Texto Áreas de Atuação Da Psicologia

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FAETEC

ETEHL
PRH
Luciana Mota

Áreas de atuação da Psicologia.

Até o momento, abordamos a Psicologia como Ciência. Vamos


abordar a Psicologia como profissão, isto é, a Psicologia enquanto prática,
enquanto aplicação do conhecimento produzido pela ciência psicológica. 

AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

Nos consultórios, nas clínicas psicológicas, hospitais, ambulatórios e


centros de saúde, para citar apenas algumas instituições de saúde, os
psicólogos estarão atuando para promover saúde. Nesses locais, a doença
poderá estar presente, merecendo intervenções terapêuticas. Aí o
psicólogo precisará do conhecimento da Psicologia para fazer um
diagnóstico, intervir e avaliar. A atuação do psicólogo nesse campo é
muito conhecida; conhecemos muitas de suas técnicas, como testes,
entrevistas e terapias. Esse tipo de atuação aparece nas novelas, nos
filmes e nos livros. As pessoas comumente se referem a esse psicólogo
como “o terapeuta”.
Na escola ou nas instituições educacionais (creches, orfanatos etc.),
o processo pedagógico vai se colocar como realidade principal. Todo o
trabalho do psicólogo estará em função deste processo e para ele
direcionado. E isso irá obrigá-lo a escolher técnicas em Psicologia que se
adaptem aos limites que sua intervenção terá, dada a realidade
educacional. Estará sendo psicólogo porque estará utilizando o
conhecimento da ciência psicológica para compreender e intervir, só que,
neste caso, com o objetivo de promover saúde num espaço que é
educacional.
Na empresa ou indústria, as relações de trabalho e o processo
produtivo vão ser colocados como realidade principal do psicólogo.
Portanto, os conhecimentos, as técnicas que utilizará estarão em função
da realidade e das exigências que elas colocam para o profissional. A
promoção da saúde naquele espaço de trabalho é seu objetivo maior.
Sempre que falamos nessa área, citamos as empresas e indústrias, isto
porque são as organizações mais conhecidas do trabalho dos psicólogos.
Mas, na verdade, sempre que estivermos pensando em promover saúde a
partir da intervenção nas relações de trabalho, estaremos dentro desse
campo. Hoje já existem psicólogos que fazem trabalhos junto a sindicatos,
centrais sindicais, centros de referência dos trabalhadores, núcleos de
pesquisa do trabalho, etc. São psicólogos que têm como realidade
principal de intervenção o processo de trabalho ou as relações de
trabalho. Se pensarmos assim, esse profissional poderá estar atuando
num hospital ou numa escola, desde que sua intervenção se dê no
processo de trabalho, e não no processo de tratamento da saúde ou no
processo educacional. Estamos querendo dizer, com isso, que não há uma
Psicologia Clínica, outra Escolar, e ainda outra Organizacional, mas há a
Psicologia, como corpo de conhecimento científico, que é aplicada a
processos individuais ou a relações entre pessoas, nas escolas, nas
indústrias e nas clínicas, assim como em hospitais, presídios, orfanatos,
ambulatórios, centros de saúde etc. Claro que não podemos negar que, na
medida em que os psicólogos iniciam suas atuações nesses campos,
passam a desenvolver discussões e reflexões que especificam uma
intervenção. Isso pode levar, tem levado e é desejável que leve à
construção de conhecimentos específicos de cada campo: sua clientela,
seus processos, sua problemática, criando assim, como áreas de
conhecimento dentro da Psicologia:
_ a Psicologia Educacional, com todos os seus ramos: aprendizagem,
alfabetização, relação professor-aluno, análise institucional do espaço
escolar, fracasso escolar, educação de deficientes etc.
_ a Psicologia Clínica, com todo seu conhecimento sobre populações
específicas, como a Psicologia da gravidez e do puerpério, a Psicologia da
terceira idade etc. seus conhecimentos sobre os estados psíquicos
alterados, sobre a angústia, a ansiedade, o luto, o suicídio etc. 
_ a Psicologia do Trabalho, também com seus conhecimentos: o
stress, consequências psíquicas do trabalho, a saúde do trabalhador, as
técnicas de seleção, treinamento, avaliação de desempenho etc. 
 Há, ainda, a possibilidade de o psicólogo se dedicar ao magistério
de ensino superior e à pesquisa. Esses profissionais estão mais ligados à
Ciência Psicológica enquanto corpo de conhecimentos, produzindo-os ou
transmitindo-os. Essas são consideradas atuações de base na profissão,
pois, para atuar, os psicólogos dependem da produção do conhecimento e
da formação de profissionais. E também ao magistério do ensino
profissional (antigo ensino técnico), como pode ser o caso de seu
professor. Esse profissional trabalha no sentido de contribuir com a
formação dos jovens, dando-lhes mais uma possibilidade de enriquecer a
leitura e compreensão que têm do mundo.
 Devido aos conhecimentos que possui sobre o psiquismo humano,
o psicólogo tem sido requisitado também para o trabalho nas áreas de
publicidade — na produção de imagens (de políticos, por exemplo);
Marketing, pesquisas de mercado etc. Ele está conquistando espaços na
área esportiva, junto à Justiça, nos presídios e nas instituições chamadas
de reeducação ou reabilitação. Pode-se citar, também, uma área menos
acessível para o psicólogo, mas na qual sua contribuição tem sido
importante, que é a de planejamento urbano. Fica claro, portanto, que a
Psicologia possui um conhecimento importante para a compreensão da
realidade e por isso é utilizada, pelos psicólogos ou por outros
profissionais, em vários locais de trabalho, em vários campos. Mas os
psicólogos também precisam dos conhecimentos de outras áreas da
ciência para construir uma visão mais globalizante do fenômeno estudado.
Na Educação, por exemplo, o psicólogo tem necessidade dos
conhecimentos da Pedagogia, da Sociologia e da Filosofia. Na maioria dos
locais de trabalho, os psicólogos não estão sozinhos. Nesses locais, o
profissional necessita compor-se em equipes multidisciplinares, onde cada
um, com seu conhecimento específico, procura integrar suas análises e
ter, assim, uma compreensão globalizante do fenômeno estudado e uma
prática integrada.
(Retirado do Livro “Psicologias – Uma Introdução ao Estudo da Psicologia”,
de Ana M. Bahia Bock, Odair Furtado e Maria de Lourdes Teixeira (ed.
Saraiva).

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