Genitica 3
Genitica 3
Genitica 3
Genética Mendeliana
Leis de Mendel
A Primeira Lei de Mendel ou Lei da Segregação dos Fatores determina que cada
característica é condicionada por dois fatores que se separam na formação dos gametas.
A segregação é consequência da localização dos genes nos cromossomos e do
comportamento desses durante a formação dos gametas, através do processo de meiose.
A Primeira Lei de Mendel diz que cada característica é condicionada por dois fatores que
se separam na formação dos gametas.
Nesse caso, Mendel estudou apenas a transmissão de uma única característica. Por
exemplo, cruzou sementes amarelas com sementes verdes.
A Segunda Lei de Mendel baseia-se na transmissão combinada de duas ou mais
características. Por exemplo, ele realizou cruzamentos de sementes verdes e rugosas com
sementes amarelas e lisas.
Em conjunto, as Leis de Mendel explicam como as características hereditárias são
transmitidas de uma geração à outra.
Por meio dos estudos de cruzamento de plantas com características diferentes foi possível
comprovar que as mesmas mantém sua integridade ao longo das gerações.
Lei da dominância
Lei da segregação
A lei da segregação afirma que fatores determinam uma característica e a formação dos
gâmetas, os progenitores segregam os factores aleatoriamente de modo que cada gâmeta
possui apenas um deles. Ou seja, cada descendente possui um factor vindo de um
progenitor, e um segundo vindo do outro progenitor.
Todas as sementes obtidas em F¹, foram amarelas (por serem dominantes e as verdes
recessivas), portanto iguais a um dos pares. Uma vez que todas as sementes eram iguais,
Mendel plantou-as e deixou que as plantas quando florescessem, se autofecundassem,
produzindo assim a geração F². As sementes obtidas na geração F² foram verdes e
Genética
amarelas, na proporção de 3 para 1, sempre 3 amarelas para 1 verde. Inclusive na análise
de dois caracteres simultaneamente, Mendel sempre caía na proporção final de 3:1. Para
explicar a ocorrência de somente sementes amarelas em F¹ os dois tipos em F², Mendel
começou admitindo a existência de fatores que passassem dos pais para os filhos por
meio dos gametas. Cada fator seria responsável pelo aparecimento de um caráter.
Assim, existiria um fator que condiciona o caráter amarelo e que podemos representar
por A (maiúsculo), e um fator que condiciona o caráter verde e que podemos representar
por a (minúsculo). Quando a ervilha amarela pura é cruzada com uma ervilha verde pura,
o híbrido F¹ recebe o fator A e o fator a, sendo portanto, portador de ambos os fatores. As
ervilhas obtidas em F¹ eram todas amarelas, isso quer dizer que, por ter o
fator A (maiúsculo), esse se manifestou, sendo assim chamado de "dominante". Mendel
chamou de "recessivo" (a)(minúsculo) o fator que não se manifesta em F¹. Utiliza-se
sempre a letra do caráter recessivo para representar ambos os caráteres, sendo maiúscula
a letra do dominante e minúscula a do recessivo.
Continuando a análise, Mendel contou em F², o número de indivíduos com caráter
recessivo, e verificou que eles ocorrem sempre na proporção de 3 dominantes para 1
recessivo. Mendel chegou a conclusão que o fator para verde só se manifesta em
indivíduos puros, ou seja com ambos os fatores iguais à a (minúsculo). Em F¹ as plantas
possuíam tanto os fatores A quanto o fator a sendo, assim, necessariamente amarelas.
Podemos representar os indivíduos da geração F¹ como Aa (heterozigoto e, naturalmente,
dominante). Logo para poder formar indivíduos aa (homozigotos recessivos) na geração
F² os gametas formados na fecundação só poderiam ser aa. Esse fato não seria possível
se a geração desse origem a gametas com fatores iguais aos deles (Aa). Isso só seria
possível se ao ocorrer a fecundação houvesse uma segregação dos fatores A e a presentes
na geração F¹, esses fatores seriam misturados entre os fatores A e a provenientes do pai
e os fatores A e a provenientes da mãe. Os possíveis resultados sendo: AA, Aa e aa.
Esse fato foi posteriormente explicado pela meiose, que ocorre durante a formação dos
gametas. Mendel havia criado então sua teoria sobre a hereditariedade e da segregação
dos fatores.
Quando considerados de forma isolada, eles são raros, mas quando avaliados
como um grupo apresentam uma incidência de aproximadamente 1 para cada
2.500 nascidos vivos. Estas doenças podem aparecer em qualquer idade e é
fundamental que se faça a suspeita e a correta investigação.
• Vômitos frequentes;
• Perda de peso;
• Diarréia,
• Odor estranho na pele e/ou urina;
• Quadros semelhantes à intoxicação sem causa definida;
• Infecções recorrentes;
• Convulsões;
• Aumento do fígado e do baço;
Genética
Em crianças maiores:
Muitas vezes ainda se faz necessário a análise de outros tecidos, como por
exemplo por biópsia muscul ar nas doenças mitocondriais.
Os exames moleculares como Painéis com diversos genes relacionados a EIM
auxiliam o processo diagnóstico e devem ser interpretados sob a luz dos sinais
clínicos e outros achados complementares.
Tratamento
As hemoglobinopatias hereditárias
É uma doença hereditária causada por uma mudança no gene da Hemoglobina. Como
resultado desta alteração genética, uma Hemoglobina anormal, chamada Hemoglobina S,
é produzida em lugar da Hemoglobina normal (Hemoglobina A), presente nas pessoas
adultas que não apresentam a doença. Quando uma pessoa herda dois genes com esta
alteração se tornaa portador de Anemia Falciforme
As doenças falciformes
Se um indivíduo possui o alelo S do gene da β-globina (gene que codifica um dos dois
polipeptídios que juntos formam a hemoglobina) em ambos os cromossomos homólogos
SS, isso resulta em uma anemia grave, característica pelo formato de foice das hemácias.
Se apenas um dos dois alelos da β-globina for do tipo S (+S) a anemia é menos grave, os
indivíduos podem não ter manifestações clínicas da doença (traço falciforme) e a maior
parte das hemácias tem formato normal.
Fisiopatologia
A anemia falciforme é caracterizada por anemia hemolítica crônica e presença de
fenômenos vasoclusivos que levam a crises dolorosas agudas e à lesão tecidual e orgânica
crônica e progressiva. A doença falciforme é causada pela substituição de adenina por
timina (GAG ->GTG), codificando
valina ao invés de ácido glutâmico,
na posição 6 da cadeia da beta
globina, com produção de Hb S.
Esta pequena modificação
estrutural é responsável por
profundas alterações (Figura 9) nas
propriedades físico-químicas da
molécula de hemoglobina no
estado desoxigenado.
• Anemia: A anemia acontece pela redução do número dos eritrócitos, das alterações
em seu formato e na sua função e da diminuição do valor da hemoglobina e do
hematócrito. É identificada por: cansaço; fraqueza; indisposição; palidez; A anemia
causada pela doença falciforme não é decorrente da deficiência de ferro.
• as crises de dor: São causadas pelo processo de vaso-oclusão. Costumam durar de
4 a 6 dias, e ocorrem nos braços, nas pernas, nas articulações, no tórax, no abdômen
e nas costas. Alguns fatores são desencadeantes, como: • diminuição dos níveis de
oxigênio no sangue (hipóxia); • infecções; • febre; • desidratação; • perda de
temperatura corporal; • exposição prolongada ao frio; • atividade física extenuante;
• estresse emocional. Na maioria das crianças a primeira manifestação de dor
decorre de um processo inflamatório que provoca inchaço nos tornozelos, nos
punhos, nos dedos ou nas articulações. Esses sinais são conhecidos como síndrome
mão-pé ou dactilite.
• as infecções recorrentes: Na doença falciforme, os episódios frequentes de vaso-
oclusão lesionam o baço, levando à atrofia e à diminuição da sua funcionalidade
(asplenia funcional). Isso faz com que o organismo da pessoa com a doença fique
Genética
mais sujeito às infecções. Pneumonias, infecções renais e osteomielites também
ocorrem com muita frequência, tanto em crianças quanto em adultos com doença
falciforme. Em crianças com doença falciforme, a ocorrência de infecção
disseminada (septicemia ou sepse) é mais frequente. Os episódios de febre devem,
portanto, ser encarados como situações de risco, nas quais os procedimentos
diagnósticos precisam ser aprofundados e a terapia deve ter início imediato. A
asplenia funcional predispõe a maior risco de infecções
• icterícia: Ocorre em função do aumento da hemólise e do consequente excesso de
bilirrubina na circulação, aumentando a pigmentação amarelada da pele e da parte
branca dos olhos (esclerótica). Outro sinal da icterícia é o escurecimento da urina
(colúria). Esses são alguns sinais que correspondem ao comprometimento hepático
na doença falciforme, e que podem ser confundidos com outras hepatites. Outras
manifestações clínicas que aumentam a morbidade e a mortalidade na doença
falciforme são o sequestro esplênico, a síndrome torácica aguda (STA), o acidente
vascular cerebral (AVC), o priapismo, a crise aplásica, a úlcera de perna e a
osteonecrose ou necrose avascular. A seguir, veremos essas manifestações em
detalhes.
• Sequestro esplênico: Trata-se de um quadro agudo decorrente do aumento da
funcionalidade do baço (na tentativa de eliminar o excesso de células falcizadas),
da hemólise acentuada e da quantidade de sangue que o órgão retira de circulação.
Isso faz com que o baço aumente rapidamente de volume e ocorra queda súbita do
nível de hemoglobina, além de diminuição do volume de sangue circulante, com
risco de choque hipovolêmico e morte. O sequestro esplênico ocorre com mais
frequência dos 5 meses até os 2 anos de idade, sendo uma das principais causas de
morte nas crianças com doença falciforme.
• Síndrome torácica aguda (STA): É consequência de vaso-oclusão pulmonar,
infecção, embolia ou sequestro pulmonar. Caracteriza-se principalmente pelos
seguintes sintomas:
✓ - infiltrado pulmonar recente;
✓ -dor torácica;
✓ - tosse;
✓ - dificuldade respiratória (dispneia);
✓ -aumento da frequência respiratória (taquipneia);
✓ - hipóxia. Em crianças, a febre está presente em 85% dos
casos.
A STA é uma complicação severa na doença falciforme, sendo necessária a
hospitalização para que se realizem o tratamento e o acompanhamento! Acidente
vascular cerebral (AVC) Ocorre quando há obstrução de artérias cerebrais,
provocando isquemia e infarto no encéfalo.
As manifestações neurológicas geralmente são focais, podem incluir: • paralisia
parcial do movimento corpóreo (hemiparesia); • diminuição parcial da sensibilidade
no corpo (hemianestesia); • deficiência do campo visual; • comprometimento da fala
(afasia); • paralisia de nervos cranianos.
Podem ocorrer sinais mais generalizados, a exemplo do coma e das convulsões. Embora
exista a possibilidade de recuperação completa, são frequentes o dano intelectual, as
sequelas neurológicas graves e a morte. A recidiva do AVC provoca danos maiores e
aumenta a mortalidade. O AVC ocorre em cerca de 10% das pessoas com doença
falciforme.!
Genética
• Priapismo: Acontece em decorrência da vaso-oclusão, da redução da circulação
sanguínea no pênis, causando ereção prolongada e dolorosa. É mais frequente nos
adolescentes ou pré-adolescentes. Pode acontecer na forma de episódios de curta
duração e recorrentes ou de episódios longos, com risco de impotência sexual.
• Crise aplásica: Ocorre quando a medula óssea para de produzir eritrócitos. A aplasia
medular transitória acontece principalmente entre crianças de 4 a 10 anos.
• Úlceras de perna: Tem como causa a presença de vaso-oclusões crônicas ou hipóxia
tissular, associada com traumatismos, seja por contusões ou picadas de insetos,
entre outros fatores. Ocorrem geralmente no terço inferior da perna, sobre e ao
redor do maléolo medial ou lateral e, em algumas ocasiões, sobre a tíbia ou o dorso
do pé. São extremamente dolorosas, de difícil tratamento e com alto índice de
recorrência. As úlceras comprometem de maneira considerável a qualidade de vida
das pessoas com doença falciforme, acarretando problemas emocionais, sociais e
profissionais. Elas estão presentes em 8% a 10% das pessoas com doença falciforme,
principalmente nos adolescentes e nos adultos jovens.
• Osteonecrose ou necrose avascular: Resulta de infartos com isquemia em
articulações e epífises de ossos longos. A cabeça do fêmur é o local mais comum de
ocorrência, seguida de cabeça do úmero e joelho. É mais frequente no final da
adolescência e nos adultos jovens.
• Outros fatores que contribuem para o agravamento da morbidade e mortalidade
na doença falciforme:
✓ condições sociais e econômicas desfavoráveis;
✓ dificuldade de acesso aos serviços de atenção básica em saúde;
✓ desconhecimento dos profissionais de saúde sobre a doença falciforme;
✓ racismo, que impede o desenvolvimento de ações para o cuidado das
pessoas com doença falciforme;
✓ falta de atendimento adequado na gestação, de acordo com as normas da
Rede Cegonha;
✓ falta do diagnóstico precoce, como está definido pelo Programa Nacional
de Triagem Neonatal (PNTN);
✓ falta de comunicação e divulgação sobre a doença falciforme para a
população; • ausência de diagnóstico clínico e laboratorial;
✓ diagnóstico tardio.
Tratamento
Nas hemoglobinopatias, os exames laboratoriais são utilizados para:
A talassemia β
A talassemia é um tipo de anemia hereditária, transmitida de pais para filhos, e que faz
parte de um grupo de doenças do sangue chamadas hemoglobinopatias (doença da
hemoglobina).
Genética
Talassemia é uma doença hereditária que resulta em anemia, Nosso sangue é formado
por milhões de glóbulos vermelhos. As hemácias são arredondadas, achatadas e elásticas, e
carregam dentro delas a hemoglobina que leva oxigênio para todo o corpo, possibilitando
que todos os órgãos funcionem normalmente.
Cada hemácia possui milhões de moléculas de hemoglobina. Cada hemoglobina normal
é formada por dois tipos de proteínas (ou globinas) – alfa e beta – unidas por um átomo de
ferro.
Como acontece a Talassemia?
A talassemia acontece quando há um defeito na produção dessas globinas. As células
humanas têm 23 pares de cromossomos cada, totalizando 46 cromossomos. Os
cromossomos têm as informações genéticas para produzir cada parte do nosso corpo. No
cromossomo 11 temos a informação genética para produzir a globina beta e no cromossomo
16 para a globina alfa.
Entenda Talassemia alfa e Talassemia Beta
A talassemia é um defeito da hemoglobina em seres humanos, que pode acontecer de
duas formas: Pessoas com a talassemia beta tem mutação (alteração) no cromossomo 11 e
com a talassemia alfa tem a mutação no cromossomo 16. Assim, a hemoglobina não é
produzida adequadamente. O problema no cromossomo 16 se manifesta pela falta de
produção de cadeias (globinas) alfa e no cromossomo 11 pela falta de produção de cadeias
(globinas) beta.
Sistema ABO
sistema ABO é um sistema que classifica o sangue em quatro diferentes tipos, os quais se
diferenciam pelas suas aglutininas e aglutinogênios.
O sistema ABO é um sistema que classifica o sangue em tipos A, B, AB ou O.
O sistema ABO classifica grupos sanguíneos em tipos A, B, AB e O. Esse sistema foi descrito
em 1900 por Karl Landsteiner, que, inicialmente, descreveu os grupos A, B e O. O fenótipo
AB foi descrito apenas alguns anos depois, por Alfred Von Decastello.
Os grupos sanguíneos ABO são determinados por três alelos diferentes de um único gene:
IA, IB e i. Esses três alelos são os responsáveis por garantir na espécie humana a presença
de quatro fenótipos: sangue A, sangue B, sangue AB e sangue O.
Genética
Esses quatro grupos são caracterizados pela presença ou ausência de aglutinogênios em
suas hemácias e de aglutininas no plasma sanguíneo (leia mais a seguir). O alelo IA é
responsável por garantir que o sangue tenha aglutinogênio A, enquanto o alelo I B é
responsável pelo aglutinogênio B. O alelo i não é responsável pela produção de
aglutinogênio.
A IAIA ou IAi
B IBIB ou IBi
AB IAIB
O ii
HEREDROGRAMA
Heredograma é
uma representação gráfica das
relações de parentesco entre
indivíduos. Por meio dele,
podemos analisar como é
o padrão de determinada herança
genética dentro de uma família.
O heredograma é constituído
por símbolos que podem indicar,
por exemplo, o sexo dos
indivíduos, graus de parentesco,
presença de um caráter afetado
por determinada anomalia, e
outras informações
importantes.
Representação de um heredograma
Exemplo de heredograma
Para compreender melhor como
funcionam os heredogramas, veja o
exemplo a seguir. Nele aparecem três
indivíduos do sexo feminino (cujo
símbolo é um círculo) afetados
(símbolos escuros) por alguma
característica determinada por um
par de alelos. Os indivíduos afetados
são o de número 2, na segunda
geração (II-2), e os de número 3 e 6, na
terceira geração (III-3 e III-6).
Genética
Os heredogramas permitem avaliar como ocorre a
herança de algumas características.
Genes e Cromossomos
Genética
Os seres humanos tem cerca de 25.000 pares de genes. Os genes desempenham um papel
importante na determinação de quem somos – nossa altura, cor dos cabelos, o risco de
algumas doenças, e muito mais. Todos nós temos muitas variações, defeitos e alterações
em nossos genes. A maioria destas variações não afetam o que somos ou a nossa saúde e
bem-estar. No entanto, algumas variações genéticas, também chamadas de mutações,
podem causar problemas. Algumas mutações levam à doenças, incluindo doenças
degenerativas da retina.
Os genes estão localizados em estruturas chamadas cromossomos, e os seres humanos
normalmente têm 23 pares de cromossomos. Nós herdamos um cromossomo de cada par
(e os genes contidos em cada cromossomo) de nossa mãe e um do nosso pai. Os pares
cromossômicos 1 a 22 são conhecidos como cromossomos autossômicos (não-sexuais).
Os cromossomos no par 23 são conhecidos como os cromossomos sexuais, porque uma
das funções é determinar o sexo que teremos.
Portadores do gene
Algumas pessoas são portadoras da doença, o que significa que eles próprios não têm a
doença, mas têm o gene mutado e podem passá-lo para seus filhos.
Doenças hereditárias da retina são herdadas de uma das três seguintes maneiras:
Para doenças recessivas, há 25% de chance da criança ser afetada, e 50% de chance de que
eles sejam portadores do gene, mas não sejam afetados pela doença. Há também 25% de
chance de não receber nenhum gene mutado.
Doenças recessivas são mais susceptíveis de vir como uma surpresa a uma família, porque
os pais de uma criança afetada são portadores não afetados, e que a doença pode não ter
aparecido por várias gerações.
Exemplos de doenças hereditárias da retina recessivas incluem: Retinose Pigmentar (alguns
tipos), a Doença de Stargardt (a maioria das formas), Amaurose congênita de Leber (a
maioria das formas) e sSíndrome de Usher
Herança ligada ao X
Imagem representativa do padrão de
herança ligada ao X.
→ Deleções
As deleções são alterações cromossômicas em que parte do cromossomo é perdida,
consequentemente, ocorre a perda de material genético. Pode ocorrer na porção terminal
dos braços cromossômicos ou ainda em porções mais internas (deleções intersticiais). É
um processo que ocorre com frequência durante o processo de meiose.
→ Duplicações
→ Inversões
→ Translocações
Nas translocações, uma porção do cromossomo é passada para outro cromossomo não
homólogo. Podemos citar dois tipos principais de translocação:
• Translocação recíproca: ocorre na troca de porções entre dois cromossomos.
• Translocação robertsoniana: envolve cromossomos acrocêntricos, ou seja,
cromossomos que possuem um braço bem maior que o outro por causa da posição do
centrômero. Observa-se, nesse caso, que o braço curto de um cromossomo e o braço longo
de outro quebram-se. Depois ocorre a troca, dando origem a um cromossomo com dois
braços longos e um com dois braços curtos (estes geralmente se perdem).
Outro enfoque molecular é analisar os mRNA transcritos, ou seja, os genes que colaboram
em algum processo específico de desenvolvimento e podem ser definidos pelo conjunto de
RNA transcritos presentes no momento do processo. Após esses processos, as interações
gênicas e seu significado no fenótipo finalmente podem ser deduzidos pela análise
genética.
As interações gênicas
são classificadas em ampla escala e em duas categorias:
- Primeira: interações entre alelos de um lócus, ou seja, único gene: variações de
dominância.
- Segunda: interações entre dois ou mais loci, as quais revelam o número e os tipos de
genes no programa global subjacente a uma função biológica particular.
Interações epigenéticas
Existem atualmente várias evidências moleculares da existência de uma herança não
genética, isto é, não dependente dos genes, mostrando que as variações adquiridas
durante a vida de um organismo podem frequentemente ser transmitidas para seus
descendentes. Esse fenômeno é conhecido como herança epigenética, trazendo
implicações profundas no estudo da evolução.
Genética
Alterações no número de cromossomos
As mutações gênicas são fonte importante de alteração na sequência genômica, porém
o genoma também pode ser remodelado em uma escala maior por alterações no número
de cópias de cromossomos ou na estrutura cromossômica em uma célula. Essas variações
em grande escala denominam-se mutações cromossômicas e são diferentes das mutações
gênicas. As mutações gênicas são definidas como aquelas que ocorrem dentro de um gene,
enquanto as mutações cromossômicas acontecem em uma região do cromossomo que
abrange múltiplos genes. As mutações cromossômicas são importantes sob várias
perspectivas biológicas, primeiro porque podem dar indícios sobre como os genes agem
em conjunto em uma escala genômica; segundo, revelam vários aspectos importantes da
meiose e da arquitetura cromossômica; terceiro, constituem recursos úteis para a
manipulação genômica experimental; quarto, dão indícios sobre os processos evolutivos;
e quinto, as mutações cromossômicas são encontradas regularmente em seres humanos
e algumas causam doenças genéticas Muitas mutações cromossômicas causam
anormalidades na célula e na função do organismo, e a maioria dessas anormalidades é
causada por alterações no número ou na posição dos genes. As alterações no número de
cromossomos não estão associadas a alterações estruturais de quaisquer moléculas de
DNA das células, pois é o número dessas moléculas de DNA que está alterado e é a base
de seus efeitos genéticos. Alterações no número de cromossomos afetam diretamente a
vida humana, pois um grupo de doenças genéticas comuns resulta de um número anormal
de cromossomos, responsável por uma grande proporção dos problemas de saúde
determinados geneticamente que afligem os seres humanos. O papel das mutações
cromossômicas na agricultura tem relevância aos seres humanos; a manipulação do
número de cromossomos tornou-se rotina para o aprimoramento de plantações de
importância comercial. As alterações relacionadas ao número de cromossomos são de dois
tipos básicos: alterações em conjuntos completos de cromossomos, que resultam em uma
condição denominada euploidia aberrante, e alterações em partes dos conjuntos de
cromossomos, que resultam em uma condição conhecida como aneuploidia. Organismos
com múltiplos do conjunto básico de cromossomos (genoma) são considerados euploides.
Os eucariotos conhecidos como plantas, animais e fungos levam em suas células um
conjunto de cromossomos (haploidia) ou dois conjuntos de cromossomos (diploidia).
Nessas espécies, tanto haploides como diploides são casos de euploidia normal.
Organismos com número maior ou menor do que o normal do conjunto de cromossomos
são chamados de euploides aberrantes. Poliploides são organismos com mais de dois
conjuntos de cromossomos, sendo representados por 3n (triploide), 4n (tetraploide), 5n
(pentaploide), 6n (hexaploide), e assim por diante, já o número de conjuntos de
cromossomos denomina-se ploidia. O indivíduo de uma espécie que seja normalmente
diploide que tenha apenas um conjunto (n) de cromossomos é um monoploide, para
diferenciá-lo de um indivíduo de uma espécie normalmente haploide (também n). A
aneuploidia é a segunda maior categoria de aberrações cromossômicas em que o número
de cromossomos é anormal. Aneuploide é um organismo cujo número de cromossomos
difere daquele do tipo selvagem em parte de um conjunto de cromossomos. O conjunto
de cromossomos aneuploide difere do tipo de selvagem por apenas um cromossomo ou
um pequeno número de cromossomos. Um aneuploide pode ter um número de
cromossomos maior ou menor do que o tipo selvagem. Aneuploide baseia-se no número
de cópias de cromossomo específico no estado aneuploide. No caso dos organismos
diploides, o aneuploide 2n + 1 é trissômico, 2n – 1 é monossômico e 2n – 2 é nulissômico
Genética
(“-2” representa perda de ambos os homólogos de um cromossomo). Nos haploides, n + 1
é dissômico. Alterações na estrutura de cromossomos As alterações na estrutura
cromossômica resultam em novos arranjos de sequência em uma ou mais duplas-hélices
de DNA, denominadas rearranjos, e abrangem várias classes de eventos importantes. Um
segmento cromossômico pode ser perdido, constituindo uma deleção, ou pode ser
duplicado, formando uma duplicação. A orientação de um segmento no cromossomo pode
ser invertida, o que constitui uma inversão, ou um segmento pode mover se para um
cromossomo diferente, constituindo uma translocação. A quebra do DNA é uma das causas
principais desses eventos, pois ambos os filamentos de DNA precisam quebrar em locais
diferentes, seguindo a reunião das extremidades para produzir um novo arranjo
cromossômico.
• O grupo F possui pares 19 e 20, os quais são facilmente identificáveis por serem
os únicos metacêntricos que são pequenos.
O cariótipo
é representado pelo número total de cromossomos, seguido de uma vírgula, e os
cromossomos sexuais são especificados, por exemplo: 46, XX (mulher) ou 46, XY (homem).
- Caso haja uma alteração no número de cromossomos, o cariótipo será representado
pela fórmula citada, porém acrescida de uma segunda vírgula e do cromossomo extra ou
ausente, representado pelo sinal + ou -, por exemplo: 47, XY, +13, ou seja, homem com 47
cromossomos, apresentando um cromossomo 13 a mais. Essa representação equivale à
síndrome de Patau.
- Alguns casos apresentam mosaicos, ou seja, duas ou mais populações de células
cromossomicamente diferentes em uma pessoa. Nesses casos, as linhagens celulares são
separadas por uma barra, por exemplo: 46, XY / 47, XYY / 45, X, ou seja, homem com três
populações de células, sendo a primeira normal, a segunda com um Y extra e a terceira em
que falta um Y.
- As alterações estruturais são representadas por letras ou grupos de letras
minúsculas, que são colocadas logo após o número do cromossomo. São elas:
• h = constrição secundária • i = isocromossomo • p = braço curto do cromossomo
• q = braço longo do cromossomo • r = cromossomo em anel • s = satélite • t =
translocação
• inv = inversão • mar = cromossomo marcador • mat = cromossomo de origem
materna
• pat = cromossomo de origem paterna • ace = fragmento acêntrico de cromossomo,
ou seja, sem centrômero • cen = centrômero • dic = dicêntrico • tri = tricêntrico • end =
endorreduplicação
• del = deleção • dup = duplicação • ins = inserção • rcp = translocação recíproca
(opcional utilizar a letra t) • rob = translocação robertsoniana (opcional utilizar a letra t)
•: = quebra sem reunião (como na deleção terminal) • :: = quebra e reunião
• → = de - para
Os sinais de + ou – são colocados após o número do cromossomo e significam aumento
ou diminuição de um dos braços do cromossomo, por exemplo:
• 46, XY, 16 q+, que significa aumento do braço longo do cromossomo 16 em um
homem com 46 cromossomos;
• 46, XY, 5p-, que significa homem com deleção do braço curto do cromossomo 5,
ou seja, síndrome do miado do gato;
• 46, XX, r (18), que significa mulher com 46 cromossomos que apresenta um
cromossomo 18 em anel;
• 46, X, i (Xq), que significa mulher com 46 cromossomos que apresenta um X
normal e o outro é um isocromossomo do braço longo do X.
Genética
Com as novas técnicas de bandamento de cromossomos tornou-se possível a
identificação de cada cromossomo, pois cada par apresenta um padrão exclusivo de bandas
e tanto as regiões quanto as bandas são numeradas a partir do centrômero para as
extremidades.