Análise de Viabilidade de Treliça Metálica Plana para
Análise de Viabilidade de Treliça Metálica Plana para
Análise de Viabilidade de Treliça Metálica Plana para
[email protected]¹, [email protected]²
Resumo
O estudo de viabilidade de treliça metálica plana para cobertura de galpão tem por
finalidade verificar os principais modelos, sua forma construtiva, inclinação e tipo de perfil,
que são mais utilizados nas principais empresas metalúrgicas de nossa região. A estrutura
treliçada assegura grande resistência mecânica, tornando vencer grandes vãos, com um custo
relativamente baixo. Além de possuir inúmeros modelos e maneiras de serem construídas,
busca-se verificar qual o custo final de fabricação. Através da simulação pode-se otimizar vários
modelos e verificar seu comportamento. Apesar da estrutura metálica ter sua utilização muito
recente, hoje se tornou muito popular, é de fácil fabricação e montagem. Pode-se encontrar
treliças metálicas nos mais diversos componentes estruturais, como por exemplo, colunas,
pórticos, coberturas, vigas, estruturas para guindaste. Quando bem construída tem um custo de
manutenção relativamente baixo e grande durabilidade. São fabricadas com perfis laminados,
com o qual é possível obter custo relativamente baixo, além de sua aquisição ser de fácil acesso.
O acabamento normalmente é feito com jateamento e pintura, podendo ainda ser galvanizada.
Geralmente são fabricadas de aço carbono e alguns casos são utilizados perfis de alumínio. Será
analisada as principais formas construtivas utilizadas em nossa região, com está análise será
possível verificar qual será treliça apresenta menor massa, lembrando que as estruturas
metálicas em sua grande maioria são produzidas em R$/kg, consequentemente, quando menor
a massa, menor será seu custo para fabricação. Quando forem concluídos todos os estudos,
simulações e otimizações, será encontrada uma treliça padrão para ser comparada com uma
cobertura feita com perfil tipo “W” e através deste resultado saber-se-á qual estrutura terá menor
custo de fabricação e a viabilidade do uso de perfil do tipo “W” ou treliça metálica.
Palavras-Chave: Treliça Metálica, Galpão Metálico, Estrutura Metálica, Simulação Elementos
Finitos.
2
1 – Introdução
As estruturas metálicas têm sido usadas desde o século XII, na forma de tirantes e
pendurais de ferro fundido, que funcionavam como elementos auxiliares em estruturas de
madeira. No século XVI tornaram-se comuns as estruturas de telhado em ferro fundido.
(PINHEIRO,2005).
No final do século XVIII começaram a ser construídas cúpulas de igrejas e pontes. As
pontes possuíam vãos em arco ou treliçados, com elementos de ferro fundido submetidos à
compressão. A primeira dessas pontes, datada de 1779, situa-se em Coalbrookdale, sobre o Rio
Severn, na Inglaterra, e possui arcos de ferro fundido vencendo um vão central de 30 m.
(PINHEIRO,2005).
As estruturas metálicas, têm indicadores de sua utilização em escala industrial a partir
de 1750. No brasil, tevê início sua utilização a partir do ano de 1812, sendo que o grande avanço
em sua utilização foi a partir da implantação das grandes siderúrgicas, como por exemplo a
Companhia Siderúrgica Nacional, que começou a operar em 1946. (PINHEIRO,2005)
As treliças surgiram como um sistema estrutural mais econômico que as vigas de
concreto armado, sendo ideais, para vencer vãos maiores ou suportar cargas mais pesadas. Sua
utilização pode ser a mais variada possível, podendo ser utilizada em coberturas, pilares, postes,
esteios, pontes e diversas outras situações. (BOTELHO,2013).
Na engenharia de estruturas, uma treliça é uma estrutura composta por cinco ou mais
unidades triangulares construídas com elementos retos cujas extremidades são ligadas em
pontos conhecidos como nós. Forças externas e reações consideram-se, de forma simplificada,
aplicadas nesses mesmos nós. As forças resultantes nos vários elementos das estruturas são de
tração ou compressão devido ao fato de todas as articulações serem tratadas como rotuladas
(livre rotação) e as forças externas e reações serem aplicadas aos nós. (REBELO,2000).
As treliças dividem-se em planas ou tridimensionais. Uma treliça planar/bidimensional
é uma estrutura onde todos os membros e os nós se encontram no mesmo plano, enquanto uma
treliça espacial/tridimensional tem membros e nós em três dimensões. Ao conjunto de
elementos horizontais superiores, dá-se o nome de corda superior, sendo que estes se
encontram, normalmente em compressão. Ao conjunto de elementos horizontais inferiores, dá-
se o nome de corda inferior, sendo que estes, por seu lado, se encontram em tração.
(SÜSSEKIND,1981).
3
Neste estudo será feita a análise da treliça planar/bidimensional para cobertura de galpão
metálico, suas formas construtivas, perfis, inclinação, custo de fabricação e montagem.
Finalizando o estudo será feita uma comparação entre uma treliça e um perfil enrijecido tipo
“W”.
2 – Revisão Bibliográfica
Com o passar do tempo foram criados diversos tipos de treliças metálicas para a
utilização na construção civil. E cada tipo de treliça possui certas características que favorecem
seu uso e possibilitam a construção das mais variadas obras funcionais e seguras.
(PINHEIRO,2005)
É certo que a treliça metálica é a melhor opção, em muitos casos, para viabilizar alguns
tipos de obras. Possibilitando inúmeras vantagens em relação a outros tipos de estruturas.
Dentre elas podemos citar, ótima resistência, praticidade de montagem, rapidez de execução,
facilidade de aquisição, processo industrializado, produto de alta qualidade, flexibilidade
arquitetônica e racionalização das obras. (PINHEIRO,2005)
Independentemente da treliça a ser construída, o sucesso da obra dependerá de um bom
projeto e uma equipe de construção bem qualificada. Assim é garantida que todas as vantagens
da treliça metálica serão alcançadas de uma forma segura. Por este motivo a escolha da forma
construtiva é de fundamental importância. (PINHEIRO,2005).
Nas figuras 1 a 10, iremos apresentar os principais tipos.
Entre todos os tipos de perfis estruturais do aço, o perfil U, figura 11, é um dos mais
comuns e utilizados. Esse perfil é uma das peças mais versáteis disponíveis, sendo muito
utilizado em grandes construções como em projetos domésticos. É altamente resistente e leve,
é muito utilizado na fabricação de treliça para galpão. Sua utilização confere aos projetos uma
redução dos impactos ambientais na ordem de 40%. (AÇOS METAFER,2019).
5
O Perfil U Enrijecido, figura 12, é uma variação do perfil U. É muito parecido com o
perfil anterior, inclusive no peso, o que faz com que esse perfil não exerça pressão extra na
estrutura. A diferença notória é que o modelo enrijecido possui dobras internas na parte que
fica aberta. O modelo enrijecido é ainda mais resiste que o modelo simples, o que o torna ideal
para as grandes construções e para construções comerciais com muitas estruturas mecânicas
pesadas. As construções feitas com perfil U enrijecido, em comparação a outros materiais,
oferecem redução de peso de até 1/3 das estruturas e aumentam a produtividade em até 3 vezes,
reduzindo custos com materiais, mão-de-obra e tempo. (AÇOS METAFER,2019).
O perfil em L ou cantoneira, figura 13, é uma viga que possui duas chapas
perpendiculares entre si. As cantoneiras não funcionam como sustento principal, mas sim como
um reforço para as vigas principais, servindo de apoio para outras ou ligando diferentes partes
principais da construção, como pilares ou vigas. Isso evita a flexão exagerada dessas partes,
além de distribuir a força aplicada por toda estrutura, o que aumenta sua segurança e
durabilidade. As cantoneiras são estruturas metálicas ideais para serem utilizadas em diversas
aplicações, como em estruturas metálicas, torres de transmissão, de energia elétrica, máquinas,
implementos agrícolas, em serralherias e na indústria mecânica em geral. (AÇOS
METAFER,2019).
2.3 – Telhas
Telha galvanizada é uma telha de aço e banhada em zinco fundido — o que oferece o
sistema de galvanização e evita oxidação e ferrugem — que se traduz em um material
completamente resistente e durável. Seu tempo de vida útil varia de acordo com o ambiente.
Vale lembrar que uma das características do aço é que ele é inquebrável, o que garante total
segurança na manutenção e na montagem da estrutura. (REGIONAL TELHAS,2009).
Telha galvalume possui um revestimento superior a galvanizada. Enquanto a telha
galvanizada utiliza apenas zinco em sua composição, a galvalume recebe uma blindagem
composta de 55% de alumínio, 46,5% de zinco e 1,5% de silício, o que a torna quatro vezes
mais resistente. É ideal para lugares em que a corrosão atmosférica é muito alta. (REGIONAL
TELHAS,2019).
Telha termoacústica também conhecida como telha sanduíche, uma vez que são feitas
com duas laminas de aço e preenchidas com poliuretano ou poliestireno expandido,
materiais em forma de espuma com microcélulas fechadas. Elas oferecem isolamento térmico
e acústico perfeitos, mas podem representar um custo maior para cobertura de grandes espaços.
(REGIONAL TELHAS,2019).
Telhas autoportantes são telhas indicadas para grandes obras com grandes vãos. Ou
seja, são uma boa opção para espaços amplos, como empreendimentos industriais, prédios
7
comerciais, ginásios poliesportivos e hangares. São inteiriças, muitas vezes fabricadas no local
da obra, e podendo ter peças com comprimentos muito grandes, daí vem o nome autoportante.
(REGIONAL TELHAS,2019).
Telhas de fibrocimento são feitas de fibras sintéticas e cimento, são leves, baratas e
fáceis de montar, tem boa durabilidade e impermeabilidade, mas absorvem muito calor e
deixam o ambiente quente, são mais frágeis, provocando custos extras de manutenção. São
também conhecidas como telhas onduladas, por possuir um formato curvo. Surgiu em
substituição ao Amianto que era extremamente tóxico. São bastante utilizadas em construções
de baixo custo e residências. (REGIONAL TELHAS,2019).
3. Procedimento Metodológico
Para calcular a inclinação de um telhado a primeira coisa que deve-se fazer é definir o
tipo de telha que será utilizada. As telhas podem ser de cerâmica (barro), concreto,
fibrocimento, vidro, metálicas, galvanizadas, ecológicas (fibras naturais ou materiais
reciclados), de policarbonato e etc. São os fabricantes das telhas que dizem qual é a inclinação
mínima e máxima para cada tipo de telha. A inclinação dos telhados é medida em porcentagem
ou percentual. Ou seja, um telhado pode ter inclinação de 10% a 45%, por exemplo.
A 10% de inclinação do telhado = 10cm/100 centímetros. Sendo assim, a cada 100
centímetros (ou 1 metro) na horizontal, o telhado sobe 10 centímetros na vertical. O mesmo
princípio é utilizado para o cálculo das demais inclinações, 15%, 20%, 30%, 40 e 45%, figura
15.
8
Inclinação do Telhado
Tipo Mínima Máxima
Telha Metálica Trapezoidal 5% a 8% -
Telha Metálica Ondulada 5% -
Telha Metálica Termoacústica 5% 57%
Telha Fibrocimento Ondulada 9% a 17,6% -
Tabela 1 – Inclinação do Telhado de Acordo com o Tipo de Cobertura
Após analisar os diversos tipos de telha disponíveis no mercado, optou-se por usar a
telha metálica galvanizada trapezoidal, dentre suas principais vantagens estão a durabilidade,
baixo custo, facilidade de montagem, ótima resistência. O modelo escolhido foi o TP-40, com
as seguintes dimensões # 0,5 x 1.073 x 6.000mm, peso aprox. de 4,5kg/m², conforme fig. 16:
Para a construção da terça utilizaremos o perfil enrijecido. A barra redonda será usada
para fazer o contraventamento e o apoio de fixação será o elo entre a terça e a treliça. Para
calcular a treliça é necessário determinar as cargas que serão aplicadas, conforme demonstrado
na tabela 2.
Total 7.340kg
O valor obtido será dividido para 9 apoios, conf. Figura 17, sendo 1.345,67 kg por
apoio. Considerando um galpão de 12.000x18.000x6.000mm, (Largura x Comprimento x
Altura).
Como pode-se observar ao longo do estudo existe uma grande variedade de formas
construtivas, o que seria inviável analisar todos, para poder realizar este estudo, optou-se em
selecionar as mais utilizadas.
As formas construtivas selecionadas foram triangular, trapezoidal, paralela, paralela
reforçada e em arco.
Após um estudo prévio verificou-se que o modelo de treliça triangular Warren e a treliça
triangular Pratt, tem a mesma distribuição de esforços, a partir desta informação optou-se em
trabalhar apenas com os modelos do tipo Pratt, triangular, paralela, paralela reforçada,
trapezoidal e em arco.
Neste estudo será utilizado o método de análise de elementos finitos é o método utilizado
para resolver equações diferenciais. Os elementos possuem nós que se deslocam com a
aplicação de carregamento e podem fornecer respostas sobre o fenômeno que está se estudando.
12
A análise de elementos finitos pode ser aplicada em diversas áreas da engenharia, como
por exemplo, problemas acústicos, térmicos, eletromagnéticos e estruturais.
Através deste método podemos obter resultados de tensão, deformação e deslocamento
de uma estrutura, equipamento ou produto sob análise.
Nas tabelas 4 a 7 e gráficos 1 a 4, seguem os valores obtidos após o cálculo das 5
principais treliças utilizadas, onde variamos a inclinação e forma construtivas, conforme figuras
20 a 23. Para facilitar os cálculos optamos por utilizar o perfil de tubo quadrado. Na figura 24,
temos o modelo da treliça em arco utilizado e a tabela 8 e gráfico 5, nos trazem os resultados
obtidos. Conforme norma NBR8800, tabela 3, a flecha máxima permitida para vigas de
cobertura é de L/250, nossa cobertura possui largura de 12.000mm, logo:
𝐿 12.000
𝑓= = = 48𝑚𝑚
250 250
Neste estudo foi utilizado como referência o valor da flecha em 10mm, bem abaixo do
máximo exigido pela norma.
4 – Resultados e Análises
TRELIÇA TRIANGULAR
1.432
KG
496
448
426
396
370
344
331
330
320
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
MODELO
TRELIÇA REFORÇADA
207
198
196
KG
193
1 2 3 4
MODELO
TRELIÇA PARALELA
345
309
283
240
236
225
224
224
221
187
KG
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
MODELO
TRELIÇA TRAPEZOIDAL
457
384
357
308
282
241
230
221
217
KG
1 2 3 4 5 6 7 8 9
MODELO
TRELIÇA ARCO
A B C D E F DESLOCAMENTO MASSA REDUÇÃO
MODELO
(mm) (mm) (%) (mm) (mm) (N) (mm) (kg) (%)
1 1.000 240 0 2.400 12.000 13.456,70 9,33 133 -53%
2 1.000 240 0 1.800 12.000 13.456,70 10,22 157 -45%
3 1.000 240 0 1.200 12.000 13.456,70 9,16 284 0%
4 1.000 360 0 1.200 12.000 13.456,70 10,29 119 -58%
5 1.000 360 0 1.200 12.000 13.456,70 9,10 122 -57%
6 500 360 0 2.400 12.000 13.456,70 9,79 80 -72%
TRELIÇA ARCO
284
157
133
122
KG
119
80
1 2 3 4 5 6
MODELO
4.1 – Comparativo
COMPARATIVO
MÁXIMO MÍNIMO VARIAÇÃO
MODELO
(kg) (kg) (%)
ARCO 284 80 -72%
PARALELA 309 187 -39%
P. REFORÇADA 207 193 -7%
TRAPEZOIDAL 457 217 -53%
TRIANGULAR 1.432 320 -78%
Tabela 9 – Comparativo das Treliças
COMPARATIVO
MÁXIMO (kg) MÍNIMO (kg)
1.432
457
320
309
284
217
207
193
187
80
Concluída toda a simulação, foi definido que a melhor forma construtiva para treliça é
em arco, modelo 6, partindo deste princípio, foi feita a simulação de uma cobertura utilizando
o perfil W150 x 29,8kg/m. Utilizando a mesma distribuição de carga das treliças e com a
inclinação de 45%, a estrutura sofreu uma deformação de 11,08mm com uma massa de 390kg.
Na figura 25, temos o resultado da simulação.
5 – Conclusões
Agradecimentos
Bibliografia
HIBBELER, R.C., Estática: Mecânica para Engenharia, 12º Ed., São Paulo, Pearson
Prentice Hall, 2011, ISBN 978-85-7605-815-1.
SÜSSEKIND, José Carlos, Curso de Análise de Estruturas, 6º Ed., Porto Alegre, Rio
de Janeiro, Globo, 1981.