Lógica Proposicional
Lógica Proposicional
Lógica Proposicional
O conjunto de axiomas pode ser vazio, um conjunto finito não vazio, um conjunto finito
enumerável, ou pode ser dado por axiomas esquemáticos. Uma gramática formal define
recursivamente as expressões e fórmulas bem formadas (fbfs) da linguagem. Além
disso, pode se apresentar uma semântica para definir verdade e valorações
(ou interpretações).
Uma fórmula bem formada (fbf) é qualquer fórmula atômica ou qualquer fórmula que
pode ser construída a partir de fórmulas atômicas, usando conectivos de acordo com as
regras da gramática.
O que segue define um cálculo proposicional padrão. Existem muitas formulações
diferentes as quais são todas mais ou menos equivalentes mas que diferem nos detalhes:
Índice
1Abstração e aplicações
2Descrição genérica de um cálculo proposicional
o 2.1Descrição
o 2.2Tabelas Verdade
2.2.1Negação
2.2.2Conjunção
2.2.3Disjunção
2.2.4Implicação ou Condicional
2.2.5Bi-implicação ou Equivalência
3Exemplo 1. Sistema axiomático simples
4Exemplo 2. Sistema de Dedução Natural
o 4.1Regra de Demonstração Condicional (RDC)
5Correção e completude das regras
6Um cálculo alternativo
o 6.1Axiomas
o 6.2Regra de inferência
o 6.3Meta-regra de inferência
o 6.4Exemplo de uma prova
7Outros cálculos lógicos
8Referências
9Ver também
Abstração e aplicações
Embora seja possível construir um cálculo abstrato formal que não tem uso prático
imediato e praticamente nenhuma aplicação óbvia, o nome cálculo indica que esta
espécie de sistema formal tem sua origem na utilidade de seus membros protópicos no
cálculo prático. Em geral, qualquer cálculo matemático é criado com a intenção de
representar um certo domínio de objetos formais, e tipicamente com o objetivo de
facilitar as computações e inferências que precisam ser realizadas sobre esta
representação. Assim, antes de se desenvolver o próprio cálculo, deve-se dar uma ideia
da sua denotação pretendida, isto é, dos objetivos formais que se pretende denotar com
as fórmulas do cálculo.
Descrição
Tabelas Verdade
P Q
V V
V F
F V
F F
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F
Agora, o que dizer sobre fórmulas moleculares, tais como ou Para estas, podemos
estabelecer os valores que elas recebem em vista do valor de cada fórmula atômica que
as compõe. Faremos isto por meio das tabelas de verdade.
P∧ (P∧Q) → ¬((P∧Q)→
P Q R
Q R R)
V V V V
V V F V
V F V F
V F F F
F V V F
F V F F
F F V F
F F F F
Para completar esta tabela precisamos definir os operadores lógicos. Ao fazê-lo, vamos
aproveitar para explicar como interpretá-los.
Negação
P ¬P
V F
F V
Interpretar a negação por meio de antônimos também é uma alternativa, mas deve-se ter
cautela, pois nem sempre é aplicável em todos os casos. No exemplo acima a
interpretação por meio de antônimos é perfeitamente aplicável, ou seja, se significa
"Sócrates é mortal", pode ser interpretada como "Sócrates é imortal". Por outro lado,
em uma linguagem na qual significa "João é bom jogador", a proposição "João é mau
jogador" não é a melhor interpretação para (João poderia ser apenas um jogador
mediano).
V F V F
F V F V
Conjunção
P∧
P Q
Q
V V V
V F F
F V F
F F F
P∧ Q∧
P Q
Q P
V V V V
V F F F
F V F F
F F F F
Disjunção
P∨
P Q
Q
V V V
V F V
F V V
F F F
P∨ Q∨
P Q
Q P
V V V V
V F V V
F V V V
F F F F
Implicação ou Condicional
P Q P→Q
V V V
V F F
F V V
F F V
P Q P→Q Q→P
V V V V
V F F V
F V V F
F F V V
Assim, se, em uma linguagem significa "O botão vermelho foi apertado" e significa
"O lugar inteiro explode", pode ser interpretada como "Se o botão vermelho foi
apertado, então o lugar inteiro explode", mas se o botão vermelho for apertado
(verdade de ) e o lugar inteiro não explodir, este resultado é falso (falsidade de ):
Basicamente, o que se deve observar é que "O botão vermelho ser apertado" é condição
suficiente para se deduzir que "O lugar inteiro explodiu", isto é, quando o botão é
apertado, o lugar deve explodir. Se o botão for apertado e o lugar não explodir, algo está
errado, ou seja, não implica ( é falso).
Quando temos na linguagem natural uma proposição que afirma que a partir de um
evento (P), o outro (Q) segue inexoravelmente e de fato isto acontece (por exemplo: "Se
você sair na chuva sem guarda-chuva ou capa de chuva, então você vai se molhar" ou
"Se todo número par é divisível por 2, então nenhum número par maior que 2 é
primo"), podemos seguramente formalizar estas proposições por meio da implicação.
Bi-implicação ou Equivalência
P Q P↔Q
V V V
V F F
F V F
F F V
V V V V
V F F F
F V F F
F F V V
Assim, se significa "O número natural é divisível por cinco" e significa "'O último
algarismo do número natural é zero ou cinco", pode ser interpretada como "O número
natural é divisível por 5 se, e somente se, o seu último algarismo é zero ou cinco". Basta
que uma das proposições ou condições seja falsa para que o enunciado se torne falso.
O conjunto é um conjunto
finito de símbolos suficiente
para suprir a necessidade de
uma dada discussão, por
exemplo:
O conjunto consiste em:
No exemplo de cálculo
proposicional a seguir,
as regras de
transformação devem
ser interpretadas como
as regras de inferência
do chamado sistema de
dedução natural. O
sistema particular
apresentado aqui não
possui pontos iniciais,
o que significa que sua
interpretação para
aplicações lógicas
deriva seus teoremas a
partir de um conjunto
de axiomas vazio.
O conjunto de
pontos iniciais é
vazio, ou seja,
O conjunto de
regras de
transformação, é
descrito a seguir:
Nosso cálculo
proposicional possui
dez regras de
inferência. Essas regras
nos permitem derivar
outras fórmulas
verdadeiras a partir de
um conjunto de
fórmulas assumidas
como verdadeiras. As
primeiras nove regras
dizem simplesmente
que podemos inferir
certas fbfs de outras
fbfs. A última regra, no
entanto, usa o
raciocínio hipotético no
sentido de que, na
premissa da regra,
assumimos
temporariamente uma
hipótese (não
demonstrada) como
parte do conjunto de
fórmulas inferidas a
fim de descobrir se
podemos inferir uma
certa outra fórmula.
Como as nove
primeiras regras não
fazem isso, são
normalmente descritas
como regras não
hipotéticas, e a última é
dita uma
regra hipotética.
Redução ao
absurdo (introdução
da negação)
De (p→q), (p→ ¬q), infere-se ¬p.
Eliminação da
dupla negação
De ¬¬p, infere-se p.
Introdução da
conjunção
De p e q, infere-se (p ∧ q).
Eliminaçã
o da
conjunção
De (p ∧ q), infere-se p
De (p ∧ q), infere-se q.
Int
rod
uçã
o
da
dis
jun
ção
De p, infere-se (p ∨ q)
De p, infere-se (q ∨ p).
Eli
min
açã
o da
disj
unç
ão
De (p ∨ q), (p → r), (q → r), infere-se r.
Introdu
ção do
Bicondi
cional
De (p → q), (q → p), infere-se (p ↔ q).
Eliminação
do
Bicondicion
al
De (p ↔ q), infere-se (p → q);
De (p ↔ q), infere-se (q → p).
Modus
ponens (eliminaç
do condicional)
De p, (p → q), infere-se q.
Demonstração
Condicional (intr
ão do condicional
Se p for aceito como prova de q, infere-se (p → q).
For
ma
s
de
Ar
gu
me
nto
s
Bás
ico
se
De
riv
ado
s
Em seguida, det
última regra, dita
hipotética.
Regra de
Demonstraçã
Condicional
Um dos principa
de um cálculo
proposicional, em
aplicações lógica
determinação de
relações de equi
lógica entre fórm
proposicionais. E
relações são
determinadas em
das regras de
transformação
disponíveis. Seq
de regras estabe
que chamamos
"derivação" ou
"demonstração".
Na discussão a s
uma demonstraç
apresentada com
sequência de lin
enumeradas, em
cada linha consis
uma única fórmu
seguida por
uma razão ou ju
para introduzir e
fórmula. Cada pr
do argumento, q
assumida como
hipótese do argu
listada no começ
sequência e é ju
simplesmente co
"premissa". A co
é listada na últim
Uma demonstraç
completa se cad
segue das anteri
pela aplicação co
uma regra de inf
Exemplo de
demonstração
condicional
Para mostrar
que A → A.
Uma demons
possível para
pode ser obti
seguinte form
Exe
mpl
o de
pro
va
Interprete A ] A c
"Assumindo A, in
se A". Leia ] A →
"Sem assumir na
que A implica A,
uma tautologia
que A implica A,
sempre verdade
que A implica A.
Correção e
completude
regras
As propriedades
desse conjunto d
são que elas
são corretas e co
Informalmente is
dizer que as regr
corretas e que n
preciso acrescen
outras regras. Fa
uma abordagem
formal disto logo
Definimos uma a
de verdade como
função matemáti
mapeia variáveis
proposicionais p
valores verdade
so. Informalmen
atribuições pode
entendidas como
descrição de um
estado das coisa
qual certas asse
são verdadeiras
não são. A semâ
das fórmulas pod
formalizada pela
definição de qua
"estados das coi
quais elas são
consideradas
verdadeiras, que
é feito pela defin
seguir.
Definimos quand
atribuição v satis
certa fórmula be
formada com as
seguintes regras
v satisfaz a v
proposicional
somente se v
= verdadeiro
v satisfaz ¬φ
somente se v
satisfaz φ
v satisfaz (φ
somente se v
ambos φ e ψ
v satisfaz (φ
somente se v
pelo menos φ
v satisfaz (φ
e somente se
o caso em
que v satisfaz
não ψ
v satisfaz (φ
e somente
se v satisfaz
ψ ou não sati
nenhum dele
Com esta definiç
podemos formali
agora o que que
uma fórmula φ s
implicada por ce
conjunto de fórm
Informalmente, is
caso se em todo
possível das cois
qual vale o conju
fórmulas vale ta
fórmula φ. Isso le
a seguinte defini
formal: Nós dize
um conjunto de
fbfs semanticam
ligadas implicam
uma certa fbf φ s
as atribuições
verdadeiras que
satisfazem as
fórmulas também
satisfazem φ.
Finalmente nós d
uma "relação de
consequência sin
tal que φ é conse
sintática de se e
somente se nós
derivar com as re
inferência que fo
apresentadas ac
um número finito
passos. Isso nos
formular exatam
que quer dizer p
conjunto de regr
inferência ser co
completo:
Correção lógica
Se o conjunto de fbfs tem como consequência
sintática a fbf φ, então tem como
consequência semântica φ.
Completude lóg
Se o conjunto de fbfs tem como consequência
semântica a fbf φ então tem como
consequência sintática φ.
Para o conjunto
acimas este é, e
Um cálculo
alternativo
É possível defini
do cálculo propo
define a maior pa
dos operadores
termos de axiom
somente uma re
inferência.
Axiomas
Seja φ, χ e ψ sím
fórmulas bem for
em si não contêm
grega, mas some
romanas maiúsc
operadores cone
parênteses.) Ent
são os seguintes
Nome
ENTÃO-
1
ENTÃO-
2
E-1
E-2
E-3
OU-1
OU-2
OU-3
NÃO-1
NÃO-2
NÃO-3
SSE-1
SSE-2
SSE-3
O axioma ENTÃ
considerado com
"propriedade dis
implicação com r
implicação."
Os axiomas E-1
correspondem à
conjunção". A re
e E-2 reflete a co
do operador da c
O axioma E-3 co
"introdução da c
Os axiomas OU-
correspondem à
disjunção." A rel
e OU-2 reflete a
do operador da d
O axioma NÃO-1
"redução ao abs
O axioma NÃO-2
pode ser deduzid
contradição."
O axioma NÃO-3
"tertium non datu
há uma terceira
a valoração sem
fórmula proposic
fórmula pode ter
verdade verdade
Não há um terce
verdade, pelo me
lógica clássica. L
intuicionista não
NÃO-3.
Regra de infe
A regra de inferê
ponens:
Meta-regra d
Seja uma demon
representada po
sequência, com
esquerda do sím
consequência fo
conclusões à dir
o teorema da de
definido como:
Se a sequência
foi demonstrada, então também é possível
demonstrar a sequência
Esse teorema de
formulado por m
proposicional: nã
teorema da lógic
um teorema sob
proposicional. Ne
meta-teorema, c
teoremas sobre
completude da ló
Por outro lado, o
simplificar o proc
sintática que pod
usado como uma
inferência qualqu
modus ponens. N
corresponde à re
condicional que
versão do cálcul
introduzida neste
A recíproca do T
Se a sequência
foi demonstrada, então também é possível
demonstrar a sequência
De fato, a valida
trivial comparada
Se
então
1:
2:
e de (1) e (2) se pode deduzir
3:
por meio do modus ponens, Q.E.D.
A validade do TD
para converter u
exemplo, o axiom
pode ser transfo
dedução na regr
que é a eliminaç
usadas na prime
proposicional.
Exemplo de u
A seguir, há um
envolvendo apen
Provar: A → A (
Prova:
1. (A → ((B → A
Axioma ENTÃO-2 com φ = A, χ = B → A, ψ
= A
2. A → ((B → A
Axioma ENTÃO-1 com φ = A, χ = B → A
3. (A → (B → A
De (1) e (2) por modus ponens.
4. A → (B → A)
Axioma ENTÃO-1 com φ = A, χ = B
5. A → A
De (3) e (4) por modus ponens.
Outros cálc
Lógica proposici
lógico em qualqu
amplamente utili
vista mais simple
lógica proposicio
diversas formas.
A forma mais im
complexo é pela
detalhes estrutur
"sentenças atôm
em termos, variá
à lógica de prime
ordem, que man
adiciona alguma
mamíferos" pode
mamífero".
Com as ferramen
várias teorias, ta
de inferência, teo
cálculos lógicos.
exemplos incluem
As lógicas moda
que não podem
exemplo, de "Ne
De p podemos in
As lógicas poliva
valores além de
exemplo, nenhum
do contínuo" per
verdade de um n
Referências
Bedregal, Be
(2002), Lógic
Natal, RN.
GORSKY, Sa
seu interesse
UNICAMP. 2
Lógica e Filos
filosofia tais c
e de outros p
história da filo
Ver também
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Lógica
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