Resenha Tipos Psicológicos

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Resenha

Tipos Psicológicos: a diversidade humana, por José Jorge de Morais


Zacharias
São Paulo: Vetor Editora, 2006

Este texto tem como objetivo resenhar o segundo capítulo da obra “Tipos Psicológicos:
a diversidade humana”. Esta produção é dividida da seguinte forma: após o prefácio,
encontramos a introdução, seguida de mais dez capítulos, finalizando com as
“Referências Bibliográficas”, o “Anexo” onde encontramos a solução ao exercício
proposto no capítulo 7 e “Sobre o Autor”. Totalizando a versão física da obra em 218
páginas.
Zacharias, no capítulo alvo deste texto, nos esclarece sobre a questão do inconsciente:
sua descoberta precede os estudos de Freud, já que povos como hebreus, hindus e
egípcios, por exemplo, já investigavam e propagavam a ideia de variados níveis de
consciência. O autor, baseando-se em Anthony Stevens, nos propõe que é possível
dividir em quatro grupos os pensadores que se dedicaram à dimensão desconhecida
do mundo interior: os filósofos, os hipnotizadores, os psicólogos e os analistas.
O objetivo é perceber as influências que Jung recebeu para estruturar sua tipologia
psicológica, isto é, sua abordagem de uma psicologia da personalidade. Vemos em
Jung a presença do pensamento de Von Schelling, Hegel, Schopenhauer, Nietzche, Carl
Gustav Carus, Eduard Von Hartmann, Pierre Janet, Charcot e Freud, a quem Jung
sempre deu os créditos pelas contribuições as suas ideias. O que percebemos em Jung
é um aprofundamento nas produções culturais, o que o auxiliou a formular o “além
inconsciente pessoal”- também um inconsciente coletivo.
Para que a proposta de um inconsciente fosse possível em Jung, foi preciso romper
com antigos caminhos, como o trilhado ao lado de Freud, expandindo o pensar sem
com isso negar tudo que se havia pensado sobre o inconsciente até ali. O que se
percebia é que de acordo com a própria visão de mundo de um pesquisador ou
filósofo, uma face do inconsciente poderia ser apreendido. Isso já anunciava à Jung as
diferenças da personalidade em casa ser humano. Há uma subjetividade que deve ser
sempre levada em conta ao tomarmos conhecimento de algum dinamismo sapiencial.
A experiência proporcionada pela escrita de Zacharias auxiliou-me a fazer uma espécie
de linha do tempo na história da pesquisa do tema “inconsciente”. Ter estima pelos
caminhos e descaminhos de uma compreensão da psique é de suma importância para
nós que reconhecemos nos movimentos da vida interior a modificação da realidade
que circula o ser em seu funcionar no mundo. Os fenômenos mentais são como uma
grande espiral que ora nos aproxima, ora nos distancia da realidade última, sempre
com um propósito maior que só pode ser percebido desta forma.
Parece ser pedido de nós sempre um respeito pelo incognoscível, pelo mistério, pela
seara nebulosa que nos impressiona nas psicologias profundas chamada de
inconsciente, de onde surgem coisas maiores que nós mesmos. Assim, respeitando,
podemos entrar em concórdia com o sentido da própria vida em sua inteireza.
Temos um apego pela prova, validação, confirmação que muitas vezes são usadas mais
para aprisionar do que para libertar, por isso, conhecer os percursos de uma
fenomenologia psicológica pode nos levar adiante do óbvio, mais a frente de vãs
confirmações que se prestarmos bem atenção, estão sendo movidas pelo que
conhecemos apenas em parte.

Sobre a autor
José Jorge de Morais Zacharias é psicólogo e mestre em Psicologia Escolar. Doutor em
Psicologia Social pela USP. Especialista em Psicoterapia Junguiana pela Santa Casa de
Misericórdia de SP. Analista pelo Instituto de Psicologia Analítica de Campinas,
Associação Junguiana do Brasil (AJB/IPAC) e associado ao C. G. Jung Foundation de
Nova York. Autor dos instrumentos QUATI e DTO e dos livros: Entendo os tipos
humanos; Tipos psicológicos junguianos e escolha profissional; Ori Axé: a dimensão
arquetípica dos Orixás, Monoteísmo e Politeísmo: um ensaio em Psicologia Analítica e
Vox Dei, o simbolismo do órgão no Cristianismo Ocidental. Docente universitário.
Músico e organista.

Mical Albanezi Cavalcante de Oliveira


Acadêmica do Curso de Pós-Graduação em Psicoterapia Junguiana da Universidade
Paulista – UNIP Paraíso

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