é descrito como sendo dotado de beleza
inigualável, vestido de luz radiante, equipado com sabedoria e capacidade
ilimitadas, mas também criado com o poder de tomar decisões morais reais.

Portanto, a obrigação moral mais básica de Satanás era a de permanecer


leal a Deus, de lembrar sempre que, independentemente de quão elevada
fosse a sua posição, seu estado era o de um ser criado.

• Sua insubmissão: Neste ponto, encontramo-nos diante de um dos mais


profundos mistérios do universo moral, conforme revelado nas Escrituras:
“Como é que o pecado entrou no universo?” Está claro que a entrada do
pecado tem conexão com a rebelião de Satanás!

Mas, como foi que o impulso perverso surgiu no coração de alguém criado
por um Deus perfeitamente santo? Diante de tal enigma, temos de reconhe-
cer que as coisas encobertas de fato pertencem a Deus; as reveladas, no

207
CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO MÓDULO 2

entanto, pertencem a nós (Dt 29.29).

A queda de Lúcifer foi resultado de sua insondável e pervertida determina-


ção de usurpar a glória que pertence unicamente a Deus. Satanás é inteira
e exclusivamente responsável por sua escolha perversa. Nisso existe uma
dimensão inescrutável.

• Consequências de sua insubmissão: Por causa de sua rebelião, Satanás


tornou-se o arqui-inimigo de Deus e de tudo o que é divino. Sua queda, bem
como a dos espíritos que se uniram a ele, é irreversível! Não há esperança
de redenção. Satanás foi privado da comunhão com o Deus santo de forma
final e irrecuperável.

Para ser exato, Satanás ainda tem acesso à sala judicial do trono do Universo
por causa de seu papel de acusador dos irmãos, papel este que lhe foi de-
signado divinamente (Jó 1 e 2; Zc 3; Lc 22.31; Ap 12.10). Lc 22.31: “Disse
também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos ciran-
dar como trigo”.

Ap 12.10: “E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a
salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; por-
que já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso
Deus os acusava de dia e de noite”.

Tal acesso, no entanto, é destituído da comunhão com Deus ou da Sua acei-


tação. Devido à sua traição, que foi a mais terrível na história do cosmo,
Satanás e seus anjos somente podem esperar a condenação e a punição
eternas. Mt 25.41: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda:
Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo
e seus anjos”.

208
MÓDULO 2 CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO

2º) Arão e Mirian:

Nm 12.1-15: “Miriã e Arão começaram a criticar Moisés porque ele havia


se casado com uma mulher cuxita. Será que o Senhor tem falado apenas
por meio de Moisés? Perguntaram. Também não tem ele falado por meio
de nós? E o Senhor ouviu isso. Ora, Moisés era um homem muito paciente,
mais do que qualquer outro que havia na terra. Imediatamente o Senhor
disse a Moisés, a Arão e a Miriã: Dirijam-se à Tenda do Encontro, vocês
três. E os três foram para lá. Então o Senhor desceu numa coluna de nu-
vem e, pondo-se à entrada da Tenda, chamou Arão e Miriã. Os dois vieram
à frente, e ele disse: Ouçam as minhas palavras: Quando entre vocês há
um profeta do Senhor, a ele me revelo em visões, em sonhos falo com ele.
Não é assim, porém, com meu servo Moisés, que é fi el em toda a minha
casa. Com ele falo face a face, claramente, e não por enigmas; e ele vê a
forma do Senhor. Por que não temeram criticar meu servo Moisés? Então a
ira do Senhor acendeu-se contra eles, e ele os deixou. Quando a nuvem se
afastou da Tenda, Miriã estava leprosa; sua aparência era como a da neve.
Arão voltou-se para ela, viu que ela estava com lepra e disse a Moisés:
Por favor, meu senhor, não nos castigue pelo pecado que tão tolamente
cometemos. Não permita que ela fi que como um feto abortado que sai do
ventre de sua mãe com a metade do corpo destruído. Então Moisés cla-
mou ao Senhor: Ó Deus, por misericórdia, cura-a! O Senhor respondeu a
Moisés: Se o pai dela lhe tivesse cuspido no rosto, não estaria ela envergo-
nhada sete dias? Que fi que isolada fora do acampamento sete dias; depois
ela poderá ser trazida de volta. Então Miriã fi cou isolada sete dias fora do
acampamento, e o povo não partiu enquanto ela não foi trazida de volta”.

Arão e Miriam era irmãos de Moisés. Além de irmãos, eram irmãos mais
velhos, sendo Moisés o caçula. No caso em questão, Miriam era profetisa, e
Arão era o sumo-sacerdote, e porta-voz de Moisés. Eles tinham consciência
da sua importância. E disseram “Porventura falou o Senhor somente por
Moisés? Não falou também por nós?”

A desculpa que eles deram para falar mal de Moisés, foi o seu casamento
com uma mulher cuxita. Falar mal do líder certamente é uma tentação que
todos enfrentaremos. E os motivos são aparentemente justos. Afinal casar
com uma mulher estrangeira era algo proibido para um judeu. Apesar de
ser o mais novo, Moisés era o escolhido de Deus, e se rebelar contra ele era
desafiar a autoridade de Deus. Sim, porque falar do líder configura rebelião.
E teve consequências. Deus castigou Miriam que ficou leprosa por sete dias,
sendo curada somente pela intercessão de Moisés, seu irmão.

209
CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO MÓDULO 2

3º) Os filhos de Corá:

Nm 16.1-19: “Corá, filho de Isar, neto de Coate, bisneto de Levi, reuniu Datã
e Abirão, filhos de Eliabe, e Om, filho de Pelete, todos da tribo de Rúben, e
eles se insurgiram contra Moisés. Com eles estavam duzentos e cinqüenta
israelitas, líderes bem conhecidos na comunidade e que haviam sido nomea-
dos membros do concílio. Eles se ajuntaram contra Moisés e Arão, e lhes dis-
seram: Basta! A assembleia toda é santa, cada um deles é santo, e o Senhor
está no meio deles. Então, por que vocês se colocam acima da assembleia
do Senhor? Quando ouviu isso, Moisés prostrou-se, rosto em terra. Depois
disse a Corá e a todos os seus seguidores: Pela manhã o Senhor mostrará
quem lhe pertence e fará aproximar-se dele aquele que é santo, o homem a
quem ele escolher. Você, Corá, e todos os seus seguidores deverão fazer o
seguinte: peguem incensários e amanhã coloquem neles fogo e incenso pe-
rante o Senhor. Quem o Senhor escolher será o homem consagrado. Basta,
levitas! Moisés disse também a Corá: Agora ouçam-me, levitas! Não lhes é
suficiente que o Deus de Israel os tenha separado do restante da comunidade
de Israel e os tenha trazido para junto de si a fim de realizarem o trabalho no
tabernáculo do Senhor e para estarem preparados para servir a comunida-
de? Ele trouxe você e todos os seus irmãos levitas para junto dele, e agora
vocês querem também o sacerdócio? É contra o Senhor que você e todos os
seus seguidores se ajuntaram! Quem é Arão, para que se queixem contra ele?
Então Moisés mandou chamar Datã e Abirão, filhos de Eliabe. Mas eles disse-
ram: Nós não iremos! Não lhe basta nos ter tirado de uma terra onde manam
leite e mel para matar-nos no deserto? E ainda quer se fazer chefe sobre nós?
Além disso, você não nos levou a uma terra onde manam leite e mel, nem nos
deu uma herança de campos e vinhas. Você pensa que pode cegar os olhos
destes homens? Nós não iremos! Moisés indignou-se e disse ao Senhor: Não
aceites a oferta deles. Não tomei deles nem sequer um jumento, nem preju-
diquei a nenhum deles. Moisés disse a Corá: Você e todos os seus seguidores
terão que apresentar-se amanhã ao Senhor, você, eles e Arão. Cada homem
pegará o seu incensário, nele colocará incenso e o apresentará ao Senhor.
Serão duzentos e cinqüenta incensários ao todo. Você e Arão também apre-
sentarão os seus incensários. Assim, cada um deles pegou o seu incensário,
acendeu o incenso, e se colocou com Moisés e com Arão à entrada da Tenda
do Encontro. Quando Corá reuniu todos os seus seguidores em oposição a
eles à entrada da Tenda do Encontro, a glória do Senhor apareceu a toda a
comunidade. “

210
MÓDULO 2 CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO

Nm 16.20-35: “E o Senhor disse a Moisés e a Arão: Afastem-se dessa co-


munidade para que eu acabe com eles imediatamente. Mas Moisés e Arão
prostraram-se, rosto em terra, e disseram: Ó Deus, Deus que a todos dá vida,
ficarás tu irado contra toda a comunidade quando um só homem pecou?
Então o Senhor disse a Moisés: Diga à comunidade que se afaste das tendas
de Corá, Datã e Abirão. Moisés levantou-se e foi para onde estavam Datã e
Abirão, e as autoridades de Israel o seguiram. Ele advertiu a comunidade:
afastem-se das tendas desses ímpios! Não toquem em nada do que pertence
a eles, senão vocês serão eliminados por causa dos pecados deles. Eles se
afastaram das tendas de Corá, Datã e Abirão. Datã e Abirão tinham saído
e estavam de pé, à entrada de suas tendas, junto com suas mulheres, seus
filhos e suas crianças pequenas. E disse Moisés: Assim vocês saberão que o
Senhor me enviou para fazer todas essas coisas e que isso não partiu de mim.
Se estes homens tiverem morte natural e experimentarem somente aquilo
que normalmente acontece aos homens, então o Senhor não me enviou. Mas,
se o Senhor fizer acontecer algo totalmente novo, e a terra abrir a sua boca
e os engolir, junto com tudo o que é deles, e eles descerem vivos ao Sheol,
então vocês saberão que estes homens desprezaram o Senhor. Assim que
Moisés acabou de dizer tudo isso, o chão debaixo deles fendeu-se e a terra
abriu a sua boca e os engoliu juntamente com suas famílias, com todos os
seguidores de Corá e com todos os seus bens. Desceram vivos à sepultura,
com tudo o que possuíam; a terra fechou-se sobre eles, e pereceram dentre
a assembléia. Diante dos seus gritos, todos os israelitas ao redor fugiram,
gritando: A terra vai nos engolir também! Então veio fogo da parte do Senhor
e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam incenso”.

Novamente o sentimento de importância foi usado pelo diabo para levar


pessoas a rebelião. Coré, Datã e Abirão não eram irmãos de Moisés, mas
tinham seus predicados, pois o primeiro era da tribo de Levi, que fora sepa-
rada das demais tribos para o serviço do tabernáculo, e os outros dois eram
da tribo de Rúben, o primogênito de Jacó.

Estes levantaram mais duzentos e cinqüenta príncipes da congregação, ho-


mens de posição, contra Moisés e Arão. Era a rebelião da liderança. Estes
levitas pensavam de si mais do que deveriam pensar, queriam ser mais do
eram. Eles eram importantes, mas não tanto. Quando o diabo não consegue
te anular, fazendo você pensar que não é nada, leva você a pensar que é
mais importante do que na verdade é.

A rebelião desses líderes teve consequências. A terra se fendeu e engoliu


Coré, Datã e Abirão, com suas respectivas famílias. E os duzentos e cin-

211
CAPÍTULO 6 - APRENDENDO SOBRE ZELO MÓDULO 2

quenta líderes que tinham se associado com os rebeldes, foram mortos pelo
fogo que saiu da presença do Senhor. Mesmo que você seja líder, fi que na
sua. Não queira ser palmatória do mundo e consertar tudo o que você acha
que está errado na igreja. Há pessoas acima de você na liderança da igreja.
Deixe que eles resolvam o problema.

Procure saber qual é o seu lugar no corpo de Cristo. Se você é o dedo míni-
mo do pé, não queira se comportar como se fosse o olho. Coré e seus com-
panheiros de conspiração tiveram o privilégio de subiram com Moisés ao
monte, e viram a glória de Deus. Mas o orgulho em seus corações os levou
a buscar a glória humana.

Agregaram no grupo dos revoltados outros duzentos e cinquenta príncipes,


homens de renome. Tiveram força persuasiva de convencer que os fracas-
sos eram atribuíveis a (Moisés), e a exclusão de Canaã fora em consequên-
cia da má administração de Moisés e Arão.

212
MÓDULO 2 CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR

Testemunho exterior
Sl 119.105: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os
meus caminhos”.

I) INTRODUÇÃO

O modo de pensar e de agir com base na Ética Cristã, tem amplo respaldo
na Bíblia Sagrada. Estes são diferentes dos princípios da sociedade sem
Deus, os quais são inconscientes, variáveis, mutáveis, e acima de tudo re-
lativísticos.

Olhando o cenário atual da política, onde os políticos da bancada evangélica


são investigados por corrupção, pode-se pensar: o que está ocorrendo? O
cristianismo mudou? A resposta é um enfático não, o que ocorre é que mui-
tos não estudam e não praticam o que Deus pede que seja feito.

A Bíblia não é um livro de regras, mas de princípios!

O Salmista descreve como será o cidadão dos céus. Ele não apresentou
nada aparentemente espiritual, mas falou da conduta! Veja:

Sl 15: “Senhor, quem habitará no teu santuário? Quem poderá morar no


teu santo monte? Aquele que é íntegro em sua conduta e pratica o que
é justo, que de coração fala a verdade e não usa a língua para difamar,
que nenhum mal faz ao seu semelhante e não lança calúnia contra o seu
próximo, que rejeita quem merece desprezo, mas honra os que temem ao
Senhor, que mantém a sua palavra, mesmo quando sai prejudicado, que
não empresta o seu dinheiro visando lucro nem aceita suborno contra o
inocente. Quem assim procede nunca será abalado!”

II) DEFINIÇÃO DE MORAL E ÉTICA

Ética trata do estudo sobre a ação humana, é uma análise das ações huma-
nas. Advém do grego ethos, que significa costume, disposição ou hábito. Isto
indica uma ação aprendida, não natural ou instintiva. Chama-se ética a parte
da filosofia que se dedica a pensar as ações humanas e os seus fundamentos.

213
CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR MÓDULO 2

A vida humana é composta de relacionamentos, normalmente há uma bus-


ca para desenvolver boas relações e procura-se um bom convívio social.
A Ética Cristã trata de um auxílio para o indivíduo decidir sobre uma ação,
busca levar a uma reflexão mais próxima do ideal divino; aponta o que Deus
espera de seus filhos.

Moral vem do latim, mos ou moris, que também significa costume. Embora
em suas raízes indiquem o mesmo, trata-se de conceitos diferentes. A mo-
ral diz respeito a preceitos e regras que governam as ações dos indivíduos,
segundo a justiça e a equidade natural; as leis da honestidade e do pudor;
a moralidade.

Mesmo que aparentemente sutil, é possível ver a diferença. Ética é a área


da filosofia que analisa e julga a moral. Moral é um conjunto de regras que
busca orientar a ação humana dentro de uma comunidade, sendo que a
moral pode mudar de acordo com a cultura em que está inserida. A moral
é relativa. Temporária. Mutável. Existe moral ( jamais ética) entre bandidos,
por exemplo.

O cristão não pode viver de aparência, pois Deus não se engana. É incon-
sistente dizer que têm fé, que tem autoridade e seu comportamento eviden-
cia um testemunho ruim. Deus espera que possamos transmitir Seu caráter
através de nossos procedimentos.

Nos Dez Mandamentos vemos Deus mostrando ao povo como deve ser seu
relacionamento e conduta diante da sociedade. O motivo de estarmos aqui
no mundo é o de testemunhar. Alguns textos bíblicos que nos mostra o pa-
drão celestial de conduta cristã, nos mostra como ser espiritual no natural:

Mt 5.38-42: “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu,
porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face
direita, oferece-lhe também a outra; E, ao que quiser pleitear contigo, e
tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; E, se qualquer te obrigar a ca-
minhar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedir, e não te desvies
daquele que quiser que lhe emprestes”.

214
MÓDULO 2 CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR

Rm 12.17-21: “Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o


que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz
com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a
ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor. Pelo
contrário: Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-
-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça
dele. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem”.

Sl 15.1-5: “Senhor, quem habitará no teu santuário? Quem poderá morar


no teu santo monte? Aquele que é íntegro em sua conduta e pratica o que
é justo, que de coração fala a verdade e não usa a língua para difamar,
que nenhum mal faz ao seu semelhante e não lança calúnia contra o seu
próximo, que rejeita quem merece desprezo, mas honra os que temem ao
Senhor, que mantém a sua palavra, mesmo quando sai prejudicado, que
não empresta o seu dinheiro visando lucro nem aceita suborno contra o
inocente. Quem assim procede nunca será abalado”!

Nestes textos podemos ver que ser espiritual não tem nada a ver com:

a) Cantar corinhos de fogo (forró);


b) Ter uma marca branca na perna (calça);
c) Ter os cabelos grandes (mulher);
d) Não rir, só ficar com a cara amarrada (chocarrice);
e) Se afastar de tudo e de todos (monges);
f) Viver com a cabeça baixa, sofrida (humilde);
g)Ter o discurso: o diabo está furioso, ou estou carregando a minha
cruz, ou vivendo pela misericórdia.

215
CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR MÓDULO 2

III) OS DEZ MANDAMENTOS SÃO UM ACORDO MORAL E ÉTICO


DE DEUS COM SEU POVO

Ex 20. 1-19: “Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o
Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. (1)
Não terás outros deuses diante de mim. (2) Não farás para ti imagem de
escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em
baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas
nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visi-
to a iniqüidade dos pais nos fi lhos, até a terceira e quarta geração daque-
les que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos
que guardam os meus mandamentos. (3) Não tomarás o nome do Senhor
teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o
seu nome em vão. (4) Lembra-te do dia do sábado, para o santifi car. Seis
dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do
Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu fi lho, nem
tua fi lha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu
estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o
Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia des-
cansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santifi cou. (5)
Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra
que o Senhor teu Deus te dá. (6) Não matarás. (7) Não adulterarás. (8)
Não furtarás. (9) Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. (10)
Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu pró-
ximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumen-
to, nem coisa alguma do teu próximo. E todo o povo viu os trovões e os
relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo
isso retirou-se e pôs-se de longe. E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e
ouviremos: e não fale Deus conosco, para que não morramos”.

Mt 12. 28-31: “Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido


disputar, e sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual
é o primeiro de todos os mandamentos? E Jesus respondeu-lhe: O pri-
meiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é
o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração,
e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas
forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior
do que estes”.

216
MÓDULO 2 CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR

O Velho Testamento deve ser observado à luz do Novo, portanto fazendo um


paralelo entre os dez Mandamentos e os dois maiores mandamentos dados
por Jesus, ao refletir sobre cada mandamento, é preciso atentar onde a ação
de amar é inserida e como esse sentimento orientará a atitude a ser praticada.

Antes de tudo, é necessário termos uma coisa em mente: a lei de Deus, os


Seus dez mandamentos são divididos em duas tábuas. A primeira diz res-
peito ao relacionamento do homem com Deus; a segunda nos guia no nosso
relacionamento com o próximo.

Ex 20.2: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirou do Egito, da terra
da escravidão”.

Nesta abertura, Deus faz duas coisas: primeiramente se apresenta e, em


seguida, coloca o porquê espera obediência. Deus menciona o sentimento
que deveria estar na prática dos mandamentos: amor motivado pela grati-
dão da libertação.

Perceba a seqüência dos acontecimentos, Deus libertou (salvou) e depois,


como demonstração de amor por gratidão, ele pede obediência. Não era a
atitude do Israelita um pré-requisito para a ação de Deus, foi Deus que agiu
primeiro, ele salvou, demonstrando o seu amor. Essa lógica é mantida: a
obediência à Lei de Deus não é requisito para ser salvo, mas a Lei é pratica-
da como uma demonstração de um amor grato.

1. O Primeiro Mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim”.

O primeiro mandamento diz que o ser humano deveria colocar a Deus so-
bre todas as coisas (Ex 20.3). Como o amor norteia a ação, nas prioridades
humanas, Deus deve estar em primeiro lugar, o mais amado. Ele salvou a
humanidade porque a amava, logo merece ser amado na mesma medida.
Idolatria é pecado, é ter outros deuses. Mas é preciso olhar um pouco mais
além da letra da Lei, pode-se pensar que por não ter ídolos e por ser cristão
já se segue o mandamento.

Porém, a idolatria não é algo tão simples, se o indivíduo possui alguma coisa
a qual confere mais valor do que a Deus, é idolatria. Pense de forma prática,
se o mais importante em sua vida é o trabalho, ou o dinheiro, ou o carro, a
casa ele passa a ser um ídolo, Deus não é o primeiro. Pode-se cair em peca-
do por idolatrar coisas que são boas, como a família, a natureza. O problema

217
CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR MÓDULO 2

não é o item em si, mas o valor que este adquiriu para a pessoa.

2. O Segundo Mandamento: “Não farás para ti imagem de escultura”.

O segundo mandamento até parece uma continuação do primeiro, pois ain-


da trata da adoração a Deus, do relacionamento entre a humanidade com a
divindade. Neste segundo mandamento (Ex 20.4-6), são apresentadas al-
gumas coisas interessantes, Deus não deve ser diminuído, como se pudesse
ser manipulado, não se diminui ou se manipula a quem se ama.

Essa proibição não tem nada a ver com a simples manifestação artística
como alguns têm entendido, proibindo toda e qualquer representação de
imagem. O importante é que, ao representar Deus por imagens, o ser hu-
mano pode rebaixar sua concepção de Deus, a mente humana seria, muito
provavelmente, desviada da perfeição e santidade que Deus possui.

Quando a divindade passa ser identificada por estátuas, quem é maior, o


obelisco ou quem o criou? A atenção dos adoradores poderia ser atraída
para a criatura e não para o criador. É perceptível porque Deus espera essa
atitude de seus filhos, ele é zeloso, cuidadoso. Deus não é egoísta, de forma
alguma, a preocupação não é que ao ser diminuído algo mudaria nele ou
para ele, mas para o ser humano.

Ao longo do texto bíblico, diversas vezes é afirmado que nada que o ser
humano possa fabricar pode representar ou assemelhar-se a Deus. Procure
se aprofundar nestes textos (Lv 26.1; At 17.29; Is 42.8; Sl 115; Mq 5.13).

3. O Terceiro Mandamento: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus


em vão”.

Ex 20.7. Nesse mandamento é repetida uma expressão do segundo: “o teu


Deus”. Algo a se pensar é o porquê dessa afirmação.

Já se pontuou que a preocupação de Deus não é que os mandamentos se-


jam seguidos para ser salvos, mas, uma vez que ele já concedeu a liberdade,
por uma gratidão cheia de amor, deve-se obedecer. É o que esta expressão,
teu Deus, se refere. Independente de qualquer coisa, antes mesmo de prati-
carmos os mandamentos, Ele já se apresenta como o nosso Deus!

Uma vez que a pessoa escolheu por ser livre, estar com Deus, Deus passa
a ser seu Deus. Quando a pessoa decide estar com Deus e “usar” seu nome

218
MÓDULO 2 CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR

(cristão), deve honrar seu Senhor e seu nome. Novamente deve-se ir além
do imediato da lei.

Quando não se vive à altura do compromisso de ser um cristão, o nome de


Deus é mal representado. A sociedade espera mais do crente, o que inclu-
sive é justo. O próprio Deus pediu que seus filhos se portassem diferente e
fossem a referência para o mundo (Mt 5. 13-26). Levando em consideração
o possível significado de “em vão” ser o mesmo que falsidade, dois pontos
têm sido destacados como possíveis interpretações deste mandamento:

1º) Um é que a proibição pretende evitar que o povo utilize o nome de Deus
para garantir um juramento que é falso;

2º) Outro que se tem em vista uma proibição da utilização do nome de Deus
para fins mágicos, no caso, falsidade.

Esse mandamento pede para que não sejam feitos falsos juramentos, pede
que haja respeito e reverência ao nome santo de Deus. Uma vez que se
ama alguém, a conseqüência é respeito ao ser amado. O nome de Deus, no
original, o tetragrama sagrado é: YHWH. Os judeus nem pronunciavam o
nome por respeito. Os escribas sempre que iam escrever o nome de Deus se
levantavam e lavavam as mãos.

4. O Quarto Mandamento: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar”.

Ex 20.8-11: Claramente, esse mandamento discute como o cristão deve-


ria relacionar-se com o trabalho; o primeiro aspecto citado é com relação
ao descanso. Esse é o único mandamento que não é repetido no Novo
Testamento como uma obrigatoriedade. No entanto, o seu princípio ético
continua válido. Reservarmos um tempo, um dia semanalmente para o des-
canso e dedicação a Deus.

O ser humano precisa, sim, de um momento de calmaria, quando possa


romper com as angústias e ansiedades do dia a dia. Outro detalhe inte-
ressante com relação ao sábado e trabalho, é o aspecto da igualdade. O
israelita não deveria trabalhar, nem manter seus funcionários ou escravos
trabalhando neste dia. Em nossa sociedade tão materialista, é difícil pensar
em um dia em que tudo, especialmente o trabalho (que promove os bens
materiais) fique afastado.

219
CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR MÓDULO 2

Por pedir esse considerável esforço, a guarda desse mandamento envolve


certo compromisso com Deus. Uma das maiores demonstrações de amor
envolve tempo, a quem se ama se dedica tempo. A separação de um dia
torna evidente quem é o mais importante para o indivíduo, quem ele ama.
Ama a ponto de separar um tempo, inegociável, intransferível.

Ainda discutindo a relação entre a humanidade e Deus, a guarda do sá-


bado envolve não apenas um descanso físico (um dia sem trabalho), mas
descanso espiritual. Nesse dia, dedicado a Deus, o ser humano pode olhar
o que passou na semana, reconhecer o cuidado de Deus e, como o próprio
Deus falou, dizer: “Eis tudo é bom”. Tudo está bom, não por não haver difi-
culdades, mas na certeza do cuidado de Deus. Não é necessário guardar o
sábado para ser salvo, mas é uma demonstração de um amor grato.

5. O quinto mandamento: “Honra a teu pai e a tua mãe”.

Esta segunda parte dos mandamentos de Deus trabalha sobre o amor que
o cristão deveria ter pelos outros. É interessante perceber que o primeiro
mandamento desta porção trate dos pais, talvez para indicar quem, antes
de qualquer outra pessoa, mereça o respeito e amor. O mandamento fala de
honra, que, segundo o dicionário é: Consideração ou homenagem à virtude,
ao talento, às boas qualidades humanas.

Isso significa que os filhos e as filhas devem reconhecer o que seus pais
fizeram, devem ser capazes de aproveitar a sabedoria daqueles que mais os
amam. Talvez seja imediato pensar que este mandamento se dirige às crian-
ças e aos adolescentes. Também, é verdade, mas não somente a eles. Como
é fácil quebrar este ensinamento quando adulto, alguns pensam que ao se
casar e estabelecer sua família podem descuidar dos pais. Isto é justamente
o contrário ao mandamento.

Quando se pensa no aspecto do amor envolvido, quando se fala sobre fa-


mília a palavra amor aparece naturalmente (ou deveria aparecer). Em geral,
não se questiona o amor dos pais, este é, em muitos casos, imutável. O mes-
mo deveria ocorrer com relação ao amor dos filhos e das fi lhas pelos pais.
O mandamento não envolve uma pré-condição: respeite seu pai e sua mãe
se. Não há nada assim, nada justifica o descaso que muitos filhos e filhas
adultos têm.

É justamente na velhice que os pais mais precisam de seus filhos, é des-


te amor que age, que atende, que ampara o tema deste mandamento.

220
MÓDULO 2 CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR

Respeitar os pais é respeitar sua origem. “Quem não respeita sua origem
fica sem raízes...”. Nós os olhamos sempre para conhecer quem nós mesmos
somos. Sem este respeito, sem olhar para trás para os pais e seus valores,
perdemos o foco para o essencial. Cabe ressaltar que este olhar para trás
não se trata de julgamento, mas de reconhecimento, para entender escolhas
e decisões.

6. O sexto mandamento: “Não matarás”.

Parece simples compreender o ensinamento, mas é preciso ir além da su-


perfície e compreender o todo de qual este mandamento fala. Uma aplica-
ção que pode ser retirada do Sermão do Monte é que pecado não é apenas o
ato concreto, mas o pensamento perverso. Muitos não cometem assassina-
to por falta de oportunidade ou por temor da consequência. Os dois motivos
são errados, pois não há amor à vida; logo, não se respeita o mandamento.

Ao debater sobre não matar, deve-se pensar em outros aspectos, também.


Jesus disse que não se resume em retirar a vida (Mt 5.22), mas ao ofender
também. Ao praticar qualquer forma de preconceito (racial, de classe social
ou gênero), ao ferir alguém (física, emocional ou moralmente), está sim que-
brando este mandamento!

Esta ordenança exige um grande domínio próprio, uma vez que envolve o
pensamento. É preciso atentar para a forma de reagir às provocações; quan-
do Jesus parou para analisar toda a provocação dos fariseus, tudo o que eles
faziam de errado e perverso, seria “normal” o desejo de matar estes ho-
mens. Mas, um dos versos que encerra este discurso é o que Jesus declara
que queria colocar estes homens debaixo de suas asas...

Mt 23.37: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os


que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus fi lhos, como a
galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste”!

7. O sétimo mandamento: “Não adulterarás”.

Este mandamento aborda um tema muito delicado, afi nal falar de sexuali-


dade e quais limites devem ser respeitados não é algo simples. A relação
envolve um compromisso entre dois seres humano, que deve ser profundo,
não há como supor que nada muda com o ato sexual, com tamanha intimi-

221
CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR MÓDULO 2

dade entre duas pessoas. É preciso ponderar no impacto desta ação, pois
você pode fazer algo que passará anos, quem sabe o resto da vida, lamen-
tando. É disso que trata o sétimo mandamento. É sobre quebrar algo frágil,
precioso e muito, muito difícil, às vezes, impossível, de consertar.

Deus criou o ser humano para ser ativo sexualmente, este mandamento não
trata de castidade, ou de impedir o prazer, é justamente o oposto; declara
que o mandamento quer proteger a sexualidade. Em nosso tempo corremos
o risco de vender a sexualidade como mercadoria e assim desvalorizá-la.
Jesus conduz para além de uma compreensão literal do ensinamento, em Mt
5. 27-28 ele novamente coloca que pecado não é só a prática, mas o desejo
de praticar também.

Mt 5.27-28: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para cobiça-
-la, já em seu coração cometeu adultério com ela”.

A obediência não deve ser resultado de medo ou de falta de oportunidade,


deve ser motivado pelo amor a Deus e as suas orientações. Este manda-
mento, assim como vários outros também, terão suas consequências não
apenas nos que estão diretamente envolvidos, mas nas famílias como um
todo. Quando se tem relação sexual fora do casamento é um desrespeito ao
seu cônjuge, e ao cônjuge do outro. Podem-se destruir duas famílias com
apenas uma ação.

8. O oitavo mandamento: “Não furtarás”.

Não furtarás é uma ordem muito clara. Mas, ao analisar o termo furtar no
dicionário Michaelis ganha-se em entendimento e amplitude: “Apoderar-se
de (coisa alheia) contra a vontade do dono ou sem que este o saiba; roubar,
mas sem violência. Apresentar como seu (obra, pensamento, trabalho de
outrem), Contrafazer, falsifi car”.

A primeira explicação é a mais direta. Desrespeito ao outro, não me satis-


faço com o que tenho e pego para mim. Isto é furtar. A diferença de furto e
roubo é a violência envolvida; no roubo existe mais agressão, mas nos dois
atos a última coisa que se vê é amor.

O interessante da explicação do dicionário é que ele vai além de materiais


concretos, plágio também é roubo. Caro aluno e aluna, pare e reflita sobre

222
MÓDULO 2 CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR

sua prática estudantil: você tem sido honesto enquanto estudante? Lembre-
se, plágio é pecado, é furto. Outro ponto que o dicionário colocou é a pira-
taria, afinal falsificação também é furto. Algo a se refl etir quanto à atitude
individual, neste sentido, não é apenas se a pessoa falsifica ou não, mas, ao
adquirir algo falsificado, estimula-se a produção de mais (afinal, há merca-
do), incentiva-se o pecado.

9. O nono mandamento: “Não dirás falso testemunho”.

No período em que esta ordem foi dada, o valor do testemunho era altíssi-
mo. Não havia perícia ou uma investigação científica para averiguação do
ocorrido, bastava à palavra de algumas testemunhas. Logo, um falso teste-
munho conduzia a morte, por isso algo tão grave. Hoje, o falso testemunho
é denominado difamação, e como há rapidez em se espalharem os enganos,
fofocas, equívocos e falhas dos outros.

Os boatos têm um poder destruidor, e existem pessoas que não fazem nada
com mais prazer do que espalhá-los. Elas se reportam a uma testemunha
qualquer. Por isso mais tarde também não se pode responsabilizá-las.
Assim, se torna um pecado não muito considerado, alguns alegam que não
é mentir, uma vez que não foi ele ou ela quem criou a mentira.

Na atualidade, o peso do testemunho não é tão alto, mas a importância do


mandamento não muda, pois este mandamento envolve fidelidade, since-
ridade; valores atemporais. Além disso, mentira é abominável a Deus (Pv
12.22), pois ele não somente transmite a verdade, ele é a verdade (Jo 14.6).

Pv 12.22: “Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor, mas os que


agem fi elmente são o seu deleite”.

Como obediência aos mandamentos envolve amor, ao se amar a verdade


como alguém poderia mentir? A desobediência deste mandamento deixa de
forma bem clara quem é o senhor do envolvido: “Vocês pertencem ao pai
de vocês, o diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde
o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando
mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).
A mentira pode ser algo comum e pequeno, mas existem situações em que
a mentira pode ser algo doentio.

223
CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR MÓDULO 2

10. O décimo mandamento: “Não cobiçarás”.

O último mandamento adverte contra a cobiça, não o desejo de ter algo. O ter-
mo hebraico HAMAD, desejar, é em si mesmo neutro. É apenas quando é mal
orientado para aquilo que pertence a outrem que tal desejo se torna errado.

O desejo de crescer, de conquistar objetivos não é errado por si só.


Dependendo do anseio, é aceitável a Deus, pois pode engrandecer a huma-
nidade e glorificar a Deus. Por outro lado, desejar algo que pertence a outra
pessoa é altamente negativo. Este é o desejo proibido neste mandamento,
aquele que acaba por levar a alguém a agir contra o seu próximo para ficar
com aquilo que não lhe pertence.

IV) CONCLUSÃO

Para concluir essa ideia, vamos ver alguns princípios que nos ajudam a ve-
rificar se devemos ou não fazer algo:

1. O Princípio da Fé.

Rm 14.22-23: “... e tudo o que não é de fé é pecado”.

Neste texto, vê-se a ênfase na fé ou na convicção do crente diante de Deus,


quanto ao que ele faz ou deixa de fazer. Ele não precisa recorrer a paradig-
mas humanos ou lógicos para posicionar-se quanto a atos ou palavras. Se
tem dúvida, não deve fazer, pois “tudo o que não é de fé é pecado”. 

E se não tem dúvida, pode fazer tudo o que aprova? Depende. Não é só uma
questão de aprovar ou não aprovar. A pergunta a ser feita é: O que pretendo
fazer ou dizer é de fé, com base na Palavra de Deus? Se a resposta for posi-
tiva, a atitude será lícita. Se não, deve ser descartada, por ferir a ética cristã.

“Se algo é de fé ou não na ética cristã, não deve


ser uma questão pessoal, mas de fé, com base na
Bíblia. Essa é a lógica do Novo Testamento”.

224
MÓDULO 2 CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR

2. O Princípio da Licitude e da Conveniência.

1Co 6.12: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas
convêm; todas as coisas me são licitas, mas eu não me deixarei dominar
por nenhuma”.

Esse critério orienta o cristão a que não faça as coisas apenas porque são
lícitas, mas porque são lícitas e convêm, à luz do referencial ético que é a
Palavra de Deus. Conforme este princípio, o cristão deve indagar: “O que
desejo fazer é lícito”? Convêm fazer, segundo a Palavra de Deus? Se a res-
posta for positiva, diante da Bíblia, pode ser feito. Se não, deve ser rejeitado.

“O que é lícito e conveniente não fere outros princípios bíblicos”.

3. O Princípio da Glorifi cação a Deus.

1Co 10.31: “Portanto, quer comais , quer bebais ou façais outra qualquer
coisa, fazei tudo para a glória de Deus”.

Aqui temos um princípio ético abrangente, que inclui não só comer ou be-
ber, mas “qualquer coisa”, que demande um posicionamento cristão. Este
princípio de glorificação a Deus é fundamental em momentos cruciais do
comportamento cristão. A indagação que o cristão deve fazer, com base
nesse princípio, é: “o que desejo fazer ou dizer contribui para a glorificação
de Deus?” Se a resposta for afirmativa, pelo Espírito Santo, a ação ou atitude
pode ser executada. Se for negativa, é melhor que seja rejeitada.

4. O Princípio da ação em nome de Jesus.

Cl 3.17: “E quando fi zerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome
de Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”.

A condição do crente para realizar ou deixar de realizar algo, decorre da


autoridade que lhe foi conferida pelo nome de Jesus. Assim, quando o cris-
tão se vê na contingência de tomar uma decisão , de ordem espiritual, ou
humana, pode muito bem concluir pela ação ou não, se puder realizá-la no
nome de Jesus, ou seja, o representando (2 Co 5. 20).

225
CAPÍTULO 7 - TESTEMUNHO EXTERIOR MÓDULO 2

5. O Princípio do fazer para o Senhor.

Cl 3.23: “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao


Senhor e não aos homens”.

Diante de uma atitude, de uma decisão, devemos indagar: “Estamos agra-


dando a Deus ou aos homens? Estamos fazendo, de todo o coração, ao
Senhor?” A resposta deve ser honesta, consultando não o coração, mas a
Palavra de Deus.

6. O Princípio de evitar a aparência do mal.

1Ts 5.22: “Abstende-vos de toda aparência do mal.”

Ser cristão não é nada fácil num mundo em que os valores morais estão
relativizados. Não basta evitar o mal, é preciso evitar também a aparência
do mal. O que se deve perguntar é: “O que penso em fazer ou dizer pode
dar a aparência do mal?”. Se a resposta for positiva, é melhor evitar o que se
tem em mente. Se for negativa, pode ser feito, mas levando-se em conta os
outros princípios da ética cristã citados.

226
MÓDULO 2 CAPÍTULO 8 - SOZO: A CURA TE PERTENCE

Sozo: a cura te pertence


I) INTRODUÇÃO

Texto base

1Pe 2.24: “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre
o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a
justiça; e pelas suas feridas fostes sarados”.

Em toda existência humana, só houve um período em que o homem não


sofreu com enfermidades em sua saúde física, foi antes de Eva e Adão co-
merem do fruto que Deus ordenou que não comessem. Após esse infortú-
nio, o homem ficou passível de sofrer enfermidades. Ainda hoje permane-
cemos nessa condição de possibilidade de padecermos em nossa saúde
física, mas, compartilhamos a verdade que Jesus Cristo morreu na cruz por
nós e nos deu o direito de sermos curados em Seu nome e que é a vontade
de Deus prover cura aos seus filhos. A despeito de qualquer experiência ne-
gativa que alguém possa ter vivido com relação a esse tema, não podemos
nos guiar por essa experiência particular, mas devemos nos apegar ao que
está escrito na palavra de Deus e entendermos a importância que a fé nessa
Palavra aciona o milagre da cura em nosso corpo físico.

É importante estarmos dispostos a renovar nossas mentes com as verda-


des contidas na Bíblia. Portanto Devemos nos destituir de todo preconceito
e frustrações sofridas anteriormente sobre este tema para que possamos
entrar em harmonia com o pensamento de Deus revelado em Sua Palavra.

II) OS PENSAMENTOS MODERNOS A RESPEITO DA CURA

1. Existem basicamente três linhas de raciocínio utilizadas pelas igrejas

Possivelmente o leitor estará enquadrado em alguma afirmação abaixo,


ainda que não tenha parado para perceber o fato. Quando a necessidade
aparece, todos nós nos posicionamos de alguma forma, e o nosso compor-
tamento dirá em que acreditamos. Vejamos a seguir alguns pensamentos
com relação ao tema cura:

227
CAPÍTULO 8 -SOZO: A CURA TE PERTENCE MÓDULO 2

• Existem os que não acreditam na cura divina. Dizem que foi apenas nos
tempos bíblicos e que hoje cessou;

• Existem aqueles que creem parcialmente, ou seja, ela existe, mas é só


quando Deus quer, e nunca sabemos se Ele quer ou não. E quando não há
cura, atribuem o fato à soberania de Deus alegando que Ele não quis curar;

• Acreditamos que a cura é para todos, Deus curou no passado e a vonta-


de d’Ele hoje continua a mesma, querendo curar todos os enfermos.

É vontade de Deus curar fisicamente todos? Sim, é Sua vontade, tan-


to hoje como nos tempos passados, levar cura a todos que precisam.
O maior obstáculo da fé de muitas pessoas que procuram ser curadas
em nossos dias é a incerteza nas suas mentes. Pensam se é ou não a
vontade de Deus curar todos, já que há muita “teologia moderna” que
evita passar ao povo o que a Bíblia claramente ensina - que há provisão
para a cura de todos. É impossível reivindicar ousadamente, pela fé, um
direito quando não temos a certeza de Deus tê-lo prometido, porque só
podemos reclamar aquilo acreditamos.

III) A VONTADE DE DEUS PARA SEUS FILHOS É A CURA

1. O mundo que Deus criou não havia doenças

Gn 1.31: “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom”.

Rm 5.12: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e


pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens
por isso que todos pecaram”.

O ambiente que Adão e Eva viviam não havia doenças, Deus criou um mun-
do sadio, livre de enfermidades, pois, de Deus vem coisas boas. Percebemos
que a morte física e tudo que produz este quadro (doenças) é resultado
direto do pecado.

O ato de desobediência trouxe como consequência as enfermidades e a


morte. Após o pecado, o homem perdeu a natureza de Deus (Gn 1.26) e a

228
MÓDULO 2 CAPÍTULO 8 - SOZO: A CURA TE PERTENCE

Terra foi amaldiçoada (Gn 3.17b). As doenças não procedem dos céus, por-
que lá não existe imperfeição, defeito ou destruição. Deus jamais desejou
que seus fi lhos vivessem na precariedade de um corpo corruptível como é o
corpo do homem.

Tudo que Deus criou no início era bom.

2. Deus se apresentou à Israel como Jeová Rafá, o Deus que te sara

Quando é analisado todo o antigo testamento, percebe-se uma preocupa-


ção por parte de Deus em prover resposta às necessidades de seu povo.
Sejam elas de ordem financeira, espiritual, emocional ou física (cura para
as enfermidades) e quando o Deus todo poderoso se apresenta ao homem
como o Deus que sara, Ele está transmitindo a mensagem ao homem que
além de Ele ter o poder para curar é o Seu desejo fazê-lo.

Ex 15.26: “E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e fizeres


o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus
mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfer-
midades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor que
te sara (Jeová Rafá)”.

Cada nome com que Deus se apresentava revelava uma de suas caracte-
rísticas:

• Jeová-Rafa = O Deus que Sara (Ex 15. 26).


• Jeová-Jire = O Senhor Proverá (Gn 22. 14).
• Jeová-Nissi = Senhor é a minha Bandeira (Ex 17. 15).
• Jeová-Shalom = O Senhor de Paz (Jz 6. 24).
• Jeová-Tsidikenu = O Senhor da Justiça (Jr 33. 16).
• El Eliom = Altíssimo (Dt 26. 19).
• Jeová-Sabaoth = O Senhor dos exércitos (Is 1. 24).

JESUS = Deus é Salvação: é o maior de todos os nomes. Todos os nomes


anteriores estão resumidos n’Ele: cura, salvação, prosperidade, etc.

229
CAPÍTULO 8 -SOZO: A CURA TE PERTENCE MÓDULO 2

Fp 2.9-11: “Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu


um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre
todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda
a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai”.

O nome de Jesus está acima de todos: Câncer, Diabo, Medo, Depressão,


Angústia, Dúvida. Esse nome, JESUS, é dado a todos. É preciso usar os
nomes revelados na Bíblia como uma arma espiritual. Declará-los diante
das circunstâncias que aparecerão. Pela fé devo crer que ainda que seja
atacado com enfermidades, no nome de jesus, serei curado.

3. Jesus foi ungido também para curar

Lc 4.17-21: “E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o


livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre
mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os
quebrantados do coração, A pregar liberdade aos cativos, E restauração
da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano
aceitável do Senhor. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro,
assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fi tos nele. Então
começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos”.

Os registros bíblicos informam que Jesus Cristo foi ungido pelo Espírito
Santo, dentre outros objetivos, para curar (At 10.38). O ministério de cura
de Jesus foi parte essencial da missão d’Ele na Terra. Sabemos que o princi-
pal ato de Cristo era reconciliar o homem com Deus, mas não se pode negar
que esse plano de reconciliação incluía também uma intervenção no corpo
do homem sempre que houvesse necessidade, trazendo o direito de rece-
bermos cura ao crermos no nome de Jesus.

Alguns contrários à verdade de que Jesus veio também promover cura, ale-
gam que a cura que é referida no livro do profeta Isaías seria espiritual so-
mente. No entanto, não consideram os versículos do evangelho de Mateus,
como exposto a seguir:

Mt 8.16-17: “E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados,


e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que
estavam enfermos; Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta
Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as
nossas doenças”.

230
MÓDULO 2 CAPÍTULO 8 - SOZO: A CURA TE PERTENCE

Toda a trajetória de Jesus foi marcada por muitas curas, e em cada registro fica
evidenciado que o desejo sempre foi de curar a todos os oprimidos do diabo.

Mt 9.35: “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas


sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as
enfermidades e moléstias entre o povo”.

Mt 10.1: “E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os


espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermi-
dade e todo o mal.”

Mt 12. 15: “Jesus, sabendo isso, retirou-se dali, e acompanharam-no


grandes multidões, e ele curou a todas”.

As passagens supracitadas revelam que Jesus queria, tinha vontade, de


curar a todos os doentes. Ele curou fisicamente a todos!

4. Jesus veio revelar a vontade do Pai

Jo 14.9, 11: ‘’Quem me vê a mim, vê o Pai (...) Crede-me que estou no


Pai, e o Pai em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras.’’
(Jo 8.28-29, 42; Jo 4.34; Jo 5.19-20, 30, 36; Jo 6.29, 33, 38; Jo 14.9-10).

Se nós desejamos conhecer a vontade do Pai, olhemos para Jesus. Se dese-


jamos ouvir as palavras de Deus, ouçamos Jesus. Ao olharmos de maneira
clara e simples para Jesus, verificamos que parte de Seu ministério terreno
foi dedicado à cura divina, como expressão exata da vontade de Deus para
os homens. Jesus, na sua vida terrena era a vontade de Deus em ação. Ele
veio revelar o pai diante de nós. Se quisermos saber como Deus pensa, age,
fala, basta olharmos para Jesus.

Hb 1.1: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas


maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias
pelo Filho”.

231
CAPÍTULO 8 -SOZO: A CURA TE PERTENCE MÓDULO 2

Quando um leproso interrogou Jesus a respeito da vontade de Deus com


relação à cura, Jesus não pensou duas vezes ao afi rmar que Sua vontade
era curar (Mt 8.1-3).

Mt 8.1-3: “E, descendo ele do monte, seguiu-o uma grande multidão. E,


eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes
tornar-me limpo. E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê
limpo. E logo fi cou purifi cado da lepra.

O homem questiona, pois, não havia certeza nele se Jesus queria curá-lo.
Uma dúvida que o impedia de receber a cura para o seu corpo físico, mas a
partir do momento que a resposta vem e a certeza que Jesus queria curá-lo
predomina, o milagre repousa sobre aquele homem.

5. A cura é para todos

Mt 8.16-17: “Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele


meramente com a palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam
doentes; para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías:
Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças”. 

O texto diz que Jesus curou a todos, observe que Ele não curou a maioria,
mas a todos, isso mostra a vontade de nosso Pai, que todos aqueles que
estão enfermos sejam sarados. Outro texto que corrobora com o anterior é
Atos 10.38, vejamos:

At 10.38: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e


com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos
do diabo, porque Deus era com ele”.

Notemos que Jesus não curava um, ou dois, Jesus curava a todos os oprimi-
dos. E as ocasiões em que Ele não curou a todos, foi por causa da increduli-
dade do povo, como registrado a seguir:

Mt 13.54-58: “E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte


que se maravilhavam e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes pode-
res miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe
Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas
as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto? E escandalizavam-se nele.
Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra e na
sua casa. E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles”.

232
MÓDULO 2 CAPÍTULO 8 - SOZO: A CURA TE PERTENCE

Retenhamos a verdade que o desejo de Cristo sempre foi levar libertação a


todos, a cura a todos, não tenhamos um espírito de dúvida ou incredulidade,
mas de certeza, pois, o milagre acontecerá.

6. Uma ordem para curar

Em duas ocasiões Jesus ordenou que seus discípulos curassem os enfer-


mos. Esta ordem foi dada, pois, o desejo de Cristo é que os enfermos sejam
curados, o doente encontre saúde, do contrário, Ele não dava tal ordem.

• Mt 10.1 – Ordem para curar os enfermos

Mt 10.1: “E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os


espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermida-
de e todo o mal.”

• Lc 10.1,9 - Ordem para curar os enfermos

Lc 10.1,9: “E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e man-


dou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares
aonde ele havia de ir. E curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes:
É chegado a vós o reino de Deus”.

• Mc 16.17,18 - Ordem para curar os enfermos ainda hoje

Mc 16.17: “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome ex-
pulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e,
se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as
mãos sobre os enfermos, e os curarão”.

Além da ordenança ter sido para os discípulos daquela época, Jesus deixa
claro e evidente o seguinte:

“...estes sinais seguirão aos que crerem”.

Quais sinais?

“porão as mãos sobre os enfermos e os curarão”.

233
CAPÍTULO 8 -SOZO: A CURA TE PERTENCE MÓDULO 2

Jesus não faria uma promessa e não cumpriria, se Ele disse que se cressem
n’Ele para curar os enfermos e eles sarariam, então é verdade. A ordenança
foi feita para a igreja de Cristo aqui na terra.

IV) A CURA É UM DIREITO LEGAL

Ao deixar registrado em 1Pe 2.24 que por suas pisaduras nós fomos sara-
dos, Cristo passou como herança um direito de termos intervenção divina
sempre que formos atacados em nossa saúde física.

1Pe 2.24: “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre
o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a
justiça; e pelas suas feridas fostes sarados”.

Ao morrer na cruz por seus filhos, Jesus Cristo sacramenta o plano de re-
denção do homem. Essa redenção não é limitada somente ao futuro, mas
também, para o agora. Cristo conquistou, para o homem, vida eterna; e além
de vida eterna, direito à saúde plena.

O apóstolo Pedro utiliza o verbo no passado, indicando algo finalizado, não


que esteja em processo, mas já acabado. A obra de redenção já está consu-
mada, Cristo já nos sarou, devemos tomar posse.

“e pelas suas feridas FOSTES SARADOS.”

1. As bênçãos de Abraão se estenderam para nós em Cristo

Gl 3.13, 14, 29: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se mal-
dição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado
no madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus
Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito. E, se
sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme
a promessa”.

A expressão A Lei, conforme é achada no Novo Testamento, usualmente


se refere ao Pentateuco. A maldição ou castigo da quebra da Lei é tríplice:
Miséria, Segunda Morte e Enfermidade (Dt 28).

234
MÓDULO 2 CAPÍTULO 8 - SOZO: A CURA TE PERTENCE

Fomos libertos das enfermidades e isso é herança da descendência de


Abraão que somos nós.

2. A Salvação conquistada por Cristo inclui cura

Rm 1.16: “O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele


que crê”.

A palavra salvar, no grego SOZO, e salvação, no grego SOTERIA, signifi cam


mais do que simplesmente ser nascido de novo. Também significa: resgatar,
libertar, proteger, curar e ter uma mente sã.

No Novo Testamento, por exemplo, a palavra grega SOZO, usada em Mc


5.23 e At 2.47, significa concomitantemente “salvar” e “curar”. Estes be-
nefícios devem ser sempre vistos em conjunto como um grande benefício:
salvo / curado.

Sl 103. 2-3: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de


nenhum de seus benefícios. Ele é o que perdoa todas as tuas iniquidades,
que sara todas as tuas enfermidades”.

O perdão e a cura caminhando juntos, de mãos dadas. Estes dois benefícios


não deveriam nunca ser separados. A palavra enfermidade mencionada no
Salmo 103, na Septuaginta, é NOSOS. Esta palavra é usada nove vezes na
Septuaginta e 20 vezes no Novo Testamento, sempre referindo-se à en-
fermidade física. A Palavra sara neste mesmo versículo na Septuaginta é
IAOMAI. Esta palavra é usada 28 vezes no Novo Testamento e sempre se
refere à cura física.

3. Uma melhor aliança

Na Antiga Aliança Deus fornecia a cura, hoje, estamos em uma melhor alian-
ça, significa que além de continuar a benção de Deus sobre nós, ela se torna
melhor do que era antes. Graças a Deus que estamos em uma melhor Aliança!

Hb 8.6: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é me-
diador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas”.

235
CAPÍTULO 8 -SOZO: A CURA TE PERTENCE MÓDULO 2

Em Ex 12 percebemos bem a vontade de Deus. O povo comeu do cordeiro e


aplicou o sangue nas vergas das portas, um simbolismo de cura e libertação
do povo de Deus que saiu do Egito com grande força física e saúde. Veja:

Sl 105. 37: “E tirou-os para fora com prata e ouro, e entre as suas tribos
não houve um só doente. Além do ouro e da prata, Deus curou todos os
doentes e lhes deu força!

Ex 23. 25: “E servireis ao Senhor vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão
e a vossa água; e eu tirarei do meio de vós as enfermidades.

Novamente Deus fala sobre as benção da prosperidade e da cura, se


assim Ele fez no passado, e hoje a aliança que vivemos é melhor, tenha
fé de que Ele curará o seu corpo da enfermidade.

V) RECEBENDO A CURA

Hb 11.6: “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus,...”.

Como exposto na introdução, a maneira como alguém pensa a respeito des-


se tema será o diferencial entre obter resultados ou não. O fato é que a
obtenção de qualquer milagre em termos bíblicos a regra é pela fé. A fé
é o gatilho que aciona o milagre de Deus em nossas vidas. Para isso, será
necessário acreditar que ainda hoje Deus tem o desejo que curar das enfer-
midades seus filhos.

1. A cura é pela FÉ

Ainda que possamos identifi car diversas formas em que pessoas adquiriram
cura, enxergamos um padrão na maioria desses acontecimentos, a fé de
cada um foi o agente para o milagre, por isso, devemos entender que sem fé
é impossível agradar a Deus, já que o justo viverá de sua fé.
Tiago afi rma que se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus que dá li-
beralmente. Mas ele adverte a pedir com fé, e conclui que se não pedir com
fé, não espere receber nada, pois sem fé não há resposta.

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MÓDULO 2 CAPÍTULO 8 - SOZO: A CURA TE PERTENCE

a) O justo viverá pela fé

Hb 10.38a: “Mas o justo viverá pela fé, ...”.

Em quatro passagens bíblicas tem registrado essa afi rmação de que a o


justo tem uma maneira definida de viver: pela fé. Deus planejou uma ma-
neira de se relacionar com o homem, ele precisaria acreditar n’Ele acima das
circunstâncias, acima do que enxerga, acima das possibilidades humana.
Quando somos atacados em nossa saúde, por que o caminho para o milagre
seria diferente? Um pecador para se arrepender ele precisa ter fé em Jesus
Cristo para encontrar a salvação. Na carta aos efésios está registrado que
pela graça sois salvos mediante a fé. A fé em Deus aciona o milagre que se
espera, pois, sem fé é impossível agradar a Deus.
Não somente os argumentos isso, mas, também somos herdeiros com
Abraão pela fé. A vida com Deus se vive pela fé, acreditamos em um Deus
que não podemos ver com os olhos, pois, cremos pela fé que Ele existe e se
torna galardoador dos que o buscam, ainda que não consigamos apalpar, ou
enxerga-lo. Vivemos pela fé

b) Recebendo a cura pela fé

Em toda a trajetória de Jesus, sempre foi evidenciado quando alguém creu


para o milagre. Pois, a cura acontece quando a fé é presente. Tiago afirma
que se existe alguém enfermo, chame os presbíteros, faça unção com óleo
e a oração da fé salvará o enfermo. Reparemos que não é a presença do
presbítero que traz o milagre, mas sim a fé que estará presente na oração.

Tg 5.14-15: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da


igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; E a
oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver come-
tido pecados, ser-lhe-ão perdoados”.

Sendo assim, a fé necessita estar presente para que o milagre aconteça; a


fé que fará o sobrenatural interferir no natural. A seguir, serão explorados
alguns milagres dos quais Jesus participou, com o intuito de detalhar o pro-
cesso, que servirá de base para um melhor entendimento desse assunto.

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CAPÍTULO 8 -SOZO: A CURA TE PERTENCE MÓDULO 2

• A mulher com problema de hemorragia - Mt 9.20-22; Mc 5.25-34; Lc


8.43-48: “A SUA FÉ TE SALVOU”;

• Há 12 anos sofria com hemorragia, já tendo passado pelas mãos de vá-


rios médicos, ou seja, a esperança de melhora provavelmente estava no fim;

• Ela ouviu falar a respeito de Jesus que curava os enfermos;

• Ao ouvir tais declarações, seu coração se encheu de expectativa de que


ela seria curada;

• Nasce a convicção de que seria curada, ao ponto de ela afirmar: “se ape-
nas eu tocar em suas vestes, eu serei curada”;

• A fé é colocada em prática: ela vai até Jesus e toca nas vestes d’Ele;

• O milagre acontece – Jesus afi rma que alguém havia tocado n’Ele pois,
saiu poder d’Ele;

• Jesus olha para a mulher já curada e explica o ocorrido: “Vai em paz, A


SUA FÉ TE SALVOU”.

• O servo do centurião - Mt 8.5-13; Lc 7.2-10: “NUNCA VI TANTA FÉ”;

Este episódio demonstra com muita propriedade como a fé em Cristo Jesus


pode fazer surgir a cura para a vida daquele que está crendo.

Mt 8.5-13: “E, entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto dele um cen-


turião, rogando-lhe, E dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa, para-
lítico, e violentamente atormentado. E Jesus lhe disse: Eu irei, e lhe darei
saúde. E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que
entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu
criado há de sarar. Pois também eu sou homem sob autoridade, e tenho
soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem,
e ele vem; e ao meu criado: Faze isto, e ele o faz. E maravilhou-se Jesus,
ouvindo isto, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem
mesmo em Israel encontrei tanta fé”.

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MÓDULO 2 CAPÍTULO 8 - SOZO: A CURA TE PERTENCE

• Um servo doente, necessitando de cura;

• Um homem com uma atitude de fé que excedia a fé de muitos;

• O homem conta a situação para Jesus e Jesus se oferece para ir à casa do


centurião e curar o enfermo;

• O centurião, cheio de fé, responde que não era digno da presença de


jesus em sua casa, e acreditava que apenas uma palavra que Jesus dissesse
era o sufi ciente para que o servo dele recebesse a cura;

• Diante desse cenário de fé, jesus libera uma afirmação comovente: “EM VER-
DADE VOS DIGO QUE NEM MESMO EM ISRAEL ENCONTREI TANTA FÉ”.

Estas curas aconteceram porque havia alguém crendo que era a vontade de
Deus curar, assim como hoje ainda o é. A seguir veremos um exemplo com
o apóstolo Paulo, com o intuito de clarifi car mais ainda o entendimento de
que a fé é o agente do milagre.

• O coxo de Listra – Atos 9.7-10: “E VIU QUE POSSUÍA FÉ PARA


SER CURADO”.

Atos 14.7-10: “E ali pregavam o evangelho. E estava assentado em Listra


certo homem leso dos pés, coxo desde o ventre de sua mãe, o qual nunca
tinha andado. Este ouviu falar Paulo, que, fi xando nele os olhos, e vendo
que tinha fé para ser curado, Disse em voz alta: Levanta-te direito sobre
teus pés. E ele saltou e andou”.

• Paulo pregava o evangelho em Listra e a sequencia dos acontecimentos


evidencia o caminho percorrido para que o milagre da cura pudesse ocorrer,
acompanhe:

• Paulo pregou o evangelho de Jesus, que além de trazer salvação para a


alma, inclui cura;

• O coxo ouviu essa pregação e encheu-se de expectativa que seria cura-


do, logo a fé inundou seu coração;

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CAPÍTULO 8 -SOZO: A CURA TE PERTENCE MÓDULO 2

• Paulo ao vir o coxo, fixou nele os olhos e aconteceu algo espetacular:


Paulo conseguiu enxergar que aquele coxo possuía algo que o tiraria daque-
la enfermidade para sempre – Possuía fé para ser curado;

• A fé precisava ser colocada em prática para que o milagre acontecesse,


então Paulo diz para o coxo: Levante e se apoie sobre seus pés;

• O coxo se não estivesse crendo iria perguntar: “Como, se sou doente?”,


mas ele estava cheio de fé e na mesma hora ELE SALTOU E ANDOU.

A verdade é que é pela fé que devemos viver. Deus planejou que vivêssemos
pela fé. É tão séria essa verdade que Paulo chegou a afirmar que tudo o que
não provém de fé é pecado (Rm 14.23). A vida com Deus é pela fé e pela fé
os milagres acontecem.

c) A fé traz o milagre; a dúvida, Incredulidade ou medo afasta

Os casos que Jesus não pôde curar são aqueles que não havia a fé naqueles
que precisavam ser curados. Como tem sido abordado, a fé traz o milagre,
mas a dúvida, a incredulidade ou o medo não ajuda o enfermo ser curado.
Deus pede que creiamos que o desejo é curar e não só isso, que Ele já curou.

• Não pôde curar por causa da INCREDULIDADE;

Mt 13.28: “E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles”.

A incredulidade age contrário ao milagre. E de fato, não agrada a Deus ver in-
credulidade no coração de um filho d’Ele. Na carta aos hebreus, 3.12, o escritor
deixa a advertência: que não se ache em nós um coração perverso de increduli-
dade que nos afaste do Deus vivo, trazendo a ideia de que a incredulidade nos
afasta do Deus vivo. Em contra partida, na mesma carta, mais a frente, seria re-
gistrado que é necessário que aqueles que se aproximam de Deus creia que Ele
existe e se torna galardoador dos que o buscam. Hora, a fé é para aproximação
de Deus, já a incredulidade afasta.

Jairo perderia o milagre se não continuasse crendo.

Jairo esteve a pouco de perder o milagre, a incredulidade quis toma-lo, mas com
a ajuda de Jesus Jairo de manteve firme e viu a intervenção divina a seu favor.

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MÓDULO 2 CAPÍTULO 8 - SOZO: A CURA TE PERTENCE

Mc 5.22-25, 35-42: “E eis que chegou um dos principais da sinagoga, por


nome Jairo, e vendo-o, prostrou-se aos seus pés, E rogava-lhe muito, di-
zendo: Minha fi lha está à morte; rogo-te que venhas e lhe imponhas as
mãos, para que sare, e viva. E foi com ele, e seguia-o uma grande multidão,
que o apertava. Estando ele ainda falando, chegaram alguns do principal
da sinagoga, a quem disseram: A tua fi lha está morta; para que enfadas
mais o Mestre? E Jesus, tendo ouvido estas palavras, disse ao principal da
sinagoga: Não temas, crê somente. E não permitiu que alguém o seguisse,
a não ser Pedro, Tiago, e João, irmão de Tiago. E, tendo chegado à casa do
principal da sinagoga, viu o alvoroço, e os que choravam muito e prantea-
vam. E, entrando, disse-lhes: Por que vos alvoroçais e chorais? A menina
não está morta, mas dorme. E riam-se dele; porém ele, tendo-os feito sair,
tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os que com ele estavam, e en-
trou onde a menina estava deitada. E, tomando a mão da menina, disse-
-lhe: Talita cumi; que, traduzido, é: Menina, a ti te digo, levanta-te. E logo a
menina se levantou, e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se
com grande espanto.

Alguns pontos a serem considerados dessa narrativa:

• Jairo creu em Jesus, pois, foi ao encontro do mestre afirmando que se


Jesus colocasse a mão sobre a filha dele, ela seria curada;

• Jesus Atende a fé, como Jairo possuía fé, Jesus confirmou que iria até a
casa de Jairo;

• No meio do caminho, chegou a notícia de que sua filha havia falecido. Essa
notícia iria acabar com todas as esperanças de Jairo e sua fé sucumbiria;

• Jesus percebeu que Jairo poderia retroceder na fé e o ajudou – “Jairo, não


temas, crê somente. Ou seja, mantenha-se no padrão da fé, a mesma fé que
havia quando você ainda não sabia dessa notícia;

• Jairo se apegou ao conselho do mestre e se manteve firme, mesmo es-


tando em uma situação desesperadora;
Ao chegar à casa de Jairo, Jesus fez o milagre e a filha de Jairo foi curada.

Caso Jairo decidisse entregar-se à incredulidade daquela notícia, Jairo dei-


xaria de viver o melhor de Deus. Creia em Deus, creia que Ele existe e se
torna um presenteador dos que o buscam. O desejo de Deus é curar.

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CAPÍTULO 8 -SOZO: A CURA TE PERTENCE MÓDULO 2

2. A cura pelos Dons de curar

Na primeira carta de Paulo ao povo de Corinto, em seu capítulo 12, está a


relação do que ficou denominado de dons espirituais. Estes dons tem carac-
terísticas específicas, como veremos.

1Co 12.7-11: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o


que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a
outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo
Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a
operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir
os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das
línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartin-
do particularmente a cada um como quer”.

a) Características básicas dos dons;

• É dado pelo Espírito Santo, repartindo a cada um como quer – Sendo assim,
o Espírito Santo é quem decide se alguém terá o dom de cura, ou da fé, etc.;

• A manifestação dos dons é definida pelo Espírito Santo – O Espírito Santo


dá o dom para o que for útil, segundo o Seu desejo, os dons entram em ação;

• Os dons são para edificação do corpo de Cristo (Ef 4.12) e para os incré-
dulos (Jo 4.48; Mc 16.16-18) – os dons operando sempre visa edificar um
terceiro e nunca a pessoa possuidora do dom.

• É uma manifestação sobrenatural extraordinária – Tudo que vem de Deus


é sobrenatural, mas, quando os dons estão em operação, os acontecimentos
ganham uma repercussão muito grande.

b) Os dons de cura

A palavra dons no plural indica que exista mais de um dom de cura (1Co
12.9). O fato é que a Bíblia não define como seria essa composição dos
dons de curar e de que forma eles se apresentam. Mas devemos ficar com
o que é apresentado, conforme informações das características já descritas
anteriormente.

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MÓDULO 2 CAPÍTULO 8 - SOZO: A CURA TE PERTENCE

A.L. e Joyce Gill em seu livro ‘Vida Sobrenatural através dos dons do Espírito
Santo’ afi rmam o seguinte:

“Os dons de cura são a transmissão sobrenatural do poder sarador de Deus


às pessoas que necessitam de cura. São descritos como dons (plural) por-
que há muitas formas de ministrar cura aos doentes. São descritos como
dons (plural) porque muitos dos outros nove dons do Espírito Santo estão
ativamente envolvidos quando ministramos cura aos doentes. Os dons são
também referidos no plural porque há muitas formas de ministrar ou aplicar
cura aos doentes. São manifestações sobrenaturais do Espírito Santo e não
são a mesma coisa que a ciência médica”.

Como os dons de curar operam? A pessoa necessita crer para receber?

Inicialmente, na operação dos dons de curar, no ambiente vai existir alguém


que possua tais dons, e o Espírito Santo decidi manifestar o Seu poder na-
quele momento. O enfermo que esteja precisando de cura, ele precisa crer,
para colaborar com a manifestação que está ocorrendo. Vimos que a manei-
ra principal de alguém chegar à cura é através de sua fé em Jesus Cristo. No
entanto, nem sempre estamos no nível de fé ideal para alcançarmos o mila-
gre sozinho, é aí que os dons de curar entram, ajudando o enfermo, mesmo
a sua fé sendo insuficiente para o milagre.

A pessoa que o Espírito Santo repartiu os dons será um colaborador


para que o enfermo que não está com a fé ideal seja ajudado naquilo na
falta fé para o milagre.

O que se aprende com as informações analisadas até o momento?

Os dons de curar são uma benção, mas depende da operação Espírito Santo,
mas Deus nos deixou uma fé (Rm 12.3) que podemos usá-la a qualquer mo-
mento para sermos curado;

• Mesmo a pessoa não estando no nível de fé ideal para o milagre, os dons


de curar ajuda nessa falta de fé;

Examinemos um exemplo bíblico para melhor entendimento:

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CAPÍTULO 8 -SOZO: A CURA TE PERTENCE MÓDULO 2

Mc 9.17-24: “Contudo, um homem, no meio da multidão, replicou: “Mestre!


Trouxe-te o meu fi lho, que está tomado por um demônio que o impede de
falar. Onde quer que este o toma, joga-o no chão. Então ele espuma pela
boca, range os dentes e fi ca todo enrijecido. Roguei aos teus discípulos
que expulsassem o tal espírito, mas eles não conseguiram”. Admoestou-
lhes Jesus: “Ó geração sem fé, até quando estarei Eu junto a vós? Até
quando vos suportarei? Trazei-o a mim!”. E logo o trouxeram. Assim que o
espírito viu Jesus, no mesmo instante provocou uma convulsão no menino.
Este caiu no chão e começou a rolar, espumando pela boca. Então Jesus
indagou ao pai do menino: “Há quanto tempo isto lhe está acontecendo?”
E o pai declarou: “Desde a infância. Muitas vezes esse demônio o tem jo-
gado no fogo e na água, para matá-lo. Todavia, se Tu podes fazer algo, tem
compaixão de nós e, de alguma maneira, ajuda-nos!”. “Se podes?”, con-
testou-lhe Jesus: “Tudo é possível para aquele que crê!”. Imediatamente o
pai do menino asseverou: “Creio! Ajuda-me a vencer a minha falta de fé.”

“Todavia, se Tu podes fazer algo, tem compai-


xão de nós e, de alguma maneira, ajuda-nos”

“Se podes?”, contestou-lhe Jesus: “Tudo é possível para aquele que crê!”

“Imediatamente o pai do menino asseverou: “Creio!


Ajuda-me a vencer a minha falta de fé””.

É sabido que Jesus operava os milagres não porque Ele era Deus, mas por-
que Deus era com Ele e porque havia sido ungido pelo Espírito Santo com
poder (At 10.38; Lc 4.17-21; Is 61.1). Jesus operou nos dons em muitos
momentos e esse episódio nos ajuda a entender a dinâmica quando um dom
está em operação.

O homem possuía fé, pois, ele procurou os discípulos para que seu filho
fosse curado. Mas os discípulos não conseguiram curar, e nesta altura, é até
compreensível que aquela confiança que possivelmente ele chegou no início
estivesse mais em baixa quando jesus aparece.

Atente-se para a pergunta: “Todavia, se Tu podes fazer algo, tem compai-


xão de nós e, de alguma maneira, ajuda-nos”.

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MÓDULO 2 CAPÍTULO 8 - SOZO: A CURA TE PERTENCE

Indicando o seguinte raciocínio: “Eu tentei com seus discípulos a cura do


meu filho, mas eles não puderam curar, se tu podes, faz alguma coisa”.

Neste momento, Jesus ensina a maneira primária de alguém chegar ao seu


milagre: pela fé (Mc 11.23-25). Jesus responde: “tudo é possível ao que crê”.

O homem, com sua fé em baixa, é sincero com Jesus: “me ajuda na minha
falta de fé”.

Ou seja, aquele homem possuía fé, mas não em um nível igual a do centu-
rião, ou da mulher do fl uxo de sangue, ou de Jairo, a ponto de conseguir seu
milagre, mas foi sincero e naquilo que lhe faltava para o milagre, Jesus o
ajudou e curou o fi lho daquele homem.

VI) OBSTÁCULOS DA CURA DIVINA

Nesta estrada de cura divina, vários obstáculos são colocados pelo Diabo
com o firme propósito de desviar a Verdade daqueles que necessitam, im-
pedindo que o povo de Deus receba esta benção já providenciada para nós.

Estes obstáculos encontram-se disfarçados, ou melhor, camuflados de mui-


tas maneiras. Alguns desses obstáculos estão baseados em tradições, ou-
tros em ideias e conceitos humanos muitas vezes altamente persuasivos, e
outros por desconhecimento e má compreensão das Escrituras.

Talvez este seja o mais importante, pois há duvidas e incertezas por parte do
homem (Não de Deus) para com este assunto. De frases como “Por que Deus
não me curou?” saem muitos atalhos, mascarando a Verdade apenas com o
intuito de justificar um fato não ocorrido ou até mesmo uma grande frustração
em não se compreender por completo este assunto. Um dos atalhos perigo-
sos é afirmar que as doenças e as dores que muitos sofrem com o fim atri-
buído ao desejo de Deus provar ou manter alguém submisso à Sua vontade.

Vemos também que as dúvidas sobre a cura divina também penetram em


nossas orações. Um dos pontos básicos é este: simplesmente é impossível
orar com fé quando nós não estamos certos se o que estamos pedindo é a
vontade de Deus. Não podemos orar a oração da fé (oração do conhecimen-
to) para a cura até termos a certeza que é vontade Deus curar a pessoa pela
qual iremos orar! Quando injetamos em nossas orações as frases da com-
placência e do comodismo (Se for da tua vontade) é certo que não estamos
orando a oração da fé, pois temos dúvidas em nossos corações (Tg 1.6-7).

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CAPÍTULO 8 -SOZO: A CURA TE PERTENCE MÓDULO 2

1. Crença Secular

“A nossa cultura ocidental é secularista. O secularismo é um sistema de


pensamento que nega a existência de qualquer elemento religioso. Deus
é removido da visão moderna da realidade. Por isso, o mundo passa a ser
compreendido como um sistema fechado, governado pelas leis naturais de
causa e efeito. Um milagre seria uma violação destas leis da natureza. A
visão do mundo secular moderno, portanto, nega a possiblidade de aconte-
cimentos miraculosos (ceticismo). Isto não quer dizer necessariamente que
se deixa de acreditar em Deus, mas apenas que Ele não é mais essencial à
nossa maneira de viver” (Castro; Wilson Linhares).

Com o avanço da medicina, muitas enfermidades, que em outro período da


história não havia solução, são curadas atualmente. O número de remédios
tem crescido de uma forma assustadora, como também o número de farmá-
cias em nossas cidades. Não podemos olhar para a medicina como inimiga
da vontade de Deus, pois, assim como Deus quer curar, a medicina se es-
força para também trazer cura ao homem; Mas também um filho de Deus
não pode entrar no pensamento secular que coloca única e exclusivamente
nas mãos da medicina a sua saúde. Quando a visão secular toma conta, o
poder de Deus desaparece e o evangelho consiste no poder de Deus e não
em iniciativas humanas ainda que iniciativas humanas sejam utilizadas em
muitos momentos pelo próprio Deus. Paulo afirmou: “Pois o Reino de Deus
não consiste de palavras, mas de poder.” (1Co 4.20).

A menos que façamos um esforço consciente para resistir à visão de realida-


de com a qual nascemos e pela qual fomos condicionados, há poucas chances
de termos fé ao orarmos pelos doentes e, mais ainda, de vê-los curados.

Rm 12.2: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se


pela renovação da sua mente”.

Doutrina do cessacionismo - Acreditar que Deus não opera mais sinais e


maravilhas e que os dons do Espírito Santo já passaram.

A doença como forma de santificação – Acreditar que a doença é uma bênção


que tem como propósito purificar nossa alma e aperfeiçoar o nosso caráter.

Determinismo divino - No determinismo divino se acredita que Deus contro-


la todos os aspectos de nossas vidas, inclusive a doença. Este pensamento
torna a oração pela cura dos enfermos irrelevante porque se Deus decretou

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MÓDULO 2 CAPÍTULO 8 - SOZO: A CURA TE PERTENCE

a doença, nenhuma oração poderá alterar isso. Por outro lado, se Deus de-
cretar a cura, essa se tonara uma realidade com ou sem oração.

A doença como forma de provação – Acreditar que a enfermidade é uma


“provação” mandada por Deus com um intuito específico.

O espinho na carne de Paulo - Se há uma aparente exceção ao que acaba-


mos de dizer em relação à doença, é encontrada em II Coríntios 12:7, onde
Paulo nos conta sobre um espinho na carne, posto por Deus para impedi-lo
de exaltar-se. Alguns cristãos sugerem que esse espinho era uma doença
física. É impossível afirmar, com precisão a que o apóstolo se referia como
“espinho na carne”. Contudo, é bem provável que se referisse a oposição
ferrenha de sues inimigos pessoais, e não a uma aflição física. Em Números
33:55, a expressão “espinhos nos vossos olhos” se refere ao povo de Deus
sofrendo hostilidade por parte dos seus inimigos. Igualmente, em Josué
23:13 e em Ezequiel 28:24, nações inimigas são metaforicamente compa-
radas a espinhos. O conceito de espinho na carne, no Antigo Testamento,
portanto, tem o sentido de perseguição e hostilidade, não de enfermidade.

VII) ALGUNS CUIDADOS

• Colhemos o que plantamos - Se não cuidarmos bem do nosso corpo,


comendo muito sal, gordura, refrigerantes, açúcares, não fazermos atividades
físicas periódicas, não descansarmos ao menos uma vez na semana, tirando
momentos de lazer, possivelmente desenvolveremos alguma enfermidade.

• Dizer que crente não fi ca doente - A melhor interpretação que um cren-


te pode fazer da Bíblia é a que busca o equilíbrio. Todos nós somos atacados
em nosso corpo físico, seja porque a pessoa não se cuidou bem ou por in-
vestida do diabo. O que pode ser feito e é o recomendado, que ao ser afligi-
do por uma enfermidade, a pessoa não aceite essa enfermidade, tomando
as iniciativas naturais e espirituais.

• A Bíblia não registrou nenhum homem de Deus que tenha morrido


com enfermidades prematuramente - ou seja, antes de cumprir seu pro-
pósito aqui na terra (Abraão, Moisés, Davi, José, Noé, os discípulos). Logo a
doença que traga a vida do crente antes da hora não é algo normal!

• Uma criança que nasce com uma doença, não pecou. Mas, foi a natu-
reza corrompida pelo pecado que alterou o estado normal dela. É claro que

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CAPÍTULO 8 -SOZO: A CURA TE PERTENCE MÓDULO 2

pode ser descuidos na gestação. Mas em qualquer dos casos Deus provi-
dencia a cura.

Jo 9.1-3: “Caminhando, viu Jesus um cego de nascença. Os seus discípulos


indagaram dele: Mestre, quem pecou, este homem ou seus pais, para que
nascesse cego? Jesus respondeu: Nem este pecou nem seus pais, mas é
necessário que nele se manifestem as obras de Deus.” (versão católica).

• Não vivemos nessa terra a totalidade do que nos aguarda no céu -


Ainda estamos presos nesse corpo corruptível que sente dor, que fica do-
ente e que morre.

• A medida que envelhecemos é natural que ele não funcione bem, e


quando morrermos, fartos de dias, tendo cumprido tudo o que Deus nos
propôs, estará alguma coisa escrita na certidão de óbito: parada múltipla
dos órgãos, insuficiência renal, parada cardíaca. Enfi m a questão é que não
foi a doença que nos levou, mas chegou a nossa hora.

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