Introducao A Virologia
Introducao A Virologia
Introducao A Virologia
VIROLOGIA
Nilsa de Deus, DVM, PhD
A importância dos vírus na humanidade
• A virologia teve uma história notável ao passar dos anos;
• Os vírus, moldaram a história e a evolução de seus hospedeiros;
• Todos os organismos vivos que conhecemos, quando estudados
com atenção, possuem parasitas virais. Assim, estas entidades
exercem uma força significativa em todas as formas de vida,
incluindo os próprios vírus;
• Antes do surgimento da teoria dos germes, de Louis Pasteur
(1822-1895), em 1857, que mostrava que esses agentes eram a
causa de muitas doenças, acreditava-se que as infecções eram
causadas por venenos. O termo em latim para veneno é vírus.
A varíola humana
• Até o final do século XVIII a varíola constituía verdadeiro
flagelo humano:
• Ceifando vidas ou desfigurando o rosto dos
sobreviventes com cicatrizes indeléveis e perda de
visão.
• Calcula-se que no século XVIII houve, somente na
Europa, 60 milhões de vítimas de varíola.
• A varíola foi a primeira doença infecciosa extinta da face
da Terra pela vacinação preventiva.
• A vacinação contra a varíola foi uma vitória alcançada
mundial e trouxe esperança de obter a erradicação de
outras doenças infecciosas.
" Variolização"
• Na luta contra a varíola, os povos
orientais utilizavam há mais de mil
anos a chamada "variolização”;
• Que consistia na inoculação de
material retirado das pústulas de um
enfermo, na pele de um indivíduo são.
• Este adquiria a enfermidade em
forma mais branda do que através
do contágio natural.
• Apesar de sua relativa benignidade, a
doença se manifestava de forma
sintomática, deixando, por vezes,
cicatrizes no rosto e no corpo das
pessoas inoculadas.
A massificação da variolação
• O método da variolização estendeu-se aos países do ocidente no século
XVIII, graças sobretudo à esposa do embaixador inglês em Constantinopla,
Lady Montagu;
• Em 1717 ela fez inocular seu filho de 3 anos de idade e, em 1721, já de volta
à Inglaterra, sua filha de 5 anos;
• A corte real inglesa interessou-se pelo método, que passou a ser chamado
de bizantino, em alusão à Bizâncio, antigo nome de Constantinopla (hoje
Istambul);
• A variolização difundiu-se prontamente na Inglaterra e teve defensores
ilustres em outros países, como Alemanha, Voltaire na França, e Benjamin
Franklin nos Estados Unidos.
Origem da variolação
• A 17 de maio de 1749 nascia na cidade de Berkeley, na Inglaterra, Edward
Jenner, predestinado a revolucionar o método de prevenção da varíola.
• Submetido ele próprio, na infância, à variolização, o que mais o
impressionou não foi tanto a inoculação em si, porém os preparativos para
a mesma, que consistiam em sangria, purgativos e dieta de fome;
• Em Berkeley, o gado era acometido com frequência de uma doença com
alguma semelhança com a varíola humana, conhecida por cowpox.
• As vacas acometidas apresentavam vesículas e pústulas no úbere e as
pessoas que as ordenhavam adquiriam a doença, manifestando lesões
semelhantes nas mãos, lesões estas que desapareciam espontaneamente.
• Era observação corrente entre a população rural que as pessoas que
adquiriam a cowpox ficavam protegidas da varíola humana, conhecida em
inglês por smallpox.
Importância de
Edward Jenner na
viriologia
• Decidido a estudar medicina, Jenner freqüentou
inicialmente o Serviço de um reputado médico, Ludlow, em
Sodbury, onde certa vez ouviu uma paciente dizer: "eu não
posso ter smallpox, pois já tive cowpox". Esta frase
ficou retida em sua memória e foi o leit-motiv de todas as
suas observações em anos posteriores;
• Durante 20 anos, Jenner, pacientemente, colecionou
observações que demonstravam que os indivíduos
previamente contaminados pela doença bovina ficavam
refratários à varíola.
• Em maio de 1796 realizou a sua experiência crucial. Uma
mulher, de nome Sara Nelmes, havia adquirido a varíola
bovina ordenhando vacas doentes. Jenner inoculou a linfa
retirada de uma vesícula da mão direita de Sara Nelmes na
pele do braço de um menino de 8 anos, de nome Jacobo
Phipps.
Da variolação a
vacinação
• A criança desenvolveu a conhecida reação
eritêmato-pustulosa no local da
escarificação e escassos sintomas gerais.
• Decorridas 6 semanas Jenner inoculou o
pus da varíola humana na criança, com
resultado negativo. Estava descoberta
a vacina antivariólica.
• Somente em 1798, depois de ter
inoculado com sucesso mais três
pacientes, fez a sua primeira comunicação
à Royal Society, de Londres, da qual era
membro.
• Jenner Recebeu em resposta uma advertência de que "deveria zelar
pelo bom conceito de que desfrutava na Sociedade por suas
comunicações anteriores e que não deveria arriscar o seu nome
expondo ante a sábia Sociedade nada que estivesse em desacordo
com os conhecimentos consagrados”
• Decidiu então publicar o resultado de suas observações por conta
própria, sem aprovação da Royal Society, o que fez em um pequeno
livro de 74 páginas, intitulado "An inquiry into the causes and effects
of the Variolae vaccinae, a disease discovered in some of the
Western Counties of England, particularly Gloucestershire and
known by the name of cowpox" (Investigação sobre as causas e
efeitos da varíola da vaca, uma doença descoberta em algumas
províncias a oeste da Inglaterra, particularmente Gloucestershire e
conhecida pelo nome de cowpox.
Críticas a Jenner
• Por algum tempo houve muita resistência e crítica ao método de
Jenner. Parecia absurdo introduzir no corpo humano o germe de
uma doença de animal.
• Apesar disso, a vacinação antivariólica difundiu-se por todo o
mundo. Muito contribuiu para a sua credibilidade a decisão de
Napoleão Bonaparte mandando vacinar o exército francês, que ficou
imune à varíola.