Curso de Proteção Catódica - Apostila 1
Curso de Proteção Catódica - Apostila 1
Curso de Proteção Catódica - Apostila 1
2 JUSTIFICATIVA
3.1 Corrosão
Corrosão, para os metais, pode ser entendida como a volta ao estado em que são
encontrados na natureza. É a deterioração por ação do meio ambiente. Sendo este
meio a água do mar, soluções aquosas de ácidos, bases, sais, ar atmosférico com
umidade, ou o solo, as estruturas metálicas que nela estiverem submetidas estarão sob
severa ação de processos corrosivos. A corrosão de estruturas metálicas ou de ligas
ocorre de muitas formas, e é conhecida por vários nomes, tais como oxidação,
ferrugem e ação química e bacteriológica. Qualquer que seja o agente, toda corrosão é
resultado da movimentação de cargas elétricas. [4]
Os processos corrosivos em equipamentos de processo dependem das condições
de operação e geometria peculiares de cada tipo. Podem ser observados, por exemplo,
os seguintes tipos:
Corrosão atmosférica;
Corrosão interna por compostos de enxofre H2S;
Corrosão sob tensão devido a compostos de enxofre na parte interna;
Corrosão química (oxidação a altas temperaturas) de tubos e suportes;
Corrosão galvânica ou eletroquímica;
Corrosão bacteriana;
Corrosão-erosão devido à passagem de líquidos contendo sólidos em
suspensão.
Dependendo do tipo de ação do meio corrosivo sobre o material, os processos
corrosivos podem ser classificados em dois grandes grupos, abrangendo todos os casos
deterioração por corrosão: que são brevemente descritas abaixo:
Corrosão química, que ocorre em altas temperaturas (acima do ponto de
orvalho da água), na ausência de água e é devido à interação direta
metal/meio;
Corrosão eletroquímica, que ocorre em temperatura ambiente, na
presença de água e é devido à formação de uma pilha de corrosão,
composta por uma região anódica e uma região catódica, interligadas
eletricamente e em contato com o mesmo eletrólito.
Por eletrólito entende-se qualquer meio, líquido ou sólido, que possui em sua
composição água e íons dissolvidos. Os solos, por mais secos que pareçam, sempre
contém água e funcionam como um eletrólito. Na região anódica, ocorre a reação de
oxidação do metal (corrosão). Na região catódica, ocorre a reação de redução de
espécies do meio por meio do consumo dos elétrons gerados na região anódica (ver
Figura 02e as equações (01) e (02)).
FIGURA 2 - REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA CORROSÃO DO AÇO EM SOLO AERADO
Na área catódica, que é uma área protegida (não ocorre corrosão), as reações
são de redução de íons do meio corrosivo, onde as principais reações são:
em meios aerados: caso normal de água do mar e naturais H2O + 1/2 O2
+ 2e 2 OH-
em meios desaerados: caso comum em águas doces industriais 2 H2O +
2e H2 + 2 OH-
Onde:
I = corrente de corrosão, que flui do anodo para o catodo (ampéres);
Ea-Ec = diferença de potencial entre o anodo e o catodo (volts);
R = soma da resistência de entrada da corrente do eletrólito para o catodo (ohm).
Pela equação, verificamos que quando existe a diferença de potencial “Ea – Ec”
sobre a superfície de uma estrutura enterrada e quando a resistência “R” possui um
valor finito, a corrente de corrosão “I” flui, com o aparecimento do processo corrosivo,
na área anódica. Proteger catodicamente a estrutura significa evitar que a corrente
continue fluindo, fazendo com que a diferença de potencial entre as áreas anódica e
catódica seja nula.
Outra maneira de anular-se a corrente de corrosão, como podemos concluir,
consiste em aumentar infinitamente o valor da resistência “R”, o que pode ser
conseguido mediante a aplicação de um revestimento “perfeito” sobre a superfície da
estrutura, solução não utilizada na prática, uma vez que tal revestimento é
economicamente inviável. Para a proteção da estrutura com a máxima economia são
usados, com muita freqüência, os esquemas mistos de proteção anticorrosiva,
utilizando-se um revestimento de custo vantajoso, com boas qualidades isolantes,
complementado com a instalação de um sistema de proteção catódica, de custo
bastante baixo, já que a corrente de proteção a ser aplicada, agora, pode ser de
intensidade muito inferior
Raciocinando de outra maneira, podemos dizer que a proteção catódica consiste
em tornar positivo o potencial do solo ou água que envolve a estrutura metálica que
desejamos proteger, de tal maneira que as correntes de corrosão não possam mais
abandonar, diretamente para o solo, a superfície do metal. .[6]
3.2.2 Métodos de Aplicação da Proteção Catódica
O forno para fundição da liga deve ter uma capacidade igual ou superior à
massa do anodo a ser fabricado. O vazamento da liga deve ser contínuo, não devendo
ser admitidas interrupções na alimentação. Do processo de fundição destes anodos
deve resultar uma liga com perfeita homogeneização dos componentes em toda a
extensão de seu corpo.
A alma deve ter boa aderência com o corpo do anodo. A superfície de contato
do anodo com a sua alma não deve apresentar vazios da ordem de 5 % da área total de
contato. As almas fabricadas em tubo de aço-carbono sem costura devem atender a
norma API SPEC 5L, sendo o tubo classificado como “Gr B” (teor de carbono
máximo de 0,28 %). Para os demais formatos de almas, o teor máximo de carbono do
aço deve ser de 0,22 % e adequados para soldagem a estrutura a ser protegida. O aço
da alma deve ser limpo antes de receber a massa anódica fundida, de modo a ser
retirado todo e qualquer resíduo de óleo, de graxa ou de produtos de corrosão. O
padrão mínimo de limpeza deve ser o St 3 da norma ISO 8501-1. [9], [10]
Os anodos com ligação por meio de cabo elétrico devem atender ao seguinte
procedimento:
a) fundir o anodo de modo que a alma exceda em 25 mm o comprimento do corpo do
anodo;
b) retirar cerca de 25 mm do isolamento do cabo elétrico em uma das extremidades;
c) soldar a extremidade do cabo à alma do anodo com solda prata;
d) moldar a cabeça do anodo em massa epóxi, dando-lhe o acabamento com uma luva
termicamente retrátil;
e) a linha de união entre o enchimento com massa epóxi e o corpo do anodo não deve
apresentar falta de aderência de material;
f) a luva retrátil deve aderir firmemente ao corpo do anodo e ao cabo elétrico.
Os anodos não devem apresentar empenos ou quaisquer defeitos que prejudiquem a
sua utilização. A superfície dos anodos deve se apresentar uniforme e isenta de:
a) vestígios de areia de fundição;
b) marcações a tinta;
c) inclusões de escória;
d) gretas;
e) cavidades;
f) porosidades ou rebarbas.
Os rechupes não podem exceder aos limites indicados na TABELA 5 abaixo:
Empresa compradora
Retificadores
Cabos Elétricos
Juntas Isolantes
Anodos (de preferência inertes)
Os itens do sistema por corrente impressa que se diferencia do sistema por corrente
galvânica são os retificadores e os anodos que para este caso são especificados anodos
inertes devido ao melhor desempenho para corrente galvânica. Outra diferença é que
este novo sistema necessitará de uma fonte de corrente alternada para alimentar os
retificadores e fazer fluir a corrente do catodo para o anodo garantindo assim o
desempenho e as tensões exigíveis em projeto.
Para as juntas isolantes e cabos elétricos os requisitos necessários serão os mesmos
especificados nas seções anteriores. Os outros subsistemas que serão estudados serão
os retificadores para proteção catódica e os anodos inertes.
5.3.1 Retificadores
5.3.1.1 Alimentação em CA
5.3.1.6.4 Eficiência
Segundo [5] os anodos inertes que podem ser usados para aplicação no fundo do
mar são os seguintes:
6.1.2 Cabos
Para o anodo inerte será necessário que o mesmo tenha o seu isolamento
verificado e também esteja vedado com o seu enchimento.
6.2.2 Cabos
6.2.4 Retificadores
SUPERPROTEÇÃO
-1,20 V
RISCO DE CORROSÃO
SUPERPROTEÇÃO
-1,10 V
FAIXA DE OPERAÇÃO IDEAL
-0,80 V
RISCO DE CORROSÃO
FIGURA 20 - FAIXA DE OPERAÇÃO DA PROTEÇÃO CATÓDICA PARA ELETRODO DE REFERENCIA
DE CLORETO DE PRATA
6.4 Requisitos de Verificação de Malha do Sistema de Proteção Catódica por
Corrente Impressa
7 CONCLUSÃO