A Antropologia Na África Colonial e Pós

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UNIVERSIDADE MUSSA BIN BIQUE

Curso de Psicologia Clínica

Cadeira: Antropologia

A Antropologia na África colonial e pós-colonial - Moçambique

Discente:

Cármen Dinis dos Santos Gomes

Nampula, Março de 2022


UNIVERSIDADE MUSSA BIN BIQUE

A Antropologia na África colonial e pós-colonial - Moçambique

Discente:

Cármen Dinis dos Santos Gomes

Trabalho individual de carácter avaliativo da


Antropologia, curso de Licenciatura em
Psicologia Clinica 2º ano, a ser entregue a
docente para avaliação.

Docente:

Nampula, Março de 2022


Índice

1. Introdução............................................................................................................................ 2
2. A Antropologia na África colonial e pós-colonial - Moçambique ...................................... 3
2.1. A Antropologia na África ................................................................................................ 3
2.1.1. A antropologia na África colonial................................................................................ 3
2.1.2. A antropologia na África pós-colonial......................................................................... 4
2.2. A Antropologia em Moçambique .................................................................................... 4
2.2.1. A Antropologia no Moçambique colonial ................................................................... 5
2.2.2. A antropologia no Moçambique pós-colonial.............................................................. 5
3. Conclusão ............................................................................................................................ 7
4. Bibliografia.......................................................................................................................... 8

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1. Introdução

A Antropologia, oriunda de um reconhecimento da diversidade das sociedades, dos grupos e


das culturas, aspira, com a Antropologia ao nível da generalização. O trabalho em alusão tem
como fundamento a “Antropologia na África colonial e pós-colonial – Moçambique”.
Com este tema pretende-se descrever a antropologia na África colonial e pós-colonial, a
antropologia em Moçambique colonial e pós-colonial. Portanto, o trabalho pretende distinguir
duma forma sintética a antropologia africa colonial e pós-colonial com a antropologia em
Moçambique colonial e pós-colonial. É nessa vertente que os subtemas a cima citados serão
fundamentados de modo a se chegar ao alcance das expetativas do autor.

A metodologia usada no trabalho, foi feita a leitura do material/texto de apoio fornecido pela
docente, que facilitou na feitura e descobrimento de outra obras científicas relativos ao tema
dado, mas também através dos autores em referência na última página do trabalho (referencia
bibliográfica).

Finalmente, de salientar que este trabalho obedece as normas da APA 6ª edição. Onde
também contem os elementos textuais e pós textuais.

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2. A Antropologia na África colonial e pós-colonial - Moçambique
2.1. A Antropologia na África

Na ideia de Bernardo (2013) na antropologia do colonialismo e pós colonialismo parece ser o


campo disciplinar mais próximo do diálogo entre a Antropologia e a História. A análise que
aqui se vai forjando pretende ser uma análise globalizante dos fenómenos em apreço, o que
passa por não parcelar a totalidade social, adequando-a a determinadas tendências teóricas.

2.1.1. A antropologia na África colonial

A colonização apresenta uma descontinuidade geográfica e cultural e, ao mesmo tempo, uma


relação de domínio entre a metrópole e as Colónias. A distância geográfica, as diferenças
étnicas e culturais, a desigualdade política, económica e social tornam possível a emergência
de um corpus de conhecimento específico assumindo múltiplas funções (COSTA, 2013).

Ainda de acordo com Costa (2013) portanto colonização é: A ciência que ensina como se
formam e constituem novas sociedades civilizadas, em regiões onde os seus habitantes viviam
antes sem conhecimento das leis e usos dos povos dominadores e portanto sem obediência a
essas leis e usos, e sem tirarem do solo, apto á exploração e cultura de diversos produtos, as
riquezas que ele encerra, ou pode fornecer. Demartis (2002) e Costa (2013) para colonizar
importa conhecer o espaço e realidade do Outro, construindo novos conhecimentos que dão
forma a uma expressão estética do colonialismo e corpo a uma espécie de ‘acompanhamento
musical’ da dominação.

Geffray (1991) avança que o contacto com novos espaços e novas gentes conduz
inevitavelmente a uma reconfiguração efectiva (e afectiva) da conquista, da posse, do querer
colonizar. Os conhecimentos produzidos sobre a natureza dos novos espaços, sobre os nos
povos, numa linha naturalista (por tradição masculina, eurocêntrica), permitem estabelecer a
posse intelectual e abstracta de um saber e da natureza, com traços sugestivos da idealização
do viajante/colonizador expressando o seu desejo de posse.

Para Bernardo (2006) o marco divisório através do qual o europeu julga e classifica a
sociedade nativa é a escravatura. Esta estabelece a divisão básica entre o Eu e o Outro, sendo
o Outro percebido como brutal e inferior. Nesta lógica, com as ciências coloniais emerge uma
nova cultura. A colonização enquanto fenómeno cultural, faz a destrinça entre o colonizador
com conhecimento e o colonizado ignorante. A ciência nas colónias é antes de mais, um
instrumento de controlo
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2.1.2. A antropologia na África pós-colonial

Os caminhos começaram se abrir a partir do momento que o nacionalismo criou os


movimentos de revolução que conduziram os países africanos a independência dos seus
países. Essa era a porta que precisava para que o processo de autoconhecimento fosse exposto
em documentos e em ambientes adequados para sua estruturação científica.

Os estudos sobre o colonialismo e o pós-colonialismo actuais de acordo com Costa (2013)


prendem-se, em parte, comum a necessidade mais ou menos recente de pôr em causa a
produção antropológica sobre povos e culturas não ocidentais, que não levem em contacto
debate sobre o pós-colonialismo. Porque o tempo pós-colonial deu lugar a uma série de
redefinições dos espaços ex-coloniais, da relação entre globalização e localização. A
globalização sua utilização vai no sentido de percebê-la como uma rápida celebração dos
acontecimentos no mundo contemporâneo. Em contrapartida, a localização fornece-nos a via
para pensar a resposta à própria globalização.

A relação entre globalização e localização leva-nos, necessariamente, à reflexão sobre outro


binómio conceptual como o de poder e resistência, particularmente importante para entender
como do colonialismo pode nascer o nacionalismo. Para Geffray (1991) conquistada a
independência, os novos cidadãos reclamam o fim da ideologia europeia, que “instruíram” os
não-europeus, visto que as elites nacionalistas ficaram com os lugares do poder outrora
ocupados pelo poder colonial. Então, tal como o colonialismo tinha sido um sistema, também
a resistência começou a ser sistemática. Conceição (2006) e Costa (2013) à luz dos estudos
pós-coloniais, o conceito de resistência ganhou novo fôlego. Já não se pensa apenas nos
processos de resistência visíveis, com vista à obtenção de frutos imediatos; tende-se antes a
privilegiar processos mais ou menos informais de resistência.

2.2.A Antropologia em Moçambique

Bernardo (2005) afirma que os dois períodos colonial e pós-colonial, as linhas políticas
preferenciais ditou o percurso e desenvolvimento do conhecimento antropológico em
Moçambique colonial e pós colonial. Somente na actualidade, existe uma fraca tendência de
se abrir e se apropriar do conhecimento endógeno, procurando lavar a embalagem política que
sempre definiu o percurso das manifestações sociais.

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2.2.1. A Antropologia no Moçambique colonial

Para Osório e Macuacua (2013) nesse período, a antropologia portuguesa ganhou maior
impulso do Estado. Ela apresentava-se, no conjunto da acção colonial, como «ciência global»
do homem africano. Encarregou-se da universalização da ideologia colonial no espaço
português, apresentando, as suas ideias como as mais racionais e universalmente válidas e,
portanto, como de interesse comunitário de todos os membros da sociedade.

Nesta dimensão para Costa (2013) também «fornecia aos missionários uma vasta panóplia de
preconceitos racistas e etnocentristas e às diversas organizações coloniais do governo uma
argumentação e conhecimentos que lhe facilitavam a sua acção destruidora das estruturas
sociais e económicas indígenas», prestando relevantes serviços ao Estado Novo. Para
responder melhor aos objectivos da colonização e sob o impulso do próprio Estado Novo,
Geffray (1991) foram sendo criadas instituições especializadas. Orientado pelos mesmos
objectivos, destacava-se o «Acordo Missionário», de 7 de Maio de 1940, assinado entre a
Santa Fé e a República Portuguesa, no qual as missões eram consideradas «corporações
missionárias» ou «religiosas».

2.2.2. A Antropologia no Moçambique pós-colonial

Bernardo (1998) a Independência, portanto, foi vivida universalmente com um enorme


sentimento de esperança e o país estava inicialmente em paz. Aliás, durante as duas décadas
precedentes à Independência, Moçambique tinha experimentado um processo acelerado de
crescimento económico e modernização. Infelizmente, diz Geffray (1991) coadjuvado com
Cabral (2005) que por um lado, os jovens líderes do movimento militar não estavam
preparados para tomar em mãos um Estado moderno e, por outro, o êxodo da população
branca e mulata durante o período de transição, que ninguém soube ou quis impedir, retirou os
principais recursos humanos ao país.

Para Bernardo (2013), Cabral (2005) e Conceição (2006) no actual contexto o “atrelamento” à
ocidentalização fez emergir o conceito de “pós-colonialidade” que, em alguma medida,
procura mostrar como é ínfima a margem de manobra dos povos saídos recentemente do
quadro colonial, como é o caso de Moçambique, em direcção a uma modernidade mais
assente em seus substratos culturais.

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Bernardo (2005) diz que a fase de “pós-colonialidade” emerge com novos problemas mais ou
menos insolúveis com os quais se choca um anticolonialismo desprovido de suas ilusões –
mas que parece ser a única via possível – que é tomada como constitutiva de um momento
particular da história social e intelectual (GEFFRAY, 1991). A expressão parece ser a que dá
melhor conta da problemática do mundo em desenvolvimento, na medida em que a
característica principal do período actual é o fracasso de todas as “hipóteses felizes”, quer elas
venham do interior ou do exterior, e o desaparecimento de qualquer outra solução que não
seja o ocidentalismo.

Ainda de acordo com Geffray (1991) com efeito, chegou-se a pensar que a independência
política, possibilitaria o controlo das rédeas económicas, o que não ocorreu. Foi mais fácil
realizar a independência política que a independência económica. Por definição, é sabido que,
a economia de uma sociedade colonizada é essencialmente dependente de economias mais
avançadas.

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3. Conclusão

A colonização apresenta uma descontinuidade geográfica e cultural e, ao mesmo tempo, uma


relação de domínio entre a metrópole e as Colónias. A distância geográfica, as diferenças
étnicas e culturais, a desigualdade política, económica e social tornam possível a emergência
de um corpus de conhecimento específico assumindo múltiplas funções. Os caminhos
começaram se abrir a partir do momento que o nacionalismo criou os movimentos de
revolução que conduziram os países africanos a independência dos seus países. Essa era a
porta que precisava para que o processo de autoconhecimento fosse exposto em documentos e
em ambientes adequados para sua estruturação científica. Os dois períodos colonial e pós-
colonial, as linhas políticas preferenciais ditou o percurso e desenvolvimento do
conhecimento antropológico em Moçambique colonial e pós colonial. Somente na
actualidade, existe uma fraca tendência de se abrir e se apropriar do conhecimento endógeno,
procurando lavar a embalagem política que sempre definiu o percurso das manifestações
sociais. Os jovens líderes do movimento militar não estavam preparados para tomar em mãos
um Estado moderno e, por outro, o êxodo da população branca e mulata durante o período de
transição, que ninguém soube ou quis impedir, retirou os principais recursos humanos ao país.

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4. Bibliografia

BERNARDI, Bernardo. Introdução aos estudos Etno-Antropológicos. Perspectivas do


Homem. Lisboa, Edições 70, 1974.

MATTA, Roberto da. Relativizando: Uma Introdução à Antropologia. São Paulo,


1981.

MEA, Margaret. O conflito de Gerações. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1970.


1968

GOLDMAN, Lucien. A criação Cultural na Sociedade Moderna: Para uma


Sociologia da
Totalidade. Lisboa, Ed. Presença,

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