Decreto 43.609 - Regulamentação Da Lei #998
Decreto 43.609 - Regulamentação Da Lei #998
Decreto 43.609 - Regulamentação Da Lei #998
CAPÍTULO I
I - calçada: espaço entre os limites de lote ou projeção e a via pública mais próxima,
incluindo passeios, faixas de acesso, áreas verdes e de paisagismo, mobiliário urbano e
redes de infraestrutura;
II - Comércio Local Sul - CLS: sigla que identifica, no endereçamento da cidade, todos
os lotes alcançados por este Decreto;
III - Concessão de Uso Onerosa: transferência do uso, onerosa, de área pública que pode
ser no solo, no subsolo ou no espaço aéreo, a particular, como direito resolúvel, para que
seja utilizado com fins específicos, por prazo determinado;
V - entreblocos: espaço público localizado entre cada um dos blocos do CLS, geralmente
coberto pela marquise;
VI - extremidades laterais leste e oeste das quadras comerciais: espaço público existente
em extremidade não confrontante com outro bloco, geralmente coberto pela marquise
apoiada em quatro pilares, dois deles recuados, internos;
X - marquise: extensão da laje de cobertura projetada para a área externa do lote, sobre
espaço público, em balanço ou não, destinada à proteção da fachada da edificação ou ao
abrigo de pedestres;
XIII - mobiliário de remoção diária: mobiliário ou objeto apoiado no solo sem fixação,
que pode ser removido imediatamente, sem uso de equipamento mecânico;
XVI - vedação retrátil: elementos de proteção solar e contra intempéries, constituídos por
toldos verticais, excluídos vidros ou outros elementos que caracterizem vedação
definitiva;
XVIII - toldo vertical retrátil: vedação leve removível, utilizada para proteção contra
intempéries, em lona ou assemelhado, de natureza provisória e de remoção diária
obrigatória;
XIX - via de Comércio Local: via de acesso às unidades comerciais de duas Superquadras,
para onde se voltam as fachadas principais, oposta às fachadas voltadas para a faixa verde
da Superquadra;
XX - greide: perfil longitudinal da via;
CAPÍTULO II
III - nas áreas públicas das extremidades laterais leste e oeste das quadras comerciais,
adjacentes aos blocos;
I - com edificação, permitida nos pavimentos térreo, subsolo e sobreloja, executada dentro
do limite volumétrico definido nos Anexos I e II da Lei Complementar nº 998, de 2022;
II - para uma das unidades imobiliárias adjacentes à área pública dos entreblocos, no caso
da modalidade de ocupação prevista no § 5º.
§ 8º Nas áreas públicas das extremidades laterais leste e oeste das quadras comerciais,
adjacentes aos blocos, de que trata o inciso III do caput, é permitido ocupar somente o
pavimento térreo:
II - além do espaço sob a marquise, é permitido ocupar até 5 metros voltados para a lateral
leste ou oeste, somente durante o horário de funcionamento do estabelecimento, com
mesas, cadeiras, mobiliário de remoção diária ou toldos horizontais retráteis, desde que
não se configurem coberturas fixas, vedado qualquer tipo de construção.
III - é permitido o uso de toldos verticais retráteis para garantir conforto térmico, luminoso
e sonoro aos usuários, somente durante o horário de funcionamento do estabelecimento,
e garantida a faixa de 2 metros de largura para passagem de pedestres livre e desimpedida;
IV - não é permitida a delimitação por separadores físicos no nível do solo, removíveis
ou não, ou por desníveis e degraus no piso;
V - nos 5 metros a que se refere o § 8º, inciso II, não são admitidos pavimentação,
vedações ou coberturas fixas.
III - as ocupações previstas no caput não podem avançar sobre a faixa de 2,5 metros, a
partir do meio-fio das vias L1 e W1;
§ 11. As ocupações de área pública admitidas na forma deste artigo estão representadas
graficamente nos Anexos I, II e IV da Lei Complementar nº 998, de 2022.
Art. 4º A Concessão de Uso Onerosa para área pública, em qualquer modalidade prevista
no art. 3º, é restrita à continuidade das atividades do estabelecimento em funcionamento
na unidade imobiliária a ela vinculada.
Art. 5º Constituem condições para a concessão de que trata a Lei Complementar nº 998,
de 2022:
§ 2º A comprovação de que trata o § 1º, inciso II, deste artigo, se fará por meio de laudo
técnico acompanhado do respectivo documento de responsabilidade técnica, emitido por
profissional competente, com o devido registro no órgão de classe.
I - altura máxima de 2 metros, não sendo permitida outra utilização que não as estipuladas
na Lei Complementar nº 998, de 2022;
II - pintura externa na cor branca, não sendo permitida veiculação de nenhum tipo de
publicidade;
Art. 6º Para a ocupação da área pública além do limite da marquise de cobertura, a que se
refere o art. 3º, § 1º, inciso II é necessária a apresentação de projeto de paisagismo, o qual
deve representar, além da área objeto de concessão, apenas os passeios públicos, a faixa
verde da superquadra, os lotes e o sistema viário lindeiros à unidade comercial, garantida
a livre circulação de pedestres.
Art. 7º É vedada a cessão de área pública sem contiguidade às unidades comerciais e fora
das áreas estabelecidas na Lei Complementar nº 998, de 2022.
Art. 8º Na ocupação de área pública a que se refere ao art. 3º, § 1º, inciso I, e § 10 ficam
permitidos compartimentos, ambientes e elementos construtivos pertinentes às atividades
definidas nas normas de uso e ocupação do solo vigentes para os CLS, respeitados os
dispositivos do Código de Obras e Edificações do Distrito Federal.
CAPÍTULO III
II - as passagens reservadas aos pedestres, nos casos e nas condições previstas no art. 3º,
§ 5º e § 8º, inciso I, deste Decreto.
Art. 11. Para garantir os princípios estabelecidos no art. 18 da Lei Complementar nº 998,
de 2022, deve ser apresentado o projeto de adequação das calçadas, com soluções técnicas
que garantam a acessibilidade em casos de:
Art. 12. É permitida utilização excepcional de faixa de acesso ou transição, com largura
de 1 metro, entre a soleira das unidades comerciais e o passeio público frontal e entre a
área pública objeto de concessão de uso e o passeio público posterior, podendo abrigar
grelha de ventilação do subsolo e soluções de acessibilidade às unidades comerciais, de
acordo com o Anexo II, da Lei Complementar nº 998, de 2022, observado que:
I - novos projetos devem prever a acomodação de nível das soleiras no interior das
unidades comerciais.
§ 1º A faixa de acesso junto à fachada posterior pode abrigar instalações técnicas, caso,
por motivos técnicos, devidamente justificados por laudo de profissional habilitado, não
possam ser instaladas em subsolo ou na área de 6 metros a que se refere o art. 3º, § 1º,
deste Decreto.
§ 2º A faixa de acesso junto à fachada posterior deve ser mantida ajardinada pelo
proprietário da unidade comercial adjacente à área objeto de Concessão de Uso, quando
não utilizada para os fins previstos no § 1º deste artigo.
Art. 13. As calçadas devem acompanhar o greide da via, devendo ser niveladas pelo topo
do meio-fio, assegurando a faixa livre de 2 metros, respeitadas as seguintes diretrizes:
Art. 14. As passagens reservadas aos pedestres, nos casos e nas condições previstas no
art. 3º, § 5º e § 8º, inciso I, deste Decreto, devem ser, obrigatoriamente, delimitadas e
identificadas por sinalização horizontal, mediante demarcação no piso, vedado o uso de
jardineiras, balizadores ou de qualquer elemento físico.
CAPÍTULO IV
DAS POSTURAS
Art. 16. As atividades exercidas nas áreas públicas objeto de concessão onerosa são
condicionadas aos limites sonoros dispostos em legislação específica, sendo permitido o
uso de dispositivos que promovam o adequado tratamento acústico, desde que em
conformidade com o estabelecido neste Decreto e na Lei Complementar nº 998, de 2022.
Art. 17. As ocupações das áreas públicas objeto de concessão onerosa de que trata este
Decreto não podem acarretar a supressão de indivíduos arbóreos.
Art. 18. É permitido fixar elementos decorativos, como painéis e quadros, nas paredes e
no teto das marquises contíguas às unidades imobiliárias, desde que, sob eles, seja
garantida altura livre de, no mínimo, 2,5 metros, sem prejuízo das passagens de pedestre
previstas no art. 3º, § 5º e § 8º, inciso I.
§ 1º Os painéis fixados no teto, a que se refere o caput, não podem conter nenhum tipo de
publicidade e somente podem ser fixados nos locais previstos no Anexo IV da Lei
Complementar nº 998, de 2022.
§ 2º Nas áreas públicas das extremidades laterais leste e oeste das quadras comerciais,
sob as marquises adjacentes aos blocos, é admitida a instalação de painéis decorativos
somente no espaço público entre a unidade imobiliária e os pilares recuados ou internos
das marquises, seguindo o alinhamento das fachadas.
Art. 19. Os toldos a que se refere o art. 3º, § 8º, § 9º e § 10 não podem conter nenhum
tipo de publicidade e devem respeitar os limites das áreas objeto da concessão de uso.
§ 1º Os danos de que trata o caput devem ser reparados, no máximo, 60 dias úteis após a
conclusão das obras, sob pena de aplicação de sanções cabíveis, previstas no Código de
Obras e Edificações do Distrito Federal.
CAPÍTULO V
DOS PROCEDIMENTOS
§ 4º Após a conclusão da obra de execução relativa ao projeto habilitado de que trata esta
regulamentação, o proprietário deve requerer o Atestado de Conclusão junto ao órgão
responsável pelo licenciamento de obras do órgão gestor de planejamento urbano e
territorial do Distrito Federal.
§ 7º Os casos previstos no art. 26 e art. 29, sem qualquer tipo de construção, ficam
dispensados das etapas de habilitação do projeto de arquitetura em área pública objeto de
concessão para a unidade comercial e de Atestado de Conclusão previstas nos incisos I e
III deste artigo.
Art. 25. Para emissão do Contrato de Concessão de Uso Onerosa referente às modalidades
de ocupação previstas no art. 3º, § 1º e § 10, o proprietário deve apresentar, junto à
Administração Regional, a seguinte documentação:
Art. 26. Para emissão do contrato de Concessão de Uso Onerosa referente às modalidades
de ocupação previstas no art.3º, § 5º e § 8º, deste Decreto, sem qualquer tipo de
construção, o proprietário deve apresentar, junto à Administração Regional, a seguinte
documentação:
VII - planta de locação com a indicação das áreas públicas objeto do requerimento da
concessão, sua conexão com calçadas e passeios no entorno e identificação dos níveis.
Parágrafo único. Os casos previstos neste artigo, sem qualquer tipo de construção, ficam
dispensados das etapas de habilitação do projeto de arquitetura da área pública objeto de
concessão para a unidade comercial e de Atestado de Conclusão, previstas no art. 23,
incisos I e III.
§ 4º No Termo de Autorização Precária de Uso Onerosa deverá estar anexada foto da área
objeto do requerimento de concessão.
Art. 28. Nos casos em que os proprietários das unidades imobiliárias tenham edificado
em área pública de forma diversa do estabelecido no art. 3º deste Decreto, o Termo de
Autorização Precária de Uso Onerosa, emitido pela Administração Regional, configura o
licenciamento para a execução das obras de demolição e adequação a que se refere o art.
10 da Lei Complementar nº 998, de 2022.
Art. 29. Nos casos previstos no art. 3º, § 7º, os proprietários devem apresentar, junto à
Administração Regional, a documentação prevista no art. 26, acrescida da Declaração de
Anuência de que trata o art. 3º, § 7º.
§ 3º A Declaração de Anuência pode ser revogada a qualquer tempo, por acordo entre as
partes, sendo obrigatório cientificar a Administração Regional para dissolução do Termo
Aditivo.
§ 5º Os casos previstos neste artigo ficam dispensados das etapas de habilitação do projeto
de arquitetura da área pública objeto de concessão para a unidade comercial e de Atestado
de Conclusão, previstas no art. 23, incisos I e III.
CAPÍTULO VI
DO PREÇO PÚBLICO
Art. 30. O preço público pela utilização das áreas definidas art. 3º deste Decreto, conforme
disposto no art. 16 da Lei Complementar nº 998, de 2022, deve ser calculado de acordo
com a fórmula:
P = Bc x 0,005 + Pp x AC, onde:
Art. 31. O pagamento do preço público de que trata o artigo anterior é anual e pode ser
pago em parcela única ou dividido em até 8 parcelas, sendo que a primeira parcela deve
ser paga no ato da assinatura do contrato e as demais nos prazos de vencimento definidos
no contrato de Concessão de Uso.
§ 3º O pagamento referente à Concessão de Uso deve ser feito por meio de Documento
de Arrecadação - DAR, com o Código 3695 em moeda corrente, depositado na conta do
Fundo de Desenvolvimento Urbano do Distrito Federal - FUNDURB, ou outro fundo de
natureza contábil que tenha por objetivo a preservação do Conjunto Urbanístico de
Brasília, tombado nos termos da legislação.
Art. 32. A Administração Regional do Plano Piloto deve manter controle e publicidade
sobre os pagamentos efetuados e, constatado o não pagamento do preço público devido,
deve adotar as medidas cabíveis e comunicar ao órgão responsável pela fiscalização de
atividades urbanas do Distrito Federal.
CAPÍTULO VII
§ 1º O valor de cada parcela é obtido mediante a divisão do valor apurado conforme art.
33 pelo número de parcelas requeridas.
§ 4º A parcela não paga até o dia do vencimento será acrescida de juros de mora, multa,
correção monetária, inclusão na dívida ativa, conforme legislação específica.
DAS PENALIDADES
Art. 35. Para efeito deste Decreto, as infrações classificam-se, para fins de multa, em
leves, graves e gravíssimas, sem prejuízo das demais sanções previstas no Código de
Obras e Edificações do Distrito Federal.
I - executar obras ou manter edificações, em área pública não concedida pelo poder
público, ainda que atendam aos parâmetros estabelecidos no art. 3º;
II - executar obras ou manter edificações, em área pública concedida pelo poder público,
cuja execução ocorra de forma diversa do estabelecido no licenciamento.
§ 4º Para o cálculo das multas a que se refere este artigo, aplica-se o disposto no Código
de Obras e Edificações do Distrito Federal.
§ 5º A aplicação das penalidades deve ser realizada pelo órgão responsável pela
fiscalização de atividades urbanas do Distrito Federal.
Art. 36. Fica concedida anistia à totalidade das multas aplicadas até o início da vigência
da Lei Complementar nº 998, de 2022, em decorrência do uso e da ocupação do solo no
Comércio Local Sul, do Setor de Habitações Coletivas Sul, na Região Administrativa do
Plano Piloto – RA I.
Parágrafo único. A aplicação de que trata o caput deve ser realizada pela Administração
Regional do Plano Piloto.
CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 40. Os contratos ou outros instrumentos congêneres, celebrados nos termos da Lei
Complementar nº 766, de 2008, são válidos nos termos em que foram firmados.
Art. 41. Os requerimentos em fase de análise pelo poder público devem ser analisados de
acordo com os requisitos técnicos e os procedimentos definidos neste Decreto,
aproveitando os atos praticados que lhes sejam compatíveis.
Art. 43. Os projetos aprovados ou habilitados e as obras com licenciamentos válidos até
a publicação deste Decreto regem-se pela legislação em vigor à época do respectivo ato
administrativo.
IBANEIS ROCHA
Mm
00390-00001450/2022-79
91816148