Ranp Nº807 - 2020
Ranp Nº807 - 2020
Ranp Nº807 - 2020
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Resolução estabelece as especificações das gasolinas de uso automotivo e as obrigações
quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos agentes econômicos que comercializarem o
produto em todo o território nacional.
§ 1º A gasolina produzida por processos diversos dos utilizados nas refinarias, nas centrais de
matérias-primas petroquímicas e nos formuladores, bem como a partir de matérias-primas distintas
do petróleo e seus derivados, depende de autorização prévia da ANP para comercialização.
§ 2º Esta Resolução não se aplica à gasolina de aviação, gasolinas especiais para fins de testes e
desenvolvimento, gasolina de referência para fins de testes de emissões e consumo ou gasolinas de
competição.
I - gasolina A comum: combustível produzido a partir de processos utilizados nas refinarias, nas
centrais de matérias-primas petroquímicas e nos formuladores, destinado aos veículos automotivos
dotados de motores de ignição por centelha, isento de componentes oxigenados;
III - gasolina C comum: combustível obtido a partir da mistura de gasolina A comum e de etanol
anidro combustível, nas proporções definidas pela legislação em vigor; e
Parágrafo único. O etanol anidro combustível a ser adicionado à gasolina A deverá atender à
regulamentação vigente da ANP.
CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES
III - distribuidor de combustíveis líquidos: pessoa jurídica autorizada pela ANP ao exercício da
atividade de distribuição de combustíveis líquidos;
IV - importador de gasolina A: pessoa jurídica autorizada pela ANP para realizar atividade de
comércio exterior na modalidade de importação de produto cuja nomenclatura comum do Mercosul
(NCM) está sujeita à anuência prévia da ANP;
CAPÍTULO III
DO CONTROLE DA QUALIDADE
Seção I
Do Produtor e Importador
§ 1º Além das informações mínimas a serem definidas em regulação específica da ANP, o certificado
da qualidade deverá conter os seguintes requisitos:
I - a firma do profissional de química responsável pela qualidade do produto, com indicação legível
de seu nome e do número de inscrição no órgão de classe; e
Art. 7º O produtor e o importador de gasolina A deverão manter sob sua guarda e à disposição da
ANP pelo prazo de dois meses, a contar da data da comercialização do produto, uma amostra-
testemunha de 1 litro, a qual deverá ser coletada seguindo os critérios definidos no art. 13.
Seção II
Do Terminal
Art. 8º Nos casos em que a gasolina A passar pelas instalações de terminal, misturando-se a outros
lotes certificados de gasolina A, caberá ao(s) detentor(es) da propriedade do produto nos tanques de
gasolina A do terminal a responsabilidade de analisar uma amostra representativa, por cada tanque,
do volume de gasolina A a ser comercializado, conforme art. 14 desta resolução, e emitir o
certificado da qualidade ou o boletim de conformidade da mistura resultante, observado o disposto
no §1º.
Seção III
I - os resultados de, pelo menos, as análises de massa específica, itens de especificação da destilação
e indicação de que o teor de metanol no etanol anidro está abaixo ou igual a 0,5%, conforme Tabela
1 do Anexo; e
II - a firma do profissional de química responsável pela qualidade do produto, com indicação legível
de seu nome e do número da inscrição no órgão de classe.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 10. O boletim de conformidade ou o certificado da qualidade deverá ser mantido à disposição da
ANP pelo prazo de doze meses, a contar da data de comercialização do produto.
I - o código e a descrição do produto estabelecidos pela ANP, conforme tabela de códigos do sistema
SIMP disponível no site da ANP; e
Art. 12. O produto comercializado, ao ser transportado, deverá ser acompanhado de cópia legível do
respectivo boletim de conformidade, ou o certificado da qualidade, conforme o caso.
Art. 13. A análise da gasolina de uso automotivo deverá ser realizada em amostra representativa
obtida segundo um dos métodos a seguir, de acordo com a publicação mais recente:
II - ASTM D4057: Standard Practice for Manual Sampling of Petroleum and Petroleum Products.
Art. 14. As análises das características indicadas na Tabela 1 do Anexo deverão ser realizadas de
acordo com a publicação mais recente do método de ensaio adotado.
CAPÍTULO V
Art. 16. Passam a vigorar a partir do dia 3 de agosto de 2020 as especificações estabelecidas na
Tabela 1 do Anexo referentes exclusivamente às seguintes características:
Parágrafo único. Até o dia 2 de agosto de 2020, devem ser atendidas as especificações da Tabela 3
do Anexo, sem prejuízo da observância às demais especificações constantes da Tabela 1 do Anexo.
Art. 17. Para efeitos de fiscalização, as autuações por não conformidade relativas às características
massa específica a 20 °C, destilação em 50% evaporados (no limite mínimo) e RON, previstas na
Tabela 1 do Anexo, só poderão ocorrer:
Art. 18. É proibida a adição de compostos químicos contendo metais à gasolina, exceto se
previamente autorizado pela ANP.
Parágrafo único. Quando couber, a determinação da presença de metais na gasolina deverá ser
realizada utilizando-se métodos de espectroscopia de emissão atômica.
Diretor-Geral Substituto
ANEXO
ANEXO (a que se referem o art. 2º, I, o art. 9º, § 1º, I e os arts. 14 a 17)
LIMITE
MÉTODO
CARACTERÍSTICA UNIDADE Gasolina Comum Gasolina Premium
A C A C ABNT NBR ASTM
Cor - (1) visual
Aspecto - (2) 14954 D4176 (3)
Teor de Etanol Anidro Combustível (EAC) % volume (4) (5) (4) (5) 13992 D5501 (6)
3 7148 D1298
Massa específica a 20 °C, mín. (22) kg/m (7) 715,0 (7) 715,0
14065 D4052
Destilação (8)
10% evaporados, máx. 65,0
50% evaporados (22) 77,0 a 120,0 Máx. 80,0 77,0 a 120,0 Máx. 80,0 D86
°C 9619
90% evaporados, máx. 190,0 D7345 (9)
PFE, máx. 215,0
Resíduo, máx. % volume 2,0
Nº de Octano Motor - MON, mín. (10) - - 82,0 - anotar - D2700
Nº de Octano Pesquisa - RON, mín. (10)(22) - - 93,0 (11) - 97,0 - D2699
D4953
45,0 45,0
14149 D5191
Pressão de Vapor a 37,8 °C (12) kPa a 69,0 (máx.) a 69,0 (máx.)
16306 D5482
62,0 62,0
D6378
Goma Atual Lavada, máx. mg/100 mL 5 14525 D381
Período de Indução a 100 °C, mín. (13) mín. - 360 - 360 14478 D525
Corrosividade ao Cobre a 50 °C, 3h, máx. - 1 14359 D130
D2622
-
D3120
-
D5453
Teor de Enxofre, máx. (10)(14) mg/kg - 50 - 50 -
D6920
-
D7039
-
D7220
D3606
D5443
15289
Benzeno, máx. (15)(16) % volume - 1,0 - 1,0 D6277
15441
D6729
D6730
- D7757
Teor de Silício mg/kg Anotar AAS
ICP-AES
Hidrocarbonetos: (15)(17)
Aromáticos, máx. - 35 - 35
14932 D1319
Olefínicos, máx. % volume - 25 - 25
Saturados Anotar
Teor de Metanol, máx (18)(19) % volume 0,5 16041 -
D3237
Chumbo, máx. (18) g/L 0,005 -
D5059
Fósforo, máx. (18) mg/L 1,3 - D3231
Teor de EAC em vigor (% vol.) Massa específica para gasolina A (kg/m3), mínimo
27 688,9
26 690,2
25 691,5
24 692,8
23 694,0
22 695,2
21 696,4
20 697,6
19 698,7
18 699,8
Tabela 3 - Especificações das Gasolinas Comum e Premium vigentes até o dia 2 de agosto de 2020,
observado o disposto no parágrafo único do art. 16.
LIMITE
MÉTODO
CARACTERÍSTICA UNIDADE Gasolina Comum Gasolina Premium
A C A C ABNT NBR ASTM
7148 D1298
Massa específica a 20 °C kg/m3 Anotar
14065 D4052
Destilação D86
9619
50% evaporados, máx. °C 120,0 80,0 120,0 80,0 D7345 (9)
D2699
IAD, mín. (20)(21) - - 87,0 - 91,0 -
D2700
Notas:
(1) Exceto azul, restrita à gasolina de aviação. É permitida adição de corante no teor máximo de 50
ppm.
(4) Proibida a adição. Deve ser medido quando houver dúvida quanto à ocorrência de contaminação.
Considera-se o limite máximo de 1 % em volume.
(5) O teor de EAC a ser misturado à gasolina A, para produção da gasolina C, deverá estar em
conformidade com a legislação vigente.
(6) Este método não se aplica à gasolina C com teor de EAC inferior a 20 %. O teor de EAC
determinado por este método deve considerar o teor de água presente na amostra.
(7) Os valores a serem observados para a massa específica na gasolina A, devem considerar o teor
de EAC em vigor, de acordo com a Tabela 2.
(8) Em caso de disputa, deverá ser considerado o resultado obtido pela norma ASTM D86 - Standard
Test Method for Distillation of Petroleum Products and Liquid Fuels at Atmospheric Pressure.
(9) Aplicável exclusivamente à gasolina A. Os resultados obtidos pela norma ASTM D7345 devem ser
corrigidos, a fim de se obter os valores correspondentes à ASTM D86, observando-se as regras
indicadas na própria D7345.
(10) A determinação dos parâmetros de octanagem (MON e RON) e do teor de enxofre, deverá ser
realizada com a adição de EAC à gasolina A, no teor de um ponto percentual abaixo do valor em
vigor na data da produção da gasolina A. Alternativamente, a adição de EAC pode ser substituída
pela adição de álcool etílico P.A, com pureza mínima de 99,3 % em massa.
(11) Até 31 de dezembro de 2021, o limite exigido para o parâmetro RON será de 92,0. A partir de
1° de janeiro de 2022 passará a vigorar o limite de 93,0.
(12) Para os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro,
Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins, bem como para o
Distrito Federal, admite-se, nos meses de abril a novembro, um acréscimo de 7,0 kPa ao valor
máximo especificado para a pressão de vapor.
(13) O ensaio de período de indução deverá ser realizado após a adição de EAC à gasolina A, no teor
de um ponto percentual acima do valor em vigor na data da produção da gasolina A.
Alternativamente, a adição de EAC pode ser substituída pela adição de álcool etílico P.A, com pureza
mínima de 99,3 % em massa.
(14) Em caso de disputa, deverá ser considerado o resultado obtido pela norma ASTM D5453 -
Standard Test Method for Determination of Total Sulfur in Light Hydrocarbons, Spark Ignition
Engine Fuel, Diesel Engine Fuel, and Engine Oil by Ultraviolet Fluorescence.
(16) Em caso de disputa, deverá ser considerado o resultado obtido pela norma ASTM D3606 -
Determination of Benzene and Toluene in Finished Motor and Aviation Gasoline by Gas
Chromatography.
(18) Proibida a adição. Devem ser medidos quando houver dúvida quanto à ocorrência de
contaminação.
(19) Métodos que identifiquem a presença de metanol com base na norma ISO 1388-8, bem como
outro(s) método(s) que venha(m) a ser normalizado(s) para detecção de metanol na gasolina e no
etanol anidro combustível podem ser utilizados. Caso seja utilizada a norma ISO 1388-8, qualquer
mudança de coloração, de incolor para azul no tubo de ensaio da amostra (indicativo da presença de
metanol) ou ainda a obtenção de resultados inconclusivos, exige a confirmação pelo método
cromatográfico ABNT NBR 16041.
(20) IAD (Índice Antidetonante) é a média aritmética dos valores de número de octano determinados
pelos métodos MON e RON.
(21) A determinação do parâmetro do IAD, deverá ser realizada com a adição de EAC à gasolina A,
no teor de um ponto percentual abaixo do valor em vigor na data da produção da gasolina A.
(22) Passa a vigorar a partir do dia 3 de agosto de 2020. Até o dia 2 de agosto de 2020, devem ser
atendidas as especificações da Tabela 3, deste Anexo.