CP Comin 2014 2 18

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE TECNOLOGIA EM MECÂNICA


CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

KEROLYNIE THAIS HERNANDES CASAGRANDE


LINDOLPHO CLÁUDIO DAMAS VEIGA
LUCCAS DAMASCENO DA CUNHA CASTORINI

CONSTRUÇÂO DE BANCADA DIDÁTICA PARA TESTE DE PERDA


DE CARGA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CORNÉLIO PROCÓPIO
2015
KEROLYNIE THAIS HERNANDES CASAGRANDE
LINDOLPHO CLÁUDIO DAMAS VEIGA
LUCCAS DAMASCENO DA CUNHA CASTORINI

CONSTRUÇÂO DE BANCADA DIDÁTICA PARA TESTE DE PERDA


DE CARGA

Trabalho de Conclusão de Curso de


graduação, apresentado à disciplina de
Trabalho de Diplomação, do Curso
Superior de Tecnologia em Mecânica
Industrial do Departamento Acadêmico de
de Tecnologia em Mecânica Industrial –
COMIN – da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná – UTFPR, como
requisito parcial para obtenção do título de
Tecnólogo em Manutenção Industrial.

Orientador: Prof. Tiago Silva.

CORNÉLIO PROCÓPIO
2015
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Cornélio Procópio

Nome da Diretoria
Nome da Coordenação
Curso Superior em Tecnologia em Manutenção Industrial

TERMO DE APROVAÇÃO

CONSTRUÇÂO DE BANCADA DIDÁTICA PARA TESTE DE PERDA


DE CARGA
por
KEROLYNIE THAIS HERNANDES CASAGRANDE
LINDOLPHO CLÁUDIO DAMAS VEIGA
LUCCAS DAMASCENO DA CUNHA CASTORINI

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado em 30 de Julho de 2014, como


requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em Manutenção Industrial.
Os candidatos foram arguidos pela Banca Examinadora composta pelos professores
abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho
aprovado.

__________________________________
Prof. Msc. Tiago Silva
Orientador

___________________________________
Prof. Dr. Rubens Gallo
Membro titular

___________________________________
Prof. Carlo De Nardi
Membro titular

Cornelio Procopio
2015
Dedico esse trabalho a Andrea Hernandes Gaspar, minha mãe, que me
serviu de exemplo como uma mulher batalhadora e que não desiste de
seus sonhos, sempre me incentivando e dando forças para seguir em
frente.

A meus avós João e Maria Helena, às minhas tias Márcia e Maria José
e meus primos André e Nara que me apoiaram, motivaram, conduzindo
à essa conquista.

Ao meu companheiro Pedro Henrique Guizeline que esteve ao meu lado


por todo esse percurso, mesmo nos momentos em que estive ausente,
me confortando e dando força para alcançar meus objetivos.

Aos meus amigos Daniele, Henrique, William, Monique, Müller e Aureo,


pessoas que conheci na faculdade e que se tornaram muito especiais
com o caminhar desses anos.

Aos demais professores e amigos que encontrei nessa jornada e


deixaram um pouco de vocês em minha vida, e a todos que de alguma
forma contribuíram para essa conquista, concedendo apoio e
proporcionando momentos de alegria diante das correrias do dia-a-dia,
sou grata
Kerolynie Thais Hernands Casagrande
Dedico esse empenho e conquista de formatura ao meu Pai Claudionor
José Veiga e minha Mãe Claudete Silveira Damas, que me deram o
apoio que precisei em todos os momentos.

Acima de tudo, não só nessa etapa da minha vida, mas em toda ela,
dedico à minha avó Luzia de Olivera Veiga e meu avô José Veiga
Sobrinho pelo amor incondicional que sempre tiveram comigo e pelo
incentivo que sempre me deram para que eu me tornasse uma pessoa
boa e honesta.

Dedico, também, com a mais sincera gratidão à SANEPAR, na pessoa


de Aldecir dos Santos Costa, pelo apoio, amizade e ensinamentos.

Enfm, dedico esse trabalho a toda a minha família e amigos, que me


apoiaram e não deixaram desistir de ser alguém melhor. A partir do
estudo.

Lindolpho Claudio Damas Veiga


A memoria de Luiz Moreira Castorini – Meu pai que sempre foi um
exemplo de homem e superação para mim.

A Aparecida da Cunha Castorini – Minha mãe que sempre me mostrou


a importância e me conduziram e incentivara minha educação.

A Débora D’Almeida Teixeira – Minha companheira, meu amor; que me


mostrou o significado da palavra amor, que me apoia em meus projetos
de vida e sempre esteve conversando e me acalmando nos momentos
difíceis;

A minha família, amigos e professores que acreditaram nos meus


objetivos.

A Anderson, Fabio, Everaldo, Everton, Rodrigo, Ronaldo, João; amigos


e colegas de profissão que contribuíram para meu crescimento
profissional.

Aos professores Conrado Di Raimo e Carlos de Nardi pelos conselhos,


e longas conversas.

A todos que passaram pela minha vida e deixaram um pouco de sua


experiência de vida.

As empresas, pessoas as quais essas linhas seriam poucas para


enumera-las, que contribuíram com doações e se esforçando para que
esse projeto fosse possível.

Aos meus amigos e parceiros de Trabalho de Conclusão de Curso


Lindolpho e Kerolynie.

Luccas Damasceno da Cunha Castorini


AGRADECIMENTOS

Certamente estas linhas não irão atender a todas as pessoas que fizeram parte
do desenvolvimento desse Trabalho de Conclusão de Curso. Portanto, desde já
pedimos desculpas àquelas que não estão presentes entre essas palavras, mas elas
podem estar certas que fazem parte do nosso pensamento e da nossa gratidão.
Gostaríamos de expressar nossa gratidão primeiramente a Deus, pelo dom da
vida e por colocar em nossas vidas pessoas especiais que foram essenciais para a
realização deste trabalho.
Gostaríamos de agradecer a todas as pessoas que durante o período da
graduação se fizeram presentes, que se preocuparam, que foram solidárias e que
torceram por nós não deixando de buscar nossos objetivos.
A empresa WEG e todos os seus colaboradores em especial André Motikawa
pela doação de dois Inversores de frequência, um botão de emergência e um
Contator.
A Franklin Electric Indústria de Moto bombas S.A. pela doação de duas bombas
centrifugas e todos seus colaboradores em especial Bruna Schmitt.
A KSB e seus representantes em Maringá C.O Muller pelo envio de uma bomba
centrifuga em especial o senhor Vagner Florêncio da Silva e a senhora Ângela Alves.
A empresa ICOS pela doação e todos seus colaboradores em especial Carolina
Gabriotti e Vanessa Reche.
A empresa bimetal pela doação de 7 manometros em especial o senhor Marcos
Godoy, ao professor Carlos Alberto Paschoalino, pela compra de uma tomada
industrial e a UTFPR, pela doação de uma parte dos materiais eletricos
As demais empresas que responderam nossos contatos.
Ao orientador Tiago Silva pela dedicação e paciência ao orientar e conduzir o
trabalho.
Agradecemos aos professores Ricardo Ferreira e Rubens Gallo, pela constante
presença, entusiasmo, amizade e exemplo profissional.
A Professor Carlos Di Nardi pela ajuda e conselhos em todas as vezes que
recorremos a ele para esclarecimentos de dúvidas.
“Na Natureza nada se cria, nada se
perde, tudo se transforma.”

Antoine Lavoisier
RESUMO

CASAGRANDE, Kerolynie Thais Hernandes. VEIGA, Lindolpho Claudio Damas.


CASTORINI, Luccas Damasceno da Cunha Castorini CONSTRUÇÂO DE BANCADA
DIDÁTICA PARA TESTE DE PERDA DE CARGA. 2015. 99 páginas. Trabalho de
Conclusão de Curso Tecnologia em Manutenção Industrial - Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Cornélio Procópio, 2015.

Este trabalho visa a construção de uma bancada para estudos e testes na área de
fluídos, que se fazia necessária para a apresentação aos alunos de mecanismos
hidráulicos e também para comprovar, na prática, o que se aprende em sala de aula,
junto dos por quês que surgem. A partir de uma estrutura de metalon, moto bombas e
tubulação, confeccionamos, a princípio, uma estrutura para testes de perda de carga
em linhas de sucção e recalque, com possibilidade de desenvolvimento da estrutura
para outros ensaios com conjuntos moto bomba, automação ou supervisão. Do projeto
à execução contou-se com, aproximadamente, 90% de doações, que partiram das
mais diversas empresas, que adotaram nosso projeto como um trabalho promissor.
Com projeto executado, os alunos da universidade se familizarão com instalações
hidráulicas, de bombeamento e instalações elétricas semelhantes as industriais,
apresentando um diferencial na aprendizagem e conhecimento prático ao se
adentrarem no mercado de trabalho. A bancada foi construída no laboratório de
mecânica dos fluidos da presente Universidade Tecnologica Federal do Paraná.

Palavras-chave: Bancada didatica. Perda de Carga. Motobombas.


ABSTRACT

CASAGRANDE, Kerolynie Thais Hernandes. VEIGA, Lindolpho Claudio Damas.


CASTORINI, Luccas Damasceno da Cunha Castorini BENCH CONSTRUCTION
TEACHING LOAD LOSS TEST. 2015. 99 pages. Work Course Completion
Technology in Industrial Maintenance - Federal Technological University of Paraná.
Cornélio Procópio 2015.

This work aims to build a bench for studies and tests on fluids area, which was
necessary for presentation to students of hydraulic mechanisms and also to prove in
practice what is learned in the classroom, from the whys that arise. From a metalon
structure, bike pumps and piping, we made, in principle, a framework for pressure drop
tests on suction and discharge lines, with the structure development of possibility for
further testing sets bike pump, automation and supervision . From design to
implementation counted with approximately 90% of donations, which departed from
various companies who adopted our project as a promising work. Executed project,
students of the university is familizarão with plumbing, pumping and electrical systems
like industrial, with a difference in learning and practical knowledge when venturing
into the labor market. The bench was constructed in the laboratory of fluid mechanics
of this Federal University of Paraná Tecnologica.

Key-words: Stand. Pressure drop. Motor pumps.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Turbina Pelton ........................................................................................... 20


Figura 2 - Turbina Francis ......................................................................................... 20
Figura 3 - Turbina Kaplan .......................................................................................... 20
Figura 4 - Classificação dos principais tipos de Bombas .......................................... 22
Figura 5 - Classificação das bombas de deslocamento positivo ............................... 23
Figura 6 - Classificação das bombas de deslocamento positivo ............................... 27
Figura 7 - Aplicação de força tangencial ................................................................... 27
Figura 8 - Força aplica ao fluído ................................................................................ 28
Figura 9 - Exemplo de Escoamento com nivel constante .......................................... 29
Figura 10 - Localização da particula com o vetor posição. ........................................ 30
Figura 11 - Comportamento de um fluido localizado entre duas placas paralelas .... 31
Figura 12 - Velocidade relativa nos fluidos ................................................................ 32
Figura 13 - (a) Experimento utilizado para caracterizar o escoamento em tubos (b)
Filetes de tinta típicos. ............................................................................................... 34
Figura 14 - Exemplo de tubo de corrente .................................................................. 38
Figura 15 - Pressão Estática ..................................................................................... 42
Figura 16 - Tomada Piezométrica ............................................................................. 42
Figura 17 - Diagrama Representativo de escalas ..................................................... 43
Figura 18 - Pressões estática dinâmica e total. ......................................................... 44
Figura 19 - Pressão Diferencial. ................................................................................ 45
Figura 20 - Aplicação do Teorema de Stevin. ........................................................... 46
Figura 21 - Aplicação do Principio de Pascal. ........................................................... 46
Figura 22 - Manômetro de Tubo em “U”. ................................................................... 48
Figura 23 - Bombas Centrifugas KSB e Schneider (Da esquerda para direita 3/4 .... 52
Figura 24 - Inversor de Frequencia Siemens Micromaster 420 ................................. 53
Figura 25 - Bancada inicial ........................................................................................ 57
Figura 26 - Bancada inicial (outro ângulo) ................................................................. 57
Figura 27 - Projeto de melhoria da Bancada (mesa) ................................................. 58
Figura 28 - Projeto de Melhoria da Bancada (parte superior).................................... 59
Figura 29 - Bancada Pronta ...................................................................................... 61
Figura 30 - Bancada Pronta (outro ângulo) ............................................................... 61
Figura 31 - Patrocinadores ........................................................................................ 62
Figura 32 - Detalhe do sensor de nível ..................................................................... 62
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CV Cavalo a Vapor
TCC Trabalho de Conclusão de Curso
Km Quilômetros
Fig. Figura
p. Página
UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná
A Àrea
F Força
m/s² Metros por segundo ao quadrado
°C Celsius
Mm Milímetros
Atm Atmosfera
Q Vazão
Ft Força Tangencial
Pg Pagina
dp Variação diferencial de pressão
Dv Variação diferencial de volume
V Volume
EP Energia em Potencial
E Energia mecânica total
CPGM Conferencia geral de pesos e medidas
Si Sistema Internacional
PSI Unidade de pressão (inglesa)
Dn Diâmetro nominal
NR Norma regulamentadora
V Volts
SUMÁRIO

SUMÁRIO ................................................................................................................. 13
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA ............................................................................ 15
1.2 PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................. 16
1.3 OBJETIVOS ................................................................................................. 16
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 16
1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 16
1.4 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 19
2.1 CLASSIFICAÇÃO DE MAQUINAS HIDRAULICAS ...................................... 19
2.1.1 Máquinas Motrizes........................................................................................ 19
2.1.2 Máquinas Mistas ........................................................................................... 21
2.1.3 Maquinas Geratrizes..................................................................................... 21
2.2 DEFINIÇÃO DE BOMBAS ............................................................................ 21
2.2.1 Classificação das Bombas – Quanto ao Deslocamento ............................... 22
2.3 CARACTERISTICAS DAS BOMBAS ........................................................... 22
2.3.1 Bombas de Deslocamento Positivo ou Volumétricas.................................... 22
2.3.2 Bombas Dinâmicas ou Turbo bombas .......................................................... 24
2.4 BOMBAS CENTRIFUGAS ............................................................................ 24
2.4.1 Classificações das Bombas Centrifugas e Funcionamento .......................... 24
2.4.2 Principais Componentes ............................................................................... 25
2.4.2.1 Rotor. ............................................................................................................ 25
2.4.2.2 Carcaça. ....................................................................................................... 26
2.4.2.3 Curva característica de uma bomba ............................................................. 26
2.5 FLUIDO ........................................................................................................ 26
2.6 FLUIDO CONTINUO E CAMPO DE VELOCIDADE ..................................... 28
2.7 VISCOSIDADE ............................................................................................. 31
2.8 FLUIDOS VISCOSOS E NÃO VISCOSOS ................................................... 33
2.9 ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO ............................................... 34
2.10 ESCOAMENTO COMPRESSÍVEL E INCOMPRESSIVEL ........................... 35
2.11 CLASSIFICAÇÃO DA MECÂNICA DOS FLUIDOS ...................................... 36
2.12 ESCOAMENTO EM TUBOS E DUTOS........................................................ 36
2.13 PERDA DE CARGA...................................................................................... 37
2.13.1 Equação de Bernoulli.................................................................................... 37
2.13.2 Perdas Distribuídas ou Contínuas ................................................................ 38
2.13.3 Perdas Localizadas ...................................................................................... 39
2.14 PRESSÃO .................................................................................................... 40
2.14.1 Definições de Pressão .................................................................................. 40
2.14.2 Pressão Estática ........................................................................................... 41
2.14.3 Pressão Dinâmica ou Cinéica ....................................................................... 42
2.14.4 Pressão Total ............................................................................................... 44
2.14.5 Pressão Diferencial....................................................................................... 44
2.14.6 Teorema de Stevin ....................................................................................... 45
2.14.7 Principio de Pascal ....................................................................................... 46
2.14.8 Elementos Mecâncos para Medição de Pressão .......................................... 47
2.14.8.1 Elementos mecânicos de medição direta de pressão ............................ 47
2.14.8.2 Elementos mecânicos elásticos de medição de pressão ....................... 49
2.15 INVERSOR DE FREQUÊNCIA .................................................................... 50
2.15.1 Como Funciona os Inversores de Frequência .............................................. 50
2.15.2 Vantagens do Inversor de Frequência .......................................................... 51
3 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 52
3.1 CONCEPÇÃO DA BANCADA ...................................................................... 54
3.1.1 Croqui da Bancada de Perda de Carga ........................................................ 55
3.1.2 Bancada de Perda de carga Construída ....................................................... 60
3.1.3 Orçamento .................................................................................................... 63
3.1.4 Funcionamento da Parte Hidráulica.............................................................. 63
3.1.5 Esquema Elétrico.......................................................................................... 64
4 LIMITAÇOES DO PROJETO................................................................................ 65
5 DIFICULDADES DO PROJETO ........................................................................... 66
6 OPORTUNIDADES DE MELHORIA..................................................................... 67
7 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 68
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69
APÊNDICE A – PROJETO ELÉTRICO .................................................................... 70
APENDICE B – DISTRIBUIDOR .............................................................................. 80
ANEXO A – CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO DOS MANOMETROS ................... 81
15

1 INTRODUÇÃO

As bombas hidrodinâmicas são utilizadas amplamente pelas indústrias nas


aplicações de circuitos hidráulicos, para converter energia mecânica em energia
hidráulica, abastecendo seus reservatórios e as diversas aplicações onde há
necessidade da movimentação de fluídos, sendo que hoje há uma grande quantidade
de estudos feitos para se melhorar o fator de rendimento de maquinas hidráulicas,
especialmente as bombas centrifugas, buscando uma melhor performance e uma
menor perda de carga possível na distribuição de um fluido. Porém, hoje temos ainda
discentes que encontram algumas dificuldades nas áreas de Manutenção, Mecânica
dos Fluídos, Elementos de máquinas dentre outras. Estas mesmas dificuldades são
apresentadas pelos discentes dos cursos Técnicos, Tecnológicos e de Engenharia,
em procedimentos práticos e comuns, encontrados na grande maioria das fábricas e
indústrias, na operação e manutenção destes tipos de bombas e no referenciamento
de estudo “aula versus prática”, levando com que o discente não saiba como poderá
realizar tais melhorias.

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Desde o surgimento da humanidade, o conhecimento sobre energia contida


nos fluídos e sua utilização tem sido um dos principais fatores para o desenvolvimento
da humanidade. (HENN, 2012, p. 25).
No presente trabalho é dada ênfase ao estudo de perda de carga, que nos dias
de hoje é uma grande incógnita nas indústrias e companhias de saneamento,
provocando perdas de rendimento e consequentes perdas financeiras para tais
empresas, que na maioria das vezes, se não em todas, ocorrem por um simples erro
de cálculo.
16

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO

De acordo com a realidade da UTFPR Campus Cornélio Procópio, é difícil


realizar uma atividade prática em laboratório, devido à ausência de equipamentos que
permitam conciliar o estudo realizado em sala, com o estudo praticado na sistemática
e solução de casos possíveis do cotidiano de um profissional da área mecânica.
Analisando essa variável, o projeto e execução de bancada aqui exposta, vêm
com a missão, não só de um trabalho de conclusão de curso, mas como de um
equipamento a ser utilizado no dia-a-dia desta universidade, proporcionando a todos
os futuros profissionais, aqui instruídos, uma ambientalização prática e consistente da
aplicação dos conhecimentos adquiridos em sala da aula.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Desenvolver um equipamento, mostrando aos futuros profissionais, a


aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos em seus respectivos cursos.

1.3.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do trabalho são:


a) Mostrar a sistematização de um problema encontrado geralmente dentro de
uma grande indústria, (cálculos de vazão, associação de bombas,
dimensionamentos de tubulações entre outros) uma possível solução para
tal (projeto); e a execução de tal medida corretiva.
b) Construir uma bancada ativa, onde se possa elaborar problemas e mostrar
seu respectivo estudo e consequente solução, para aprimoramento das
habilidades técnicas especializadas.
17

c) Provar a funcionalidade do equipamento, dando ênfase ao estudo da perda


de carga em tubulações em um sistema hidráulico de sucção e recalque de
fluído, nesse estudo a água.

1.4 JUSTIFICATIVA

De acordo com o levantamento feito para justificar esta proposta, algumas


disciplinas nas áreas de Manutenção, Mecânica dos Fluídos, Elementos de máquinas
dentre outras, apresentam dificuldade em representar para alunos dos cursos
Técnicos, Tecnológicos e de Engenharia procedimentos práticos comuns,
encontrados na grande maioria das fábricas e indústrias, na operação e manutenção
destes tipos de bombas.
GIBBONS et al(1994), classifica o conhecimento como um modo de 1 e 2, onde
o modo 1 é um modo de conhecimento acadêmico explicita, disciplinas “cientificas” e
o modo 2 e o conhecimento prático, difícil de documentar, transdisciplinar e
“profissional”. Segundo VICKERS et al (1983), ter conhecimento não importa o tipo ou
modalidade, e por si só é insuficiente. O profissional precisa, além do conhecimento,
ter habilidades de julgamento, onde o ensino de julgamento é outra área onde os
métodos tradicionais ensinados por meio de palestras e aula teóricas não se aplicam.
Ele precisa ser adquirido através da pratica.
Inovar no campo da educação é um ideal que se atualiza constantemente por
via de diferentes novidades. Curiosamente ao lado desses índices de inovação,
pairam velhas críticas como “Na pratica, é bem diferente do que na teoria”. A grande
maioria dos casos e que muitos discentes e docentes continuam sem saber como
relacionar teoria e pratica, sem instrumentos e meios suficientes para fazer esta
relação. A compreensão inadequada de como se devem ser dadas as relações entre
teoria e pratica traz como consequência o famoso gesto de “pedir receitas”. A pratica
resume-se à experiência, à execução ou a aplicação como consta em outros meios.
Quando o ensino vem sem o acompanhamento da pratica observa-se que não há
espaço para o questionamento, ou a inovação teórica para os envolvidos, mas quando
temos a pratica conciliada com a teoria temos o desencadeamento de caminhos,
18

hipóteses a serem testadas, com a possibilidade de novas discussões e configurações


teóricas. (BARROS & MARTINS adap. 2008).
Sendo assim esta proposta de TCC visa à construção de uma bancada
contendo elementos que possam proporcionar aos alunos e professores um ambiente
prático, onde seja possível simular através de atividades o funcionamento deste tipo
de equipamento.
Portanto a construção desta bancada, tem o intuito de: facilitar o entendimento
do processo de funcionamento e exemplificar os procedimentos práticos para a
utilização das bombas hidrodinâmicas, deixando assim, este processo o máximo
didático possível, a fim de melhorar as atividades didáticas e pedagógicas das
disciplinas envolvidas com este equipamento
19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para o desenvolvimento deste trabalho se faz necessário um estudo


aprofundado nos conceitos fundamentais em mecânica dos fluidos, bombas
centrifugas e afins.

2.1 CLASSIFICAÇÃO DE MAQUINAS HIDRAULICAS

Segundo Mancityre (2010, p.37) e Santos (2007, p.25) as máquinas hidráulicas


podem ser classificadas como: máquinas motrizes, máquinas mistas e máquinas
geratrizes que pode ser chamada de operatrizes. Santos (2007, p.25) afirma que as
“máquinas hidráulicas são maquinas transformadoras de energia.”

2.1.1 Máquinas Motrizes

“São as máquinas que transformam energia hidráulica em trabalho mecânico.”


(MANCITYRE,2010 p.37; SANTOS,2007 p. 25). Em outras palavras, podemos dizer
que são equipamentos que funcionam geralmente para acionar outro equipamento,
principalmente geradores de energia elétrica.
São membros desse grupo às turbinas hidráulicas e as rodas hidráulicas dentre
qual as turbinas geralmente empregas são as: Pelton (Figura 1), Francis (Figura 2),
Kaplan (Figura 3), Propeller e Deriaz. (MANCINTYRE, 2010 p. 37).
20

Figura 1 - Turbina Pelton


Fonte: Santos (2007, p. 25).

Figura 2 - Turbina Francis


Fonte: Santos (2007, p. 26).

Figura 3 - Turbina Kaplan


Fonte: Santos (2007, p. 26).
21

2.1.2 Máquinas Mistas

“São máquinas que transformam energia mecânica em energia hidráulica, ou


seja, fornecem energia hidráulica ao serem acionadas pelo mesmo tipo de energia”
(SANTOS, 2007 p.26).
Pertencem a esta classe: ejetores ou redutores, os pulsômetros, os carneiros
hidráulicos ou aríete hidráulico, as bombas de emulsão de ar, etc.

2.1.3 Maquinas Geratrizes

Segundo Santos (2007, p.27) “são maquinas que transformam energia


mecânica em energia hidráulica.
Macintyre (2010, p. 37-38) diz que:

São aquelas que recebem trabalho mecânico, geralmente fornecido por uma
máquina motriz, e o transforma em energia hidráulica, comunicando ao
liquido um acréscimo de energia sob a forma de energia potencial de pressão
e cinética.

Neste grupo de máquinas estão inclusas todas as bombas hidráulicas o qual


será dado um enfoque maior no respectivo trabalho. A seguir definiremos o conceito
de bombas e classificaremos as mesmas.

2.2 DEFINIÇÃO DE BOMBAS

“Bombas são máquinas geratrizes cuja finalidade é realizar o deslocamento de


um líquido por escoamento” (MANCINTYRE, 2010 p. 38).
Podendo ser chamadas de Geratrizes por receber trabalho mecânico para
acioná-las, e transformá-lo em hidráulico ao ceder energia ao fluído sob forma de
energia de pressão ou cinética ou podendo, também, serem chamadas de Operatrizes
Hidráulicas, pois realizam um trabalho útil específico ao deslocarem um liquido.
(MANCINTYRE, 2010).
22

2.2.1 Classificação das Bombas – Quanto ao Deslocamento

“Segundo Mattos e Falco (1998 p. 105) “as bombas podem ser classificadas
pela sua aplicação ou pela forma com que a energia e cedida ao fluido”. Podemos
afirmar então que necessário analisar o modo que é feito à transformação do trabalho
em energia hidráulica e o recurso utilizado para cede-la ao liquido para aumentar sua
velocidade e/ou pressão. (MANCINTYRE, 2010).
Assim podemos classifica-las, conforme apresentado na figura 4, em:
- Bombas de deslocamento positivo ou volumógenas;
- Bombas dinâmicas ou Turbas bombas.

Figura 4 - Classificação dos principais tipos de Bombas


Fonte: MATTOS; FALCO (1998, p. 105).

2.3 CARACTERISTICAS DAS BOMBAS

2.3.1 Bombas de Deslocamento Positivo ou Volumétricas

Bombas estáticas, são bombas que possuem uma ou mais câmaras, onde após
o fluido ser confinado na mesma, pela ação de um pistão ou peças rotativas e
transferida energia de pressão ao liquido, provocando seu escoamento, assim
23

favorecendo as condições para que se realize o escoamento na tubulação de sucção


até a bomba e na tubulação de recalque até o ponto de utilização.
Segundo Macintyre (2010), (Figura 5) as bombas de deslocamento positivo
podem se dividir em dois grupos: Alternativas e Rotativas, sendo que Santos afirma
ainda que as mesmas “podem ter o deslocamento fixo (Q = cte) ou de deslocamento
variável.”

Figura 5 - Classificação das bombas de deslocamento positivo


Fonte: Macintyre (2010, p. 39).

Nas bombas alternativas, um pistão, embolo (pistão alongado) ou membrana


flexível (diafragma) trabalham aplicando força diretamente no fluido, sendo que
bombas de pistão ou êmbolo podem ser de simples ou duplo efeito, podendo funcionar
pela ação do vapor, motores de combustão interna ou elétricos, já as de diafragma
tem sua operação por fluído ou mecanicamente. (MANCINTYRE, 2010)
Sobre as bombas rotativas Macintyre (2010, p. 41), descreve seu
funcionamento:

[...] o liquido recebe a ação das forças provenientes de uma ou mais peças
dotadas de movimento de rotação que, comunicando energia de pressão,
24

provocam seu escoamento. A ação das forças segundo a direção que é


praticamente a do seu escoamento do liquido.

As bombas rotativas podem ser de um só rotor ou rotores múltiplos. Quando


um só rotor com palhetas, pistão rotativo, elemento flexível ou parafuso simples.
Quando com múltiplos rotores podem ser com engrenagens, rotor lobular, pistões
oscilatórios ou parafusos.

2.3.2 Bombas Dinâmicas ou Turbo bombas

São bombas que promovem a movimentação do fluido e produzida por forças


que se desenvolvem na massa liquida, da movimentação de rotação do impelidor na
qual a função é comunicar à massa líquida aceleração, para que esta adquira energia
cinética. A diferenciação entre os tipos de turbo bombas e dada pela forma que o
impelidor transfere energia ao fluido ou como a direção do fluido ao sair do mesmo.
Neste presente grupo esta as bombas centrifugas, a qual é o foco do nosso
trabalho e daremos maior ênfase.

2.4 BOMBAS CENTRIFUGAS

2.4.1 Classificações das Bombas Centrifugas e Funcionamento

Segundo Santos (2007, p.34) podemos classificar as bombas centrifugas em:


Centrifugas Radiais, Centrifugas Helicoidais, Centrifugas Diagonais e Axiais.

a) Centrifugas Radiais: são chamadas também de “centrifugas puras”. O liquido


entra axialmente pelo rotor e expulso pelo mesmo na direção do raio, daí o
nome de “radial”. São bombas destinadas a vencer grandes cargas
manométrica e vazões baixas.
25

b) Centrifugas Helicoidais: também e chamada de “Francis”. O liquido entra


axialmente pelo rotor e sai em movimento helicoidal em direção praticamente
axial. São bombas destinadas a vencer grandes cargas manométrica e vazões
com valores medianos.
c) Centrifugas Diagonais: também e chamada de “semi-axial”. O liquido entra
axialmente e sai em uma direção diagonal, media entre axial e radial. São
utilizadas para situações onde se requer uma maior vazão, quando comparado
a carga manométrica.
d) Centrifugas Radiais: nesta bomba quando o liquido passa pelo rotor, as
partículas do liquido se alteram em hélices cilíndricas, na saída do rotor o
liquido sai paralelo ao eixo. São bombas requisitadas quando a vazão e de
valor muito mais significativo do que a carga manométrica atendida.

2.4.2 Principais Componentes

As bombas centrifugas são constituídas essencialmente de duas partes:


a) Uma parte móvel: rotor solidário a um eixo (denominado conjunto girante)
b) Uma parte estacionaria carcaça (com os elementos complementares: caixa
de caxetas, mancais, suportes estruturais, adaptações para montagens, etc.

2.4.2.1 Rotor.

Peça essencial para uma bomba centrifuga, o qual tem a função de receber o
liquido e fornece-lhe energia. Em função do seu formato (forma com que o liquido
passa pela sucção e pelo recalque) e que está classificada as bombas centrifugas.
26

2.4.2.2 Carcaça.

É o componente fixo responsável pelo controle de liquido bombeado, e que


também envolve o rotor. A princípio podemos encontrar os seguintes tipos de carcaça:
em voluta, com pás difusoras, concêntricas, com dupla voluta e mista. Possuem
geralmente dois bocais; um de entrada denominado de “sucção da bomba” e um de
saída denominado “recalque da bomba”. Podem ser encontradas nos seguintes
materiais:ferro fundido, aço fundido, bronze e aços ligas.

2.4.2.3 Curva característica de uma bomba

O conhecimento das curvas características de uma bomba e suas


particularidades, são obtidas através de ensaios de laboratórios já fornecidos pela
fabricante da bomba, fornecendo assim uma base confiável para o projetista de uma
nova instalação e uma orientação segura para o usuário, quando este se depara com
problemas de funcionamento.
A curva característica nada mais é que uma representação gráfica ou em forma
de tabela das funções que relacionam os parâmetros de funcionamento das mesmas.
Geralmente e obtida através de dois adimensionais básicos: coeficiente de pressão e
vazão.

2.5 FLUIDO

Fluido é a denominação dada as substâncias que não possuem forma própria,


que adquirem a mesma do recipiente no qual se encontra.
Para melhor exemplificar vamos compará-la com um sólido segundo a figura 6:
27

Figura 6 - Classificação das bombas de deslocamento positivo


Fonte: Macintyre (2010, p. 01).

Como podemos notar, o líquido e o gás se enquadram na definição dada, ou


seja, ambos são fluídos, ao contrário do sólido que não tomou pra si o formato do
recipiente.
Ainda comparando os fluídos com os sólidos, partiremos para uma outra
definição mais complexa, através da “experiência das duas placas” que nos auxiliará
na compreensão dos próximos assuntos.
Nessa experiência será observado o comportamento com o intuito de compará-
los quanto à deformação ao aplicar força.
Na figura 7 temos um sólido preso entre duas placas, sendo uma fixa e a outra
movimentada pela força tangencial Ft

Figura 7 - Aplicação de força tangencial


Fonte: Brunetti (2008, p. 02).
28

Se a força for mantida constante, a placa se movimentará tangencialmente até


que o sólido, ao se deformar angularmente encontre um ponto de equilíbrio. Caso seja
aplicada outra força o sólido se moverá até entrar em equilíbrio novamente.
Ao fazer esse experimento com um fluído, será dado como verdade que o
volume ABCD é visível, e que ao aplicar uma força na placa superior está se
deslocará.
A partir dessa ação, pode-se notar que os pontos em contato com a superfície
em movimento também adquirem movimento, ou seja, se a placa superior se mover
com uma determinada velocidade, o fluído em contato com ela terá a mesma
velocidade, e os que estão em contato com a superfície fixa se manterão inerte. Esse
comportamento é conhecido como princípio da aderência.
Sendo assim, observa-se na figura 8 que o volume do fluído se deforma
continuamente a partir da aplicação de uma força, não encontrando uma posição de
equilíbrio estático.
Brunetti conclui: “Fluido é uma substância que se deforma continuamente
quando submetida a uma força tangencial constante qualquer ou, em outras palavras,
fluido é uma substância que, submetida a uma força tangencial constante, não atinge
uma nova configuração de equilíbrio estático.” (BRUNETTI, 2008 p.2)

Figura 8 - Força aplica ao fluído


Fonte: Brunetti (2008, p. 02).

2.6 FLUIDO CONTINUO E CAMPO DE VELOCIDADE

Fluído contínuo ou regime permanente é aquele que mesmo com o fluído em


movimento seu volume permanece inalterado e em qualquer ponto do fluído as
29

configurações das partículas serão a mesma a qualquer instante. Conforme ilustrado


na figura 9.

Figura 9 - Exemplo de Escoamento com nível constante


Fonte: Brunetti (2008, p. 67).

É possível observar nessa figura que a quantidade de fluído que entra pelo tubo
1 é a mesma que sai por 2 o que confere velocidade, massa específica, pressão, entre
outras propriedades, que seja a mesma em cada ponto a qualquer momento. Já o
regime variado tem suas configurações diferentes em um ponto conforme o tempo
passa. (BRUNETTI,2008 pg. 67)
Os fluídos possuem moléculas que se movimentam sempre e para descrever o
movimento destas, seria um inviável já que uma porção do fluido há inúmeras
moléculas. Para viabilizar a descrição do escoamento do fluído é levado em
consideração o fluido como contínuo em que as partículas interagem com o meio e
com si próprias, contendo, cada uma, muitas moléculas. Desse modo é possível
descrever o escoamento através do movimento das partículas, ao invés do movimento
das moléculas conforme ilustrado na figura 10.
30

Figura 10 - Localização da partícula com o vetor posição.


Fonte: Munson (2004, p. 145).

Devido as partículas infinitesimais serem compactas, é possível descrever


qualquer propriedade do fluído seja pressão, velocidade, aceleração, massa
específica; em um certo momento, em função da posição da partícula.
Ao relacionarmos as propriedades do fluído com as coordenadas espaciais,
temos o campo de escoamento, e através deste podemos especificar a velocidade,
especificando o campo de velocidades, V = u (x, y, z, t) î + v (x, y, z, t) j^ + w (x, y, z,
t) k^, sendo u, v e w componentes do vetor velocidade e x,y e z as direções. Munson
afirma que: “Por definição, a velocidade da partícula é igual a taxa de variação
temporal do vetor posição desta partícula.”
Para melhor visualizar, a figura 10 mostra que a posição da partícula A foi
definida pelo vetor ra, estando esse em função do tempo se a partícula estiver em
movimento.
Munson explica que: “A derivada temporal do vetor posição fornece a
velocidade da partícula, ou seja, dra / dt = Va. Nós podemos descrever o campo vetorial
de velocidade especificando a velocidade de todas as partículas fluidas, ou seja, V =
V (x, y, z, t).” (MUNSON, 2004 pg. 146)
31

2.7 VISCOSIDADE

“Viscosidade é a propriedade que indica a maior ou menor dificuldade do fluído


escoar (escorrer).” (BRUNETTI, 2008 p.5).
Para melhor explicar o conceito de viscosidade, levaremos em consideração
um experimento hipotético em que é colocado um material sólido preso entre duas
placas em paralelo. Se aplicarmos uma força na placa superior, esta terá um pequeno
deslocamento e o sólido sofrerá uma deformação angular até que encontre uma
posição de equilíbrio. Esse movimento ocorre devido a tensão de cisalhamento que
atinge o ponto de equilíbrio quando a força, P, é igual a tensão de cisalhamento, t,
multiplicado pela área efetiva da placa superior A, como exemplificado na figura 11.
(MUNSON, p.13)

Figura 11 - Comportamento de um fluido localizado entre duas placas paralelas


Fonte: Munson (2004, p. 145).

Se o material sólido for substituído por um fluído como a água, por exemplo, a
força P aplicada na placa superior faria com que esta se movesse e, a partir de um
certo momento, ficaria com velocidade constante, U, conforme mostrado na figura 11.
Sendo assim podemos afirmar que o fluído que está em contato com a placa superior
tem velocidade U, o que está em contato com a placa inferior possui velocidade nula
e o fluído entre elas com velocidade dada por u=Uy/b, o que denota a existência do
gradiente de velocidade du/dy. (MUNSON, p. 13).
Brunetti afirma que esse movimento se dá pelo princípio da aderência em que
conforme o fluído rente a placa superior se desloca com uma velocidade, o que está
32

junto da placa inferior mantém velocidade nula. As “faixas” de fluído intermediárias


vão se adaptando com as que estão em volta, variando da velocidade da placa móvel
à velocidade da placa inerte, que é zero. O atrito entre essas faixas de fluído cria
tensões de cisalhamento que multiplicada pela área da placa origina, internamente,
uma força tangencial que equilibra a força externa, justificando a placa superior ficar
com velocidade constante. (BRUNETTI, 2008 p. 3)
Se observarmos a figura 12, notamos o surgimento de t graças a velocidade
relativa v1 – v2 que gera um deslizamento entre as faixas representadas. (BRUNETTI,
2008 p.3).
“Newton descobriu que em muitos fluidos a tensão de cisalhamento é
proporcional (a) ao gradiente da velocidade, isto é, à variação da velocidade com y.”
(BRUNETTI, 2008 p.3).

Figura 12 - Velocidade relativa nos fluidos


Fonte: Brunetti (2008, p. 04).

Os fluidos que seguem essa lei são chamados de fluidos newtonianos, sendo
eles a maioria dos fluidos como água, ar, óleo, entre outros. E os que não seguem
são nomeados não-newtonianos, o que não abordaremos nesse estudo.
A partir desse conceito, obtemos a lei de Newton da viscosidade:

𝜏
𝑑𝑣 (1)
𝜏𝛼 ou 𝑑𝑣
= 𝑐𝑡𝑒
𝑑𝑦 𝑑𝑦
33

Pode-se observar também que há uma certa proporcionalidade entre a tensão


de cisalhamento e o gradiente da velocidade, que é chamado de viscosidade dinâmica
ou absoluta, indicado pela letra grega 𝜇. A viscosidade dinâmica é de característica
individual de cada fluído e se altera muito com a variação da temperatura e também
com a pressão. Essa viscosidade é quem permite equilibrar de forma dinâmica, as
forças tangenciais aplicadas externamente enquanto o fluido se movimenta. Sendo
assim a fórmula ficará:

𝑑𝑣 (2)
𝜏=𝜇
𝑑𝑦

2.8 FLUIDOS VISCOSOS E NÃO VISCOSOS

Os fluidos viscosos são aqueles que possuem a capacidade de se equilibrar


internamente, conforme vimos no capítulo anterior, como os newtonianos que se
comportam do modo que prevê a lei de Newton, que são a maioria dos fluidos como
a água, ar, óleo.
Segundo Munson (2004) os fluidos não newtonianos são aqueles que fogem à
regra, podendo destacar os fluidos não dilatantes, que são aqueles em que a
viscosidade dinâmica diminui enquanto a taxa de cisalhamento aumenta. Exemplo
disso são as suspensões coloidais e soluções de polímeros, que em sua maioria
apresentam esse tipo de comportamento. “Por exemplo a tinta látex não pinga do
pincel porque a taxa de cisalhamento é baixa e a viscosidade aparente é alta.
Entretanto ela escoa suavemente na parede porque o movimento do pincel provoca
uma taxa de cisalhamento suficientemente alta na camada fina de tinta que recobre a
parede.” (MUNSON, 2004 p.15).
No caso dos fluidos dilatantes a viscosidade dinâmica é diretamente
proporcional à taxa de cisalhamento, desse modo, quanto mais força é aplicada, mais
tensão de cisalhamento é gerada, resultando em maior viscosidade. Um exemplo
disso é a areia movediça, observa-se que quanto mais rápido se tenta retirar um objeto
desta, maior é a força necessária. (MUNSON,2004 p.15).
34

Um fluído sem viscosidade é aquele que escoa sem perder energia por atrito,
o que se pode chamar de fluído ideal. Esse fluido não existe mas dependendo do caso
de estudo, é conveniente admitir esse fluido hipoteticamente afim de se facilitar os
cálculos. (BRUNETTI, 2008 p.10).

2.9 ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO

Para explicar os tipos de escoamentos, será exposto o experimento de


Reynolds que foi o primeiro a conseguir distinguir um escoamento do outro através de
um experimento simples, onde se tem um tubo com diâmetro D e a água por ele escoa
com velocidade média V, e ao injetar um líquido, de mesma massa específica da água,
com corante no escoamento é possível observar que quando a vazão é
“suficientemente pequena”, um filete de corante fino e contínuo permanece bem
definido pelo duto. Se a vazão for de uma intensidade intermediária, o filete de corante
começa a ficar borrado e vai se espalhando ao longo do tubo. Se a vazão for alta, o
filete se esvai rapidamente, se movimentando de modo aleatório até se dissipar. Os
escoamentos descritos são, respectivamente, denominados de escoamento laminar,
escoamento de transição e escoamento turbulento, conforme a figura 13.

Figura 13 - (a) Experimento utilizado para caracterizar o escoamento em tubos (b) Filetes de tinta
típicos.
Fonte: Munson (2004, p. 399).
35

Para definir qual tipo de escoamento ocorre em um tubo, Reynolds desenvolveu


𝑉𝐷
uma fórmula dado por: 𝑅𝑒 = 𝑝 . Através desta obtemos o número de Reynolds que
𝑢
é admensional e define o estado do escoamento em tubos conforme as faixas, sendo
um valor Re menor que 2000, têm-se um escoamento laminar; entre 2000 e 2400 o
escoamento é de transição, e acima de 2400 o escoamento é turbulento.
Apesar dessa descoberta, o valor exato pode gerar equívocos na prática devido
a transição real de um escoamento depender de outros fatores como a viscosidade
da parede do tubo ou o quanto este está agitado pelas vibrações do sistema.
(MUNSON, 2004 p.400)

2.10 ESCOAMENTO COMPRESSÍVEL E INCOMPRESSIVEL

Quando se estuda um fluído em questão e seu comportamento, é de grande


importância determinar o quanto este é compressível, ou seja, o quanto seu volume
varia em relação a pressão. Para determinar a compressibilidade de um fluído, é
comumente utilizado o módulo de elasticidade volumétrico, que segundo (Munson
2004 p.18) “...dp é a variação diferencial de pressão necessária para provocar uma
variação diferencial de volume dv num volume V.”

𝑑𝑝 (3)
𝐸=−
𝑑𝑉/𝑉

Ao se analisar essa fórmula, Munson percebeu que esta pode ser reescrita
levando em consideração que se o volume de uma massa diminuir, a massa
específica aumentará, m=pv, ficando assim:

𝑑𝑝 (4)
𝐸=
𝑑𝑃/𝑃
36

(MUNSON, 2004 p.18) explica que:

“Um fluido é relativamente incompressível quando o valor do seu módulo de


elasticidade volumétrico é grande, ou seja, é necessária uma grande variação
de pressão para criar uma variação muito pequena no volume ocupado pelo
fluido.”

Sendo assim pode-se considerar os fluídos como incompressíveis em boa parte


dos problemas, já que os valores do seu módulo de elasticidade são grandes.
(MUNSON, 2004 p.18)

2.11 CLASSIFICAÇÃO DA MECÂNICA DOS FLUIDOS

Para classificar a mecânicas dos fluídos, será exposto quatro tipos de energia,
sendo elas: a energia potencial (Ep) que é definida como um estado de energia
conforme sua posição em relação à outra posição, no plano gravitacional. Como o
próprio nome indica, ela é medida pelo potencial que o sistema tem para realização
do trabalho. (BRUNETTI, 2008 p. 85)
A energia cinética (Ec) é o estado da energia que varia conforme o fluído se
movimenta. A energia de pressão (Epr) é o trabalho potencial da força exercida pelas
pressões sobre o fluído no tubo. Energia mecânica total (E) é a somatória das energias
citadas acima. (BRUNETTI, 2008 p.87)

2.12 ESCOAMENTO EM TUBOS E DUTOS

Com a inexistência da interface fluido – fluido, tem-se como força dominante a


inércia e a viscosidade. Nesse caso, o número de Raynolds é de grande importância
como parâmetro de semelhança. De um modo geral, essas características podem ser
definidas por uma série de comprimentos, determinando uma série de termos pi.
Outro fator que pode alterar os resultados, é a rugosidade dos tubos. Entretanto
este pode ser desconsiderado quando não é fator de grande importância no problema
em questão. (MUNSON, pg. 373)
37

2.13 PERDA DE CARGA

A perda de carga nada mais é do que a energia por unidade de peso que é
perdida ao decorrer da tubulação pelo atrito. (MATTOS; FALCO, 1998)

2.13.1 Equação de Bernoulli

A equação de Bernoulli é uma das mais antigas e utilizada, entretanto esta


detém de várias condições para que seus resultados sejam compatíveis com a
realidade obtida, sendo assim, para que não haja erros nas análises de escoamento
feitas, as seguintes condições devem ser obedecidas (MUNSON, 2004 p.89):
O escoamento deve ser em regime permanente, não deve haver bomba ou
turbina no trecho a ser estudado, o fluído deve ser ideal e incompressível, não
havendo trocas de calor e com propriedades uniformes nas seções. (BRUNETTI, 2008
p. 87)
Através da equação de Bernoulli é possível relacionar cotas, velocidade e
pressões, em um trecho determinado por duas seções do escoamento de um fluído,
sendo ela:
𝑉1² 𝑃1 𝑉2² 𝑃2 (5)
𝑍1 + + = 𝑍2 + +
2𝑔 𝑃 2𝑔 𝑌

Brunetti explica, à partir dessa equação, que se uma partícula de peso unitário
passar pelo ponto 1, conforme figura 14., no qual as energias que a influenciam são:
z1, v12/2g e p1/y, e ao sair as energias que a influenciam devem ser z2, v22/2g e p2/y
de modo que mantenha a energia constante no volume do trecho estudado, ou seja,
entre 1 e 2. (BRUNETTI, 2008 p.88)
38

Figura 14 - Exemplo de tubo de corrente


Fonte: Brunetti (2008, p. 87).

2.13.2 Perdas Distribuídas ou Contínuas

A perda de carga distribuída, como o nome indica, é a perda de carga que


ocorre ao longo dos tubos sendo esses, de trechos de grande comprimento para que
a perda seja considerável. A perda ocorre devido o atrito entre as próprias partículas
do fluído ao longo do tubo.
Para que o estudo da perda de carga seja válido, algumas condições serão
estabelecidas: Regime permanente, fluído incompressível, condutos longos o
suficiente para alcançar o regime dinâmico estabelecido, tubulações cilíndricas,
regime estabelecido dinamicamente, rugosidade uniforme e trecho sem qualquer
máquina seja bom ou turbina.
Deduzindo a fórmula da perca de carga distribuída de forma adimensional, têm
se uma equação de maior utilidade prática.
Nesse fenômeno, sua função representativa é: yhf = f (p, v, Dh, u, L, e).
Tendo como base p, v, Dh, chegaremos à fórmula (apresentado na forma já
enxuta) da perda de carga distribuída:

𝐿 𝑉² (6)
ℎ𝑓 = 𝑓
𝐷𝐻 2𝑔
39

Brunetti explica que através dessa equação é possível determinar o valor de h f


conhecendo o valor de f que é função da rugosidade relativa e do número de
Reynolds. O valor do coeficiente f será obtido experimentalmente através de um
diagrama em função dos valores de Re e: 𝐷ℎ/𝑒, já que estes são adimensionais.

2.13.3 Perdas Localizadas

As perdas de carga localizadas ocorrem em locais de instalações relativamente


curtos, quando o fluxo passa por cotovelos, junções, válvulas, alargamentos bruscos,
mudança de direção, obstruções parciais, etc., podendo ser determinada através do
método direto que pode ser encontrado através da fórmula:

𝑉² (7)
ℎ𝑓 = 𝐾
𝐿 2𝑔

O K que aparece na equação, é um valor tabelado dado pelo fabricante para


cada tipo de acidente, podendo admitir valores diferentes para fabricantes diferentes
e avanços tecnológicos maiores. K pode ser encontrado através da seguinte equação:

𝐿 (8)
𝐾=𝑓
𝐷

De um modo geral, K é uma representação da influência gerada pelo


coeficiente de atrito, pelo comprimento e pelo diâmetro; podendo ser constante
mesmo com um desses fatores variando, e podendo ser tabelado com valores médios
dos casos mais comuns.
Outro método é o do comprimento equivalente, em que através de tabelas tem-
se o valor do comprimento da tubulação que, nas mesmas condições, equivaleria a
perca causada pelo acidente em questão. Sendo assim o cálculo é feito como se não
houvesse uma peça na linha em questão, mas sim uma tubulação de mesma
característica da já utilizada, com um comprimento que gere uma perca equivalente à
do acessório. (MATOS; FALCO, 1998)
40

2.14 PRESSÃO

Pressão pode ser conceituada como a ação de uma força contra outra força
contrária. Segundo Bega (2011, p. 21) “Ela tem a natureza de um empuxo distribuído
uniformemente sobre uma superfície plana no interior de um recipiente fechado.” E é
definida por:

F(força) (9)
P(pressão) =
A(área)

A unidade de medida que expressa a pressão é o newton por metro quadrado


(N/m²), também conhecida como Pascal.
Ela foi convencionada no sistema internacional de medidas (SI), na XI
CONFERÊNCIA GERAL dos pesos e medidas (CGPM), em Paris, entre 11 e 20 de
outubro de 1960. No Brasil, o sistema de unidades oficial é o Sistema Internacional de
Unidades (SI), que foi adotado em 3 de maio de 1978, pelo Decreto nº 81.621
(FIALHO. 2011).

2.14.1 Definições de Pressão

Existem duas referências para a medição de pressão: pressão absoluta e


pressão atmosférica.
Pressão Absoluta: é a diferença entre a pressão encontrada em um ponto
qualquer num fluído e o zero absoluto, ou seja, o vácuo completo. (FIALHO, 2011).
Pressão Atmosférica: Bega (2011, p. 23 e 24) explica:

A palavra atmosfera designa a camada gasosa que envolve o globo terrestre.


Como essa camada tem a espessura de cerca de 50 km, a parte inferior da
camada gasosa, que se encontra na superfície da Terra, suporta todas as
camadas superiores e exerce, ao nível do solo, uma pressão correspondente
ao peso total desta coluna gasosa. Ao nível do mar, em condições de
intensidade normal de gravidade (aceleração de 9,80665 m/s²) e a 0ºC de
temperatura, esta pressão equivale a 1 atm., ou 14,69 psi, ou 1,033 kgf/cm²
41

abs., ou 760 mm de coluna de Hg abs., ou 29,92 pol. de Hg abs. A dificuldade


desta referência decorre do fato de que ela varia com a altitude e com as
medições ambientais do local.

Visto tal definição, concluímos que quando se é utilizada a pressão atmosférica


como referência, as pressões medidas a partir dela (acima desta referência) são
chamadas pressões relativas, pressões manométricas, pressões efetivas ou pressões
positivas (BEGA, 2011). Ainda de acordo com Bega (2011, p. 24) “as pressões abaixo
dessa referência são chamadas vácuo ou pressões negativas. O vácuo é
simplesmente uma redução da pressão atmosférica.”
Desta argumentação pode concluir que:

𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎 = 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 + 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝐴𝑡𝑚𝑜𝑠𝑓é𝑟𝑖𝑐𝑎. (10)

Para registrar um determinado valor de pressão, é fundamental definir se trata-


se de pressão absoluta ou de pressão atmosférica (relativa ou manométrica). Na
indústria, quando não se referência qual a pressão de trabalho, entende-se que a
pressão é a atmosférica (relativa ou manométrica) (BEGA, 2011).

2.14.2 Pressão Estática

Bega (2011, p. 24) diz “é a sobrepressão ou depressão relativa criada pela


atuação de um equipamento (ventilador, compressor, bomba ou exaustor) ou pela
altura de coluna de um líquido.”
De fato, quando se fala de estática, logo se vem na cabeça algo parado (em
equilíbrio), sem movimento, ou como a segunda lei de newton diz: onde a aceleração
do sistema é nula.
Quando tratamos de pressão estática em fluídos não é diferente, já que onde
não há circulação de fluído, a pressão será a mesma em todos os pontos do duto.
Tratando-se, agora, da pressão estática onde há circulação de fluído, ela
deverá ser medida através de um orifício de pressão, com eixo perpendicular à
corrente do fluído, de forma que a medição não seja influenciada pela componente
dinâmica da circulação conforme a figura 15 e 16.(BEGA, 2011).
42

Figura 15 - Pressão Estática


Fonte: Bega (2011, p. 25).

Figura 16 - Tomada Piezométrica


Fonte: Fialho (2011, p. 116).

2.14.3 Pressão Dinâmica ou Cinéica

É a pressão exercida por um fluído em movimento, devido à sua velocidade em


um duto. Ela age sobre a superfície de um orifício de pressão, alojado no sentido da
43

corrente do fluído, aumentando a pressão estática de um valor proporcional ao


quadrado da velocidade do fluído conforme apresentado na figura 17. (BEGA, 2011).
A resultante pode ser calculada pela seguinte fórmula:

𝑉2 𝑁 (11)
𝑃𝑑 = 𝑝 . ( 2 )
2 𝑚

Ou

𝑉 2 𝑘𝑔𝑓 (12)
𝑃𝑑 = 𝑦 . ( )
2𝑔 𝑚2

Onde:
Pd = pressão dinâmica;
p = massa específica do fluído (kg/m³);
V = velocidade do fluído (m/s);
y = peso específico do fluído (kgf/m³ ou gf/cm³);
g = aceleração da gravidade (9,8 m/s²).

Figura 17 - Diagrama Representativo de escalas


Fonte: Fialho (2011, p. 116).
44

2.14.4 Pressão Total

É a somatória dos valores da pressão estática e dinâmica.


Conforme mostrado na figura 18, o tubo Pitot é um dos instrumentos que conseguem
medir as pressões estática, dinâmica e total (BEGA, 2011).

Figura 18 - Pressões estática dinâmica e total.


Fonte: Bega (2011, p. 26).

2.14.5 Pressão Diferencial

É a diferença de pressão medida entre dois pontos de um sistema (duto ou


equipamento), chamado de delta P (Δ) em outras palavras, é a pressão medida em
qualquer ponto, menos no ponto zero de referência da pressão atmosférica.
Quando se existe um obstáculo à passagem do fluído (placa de orifício, filtro,
válvula, etc.), instalado em um duto, gera-se uma perda de carga. Este, que é o
assunto principal deste trabalho, pode ser medida conectando-se um lado de um
manômetro de tubo em “U” a montante e o outro lado a jusante do obstáculo ou trecho
45

que se deseja medir. O valor indicado será uma medida de pressão diferencial (BEGA,
2011). Basicamente a forma de medição de perda de carga deste trabalho.

Figura 19 - Pressão Diferencial.


Fonte: Bega (2011, p. 26).

2.14.6 Teorema de Stevin

Bega (2011, p. 26) diz “a diferença de pressão entre dois pontos de um fluído
em repouso é igual ao produto do peso específico do fluído (y) pela diferença de altura
entre os dois pontos (h)”, ou seja

𝑃 = 𝑦 .ℎ (13)

Isso quer dizer, que todos os pontos situados a uma mesma altura (h1) estão
submetidos a mesma pressão, da mesma forma que todos os pontos situados a uma
outra altura (h2) estão submetidos, também, a uma mesma pressão, mas diferente de
h1 conforme exemplifica a figura 20. Com isso, diz Bega (2011, p. 27) “têm-se, então,
planos paralelos na superfície livre do líquido, onde todos os pontos situados no
mesmo plano estão submetidos a uma mesma pressão.”
46

Figura 20 - Aplicação do Teorema de Steven.


Fonte: Bega (2011, p. 27).

2.14.7 Principio de Pascal

Segundo Bega (2011, p. 27) “A pressão exercida em qualquer ponto por um


líquido em forma estática, confinado, transmite-se integralmente em todas as direções
e produz a mesma força em áreas iguais.”
Este princípio é o princípio fundamental da hidráulica. Nela utilizam-se fluídos
incompressíveis, de modo que, a força mecânica desenvolvida em um fluido pode ser
transmitida, multiplicada ou controlada que pode ser observada na figura 21. (BEGA,
2011).

Figura 21 - Aplicação do Princípio de Pascal.


Fonte: Bega (2011, p. 27).
47

2.14.8 Elementos Mecâncos para Medição de Pressão

Os elementos mecânicos utilizados para medição de pressão são divididos em


dois grupos básicos:
 Elementos Mecânicos de Medição Direta de Pressão.
 Elementos Mecânicos Elásticos de Medição de Pressão (deformação de
sólidos) (BEGA, 2011).

2.14.8.1 Elementos mecânicos de medição direta de pressão

Segundo Bega (2011, p. 28) “são dispositivos nos quais a pressão é medida,
comparando-a com a pressão exercida por uma coluna de líquido com densidade e
altura conhecidas (manômetro de tubo em “U”, Manômetro de tubo inclinado, etc.)
Neste tipo de instrumento, o fluído a ser empregado como referência, é
escolhido com base em seu peso específico (𝛾) e o valor da pressão que será medida.
Normalmente, emprega-se nesses instrumentos, como referência, os líquidos
abaixo:
 Água (𝛾 = 1 gf/cm³);
 Álcool (𝛾 = 0,8 gf/cm³);
 Mercúrio (𝛾 = 13,6 gf/cm³).

2.14.8.1.1 Manômetro de tubo em “U”

Esse tipo, que vai ser usado no presente trabalho, para medição de pressão
diferencial, é o mais simples e mais barato dos instrumentos de medição direta e
baixas pressões.
Segundo Bega (2011) e Soisson (2002) como o próprio nome diz, ele é formado
por um tubo feito de vidro ou algum outro tipo de material transparente em forma de
U, junto a uma parede suficientemente espessa para poder suportar a pressão à qual
48

o manômetro será submetido e uma placa graduada a partir do seu ponto médio, com
um líquido com peso específico conhecido (água, álcool, mercúrio, etc.).
Para se fazer a medição neste tipo de manômetro (com tubos com diâmetros
iguais), são feitas leituras, observando a diferença no nível do líquido (com peso
específico conhecido) chamada de altura (h) e respeitando a fórmula:

𝑃 = ℎ𝑦 (14)

ℎ = ℎ1 + ℎ2 (vide imagem) (15)

Onde:
h = diferença de nível entre os dois braços do tubo em U;
y = peso específico do líquido utilizado;
P = pressão medida.

Figura 22 - Manômetro de Tubo em “U”.


Fonte: Bega (2011, p. 29).
49

Contudo, seguindo o mesmo princípio, podemos ter casos em que o diâmetro


dos tubos do manômetro é diferente. Neste caso, para uma mesma pressão, diz Bega
(2011, p. 29) “a variação de nível do tubo que está em contato com o fluído diminui à
medida que seu diâmetro aumenta.”
Supondo, como exemplo, um tubo em “U”, cujos diâmetros dos tubos sejam,
respectivamente D e d. Nesse caso, a equação de equilíbrio é dada pela fórmula:

𝑑2 (16)
𝑃 = ℎ𝑦 (1 + )
𝐷2

Geralmente, esse tipo de instrumento possui uma escala de leitura que já leva
em consideração o deslocamento zero, ou seja, a escala já considera e corrige o fator
𝑑2
(1 + 𝐷2 ), possibilitando, assim, a leitura direta e precisa da pressão na escala

existente no tubo de menor diâmetro (d) (BEGA, 2011).

2.14.8.2 Elementos mecânicos elásticos de medição de pressão

Bega (2011, p. 31) explica “são dispositivos (diafragma, fole, tubo bourdon,
elemento espiral, elemento helicoidal, etc.) que se deformam em função da pressão
exercida sobre eles pelo fluído medido.”
Eles são instrumentos que baseiam seu funcionamento na Lei de Hooke, que
diz: “Dentro de um limite definido de elasticidade, a deformação provocada em um
corpo sólido é proporcional ao esforço aplicado sobre ele.”
Segundo Bega (2011, p. 31) “os três tipos básicos de elementos elásticos,
utilizados como sensores em instrumentos medidores de pressão e que têm seu
princípio de funcionamento baseado na Lei de Hooke, são: diafragma, foles, tubos
Bourdon.”
50

2.15 INVERSOR DE FREQUÊNCIA

O inversor de frequência é um equipamento eletrônico que tem a capacidade


de variar a velocidade de giro de motores elétricos trifásicos por meio da manipulação
da frequência encontrada na rede (FRANCHI, 2008).

2.15.1 Como Funciona os Inversores de Frequência

Segundo Franchi (2008, p. 197)

O avanço da eletrônica de potência permitiu o desenvolvimento de


conversores de frequência com dispositivos de estado sólido, inicialmente
com tiristores e atualmente com transistores, mais especificamente o IGBT,
transistor bipolar de porta isolada. Os ciclos conversores antecederam, de
certa forma, os atuais inversores. Eles eram utilizados para converter 60 Hz
da rede em uma frequência mais baixa, era uma conversão CA-CA. Já os
inversores utilizam a conversão CA-CC e, por fim, em CA novamente.

Basicamente quanto ao seu funcionamento, os inversores modelam a


frequência, possibilitando assim ajustar a velocidade para um valor desejado (ideal),
diferente do valor da velocidade de placa (NASCIMENTO, 2011).
Seguindo a ideia de:

𝑓 (17)
𝑅𝑃𝑀 = 120
𝑛

Sendo: f – frequência; np – número de polos;


A equação para o cálculo de rotações por minuto no campo girante, depende
da frequência e do número de polos do motor.
Nascimento (2011, p. 185) nos ensina:

Na ponta do eixo, quando com carga, temos uma velocidade menor


devido ao escorregamento. Para 60 Hz, quatro polos, teríamos um motor com
velocidade de 1800 RPM no campo girante; considerando um
51

escorregamento de 3% a plena carga, teríamos na ponta do eixo 1746 RPM.


Com um inversor instalado pode-se ajustar a frequência entregue ao motor
para cerca de 62 Hz, de maneira a obter as 1800 rotações. Pode-se também
reduzir a velocidade do motor para 300 RPM, por exemplo, ajustando a
frequência para cerca de 10 Hz.

2.15.2 Vantagens do Inversor de Frequência

Um inversor possibilita trabalhar, também, outras características da máquina


através da parametrização. Por exemplo: Tensão no motor: com o método escalar,
podemos variar a velocidade do motor mantendo constante a relação
tensão/frequência, isto faz com que o desgaste do motor com o tempo seja menor e
que a vida útil do mesmo seja prorrogada por tempo maior, corrente no motor, tempo
de aceleração e desaceleração, referência de velocidade; economia de energia com
a conversão de velocidade constante para velocidade variável.
Trabalhando junto destas características, podemos encontrar o ponto ideal de
funcionamento, estabelecendo uma certa proteção ao motor. Algumas variáveis, como
corrente, velocidade, frequência e torque, podem ser monitoradas na tela do inversor.
Existe a possibilidade de comando e controle de velocidade a distância e comunicação
com controladores lógicos programáveis (CLPs).
52

3 MATERIAL E MÉTODOS

Para execução deste trabalho foram utilizadas três bombas centrifugas que foram
doadas pelas empresas: Frankillin Schneider Motobombas e a KSB através de seus
representantes a C.O. Muller da cidade de Curitiba, sendo de vazões e potencias
diferentes. (Figura 23).

Figura 23 - Bombas Centrifugas KSB e Schneider (Da esquerda para direita 3/4
Fonte: Autoria própria

As bombas foram ligadas em um sistema no qual só e permitido o


funcionamento de uma das mesmas, enquanto uma permanece ligada, as outras duas
ficam desativadas, a mesma está sendo controlada a frequência por um inversor de
frequência marca Simens modelo micromaster 420, 220V e potência máxima de 1 cv
(Figura 24).
53

Figura 24 - Inversor de Frequência Siemens Micromaster 420


Fonte: Autoria própria

Fez necessário a aquisição de dois tubos de Nylon®, para construção do


distribuidor, no qual o mesmo está ligando os pontos de pressão ao manômetro de
coluna para a colocação das válvulas no tubo de Nylon®. Para isso foi utilizado um
tubo com dimensões de 50mm de diâmetro por 800mm de comprimento, estando já
usinado com um furo de 20mm atravessando-o longitudinalmente, feito rosca com
macho de ½ NPT e rosqueado um niple galvanizado de ½”. Foram feitos nove furos
passantes com uma broca de 11mm e depois foi rosqueado usando um macho de ¼
NPT, em cada tubo.
Primeiramente foi analisado a montagem da bancada, a posição em que o
reservatório e as bombas centrifugas ficariam. Após a analise a próxima etapa foi a
54

da montagem da parte hidráulica da bancada através do corte dos tubos de PVC com
serra manual de aço rápido e colagem do tubo nas conexões soldáveis com adesivo
para tubos, em seguida, estes foram rosqueados aos niples, reduções e adaptadores
dando seguimento ao ciclo projetado. No caso dos tubos de cobre, estes foram
soldados à um adaptador de cobre com rosca na extremidade com solda MIG
possibilitando a conexão deste aos demais tubos. É na parte hidráulica onde estão
distribuídos os pontos de coleta de pressão, afim de se medir a perda de carga. Para
esta medição poderá ser utilizado o manômetro de coluna em U, e manômetros de
Bordon com enchimento de glicerina a fim de que a vibração não interfira na coleta de
dados. Por fim após os dados coletados todos poderão ser tabulados e estudados
pelos alunos para se obter os resultados da perda de carga gerada. Por meio de
registro e válvula de retenção na tubulação, proporcionará a possibilidade de restringir
o trabalho do conjunto, assim tendo condições de traçar a curva de ação da bomba
centrifuga (para comparar com o melhor rendimento indicado pelo fabricante, por
exemplo com as curvas obtidas).
Como o objetivo da bancada consiste em um projeto didático, é importante
manter o funcionamento do conjunto por tempo suficiente. A partir deste raciocínio
principal, o intuito foi condicionar o trabalho em um ciclo repetitivo, ou seja, o
reservatório que irá receber a água recalcada pelo conjunto é, também, o reservatório
que irá fornecer água para sucção, alimentando o conjunto.
Isso quer dizer que, a partir do primeiro trabalho, de onde o reservatório irá ser
previamente enchido, o sistema terá condições de trabalhar em um ciclo repetitivo
com a água saindo e sendo recalcada para o mesmo reservatório.

3.1 CONCEPÇÃO DA BANCADA

Inicialmente, existia um projeto antigo de concepção de uma bancada para


teste de perda de carga na universidade. Contudo, tal projeto foi iniciado, mas nunca
teve sua continuidade.
No presente trabalho, resolvemos retomar o projeto, fazer as adequações e
melhorias necessárias e executá-lo, deixando-o pronto para ser usado pelos
55

professores das áreas a fins e estudados pelos alunos dos mais diversos cursos dessa
universidade.
Aqui, além de proporcionar um meio para o estudo da perda de carga,
proporcionamos, também, uma gama de conteúdo que pode abranger todos os cursos
técnicos, tecnólogos e engenharias.
Adotamos, de um modo limitado, claro, noções de hidráulica, mecânica dos
fluídos, elétrica, automação e possíveis inspeções mecânicas e elétricas, que darão
um diferencial ao profissional que aqui estudar, com a simples afirmação: “em todo
lugar se usa água. E, em quase todas as industrias existe uma estação, pelo menos,
de transporte de fluido.”

3.1.1 Croqui da Bancada de Perda de Carga

Pensando sempre no projeto finalizado, aliando a pratica profissional junto a


didática, iniciamos o projeto buscando um meio de fazê-la funcionar, primeiramente.
A partir disto, demos início à procura das bombas. Neste caso, para aliar-se ao
mais próximo das instalações industriais, procuramos por bombas centrifugas.
Como popularmente se diz: “com um tomate sempre é possível fazer mais de
um molho”, deixamos a imaginação fluir por um instante; o que nos resultou em 3
conjuntos moto bombas de diferentes potencias, vazões e alturas manométricas.
Pronto! Só com esses três conjuntos já era possível fazer tantos experimentos
quanto possível. Só restou dar ênfase em um assunto, tomar o norte por rumo e
trabalhar.
Com a orientação do Professor Tiago Silva, Junto com o professor Rubens
Galo, concordamos em aproximarmos a estrutura o máximo possível de uma
instalação real, deixando-a preparada para testes e experiências que seriam
realizados posteriormente, dando ênfase aos testes de perda de carga, onde foram
instalados pontos de coleta de pressão para comparativo.
Tendo isso em mente, com uma estrutura metálica, já iniciada aqui na
Universidade, demos início ao projeto em duas partes que se uniriam em uma: parte
de baixo, que seria a “casa de máquinas” e parte de cima, que se tornara o alvo de
testes para perda de carga e afins.
56

Na parte de baixo já com 3 moto bombas em mãos, projetamos a sucção e o


recalque como um ciclo, com diâmetro em ambos Dn 25, que era a menor bitola a se
considerar economicamente, tendo em vista a não cavitação e o valor do material.
Mais uma vez, tanto para se aproximar das instalações reais, como para
possibilitar mais testes, instalamos válvulas de gaveta nas instalações de recalque
unidas com válvulas de retenção, junto de manômetros em todas as saídas, para
avaliação e certificação dos resultados obtidos em testes. As tubulações de recalque
são todas interligadas entre si, possibilitando uma melhoria, em trabalhos futuros, do
funcionamento em série e/ou paralelo.
Na parte de cima da bancada, tentamos ser os mais criativos possível.
Munidos com a tabela de perda de carga equivalente por conexões, tentamos
fazer de um jeito que seria possível enxergar variações com facilidade, ao mesmo
tempo que contemplaria vários fatores, por exemplo: diferentes conexões, diferentes
materiais, diferentes bitolas, caminhos curtos e longos para a circulação do fluído.
Tudo isso acompanhado de pontos de pressão para confirmar as variações.
Com todas as ideias no papel, e após um tempo de planejamento no CAD, só
faltava uma etapa para o início da execução: a parte elétrica.
Esse foi um desafio, que, para supera-lo, necessitamos de ajuda.
Para fazer o projeto e nos certificarmos que estava correto, contamos com a
ajuda de Rodrigo malaquini (engenheiro elétrico), que nos prestou uma fundamental
assessoria.
57

Figura 25 - Bancada inicial


Fonte: Autoria própria

Figura 26 - Bancada inicial (outro ângulo)


Fonte: Autoria própria
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Figura 27 - Projeto de melhoria da Bancada (mesa)


Fonte: Autoria própria
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Figura 28 - Projeto de Melhoria da Bancada (parte superior)


Fonte: Autoria própria
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3.1.2 Bancada de Perda de carga Construída

Com o projeto realizado e os desenhos em mãos, não poderíamos perder mais


tempo.
Iniciamos a execução da bancada com o aproveitamento da estrutura já
existente, apenas adequando-a as novas necessidades do projeto.
Após os devidos cortes, abertura de passagem de tubos, soldagens de
estruturas de reforço, abertura de furos para parafusos (fixação das duas partes
integrantes) lixamento e pintura, iniciamos a parte hidráulica. Nela, fizemos o
alinhamento dos conjuntos moto bomba, a instalação da tubulação e a interligação
com o reservatório, que neste caso seria uma caixa d’agua de 100 litros.
Com tudo pronto, demos início à parte, que para nós era a mais difícil, a elétrica.
Mais uma vez, para não correr o risco de termos problemas de energia ou curto,
necessitamos da ajuda de um profissional. Desta vez, quem nos auxiliou foi o senhor
Edson Pomini, eletricista industrial experiente, que nos orientou tanto na instalação de
equipamentos, quando no funcionamento da automação.
Hoje, depois de pronta, a bancada pode ser ativada INDIVIDUALMENTE por
qualquer um dos 3 conjuntos moto bomba, sem a chance (por segurança) de outro vir
a ser ligado junto.
Possui Botão de emergência para parada repentina, que corta imediatamente
a alimentação dos conjuntos.
Seguindo as orientações da NR 12, o comando do painel é alimentado por 24
Vcc, por intermédio de uma fonte transformadora 220 para 24V.
Contamos também com sensores de nível da marca ICOS no reservatório, para
que não ocorra nível máximo nem mínimo com os conjuntos em funcionamento.
Ainda falando de proteção contamos com 1 relê térmico para cada conjunto,
impedindo, em primeiro momento, uma queima de motor por elevação de corrente.
Ao final, a bancada encontra-se nas cores da universidade, junto do logo de
todas as empresas que nos apoiaram.
61

Figura 29 - Bancada Pronta


Fonte: Autoria própria

Figura 30 - Bancada Pronta (outro ângulo)


Fonte: Autoria própria
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Figura 31 - Patrocinadores
Fonte: Autoria própria

Figura 32 - Detalhe do sensor de nível


Fonte: Autoria própria
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3.1.3 Orçamento

CUSTOS TCC
NUMERO PRODUTO QUANTIDADE VALOR ESTIMADO VALOR PAGO
1 Motobomba Schneider 1/2 CV 1 R$ 600,00 DOAÇÃO
2 Motobomba Schneider 1 CV 1 R$ 1.115,60 DOAÇÃO
3 Motobomba KSB 3/4 CV 1 R$ 500,00 DOAÇÃO
4 Manômetros com enchimento de Glicerina 0 a 3 Kgf/cm² 3 R$ 750,00 DOAÇÃO
5 Manômetros com enchimento de Glicerina 0 a 7 Kgf/cm 4 R$ 1.000,00 DOAÇÃO
6 Inversor de Frequência CFW-08 WEG 220 V de 3~8,6 A 2 R$ 1.000,00 DOAÇÃO
7 Inversor de Frequência SIEMENS MICROMASTER 420 220 V de 3~8,6 A 1 R$ 800,00 DOAÇÃO
8 Materiais elétricos (painel, contatores, botões, lâmpadas e bornes) - R$ 750,00 DOAÇÃO
9 Materiais Hidráulicos (tubos, conexões, cola, válvulas, reservatório) - R$ 360,00 R$ 360,00
10 Materiais elétricos (fiação, canaletas, anilha, contatos) - R$ 373,50 R$ 373,50
11 Tintura - R$ 235,82 R$ 235,82
12 Mão de obra (soldagem e projeto elétrico) - R$ 2.030,00 DOAÇÃO
13 Fonte transformadora 220V para 24V VCC 4,5 A 1 R$ 300,00 R$ 300,00
14 Estrutura Metálica Metalon 2 R$ 1.000,00 DOAÇÃO
###### TOTAL - R$ 10.814,92 1269,32

3.1.4 Funcionamento da Parte Hidráulica

O Funcionamento da Bancada Se inicia pela sucção de um dos conjuntos moto


bomba, que sempre trabalharão individualmente.
Ambos possuem tubulação de sucção de PVC, DN 25, interligadas ao
reservatório por flanges, também de PVC e unidas as moto bombas com válvulas,
esfera para os conjuntos de 1 e ½ CV e gaveta para o conjunto de ¾ CV.
A tubulação de recalque, também de PVC DN 25, é acompanhada por um
manômetro individual (de 0 a 3 Kgf/cm²) em cada saída de recalque e um de 0 a 7
Kgf/cm² na área comum desta.
Os conjuntos 1 e 2 de 1 e ½ CV, inicialmente com sucção de 1 ¼’’ foram
reduzidos para 1’’ (DN 25) pela viabilidade econômica, e para que nosso maior
diâmetro de trabalho fosse o DN 25. Já o conjunto 03, de ¾ de CV, não precisou ser
reduzido na sucção, pois já veio de fábrica com 1’’. No entanto, seu recalque era,
inicialmente, de ¾, que foi adaptado para 1’’.
Falando da parte de cima da bancada, temos 7 linhas de tubulação: 2 linhas
DN 25 de PVC (entrada e saída do fluído), 2 linhas DN 20 de PVC, 1 linha DN 15 de
PVC, 1 linha DN 22 de Cobre e 1 linha DN 15 de Cobre. Todas elas com válvulas de
fechamento de linha nas extremidades, sendo possível fazer com que o circuito
trabalhe apenas com 2 linhas ou com as 7 linhas ao mesmo tempo. Esse circuito será
64

acompanhado de pontos de tomada de pressão com um manômetro de coluna,


alimentado por dois distribuidores alojados na parte superior da bancada.
Vale destacar que temos, também, uma placa de orifício e um tubo de venturi
para estudo. Estes, fundamentais para estudo de velocidade em fluidos e ótimo para
acompanhar se há ar na tubulação.

3.1.5 Esquema Elétrico

O projeto elétrico foi montado a partir de 3 conjuntos moto bomba trifásicos


220V ou 380V. A Voltagem de trabalho escolhida foi a de 220V para os 3 conjuntos
pela viabilidade.
A bancada possui uma Tomada industrial, possibilitando seu funcionamento
onde houver energia.
A corrente máxima de trabalho foi estabelecida para 4, 2.5 e 2.3 Amperes para
os conjuntos 1, 2 e 3, respectivamente.
O acionamento inicial só é possível após a abertura do painel e armação dos
disjuntores de força e comando. Tal medida foi adota por cautela, para uso consciente,
sempre com um professor responsável. Após a armação dos disjuntores toda
operação é feita pelo comando externo, auxiliado por um potenciômetro ligado no
inversor.
Seria possível o próprio inversor fazer essa função, porém, pelo custo,
adotamos nesse projeto uma ferramenta simples, mas eficaz.
É importante salientar que, sempre que um conjunto estiver ligado, os outros
não ligarão, mesmo se acionados nas chaves seletoras.
65

4 LIMITAÇOES DO PROJETO

O projeto limita-se a construção de uma bancada para testes na área de fluídos.


Testada e em pleno funcionamento, ela está pronta a ser usada para aulas,
trabalhos e até TCCs.
Nesta oportunidade, limitamos a bancada na operação de uma bomba por vez,
já que todo o material elétrico, de valor considerável, foi adquirido através de doação,
e não tínhamos equipamentos, nem espaço físico no painel para incrementar mais
nenhuma função.
Apesar das limitações financeiras, consideramos que o projeto foi bem
desenvolvido, pesando o valor das doações alcançados.
66

5 DIFICULDADES DO PROJETO

A maior dificuldade, e talvez o que nos moveu neste projeto, foi como vendemos
nossa ideia e nosso trabalho.
Tínhamos uma necessidade: formar. Iniciamos o projeto de tcc com a intenção
de montar a presente bancada. Mas como? Tudo era muito caro.
Só tinha um jeito: vamos atrás das doações. E deu certo!
Com o passar do tempo, foram chegando os materiais solicitados, e cada vez
mais à vontade e a possibilidade da execução aumentavam.
Enfim, conseguimos todos os materiais, e nos deixamos levar.
Com todos os problemas para a execução, sem dúvidas o maior foi o da parte
elétrica, que com o auxílio certo conseguimos superar.
67

6 OPORTUNIDADES DE MELHORIA

Nesta bancada, as oportunidades de melhoria são muitas, visto que os


inversores e o contator doados pela empresa WEG ficarão para uma futura automação
da bancada, sendo que serão usados um inversor de frequência para cada conjunto,
o que seria o ideal.
 Melhoria da tubulação para testes de perda de carga;
 Fazer bancada de testes móvel, com suporte para tubos diferentes;
 Melhorar ou refazer a parte elétrica para que se possa trabalhar com as
bombas em série e/ou paralelo.
 Implantar automação;
68

7 CONCLUSÃO

No presente trabalho, nos sentimos como verdadeiros profissionais ao nos


depararmos com as dificuldades, e com garra vence-las.
Para o projeto e execução de uma bancada desse nível, fomos forçados a
evoluir como pessoas e estudantes, pois necessitamos de muito mais empenho e
dedicação que no dia-a-dia da sala de aula.
Contudo, a sensação de vitória é gratificante.
Nos aprofundamos nessa área, a fim de concluir o corrente trabalho, sem
perceber que estávamos revisando o curso inteiro.
Com certeza um diferencial em nossa carreira, já que estivemos presentes em
todas as etapas, do projeto a execução e com certeza estaremos preparados e não
nos assustaremos se nos depararmos com um trabalho desta magnitude no mercado.
O que com certeza, nos dará vantagem na vida.
69

REFERÊNCIAS

BARROS, Juliene da S.; MARTINS, Marcelo M. Reflexões sobre a relação entre


teoria e prática.UFPE – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Pernambuco,
jun. 2008. Disponível em: < http://www.ufrpe.br/artigo_ver.php?idConteudo=1264 >.
Acesso em: 14 jan. 2014.
BEGA, Egídio Alberto [et al.]. Instrumentação Industrial. Terceira Edição. Rio de
Janeiro: Interciência, 2011.
FIALHO, Arivelro Brustamante. Instrumentação Industrial: Conceitos, Aplicações
e Análises. Sétima Edição. São Paulo: Érica, 2010.
GIBBONS, M., LIMOGES, C., NOWOTNY, H., SCHWARTZMAN, S., SCOTT,P. e
TROW, M.The New Production of Knowledge. Sage, London, 1994.
HENN, Érico Antônio Lopes. Máquinas de Fluido. Terceira Edição. Santa Maria: Ed.
Da Universidade Federal de Santa Maria, 2012.
LIMBERGER, Fausto [et al.]. Bancada Didatica para Teste de Moto Bombas –
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Tecnológica Federal do
Parná. Curso Superior de Tecnologia em Manutenção Eletromecânica, Medianeira,
2007.
MACINTYRE, Archibald Joseph. Bombas e Instalações de Bombeamento.
Segunda Edição revista. Rio de Janeiro: LTC, 2013 p.
MATTOS, Edson Ezequiel de; FALCO, Reinaldo de. Bombas Industriais. Segunda
Edição. Rio de Janeiro: Interciência, 1998.
PIRATELO, Ednilson; RAZUK, Henrique Cotait. Análise, projeto e instalação de
uma bomba reautoescorvante em estação elevatória de esgoto sanitário.
Cornélio Procópio, 2004. 94 fl.: Monografia (Trabalho de Conclusão de curso) Curso
superior de Tecnologia em Mecânica .
SANTOS, Sérgio Lopes dos. Bombas e instalações hidráulicas. Primeira Edição.
São Paulo: LCTE, 2007.
VICKERS, G. The Art of Judgment: A Study of Policy Making, Harper & Row,
London, 1983, (originally published by Chapman & Hall, London, 1965).
70

APÊNDICE A – PROJETO ELÉTRICO


71
72
73
74
75
76
77
78
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APENDICE B – DISTRIBUIDOR
81

ANEXO A – CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO DOS MANOMETROS


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