Pacto San José Da Costa Rica
Pacto San José Da Costa Rica
Pacto San José Da Costa Rica
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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Art. 4º - Direito à vida 2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas
ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida.
pessoa privada de liberdade deve ser tratada com o
Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde
respeito devido à dignidade inerente ao ser humano.
o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da
vida arbitrariamente. 3. A pena não pode passar da pessoa do delinquente.
2. Nos países que não houverem abolido a pena de 4. Os processados devem ficar separados dos
morte, esta só poderá ser imposta pelos delitos mais condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e
graves, em cumprimento de sentença final de tribunal devem ser submetidos a tratamento adequado à sua
competente e em conformidade com a lei que estabeleça condição de pessoas não condenadas.
tal pena, promulgada antes de haver o delito sido
5. Os menores, quando puderem ser processados,
cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a
devem ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal
delitos aos quais não se aplique atualmente.
especializado, com a maior rapidez possível, para seu
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos tratamento.
Estados que a hajam abolido.
6. As penas privativas de liberdade devem ter por
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada a finalidade essencial a reforma e a readaptação social dos
delitos políticos, nem a delitos comuns conexos com condenados.
delitos políticos.
5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no
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momento da perpetração do delito, for menor de
dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a
mulher em estado de gravidez. 01. (2012 - CESPE - PC-AL - Agente de Polícia) Julgue os
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar itens que se seguem acerca da Convenção Americana
anistia, indulto ou comutação da pena, os quais podem sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
ser concedidos em todos os casos. Não se pode executar Rica).
a pena de morte enquanto o pedido estiver pendente de Apesar de consagrar o direito à vida, a Convenção
decisão ante a autoridade competente. Americana sobre Direitos Humanos prevê que a
aplicação da pena de morte, para os países que a
adotam, pode ser aplicada aos delitos mais graves,
incluindo os delitos políticos.
CERTO - ERRADO
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
03. (2019 - IBGP - Prefeitura de Jacutinga - MG - Guarda c) o serviço exigido em casos de perigo ou de calamidade
Municipal) De acordo com a Convenção Americana de que ameacem a existência ou o bem-estar da
Direitos Humanos ("Pacto de San José da Costa Rica"), é comunidade;
CORRETO afirmar que:
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações
a) Em alguns casos é permitida a pena de morte ser cívicas normais
aplicada a delitos políticos e a delitos comuns, desde que
conexos com delitos políticos.
b) Toda pessoa tem direito a que se respeite sua
integridade física, psíquica e moral.
c) As torturas e as penas cruéis, podem ser liberadas por
autoridades judiciárias.
d) Os processados não precisam ficar separados dos
condenados, mas devem ser submetidos a tratamento
adequado à sua condição de pessoas não condenadas.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
garantias que assegurem o seu comparecimento em e dos meios necessários à preparação de sua defesa; d)
juízo. direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de
ser assistido por um defensor de sua escolha e de
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a
comunicar-se, livremente e em particular, com seu
recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de que
defensor; e) direito irrenunciável de ser assistido por um
este decida, sem demora, sobre a legalidade de sua
defensor proporcionado pelo Estado, remunerado ou
prisão ou detenção e ordene sua soltura, se a prisão ou a
não, segundo a legislação interna, se o acusado não se
detenção forem ilegais. Nos Estados partes cujas leis
defender ele próprio, nem nomear defensor dentro do
preveem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser
prazo estabelecido pela lei; f) direito da defesa de
privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz
inquirir as testemunhas presentes no Tribunal e de obter
ou tribunal competente, a fim de que este decida sobre
o comparecimento, como testemunhas ou peritos, de
a legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser
outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos; g)
restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto
direito de não ser obrigada a depor contra si mesma,
pela própria pessoa ou por outra pessoa.
nem a confessar-se culpada; e h) direito de recorrer da
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio sentença a juiz ou tribunal superior.
não limita os mandados de autoridade judiciária
3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação
competente expedidos em virtude de inadimplemento
de nenhuma natureza.
de obrigação alimentar.
4. O acusado absolvido por sentença transitada em
julgado não poderá ser submetido a novo processo
pelos mesmos fatos.
Súmula Vinculante n° 25 do STF: É ilícita 5. O processo penal deve ser público, salvo no que for
a prisão civil de depositário infiel, necessário para preservar os interesses da justiça.
qualquer que seja a modalidade do
depósito.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
05. (2018 - IBFC - SEAP-MG - Agente de Segurança O art. 10 traz o direito à indenização em caso de erro do
Penitenciário) Assinale a alternativa CORRETA. Segundo judiciário:
a CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
(1969), toda pessoa acusada de um delito tem direito
durante o processo às seguintes garantias mínimas: Art. 10 - Direito à indenização
a) O processo penal deve ser privado, de modo a Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a
preservar os interesses da justiça e da sociedade. lei, no caso de haver sido condenada em sentença
b) O direito do acusado de ser assistido gratuitamente transitada em julgado, por erro judiciário.
por um tradutor ou intérprete, caso não compreenda ou
não fale a língua do juízo ou tribunal.
O art. 11 consagra a proteção da honra e da dignidade.
c) A comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da O alcance desse dispositivo abrange a vida familiar e
acusação formulada deve ser obrigatoriamente bilíngue privada das pessoas.
(inglês e língua oficial do pais, no qual aconteceu o delito)
d) A concessão ao acusado do tempo e dos meios
necessários à preparação de sua defesa será de 30 Art. 11 - Proteção da honra e da dignidade
(trinta) dias corridos, a contar da publicação em órgão 1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e ao
oficial. reconhecimento de sua dignidade.
e) Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as 2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou
devidas garantias e dentro do prazo máximo de 7 (sete) abusivas em sua vida privada, em sua família, em seu
dias, por um juiz ou Tribunal competente, independente domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas
e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na ilegais à sua honra ou reputação.
apuração de qualquer acusação penal formulada contra
ela, ou na determinação de seus direitos e obrigações de 3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais
caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra ingerências ou tais ofensas.
natureza.
_____________________________________________ Os dois próximos artigos protegem liberdades das
pessoas, o art. 12 contempla a liberdade de consciência
e de religião e o art. 13 a liberdade de pensamento e de
O art. 9º traz o princípio da legalidade e da expressão.
retroatividade. O princípio da legalidade veda que as
pessoas sejam condenadas por ações ou omissões que
ao tempo da ação não eram consideradas como Art. 12 - Liberdade de consciência e de religião
delituosas, e o princípio da retroatividade veda que a lei
retroaja para condenar atos passados que à época não 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e
eram consideradas delituosas. Um princípio de religião. Esse direito implica a liberdade de conservar
complementa o outro. sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou
de crenças, bem como a liberdade de professar e
divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou
Art. 9º - Princípio da legalidade e da retroatividade coletivamente, tanto em público como em privado.
Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões 2. Ninguém pode ser submetido a medidas restritivas
que, no momento em que foram cometidos, não que possam limitar sua liberdade de conservar sua
constituam delito, de acordo com o direito aplicável. religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de
Tampouco poderse-á impor pena mais grave do que a crenças.
aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois 3. A liberdade de manifestar a própria religião e as
de perpetrado o delito, a lei estipular a imposição de próprias crenças está sujeita apenas às limitações
pena mais leve, o deliquente deverá dela beneficiar-se previstas em lei e que se façam necessárias para
proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral
públicas ou os direitos e as liberdades das demais
pessoas.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito a Portanto, como pudemos ver com a leitura, a regra é a
que seus filhos e pupilos recebam a educação religiosa e proibição da censura prévia, mas há duas exceções: a)
moral que esteja de acordo com suas próprias para espetáculos públicos, com o objetivo de proteger a
convicções. infância e a adolescência. Geralmente essa censura é
feita pela classificação indicativa dessas apresentações;
b) vedação de propaganda a favor da guerra, e demais
O art. 13 é fundamental para o fortalecimento e
discursos de ódio.
conservação da democracia nas Américas,
principalmente em face do histórico de regimes
ditatoriais exercidos em vários países do continente,
inclusive nos tempos atuais.
O exercício a esse direito não pode sofrer censura prévia,
porém pode ocasionar responsabilidade posterior,
contanto que fixada em lei e indispensável para garantir
o respeito aos direitos, ou á reputação das demais
pessoas e outras condições que veremos em seguida.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
O art. 19 assegura os direitos da criança, e acerca desses O art. 22 trata acerca do direito de circulação e de
direitos tem-se a Opinião Consultiva n° 17/02, onde a residência, garantindo que a todos que estejam
Corte destacou que considera como criança “todo ser legalmente no território de um Estado tem o direito de
humano com menos de 18 anos de idade”. A Corte prima circular nele e de nele residir conforme o que a lei
pela preservação dos direitos essenciais da criança em dispuser. Esse direito só pode ser limitado através de lei
todas e quaisquer circunstâncias. para prevenir infrações e proteger a segurança nacional,
a ordem pública, a saúde pública, etc. Inclusive, com essa
temática, temos um exemplo mundialmente realizado
Art. 19 - Direitos da criança em 2020. Quase todos os países do mundo estão
restringindo o direito de circulação devido à pandemia
Toda criança terá direito às medidas de proteção que a
do covid-19. Vemos, inclusive o Brasil, adotando medidas
sua condição de menor requer, por parte da sua família,
de distanciamento social e quarentena obrigatória.
da sociedade e do Estado.
Trata-se de um exemplo claro de restrição do direito a
circulação em prol da segurança nacional e da saúde
pública.
O direito de nacionalidade é assegurado no art. 20 e
trata-se de disposição que objetiva suprimir a figura do O dispositivo também trata da hipótese de expulsão, a
apátrida. qual assegura que ninguém pode ser expulso do
território de um Estado do qual for nacional e nem ser
privado do direito de nele entrar. Também proíbe a
Art. 20 - Direito à nacionalidade expulsão coletiva de estrangeiros, o que podemos ver
isso ocorrer em alguns países no mundo.
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
Além disso, o artigo também trata do direito ao asilo e
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em
ao refúgio.
cujo território houver nascido, se não tiver direito a
outra.
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua Art. 22 - Direito de circulação e de residência
nacionalidade, nem do direito de mudá-la.
1. Toda pessoa que se encontre legalmente no território
de um Estado tem o direito de nele livremente circular e
de nele residir, em conformidade com as disposições
O art. 21 assegura o direito à propriedade privada,
legais.
compreendendo que todos têm o direito ao uso e gozo
de seus bens e que a lei pode trazer determinadas 2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de
restrições a esse uso e gozo, de acordo com o interesse qualquer país, inclusive de seu próprio país.
social.
3. O exercício dos direitos supracitados não pode ser
restringido, senão em virtude de lei, na medida
indispensável, em uma sociedade democrática, para
Art. 21 - Direito à propriedade privada
prevenir infrações penais ou para proteger a segurança
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de seus bens. A nacional, a segurança ou a ordem públicas, a moral ou a
lei pode subordinar esse uso e gozo ao interesse social. saúde públicas, ou os direitos e liberdades das demais
pessoas.
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo
mediante o pagamento de indenização justa, por motivo 4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode
de utilidade pública ou de interesse social e nos casos e também ser restringido pela lei, em zonas
na forma estabelecidos pela lei. determinadas, por motivo de interesse público.
3. Tanto a usura, como qualquer outra forma de 5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado do
exploração do homem pelo homem, devem ser qual for nacional e nem ser privado do direito de nele
reprimidas pela lei. entrar.
6. O estrangeiro que se encontre legalmente no
território de um Estado-parte na presente Convenção só
poderá dele ser expulso em decorrência de decisão
adotada em conformidade com a lei.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e
em território estrangeiro, em caso de perseguição por oportunidades, a que se refere o inciso anterior,
delitos políticos ou comuns conexos com delitos exclusivamente por motivo de idade, nacionalidade,
políticos, de acordo com a legislação de cada Estado e residência, idioma, instrução, capacidade civil ou mental,
com as Convenções internacionais. ou condenação, por juiz competente, em processo penal.
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou
entregue a outro país, seja ou não de origem, onde seu
O art. 24 destaca o direito a igualdade perante a lei.
direito à vida ou à liberdade pessoal esteja em risco de
violação em virtude de sua raça, nacionalidade, religião,
condição social ou de suas opiniões políticas.
Art. 24 - Igualdade perante a lei
9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.
Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por
______________________________________________ conseguinte, têm direito, sem discriminação alguma, à
08. (2012 - CESPE - PC-AL - Agente de Polícia) Julgue os igual proteção da lei.
itens que se seguem acerca da Convenção Americana
sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
Rica). O art. 25 assegura o substancial direito à proteção
judicial, dispositivo regularmente evocado ao se
A usura deve ser reprimida pela lei, de acordo com a procurar a proteção internacional de direitos humanos
Convenção Americana sobre Direitos Humanos. que foram contrariados internamente, especialmente
CERTO - ERRADO quando o Judiciário de determinado país não supre ou
faz cessar tais violações.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Art. 26 - Desenvolvimento progressivo 3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fizer uso do
Os Estados-partes comprometem-se a adotar as direito de suspensão deverá comunicar imediatamente
providências, tanto no âmbito interno, como mediante aos outros Estados-partes na presente Convenção, por
cooperação internacional, especialmente econômica e intermédio do Secretário Geral da Organização dos
técnica, a fim de conseguir progressivamente a plena Estados Americanos, as disposições cuja aplicação haja
efetividade dos direitos que decorrem das normas suspendido, os motivos determinantes da suspensão e a
econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultura, data em que haja dado por terminada tal suspensão.
constantes da Carta da Organização dos Estados
Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, Direito de Suspensão
na medida dos recursos disponíveis, por via legislativa ou
por outros meios apropriados.
Hipóteses:
a) Guerra
Depois disso, a Convenção entra no Capítulo IV tratando b) Perigo Público
sobre suspensão de garantias, interpretação e c) Outra emergência que ameace a independência ou
aplicação. segurança do Estado-parte
O art. 27 versa sobre a suspensão das garantias,
tratando sobre circunstâncias que certos direitos e
obrigações podem ser suspensos pelos Estados-parte, Não podem ser suspensos, em nenhuma hipótese, os
sob condições excepcionais. É necessária a imediata direitos:
comunicação da suspensão. O Estado-parte que aplicar a) ao reconhecimento da personalidade jurídica (art.
as medidas restritivas deve comunicar ao Secretário- 3º)
Geral da OEA, sobre os motivos que a motivaram, b) à vida (art. 4º)
comunicando os dispositivos e obrigações suspensas e o
prazo final dessa restrição. O Secretário-Geral, no que lhe c) à integridade pessoal (art. 5º)
diz respeito, transmitirá aos demais Estados membros d) proibição da escravidão e servidão (art. 6º)
acerca dessa situação.
e) princípio da legalidade e retroatividade (art. 9º)
No entanto, há direitos e obrigações que não podem ser
f) liberdade de consciência e religião (art. 12)
suspensos em hipótese alguma.
g) proteção à família (art. 17)
h) direito ao nome (art. 18)
Art. 27 - Suspensão de garantias
i) direitos da criança (art. 19)
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra
emergência que ameace a independência ou segurança j) à nacionalidade (art. 20)
do Estado-parte, este poderá adotar as disposições que, k) direitos políticos (art. 23)
na medida e pelo tempo estritamente limitados às
l) e garantias indispensáveis à proteção desses
exigências da situação, suspendam as obrigações
direitos
contraídas em virtude desta Convenção, desde que tais
disposições não sejam incompatíveis com as demais
obrigações que lhe impõe o Direito Internacional e não
encerrem discriminação alguma fundada em motivos de O art. 28 veicula a cláusula federal, segundo o qual ao
raça, cor, sexo, idioma, religião ou origem social. Estados membros são entes internacionalmente
2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos responsáveis por violações de direitos humanos
direitos determinados nos seguintes artigos: 3 (direito realizadas em território de suas jurisdições.
ao reconhecimento da personalidade jurídica), 4 (direito Art. 28 - Cláusula federal
à vida), 5 (direito à integridade pessoal), 6 (proibição da
escravidão e da servidão), 9 (princípio da legalidade e da 1. Quando se tratar de um Estado-parte constituído
retroatividade), 12 (liberdade de consciência e religião), como Estado federal, o governo nacional do aludido
17 (proteção da família), 18 (direito ao nome), 19 Estado-parte cumprirá todas as disposições da presente
(direitos da criança), 20 (direito à nacionalidade) e 23 Convenção, relacionadas com as matérias sobre as quais
(direitos políticos), nem das garantias indispensáveis exerce competência legislativa e judicial.
para a proteção de tais direitos.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
2. No tocante às disposições relativas às matérias que Além disso, a Convenção não reflete um rol taxativo de
correspondem à competência das entidades direitos, sendo absolutamente possível o
componentes da federação, o governo nacional deve reconhecimento de outros direitos.
tomar imediatamente as medidas pertinentes, em
conformidade com sua Constituição e com suas leis, a fim
de que as autoridades competentes das referidas Artigo 31 - Reconhecimento de outros direitos
entidades possam adotar as disposições cabíveis para o Poderão ser incluídos, no regime de proteção desta
cumprimento desta Convenção. Convenção, outros direitos e liberdades que forem
3. Quando dois ou mais Estados-partes decidirem reconhecidos de acordo com os processos estabelecidos
constituir entre eles uma federação ou outro tipo de nos artigos 69 e 70.
associação, diligenciarão no sentido de que o pacto
comunitário respectivo contenha as disposições
E em seu Capítulo V, no art. 32, trata sobre os deveres
necessárias para que continuem sendo efetivas no novo
das pessoas, exprimindo uma conexão entre os direitos
Estado, assim organizado, as normas da presente
destacados e os deveres prescritos.
Convenção.
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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
A parte II da CADH trata dos meios de proteção, e logo O capítulo VII explana acerca da Comissão
no capítulo VI, traz os órgãos competentes para Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), e trata-se
conhecer de assuntos relacionados com o cumprimento de um capítulo extenso e cheio de detalhes que podem
dos compromissos assumidos: ser chatos na hora da leitura. Mas vamos tentar
sintetizar as informações ali trazidas.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Art. 36 - _____________________________________________
1. Os membros da Comissão serão eleitos a título
pessoal, pela Assembleia Geral da Organização, a partir
14. (2017 - UECE-CEV - SEAS-CE - Socioeducador) Leia
de uma lista de candidatos propostos pelos governos dos
atentamente os excertos a seguir:
Estados-membros.
“[...] é um dos órgãos da OEA dedicados à proteção dos
2. Cada um dos referidos governos pode propor até três
direitos humanos nas Américas. É sediada na cidade de
candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de
Washington, capital dos EUA, e tem suas atividades
qualquer outro Estado-membro da Organização dos
reguladas pelo Pacto de São José [...]”;
Estados Americanos. Quando for proposta uma lista de
três candidatos, pelo menos um deles deverá ser “[...] não é órgão jurisdicional, assemelhando-se, nesse
nacional de Estado diferente do proponente. sentido, aos órgãos de tratados da ONU. É composta por
sete membros, que deverão ser pessoas de alta
autoridade moral e de reconhecido saber em matéria de
Art. 37 - direitos humanos, eleitos pela Assembleia-Geral da OEA
para um mandato de quatro anos, com direito a uma
1. Os membros da Comissão serão eleitos por quatro
reeleição subsequente”.
anos e só poderão ser reeleitos uma vez, porém o
mandato de três dos membros designados na primeira O órgão pertencente à Organização dos Estados
eleição expirará ao cabo de dois anos. Logo depois da Americanos — OEA —, a que os trechos acima se
referida eleição, serão determinados por sorteio, na referem, é denominado
Assembleia Geral, os nomes desses três membros.
a) Corte Interamericana de Direitos Humanos.
2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um
b) Conselho de Direitos Humanos da OEA.
nacional de um mesmo país.
c) Alto Comissariado da OEA para os Direitos Humanos.
d) Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Art. 38 - As vagas que ocorrerem na Comissão, que não
se devam à expiração normal do mandato, serão
preenchidas pelo Conselho Permanente da Organização, 15. (2016 - FUNCAB - SEGEP-MA - Agente Penitenciário)
de acordo com o que dispuser o Estatuto da Comissão. Acerca da composição da Comissão Interamericana de
Direitos Humanos, assinale assertiva correta.
Art. 39 - A Comissão elaborará seu estatuto e submetê- a) É composta por cinco comissários, eleitos pela
lo-á à aprovação da Assembleia Geral e expedirá seu Assembleia Geral da OEA, para mandato de dois anos,
próprio Regulamento. com a possibilidade de uma recondução.
b) É composta por oito Comissários, eleitos pela
Assembleia Geral da OEA, para mandado de três anos,
Artigo 40 - Os serviços da Secretaria da Comissão devem
com a possibilidade de uma recondução.
ser desempenhados pela unidade funcional
especializada que faz parte da Secretaria Geral da c) É composta por cinco comissários, eleitos pela
Organização e deve dispor dos recursos necessários para Assembleia Geral da OEA, para mandato de quatro anos,
cumprir as tarefas que lhe forem confiadas pela vedada sua recondução.
Comissão. d) É composta por dez comissários, eleitos pela
Assembleia Geral da OEA, para mandato de dois anos,
com a possibilidade de duas reconduções.
e) É composta por sete comissários, eleitos pela
Assembleia Geral da OEA, para mandato de quatro anos,
com a possibilidade de uma recondução.
_____________________________________________
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
______________________________________________ Art. 45 -
16. (2018 - IBADE - SEJUC - SE - Guarda de Segurança do 1. Todo Estado-parte pode, no momento do depósito do
Sistema Prisional Masculino) Aceitar petições seu instrumento de ratificação desta Convenção, ou de
apresentadas por qualquer pessoa ou grupo de pessoas, adesão a ela, ou em qualquer momento posterior,
que contenham denúncias ou queixas de violação do declarar que reconhece a competência da Comissão para
Pacto de São José da Costa Rica por um Estado-Parte, é receber e examinar as comunicações em que um Estado-
competência específica da(dos): parte alegue haver outro Estado-parte incorrido em
violações dos direitos humanos estabelecidos nesta
a) Corte do Pacto de São José da Costa Rica.
Convenção.
b) Corte Interamericana de Direitos Humanos.
2. As comunicações feitas em virtude deste artigo só
c) Assembleia de magistrados ad hoc. podem ser admitidas e examinadas se forem
d) Juízes competentes para julgar casos de violação de apresentadas por um Estado-parte que haja feito uma
direitos humanos. declaração pela qual reconheça a referida competência
da Comissão. A Comissão não admitirá nenhuma
e) Comissão Interamericana de Direitos Humanos. comunicação contra um Estado-parte que não haja
feito tal declaração.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
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Art. 49 - Se se houver chegado a uma solução amistosa 18. (2014 - Aroeira - PC-TO - Escrivão de Polícia Civil) A
de acordo com as disposições do inciso 1, "f", do artigo Comissão Interamericana de Direitos Humanos é um
48, a Comissão redigirá um relatório que será órgão autônomo da Organização dos Estados
encaminhado ao peticionário e aos Estados-partes nesta Americanos e tem como função principal promover a
Convenção e posteriormente transmitido, para sua observância e a defesa dos direitos humanos e servir
publicação, ao Secretário Geral da Organização dos como órgão consultivo da organização em tal matéria.
Estados Americanos. O referido relatório conterá uma Acerca do juízo de admissibilidade de petições
breve exposição dos fatos e da solução alcançada. Se individuais, a Comissão Interamericana de Direitos
qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á Humanos
proporcionada a mais ampla informação possível.
a) deixará de receber a petição que contenha denúncia
sobre presumidas violações dos direitos humanos
consagrados na Declaração Americana dos Direitos e
Art. 50 -
Deveres do Homem com relação aos Estados-membros
1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo da organização que estejam fora da Convenção
que for fixado pelo Estatuto da Comissão, esta redigirá Americana sobre Direitos Humanos.
um relatório no qual exporá os fatos e suas conclusões.
b) verificará se foram interpostos e esgotados os
Se o relatório não representar, no todo ou em parte, o
recursos da jurisdição interna, de acordo com os
acordo unânime dos membros da Comissão, qualquer
princípios de direito internacional geralmente
deles poderá agregar ao referido relatório seu voto em
reconhecidos, com a finalidade de decidir quanto à
separado. Também se agregarão ao relatório as
admissibilidade do assunto.
exposições verbais ou escritas que houverem sido feitas
pelos interessados em virtude do inciso 1, "e", do artigo c) considerará uma petição mesmo nos casos em que a
48. respectiva matéria se encontre pendente de outro
processo de solução perante organização internacional
2. O relatório será encaminhado aos Estados
governamental de que seja parte o Estado aludido.
interessados, aos quais não será facultado publicá-lo.
d) considerará as petições apresentadas dentro dos doze
3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formular
meses contados a partir da data em que a presumida
as proposições e recomendações que julgar adequadas.
vítima haja sido notificada da decisão que esgota os
recursos internos.
Artigo 51 -
1. Se no prazo de três meses, a partir da remessa aos O capítulo VIII dispõe sobre a Corte Interamericana de
Estados interessados do relatório da Comissão, o assunto Direitos Humanos, sediada em São José, na Costa Rica, é
não houver sido solucionado ou submetido à decisão da uma instituição judicial autônoma, composta por 7
Corte pela Comissão ou pelo Estado interessado, juízes, nacionais de Estados-membros da OEA, eleitos a
aceitando sua competência, a Comissão poderá emitir, título pessoal, dentre juristas da mais alta autoridade
pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, sua moral, de reconhecida competência em matéria de
opinião e conclusões sobre a questão submetida à sua direitos humanos, que reúnam as condições requeridas
consideração. para o exercício das mais elevadas funções judiciais, de
2. A Comissão fará as recomendações pertinentes e acordo com a lei do Estado do qual sejam nacionais, ou
fixará um prazo dentro do qual o Estado deve tomar as do Estado que os propuser como candidatos. Não sendo
medidas que lhe competir para remediar a situação permitido dois juízes da mesma nacionalidade (art. 52).
examinada. A finalidade da Corte é de declarar a interpretação sobre
dispositivos internos e internacionais, bem como
3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá, pelo analisar casos de violações de direitos humanos
voto da maioria absoluta dos seus membros, se o Estado realizadas no âmbito interno dos Estados.
tomou ou não as medidas adequadas e se pública ou não
seu relatório.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
O mandato dos juízes é de 6 anos, sendo possível uma A maioria dessas informações dizem respeito à
única reeleição. Após o término do mandato, há a Organização da Corte e estão previstas do art. 52 ao art.
possibilidade que o juiz possa continuar acompanhado 60. Vejamos:
casos em que já houver sido tomado conhecimento e
encontrem-se em fase de sentença. Em caso de
substituição a juiz eleito cujo mandato não houver Art. 52 -
expirado, o substituto completará o período do 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, nacionais dos
substituído. Estados-membros da Organização, eleitos a título
O quórum de deliberação da Corte é de 5 juízes (art. 56) pessoal dentre juristas da mais alta autoridade moral, de
reconhecida competência em matéria de direitos
Há uma previsão interessante na CADH quanto à
humanos, que reúnam as condições requeridas para o
composição da Corte no que diz respeito aos
exercício das mais elevadas funções judiciais, de acordo
julgamentos. Caso, dentre os 7 juízes membros da Corte,
com a lei do Estado do qual sejam nacionais, ou do
não haja nenhum nacional do Estado membro que está
Estado que os propuser como candidatos.
sendo acusado, é possível que esse Estado nomeie um
juiz ad hoc (art. 55), porém a Corte já entendeu que será 2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionalidade.
somente possível em casos de comunicação interestatal,
e não em petições individuais. A Corte entendeu que essa
nomeação objetiva a preservação do equilíbrio Art. 53 -
processual entre as partes, e não o aumento da 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação secreta e
representatividade dos Estados na Corte (Opinião pelo voto da maioria absoluta dos Estados-partes na
Consultiva n° 20/09). Convenção, na Assembleia Geral da Organização, a partir
Diferentemente da Comissão Interamericana que possui de uma lista de candidatos propostos pelos mesmos
cláusula obrigatória, bastando ser signatário da Estados.
Convenção para que esteja sujeito à ela, a Corte IDH 2. Cada um dos Estados-partes pode propor até três
possui a chamada cláusula facultativa de jurisdição candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de
obrigatória, ou seja, faz-se necessário que o Estado qualquer outro Estado-membro da Organização dos
declare, seja no ato da assinatura do Pacto, seja Estados Americanos. Quando se propuser uma lista de
posteriormente, reconhecer como obrigatória, de pleno três candidatos, pelo menos um deles deverá ser
direito e sem convenção especial, a competência da nacional do Estado diferente do proponente.
Corte. Essa declaração pode ser efetuada
incondicionalmente, sob condição de reciprocidade, por
prazo determinado ou para casos específicos (art. 62.2) Art. 54 -
Outra previsão interessante, e muito importante, é que 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis
após o reconhecimento da jurisdição da Corte, essa anos e só poderão ser reeleitos uma vez. O mandato de
declaração se converte em cláusula pétrea do Estado três dos juízes designados na primeira eleição expirará
parte, não sendo permitido qualquer regresso ou ao cabo de três anos. Imediatamente depois da referida
supressão, salvo exceções expressamente previstas e eleição, determinar-se-ão por sorteio, na Assembleia
autorizadas pela própria Convenção. Portanto, uma vez Geral, os nomes desses três juízes.
reconhecendo a jurisdição da Corte IDH, o Estado
2. O juiz eleito para substituir outro, cujo mandato não
membro não pode voltar atrás. A única forma de se
haja expirado, completará o período deste.
desvincular é denunciando a própria Convenção,
respeitando os requisitos do art. 78 da CADH. 3. Os juízes permanecerão em suas funções até o
término dos seus mandatos. Entretanto, continuarão
A Comissão comparecerá a todos os casos perante a
funcionando nos casos de que já houverem tomado
Corte (art. 57).
conhecimento e que se encontrem em fase de sentença
A Corte elaborará seu Estatuto e expedirá seu Regimento e, para tais efeitos, não serão substituídos pelos novos
(art. 60). juízes eleitos.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
A legitimidade ativa perante a Corte é bastante restrita Já a jurisdição contenciosa só é possível para os Estados
comparando-a com a da Comissão, aqui não é possível que tenham reconhecido a jurisdição da Corte, devido a
peticionar individualmente. Somente os Estados-partes cláusula facultativa da jurisdição obrigatória. Os
e a Comissão Interamericana têm o direito de submeter legitimados são os Estados-parte e a Comissão. A
um caso à Corte IDH (ART. 61) competência acerca da matéria é de julgar demandas
compreendendo violações às normas da CADH e outros
A exceção a essa regra é em casos de extrema gravidade
documentos internacionais do sistema interamericano
e urgência e quando se fizer necessário evitar danos
de proteção de direitos humanos.
irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assuntos de que
estiver conhecendo, poderá tomar as medidas Julgará apenas casos apresentados depois da entrada em
provisórias que considerar pertinentes. Se se tratar de vigor da Convenção e do reconhecimento da jurisdição
assuntos que ainda não estiverem submetidos ao seu por parte dos Estados envolvidos. Em caráter
conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão (art. excepcional, analisará transgressões de direitos
63.2). Portanto, contanto que a situação já esteja sendo humanos ocorridas anteriormente na hipótese de se
examinada pela Corte, o indivíduo pode peticionar tratar de violação contínua ou que seus efeitos
perante a ela, em casos de extrema urgência e gravidade perdurem com o tempo.
(...) nos processos que já estejam em andamento na
Corte (art. 63.2).
Art. 61 -
LEGITIMIDADE ATIVA PERANTE A CORTE 1. Somente os Estados-partes e a Comissão têm direito
de submeter um caso à decisão da Corte.
2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é
Regra: Estados-partes e necessário que sejam esgotados os processos previstos
Comissão Interamericana nos artigos 48 a 50.
Art. 62 -
Exceção: Indivíduo pode
1. Todo Estado-parte pode, no momento do depósito do
peticionar diante de casos seu instrumento de ratificação desta Convenção ou de
graves e urgentes a fim de evitar adesão a ela, ou em qualquer momento posterior,
danos irreparáveis, nos assuntos declarar que reconhece como obrigatória, de pleno
direito e sem convenção especial, a competência da
que a Corte estiver conhecendo, Corte em todos os casos relativos à interpretação ou
para que se tome medidas aplicação desta Convenção.
provisórias. 2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou
sob condição de reciprocidade, por prazo determinado
ou para casos específicos. Deverá ser apresentada ao
Secretário Geral da Organização, que encaminhará
A Corte IDH possui dois tipos de competências: cópias da mesma a outros Estados-membros da
competência consultiva e competência contenciosa. Organização e ao Secretário da Corte.
A jurisdição consultiva está prevista no art. 64 da CADH e 3. A Corte tem competência para conhecer de qualquer
se traduz na possibilidade dos Estados-partes de caso, relativo à interpretação e aplicação das disposições
consultarem a Corte acerca da interpretação da desta Convenção, que lhe seja submetido, desde que os
Convenção e de outros tratados internacionais acerca da Estados-partes no caso tenham reconhecido ou
proteção de direitos humanos. Além disso, os Estados reconheçam a referida competência, seja por declaração
também podem pedir que a Corte emita pareceres especial, como preveem os incisos anteriores, seja por
acerca da compatibilidade entre qualquer de suas leis convenção especial.
internas e os mencionados instrumentos internacionais
(art. 64.2)
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
21. (2016 - FEPESE - SJC-SC - Agente de Segurança 24. (2012 - COPESE - UFT - DPE-TO - Analista Jurídico)
Socioeducativo) Podem submeter casos para decisão da Com relação à Corte Interamericana de Direitos
Corte Interamericana de Direitos Humanos: Humanos, é INCORRETO afirmar que:
a) Apenas os Estados-Partes da Convenção Americana de a) A Corte compor-se-á de onze juízes, nacionais dos
Direitos Humanos. Estados membros da Organização dos Estados
b) Apenas a Comissão Interamericana de Direitos Americanos, podendo haver dois juízes da mesma
Humanos. nacionalidade.
c) Qualquer pessoa e a Comissão Interamericana de b) A Corte tem competência para conhecer de qualquer
Direitos Humanos. caso relativo à interpretação e aplicação das disposições
da Convenção Americana sobre Direitos Humanos que
d) Qualquer pessoa e os Estados-Partes da Convenção lhe seja submetido, desde que os Estados Partes no caso
Americana de Direitos Humanos. tenham reconhecido ou reconheçam a referida
e) Os Estados-Partes da Convenção Americana de competência.
Direitos Humanos e a Comissão Interamericana de c) Somente os Estados Partes e a Comissão
Direitos Humanos. Interamericana de Direitos Humanos têm direito de
submeter caso à decisão da Corte.
22. (2008 - VUNESP - DPE-MS - Defensor Público) A Corte d) Quando decidir que houve violação de um direito ou
Interamericana de Direitos Humanos liberdade protegidos pelo Pacto de São José da Costa
a) é composta por doze juízes. Rica, a Corte determinará que se assegure ao
prejudicado o gozo do seu direito ou liberdade violados,
b) terá casos submetidos à sua decisão somente pelos
podendo determinar ainda que sejam reparadas as
Estados-parte ou pela comissão Interamericana de
consequências da medida ou situação que haja
Direitos Humanos.
configurado a violação desses direitos, bem como o
c) terá suas decisões ratificadas ou reformadas pela pagamento de indenização justa à parte lesada.
Assembleia Geral da Organização dos Estados
Americanos como órgão recursal.
25. (CESPE/CEBRASPE - 2012 - AGU - Advogado da União)
d) poderá ter até dois juízes da mesma nacionalidade,
No que concerne aos direitos humanos no âmbito do
não podendo, porém, tais juízes atuarem,
direito internacional, julgue os itens que se seguem.
simultaneamente, em casos que envolvam partes
originárias de seu país. Em casos que envolvam a prática de tortura sistemática,
a Convenção Americana de Direitos Humanos permite o
acesso direto do indivíduo à Corte Interamericana de
23. (2014 - VUNESP - PC-SP - Escrivão de Polícia Civil) É Direitos Humanos.
correto afirmar, sobre a Corte Interamericana de Direitos
CERTO - ERRADO
Humanos, que:
a) a sentença da Corte será unânime, definitiva e
inapelável 26. (CESPE/CEBRASPE - 2012- PC-AL - Escrivão de Polícia)
Acerca da Convenção Americana sobre Direitos
b) possui competência para decidir se houve violação de
Humanos (CADH), julgue os itens seguintes.
um direito protegido na Convenção, mas não para
determinar o pagamento de indenização à parte lesada. Somente os Estados-partes e a Comissão Interamericana
de Direitos Humanos têm o direito de submeter um caso
c) reconhecida a admissibilidade da comunicação,
à decisão da Corte Internacional de Direitos Humanos.
solicitará informações ao Governo do Estado ao qual
pertença a autoridade apontada como responsável pela CERTO - ERRADO
violação
d) somente os Estados-Partes e a Comissão têm direito
de submeter um caso à decisão da Corte.
e) a sentença que considerar comprovada a violação de
direitos será submetida por relatório à Assembleia Geral
da Organização, com recomendações.
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27. (2014 - VUNESP - DPE-MS- Defensor Público) Nos Art. 73 - Somente por solicitação da Comissão ou da
termos do art. 67 da Convenção Americana de Direitos Corte, conforme o caso, cabe à Assembleia Geral da
Humanos, “A sentença da Corte Interamericana de Organização resolver sobre as sanções aplicáveis aos
Direitos Humanos será definitiva e inapelável. Em caso membros da Comissão ou aos juízes da Corte que
de divergência sobre o sentido ou alcance da sentença, a incorrerem nos casos previstos nos respectivos
Corte interpretá-la-á, a pedido de qualquer das partes, Estatutos. Para expedir uma resolução, será necessária
desde que o pedido seja apresentado dentro de maioria de dois terços dos votos dos Estados-membros
a) noventa dias a partir da data da notificação da da Organização, no caso dos membros da Comissão; e,
sentença”. além disso, de dois terços dos votos dos Estados-partes
na Convenção, se se tratar dos juízes da Corte.
b) sessenta dias a partir da data da notificação das
partes”. _____________________________________________
c) trinta dias a partir da data da notificação das partes”.
d) dez dias a partir da data da notificação da sentença”. 28. (LETÍCIA CASTRO) Com relação à Comissão
______________________________________________ Interamericana de Direitos Humanos e à Corte
Interamericana de Direitos Humanos, é INCORRETO
afirmar que:
O capítulo IX traz as disposições comuns acerca da Corte,
as quais não vamos nos ater muito, pois não vejo cair em a) Os juízes da Corte e os membros da Comissão gozam,
provas. Mas vamos faz a leitura! desde o momento da eleição e enquanto durar o seu
mandato, das imunidades reconhecidas aos agentes
diplomáticos pelo Direito Internacional. Durante o
Art. 70 - exercício dos seus cargos gozam, além disso, dos
1. Os juízes da Corte e os membros da Comissão gozam, privilégios diplomáticos necessários para o desempenho
desde o momento da eleição e enquanto durar o seu de suas funções.
mandato, das imunidades reconhecidas aos agentes
diplomáticos pelo Direito Internacional. Durante o b) Não se poderá exigir responsabilidade em tempo
exercício dos seus cargos gozam, além disso, dos algum dos juízes da Corte, nem dos membros da
privilégios diplomáticos necessários para o desempenho Comissão, por votos e opiniões emitidos no exercício de
de suas funções. suas funções.
2. Não se poderá exigir responsabilidade em tempo c) Os cargos de juiz da Corte ou de membro da Comissão
algum dos juízes da Corte, nem dos membros da são incompatíveis com outras atividades que possam
Comissão, por votos e opiniões emitidos no exercício de afetar sua independência ou imparcialidade, conforme o
suas funções. que for determinado nos respectivos Estatutos.
d) Os juízes da Corte e os membros da Comissão não
Art. 71 - Os cargos de juiz da Corte ou de membro da perceberão quaisquer honorários, mas receberão
Comissão são incompatíveis com outras atividades que indenização das despesas de viagem na forma e nas
possam afetar sua independência ou imparcialidade, condições que determinarem os seus Estatutos.
conforme o que for determinado nos respectivos _____________________________________________
Estatutos.
Art. 72 - Os juízes da Corte e os membros da Comissão A Parte III da Convenção trata das disposições gerais e
perceberão honorários e despesas de viagem na forma e transitórias, tratando sobre assinatura, ratificação,
nas condições que determinarem os seus Estatutos, protocolo, denúncia, etc. O modo de adesão à
levando em conta a importância e independência de suas Convenção é estabelecido nesse capítulo, dispondo que
funções. Tais honorários e despesas de viagem serão a ratificação da Convenção ou a adesão a ela efetuar-se-
fixados no orçamento-programa da Organização dos á mediante depósito de um instrumento de ratificação
Estados Americanos, no qual devem ser incluídas, além ou de adesão na Secretaria Geral da OEA (art. 74.2)
disso, as despesas da Corte e da sua Secretaria. Para tais
efeitos, a Corte elaborará o seu próprio projeto de
orçamento e submetê-lo-á à aprovação da Assembleia
Geral, por intermédio da Secretaria Geral. Esta última
não poderá nele introduzir modificações.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
A Convenção entrou em vigor somente após o depósito Art. 75 - Esta Convenção só pode ser objeto de reservas
dos instrumentos de ratificação de onze países, o que em conformidade com as disposições da Convenção de
ocorreu em julho de 1978. E traz a possibilidade, no art. Viena sobre o Direito dos Tratados, assinada em 23 de
74.2, da adesão posterior por outros Estados que assim maio de 1969.
desejarem, e a CADH passa a viger nesses países na data
do depósito de seu instrumento de ratificação ou adesão.
Art. 76 -
O art. 75 dispõe que as reservas a essa Convenção só
podem ser feitas se estiverem de acordo com a 1. Qualquer Estado-parte, diretamente, e a Comissão e a
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de Corte, por intermédio do Secretário Geral, podem
1969. submeter à Assembleia Geral, para o que julgarem
conveniente, proposta de emendas a esta Convenção.
O art. 76 traz a possibilidade dos Estados, da Comissão e
da Corte de submeterem à Assembleia Geral da OEA 2. Tais emendas entrarão em vigor para os Estados que
propostas de emendas à CADH. No caso de serem as ratificarem, na data em que houver sido depositado o
aprovadas, entrarão em vigor para os Estados que as respectivo instrumento de ratificação, por dois terços
ratificarem. dos Estados-partes nesta Convenção. Quanto aos outros
Estados-partes, entrarão em vigor na data em que eles
Fora isso, também é possível que os Estados-parte e a
depositarem os seus respectivos instrumentos de
Comissão Interamericana submetam à Assembleia Geral
ratificação.
projetos de Protocolos adicionais à Convenção, com o
objetivo de incluir progressivamente outros direitos e
liberdades. Isso nos remete que a Convenção não é um Art. 77 -
rol taxativo!
1. De acordo com a faculdade estabelecida no artigo 31,
Outrossim, na eventualidade dos Estados desejarem qualquer Estado parte e a Comissão podem submeter à
desobrigar-se dos direitos e obrigações tomados consideração dos Estados-partes reunidos por ocasião
internacionalmente, poderão denunciar a Convenção. da Assembleia Geral projetos de Protocolos adicionais a
Essa denúncia não exime o Estado das obrigações esta Convenção, com a finalidade de incluir
contidas na Convenção, por qualquer ato que houver progressivamente, no regime de proteção da mesma,
sido realizado anteriormente à data na qual a denúncia outros direitos e liberdades.
foi feita.
2. Cada Protocolo deve estabelecer as modalidades de
Por fim, o capítulo XI dispõe das disposições transitórias, sua entrada em vigor e será aplicado somente entre os
discorrendo acerca de questões relacionadas à Estados-partes no mesmo.
implementação das atividades da Comissão e da Corte.
Art. 78 -
Art. 74 -
1. Os Estados-partes poderão denunciar esta Convenção
1. Esta Convenção está aberta à assinatura e à ratificação depois de expirado o prazo de cinco anos, a partir da data
de todos os Estados-membros da Organização dos em vigor da mesma e mediante aviso prévio de um ano,
Estados Americanos. notificando o Secretário Geral da Organização, o qual
2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela deve informar as outras partes.
efetuar-se-á mediante depósito de um instrumento de 2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado-
ratificação ou adesão na Secretaria Geral da parte interessado das obrigações contidas nesta
Organização dos Estados Americanos. Esta Convenção Convenção, no que diz respeito a qualquer ato que,
entrará em vigor logo que onze Estados houverem podendo constituir violação dessas obrigações, houver
depositado os seus respectivos instrumentos de sido cometido por ele anteriormente à data na qual a
ratificação ou de adesão. Com referência a qualquer denúncia produzir efeito.
outro Estado que a ratificar ou que a ela aderir
ulteriormente, a Convenção entrará em vigor na data do
depósito do seu instrumento de ratificação ou adesão.
3. O Secretário Geral comunicará todos os Estados-
membros da Organização sobre a entrada em vigor da
Convenção.
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