Nota 4,0 - E-FOLIO B - Antropologia
Nota 4,0 - E-FOLIO B - Antropologia
Nota 4,0 - E-FOLIO B - Antropologia
CÓDIGO: 41098
DOCENTE: Lúcio Sousa
A preencher pelo estudante
NOME:
N.º DE ESTUDANTE:
CURSO: Licenciatura em Ciências Sociais
DATA DE ENTREGA: 06 de dezembro 2018.
Fonte: http://www.adaptanddesign.com/cultural-anthropology/
1
TRABALHO / RESOLUÇÃO:
Os antropólogos nos anos sessenta estavam mais preocupados com o estudo das
civilizações distantes, “viviam em um mundo tão distante que não considerávamos antiético
publicar os seus nomes em nossos trabalhos. Não tínhamos receios de invadir a privacidade
de nossos informantes, mesmo porque, na maioria dos casos, esse era um conceito
inexistente”(Laraia de Barros, 1994, pp. 3). Os antropólogos tradicionalmente negligenciam
a moralidade e a justiça como objetos de estudo etnográfico e teoria etnológica. Esse óbvio
lacuna certamente o peculiar no contexto intelectual, e não sem consequências,
especialmente se considerarmos que os antropólogos do século XXI são confrontados com
questões contemporâneas onde a normatividade em geral constitui uma implicação
fundamental. “Três décadas depois, a situação do mundo e de nosso país mudou
radicalmente. “A antropologia elegeu novos objetos de estudos, novos campos de atuação
profissional.”(Laraia de Barros, 1994, pp.4). O autor menciona a importância da ética que é
ainda um assunto da atualidade quando diz “a preocupação com a ética na antropologia é
ainda um tema atual, setenta anos depois da carta de Boas”(Laraia de Barros, 1994).
Estudiosos desenvolveram tradições suficientemente robustas para certas áreas, como
religião, direito, política, e nas últimas décadas, os direitos humanos, sem realmente
considerar que cada um escopos é, pelo menos de uma certa perspetiva, uma expressão de
um normatividade: estas são práticas sociais através das quais valores resumimos (ilusório)
são interpretados e aplicados como conduta padrão da lei, conceções do bem, do legal, do
proibido e assim por diante.
Essa ausência antropológica também envolve alguns benefícios indesejados: primeiro, que
o interesse repentino no normativo pode prosseguir de uma maneira não-paradigmática,
sem uma carga pesada de expectativas; segundo, uma antropologia da normatividade pode
realmente se tornar crítica, pois respondia a pergunta "por que não antropologia?"(no campo
moral, por exemplo) envolve perguntar "por que os valores se opõem aos fatos? ",
finalmente, como em outras áreas em que a antropologia chegou tarde, as recentes
reflexões empurram para questionar com certa veemência e espírito subversivo o que foi
anteriormente tratado de uma maneira, para esse assunto diga calma. Os antropólogos
começaram a responder a essas perguntas mostrando algum potencial, não menos
importante o fato de destacar um fio comum aparente que conecta diferentes formas de
prática normativa.
Ademais, se por um lado a antropologia aplicada é aqui descartada, por não orientar
o seu exercício pelo diálogo com aqueles sobre os quais atua, por outro lado,
também há́ que se descartar a “antropologia da ação”, na formulação que lhe deu Sol
Tax, por seu alto deficit reflexivo, particularmente num momento em que a nossa
disciplina passou a ser eminentemente reflexiva. E quando numa reunião como esta
nos propomos a discutir a relação entre antropologia e ética, somos levados a refletir
sobre o espaço – por certo social – que se mostre como dotado de total legitimidade
para nele podermos exercer o nosso métier. Parece-me que hoje em dia, quan- do
os povos indígenas ganharam voz própria em suas relações com a sociedade
nacional, a tarefa ética que nos coube é claramente a de mediação no âmbito da
comunicação interétnica ou, em outras palavras, no âmbito do “agir comunicativo” –
esse mesmo agir de que nos fala Habermas –, de tal modo que sempre que
estivermos volta- dos para a realização do trabalho etnográfico, também estaremos
abertos para as questões que a própria prática indígena nos propuser.(Oliveira,
2010)
Em reflexão da frase de Franz Boas, que faz transparecer sua insatisfação da falta de ética
do governo dos E.U.A. Podemos ressaltar que a verdade é importante nas pesquisas
etnográficas, de modo que não seja ambíguo. Laraia afirma que a “essência da vida é estar
a serviço da verdade” (Laraia de Barros, 1994). Seguindo ainda esse pensamento Luís
Roberto Cardoso de Oliveira cita :
1
“Aja apenas de acordo com a máxima que você pode querer ao mesmo tempo em que se torne uma lei
universal.” (Kant, 1785) - tradução de minha autoria.
3
participantes de pesquisas e o compromisso com a sociedade mediante a divulgação
dos resultados dos estudos realizados (Cardoso de Oliveira, 2010)
Bibliografia
Géraud, M.-O., Leservoisier, O., & Pottier, R. (2007). Les notions clés de l’ethnologie (3e
édition). Paris.