Pacto San José Da Costa Rica

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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS


(PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA)
PROFª LETÍCIA CASTRO
POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

A CADH possui 82 artigos, bem extensa, sendo


dividida em três partes: a parte 1 trata dos deveres dos
Estados e direitos protegidos, são elencados as
DIREITOS HUMANOS obrigações assumidas pelos Estados ao assinar o
documento, bem como especificar os direitos protegidos
pelo Pacto; a parte 2 aborda os meios de proteção, é uma
parte mais extensa, fala sobre a Comissão e a Corte
Interamericanas; e a parte 3 trata das disposições gerais
PROGRAMA: e transitórias.
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS:
3 Pacto de São José da Costa Rica.

PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA.

CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS


(PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA)
A Convenção Americana de Direitos Humanos
(CADH), popularmente conhecida como Pacto de São
José da Costa Rica, foi assinada no local em que foi
popularmente chamada, em 22 de novembro de 1969, Iniciando o estudo do conteúdo normativo da
durante a Conferência Especializada Interamericana Convenção, logo em seu capítulo 1° ela traz a obrigação
sobre Direitos Humanos. Entretanto, somente começou dos Estados de respeitar os direitos, estabelecendo que
a vigorar em 18 de julho de 1978, após o depósito ao fazerem parte da Convenção os Estados se
mínimo de 11 ratificações, conforme exigido em seu art. comprometem em respeitar os direitos e liberdades ali
74, parágrafo 2º. reconhecidos. Além disso, ainda neste capítulo, a CADH
reconhece como pessoa todo o ser humano, e apesar de
No Brasil somente foi incorporada em 1992,
parecer excessivo trazer essa disposição, ela fortalece a
sendo aprovada pelo Congresso Nacional por meio do
inviabilidade de qualquer restrição ou distinção para
Decreto Legislativo 27/1992 e sua promulgação interna
proteger direitos aos seres humanos.
por meio do Decreto 678/92. Portanto, o Brasil está
sujeito à Convenção. Também assegura que na possibilidade de
determinados direitos ali previstos ainda não fizer parte
do plano interno dos países signatários, os Estados
responsabilizam-se a realizar providências necessárias,
inclusive legislativa, para torna-los efetivos. Portanto, os
Estados têm deveres negativos, de respeitar e não violar
os direitos, e positivos, certificar o pleno exercício deles.

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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

PREÂMBULO Art. 1º - Obrigação de respeitar os direitos


1. Os Estados-partes nesta Convenção comprometem-se
a respeitar os direitos e liberdades nela reconhecidos e
Os Estados Americanos signatários da presente
a garantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que
Convenção,
esteja sujeita à sua jurisdição, sem discriminação
Reafirmando seu propósito de consolidar neste alguma, por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião,
Continente, dentro do quadro das instituições opiniões políticas ou de qualquer outra natureza, origem
democráticas, um regime de liberdade pessoal e de nacional ou social, posição econômica, nascimento ou
justiça social, fundado no respeito dos direitos humanos qualquer outra condição social.
essenciais;

2. Para efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser


Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa humano.
humana não derivam do fato de ser ela nacional de
determinado Estado, mas sim do fato de Ter como
fundamento os atributos da pessoa humana, razão por Art. 2º - Dever de adotar disposições de direito interno
que justificam uma proteção internacional, de natureza
convencional, coadjuvante ou complementar da que Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no
oferece o direito interno dos Estados Americanos. artigo 1 ainda não estiver garantido por disposições
legislativas ou de outra natureza, os Estados-partes
comprometem-se a adotar, de acordo com as suas
Considerando que esses princípios foram consagrados na normas constitucionais e com as disposições desta
Carta da Organização dos Estados Americanos, na Convenção, as medidas legislativas ou de outra natureza
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem que forem necessárias para tornar efetivos tais direitos e
e na Declaração Universal dos Direitos do Homem, e que liberdades.
foram reafirmados e desenvolvidos em outros O capítulo 2 assegura os direitos humanos de 1ª
instrumentos internacionais, tanto de âmbito mundial geração/dimensão, os direitos civis e políticos, como o
como regional. direito à vida, à integridade pessoal, proibição da
escravidão, à liberdade pessoal, etc.

Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal


dos Direitos Humanos, só pode ser realizado o ideal do O art. 3º garante o direito ao reconhecimento da
ser humano livre, isento do temor e da miséria, se forem personalidade jurídica, implicando no reconhecimento
criadas condições que permitam a cada pessoa gozar dos da condição da pessoa como sujeito de direitos.
seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como
dos seus direitos civis e políticos; e
Art. 3º - Direito ao reconhecimento da personalidade
jurídica
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana
Extraordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua
incorporação à própria Carta da Organização de normas personalidade jurídica.
mais amplas sobre os direitos econômicos, sociais e
educacionais e resolveu que uma Convenção
Interamericana sobre Direitos Humanos determinasse a O art. 4º da CADH aborda acerca do direito à vida,
estrutura, competência e processo dos órgãos protegendo os direitos da pessoa, pelo menos, desde sua
encarregados dessa matéria; concepção. No entanto, não aboliu a pena de morte, mas
estabeleceu que países que já houvesse a abolido não
Convieram o seguinte:
poderiam reinseri-la em seus ordenamentos jurídicos,
bem como determinou casos em que a pena de morte
não podem, de jeito nenhum, ser aplicada: 1) menor de
18 anos, no ato do delito; 2) maior de 70 anos, no ato do
delito; 3) mulheres grávidas; 4) por delitos políticos; 4)
delitos comuns conexos com delitos políticos.

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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

Art. 4º - Direito à vida 2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas
ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida.
pessoa privada de liberdade deve ser tratada com o
Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde
respeito devido à dignidade inerente ao ser humano.
o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da
vida arbitrariamente. 3. A pena não pode passar da pessoa do delinquente.
2. Nos países que não houverem abolido a pena de 4. Os processados devem ficar separados dos
morte, esta só poderá ser imposta pelos delitos mais condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e
graves, em cumprimento de sentença final de tribunal devem ser submetidos a tratamento adequado à sua
competente e em conformidade com a lei que estabeleça condição de pessoas não condenadas.
tal pena, promulgada antes de haver o delito sido
5. Os menores, quando puderem ser processados,
cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a
devem ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal
delitos aos quais não se aplique atualmente.
especializado, com a maior rapidez possível, para seu
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos tratamento.
Estados que a hajam abolido.
6. As penas privativas de liberdade devem ter por
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada a finalidade essencial a reforma e a readaptação social dos
delitos políticos, nem a delitos comuns conexos com condenados.
delitos políticos.
5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no
____________________________________________
momento da perpetração do delito, for menor de
dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a
mulher em estado de gravidez. 01. (2012 - CESPE - PC-AL - Agente de Polícia) Julgue os
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar itens que se seguem acerca da Convenção Americana
anistia, indulto ou comutação da pena, os quais podem sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
ser concedidos em todos os casos. Não se pode executar Rica).
a pena de morte enquanto o pedido estiver pendente de Apesar de consagrar o direito à vida, a Convenção
decisão ante a autoridade competente. Americana sobre Direitos Humanos prevê que a
aplicação da pena de morte, para os países que a
adotam, pode ser aplicada aos delitos mais graves,
incluindo os delitos políticos.
CERTO - ERRADO

02. (2018 - FCC - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Técnico Judiciário


- Segurança) De acordo com a Convenção Americana de
Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica),
a) a pena pode passar da pessoa do delinquente.
b) não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados
O art. 5º protege um dos pilares da proteção que a hajam abolido.
internacional dos direitos humanos, regularmente c) os menores, quando puderem ser processados, devem
recorrido na responsabilização internacional dos cumprir a pena juntamente com os adultos.
Estados. O direito à integridade pessoal é essencial na
d) as penas privativas de liberdade devem ter por
limitação do direito de punir do Estado.
finalidade essencial segregar o criminoso do meio social.
e) a pena de morte pode ser aplicada por delitos comuns
Art. 5º - Direito à integridade pessoal conexos com delitos políticos.
1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua
integridade física, psíquica e moral.

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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

03. (2019 - IBGP - Prefeitura de Jacutinga - MG - Guarda c) o serviço exigido em casos de perigo ou de calamidade
Municipal) De acordo com a Convenção Americana de que ameacem a existência ou o bem-estar da
Direitos Humanos ("Pacto de San José da Costa Rica"), é comunidade;
CORRETO afirmar que:
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações
a) Em alguns casos é permitida a pena de morte ser cívicas normais
aplicada a delitos políticos e a delitos comuns, desde que
conexos com delitos políticos.
b) Toda pessoa tem direito a que se respeite sua
integridade física, psíquica e moral.
c) As torturas e as penas cruéis, podem ser liberadas por
autoridades judiciárias.
d) Os processados não precisam ficar separados dos
condenados, mas devem ser submetidos a tratamento
adequado à sua condição de pessoas não condenadas.
______________________________________________

A Convenção segue elencando os direitos civis e


O art. 6º trata da proibição da escravidão e da servidão
políticos e no art. 7º trata do direito à liberdade pessoal.
e elenca o que não é considerado trabalho forçado.
Aqui a CADH traz a base do que chamamos de audiência
de custódia, com previsão similar no Pacto Internacional
Art. 6º - Proibição da escravidão e da servidão dos Direitos Civis e Políticos, e também proíbe a prisão
por dívidas. Essa última, em especial, teve grande
1. Ninguém poderá ser submetido a escravidão ou repercussão no Brasil, pois era previsto a prisão do
servidão e tanto estas como o tráfico de escravos e o depositário infiel, e por conta do país ter ratificado a
tráfico de mulheres são proibidos em todas as suas Convenção, obrigou o Supremo Tribunal Federal a se
formas. manifestar quanto a isso, criando a conhecida Súmula
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho Vinculante 25, tornando ilícita a prisão do depositário
forçado ou obrigatório. Nos países em que se prescreve, infiel. A única prisão civil possível, tanto na CADH quanto
para certos delitos, pena privativa de liberdade no Brasil é por dívida de alimentos, por seu caráter
acompanhada de trabalhos forçados, esta disposição alimentício e urgente.
não pode ser interpretada no sentido de proibir o
cumprimento da dita pena, imposta por um juiz ou
Art. 7º - Direito à liberdade pessoal
tribunal competente. O trabalho forçado não deve afetar
a dignidade, nem a capacidade física e intelectual do 1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança
recluso. pessoais.
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios 2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física,
para os efeitos deste artigo: salvo pelas causas e nas condições previamente fixadas
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pelas Constituições políticas dos Estados-partes ou pelas
pessoa reclusa em cumprimento de sentença ou leis de acordo com elas promulgadas.
resolução formal expedida pela autoridade judiciária 3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou
competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser encarceramento arbitrários.
executados sob a vigilância e controle das autoridades 4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das
públicas, e os indivíduos que os executarem não devem razões da detenção e notificada, sem demora, da
ser postos à disposição de particulares, companhias ou acusação ou das acusações formuladas contra ela.
pessoas jurídicas de caráter privado;
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser
b) serviço militar e, nos países em que se admite a conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra
isenção por motivo de consciência, qualquer serviço autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais
nacional que a lei estabelecer em lugar daquele; e tem o direito de ser julgada em prazo razoável ou de
ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o
processo. Sua liberdade pode ser condicionada a

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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

garantias que assegurem o seu comparecimento em e dos meios necessários à preparação de sua defesa; d)
juízo. direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de
ser assistido por um defensor de sua escolha e de
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a
comunicar-se, livremente e em particular, com seu
recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de que
defensor; e) direito irrenunciável de ser assistido por um
este decida, sem demora, sobre a legalidade de sua
defensor proporcionado pelo Estado, remunerado ou
prisão ou detenção e ordene sua soltura, se a prisão ou a
não, segundo a legislação interna, se o acusado não se
detenção forem ilegais. Nos Estados partes cujas leis
defender ele próprio, nem nomear defensor dentro do
preveem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser
prazo estabelecido pela lei; f) direito da defesa de
privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz
inquirir as testemunhas presentes no Tribunal e de obter
ou tribunal competente, a fim de que este decida sobre
o comparecimento, como testemunhas ou peritos, de
a legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser
outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos; g)
restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto
direito de não ser obrigada a depor contra si mesma,
pela própria pessoa ou por outra pessoa.
nem a confessar-se culpada; e h) direito de recorrer da
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio sentença a juiz ou tribunal superior.
não limita os mandados de autoridade judiciária
3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação
competente expedidos em virtude de inadimplemento
de nenhuma natureza.
de obrigação alimentar.
4. O acusado absolvido por sentença transitada em
julgado não poderá ser submetido a novo processo
pelos mesmos fatos.
Súmula Vinculante n° 25 do STF: É ilícita 5. O processo penal deve ser público, salvo no que for
a prisão civil de depositário infiel, necessário para preservar os interesses da justiça.
qualquer que seja a modalidade do
depósito.

O art. 8º traz garantias judiciais muito relevantes para o


Direito como um todo, especialmente para a
concretização do devido processo legal. Também é trazia
a presunção de inocência, muito importante para o
Direito Penal, assim como outras garantias.

Art. 8º - Garantias judiciais


1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as
devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por um
juiz ou Tribunal competente, independente e imparcial, _________________________________________
estabelecido anteriormente por lei, na apuração de
qualquer acusação penal formulada contra ela, ou na 04. (2012 - CESPE - PC-AL - Agente de Polícia) Julgue os
determinação de seus direitos e obrigações de caráter itens que se seguem acerca da Convenção Americana
civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza. sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
Rica).
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se A Convenção Americana sobre Direitos Humanos prevê
presuma sua inocência, enquanto não for legalmente a proibição da escravidão e da servidão, assim
comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa compreendidos, entre outras hipóteses, os trabalhos
tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias forçados exigidos de pessoa reclusa em cumprimento de
mínimas: a) direito do acusado de ser assistido sentença ou resolução formal expedida pela autoridade
gratuitamente por um tradutor ou intérprete, caso não judiciária competente.
compreenda ou não fale a língua do juízo ou tribunal; b) CERTO - ERRADO
comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da
acusação formulada; c) concessão ao acusado do tempo

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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

05. (2018 - IBFC - SEAP-MG - Agente de Segurança O art. 10 traz o direito à indenização em caso de erro do
Penitenciário) Assinale a alternativa CORRETA. Segundo judiciário:
a CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
(1969), toda pessoa acusada de um delito tem direito
durante o processo às seguintes garantias mínimas: Art. 10 - Direito à indenização
a) O processo penal deve ser privado, de modo a Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a
preservar os interesses da justiça e da sociedade. lei, no caso de haver sido condenada em sentença
b) O direito do acusado de ser assistido gratuitamente transitada em julgado, por erro judiciário.
por um tradutor ou intérprete, caso não compreenda ou
não fale a língua do juízo ou tribunal.
O art. 11 consagra a proteção da honra e da dignidade.
c) A comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da O alcance desse dispositivo abrange a vida familiar e
acusação formulada deve ser obrigatoriamente bilíngue privada das pessoas.
(inglês e língua oficial do pais, no qual aconteceu o delito)
d) A concessão ao acusado do tempo e dos meios
necessários à preparação de sua defesa será de 30 Art. 11 - Proteção da honra e da dignidade
(trinta) dias corridos, a contar da publicação em órgão 1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e ao
oficial. reconhecimento de sua dignidade.
e) Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as 2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou
devidas garantias e dentro do prazo máximo de 7 (sete) abusivas em sua vida privada, em sua família, em seu
dias, por um juiz ou Tribunal competente, independente domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas
e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na ilegais à sua honra ou reputação.
apuração de qualquer acusação penal formulada contra
ela, ou na determinação de seus direitos e obrigações de 3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais
caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra ingerências ou tais ofensas.
natureza.
_____________________________________________ Os dois próximos artigos protegem liberdades das
pessoas, o art. 12 contempla a liberdade de consciência
e de religião e o art. 13 a liberdade de pensamento e de
O art. 9º traz o princípio da legalidade e da expressão.
retroatividade. O princípio da legalidade veda que as
pessoas sejam condenadas por ações ou omissões que
ao tempo da ação não eram consideradas como Art. 12 - Liberdade de consciência e de religião
delituosas, e o princípio da retroatividade veda que a lei
retroaja para condenar atos passados que à época não 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e
eram consideradas delituosas. Um princípio de religião. Esse direito implica a liberdade de conservar
complementa o outro. sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou
de crenças, bem como a liberdade de professar e
divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou
Art. 9º - Princípio da legalidade e da retroatividade coletivamente, tanto em público como em privado.

Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões 2. Ninguém pode ser submetido a medidas restritivas
que, no momento em que foram cometidos, não que possam limitar sua liberdade de conservar sua
constituam delito, de acordo com o direito aplicável. religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de
Tampouco poderse-á impor pena mais grave do que a crenças.
aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois 3. A liberdade de manifestar a própria religião e as
de perpetrado o delito, a lei estipular a imposição de próprias crenças está sujeita apenas às limitações
pena mais leve, o deliquente deverá dela beneficiar-se previstas em lei e que se façam necessárias para
proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral
públicas ou os direitos e as liberdades das demais
pessoas.

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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito a Portanto, como pudemos ver com a leitura, a regra é a
que seus filhos e pupilos recebam a educação religiosa e proibição da censura prévia, mas há duas exceções: a)
moral que esteja de acordo com suas próprias para espetáculos públicos, com o objetivo de proteger a
convicções. infância e a adolescência. Geralmente essa censura é
feita pela classificação indicativa dessas apresentações;
b) vedação de propaganda a favor da guerra, e demais
O art. 13 é fundamental para o fortalecimento e
discursos de ódio.
conservação da democracia nas Américas,
principalmente em face do histórico de regimes
ditatoriais exercidos em vários países do continente,
inclusive nos tempos atuais.
O exercício a esse direito não pode sofrer censura prévia,
porém pode ocasionar responsabilidade posterior,
contanto que fixada em lei e indispensável para garantir
o respeito aos direitos, ou á reputação das demais
pessoas e outras condições que veremos em seguida.

Art. 13 - Liberdade de pensamento e de expressão O art. 14 contempla o direito da retificação ou resposta:


1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento Art. 14 - Direito de retificação ou resposta
e de expressão. Esse direito inclui a liberdade de 1. Toda pessoa, atingida por informações inexatas ou
procurar, receber e difundir informações e ideias de ofensivas emitidas em seu prejuízo por meios de difusão
qualquer natureza, sem considerações de fronteiras, legalmente regulamentados e que se dirijam ao público
verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo órgão de
artística, ou por qualquer meio de sua escolha. difusão, sua retificação ou resposta, nas condições que
2. O exercício do direito previsto no inciso precedente estabeleça a lei.
não pode estar sujeito à censura prévia, mas a 2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximirão
responsabilidades ulteriores, que devem ser das outras responsabilidades legais em que se houver
expressamente previstas em lei e que se façam incorrido.
necessárias para assegurar: a) o respeito dos direitos e 3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda
da reputação das demais pessoas; b) a proteção da publicação ou empresa jornalística, cinematográfica, de
segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da rádio ou televisão, deve ter uma pessoa responsável,
moral públicas. que não seja protegida por imunidades, nem goze de
3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias foro especial.
e meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais
ou particulares de papel de imprensa, de frequências
Quanto à expressão “nas condições que estabeleça a lei”
radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos usados
a Corte Interamericana salientou que deve ser
na difusão de informação, nem por quaisquer outros
interpretada lei em sentido amplo, compreendendo
meios destinados a obstar a comunicação e a circulação
outras medidas internas que regulem esse direito.
de ideias e opiniões.
O art. 15 traz o direito de reunião, somente sendo
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a sujeito às restrições previstas em lei:
censura prévia, com o objetivo exclusivo de regular o
acesso a eles, para proteção moral da infância e da
adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2. Art. 15 - Direito de reunião
É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas.
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra,
O exercício desse direito só pode estar sujeito às
bem como toda apologia ao ódio nacional, racial ou
restrições previstas em lei e que se façam necessárias,
religioso que constitua incitamento à discriminação, à
em uma sociedade democrática, ao interesse da
hostilidade, ao crime ou à violência.
segurança nacional, da segurança ou ordem públicas, ou
para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos
e as liberdades das demais pessoas.

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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

A liberdade de associação é contemplada no art. 16 da 4. Os Estados-partes devem adotar as medidas


Convenção e também só pode sofrer restrições que apropriadas para assegurar a igualdade de direitos e a
estiverem estabelecidas em leis e que forem adequada equivalência de responsabilidades dos
indispensáveis ao interesse público. cônjuges quanto ao casamento, durante o mesmo e por
ocasião de sua dissolução. Em caso de dissolução, serão
adotadas as disposições que assegurem a proteção
Art. 16 - Liberdade de associação necessária aos filhos, com base unicamente no interesse
1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se e conveniência dos mesmos.
livremente com fins ideológicos, religiosos, políticos, 5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos
econômicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos nascidos fora do casamento, como aos nascidos dentro
ou de qualquer outra natureza. do casamento.
2. O exercício desse direito só pode estar sujeito às
_____________________________________________
restrições previstas em lei e que se façam necessárias,
em uma sociedade democrática, ao interesse da
segurança nacional, da segurança e da ordem públicas,
06. (2012 - CESPE - PC-AL - Agente de Polícia) Julgue os
ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os
itens que se seguem acerca da Convenção Americana
direitos e as liberdades das demais pessoas.
sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
3. O presente artigo não impede a imposição de Rica).
restrições legais, e mesmo a privação do exercício do
direito de associação, aos membros das forças armadas De acordo com a referida convenção, toda pessoa tem
e da polícia. direito à liberdade de pensamento e de expressão,
porém está sujeita à responsabilidade ulterior e à
censura prévia.
O art. 17 contempla a proteção da família, referindo-a
CERTO - ERRADO
como elemento natural e fundamental da sociedade.
Além disso, a Corte Interamericana reconheceu na
Opinião Consultiva n° 24/17 que a CADH resguarda os
07. (2012 - CESPE - PC-AL - Agente de Polícia) Julgue os
variados aspectos consequentes da identidade de
itens que se seguem acerca da Convenção Americana
gênero, e que é necessário que os Estado garantam e
sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
protejam esse direito a todas as figuras já existentes nos
Rica).
ordenamentos internos, assegurando proteção aos
casais homoafetivos e heterossexuais. A referida convenção estabelece que somente o
casamento, ou a união estável, é o núcleo natural e
fundamental da sociedade e deve ser protegido pela
Art. 17 - Proteção da família sociedade e pelo Estado.
1. A família é o núcleo natural e fundamental da
CERTO - ERRADO
sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo
Estado. _____________________________________________
2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de
contraírem casamento e de constituírem uma família, se
tiverem a idade e as condições para isso exigidas pelas O direito ao nome é protegido no art. 18:
leis internas, na medida em que não afetem estas o
princípio da não-discriminação estabelecido nesta
Convenção. Art. 18 - Direito ao nome
3. O casamento não pode ser celebrado sem o Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de
consentimento livre e pleno dos contraentes. seus pais ou ao de um destes. A lei deve regular a forma
de assegurar a todos esse direito, mediante nomes
fictícios, se for necessário.

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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

O art. 19 assegura os direitos da criança, e acerca desses O art. 22 trata acerca do direito de circulação e de
direitos tem-se a Opinião Consultiva n° 17/02, onde a residência, garantindo que a todos que estejam
Corte destacou que considera como criança “todo ser legalmente no território de um Estado tem o direito de
humano com menos de 18 anos de idade”. A Corte prima circular nele e de nele residir conforme o que a lei
pela preservação dos direitos essenciais da criança em dispuser. Esse direito só pode ser limitado através de lei
todas e quaisquer circunstâncias. para prevenir infrações e proteger a segurança nacional,
a ordem pública, a saúde pública, etc. Inclusive, com essa
temática, temos um exemplo mundialmente realizado
Art. 19 - Direitos da criança em 2020. Quase todos os países do mundo estão
restringindo o direito de circulação devido à pandemia
Toda criança terá direito às medidas de proteção que a
do covid-19. Vemos, inclusive o Brasil, adotando medidas
sua condição de menor requer, por parte da sua família,
de distanciamento social e quarentena obrigatória.
da sociedade e do Estado.
Trata-se de um exemplo claro de restrição do direito a
circulação em prol da segurança nacional e da saúde
pública.
O direito de nacionalidade é assegurado no art. 20 e
trata-se de disposição que objetiva suprimir a figura do O dispositivo também trata da hipótese de expulsão, a
apátrida. qual assegura que ninguém pode ser expulso do
território de um Estado do qual for nacional e nem ser
privado do direito de nele entrar. Também proíbe a
Art. 20 - Direito à nacionalidade expulsão coletiva de estrangeiros, o que podemos ver
isso ocorrer em alguns países no mundo.
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
Além disso, o artigo também trata do direito ao asilo e
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em
ao refúgio.
cujo território houver nascido, se não tiver direito a
outra.
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua Art. 22 - Direito de circulação e de residência
nacionalidade, nem do direito de mudá-la.
1. Toda pessoa que se encontre legalmente no território
de um Estado tem o direito de nele livremente circular e
de nele residir, em conformidade com as disposições
O art. 21 assegura o direito à propriedade privada,
legais.
compreendendo que todos têm o direito ao uso e gozo
de seus bens e que a lei pode trazer determinadas 2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de
restrições a esse uso e gozo, de acordo com o interesse qualquer país, inclusive de seu próprio país.
social.
3. O exercício dos direitos supracitados não pode ser
restringido, senão em virtude de lei, na medida
indispensável, em uma sociedade democrática, para
Art. 21 - Direito à propriedade privada
prevenir infrações penais ou para proteger a segurança
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de seus bens. A nacional, a segurança ou a ordem públicas, a moral ou a
lei pode subordinar esse uso e gozo ao interesse social. saúde públicas, ou os direitos e liberdades das demais
pessoas.
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo
mediante o pagamento de indenização justa, por motivo 4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode
de utilidade pública ou de interesse social e nos casos e também ser restringido pela lei, em zonas
na forma estabelecidos pela lei. determinadas, por motivo de interesse público.
3. Tanto a usura, como qualquer outra forma de 5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado do
exploração do homem pelo homem, devem ser qual for nacional e nem ser privado do direito de nele
reprimidas pela lei. entrar.
6. O estrangeiro que se encontre legalmente no
território de um Estado-parte na presente Convenção só
poderá dele ser expulso em decorrência de decisão
adotada em conformidade com a lei.

11
POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e
em território estrangeiro, em caso de perseguição por oportunidades, a que se refere o inciso anterior,
delitos políticos ou comuns conexos com delitos exclusivamente por motivo de idade, nacionalidade,
políticos, de acordo com a legislação de cada Estado e residência, idioma, instrução, capacidade civil ou mental,
com as Convenções internacionais. ou condenação, por juiz competente, em processo penal.
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou
entregue a outro país, seja ou não de origem, onde seu
O art. 24 destaca o direito a igualdade perante a lei.
direito à vida ou à liberdade pessoal esteja em risco de
violação em virtude de sua raça, nacionalidade, religião,
condição social ou de suas opiniões políticas.
Art. 24 - Igualdade perante a lei
9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.
Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por
______________________________________________ conseguinte, têm direito, sem discriminação alguma, à
08. (2012 - CESPE - PC-AL - Agente de Polícia) Julgue os igual proteção da lei.
itens que se seguem acerca da Convenção Americana
sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
Rica). O art. 25 assegura o substancial direito à proteção
judicial, dispositivo regularmente evocado ao se
A usura deve ser reprimida pela lei, de acordo com a procurar a proteção internacional de direitos humanos
Convenção Americana sobre Direitos Humanos. que foram contrariados internamente, especialmente
CERTO - ERRADO quando o Judiciário de determinado país não supre ou
faz cessar tais violações.

09. (2012 - CESPE - PC-AL - Escrivão de Polícia) Acerca da


Convenção Americana sobre Direitos Humanos (CADH), Art. 25 - Proteção judicial
julgue os itens seguintes. 1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido
A CADH admite a possibilidade de asilo, em território ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os juízes ou
estrangeiro, de pessoa que cometa crime comum não tribunais competentes, que a proteja contra atos que
vinculado à atividade política. violem seus direitos fundamentais reconhecidos pela
Constituição, pela lei ou pela presente Convenção,
CERTO - ERRADO
mesmo quando tal violação seja cometida por pessoas
______________________________________________ que estejam atuando no exercício de suas funções
oficiais.
2. Os Estados-partes comprometem-se: a) a assegurar
O art. 23 contempla os direitos políticos, assegurando o
que a autoridade competente prevista pelo sistema legal
direito ao voto e de ser votado, participação política,
do Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que
direta ou por meio de representantes eleitos. Vejamos:
interpuser tal recurso; b) a desenvolver as possibilidades
de recurso judicial; e c) a assegurar o cumprimento, pelas
autoridades competentes, de toda decisão em que se
Art. 23 - Direitos políticos
tenha considerado procedente o recurso.
1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos
e oportunidades: a) de participar da condução dos
assuntos públicos, diretamente ou por meio de A Convenção também se preocupou em proteger os
representantes livremente eleitos; b) de votar e ser Direitos Econômicos, Sociais e Culturais em seu texto, no
eleito em eleições periódicas, autênticas, realizadas por Capítulo III, caracterizando relevante conquista quanto à
sufrágio universal e igualitário e por voto secreto, que proteção internacional dos direitos humanos. No art. 26
garantam a livre expressão da vontade dos eleitores; e c) a CADH trata sobre o desenvolvimento progressivo dos
de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às direitos econômicos, sociais e culturais.
funções públicas de seu país.

12
POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

Art. 26 - Desenvolvimento progressivo 3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fizer uso do
Os Estados-partes comprometem-se a adotar as direito de suspensão deverá comunicar imediatamente
providências, tanto no âmbito interno, como mediante aos outros Estados-partes na presente Convenção, por
cooperação internacional, especialmente econômica e intermédio do Secretário Geral da Organização dos
técnica, a fim de conseguir progressivamente a plena Estados Americanos, as disposições cuja aplicação haja
efetividade dos direitos que decorrem das normas suspendido, os motivos determinantes da suspensão e a
econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultura, data em que haja dado por terminada tal suspensão.
constantes da Carta da Organização dos Estados
Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, Direito de Suspensão
na medida dos recursos disponíveis, por via legislativa ou
por outros meios apropriados.
Hipóteses:
a) Guerra
Depois disso, a Convenção entra no Capítulo IV tratando b) Perigo Público
sobre suspensão de garantias, interpretação e c) Outra emergência que ameace a independência ou
aplicação. segurança do Estado-parte
O art. 27 versa sobre a suspensão das garantias,
tratando sobre circunstâncias que certos direitos e
obrigações podem ser suspensos pelos Estados-parte, Não podem ser suspensos, em nenhuma hipótese, os
sob condições excepcionais. É necessária a imediata direitos:
comunicação da suspensão. O Estado-parte que aplicar a) ao reconhecimento da personalidade jurídica (art.
as medidas restritivas deve comunicar ao Secretário- 3º)
Geral da OEA, sobre os motivos que a motivaram, b) à vida (art. 4º)
comunicando os dispositivos e obrigações suspensas e o
prazo final dessa restrição. O Secretário-Geral, no que lhe c) à integridade pessoal (art. 5º)
diz respeito, transmitirá aos demais Estados membros d) proibição da escravidão e servidão (art. 6º)
acerca dessa situação.
e) princípio da legalidade e retroatividade (art. 9º)
No entanto, há direitos e obrigações que não podem ser
f) liberdade de consciência e religião (art. 12)
suspensos em hipótese alguma.
g) proteção à família (art. 17)
h) direito ao nome (art. 18)
Art. 27 - Suspensão de garantias
i) direitos da criança (art. 19)
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra
emergência que ameace a independência ou segurança j) à nacionalidade (art. 20)
do Estado-parte, este poderá adotar as disposições que, k) direitos políticos (art. 23)
na medida e pelo tempo estritamente limitados às
l) e garantias indispensáveis à proteção desses
exigências da situação, suspendam as obrigações
direitos
contraídas em virtude desta Convenção, desde que tais
disposições não sejam incompatíveis com as demais
obrigações que lhe impõe o Direito Internacional e não
encerrem discriminação alguma fundada em motivos de O art. 28 veicula a cláusula federal, segundo o qual ao
raça, cor, sexo, idioma, religião ou origem social. Estados membros são entes internacionalmente
2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos responsáveis por violações de direitos humanos
direitos determinados nos seguintes artigos: 3 (direito realizadas em território de suas jurisdições.
ao reconhecimento da personalidade jurídica), 4 (direito Art. 28 - Cláusula federal
à vida), 5 (direito à integridade pessoal), 6 (proibição da
escravidão e da servidão), 9 (princípio da legalidade e da 1. Quando se tratar de um Estado-parte constituído
retroatividade), 12 (liberdade de consciência e religião), como Estado federal, o governo nacional do aludido
17 (proteção da família), 18 (direito ao nome), 19 Estado-parte cumprirá todas as disposições da presente
(direitos da criança), 20 (direito à nacionalidade) e 23 Convenção, relacionadas com as matérias sobre as quais
(direitos políticos), nem das garantias indispensáveis exerce competência legislativa e judicial.
para a proteção de tais direitos.

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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

2. No tocante às disposições relativas às matérias que Além disso, a Convenção não reflete um rol taxativo de
correspondem à competência das entidades direitos, sendo absolutamente possível o
componentes da federação, o governo nacional deve reconhecimento de outros direitos.
tomar imediatamente as medidas pertinentes, em
conformidade com sua Constituição e com suas leis, a fim
de que as autoridades competentes das referidas Artigo 31 - Reconhecimento de outros direitos
entidades possam adotar as disposições cabíveis para o Poderão ser incluídos, no regime de proteção desta
cumprimento desta Convenção. Convenção, outros direitos e liberdades que forem
3. Quando dois ou mais Estados-partes decidirem reconhecidos de acordo com os processos estabelecidos
constituir entre eles uma federação ou outro tipo de nos artigos 69 e 70.
associação, diligenciarão no sentido de que o pacto
comunitário respectivo contenha as disposições
E em seu Capítulo V, no art. 32, trata sobre os deveres
necessárias para que continuem sendo efetivas no novo
das pessoas, exprimindo uma conexão entre os direitos
Estado, assim organizado, as normas da presente
destacados e os deveres prescritos.
Convenção.

Art. 32 - Correlação entre deveres e direitos


O art. 29 traz as normas de interpretação, mas a
Convenção se restringe a interpretações externas 1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a
incompatíveis com o espírito e direitos da própria comunidade e a humanidade.
Convenção. 2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos
dos demais, pela segurança de todos e pelas justas
exigências do bem comum, em uma sociedade
Art. 29 - Normas de interpretação democrática.
Nenhuma disposição da presente Convenção pode ser _____________________________________________
interpretada no sentido de:
10. (2018 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia) O Pacto
a) permitir a qualquer dos Estados-partes, grupo ou de São José da Costa Rica estipula que os Estados-Partes
indivíduo, suprimir o gozo e o exercício dos direitos e podem suspender as obrigações contraídas em virtude
liberdades reconhecidos na Convenção ou limitá-los em do referido Pacto, como por exemplo em situação de
maior medida do que a nela prevista; guerra, perigo público, ou de outra emergência que
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou ameace a sua independência ou sua segurança. Dentre
liberdade que possam ser reconhecidos em virtude de os direitos que podem ser suspensos nessas hipóteses,
leis de qualquer dos Estados-partes ou em virtude de está
Convenções em que seja parte um dos referidos Estados; a) o Direito à Nacionalidade.
c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao b) o Direito de Circulação.
ser humano ou que decorrem da forma democrática c) o Direito ao Reconhecimento da Personalidade
representativa de governo; Jurídica.
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a d) a Liberdade de Religião.
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem
e) o Princípio da Retroatividade da lei.
e outros atos internacionais da mesma natureza.
A própria CADH disciplina algumas restrições ao gozo e
exercício dos direitos nela reconhecidos. 11. (2012 - CESPE - PC-AL - Delegado de Polícia) Com
relação ao Pacto de São José da Costa Rica, julgue o item
abaixo.
Art. 30 - Alcance das restrições Toda pessoa tem deveres para com a sua família, a sua
As restrições permitidas, de acordo com esta Convenção, comunidade e a humanidade, sendo que o direito
ao gozo e exercício dos direitos e liberdades nela individual é limitado pelo direito dos demais, pela
reconhecidos, não podem ser aplicadas senão de acordo segurança de todos e pelas exigências do bem comum,
com leis que forem promulgadas por motivo de interesse em uma sociedade democrática.
geral e com o propósito para o qual houverem sido CERTO - ERRADO
estabelecidas.

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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

A parte II da CADH trata dos meios de proteção, e logo O capítulo VII explana acerca da Comissão
no capítulo VI, traz os órgãos competentes para Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), e trata-se
conhecer de assuntos relacionados com o cumprimento de um capítulo extenso e cheio de detalhes que podem
dos compromissos assumidos: ser chatos na hora da leitura. Mas vamos tentar
sintetizar as informações ali trazidas.

A CIDH foi instituída em 1959, sediada em Washington


D.C, é um órgão principal e autônomo da OEA. Possui
natureza dúplice, pois funciona tanto como órgão
permanente da estrutura da OEA como também é órgão
convencional da Convenção Americana de Direitos
Humanos. Portanto, a Comissão Interamericana pode
______________________________________________
atuar na promoção dos direitos humanos tanto nos
12. (2007 - CESPE - DPU - Defensor Público Federal) Estados signatários da CADH quanto nos Estados
Julgue os itens subsequentes. membros da OEA que não são signatários da Convenção.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos tem Trata-se de órgão executivo, não judicial. Muitos
por função principal a observância e defesa dos direitos chamam de “órgão de proteção quase judicial”.
humanos e, no exercício de seu mandato, tem a As funções da CIDH foram progressivamente expandidas
atribuição de formular recomendações aos governos dos ao longo do tempo.
Estados-membros.
CERTO - ERRADO
ORGANIZAÇÃO
É composta por 7 membros, chamados de comissários.
13. (2017 - UECE-CEV - SEAS - CE - Assistente Social / Não é exigido que se tenha formação jurista. A Comissão
Pedagogo / Psicólogo) Atente à seguinte descrição: “[...] representa todos os Estados membros da OEA. O
é competente para processar e julgar qualquer caso mandato dos membros é de 4 anos, admitida uma única
relativo à interpretação e à aplicação das disposições do reeleição. E não há a possibilidade de duas pessoas com
Pacto de São José, para apreciar consultas dos Estados a mesma nacionalidade ocuparem ao mesmo tempo este
relativas à interpretação das normas do sistema mandato.
interamericano e para emitir pareceres a respeito da
Caso haja vacância de uma vaga na Comissão que não
compatibilidade entre leis internas e os tratados do
esteja relacionada à expiração natural do mandato, ela
sistema interamericano”.
será preenchida pelo Conselho Permanente da
O texto acima descreve a Organização, de acordo com as normas do estatuto da
a) Corte Interamericana de Direitos Humanos. Comissão. E quanto a este último, a CIDH é responsável
pela elaboração do seu próprio estatuto e expedição do
b) Comissão Interamericana de Direitos Humanos. seu regulamento.
c) Assembleia Geral da OEA.
d) Secretaria Geral da OEA. Todas essas informações acerca da organização da CIDH
______________________________________________ estão previstas do art. 34 ao 40 da Convenção. Vejamos:
Art. 33 - São competentes para conhecer de assuntos
relacionados com o cumprimento dos compromissos Art. 34 - A Comissão Interamericana de Direitos
assumidos pelos Estados-partes nesta Convenção: Humanos compor-se-á de sete membros, que deverão
a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, ser pessoas de alta autoridade moral e de reconhecido
doravante denominada a Comissão; e saber em matéria de direitos humanos.
b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos,
doravante denominada a Corte. Artigo 35 - A Comissão representa todos os Membros da
Organização dos Estados Americanos.

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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

Art. 36 - _____________________________________________
1. Os membros da Comissão serão eleitos a título
pessoal, pela Assembleia Geral da Organização, a partir
14. (2017 - UECE-CEV - SEAS-CE - Socioeducador) Leia
de uma lista de candidatos propostos pelos governos dos
atentamente os excertos a seguir:
Estados-membros.
“[...] é um dos órgãos da OEA dedicados à proteção dos
2. Cada um dos referidos governos pode propor até três
direitos humanos nas Américas. É sediada na cidade de
candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de
Washington, capital dos EUA, e tem suas atividades
qualquer outro Estado-membro da Organização dos
reguladas pelo Pacto de São José [...]”;
Estados Americanos. Quando for proposta uma lista de
três candidatos, pelo menos um deles deverá ser “[...] não é órgão jurisdicional, assemelhando-se, nesse
nacional de Estado diferente do proponente. sentido, aos órgãos de tratados da ONU. É composta por
sete membros, que deverão ser pessoas de alta
autoridade moral e de reconhecido saber em matéria de
Art. 37 - direitos humanos, eleitos pela Assembleia-Geral da OEA
para um mandato de quatro anos, com direito a uma
1. Os membros da Comissão serão eleitos por quatro
reeleição subsequente”.
anos e só poderão ser reeleitos uma vez, porém o
mandato de três dos membros designados na primeira O órgão pertencente à Organização dos Estados
eleição expirará ao cabo de dois anos. Logo depois da Americanos — OEA —, a que os trechos acima se
referida eleição, serão determinados por sorteio, na referem, é denominado
Assembleia Geral, os nomes desses três membros.
a) Corte Interamericana de Direitos Humanos.
2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um
b) Conselho de Direitos Humanos da OEA.
nacional de um mesmo país.
c) Alto Comissariado da OEA para os Direitos Humanos.
d) Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Art. 38 - As vagas que ocorrerem na Comissão, que não
se devam à expiração normal do mandato, serão
preenchidas pelo Conselho Permanente da Organização, 15. (2016 - FUNCAB - SEGEP-MA - Agente Penitenciário)
de acordo com o que dispuser o Estatuto da Comissão. Acerca da composição da Comissão Interamericana de
Direitos Humanos, assinale assertiva correta.
Art. 39 - A Comissão elaborará seu estatuto e submetê- a) É composta por cinco comissários, eleitos pela
lo-á à aprovação da Assembleia Geral e expedirá seu Assembleia Geral da OEA, para mandato de dois anos,
próprio Regulamento. com a possibilidade de uma recondução.
b) É composta por oito Comissários, eleitos pela
Assembleia Geral da OEA, para mandado de três anos,
Artigo 40 - Os serviços da Secretaria da Comissão devem
com a possibilidade de uma recondução.
ser desempenhados pela unidade funcional
especializada que faz parte da Secretaria Geral da c) É composta por cinco comissários, eleitos pela
Organização e deve dispor dos recursos necessários para Assembleia Geral da OEA, para mandato de quatro anos,
cumprir as tarefas que lhe forem confiadas pela vedada sua recondução.
Comissão. d) É composta por dez comissários, eleitos pela
Assembleia Geral da OEA, para mandato de dois anos,
com a possibilidade de duas reconduções.
e) É composta por sete comissários, eleitos pela
Assembleia Geral da OEA, para mandato de quatro anos,
com a possibilidade de uma recondução.
_____________________________________________

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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

FUNÇÕES Art. 43 - Os Estados-partes obrigam-se a proporcionar à


Comissão as informações que esta lhes solicitar sobre a
A função principal da Comissão é a de promover a
maneira pela qual seu direito interno assegura a
observância e a defesa dos direitos humanos. Além disso,
aplicação efetiva de quaisquer disposições desta
a Convenção elenca as funções e atribuições da CIDH, em
Convenção.
seu art. 41:

FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES DA COMISSÃO COMPETÊNCIA


INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
A partir do art. 44 a Convenção trata da competência da
A) estimular a consciência dos direitos humanos nos Comissão e é uma parte bem importante pois traz as
povos da América; formas de provocação que determinadas pessoas podem
B) formular recomendações aos governos dos fazer perante a Comissão, através de petições
Estados-membros, quando considerar individuais (art. 44) e comunicações interestatais (art.
conveniente, no sentido de que adotem medidas 45).
progressivas em prol dos direitos humanos no
âmbito de suas leis internas e seus preceitos
constitucionais, bem como disposições PETIÇÕES INDIVIDUAIS
apropriadas para promover o devido respeito a O direito de petições individuais é consagrado no art. 44
esses direitos; da Convenção Americana, a qual autoriza que qualquer
C) preparar estudos ou relatórios que considerar pessoa, ou grupo de pessoas, ou entidade não-
convenientes para o desempenho de suas funções; governamental possam apresentar petições que
D) solicitar aos governos dos Estados-membros que contenham denúncias ou queixas de violação de direitos
lhe proporcionem informações sobre as medidas humanos. Possui natureza obrigatória, pois basta a
que adotarem em matéria de direitos humanos; ratificação ao Pacto para que esta cláusula se torne
vigente e o tal mecanismo possa ser realizado em face de
E) atender às consultas que, por meio da Secretaria
tal Estado membro, ou seja, basta que se torne signatário
Geral da Organização dos Estados Americanos, lhe
da Convenção que está sujeito à petições individuais
formularem os Estados-membros sobre questões
contra si.
relacionadas com os direitos humanos e, dentro de
suas possibilidades, prestar-lhes o assessoramento Art. 44 - Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou
que lhes solicitarem; entidade não-governamental legalmente reconhecida
F) atuar com respeito às petições e outras em um ou mais Estados-membros da Organização, pode
comunicações, no exercício de sua autoridade, de apresentar à Comissão petições que contenham
conformidade com o disposto nos artigos 44 a 51 denúncias ou queixas de violação desta Convenção por
desta Convenção; e um Estado-parte.
G) apresentar um relatório anual à Assembleia Geral Portanto, temos os legitimados para este mecanismo.
da Organização dos Estados Americanos.
Petições Individuais

Além disso, os Estados membros devem submeter


relatórios anuais à Assembleia Geral da OEA. Legitimados ativos (quem apresenta a
petição):
Art. 42 - Os Estados-partes devem submeter à Comissão
a) Qualquer pessoa vítima de violação de
cópia dos relatórios e estudos que, em seus respectivos
direitos humanos
campos, submetem anualmente às Comissões
b) Grupo de pessoas
Executivas do Conselho Interamericano Econômico e
c) Órgãos não-governamentais, legalmente
Social e do Conselho Interamericano de Educação,
reconhecidos.
Ciência e Cultura, a fim de que aquela zele para que se
promovam os direitos decorrentes das normas
econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultura,
constantes da Carta da Organização dos Estados Legitimados passivos:
Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires. Estado-parte que violou determinado(s)
direito(s) reconhecido na Convenção.

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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

______________________________________________ Art. 45 -
16. (2018 - IBADE - SEJUC - SE - Guarda de Segurança do 1. Todo Estado-parte pode, no momento do depósito do
Sistema Prisional Masculino) Aceitar petições seu instrumento de ratificação desta Convenção, ou de
apresentadas por qualquer pessoa ou grupo de pessoas, adesão a ela, ou em qualquer momento posterior,
que contenham denúncias ou queixas de violação do declarar que reconhece a competência da Comissão para
Pacto de São José da Costa Rica por um Estado-Parte, é receber e examinar as comunicações em que um Estado-
competência específica da(dos): parte alegue haver outro Estado-parte incorrido em
violações dos direitos humanos estabelecidos nesta
a) Corte do Pacto de São José da Costa Rica.
Convenção.
b) Corte Interamericana de Direitos Humanos.
2. As comunicações feitas em virtude deste artigo só
c) Assembleia de magistrados ad hoc. podem ser admitidas e examinadas se forem
d) Juízes competentes para julgar casos de violação de apresentadas por um Estado-parte que haja feito uma
direitos humanos. declaração pela qual reconheça a referida competência
da Comissão. A Comissão não admitirá nenhuma
e) Comissão Interamericana de Direitos Humanos. comunicação contra um Estado-parte que não haja
feito tal declaração.

17. (CESPE/CEBPRASPE- 2012 - PC-AL - Escrivão de 3. As declarações sobre reconhecimento de competência


Polícia) Acerca da Convenção Americana sobre Direitos podem ser feitas para que esta vigore por tempo
Humanos (CADH), julgue os itens seguintes. indefinido, por período determinado ou para casos
específicos.
É assegurado a qualquer pessoa apresentar à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos petições que 4. As declarações serão depositadas na Secretaria Geral
contenham denúncias ou queixas de violação da CADH da Organização dos Estados Americanos, a qual
por um Estado-parte. encaminhará cópia das mesmas aos Estados-membros
da referida Organização.
CERTO - ERRADO
______________________________________________
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE

COMUNICAÇÕES INTERESTATAIS A Convenção Americana dispõe de alguns requisitos que


devem ser preenchidos para que a Comissão receba as
Diferentemente das petições, as comunicações petições e comunicações. Caso não sejam preenchidas
interestatais não são de natureza obrigatória. Dessa com esses requisitos, a Comissão não as receberá para
forma, para que determinado Estado membro possa análise. Vejamos:
estar sujeito a esse mecanismo é necessário que antes
tenha declarado expressamente o reconhecimento da
competência da Comissão para receber e examinar essas Art. 46 - Para que uma petição ou comunicação
comunicações. Não só o Estado-parte que sofrerá a apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja
comunicação (denunciado) como também o Estado- admitida pela Comissão, será necessário:
parte que entrar com ela (denunciante) também deve ter a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos
realizado essa ratificação. Portanto, possui natureza da jurisdição interna, de acordo com os princípios de
facultativa. Direito Internacional geralmente reconhecidos;
Essa ratificação é feita por meio de declaração, e pode b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses,
ser feita a qualquer tempo (não necessariamente no ato a partir da data em que o presumido prejudicado em
de assinatura da Convenção), elas serão depositadas na seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva;
Secretaria Geral da Organização dos Estados
Americanos, e podem ter duração pré-definida: por c) que a matéria da petição ou comunicação não esteja
tempo indefinido, por período determinado ou para pendente de outro processo de solução internacional; e
casos específicos. d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome,
a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assinatura da
pessoa ou pessoas ou do representante legal da entidade
que submeter a petição.

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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

Art. 47 - A Comissão declarará inadmissível toda petição


ou comunicação apresentada de acordo com os artigos
44 ou 45 quando:
a) não preencher algum dos requisitos estabelecidos no
artigo 46;
b) não expuser fatos que caracterizem violação dos
direitos garantidos por esta Convenção;
c) pela exposição do próprio peticionário ou do Estado,
for manifestamente infundada a petição ou
comunicação ou for evidente sua total improcedência;
ou
d) for substancialmente reprodução de petição ou
A primeira parte do art. 46 dispõe dos requisitos de comunicação anterior, já examinada pela Comissão ou
admissibilidade, e a segunda parte traz as exceções para por outro organismo internacional.
elas.
Dessa forma podemos ter em mente que as petições e
comunicações NÃO serão admitidas quanto: a) não
Art. 46
houver esgotamento dos recursos internos; b) não for
2. As disposições das alíneas "a" e "b" do inciso 1 deste apresentada no prazo de 6 meses da decisão interna; c)
artigo não se aplicarão quando: houver litispendência internacional; d) ausência de
a) não existir, na legislação interna do Estado de que se qualificação do peticionário; e) se o fato trazido não
tratar, o devido processo legal para a proteção do direito corresponder com violação a direito humano; f) as
ou direitos que se alegue tenham sido violados; alegações forem manifestamente infundas, e; g) for
substancialmente reprodução de petição ou
b) não se houver permitido ao presumido prejudicado comunicação anterior.
em seus direitos o acesso aos recursos da jurisdição
interna, ou houver sido ele impedido de esgotá-los; e
c) houver demora injustificada na decisão sobre os Lembrando que há exceções para isso, como vimos
mencionados recursos acima.

Portanto, no caso de não houver um devido processo PROCESSO


para a proteção do direito que está sendo violado no A Seção 4, do art. 48 ao 51 versa sobre a forma como
plano interno do Estado; se não houver permitido à deve ser conduzido as petições e comunicações após
pessoa prejudicada o acesso ao recurso na jurisdição serem admitidas. Quanto a inadmissibilidade, não há
interna, ou houver sido impedida de fazer isso; e, houver previsão de recurso.
a mora do Judiciário na prolação da decisão do recurso,
Caso a CIDH receba a petição ou comunicação, ela
não será necessário o esgotamento dos recursos
procederá da seguinte maneira:
internos e nem a espera pelo prazo de 6 meses a contar
da decisão interna, nesse caso espera-se um prazo A Comissão solicitará informações ao Estado-parte que
razoável. foi acusado. Essas informações devem ser enviadas
dentro de um prazo razoável, a ser fixado pela Comissão.
Após o recebimento dessas informações, ou decorrido o
O art. 47 traz as situações em que a Comissão declarará prazo fixado, a CIDH verificará se existem ou subsistem
inadmissíveis as petições e comunicações. Faz-se os motivos da petição ou comunicação. Daqui pode
importante a leitura! ocorrer 3 situações distintas: a) Caso entenda que os
motivos são injustificáveis, arquivará o caso; b) pode
declarar a inadmissibilidade da petição ou comunicação,
levando em consideração a subsistência dos motivos, as
informações ou provas supervenientes; c) se entender

19
POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

que há razões justificáveis, prosseguirá com o caso. Art. 48 -


Realizando um exame do assunto exposto na petição ou
1. A Comissão, ao receber uma petição ou comunicação
comunicação. Se for necessário ou conveniente, a
na qual se alegue a violação de qualquer dos direitos
Comissão procederá com uma investigação, para cuja
consagrados nesta Convenção, procederá da seguinte
eficaz realização solicitará, e os Estados interessados lhe
maneira:
proporcionarão, todas as facilidades necessárias.
a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou
Em qualquer fase desse procedimento a Comissão pode
comunicação, solicitará informações ao Governo do
tentar chegar a uma solução amistosa sobre o assunto
Estado ao qual pertença a autoridade apontada como
entre as partes, a qual deve ser fundada no respeito aos
responsável pela violação alegada e transcreverá as
direitos reconhecidos na Convenção.
partes pertinentes da petição ou comunicação. As
Caso tenha se chegado a uma solução amistosa, a referidas informações devem ser enviadas dentro de
Comissão redigirá um relatório, o qual será encaminhado um prazo razoável, fixado pela Comissão ao considerar
ao peticionário e aos Estados-parte e posteriormente as circunstâncias de cada caso;
enviado ao Secretario Geral da OEA, para que publique
b) recebidas as informações, ou transcorrido o prazo
tal acordo. (art. 49)
fixado sem que sejam elas recebidas, verificará se
Caso não se tenha chegado a nenhum acordo, a existem ou subsistem os motivos da petição ou
Comissão, dentro do prazo fixado no Estatuto da comunicação. No caso de não existirem ou não
Comissão, elaborará um relatório preliminar com as subsistirem, mandará arquivar o expediente;
proposições e recomendações que acredite que devam
c) poderá também declarar a inadmissibilidade ou a
ser realizadas pelo Estado. O relatório será enviado ao
improcedência da petição ou comunicação, com base em
Estado-parte e terá um prazo, fixado pela Comissão, para
informação ou prova supervenientes;
que informe acerca das medidas estabelecidas para
realização das recomendações. O relatório é sigiloso, e d) se o expediente não houver sido arquivado, e com o
não é facultado ao Estado a publicá-lo. fim de comprovar os fatos, a Comissão procederá, com
conhecimento das partes, a um exame do assunto
Se decorrido o prazo de 3 meses, o Estado não tiver
exposto na petição ou comunicação. Se for necessário e
cumprido com o que foi recomendado, a Comissão
conveniente, a Comissão procederá a uma investigação
poderá enviar o caso à Corte, ou, caso não envie,
para cuja eficaz realização solicitará, e os Estados
elaborará um relatório definitivo contendo suas
interessados lhe proporcionarão, todas as facilidades
conclusões finais e recomendações. Nesse caso, trata-se
necessárias;
um relatório vinculante, cujo descumprimento estará
sujeito a sua submissão à Assembleia Geral da OEA. e) poderá pedir aos Estados interessados qualquer
informação pertinente e receberá, se isso for solicitado,
O relatório definitivo deve ser emitido por maioria
as exposições verbais ou escritas que apresentarem os
absoluta de votos na Comissão. E conterá as
interessados; e
recomendações pertinentes e fixará prazo dentro do
qual o Estado deve tomar as medidas que lhe competir f) pôr-se-á à disposição das partes interessadas, a fim de
para remediação da situação exposta. chegar a uma solução amistosa do assunto, fundada no
respeito aos direitos reconhecidos nesta Convenção.
2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser
Pode parecer um pouco confuso esse trâmite, mas o que
realizada uma investigação, mediante prévio
temos que ter em mente é que a Comissão tem a
consentimento do Estado em cujo território se alegue
possibilidade de emitir dois relatórios, um preliminar,
houver sido cometida a violação, tão somente com a
com as recomendações que o país violador deve seguir.
apresentação de uma petição ou comunicação que
Caso não tenha sido realizada nenhuma medida a fim de
reúna todos os requisitos formais de admissibilidade.
erradicar a violação que está em pauta, a Comissão pode
elaborar novo relatório, agora um definitivo, que deve
ter a maioria absoluta dos votos, e seu descumprimento
pode levar o Estado a submissão à Assembleia Geral da
OEA; porém, antes disso, a Comissão pode decidir enviar
o caso à Corte. Recomendo a leitura atenta dos próximos
artigos para que melhore a compreensão desse
procedimento:

20
POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

Art. 49 - Se se houver chegado a uma solução amistosa 18. (2014 - Aroeira - PC-TO - Escrivão de Polícia Civil) A
de acordo com as disposições do inciso 1, "f", do artigo Comissão Interamericana de Direitos Humanos é um
48, a Comissão redigirá um relatório que será órgão autônomo da Organização dos Estados
encaminhado ao peticionário e aos Estados-partes nesta Americanos e tem como função principal promover a
Convenção e posteriormente transmitido, para sua observância e a defesa dos direitos humanos e servir
publicação, ao Secretário Geral da Organização dos como órgão consultivo da organização em tal matéria.
Estados Americanos. O referido relatório conterá uma Acerca do juízo de admissibilidade de petições
breve exposição dos fatos e da solução alcançada. Se individuais, a Comissão Interamericana de Direitos
qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á Humanos
proporcionada a mais ampla informação possível.
a) deixará de receber a petição que contenha denúncia
sobre presumidas violações dos direitos humanos
consagrados na Declaração Americana dos Direitos e
Art. 50 -
Deveres do Homem com relação aos Estados-membros
1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo da organização que estejam fora da Convenção
que for fixado pelo Estatuto da Comissão, esta redigirá Americana sobre Direitos Humanos.
um relatório no qual exporá os fatos e suas conclusões.
b) verificará se foram interpostos e esgotados os
Se o relatório não representar, no todo ou em parte, o
recursos da jurisdição interna, de acordo com os
acordo unânime dos membros da Comissão, qualquer
princípios de direito internacional geralmente
deles poderá agregar ao referido relatório seu voto em
reconhecidos, com a finalidade de decidir quanto à
separado. Também se agregarão ao relatório as
admissibilidade do assunto.
exposições verbais ou escritas que houverem sido feitas
pelos interessados em virtude do inciso 1, "e", do artigo c) considerará uma petição mesmo nos casos em que a
48. respectiva matéria se encontre pendente de outro
processo de solução perante organização internacional
2. O relatório será encaminhado aos Estados
governamental de que seja parte o Estado aludido.
interessados, aos quais não será facultado publicá-lo.
d) considerará as petições apresentadas dentro dos doze
3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formular
meses contados a partir da data em que a presumida
as proposições e recomendações que julgar adequadas.
vítima haja sido notificada da decisão que esgota os
recursos internos.
Artigo 51 -
1. Se no prazo de três meses, a partir da remessa aos O capítulo VIII dispõe sobre a Corte Interamericana de
Estados interessados do relatório da Comissão, o assunto Direitos Humanos, sediada em São José, na Costa Rica, é
não houver sido solucionado ou submetido à decisão da uma instituição judicial autônoma, composta por 7
Corte pela Comissão ou pelo Estado interessado, juízes, nacionais de Estados-membros da OEA, eleitos a
aceitando sua competência, a Comissão poderá emitir, título pessoal, dentre juristas da mais alta autoridade
pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, sua moral, de reconhecida competência em matéria de
opinião e conclusões sobre a questão submetida à sua direitos humanos, que reúnam as condições requeridas
consideração. para o exercício das mais elevadas funções judiciais, de
2. A Comissão fará as recomendações pertinentes e acordo com a lei do Estado do qual sejam nacionais, ou
fixará um prazo dentro do qual o Estado deve tomar as do Estado que os propuser como candidatos. Não sendo
medidas que lhe competir para remediar a situação permitido dois juízes da mesma nacionalidade (art. 52).
examinada. A finalidade da Corte é de declarar a interpretação sobre
dispositivos internos e internacionais, bem como
3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá, pelo analisar casos de violações de direitos humanos
voto da maioria absoluta dos seus membros, se o Estado realizadas no âmbito interno dos Estados.
tomou ou não as medidas adequadas e se pública ou não
seu relatório.

21
POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

O mandato dos juízes é de 6 anos, sendo possível uma A maioria dessas informações dizem respeito à
única reeleição. Após o término do mandato, há a Organização da Corte e estão previstas do art. 52 ao art.
possibilidade que o juiz possa continuar acompanhado 60. Vejamos:
casos em que já houver sido tomado conhecimento e
encontrem-se em fase de sentença. Em caso de
substituição a juiz eleito cujo mandato não houver Art. 52 -
expirado, o substituto completará o período do 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, nacionais dos
substituído. Estados-membros da Organização, eleitos a título
O quórum de deliberação da Corte é de 5 juízes (art. 56) pessoal dentre juristas da mais alta autoridade moral, de
reconhecida competência em matéria de direitos
Há uma previsão interessante na CADH quanto à
humanos, que reúnam as condições requeridas para o
composição da Corte no que diz respeito aos
exercício das mais elevadas funções judiciais, de acordo
julgamentos. Caso, dentre os 7 juízes membros da Corte,
com a lei do Estado do qual sejam nacionais, ou do
não haja nenhum nacional do Estado membro que está
Estado que os propuser como candidatos.
sendo acusado, é possível que esse Estado nomeie um
juiz ad hoc (art. 55), porém a Corte já entendeu que será 2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionalidade.
somente possível em casos de comunicação interestatal,
e não em petições individuais. A Corte entendeu que essa
nomeação objetiva a preservação do equilíbrio Art. 53 -
processual entre as partes, e não o aumento da 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação secreta e
representatividade dos Estados na Corte (Opinião pelo voto da maioria absoluta dos Estados-partes na
Consultiva n° 20/09). Convenção, na Assembleia Geral da Organização, a partir
Diferentemente da Comissão Interamericana que possui de uma lista de candidatos propostos pelos mesmos
cláusula obrigatória, bastando ser signatário da Estados.
Convenção para que esteja sujeito à ela, a Corte IDH 2. Cada um dos Estados-partes pode propor até três
possui a chamada cláusula facultativa de jurisdição candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de
obrigatória, ou seja, faz-se necessário que o Estado qualquer outro Estado-membro da Organização dos
declare, seja no ato da assinatura do Pacto, seja Estados Americanos. Quando se propuser uma lista de
posteriormente, reconhecer como obrigatória, de pleno três candidatos, pelo menos um deles deverá ser
direito e sem convenção especial, a competência da nacional do Estado diferente do proponente.
Corte. Essa declaração pode ser efetuada
incondicionalmente, sob condição de reciprocidade, por
prazo determinado ou para casos específicos (art. 62.2) Art. 54 -
Outra previsão interessante, e muito importante, é que 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis
após o reconhecimento da jurisdição da Corte, essa anos e só poderão ser reeleitos uma vez. O mandato de
declaração se converte em cláusula pétrea do Estado três dos juízes designados na primeira eleição expirará
parte, não sendo permitido qualquer regresso ou ao cabo de três anos. Imediatamente depois da referida
supressão, salvo exceções expressamente previstas e eleição, determinar-se-ão por sorteio, na Assembleia
autorizadas pela própria Convenção. Portanto, uma vez Geral, os nomes desses três juízes.
reconhecendo a jurisdição da Corte IDH, o Estado
2. O juiz eleito para substituir outro, cujo mandato não
membro não pode voltar atrás. A única forma de se
haja expirado, completará o período deste.
desvincular é denunciando a própria Convenção,
respeitando os requisitos do art. 78 da CADH. 3. Os juízes permanecerão em suas funções até o
término dos seus mandatos. Entretanto, continuarão
A Comissão comparecerá a todos os casos perante a
funcionando nos casos de que já houverem tomado
Corte (art. 57).
conhecimento e que se encontrem em fase de sentença
A Corte elaborará seu Estatuto e expedirá seu Regimento e, para tais efeitos, não serão substituídos pelos novos
(art. 60). juízes eleitos.

22
POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

Art. 55 - Artigo 60 - A Corte elaborará seu Estatuto e submetê-lo-


á à aprovação da Assembleia Geral e expedirá seu
1. O juiz, que for nacional de algum dos Estados-partes
Regimento.
em caso submetido à Corte, conservará o seu direito de
conhecer do mesmo. _____________________________________________
2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso for de
nacionalidade de um dos Estados-partes, outro Estado-
19. (2016 - FEPESE - SJC-SC - Agente de Segurança
parte no caso poderá designar uma pessoa de sua
Socioeducativo) Sobre a Corte Interamericana de
escolha para integrar a Corte, na qualidade de juiz ad
Direitos Humanos, é correto afirmar:
hoc.
a) Sediada em San José (Costa Rica) é uma instituição
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do caso,
judiciária autônoma cujo objetivo é a aplicação e a
nenhum for da nacionalidade dos Estados-partes, cada
interpretação da Convenção Americana sobre Direitos
um destes poderá designar um juiz ad hoc.
Humanos.
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados no
b) A Corte compor-se-á de cinco juízes, nacionais dos
artigo 52.
Estados membros da Organização, eleitos a título
5. Se vários Estados-partes na Convenção tiverem o pessoal dentre juristas da mais alta autoridade moral, de
mesmo interesse no caso, serão considerados como uma reconhecida competência em matéria de direitos
só parte, para os fins das disposições anteriores. Em caso humanos.
de dúvida, a Corte decidirá.
c) Os juízes da Corte serão eleitos, em votação aberta e
pelo voto da maioria absoluta dos Estados-Partes na
Convenção.
Art. 56 - O quorum para as deliberações da Corte é
constituído por cinco juízes. d) Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis
anos e não poderão ser reeleitos.
e) O quorum para as deliberações da Corte é constituído
Art. 57 - A Comissão comparecerá em todos os casos
por quatro juízes.
perante a Corte.

20. (2014 - CESPE - Instituto Rio Branco - Diplomata -


Artigo 58 -
Prova 1) A preocupação com os direitos humanos é
1. A Corte terá sua sede no lugar que for determinado, antiga, mas sua positivação internacional é fenômeno
na Assembleia Geral da Organização, pelos Estados- recente, iniciado no pós-Segunda Guerra Mundial.
partes na Convenção, mas poderá realizar reuniões no Acerca desse assunto, julgue (C ou E) os itens
território de qualquer Estado-membro da Organização subsecutivos.
dos Estados Americanos em que considerar conveniente,
No continente americano, o Sistema Interamericano de
pela maioria dos seus membros e mediante prévia
Direitos Humanos é composto por dois órgãos
aquiescência do Estado respectivo. Os Estados-partes na
permanentes, com sede em Washington: a Comissão
Convenção podem, na Assembleia Geral, por dois terços
Interamericana, que examina reclamações de indivíduos
dos seus votos, mudar a sede da Corte.
contra supostas violações aos direitos humanos, e a
2. A Corte designará seu Secretário. Corte Interamericana de Direitos Humanos, que julga
3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá assistir determinados casos de violações.
às reuniões que ela realizar fora da mesma. CERTO - ERRADO

Art. 59 - A Secretaria da Corte será por esta estabelecida


e funcionará sob a direção do Secretário Geral da
Organização em tudo o que não for incompatível com a
independência da Corte. Seus funcionários serão
nomeados pelo Secretário Geral da Organização, em
consulta com o Secretário da Corte.

23
POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

A legitimidade ativa perante a Corte é bastante restrita Já a jurisdição contenciosa só é possível para os Estados
comparando-a com a da Comissão, aqui não é possível que tenham reconhecido a jurisdição da Corte, devido a
peticionar individualmente. Somente os Estados-partes cláusula facultativa da jurisdição obrigatória. Os
e a Comissão Interamericana têm o direito de submeter legitimados são os Estados-parte e a Comissão. A
um caso à Corte IDH (ART. 61) competência acerca da matéria é de julgar demandas
compreendendo violações às normas da CADH e outros
A exceção a essa regra é em casos de extrema gravidade
documentos internacionais do sistema interamericano
e urgência e quando se fizer necessário evitar danos
de proteção de direitos humanos.
irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assuntos de que
estiver conhecendo, poderá tomar as medidas Julgará apenas casos apresentados depois da entrada em
provisórias que considerar pertinentes. Se se tratar de vigor da Convenção e do reconhecimento da jurisdição
assuntos que ainda não estiverem submetidos ao seu por parte dos Estados envolvidos. Em caráter
conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão (art. excepcional, analisará transgressões de direitos
63.2). Portanto, contanto que a situação já esteja sendo humanos ocorridas anteriormente na hipótese de se
examinada pela Corte, o indivíduo pode peticionar tratar de violação contínua ou que seus efeitos
perante a ela, em casos de extrema urgência e gravidade perdurem com o tempo.
(...) nos processos que já estejam em andamento na
Corte (art. 63.2).
Art. 61 -
LEGITIMIDADE ATIVA PERANTE A CORTE 1. Somente os Estados-partes e a Comissão têm direito
de submeter um caso à decisão da Corte.
2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é
Regra: Estados-partes e necessário que sejam esgotados os processos previstos
Comissão Interamericana nos artigos 48 a 50.

Art. 62 -
Exceção: Indivíduo pode
1. Todo Estado-parte pode, no momento do depósito do
peticionar diante de casos seu instrumento de ratificação desta Convenção ou de
graves e urgentes a fim de evitar adesão a ela, ou em qualquer momento posterior,
danos irreparáveis, nos assuntos declarar que reconhece como obrigatória, de pleno
direito e sem convenção especial, a competência da
que a Corte estiver conhecendo, Corte em todos os casos relativos à interpretação ou
para que se tome medidas aplicação desta Convenção.
provisórias. 2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou
sob condição de reciprocidade, por prazo determinado
ou para casos específicos. Deverá ser apresentada ao
Secretário Geral da Organização, que encaminhará
A Corte IDH possui dois tipos de competências: cópias da mesma a outros Estados-membros da
competência consultiva e competência contenciosa. Organização e ao Secretário da Corte.
A jurisdição consultiva está prevista no art. 64 da CADH e 3. A Corte tem competência para conhecer de qualquer
se traduz na possibilidade dos Estados-partes de caso, relativo à interpretação e aplicação das disposições
consultarem a Corte acerca da interpretação da desta Convenção, que lhe seja submetido, desde que os
Convenção e de outros tratados internacionais acerca da Estados-partes no caso tenham reconhecido ou
proteção de direitos humanos. Além disso, os Estados reconheçam a referida competência, seja por declaração
também podem pedir que a Corte emita pareceres especial, como preveem os incisos anteriores, seja por
acerca da compatibilidade entre qualquer de suas leis convenção especial.
internas e os mencionados instrumentos internacionais
(art. 64.2)

24
POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

Art. 63 - A sentença deve ser notificada às partes envolvidas no


caso e transmitida aos Estados-parte na Convenção (art.
1. Quando decidir que houve violação de um direito ou
69). Além disso, os Estados comprometem-se a cumprir
liberdade protegidos nesta Convenção, a Corte
a decisão em todo caso que forem parte.
determinará que se assegure ao prejudicado o gozo do
seu direito ou liberdade violados. Determinará também, A indenização compensatória poderá ser executada no
se isso for procedente, que sejam reparadas as Estado respectivo pelo processo interno para a execução
consequências da medida ou situação que haja de sentenças. (art. 68.2)
configurado a violação desses direitos, bem como o
pagamento de indenização justa à parte lesada.
Art. 66 -
2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando
se fizer necessário evitar danos irreparáveis às pessoas, 1. A sentença da Corte deve ser fundamentada.
a Corte, nos assuntos de que estiver conhecendo, 2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte a
poderá tomar as medidas provisórias que considerar opinião unânime dos juízes, qualquer deles terá direito a
pertinentes. Se se tratar de assuntos que ainda não que se agregue à sentença o seu voto dissidente ou
estiverem submetidos ao seu conhecimento, poderá individual.
atuar a pedido da Comissão.

Art. 67 - A sentença da Corte será definitiva e inapelável.


Art. 64 - Em caso de divergência sobre o sentido ou alcance da
1. Os Estados-membros da Organização poderão sentença, a Corte interpretá-la-á, a pedido de qualquer
consultar a Corte sobre a interpretação desta Convenção das partes, desde que o pedido seja apresentado dentro
ou de outros tratados concernentes à proteção dos de noventa dias a partir da data da notificação da
direitos humanos nos Estados americanos. Também sentença.
poderão consultá-la, no que lhes compete, os órgãos
enumerados no capítulo X da Carta da Organização dos
Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de Art. 68 -
Buenos Aires. 1. Os Estados-partes na Convenção comprometem-se a
2. A Corte, a pedido de um Estado-membro da cumprir a decisão da Corte em todo caso em que forem
Organização, poderá emitir pareceres sobre a partes.
compatibilidade entre qualquer de suas leis internas e os 2. A parte da sentença que determinar indenização
mencionados instrumentos internacionais. compensatória poderá ser executada no país respectivo
pelo processo interno vigente para a execução de
sentenças contra o Estado.
Art. 65 - A Corte submeterá à consideração da
Assembleia Geral da Organização, em cada período
ordinário de sessões, um relatório sobre as suas Artigo 69 - A sentença da Corte deve ser notificada às
atividades no ano anterior. De maneira especial, e com partes no caso e transmitida aos Estados-partes na
as recomendações pertinentes, indicará os casos em que Convenção.
um Estado não tenha dado cumprimento a suas
sentenças. _____________________________________________

A sentença da Corte deve ser fundamentada (art. 66.1),


é definitiva e não admite apelação, ou seja, não há
possibilidade de recorrer da sentença.
Caso haja alguma dúvida quanto ao sentido ou alcance
da sentença, a parte pode pedir dentro de 90 dias a partir
da data da notificação da sentença¸ para que a Corte a
interprete (art. 67).

25
POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

21. (2016 - FEPESE - SJC-SC - Agente de Segurança 24. (2012 - COPESE - UFT - DPE-TO - Analista Jurídico)
Socioeducativo) Podem submeter casos para decisão da Com relação à Corte Interamericana de Direitos
Corte Interamericana de Direitos Humanos: Humanos, é INCORRETO afirmar que:
a) Apenas os Estados-Partes da Convenção Americana de a) A Corte compor-se-á de onze juízes, nacionais dos
Direitos Humanos. Estados membros da Organização dos Estados
b) Apenas a Comissão Interamericana de Direitos Americanos, podendo haver dois juízes da mesma
Humanos. nacionalidade.
c) Qualquer pessoa e a Comissão Interamericana de b) A Corte tem competência para conhecer de qualquer
Direitos Humanos. caso relativo à interpretação e aplicação das disposições
da Convenção Americana sobre Direitos Humanos que
d) Qualquer pessoa e os Estados-Partes da Convenção lhe seja submetido, desde que os Estados Partes no caso
Americana de Direitos Humanos. tenham reconhecido ou reconheçam a referida
e) Os Estados-Partes da Convenção Americana de competência.
Direitos Humanos e a Comissão Interamericana de c) Somente os Estados Partes e a Comissão
Direitos Humanos. Interamericana de Direitos Humanos têm direito de
submeter caso à decisão da Corte.
22. (2008 - VUNESP - DPE-MS - Defensor Público) A Corte d) Quando decidir que houve violação de um direito ou
Interamericana de Direitos Humanos liberdade protegidos pelo Pacto de São José da Costa
a) é composta por doze juízes. Rica, a Corte determinará que se assegure ao
prejudicado o gozo do seu direito ou liberdade violados,
b) terá casos submetidos à sua decisão somente pelos
podendo determinar ainda que sejam reparadas as
Estados-parte ou pela comissão Interamericana de
consequências da medida ou situação que haja
Direitos Humanos.
configurado a violação desses direitos, bem como o
c) terá suas decisões ratificadas ou reformadas pela pagamento de indenização justa à parte lesada.
Assembleia Geral da Organização dos Estados
Americanos como órgão recursal.
25. (CESPE/CEBRASPE - 2012 - AGU - Advogado da União)
d) poderá ter até dois juízes da mesma nacionalidade,
No que concerne aos direitos humanos no âmbito do
não podendo, porém, tais juízes atuarem,
direito internacional, julgue os itens que se seguem.
simultaneamente, em casos que envolvam partes
originárias de seu país. Em casos que envolvam a prática de tortura sistemática,
a Convenção Americana de Direitos Humanos permite o
acesso direto do indivíduo à Corte Interamericana de
23. (2014 - VUNESP - PC-SP - Escrivão de Polícia Civil) É Direitos Humanos.
correto afirmar, sobre a Corte Interamericana de Direitos
CERTO - ERRADO
Humanos, que:
a) a sentença da Corte será unânime, definitiva e
inapelável 26. (CESPE/CEBRASPE - 2012- PC-AL - Escrivão de Polícia)
Acerca da Convenção Americana sobre Direitos
b) possui competência para decidir se houve violação de
Humanos (CADH), julgue os itens seguintes.
um direito protegido na Convenção, mas não para
determinar o pagamento de indenização à parte lesada. Somente os Estados-partes e a Comissão Interamericana
de Direitos Humanos têm o direito de submeter um caso
c) reconhecida a admissibilidade da comunicação,
à decisão da Corte Internacional de Direitos Humanos.
solicitará informações ao Governo do Estado ao qual
pertença a autoridade apontada como responsável pela CERTO - ERRADO
violação
d) somente os Estados-Partes e a Comissão têm direito
de submeter um caso à decisão da Corte.
e) a sentença que considerar comprovada a violação de
direitos será submetida por relatório à Assembleia Geral
da Organização, com recomendações.

26
POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

27. (2014 - VUNESP - DPE-MS- Defensor Público) Nos Art. 73 - Somente por solicitação da Comissão ou da
termos do art. 67 da Convenção Americana de Direitos Corte, conforme o caso, cabe à Assembleia Geral da
Humanos, “A sentença da Corte Interamericana de Organização resolver sobre as sanções aplicáveis aos
Direitos Humanos será definitiva e inapelável. Em caso membros da Comissão ou aos juízes da Corte que
de divergência sobre o sentido ou alcance da sentença, a incorrerem nos casos previstos nos respectivos
Corte interpretá-la-á, a pedido de qualquer das partes, Estatutos. Para expedir uma resolução, será necessária
desde que o pedido seja apresentado dentro de maioria de dois terços dos votos dos Estados-membros
a) noventa dias a partir da data da notificação da da Organização, no caso dos membros da Comissão; e,
sentença”. além disso, de dois terços dos votos dos Estados-partes
na Convenção, se se tratar dos juízes da Corte.
b) sessenta dias a partir da data da notificação das
partes”. _____________________________________________
c) trinta dias a partir da data da notificação das partes”.
d) dez dias a partir da data da notificação da sentença”. 28. (LETÍCIA CASTRO) Com relação à Comissão
______________________________________________ Interamericana de Direitos Humanos e à Corte
Interamericana de Direitos Humanos, é INCORRETO
afirmar que:
O capítulo IX traz as disposições comuns acerca da Corte,
as quais não vamos nos ater muito, pois não vejo cair em a) Os juízes da Corte e os membros da Comissão gozam,
provas. Mas vamos faz a leitura! desde o momento da eleição e enquanto durar o seu
mandato, das imunidades reconhecidas aos agentes
diplomáticos pelo Direito Internacional. Durante o
Art. 70 - exercício dos seus cargos gozam, além disso, dos
1. Os juízes da Corte e os membros da Comissão gozam, privilégios diplomáticos necessários para o desempenho
desde o momento da eleição e enquanto durar o seu de suas funções.
mandato, das imunidades reconhecidas aos agentes
diplomáticos pelo Direito Internacional. Durante o b) Não se poderá exigir responsabilidade em tempo
exercício dos seus cargos gozam, além disso, dos algum dos juízes da Corte, nem dos membros da
privilégios diplomáticos necessários para o desempenho Comissão, por votos e opiniões emitidos no exercício de
de suas funções. suas funções.
2. Não se poderá exigir responsabilidade em tempo c) Os cargos de juiz da Corte ou de membro da Comissão
algum dos juízes da Corte, nem dos membros da são incompatíveis com outras atividades que possam
Comissão, por votos e opiniões emitidos no exercício de afetar sua independência ou imparcialidade, conforme o
suas funções. que for determinado nos respectivos Estatutos.
d) Os juízes da Corte e os membros da Comissão não
Art. 71 - Os cargos de juiz da Corte ou de membro da perceberão quaisquer honorários, mas receberão
Comissão são incompatíveis com outras atividades que indenização das despesas de viagem na forma e nas
possam afetar sua independência ou imparcialidade, condições que determinarem os seus Estatutos.
conforme o que for determinado nos respectivos _____________________________________________
Estatutos.

Art. 72 - Os juízes da Corte e os membros da Comissão A Parte III da Convenção trata das disposições gerais e
perceberão honorários e despesas de viagem na forma e transitórias, tratando sobre assinatura, ratificação,
nas condições que determinarem os seus Estatutos, protocolo, denúncia, etc. O modo de adesão à
levando em conta a importância e independência de suas Convenção é estabelecido nesse capítulo, dispondo que
funções. Tais honorários e despesas de viagem serão a ratificação da Convenção ou a adesão a ela efetuar-se-
fixados no orçamento-programa da Organização dos á mediante depósito de um instrumento de ratificação
Estados Americanos, no qual devem ser incluídas, além ou de adesão na Secretaria Geral da OEA (art. 74.2)
disso, as despesas da Corte e da sua Secretaria. Para tais
efeitos, a Corte elaborará o seu próprio projeto de
orçamento e submetê-lo-á à aprovação da Assembleia
Geral, por intermédio da Secretaria Geral. Esta última
não poderá nele introduzir modificações.

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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

A Convenção entrou em vigor somente após o depósito Art. 75 - Esta Convenção só pode ser objeto de reservas
dos instrumentos de ratificação de onze países, o que em conformidade com as disposições da Convenção de
ocorreu em julho de 1978. E traz a possibilidade, no art. Viena sobre o Direito dos Tratados, assinada em 23 de
74.2, da adesão posterior por outros Estados que assim maio de 1969.
desejarem, e a CADH passa a viger nesses países na data
do depósito de seu instrumento de ratificação ou adesão.
Art. 76 -
O art. 75 dispõe que as reservas a essa Convenção só
podem ser feitas se estiverem de acordo com a 1. Qualquer Estado-parte, diretamente, e a Comissão e a
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de Corte, por intermédio do Secretário Geral, podem
1969. submeter à Assembleia Geral, para o que julgarem
conveniente, proposta de emendas a esta Convenção.
O art. 76 traz a possibilidade dos Estados, da Comissão e
da Corte de submeterem à Assembleia Geral da OEA 2. Tais emendas entrarão em vigor para os Estados que
propostas de emendas à CADH. No caso de serem as ratificarem, na data em que houver sido depositado o
aprovadas, entrarão em vigor para os Estados que as respectivo instrumento de ratificação, por dois terços
ratificarem. dos Estados-partes nesta Convenção. Quanto aos outros
Estados-partes, entrarão em vigor na data em que eles
Fora isso, também é possível que os Estados-parte e a
depositarem os seus respectivos instrumentos de
Comissão Interamericana submetam à Assembleia Geral
ratificação.
projetos de Protocolos adicionais à Convenção, com o
objetivo de incluir progressivamente outros direitos e
liberdades. Isso nos remete que a Convenção não é um Art. 77 -
rol taxativo!
1. De acordo com a faculdade estabelecida no artigo 31,
Outrossim, na eventualidade dos Estados desejarem qualquer Estado parte e a Comissão podem submeter à
desobrigar-se dos direitos e obrigações tomados consideração dos Estados-partes reunidos por ocasião
internacionalmente, poderão denunciar a Convenção. da Assembleia Geral projetos de Protocolos adicionais a
Essa denúncia não exime o Estado das obrigações esta Convenção, com a finalidade de incluir
contidas na Convenção, por qualquer ato que houver progressivamente, no regime de proteção da mesma,
sido realizado anteriormente à data na qual a denúncia outros direitos e liberdades.
foi feita.
2. Cada Protocolo deve estabelecer as modalidades de
Por fim, o capítulo XI dispõe das disposições transitórias, sua entrada em vigor e será aplicado somente entre os
discorrendo acerca de questões relacionadas à Estados-partes no mesmo.
implementação das atividades da Comissão e da Corte.

Art. 78 -
Art. 74 -
1. Os Estados-partes poderão denunciar esta Convenção
1. Esta Convenção está aberta à assinatura e à ratificação depois de expirado o prazo de cinco anos, a partir da data
de todos os Estados-membros da Organização dos em vigor da mesma e mediante aviso prévio de um ano,
Estados Americanos. notificando o Secretário Geral da Organização, o qual
2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela deve informar as outras partes.
efetuar-se-á mediante depósito de um instrumento de 2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado-
ratificação ou adesão na Secretaria Geral da parte interessado das obrigações contidas nesta
Organização dos Estados Americanos. Esta Convenção Convenção, no que diz respeito a qualquer ato que,
entrará em vigor logo que onze Estados houverem podendo constituir violação dessas obrigações, houver
depositado os seus respectivos instrumentos de sido cometido por ele anteriormente à data na qual a
ratificação ou de adesão. Com referência a qualquer denúncia produzir efeito.
outro Estado que a ratificar ou que a ela aderir
ulteriormente, a Convenção entrará em vigor na data do
depósito do seu instrumento de ratificação ou adesão.
3. O Secretário Geral comunicará todos os Estados-
membros da Organização sobre a entrada em vigor da
Convenção.

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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

Capítulo XI - DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS


Seção 1 - Comissão Interamericana de Direitos Humanos

Art. 79 - Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário


Geral pedirá por escrito a cada Estado-membro da
Organização que apresente, dentro de um prazo de
noventa dias, seus candidatos a membro da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos. O Secretário Geral
preparará uma lista por ordem alfabética dos candidatos
apresentados e a encaminhará aos Estados-membros da
Organização, pelo menos trinta dias antes da Assembleia
Geral seguinte.

Art. 80 - A eleição dos membros da Comissão far-se-á


dentre os candidatos que figurem na lista a que se refere
o artigo 79, por votação secreta da Assembleia Geral, e
serão declarados eleitos os candidatos que obtiverem
maior número de votos e a maioria absoluta dos votos
dos representantes dos Estados-membros. Se, para
eleger todos os membros da Comissão, for necessário
realizar várias votações, serão eliminados
sucessivamente, na forma que for determinada pela
Assembleia Geral, os candidatos que receberem maior
número de votos.

Seção 2 - Corte Interamericana de Direitos Humanos


GABARITO
Art. 81 - Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário
01. E 11. C 21. E
Geral pedirá a cada Estado-parte que apresente, dentro
02. B 12. C 22. B
de um prazo de noventa dias, seus candidatos a juiz da
03. B 13. A 23. D
Corte Interamericana de Direitos Humanos. O Secretário
04. E 14. D 24. A
Geral preparará uma lista por ordem alfabética dos
candidatos apresentados e a encaminhará aos Estados- 05. B 15. E 25. E
partes pelo menos trinta dias antes da Assembleia Geral 06. E 16. E 26. C
seguinte. 07. E 17. C 27. A
08. C 18. B 28. D
09. E 19. A
Art. 82 - A eleição dos juízes da Corte far-se-á dentre os 10. B 20. E
candidatos que figurem na lista a que se refere o artigo
81, por votação secreta dos Estados-partes, na
Assembleia Geral, e serão declarados eleitos os
candidatos que obtiverem o maior número de votos e a
maioria absoluta dos votos dos representantes dos
Estados-partes. Se, para eleger todos os juízes da Corte,
for necessário realizar várias votações, serão eliminados
sucessivamente, na forma que for determinada pelos
Estados-partes, os candidatos que receberem menor
número de votos.

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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

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