Fundamentação Das Decisões
Fundamentação Das Decisões
Fundamentação Das Decisões
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Professora Adjunta na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Professora dos Cursos de
Graduação em Direito e Pós-Graduação (Mestrado) em Direito e Instituições do Sistema de Justiça
(PPGDir/UFMA) e Cultura e Sociedade (PGCult/UFMA). Bolsista de produtividade em pesquisa
da Fapema (São Luís/MA). E-mail: [email protected]. Currículo: http://lattes.cnpq.
br/2651036312847509.
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Advogado. Professor do Curso de Graduação em Direito na Unidade de Ensino Superior Dom Bosco
(UNDB). Especialista em Direito Processual Civil. E-mail: [email protected]. Currículo:
http://lattes.cnpq.br/5558140846652180.
246 Doutrina Nacional
INTRODUÇÃO
A
edição de um novo Código de Processo Civil (CPC/2015) implica
uma nova forma de pensar as questões da ciência processual e
de dar respostas aos conflitos que lhes são subjacentes. Antes
mesmo do advento deste CPC/2015, processualistas estavam sendo desafiados
3
CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de direito processual civil. 4. ed. São Paulo: Bookseller, 2009.
4
BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Direito e processo. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2003.
5
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p. 393.
6
RAMOS, Elival da Silva. Ativismo judicial: parâmetros dogmáticos. São Paulo: Saraiva, 2010.
7
V. CAPPELLETTI, Mauro. Juízes legisladores? Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1993.
8
RAMOS, Elival da Silva. Ativismo judicial: parâmetros dogmáticos. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 124.
13
MOREIRA, José Carlos Barbosa. Prueba y motivación de la sentencia. In: Temas de direito processual.
8. sér. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 107.
14
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Embargos de declaração e omissão do juiz. 2. ed. São Paulo: RT, 2014.
15
RODRIGUEZ, José Rodrigo. Como decidem as cortes? Para uma crítica do Direito (brasileiro). Rio de
Janeiro: FGV, 2013. p. 67.
16
ATIENZA, Manuel. As razões do direito: teorias da argumentação jurídica. São Paulo: Landy,
2006; ALEXY, Robert. Teoria da argumentação jurídica: a teoria do discurso racional como teoria da
fundamentação jurídica. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013; PERELMAN, Chaïm. Lógica jurídica. São
Paulo: Martins Fontes, 2004; VIEHWEG, Theodor. Tópica e jurisprudência. Porto Alegre: Sergio Antonio
Fabris Editor, 2007.
Considerações finais
Se, a princípio, se elogiou a inovação do CPC/2015 no que tange à garantia
de fundamentação das decisões judiciais; por outro lado, o que se verifica é que
a sua plena aplicabilidade depende, como sói ocorrer, do entendimento dos
Tribunais, sobretudo o Superior Tribunal de Justiça, que detém a última palavra
na interpretação de lei federal.
Neste trabalho, colocou-se em discussão o precedente do Superior
Tribunal de Justiça que, de forma pioneira, interpretou e aplicou o art. 489 do
CPC/2015 para rejeitar embargos de declaração opostos, problematizando-se a
questão relativa à fundamentação das decisões judiciais.
Para tanto, foram delineados aspectos dessa garantia constitucional, pedra
de toque da função jurisdicional, ao lado de outras tantas normas fundamentais.
Nesse particular, no contexto brasileiro, a fundamentação das decisões judiciais
ganha especial relevância, sobretudo diante da arraigada cultura da primazia
do princípio do livre convencimento. Assim, a fundamentação das decisões
judiciais desempenha o importante papel de garantir a justificação, racionalidade
e legitimidade dos pronunciamentos judiciais.
A entrada em vigor do CPC/2015, um sopro de renovação em um sistema
de justiça repleto de decisões com déficit de fundamentação, representou, por
REFERÊNCIAS
ALEXY, Robert. Teoria da argumentação jurídica: a teoria do discurso racional como teoria
da fundamentação jurídica. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013.
AMB. Associação dos Magistrados Brasileiros. AMB, Anamatra e Ajufe pedem vetos ao
novo CPC. Disponível em: <http://www.amb.com.br/novo/?p=20242>. Acesso em: 19
set. 2016.
ATIENZA, Manuel. As razões do direito: teorias da argumentação jurídica. São Paulo:
Landy, 2006.
BARCELLOS, Ana Paula de. Ponderação, racionalidade e atividade jurisdicional. Rio de
Janeiro: Renovar, 2005.
BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Direito e processo. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2003.
CAPPELLETTI, Mauro. Juízes legisladores? Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor,
1993.
CARNELUTTI, Francesco. Profilo dei rapporti tra diritto e processo. Rivista di Diritto
Processuale, Pádua: Cedam, n. 4, 1960.
CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de direito processual civil. 4. ed. São Paulo: Bookseller,
2009.
DIDIER JUNIOR, Fredie. Curso de direito processual civil. 17. ed. Salvador: JusPodivm,
v. 1, 2015.
______; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de direito processual
civil. 10. ed. Salvador: JusPodivm, v. 2, 2015.
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
MARINONI, Luiz Guilherme. Precedentes obrigatórios. 2. ed. São Paulo: RT, 2011.
______. Novas linhas do processo civil. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 1999.
MITIDIERO, Daniel. Fundamentação e precedente: dois discursos a partir da decisão
judicial. Revista de Processo, São Paulo: RT, n. 206, 2012.