PRÉ Modernismo

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PRÉ-MODERNISMO

 Surgiu de 1902 até 1922


 Período de intensa movimentação literária que marcou a transição entre o
simbolismo e o Modernismo.
 Para muitos críticos, esse período não deve ser considerado como uma escola
literária, mas, sim como uma preparação para o modernismo.

Em seu livro “História Concisa da Literatura Brasileira” o crítico literário


Alfredo Bosi afirma que é possível chamar pré-modernista “tudo o que, nas
primeiras décadas do século, problematiza a nossa realidade social e cultural”.
(BOSI, 2021, p.327)

 Caracteriza-se pelas produções desde o inicio do século XX até a Semana de


Arte Moderna em 1922.
 Sincretismo estético: presença de características neorrealistas, neoparnasianas e
neosimbolistas.
 Posição mais crítica dos escritores em relação à sociedade e aos modelos
literários anteriores.
 Muitos escritores pré-modernos rompem com a linguagem formal do Arcadismo
e exploram temas históricos, políticos e econômicos.

Contexto Histórico

 Na Europa o início do século XX é marcado por confrontos internacionais, que


resultaram na Primeira Guerra Mundial e que terminou com o surgimento de
uma nova potência: os EUA;
 Revolução Russa;
 No Brasil, o pré-modernismo chega no momento em que o país está inserido na
Belle Époque.

De acordo com Massaud Moisés, desde 1902, quando se tornou público as obra
Canaã, de Graça Aranha, Os Sertões, de Euclides da Cunha, a segunda edição
da História da Literatura Brasileira, de Silvio Romero, a miscigenação tornou-se
intensa, configurando-se o período de Pré-Modernismo, ou Ecletismo, ou Sincretismo e
Transição, mas que preferimos rotular de Belle Époque. 

 República café com leite;


 Revoltas (Revolta da vacina, Revolta da Chibata, Revolta da Armada e Revolta
de Canudos);
 Seca no Nordeste;
 Reformas urbanísticas (São Paulo e Rio de Janeiro);
 Favelização;
Características

 Ruptura com o Academicismo;


 Ruptura com o passado e a linguagem parnasiana;
 Linguagem coloquial, simples;
 Exposição da realidade social brasileira;
 Regionalismo e nacionalismo;
 Marginalidade dos personagens: o sertanejo, o caipira, o mulato;
 Temas: fatos históricos, políticos, econômicos e sociais.

Principais Autores

 Euclides da Cunha
 Foi um escritor, poeta, ensaísta, jornalista, historiador, sociólogo, geógrafo e
engenheiro brasileiro.
 Ocupou a cadeira n.º7 na Academia Brasileira de Letras.
 Influência do determinismo;
 Linguagem rebuscada e Barroca;
 Denúncia social sobre o sertão;
 Publicou Os sertões: Campanha de Canudos, em 1902: obra regionalista que
retrata a vida do sertanejo e é dividida em três partes – “A terra”, “O
homem” e “A luta”.
 Graça Aranha
 Escritor e diplomata maranhense;
 Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e um dos
organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922.
 Sua obra de maior destaque é Canaã, de 1902: aborda a migração alemã
no estado do Espírito Santo.
 Lima Barreto
 Autor mais crítico do pré-modernismo;
 Linguagem despojada e coloquial;
 Realidade urbana e periférica;
 Denúncia dos preconceitos raciais e sociais;
 Sua obra de Maior destaque é Triste fim de Policarpo Quaresma.

 Monteiro Lobato
 Retrata o atraso da vida no campo;
 Narrativa descritiva, realista;
 Ficou conhecido por escrever obras infantis, como O sítio do Pica-Pau
Amarelo, mas uma obra sua de grande destaque é Urupês, onde é
possível observar o personagem Jeca Tatu.

 Augusto dos Anjos


 Poeta da morte;
 Estrutura Clássica (Soneto);
 Linguagem cientificista, antipoética;
 Melancolia, pessimismo, a morte;
 Obra “EU” e outros poemas.

Bosi (1967, p. 44) afirma que Augusto dos Anjos, é um poeta intenso, em cujos
escritos se reconhece a dimensão cósmica e a angústia moral, além do “mau gosto”
tecido num vocabulário que reflete versos rebuscados, rigorosamente metrificados e
científicos, além do espiritualismo e materialismo. Para o crítico, o poeta centrava-se
em questões universais humanas, encaminhando a construção mística existencialista
do Eu numa centralização de aflições que abordam “uma angústia funda, letal, diante da
fatalidade”, trazendo “toda a carne para a decomposição da morte”, para as misérias e
dores dos seres humanos, análoga ao “alto pessimismo romântico de Arthur
Schopenhauer”, unindo ao “desespero radical” de uma poesia “violenta e nova em nossa
língua” (BOSI,1967, p. 45).

VERSOS ÍNTIMOS

“Vês! Ninguém assistiu ao formidável


Enterro de tua última quimera,
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-se à lama que te espera!


O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!


O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,


Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!"

Pode-se perceber nos versos desse soneto uma espécie de grito de pessimismo
por parte do eu lírico, são versos de irreparável destruição moral, que se encerram com
um conselho à náusea por todas as carícias, ou antes, um convite à ferocidade
implacável.
Referências

ANJOS, Augusto dos. Eu e outras poesias. 35ª ed., Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1983.

BOSI, Alfredo. A literatura Brasileira - Vol.5 O Pré-Modernismo. 5. ed., São Paulo,


Editora Cultrix, 1967, p. 41-51.

BOSI, Alfredo. História Concisa da literatura brasileira / 53. Ed. – São Paulo:
Cultrix, 2021.

MOISÉS, Massaud. (1985): História da literatura brasileira. São Paulo,


Cultrix/Editora da Universidade de São Paulo, v. 3, Simbolismo OITICICA, José.
(1996). "Augusto dos Anjos". In: Augusto dos Anjos. Obra Completa. Rio de Janeiro,
Nova Aguilar, p. 112-113.

AMARAL. Emília; et al. Português: novas palavras: literatura, gramáticas,


redação. São Paulo: FTD, 2000.

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