Aap 1 3 Serie
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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO - ETAPA
1º BIMESTRE 2022
LÍNGUA PORTUGUESA 3ª série do Ensino Médio
Nome da Escola
Nome do Aluno
Data Turma
UTILIZE O LEITOR RESPOSTA ABAIXO DESSA LINHA ENQUADRANDO A CÂMERA APENAS NAS BOLINHAS
A B C D E
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Esse foi meu quarto contato com a escrita de Kate Morton, e, entre suas obras, se tornou
uma de minhas favoritas, sem tirar o posto de A Casa do Lago. Em seu primeiro trabalho, além
da autora demonstrar uma escrita primorosa, com personagens e enredo desenvolvidos com
esmero, seu estilo e temáticas presentes em romances posteriores já podiam ser observados,
como a cuidadosa reconstrução histórica da primeira metade do século XX, segredos familiares,
a força da arte e um presente assombrado pelo passado. A influência da literatura gótica, como
explicitado por ela em sua nota final, traz o ar soturno de A Casa das Lembranças Perdidas [...].
O panorama histórico de A Casa das Lembranças Perdidas é muito bem desenvolvido,
apresentando as mudanças, sobretudo na sociedade britânica [...]. E, ao apresentar o contexto
[...] da época, encontra meios também de desenvolver suas personagens, já que são diretamente
afetadas por essas transformações. Ainda, a forma de como suas características são desenvolvidas
aos detalhes permite uma maior absorção de suas motivações e escolhas. [...]
O trunfo de Kate Morton está, sem dúvidas, nos detalhes. A Casa das Lembranças Perdidas é
um romance ricamente construído, daqueles livros para ser apreciado aos poucos. As histórias da
autora não são para quem tem pressa ou busca uma maior agilidade, porque tudo se desenvolve
entre minúcias − e é nessa característica que reside o destaque. O final, entretanto, é daqueles
de se devorar conforme cresce a tensão narrativa e os mistérios se colocam na iminência de
serem revelados. Fui surpreendida e impactada pelas descobertas, finalizando a leitura com o
sabor agridoce de ter sofrido por seu desenrolar e, ao mesmo tempo, me deleitado com uma obra
tão bem construída.
SIMÕES, Aione. A Casa das Lembranças Perdida. In: Minha vida literária. Disponível em: <https://bit.ly/3JyI61n>. Acesso em: 17 fev. 2022.
Fragmento. (P121843H6_SUP)
01) (P121851H6) Nesse texto, no trecho “... além da autora demonstrar uma escrita primorosa,...” (1º parágrafo),
a expressão destacada foi usada para
A) evidenciar uma relação de conclusão.
B) expressar uma relação de alternância.
C) indicar uma relação de oposição.
D) mostrar uma relação de adição.
E) sugerir uma relação de explicação.
02) (P121853H6) No segundo parágrafo desse texto, a palavra “afetadas” estabelece uma relação de
concordância com
A) características.
B) escolhas.
C) motivações.
D) mudanças.
E) personagens.
03) (P121843H6) Para defender a ideia de que o livro não pode ser lido com pressa, a autora desse texto
utiliza o seguinte argumento:
A) “... se tornou uma de minhas favoritas, sem tirar o posto de A Casa do Lago.”. (1º parágrafo)
B) “... seu estilo e temáticas presentes em romances posteriores já podiam ser observados,...”. (1º parágrafo)
C) “A influência da literatura gótica, como explicitado por ela em sua nota final,...”. (1º parágrafo)
D) “... tudo se desenvolve entre minúcias − e é nessa característica que reside o destaque.”. (3º parágrafo)
E) “Fui surpreendida e impactada pelas descobertas, finalizando a leitura com o sabor agridoce...”. (3º parágrafo)
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O verão de 2019-2020 deve ser o primeiro em que muitos brasileiros se depararão com a proibição
de algo que antes era inseparável dos refrescos da estação mais quente: o canudinho de plástico.
Levantamento [...] mostrou que oito estados [...] baniram o acessório em pouco mais de um ano. [...]
Diversos municípios também tomaram a iniciativa de proibir os canudos: 80 cidades têm regras
nesse sentido [...].
Ambientalistas chamam a atenção para a poluição dos mares por plásticos há décadas, mas a luta
contra os canudinhos em particular ganhou especial velocidade a partir de 2015, quando viralizou
um vídeo feito por uma bióloga de uma tartaruga com uma dessas peças de plástico no nariz.
Se leis não bastam para que os canudos sumam magicamente de restaurantes, bares,
quiosques e padarias [...], os textos dos projetos acompanham um aumento da conscientização
de parte dos brasileiros sobre o tema.
Muitos já perceberam que não é grande sacrifício usar acessórios de papel, de metal ou
mesmo de materiais naturais; ou simplesmente dispensá-los e tomar seu líquido direto do copo.
Usados por poucos minutos, os canudos raramente são reciclados e podem demorar centenas
de anos a se decompor.
Mudança de comportamento similar aconteceu com as sacolinhas descartáveis plásticas há
alguns anos.
Obrigados por lei, mercados e outros estabelecimentos começaram a cobrar por elas. Depois
da onda inicial de reclamações, muitos consumidores passaram a levar consigo às lojas suas
sacolas retornáveis, caixas ou carrinhos de compras, sem grandes dificuldades.
Ainda que sejam positivas as investidas contra um ou outro vilão da vez, a humanidade precisa
repensar sua relação com o plástico, em especial aquele de uso único, logo descartado.
São necessárias medidas mais drásticas e alterações de hábitos permanentes em todos os
países para evitar que o oceano continue a ser tomado por milhões de toneladas de copos, pratos,
sacolas, garrafas, brinquedos e tantos outros badulaques não biodegradáveis todos os anos.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/01/verao-sem-canudo.shtml>. Acesso em: 18 fev. 2022. Fragmento.
(P121841H6_SUP)
04) (P121846H6) Nesse texto, no trecho “... ou simplesmente dispensá-los...” (6º parágrafo), o pronome destacado
refere-se a
A) canudos.
B) mares.
C) materiais.
D) projetos.
E) restaurantes.
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Cada dia mais, falar de ‘plástico’ traz muito ‘pano para manga’. [...]
Antes de falarmos em plástico e fazer afirmações [...] como “vamos acabar com o plástico” [...],
é necessário analisar o cenário de forma sensata. É inegável que o plástico faz parte de nossas
vidas. Ele está por exemplo nos delicados tecidos das fraldas de bebês, ou nos rígidos potes de
sorvetes, nossa escova dental [...], no agronegócio, no setor elétrico. Não vamos gastar mais
linhas, resumindo ele está em toda a parte. [...]
Em minha experiência [...] vejo duas alternativas para termos um mundo mais amigo do plástico,
ou o inverso, o plástico mais amigo do mundo. A primeira delas é por meio de tecnologia. [...]
Dados divulgados [...] apontam crescimento de mais de 200% de produção de bioplásticos para
os próximos 5 anos. Deve saltar de algo de 2,4 milhões de toneladas em 2021 para 7,5 milhões
de toneladas em 2026. [...] Com isso, os bioplásticos devem ultrapassar 2% da produção total de
plásticos. Para 2050 a projeção é de que este tipo de material corresponda a 10%.
É a solução? Não. É um caminho que pode somar [...].
Contudo a sociedade sabe, mas acaba esquecendo, que majoritariamente os plásticos por nós
utilizados são recicláveis, e devem ser destinados para este fim. Eis a chave da questão: se usamos
e abusamos e dependemos do plástico, por que não ter uma relação saudável com ele? A partir do
momento que tivermos [...] uma disseminação maciça junto a sociedade de que o plástico, não é mais
problema, mas sim uma das soluções para um meio ambiente mais protegido, desde que descartemos
de forma adequada, teremos a chance de olhar para quem efetivamente polui nosso Planeta.
Sim, porque é fácil vermos nos rios ou oceanos a garrafa pet boiando. Sua densidade permite
isso. E o papel se dissolve, o vidro, metais e demais produtos densos, quando descartados de forma
errada, fincam no solo ou submersos, longe de nossos olhos. Estes itens são igualmente grandes
poluidores [...]. São vilões? Não. Os verdadeiros vilões somos nós [...] que nos autoboicotamos.
Sabemos que dá para reutilizar algo em plástico, mas por imprudência, ou preguiça mesmo,
acabamos ignorando a ação de separar adequadamente.
[...] Se o plástico e demais produtos tiverem destino correto em seu descarte, não teremos
sérios problemas de poluição. [...]
FARDO, Francielo. Nem vilão, nem mocinho: é preciso falar sobre plástico. In: Gazeta do Povo. Disponível em: <https://bit.ly/3HIUjza>.
Acesso em: 4 mar. 2022. Fragmento. (P121840H6_SUP)
06) (P121852H6) No sétimo parágrafo desse texto, a palavra “verdadeiros” concorda com
A) metais.
B) oceanos.
C) olhos.
D) poluidores.
E) vilões.
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08) (P121857H6) Nesse texto, qual valor humano está implícito nesse texto?
A) Coragem.
B) Força.
C) Persistência.
D) Prestígio.
E) Solidariedade.
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Nos dias de hoje, ouvir música em dispositivos móveis é um hábito mais do que comum.
Seja na academia, no ônibus, em casa ou em qualquer lugar, uma boa parte das pessoas
tem no fone de ouvido um companheiro de todas as horas. A grande questão é que tanta
intimidade com os fones está refletindo na boa audição de mais de 1 bilhão de jovens ao
5 redor do mundo.
Segundo um estudo [...], a maneira como os millennials1 ouvem música aumenta o risco
de desenvolver problemas auditivos. O grande perigo para a audição mora na exposição
prolongada e excessiva a sons em volume alto, principalmente por meio de fones de ouvido. [...]
[...] o risco de problemas auditivos atinge 50% da população entre 12 e 35 anos de idade. [...]
10 [...] especialistas dos setores da saúde e da tecnologia definiram novos parâmetros que
devem ser adotados na indústria da produção de celulares, smartphones e outros aparelhos.
Alguns países europeus, inclusive, já adotam exigências de colocar cores nos volumes de
celulares, mostrando em cores vermelhas um eventual excesso.
[...] é o momento de rever a maneira como ouvimos música no fone de ouvido. A
15 recomendação é para que as empresas passem a colocar opções de limite automático de
volume nos aparelhos, inclusive com aplicativos que possam ser controlados pelos pais.
Outra medida recomendável é que os aparelhos possam medir, via softwares, a exposição
do usuário ao som e que possam calcular o porcentual do dia diante desse risco. [...]
Ao usar fones de ouvido, o ideal é que o volume atinja menos de 60% de sua capacidade
20 máxima de alcance. Recomenda-se que o equipamento seja ajustado e tenha a função
“cancelamento de ruído”, como os fones que cobrem toda a orelha do usuário.
*Vocabulário:
1
millennials: geração do milênio; geração da internet.
MORAIS, Gustavo. Volume alto no fone de ouvido coloca em risco a audição dos jovens. In: Cifra Club News. 2019.
Disponível em: <https://bit.ly/2LPVQth>. Acesso em: 30 out. 2019. Fragmento. (P110574I7_SUP)
09) (P110579I7) Em qual trecho está evidenciada a ideia principal desse texto?
A) “Nos dias de hoje, ouvir música em dispositivos móveis é um hábito mais do que comum.”. (ℓ. 1)
B) “... tanta intimidade com os fones está refletindo na boa audição de mais de 1 bilhão de jovens ao redor
do mundo.”. (ℓ. 3-5)
C) “... especialistas dos setores da saúde e da tecnologia definiram novos parâmetros...”. (ℓ. 10)
D) “Alguns países europeus, inclusive, já adotam exigências de colocar cores nos volumes de celulares,...”.
(ℓ. 12-13)
E) “... o ideal é que o volume atinja menos de 60% de sua capacidade máxima de alcance.”. (ℓ. 19-20)
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Uma das formas que eu detecto quando algum filme é bom para mim é eu ficar pensando
nele depois de assisti-lo, e Vingadores Guerra Infinita é um desses filmes, ainda estou pensando
nele. A história não é nenhuma obra-prima, mas gostei muito da edição. Os personagens estão
separados, mas ao mesmo tempo estão juntos, mérito para os diretores. A cena inicial já é
maravilhosa [...]. Thor e Thanos são os melhores no filme, Thor mostrando que é superpoderoso
e Thanos mostrou que é simplesmente o melhor vilão desse universo. Não todos, mas alguns
heróis têm alguma contribuição importante na trama, exemplo disso é o Groot, que ajudou num
momento crucial da história. Vingadores: Guerra Infinita é um filme muito bom, deve em alguns
pontos, mas acerta em muitos outros e merece ser assistido mais de uma vez.
M., Sidney. Vingadores: Guerra Infinita. In: Adorocinema. Disponível em: <https://www.adorocinema.com/filmes/filme-218265/criticas/
espectadores/>. Acesso em: 17 fev. 2022. Adaptado para fins didáticos. Fragmento. (P121844H6_SUP)
10) (P121844H6) Para defender a ideia de que Vingadores Guerra Infinita merece ser assistido mais de uma
vez, o autor afirma:
A) “... eu detecto quando algum filme é bom para mim,...”.
B) “A história não é nenhuma obra-prima,...”.
C) “Os personagens estão separados...”.
D) ... Thor mostrando que é superpoderoso...”.
E) “Vingadores: Guerra Infinita é um filme muito bom,...”.
Dizem que as palavras têm poder. Você tem prestado atenção nas suas?
Imaginemos cada palavra proferida como se fosse uma nota musical. Percebamos como seu
som vibra pelo ar, perceba sua energia. Procure fazer o exercício de dar forma a essa onda
sonora: ela flui como um rio que segue seu rumo constante, ou como a torrente indomável de uma
correnteza? Elas contêm mais efeito curativo ou destrutivo sobre si mesmo e sobre os outros?
Quais emoções elas mais despertam?
A trilha sonora que compõe sua vida nesse momento, a partir das palavras que proferes, está
estimulando ou perturbando?
Muitos buscam motivação para se abastecerem de energia, a fim de criarem nova musicalidade
para a vida. Ora, perceba-se que a energia da palavra “motivação” vem de “motivos”. São
seus próprios motivos, e de mais ninguém. Com a motivação afinada, é chegada a hora de
desenvolver estratégias e habilidades para que se alcancem novos timbres e sonoridades.
Também “desenvolver” pode soar como “des-envolver”, ou seja, tirar do entorno tudo aquilo que
envolve nossa capacidade interna. Para isso acontecer, faz-se necessário tomar uma decisão. E
percebamos que dentro da forma e do som de “decisão” existe a “cisão”, ou seja, um corte, uma
ruptura. Quando se toma uma decisão, quando se diz sim para algo, estamos dizendo não para
algo mais. Nossas palavras são a expressão de nossas crenças tanto na música que soamos ao
mundo exterior, mas principalmente quanto à que toca em nosso mundo interior.
PELISSIOLI, Marcelo. O poder das palavras. In: Diário de Canoas. Disponível em: <https://www.diariodecanoas.com.br/opiniao/2022/02/24/o-
poder-das-palavras.html>. Acesso em: 4 mar. 2022. (P121842H6_SUP)
11) (P121847H6) No segundo parágrafo desse texto, no trecho “... que segue seu rumo constante,...”, o termo
destacado refere-se a
A) ar.
B) energia.
C) nota musical.
D) palavra proferida.
E) rio.
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Leia novamente o texto “O poder das palavras” para responder às questões abaixo.
12) (P121854H6) No último parágrafo desse texto, a forma verbal “existe” estabelece relação de concordância com
A) cisão.
B) decisão.
C) desenvolver.
D) forma.
E) som.
[...]
Em meio à correria do dia a dia, a maioria das pessoas acaba não dando tanta importância à
alimentação saudável.
Logo, procuram por opções mais rápidas e práticas na hora de se alimentar, por exemplo, os
fast-foods.
O problema desse tipo de refeição, e outras industrializadas, é que possuem grandes
quantidades de gordura e açúcares, sendo pouco nutritivo.
E pela falta de nutrientes necessários nesses alimentos, o bom funcionamento do corpo pode
ficar comprometido, resultando em maiores chances de desenvolver doenças, como diabetes,
hipertensão e obesidade.
Com base nisso, uma nova pesquisa publicada na revista científica The Lancet revelou que, a
cada 5 mortes, 1 está ligada à má alimentação [...].
Porém, o problema não está em somente reduzir o consumo desses alimentos não saudáveis,
e sim adicionar à dieta frutas, vegetais, fibras, leite, nozes e grãos, que possuem mais nutrientes.
Enquanto muito se fala sobre o impacto que comer fast-food com frequência gera à saúde,
pouca atenção é dada à falta de comidas saudáveis.
Ou seja, não basta evitar os vilões, é preciso investir na redução de sódio e incremento de
grãos, verduras, sementes e legumes. [...]
REDAÇÃO MINUTO SAUDÁVEL. Comer frutas e grãos é mais importante do que reduzir fast-foods. 2019. Disponível em:
<https://minutosaudavel.com.br/frutas-fast-foods-alimentacao-saudavel/>. Acesso em: 28 out. 2019. Fragmento. (P110562I7_SUP)
15) (P110560I7) De acordo com esse texto, o bom funcionamento do corpo pode ficar comprometido
A) pela correria do dia a dia.
B) pela falta de nutrientes necessários dos alimentos industrializados.
C) pela frequência que se come comidas saudáveis.
D) pela maior chance de desenvolver doenças como diabetes.
E) pela redução de sódio.
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As Lágrimas do Poeta
Amari, o poeta, cantava a sua alegria, cantava a sua esperança. Saíam-lhe dos lábios [...]
delicadíssimos, palavras cintilantes como o sol de verão.
Amari cantava, sentado debaixo do grande carvalho, o carvalho que se erguia no alto da colina. [...]
Acorreram a escutar os cantos [...] de Amari os esquilos vivos [...], os cervos tímidos, as lebres
palpitantes, os arminhos de vestes de neve. Até o feroz lobo apareceu para ouvir as palavras de luz [...].
A voz da poesia era doce, comovia também o gelado coração dos peixes. E os peixes choraram;
choraram as aves, choraram os animais da floresta.
Acabou chorando [...] o próprio Amari, o homem [...] da alegria sem fim.
As lágrimas rolaram pelo seu rosto, caíram em seu joelho, deslizaram pela encosta da colina,
foram desaparecer no mar. Eram muitas, muitas lágrimas transparentes como o cristal, redondas
como as sementes de gengibre. Amari viu-as escorrer debaixo de si como um rio de luz. Quanto
terminou de cantar, chamou a pata azul.
– Ó patinha da cor do céu sereno, animal gracioso que gostas de mergulhar na água, afunda-te
no oceano e do seio das ondas recolhe as minhas lágrimas [...].
A pata azul mergulhou, tomou as lágrimas uma a uma no bico e veio trazê-las de volta ao
poeta. [...] Não eram mais lágrimas: eram pérolas, esse pranto da poesia. [...] A terra estava,
assim, enriquecida com um novo motivo de fascinação.
Disponível em: <https://beatrizbecker.com/2019/11/01/lenda-da-letonia-as-lagrimas-do-poeta/>. Acesso em: 2 fev. 2022.
Adaptado para fins didáticos. Fragmento. (P070888I7_SUP)
16) (P070900I7) Nesse texto, no trecho “Amari viu-as escorrer...” (6º parágrafo), o termo destacado se refere a
A) aves.
B) lágrimas.
C) lebres.
D) ondas.
Soneto da separação
18) (P070251C2) Nesse texto, para manter o ritmo e a musicalidade, o autor utiliza
A) mesmo número de palavras nos versos.
B) palavras com número de sílabas iguais.
C) palavras repetidas no início dos versos.
D) rima nas palavras finais dos versos.
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Desde que me conheço por gente, banho é aquela coisa que a gente toma de manhã, assim
que acorda. Sem exceções. [...]
Por isso, fiquei chocado quando telefonei pela primeira vez para minha namorada, umas oito
da noite, e sua mãe deu a notícia fatídica: ela está tomando banho. [...]
Três anos e meio após o episódio, discutir o horário do banho ainda é um ritual. Ela não cansa
de esfregar na minha cara que eu levo para o travesseiro toda a imundice da rua [...]. Eu retruco
lembrando que ela sai na rua, todo santo dia, com a cara amassada [...].
Nunca chegamos a uma conclusão. Então liguei para Silmara Cestari, professora aposentada
do departamento de dermatologia da Universidade Federal de São Paulo, para saber quem está
certo. Tomei um balde de água fria – e nem foi de manhã, o horário em que prefiro me molhar:
“Não faz diferença. Para o bem-estar talvez, mas para a pele não.” [...]
Assunto encerrado: para a pele, o placar é zero a zero. Mas nem só de capa vive um livro:
será que o banho matinal faz bem por dentro? Bem, ele faz bem para a criatividade – o que pode
explicar porque ele ajuda uma pessoa que vive de escrever, como eu, a chegar ao fim do dia.
Quem diz é Shelley Carson, professora de psicologia da Universidade Harvard. Para ela, o
banho é um bom jeito de deixar seu cérebro lidar com os problemas sozinho. [...]
Quem toma um banho quente uma ou duas horas antes de se deitar eleva a própria temperatura
um pouco além do normal – o que pode parecer ruim em princípio. Mas assim que o corajoso sai
do box, sua temperatura começa a cair repentinamente. Mais rápido do que cairia sem banho.
Quanto mais rápido ela cai, melhor o organismo entende que chegou a hora de descansar – e é
daí que vem a sensação de relaxamento. [...]
Moral da história? Tome banho na hora em que quiser. Sempre há um bom argumento para
defender seu horário.
VAIANO, Bruno. Afinal, quando é melhor tomar banho: de manhã ou de noite? In: Superinteressante. Disponível em: <https://bit.ly/3J0IKEy>.
Acesso em: 2 fev. 2022. Fragmento. (P091154I7_SUP)
20) (P091159I7) No último parágrafo desse texto, no trecho “Sempre há um bom argumento para defender
seu horário.”, o termo em destaque foi utilizado para
A) enfatizar proporção.
B) indicar tempo.
C) marcar causa.
D) mostrar finalidade.
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Hoje somos todos cidadãos digitais. A cada dia, surgem inovações, novos canais e recursos,
cujas potencialidades de comunicação são enormes. No entanto, é preciso criar e preservar o uso
responsável e apropriado desta tecnologia. Tudo o que colocamos na internet deixa uma pegada,
como se fosse um rastro associado à sua identidade, denominada impressão digital, que ficará
registrada para sempre. Por isso, é aconselhável, antes de qualquer ação, refletirmos bem sobre
as consequências, sobretudo quando se trata de adolescentes, que ainda não atingiram uma
maturidade emocional suficiente para entender peso e consequências da sua exposição na rede
social e digital. [...]
Hoje falamos muito em uso inapropriado das tecnologias por adolescentes. Mas não podemos
culpabilizar nossos adolescentes por um possível mau uso se não os ensinamos e, sobretudo,
vivenciamos o que consideramos apropriado, saudável e ético. [...]
O adolescente precisa aprender, num conceito de alfabetização digital, o que é uma mídia,
quem faz essa mídia, com quais intuitos se estrutura uma mídia, qual o seu alcance, o que fazer
para preservar-se. [...]
BOUZAS, Isabel; JANNUZZI, Felipe. Disponível em: <http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=665>. Acesso em: 20 set. 2017.
Fragmento. (P121428H6_SUP)
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Letra Vencida
EDUARDO B. embarca amanhã para a Europa. Amanhã quer dizer 24 de abril de 1861, pois
estamos a 23, à noite, uma triste noite para ele, e para Beatriz.
– Beatriz! repetia ele, no jardim, ao pé da janela de onde a moça se debruçava estendendo-lhe
a mão.
De cima – porque a janela ficava a cinco palmos da cabeça de Eduardo –, de cima respondia
a moça com lágrimas, verdadeiras lágrimas de dor. Era a primeira grande dor moral que padecia,
e, contando apenas dezoito anos, começava cedo. [...]
Eduardo vai completar os estudos, e tirar carta de doutor [...]; a família vai com ele, disposta
a ficar algum tempo, um ano, em França; ele voltará depois. Tem vinte e um anos, ela dezoito:
podem esperar. [...] Eduardo jura que a levará consigo, que não pensará em outra cousa, que a
amará sempre, sempre, sempre, de longe ou de perto [...].
– Adeus, Beatriz! [...]
– Adeus! Jura que não se esquecerá de mim?
– Juro. E você?
– Juro também [...]!
No dia seguinte verificou-se o embarque. A família de Eduardo compunha-se dos pais e uma
irmã de doze anos. O pai era comerciante e rico; ia passear alguns meses e fazer completar os
estudos do filho em Heidelberg. [...].
Para Eduardo, ou Heidelberg ou Hong-Kong, era a mesma cousa, uma vez que o arrancavam
do único ponto do globo em que ele podia aprender a primeira das ciências, que era contemplar
os olhos de Beatriz. Quando o paquete deu as primeiras rodadas na água e começou a mover-se
para a barra, Eduardo não pôde reter as lágrimas, e foi escondê-las no camarote. Voltou logo
acima, para ver ainda a cidade, perdê-la pouco a pouco, por uma ilusão da dor [...]. E a cidade,
se tivesse olhos para vê-lo, podia também despedir-se dele com pesar e orgulho, pois era um
[...] rapaz, inteligente e bom. Convém dizer que a tristeza de deixar o Rio de Janeiro também lhe
doía no coração. [...]
ASSIS, Machado de. Letra vencida. In: Domínio Público.
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=17898>. Acesso em: 4 mar. 2021.
Fragmento. (P111610I7_SUP)
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Todos os dias nos alimentamos, vestimos, dormimos. A roupa que usamos nos protege e
também comunica quem somos, a quais grupos pertencemos, o que valorizamos. E você já parou
para pensar de onde suas roupas vieram?? De quais materiais elas foram feitas? Como e por
quem foram produzidas?
O homem vem trançando fios e linhas há milhares de anos, de modo manual ou mecanizado.
Os primeiros tecidos foram feitos a partir de um tear manual, trançando fios no sentido transversal
uns aos outros. Até o século 18, os tecidos eram produzidos manualmente ou em máquinas
simples. Com o passar do tempo, esse processo foi sendo mecanizado, abrindo espaço para as
grandes tecelagens.
Assim como os tecidos, várias técnicas e produtos passaram a ser produzidos em larga
escala de modo industrial. Os saberes manuais e tradicionais foram adaptados, transformados
ou até extinguidos através da mecanização dos seus processos. De um lado, a industrialização
trouxe mais agilidade, alcance e qualidade de vida; do outro, promoveu o enfraquecimento de
manifestações culturais e a lógica do tempo curto. [...]
Já ouviu falar da renda de bilro? É uma técnica tradicional usada no vestuário e na decoração.
Uma flor em renda de bilro pode levar em torno de 6 horas para ser feita. Já para uma flor de
renda, a máquina deve levar alguns poucos minutos. [...]
A mecanização deveria estar a favor do trabalhador, do artesão, do agricultor, potencializando
os processos produtivos para que sejam mais saudáveis para quem está na ponta. Mas, na
prática, a mecanização só otimiza tempo, custos e lucro para as grandes empresas. Uma moda
rápida e barata é o reflexo disso e estimula cotidianamente a extinção desses grupos e dos
saberes ancestrais que eles carregam. [...]
Assim, temos um desafio coletivo para manter vivas nossas manifestações culturais tradicionais,
exigindo esforços de todos os lados da cadeia de produção.
E para todos nós, consumidores: é necessário buscarmos saber mais sobre as peças que
compramos, apreciarmos o trabalho feito à mão em detrimento ao feito a máquina e valorizarmos
os artesãos que as produzem através de um pagamento justo. [...]
A peça feita à mão é uma oportunidade de vestir-se com algo que carrega uma história.
TORO, Júlia. A roupa que você escolhe também transforma a sociedade. In: Ecoa Uol, 2022. Disponível em: <https://bit.ly/3HHtgV2>.
Acesso em: 4 mar. 2022. Fragmento. (P111603I7_SUP)
24) (P111603I7) Nesse texto, no trecho “... temos um desafio coletivo para manter vivas nossas manifestações
culturais tradicionais...” (6º parágrafo), o termo destacado foi usado para
A) demonstrar certeza.
B) expressar tentativa.
C) indicar necessidade.
D) mostrar obrigatoriedade.
E) sugerir possibilidade.
25) (P111604I7) Nesse texto, no trecho “A mecanização deveria estar a favor do trabalhador...” (5º parágrafo),
a forma verbal destacada foi usada para
A) apontar uma ação que poderia ocorrer no futuro.
B) demonstrar uma ação não finalizada.
C) evidenciar uma ação em andamento.
D) indicar uma ação concluída no passado.
E) mostrar uma ação realizada no momento da fala.
12 BL01P12
P1201
Senhora – Cap. V
13 BL01P12
ANOTAÇÕES
01
02
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